2. A análise do capitalismo por Karl Marx
Capitalismo: forma histórica que organiza
toda a vida social em torno do mercado;
Todo e qualquer artefato é um produto-para
ser-trocado;
A lógica da troca determina o
comportamento dos agentes no mercado;
A lógica do mercado é dominada pela
norma da eficiência econômica;
3. A análise do capitalismo por Karl Marx
O trabalho humano torna-se uma
mercadoria: vende-se força de trabalho, ou
seja, capacidades físicas e mentais de um
indivíduo de utilizar instrumentos e
máquinas para produzir mercadorias;
Separação do trabalhador dos
instrumentos de trabalho (desenvolvimento
tecnológico; acumulação de riqueza);
Surgimento de duas grandes classes:
capitalistas e proletários;
4. Mercado: aparentemente, uma instituição neutra;
promete ser a instituição que garante e promove
os ideais da sociedade capitalista: liberdade e
igualdade para todos;
Essencialmente, o capitalismo aprofunda
desigualdades e produz opressão;
O capitalismo promete uma sociedade livre e
igual, mas, ao mesmo tempo, rouba a
possibilidade dessa realização;
O esforço analítico de Marx está essencialmente
na perspectiva de superação da dominação
capitalista e ancorado na plena realização de
liberdade e igualdade;
A análise do capitalismo por Karl Marx
5. Surgimento do capitalismo
O capitalismo vai sendo gestado na
Europa ao longo dos séculos XVI, XVII e
XVIII, eclodindo no século XIX;
Eclosão das sociedades capitalistas
(burguesas): burguesia enquanto classe
revolucionária, iluminismo;
6. Pensando o capitalismo segundo Marx
Na sociedade capitalista, o mercado aparece
“como uma instituição neutra, cuja lógica da troca
de mercadorias de valores iguais não favorece nem
desfavorece ninguém em particular, mas funciona
segundo regras que valem para todos... O mercado
capitalista aparece como aquele momento da vida
social em que a troca de mercadorias de igual valor
segundo regras que valem para todos é também por
isso uma troca justa. Nesse sentido, ele promete ser
a instituição que garante e promove os ideais da
sociedade capitalista: a liberdade e a igualdade para
todos.”
7. Pensando o capitalismo segundo Marx
De fato, as mercadorias são vendidas pelo seu
valor no mercado. No entanto, o mercado
aprofunda e perpetua desigualdades que estão na
base do capitalismo. Os trabalhadores produzem
um valor maior no processo produtivo do que
recebem como salário pela utilização de sua força
de trabalho. A aparente igualdade de troca
transforma-se em desigualdade. Por sua vez, a
liberdade transforma-se em opressão e escravidão,
porque o trabalhador é forçado a vender sua força
de trabalho permanentemente ao capitalista.
8. Pensando o capitalismo segundo Marx
Método dialético: observar em um mesmo fenômeno ou
objeto qualquer os momentos da afirmação e da negação
(contradição). Por exemplo: A é não-A.
A organização social capitalista é contraditória: a
liberdade que é e não é; a igualdade que é e não é. Ela,
ao mesmo tempo, possibilita e bloqueia a realização plena
dos ideais de liberdade e igualdade. Nesse sentido, a
organização social capitalista tem potencialidades
associadas à efetiva realização de liberdade e igualdade,
que são bloqueadas pela estrutura da propriedade privada
dos meios de produção.
9. Pensando o capitalismo segundo Marx
Como entender os ideais de liberdade e igualdade nos
trabalhos de Marx?
Questão ontológica: o que é um ser humano? Qual é a
natureza humana?
Ser genérico: somos naturalmente produtivos;
desenvolvemos nossas potencialidades transformando o
mundo. O trabalho é a atividade pela qual o homem
domina as forças naturais, as humaniza; é a atividade
pela qual o homem cria a si mesmo. Ao moldar a
natureza, o homem objetiva o que há de mais profundo
nele, sua essência produtiva.
10. Pensando o capitalismo segundo Marx
Excerto de Manuscritos Econômico-Filosóficos:
“É verdade que os animais também produzem... Porém, eles
produzem somente suas próprias necessidades imediatas ou
as de sua prole; eles produzem unilateralmente, enquanto o
homem produz universalmente; eles produzem apenas
quando a necessidade física imediata os compele, enquanto
o homem produz mesmo estando livre da necessidade física
e produz verdadeiramente apenas assim.” Somos livres,
portanto, quando produzimos sem a imposição da
necessidade física. Ao dar forma ao mundo exterior através
de meu trabalho, realizo o que há de mais profundo em mim
em comum com os outros.
11. Pensando o capitalismo segundo Marx
Somos livres, portanto, quando produzimos sem a
imposição da necessidade física. Ao dar forma ao mundo
exterior através de meu trabalho, realizo o que há de
mais profundo em mim em comum com os outros.
Alienação supõe uma dissociação entre ser genérico e
ser individual. Sob o capitalismo, os objetos produzidos
pela maioria são apropriados pela minoria que controla
os meios de produção. Isso significa que os indivíduos
não mais se reconhecem no mundo que criaram.
12. Pensando o capitalismo segundo Marx
“Tal fato significa simplesmente que o objeto produzido
pelo trabalho, seu produto, fica oposto a ele como algo
estranho, como um poder independente do produtor.”
A vida genérica torna-se um meio para a satisfação de
necessidades físicas.
Ao invés de realizar-se em seu trabalho, o ser humano
se aliena nele. Ao invés de reconhecer-se em suas
próprias criações, sente-se ameaçado por elas. Ao
invés de libertar-se, sente-se enrolado em novas
opressões.
13. Pensando o capitalismo segundo Marx
O mundo exterior nos domina, ao invés de dominarmos o
mundo exterior. Ao invés de aquilo que somos determinar
aquilo que temos, aquilo que temos determina aquilo que
somos.
“Quanto maior o poder de meu dinheiro, mais forte sou.
As qualidades do dinheiro são qualidades e poderes
essenciais meus, do possuidor. Portanto o que sou e o
que posso fazer não são de forma alguma determinados
pela minha individualidade. Sou feio, porém posso
comprar a mulher mais bela. O que significa que não sou
feio, uma vez que o efeito da feiura, seu poder repulsivo,
é destruído pelo dinheiro.”
14. Pensando o capitalismo segundo Marx
Como superar a alienação e as contradições da
sociedade capitalista?
Revolução socialista: instauração de uma sociedade
comunista; abolição da propriedade privada dos meios
de produção. Se os meios de produção fossem
possuídos coletivamente e democraticamente
controlados, então o mundo que criamos juntos nos
pertenceria em comum, e a produção de cada um
poderia se tornar parte da auto-realização de todos.