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Estudos Epidemiológicos
Propósito, delineamento e classificação

Prof. Francisco Baptista


Os estudos epidemiológicos visam o esclarecimento da situação das doenças e dos seus
determinantes no que diz respeito à sua freqüência e distribuição espacial e temporal, a busca
de relações causa-efeito e a avaliação de procedimentos terapêuticos e preventivos
alternativos.

Os estudos epidemiológicos dizem-se analíticos quando têm como propósito o
estabelecimento de relação entre causas e efeitos ou a avaliação de procedimentos
terapêuticos ou preventivos, testando dessa forma hipóteses. Eles são sempre antecedidos por
estudos descritivos os quais não testam hipóteses, mas são a base para a formulação destas.
Assim, pode-se dizer que a Epidemiologia pode ser classificada como descritiva ou como
analítica.

Os estudos epidemiológicos podem ainda ser classificados quanto à seqüência temporal do
levantamento da exposição e do efeito desta. São transversais quando se faz o levantamento
simultâneo da exposição e do efeito e longitudinais quando exposição e efeito se levantam em
tempos diferentes, de forma retrospectiva, prospectiva ou ambispectiva. Os estudos
transversais são também conhecidos como seccionais ou de prevalência. Nos estudos
longitudinais existem dois tipos de delineamento:

       - O de coorte, que parte da causa para o efeito, exigindo para tal a partição da
população em estudo em dois grupos: o de expostos ao suposto fator de risco e o dos não
expostos a esse fator. Os grupos são então seguidos, de forma retrospectiva, prospectiva ou
ambispectiva para registro do efeito produzido pelo fator de exposição;

        - O de casos-controles, que parte do efeito para a causa, exigindo para isso a formação
de um grupo de indivíduos com determinada doença (efeito) e de um grupo controle
constituído por indivíduos semelhantes, mas sem a doença. As características (possíveis causas
da doença) dos indivíduos de cada grupo são levantadas e verificadas as freqüências delas nos
dois grupos. Este desenho é retrospectivo, pois doença e exposição já aconteceram no
momento do delineamento do estudo.

        Os estudos transversais ou de prevalência, os de coorte e os de casos-controles são
ditos observacionais porque o pesquisador não exerce controle sobre variáveis, limitando-se à
observação e registro de eventos. Pelo contrário, nos chamados estudos clínicos
randomizados, destinados à avaliação de cuidados à saúde, terapêuticos ou preventivos, o
pesquisador controla variáveis. Para tanto, os indivíduos, de forma casualizada ou não, são
submetidos a uma exposição controlada, registrando-se o efeito desta. O seu desenho é
idêntico ao dos estudos de coorte prospectivos, mas com uma exposição perfeitamente
controlada. Por este fato são classificados como estudos experimentais, quando há
casualização na distribuição da exposição pelos participantes. Quando não é feita esta
  casualização estes estudos são chamados de quase experimentais.

  Podem ainda ser incluídos na classificação os chamados estudos ecológicos cujo desenho se
  orienta para a observação de populações de diferentes áreas geográficas para pesquisa de
  associação entre eventos. No Quadro 1 são apresentados os principais tipos de estudos
  epidemiológicos e Na Figura 1 apresenta-se um esquema do delineamento desses estudos.


  Quadro 1 – Classificação dos principais tipos de estudos epidemiológicos

     Tipo de estudo                         Temporalidade                           Controle de variáveis
  Coorte                   Longitudinal - prospectivo, retrospectivo ou                Observacional
                           ambispectivo
  Casos-controle           Longitudinal - retrospectivo                                Observacional
  Prevalência              Seccionais ou transversais                                  Observacional
  Clínico randomizado      Longitudinal                                                Experimental




                    Quadro2 – Delineamento de estudos epidemiológicos
                    Figura 3 – Delineamento de estudos epidemiológicos

                                    Propósito da pesquisa

  Onde? Quando? Quanto?                                           Por quê? Há vantagem?
      Quem? Como?
                                                                              Analítico
         Descritivo
                                                                     Controle de variáveis


                                              Não                                Sim


                Estudo observacional                                  Estudo experimental

Longitudinal                       Transversal - levantamento                Com grupo controle
                                   simultâneo da doença e da
                                             causa
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   doença em expostos e
     em não expostos
                                                 Ensaio não controlado               Ensaio controlado
   Casos-controles - estudo da
   causa em doentes e em não              Com casualização                   Sem casualização
            doentes
                                           Estudo clínico                       Estudo quase
                                       Randomizado – Estudo                     experimental
                                           experimental
Bibliografia

    1. CÔRTES, JOSÉ DE ANGELIS. Epidemiologia – Conceitos e princípios fundamentais. São
       Paulo: Livraria Varela, 1993.
    2. FORATTINI, Oswaldo Paulo. Epidemiologia Geral. 2ª Ed. Depto de Epidemiologia:
       Faculdade de Saúde Pública – USP. Editora Artes Médicas, 1996.
    3. JEKEL, James F. et al. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. 1ª Ed. Porto
       Alegre: Editora Artmed S.A., 2002
    4. LESER, Walter. et al. Elementos de Epidemiologia Geral. São Paulo – Rio de Janeiro –
       Belo Horizonte: Editora Atheneu, 1997.
    5. PEREIRA, Mauricío Gomes. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Editora
       Guanabara Koogan S.A.,2001.
    6. ROUQUAYROL, Maria Zélia. et al. Epidemiologia e Saúde. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora
       Medsi, 1999.
    7. SAÚDE, Ministério da. Estudos Epidemiológicos. Ed. Única. Fundação Nacional da
       Saúde – Vigilância Epidemiológica. Agosto/2000
    8. Thrusfield, M. V. Epidemiologia Veterinária. 2ª Ed. São Paulo: Roca, 2004

