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Ao mesmo tempo em que a civilização            Mudanças
alcançou um altíssimo grau de
desenvolvimento tecnológico, vê se diante
                              vê-se
de novos desafios:

- garantir a disponibilidade de recursos
                                                 Competitividade
naturais, respeitando os limites da biosfera
para absorver resíduos e poluição;

- reduzir pobreza em nível mundial, com
                            mundial,
                                                 Partes Interessadas
distribuição equitativa de recursos e
             equitativa
oportunidades;
oportunidades

- alocar eficientemente os recursos para a
     car                                       Desafios
produção de um bem ou serviço, em
relação às preferências individuais e
                        individuais
capacidade de pagamento
                 pagamento.


 Quais são os pontos que se destacam na
   relação da gestão do conhecimento,
       inovação e sustentabilidade?
                                                            Valor
   Claudia Aparecida de Azevedo

                                                              Inovação

                                                              Ética

                                                            Conhecimento
         MBA Gestão Empresarial

        Consultora Organizacional
RESUMO


      A Sociedade do Conhecimento impõe uma competitividade cada vez maior entre
países e empresas, o que os leva a uma necessidade de mudança e reflexão contínuas. É
preciso inovar e adquirir sucessivamente novos conhecimentos organizacionais, para poder
estar sempre apresentando uma postura competitiva.
      O desafio mais crítico que as organizações enfrentam hoje em dia está a gerir a
análise, avaliação e divulgação dos dados, informação e conhecimento para a tomada de
decisões estratégicas. É preciso desenvolver competências para planejar, projetar e avaliar
as iniciativas usando o conhecimento e informação através de um amplo espectro de
ambientes globais, incluindo corporações, governos, instituições educacionais sem fins
lucrativos. Desenvolver uma visão crítica sobre os fatores legais, sociais e culturais que
influenciam a capacidade de uma organização para aproveitar as informações, e aprender a
analisar, gerenciar e resolver problemas, destacando o processo de mudança, recursos
humanos e tecnologia.
      O presente relato procura analisar pontos que se destacam na relação da gestão do
conhecimento, inovação e sustentabilidade.


INTRODUÇÃO




      Na economia industrial, as empresas criavam valor a partir de ativos tangíveis,
mediante a transformação de materias primas em produtos acabados. Atualmente o valor
conábil dos ativos tangívies podem variar e corresponder de 10 a 15% do valor de mercados
das empresas. As oportunidades para a criação de valor estão migrando da gestão de ativos
tangíveis para a gestão de estratégias baseadas no conhecimento, que exploram os ativos
intangíveis da organização: relacionamento com clientes, produtos e serviços inovadores,
tecnologia da informação e banco de dados, além de capacidades, habilidades e motivação
dos empregados.
      Ao mesmo tempo em que a civilização alcançou um altíssimo grau de
desenvolvimento tecnológico, vê-se diante de novos desafios: garantir a disponibilidade de
recursos naturais, respeitando os limites da biosfera para absorver resíduos e poluição;
reduzir pobreza em nível mundial (distribuição equitativa de recursos e oportunidades);
alocar eficientemente os recursos (para a produção de um bem ou serviço, em relação às
preferências individuais e capacidade de pagamento).
Neste contexto, uma questão que nos faz refletir é: embora os indicadores sugiram
que o mundo viaja em uma trajetória insustentável, é possível alterar o curso se tivermos
vontade política para utilizar, no pouco tempo disponível, o conhecimento e a habilidade
tecnológica existentes? Qual o papel do fator de produção       Conhecimento?

      Gestão do Conhecimento sempre foi um tema fechado, discutido entre as paredes
das principais instituições acadêmicas no Brasil e no Exterior. No entanto, a partir da década
de 90, esse tema foi descoberto por gestores de empresas que começaram a observar os
pontos interessantes do tema aplicáveis ao ambiente corporativo e mais recentemente ao
para promover o desenvolvimento sustentável baseado na responsabilidade econômica,
social e ecológica

      .

   1. TERRA, CAPITAL, TRABALHO E CONHECIMENTO


      Enquanto a Era Industrial enxergava o ser humano como uma peça nas engrenagens
que moviam o processo produtivo, a Era do Conhecimento se baseia no homem,
valorizando o sem deixar de vislumbrar a qualidade e otimização dos processos.
      Essa nova Era objetiva transformar o conhecimento da organização e de seus ativos
intangíveis em valor, competitividade e fatia de mercado, acompanhar e analisar as rápidas
mudanças de tecnologia, mercado e competição, formular políticas de desenvolvimento que
criem crescimento sustentável e gerem novas vantagens competitivas, definir regras para
garantir a privacidade e a segurança de cidadãos e organizações, estimular o
desenvolvimento      contínuo   num   ambiente   através   da    aprendizagem,   inovação   e
empreendorismo, e identificar novas oportunidades de investimentos que criem empregos e
empresas intensivos em conhecimento. Sendo esses conhecimentos inesgotáveis e de
fontes renováveis, se constituem num subsídio importante para as empresas, auxiliando a
tomada de decisões estratégicas e criando condições para a viabilização de seus objetivos e
o cumprimento de sua missão corporativa.
      Adicionalmente, estas transformações estão implicando mudanças na organização e
na sua realidade competitiva e estão trazendo impactos internos sobre as pessoas, que se
sentem mais estimuladas à criatividade e ao aprendizado para atingir as metas da empresa.
Logo, devem ser trabalhados fatores estruturais e aspectos cognitivos, motivacionais e
culturais dos empregados e pontos fracos das Eras anteriores como os sistemas autoritários
e paternalistas de gestão, a resistência da média gerência à promoção e difusão de
informações frente ao medo de perda do cargo, poder ou controle, a sabotagem por
empregados ou gerentes, o despreparo das pessoas para o trabalho em equipe, a ausência
de postura pedagógica que promova as bases para integrar os trabalhadores a um novo
modelo de gestão, as dificuldades de expressão e o sentimento de desconfiança e
inferioridade de alguns empregados.
      O Conhecimento objetiva ver a empresa através de novas perspectivas ou dimensões
organizacionais como estratégia, processos de negócios, tecnologia, ambiente e indivíduo.
Torna-se necessário desenvolver um modelo de gestão baseado nessas perspectivas de
conhecimento que identifique as mudanças adequadas aos processos da empresa de forma
a atender a essa nova realidade. Esse modelo deve orientar as organizações a gerir o
conhecimento o qual é um bem completamente diferente dos fatores tradicionais de
produção (terra, capital e trabalho).
      A Era do Conhecimento revolucionou o trabalho, a competição, o mercado e o
pensamento. Por ser o conhecimento uma criação humana, uma organização não consegue
implantar um modelo de gestão do conhecimento se não considerar os indivíduos como os
atores que encenam o papel principal no cenário dos negócios dentro da nova realidade.
      A economia do Conhecimento desloca o eixo da riqueza e do desenvolvimento de
setores industriais tradicionais   intensivos em mão-de-obra, matéria-prima e capital - para
setores cujos produtos, processos e serviços são intensivos em tecnologia e conhecimento.
Mesmo na agricultura e na indústria de bens de consumo e de capital, a competição é cada
vez mais baseada na capacidade de transformar informação em Conhecimento e
Conhecimento em decisões e ações de negócio. O valor dos produtos depende, assim, cada
vez mais, do percentual de inovação, tecnologia e inteligência a eles incorporadas. Se antes
o que gerava riqueza e poder eram os fatores de produção tradicionais        capital, terra e
trabalho   hoje a riqueza mundial advém do Conhecimento.
      Os modelos econômicos baseados nos três fatores tradicionais de produção devem
ser revistos no sentido de incorporar o Conhecimento como fator essencial da produção
econômica.
      As primeiras tentativas de sistematização do Conhecimento vieram da Europa: a
primeira Escola de Engenheiros foi fundada na França em 1747, École des Ponts et
Chaussés, logo seguida pela École Polytechnique, em 1794. Na Alemanha, a primeira
Escola de Agricultura foi fundada em 1770. Simultaneamente, um dos mais importantes
livros da história, a Enciclopédia, foi editado entre 1751 e 1772 por Denis Diderot e Jean
D Alembert. Eles almejavam reunir todas as tecnologias existentes de forma que estas
pudessem ser aprendidas por tecnologistas . Tecnologia é a combinação de téchne
(Conhecimento) com logy (organizado, sistematizado). O termo surgiu, portanto, durante o
século XVIII, a partir do movimento de criação das Escolas e das tentativas de
sistematização do Conhecimento.
      O que estas novas Escolas e a Enciclopédia estavam fazendo era converter
experiência em Conhecimento, gerando receitas de como fazer as coisas, criando
metodologias. A tecnologia modificou, desta forma, o significado do Conhecimento. Ela
levou a téchne mais longe, mostrando que esse Conhecimento específico poderia ser
generalizado em torno de princípios gerais e que isto poderia ser ensinado e aprendido por
outras pessoas. Em suma, a tecnologia possibilitou a aplicação e o uso do Conhecimento.
      Desde Adam Smith que diferentes correntes do pensamento econômico concordam
que os fatores de produção são terra, capital e trabalho. Esta classificação teve um profundo
impacto no processo de desenvolvimento da Economia, enquanto Ciência e marcou o
pensamento de gerações de economistas. Este impacto foi tão grande que mais de
duzentos anos depois, as Faculdades de Economia em todo o mundo continuam adotando
textos que utilizam estes mesmos conceitos, baseados em processos produtivos e
estruturas de classe do século XVIII. Ao se estudar a economia de natureza agrícola
percebe-se que a terra e a mão-de-obra eram os fatores críticos para determinar o sucesso
econômico. Claro que o capital e a tecnologia (o arado, por exemplo) eram importantes, mas
a comunidade agrícola podia subsistir com um mínimo de dinheiro e tecnologia, porém não
sem terra e mão-de-obra. Com a revolução industrial, a tecnologia ganha importância, mas o
capital e o trabalho passam a ser as forças motrizes do desenvolvimento econômico.
      Em resumo, na nova Economia, os modelos econômicos baseados nos três fatores
de produção tradicionais precisam ser revistos no sentido de incorporar o Conhecimento,
não apenas como mais um fator de produção, mas como fator essencial do processo de
produção e geração de riqueza. Os fatores de produção tradicionais não deixarão de existir,
mas poderão ser obtidos com alguma facilidade desde que tenhamos Conhecimento.