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Estudos epidemiológicos

  • 1. Estudos Epidemiológicos Propósito, delineamento e classificação Prof. Francisco Baptista Os estudos epidemiológicos visam o esclarecimento da situação das doenças e dos seus determinantes no que diz respeito à sua freqüência e distribuição espacial e temporal, a busca de relações causa-efeito e a avaliação de procedimentos terapêuticos e preventivos alternativos. Os estudos epidemiológicos dizem-se analíticos quando têm como propósito o estabelecimento de relação entre causas e efeitos ou a avaliação de procedimentos terapêuticos ou preventivos, testando dessa forma hipóteses. Eles são sempre antecedidos por estudos descritivos os quais não testam hipóteses, mas são a base para a formulação destas. Assim, pode-se dizer que a Epidemiologia pode ser classificada como descritiva ou como analítica. Os estudos epidemiológicos podem ainda ser classificados quanto à seqüência temporal do levantamento da exposição e do efeito desta. São transversais quando se faz o levantamento simultâneo da exposição e do efeito e longitudinais quando exposição e efeito se levantam em tempos diferentes, de forma retrospectiva, prospectiva ou ambispectiva. Os estudos transversais são também conhecidos como seccionais ou de prevalência. Nos estudos longitudinais existem dois tipos de delineamento: - O de coorte, que parte da causa para o efeito, exigindo para tal a partição da população em estudo em dois grupos: o de expostos ao suposto fator de risco e o dos não expostos a esse fator. Os grupos são então seguidos, de forma retrospectiva, prospectiva ou ambispectiva para registro do efeito produzido pelo fator de exposição; - O de casos-controles, que parte do efeito para a causa, exigindo para isso a formação de um grupo de indivíduos com determinada doença (efeito) e de um grupo controle constituído por indivíduos semelhantes, mas sem a doença. As características (possíveis causas da doença) dos indivíduos de cada grupo são levantadas e verificadas as freqüências delas nos dois grupos. Este desenho é retrospectivo, pois doença e exposição já aconteceram no momento do delineamento do estudo. Os estudos transversais ou de prevalência, os de coorte e os de casos-controles são ditos observacionais porque o pesquisador não exerce controle sobre variáveis, limitando-se à observação e registro de eventos. Pelo contrário, nos chamados estudos clínicos randomizados, destinados à avaliação de cuidados à saúde, terapêuticos ou preventivos, o pesquisador controla variáveis. Para tanto, os indivíduos, de forma casualizada ou não, são submetidos a uma exposição controlada, registrando-se o efeito desta. O seu desenho é idêntico ao dos estudos de coorte prospectivos, mas com uma exposição perfeitamente controlada. Por este fato são classificados como estudos experimentais, quando há
  • 2. casualização na distribuição da exposição pelos participantes. Quando não é feita esta casualização estes estudos são chamados de quase experimentais. Podem ainda ser incluídos na classificação os chamados estudos ecológicos cujo desenho se orienta para a observação de populações de diferentes áreas geográficas para pesquisa de associação entre eventos. No Quadro 1 são apresentados os principais tipos de estudos epidemiológicos e Na Figura 1 apresenta-se um esquema do delineamento desses estudos. Quadro 1 – Classificação dos principais tipos de estudos epidemiológicos Tipo de estudo Temporalidade Controle de variáveis Coorte Longitudinal - prospectivo, retrospectivo ou Observacional ambispectivo Casos-controle Longitudinal - retrospectivo Observacional Prevalência Seccionais ou transversais Observacional Clínico randomizado Longitudinal Experimental Quadro2 – Delineamento de estudos epidemiológicos Figura 3 – Delineamento de estudos epidemiológicos Propósito da pesquisa Onde? Quando? Quanto? Por quê? Há vantagem? Quem? Como? Analítico Descritivo Controle de variáveis Não Sim Estudo observacional Estudo experimental Longitudinal Transversal - levantamento Com grupo controle simultâneo da doença e da causa Coorte - estudo da Não Sim doença em expostos e em não expostos Ensaio não controlado Ensaio controlado Casos-controles - estudo da causa em doentes e em não Com casualização Sem casualização doentes Estudo clínico Estudo quase Randomizado – Estudo experimental experimental
  • 3. Bibliografia 1. CÔRTES, JOSÉ DE ANGELIS. Epidemiologia – Conceitos e princípios fundamentais. São Paulo: Livraria Varela, 1993. 2. FORATTINI, Oswaldo Paulo. Epidemiologia Geral. 2ª Ed. Depto de Epidemiologia: Faculdade de Saúde Pública – USP. Editora Artes Médicas, 1996. 3. JEKEL, James F. et al. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. 1ª Ed. Porto Alegre: Editora Artmed S.A., 2002 4. LESER, Walter. et al. Elementos de Epidemiologia Geral. São Paulo – Rio de Janeiro – Belo Horizonte: Editora Atheneu, 1997. 5. PEREIRA, Mauricío Gomes. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.,2001. 6. ROUQUAYROL, Maria Zélia. et al. Epidemiologia e Saúde. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Medsi, 1999. 7. SAÚDE, Ministério da. Estudos Epidemiológicos. Ed. Única. Fundação Nacional da Saúde – Vigilância Epidemiológica. Agosto/2000 8. Thrusfield, M. V. Epidemiologia Veterinária. 2ª Ed. São Paulo: Roca, 2004