   2. CONHECIMENTO E SUSTENTABILIDADE



      Atualmente os temas Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade ganham o
espaço e a atenção, não apenas por parte dos governantes, mas da sociedade. Diante da
eminência de uma grave crise, ocasionada pela prevista alteração do clima e por suas
conseqüências desastrosas      como as já vivenciadas enchentes e secas , a comunidade
internacional, busca formas de amenizar os efeitos da degradação, acertar as contas com a
natureza e garantir o bem-estar das próximas gerações.
      A conscientização a respeito do assunto considera alguns elementos históricos: - a
primeira visão do Meio Ambiente o foco foi na proteção mercantil, - numa visão mais
recente a proteção da natureza e da vida e - na visão contemporânea o foco é a
manutenção da vida pela proteção da natureza.
      Antes de analisarmos esta importante questão e as possíveis conclusões, alguns
pontos do cenário atual ajudam-nos a formar uma consciência a respeito do assunto:
            Os relatórios do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC) da
            Organização das Nações Unidas (ONU), elaborado por cientista de todo o
            mundo, apontam que 90% das alterações ambientais são antropogênicas, ou
            seja, decorrem das atividades humanas. De acordo com estimativas, será
            necessário um grande investimento a fim de reduzir gradualmente as emissões
            de CO2, para impedir um aquecimento global maior que 2°C a 2,4ºC até o final
            do século. Os especialistas ainda não estão de acordo sobre em que medida
            que a atividade humana, o desmatamento e a poluição afetam o clima, mas
            muitos assinalam que a elevação do nível do mar, o rápido degelo das regiões
            glaciais e a violência dos recentes furacões, inundações e secas são
            conseqüências do aquecimento global.
            A quantidade de água disponível no planeta. Apesar de a água potável ser
            essencial para a vida, 40% da população mundial já sofre com sua escassez,
            situação esta, agravada pela desigualdade social. Atualmente, doenças
            relacionadas à escassez de água, como a diarréia, matam muito mais do que a
            AIDS. A produção mundial de alimentos também poderá ser reduzida, pois hoje
            70% do recurso mundial são utilizados para a agricultura.
            Crescente demanda por energia. As taxas de consumo indicam: quanto melhor
            o padrão de vida, maior a demanda por energia. Quase 70% da energia
            consumida no planeta são de materiais fósseis, como carvão mineral, gás
            natural e petróleo, fontes não renováveis que demoram bilhões de anos para
            se formar e, quando usados, liberam grandes quantidades de gás carbônico,
            principal agente do efeito estufa.
            Impacto da destruição da camada de ozômio, a chuva ácida e os desastres
            ambientais.



       2.1. Desenvolvimento Sustentável



      A partir da década de 60, nos países desenvolvidos, países a primeiro sofrerem
problemas de poluição industrial, manifesta-se a organização de uma consciência social e
política em torno dos problemas ambientais. Depois tivemos a Conferência de Estocolmo,
Rio 92, Protocolo de Kyoto, Crédito de Carbono, etc. Contudo, o conceito de
desenvolvimento sustentável é complexo e controvertido quando é aplicado em nosso dia-a-
dia.
        É importante destacar que nos diversos artigos que tratam do tema de
desenvolvimento sustentável e sustentabilidade há um uso indiferenciado ou mesmo uma
passagem abrupta de um conceito para o outro. De forma geral, desenvolvimento
sustentável além de ser um conceito normativo envolve a associação entre componentes
distintos como os aspectos: sociais, econômicos e ecológicos, estando implícita a idéia de
continuidade ou permanência. Surge formalmente com a publicação do relatório da
Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, onde são propostas sacões mais
específicas para a cooperação e o aumento do nível de entendimento e comprometimento
dos países com a questão ambiental.
        O desenvolvimento sustentável está restrito à delimitação da escala do uso dos
recursos naturais pela economia, portanto a manutenção de uma economia sustentável, que
por sua vez depende: do progresso tecnológico para o melhor uso dos recursos naturais e
da substituição do capital produzido pelo capital natural.



        2.2. Comércio Internacional e Meio Ambiente



       O processo de globalização e a abertura do comércio mundial, associados à expansão
das cadeias logísticas e à alteração do ciclo de vida e desenvolvimento de produtos,
impulsionaram o crescimento da economia e do comércio exterior.

       Como o desenvolvimento sustentável se insere neste contexto? No caso do
agronegócio brasileiro um dos principais pontos colocados em questão é o crescimento do
setor aliado à preservação do meio ambiente e também a adequação da carga tributária.

       O fato é que países que praticam e utilizam o apelo da sustentabilidade a seu favor
para desenvolver as relações comerciais criam um diferencial competitivo nas exportações e
no mercado interno, seja para expansão de mercados, como a prevenção contra possíveis
restrições de acesso.

       Para o entendimento do crescente aumento do comércio internacional a teoria das
vantagens comparativas, desenvolvida por David Ricardo no século XIX, partindo de Smith,
assume particular relevância. Ele demonstrou que, com dois produtos e dois países, a troca
internacional vantajosa dependia não das produtividades absolutas, mas das produtividades
relativas da mão-de-obra em cada um deles. Cada país, especializando-se na produção
para a qual tivesse vantagem relativa, aumentaria a produção total dos dois e permitiria a
melhora do consumo.

     Uma conclusão que podemos observar a partir desta teoria é que algum comércio é
melhor do nenhum comércio e analisando a história, que um país que cria intencionalmente
a sua vantagem comparativa se beneficia na repartição do ganho decorrido das trocas dos
bens produzidos.

     É oportuno esclarecer que as expressões comércio exterior e comércio internacional
possuem sutis diferenças: a primeira refere-se à atividade do Estado com relação a seu
comércio externo, regulando, controlando e fazendo política de comércio visando aos fins
nacionais, sejam eles econômicos ou sociais; já segunda refere-se às trocas comerciais
entre as nações que compõem a comunidade mundial e tudo o que for ligado a sua
execução: transporte, pagamento, câmbio, etc.

     São vantagens do comércio internacional: incorporação de novos processos
tecnológicos, estímulo à atração de investimentos externos, ampliação de opções para os
consumidores, ganhos de eficiência econômica, melhoria das relações entre países e
intercâmbio cultural. Desvantagens: vulnerabilidade às indústrias nascentes, geração da
dependência direta dos mercados externos e subordinação às flutuações cambiais dos
países importados. Podemos ainda citar como aspectos negativos: o desemprego, a
exploração de mão de obra e de recursos naturais.

      Contudo, pode ser irrelevante falar de vantagens ou desvantagens deste processo,
uma vez que ele contém ambas as qualidades ao mesmo tempo, de forma obviamente
contraditória. Da mesma forma, não dá para estabelecer relações assimétricas de igualdade
entre desiguais.

      Os países divergem quanto aos seus interesses em função de seu grau de
desenvolvimento,     com     relação       ao   comércio   exterior   adotam   diferentes   regras
(protecionismo,    livre   comércio    e    comércio   regulado),     obedecendo   a   parâmetros
estabelecidos em acordos internacionais (multilaterais, regionais e bilaterais).

     Segundo Martinez (2005) o livre comércio é uma estratégia política dos países
desenvolvidos para impor o modelo neoliberal por ser o que melhor serve aos interesses dos
consórcios transnacionais e a inserção no comércio mundial é um processo de domínio
corporativo.

     Há também quem defenda que para ajudar os países em desenvolvimento a buscarem
um desenvolvimento sustentável é essencial garantir o acesso ao mercado, sendo o livre
comércio o caminho para diminuir as desigualdades sociais.
Em 1994, com a criação do Comitê de Comércio e Meio Ambiente             CTE, é dado
maior ênfase em políticas ambientais na Organização Mundial do Comércio         OMC e em
2001 com a Conferência Ministerial de Doha é reforçado o objetivo de relacionar mercado e
meio ambiente visando ao desenvolvimento sustentável.

     Focando na questão do meio ambiente não podemos ter uma visão simplista em que
as medidas ambientais dificultam o livre comércio e este provoca a degradação ambiental. É
preciso diferenciar medidas de proteção ambiental legítimas, daquelas empregadas com a
finalidade de protecionismo, conforme Procópio (1994): ecoprotecionismo .

     O comércio afeta diretamente o meio ambiente e as medidas ambientais afetam
diretamente o comércio. A melhor forma de discutir a relação comércio e meio ambiente é
em âmbito internacional, pois não adianta um Estado adotar medidas de preservação e outro
não, assim como, a adoção de medidas unilaterais podem significar uma barreira comercial.

     A OMC tem um papel importante nesta relação e deve ampliar a coordenação entre o
comércio e meio ambiente, de forma que assunto evolua conjuntamente na difícil tarefa de
se estabelecer medidas eficazes e que atinjam o interesse dos diversos países. Em relação
ao livre comércio, recomenda-se circunspeção, os países ricos seguem políticas
keynesianas, mas recomendam para os países pobres políticas monetaristas.

     Um dos argumentos utilizados pelos ambientalistas para se opor ao livre-comércio é a
mudança de indústrias ou partes dos processos delas que agridem o meio ambiente de
países desenvolvidos para os países em desenvolvimento, os chamados refúgios de
poluição (pollution heavens) (QUEIROZ, 2010). As restrições ambientais nos países de
origem destas indústrias são rigorosas e aumentam o custo de produção. Então, estas
empresas     se   aproveitam   da   fraca   regulamentação   ambiental   dos   países   em
desenvolvimento e transferem suas plantas para estes locais. Estas empresas enviam seus
produtos a custos bem menores para serem comercializados nos seus países de origem.
Exemplo disto é o caso das madeireiras europeias que, acobertadas por leis ambientais
pouco exigentes nos países em desenvolvimento, exploram florestas sul-americanas e
asiáticas.

     Outras associações importantes relacionadas ao tema comércio/meio ambiente:
políticas de subsídio agrícolas induzindo os agricultores de países em desenvolvimento a
produzir a com o menor custo possível desconsiderando a preservação ambiental; pressão
do consumidor mais consciente e ecolabelling - programa de selos ecológicos e normas
internacionais ambientais que exigem análises do ciclo de vida do produto/impacto
ambiental.
2.3. Contribuição de Especialistas


      Para os especialistas de desenvolvimento sustentável não há uma única solução; é
preciso adotar várias delas. Como algumas da citada abaixo.
            No setor energético, entre as saídas apresentadas pelo IPCC está a utilização
            de fontes de energia renováveis, como a hídrica, biomassa e geotérmica. Entre
            os recursos sugeridos estão as energias solar ou eólica, mas é apontada a
            necessidade    de   mais   pesquisas   e   desenvolvimento    de   mercado   e
            barateamento de custos.
            Segundo a rede Word Wide Found for Nature (WWF), é possível atender à
            demanda energética global de maneira limpa e sustentável. Para isso, as
            nações teriam de adotar severas medidas, consideradas cruciais para o futuro
            da Terra, a partir de agora. E as soluções apontadas se referem à tecnologia e
            fontes de energia sustentáveis já conhecidas e utilizadas atualmente.
            Edifícios ecológicos. O certificado Green Building, conceito criado nos Estados
            Unidos, já aplicado em vários países é um aliado. A partir de várias medidas, a
            construção evita o desperdício e muitas vezes produzem toda a energia
            necessária ao seu funcionamento aproveitando a luz do solar ou o vento.
            As usinas atômicas são um dos pontos mais polêmicos dos debates entre os
            especialistas, alguns consideram que o alto custo de aplicação, as emissões e
            os resíduos radioativas, os riscos de segurança e a proliferação de seus
            impactos são pontos negativos que superam os benefícios dessa tecnologia.
            Os biocombustíveis são uma alternativa, porém não estão totalmente isentos
            em relação a possíveis danos ao meio ambiente. Implicações sociais e
            ambientais que devem ser consideradas em sua produção.
            O desmatamento também é um dos alvos a serem combatidos para a
            preservação da vida no planeta. As árvores cumprem um papel fundamental
            para assegurar biodiversidade, evitar a degradação dos solos e o
            assoreamento de rios, bem como contribuir para minimizar as variações
            climáticas.
            Considerando que 75% do volume de lixo ser fonte de carbono, ou seja,
            passível de ser transformar em dióxido de carbono, a reciclagem cumpre um
            papel importante para diminuir a emissão de CO2.
            Outro setor considerado como estratégico para a redução das emissões de
            gases estufa é o de transporte.
Segundo o Professor Chris Rapley, diretor da agência britânica de pesquisas
             na Antártida, em artigo publicado em 2006, no site da BBC, a solução dos
             problemas ambientais passa pelo combate à superpopulação do planeta.
             Segundo ele o tamanho da população atual da Terra, acima de 6,5 bilhões
             pessoas, já é insustentável e o assunto deveria ser pauta prioritária nos meios
             ambientais.



     2.4. Contribuição do Setor Empresarial e a relação com os Stakholders



      Está se tornando consenso que a responsabilidade pela manutenção do meio
ambiente em padrões aceitáveis também é de competência das empresas. Melhorias nos
processos produtivos e exploração de fontes de energia não-poluentes não só contribuíram
para a salvação do planeta, como acelerariam a economia mundial.
      A utilização de tecnologias ambientais oferece grande potencial para a melhoria do
ambiente ao mesmo tempo em que dinamizam a competitividade das empresas. No entanto,
o desenvolvimento e a generalização deste tipo de tecnologia, cuja utilização causa menos
danos ao ambiente do que as alternativas existentes enfrentam vários obstáculos, tais como:
econômicos, regulamentares, de pesquisa, mercado e disponibilidade de capital.
     Partindo do pressuposto de que o propósito de longo prazo de qualquer organização é
a sobrevivência e o crescimento e que para o alcance de seus objetivos estratégicos é cada
vez mais forte a necessidade de interagir em várias esferas e com vários públicos, a teoria
dos stakeholders se torna uma ferramenta importante a ser considerada dentro de uma
perspectiva de modelo de gestão organizacional, pois ela possibilita uma abordagem mais
abrangente e contemporânea para o tratamento de variados assuntos envolvido na dinâmica
organizacional.
     Como as organizações no exercício da liderança e na análise do desempenho
organizacional enfatizam o atendimento aos requisitos das partes interessadas? Como
administram uma pluralidade de interesses, por vezes contraditórios e conflitantes? Qual o
grau de influência de cada stakeholders? Empresas que administram bem as suas relações
com os stakeholders têm um desempenho melhor do que aquelas que o não fazem? Todas
estas, são questões relevantes para o entendimento de como as relações com os
stakeholders se configuram dentro de um contexto atual de competitividade sistêmica.
     Conforme Argenti e Beck, 2005, toda organização é um sistema de grupos básicos de
stakeholders com os quais ela estabelece e administra relações. Na definição de Jones e
Wicks, 1999, stakeholders são pessoas e/ou grupos que podem afetar e são afetados pelos
resultados estratégicos obtidos e que têm reividincações aplicáveis no tocante ao
desempenho da empresa. Outra definição que também complementa esta análise é da
Fundação Nacional da Qualidade para partes interessadas:            Indivíduo ou grupo de
indivíduos com interesse comum no desempenho da organização e no ambiente em que
opera. A maioria das organizações apresenta as seguintes partes interessadas: clientes;
força de trabalho; acionistas e proprietários; fornecedores; e a sociedade. A quantidade e a
denominação das partes interessadas podem variar em função do perfil da organização .
     Cada grupo de stakeholders tem seus interesses. Os stakeholders mais evidentes são
os acionistas. Os acionistas querem que o retorno sobre seu investimento seja maximizado.
Diferentemente dos acionistas, outro grupo de stakeholders      o de clientes da empresa
prefere que os investidores recebam um retorno mínimo sobre o seu investimento. Os
clientes maximizam a sua participação quando percebem valor no produto/serviço, quando
há melhoria de qualidade sem que haja aumento de preço.
     Entender como um stakeholder pode influenciar uma organização é um conhecimento
crítico para qualquer gerente. Para que os gerentes possam agir estrategicamente e planejar
as ações que a organização deverá seguir é necessário o entendimento de como os outros
irão agir neste ambiente. Assim, dado que as relações organização-stakeholders
apresentam objetivos distintos e acomodam numerosos conflitos de interesses, torna-se
necessário compreender como as empresas formulam processos visando à integração de
stakeholders heterogêneos durante a formação das suas estratégias (ANDRADE, 2001).
     Quando a organização é rentável, obtêm retornos acima da média, o desafio de
administrar eficazmente as relações com os stakeholders é atenuado consideravelmente,
pois ganha flexibilidade e capacidade de satisfazer vários stakeholders ao mesmo tempo.
     Quando falamos de relacionamento com stakeholders, estamos falando de questões
bastante delicadas que envolvem comunicação, política e reputação. Estamos falando, por
exemplo, de leis, direitos, ética, moral, valores, impactos na sociedade e no meio ambiente e
diferenças culturais.
     O engajamento com stakeholders é considerado uma das etapas fundamentais para o
desenvolvimento de diversas ações relacionais e estratégicas na organização. Um dos
exemplos é sua empregabilidade no desenvolvimento de Relatórios de Sustentabilidade
GRI, além de ser um forte aliado na busca de conhecimento compartilhado, inovação em
produtos, serviços e processos, melhor gestão de riscos e ainda, aumento da atratividade da
marca.


   3. INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE



      No mundo empresarial é indispensável estar atento às mudanças, ser flexível,
perceber as inovações tecnológicas e, principalmente, entender que Conhecimento é um
fator estratégico.
       A gestão de negócios com eficácia implica compatibilizar o conhecimento adquirido
com as exigências do mercado. É fundamental que as organizações parem de olhar apenas
para os concorrentes e comecem a pensar em oportunidades alternativas de mercado, em
que suas competências serão úteis, a partir de um diferencial que ela tenha e que seja único
para um determinado grupo de clientes.
       As empresas querem ser produtivas para serem mais lucrativas. E lucratividade e
competitividade são as verdadeiras determinantes da inovação tecnológica e do crescimento
da produtividade. Assim, não podemos nos contentar em gerar novos Conhecimentos, em
fazer apenas a pesquisa pela pesquisa, ou simplesmente em coletar informações e guardá-
las. Sem capacidade de inovar - criar novos produtos e serviços - mas também, de criar
novos mercados, exportar e empreender negócios, nenhuma empresa se tornará líder em
seu setor ou mesmo conseguirá sobreviver nesta economia globalizada.
       A   aceleração   dos    avanços   tecnológicos   gerou   aumentos    substanciais   na
produtividade dos setores e criou condições para o fornecimento de um nível sem
precedentes de produtos e serviços. O resultado é que cada vez mais a oferta é maior do
que a demanda. Isso sugere que o ambiente de negócios tradicional, no qual grande parte
das abordagens sobre estratégia e gestão se desenvolveu              no século XX, está
desaparecendo em ritmo cada vez mais acelerado.

       Há uma percepção mundial em que coloca a inovação como um fator estratégico que
poderá alterar a ordem econômica atual, beneficiando-se disto os países emergentes.
       O processo de gestão do conhecimento pode governar a criação, a disseminação e a
utilização de conhecimento para atingir os objetivos da organização, mellhorar a tomada de
decisão, criar novos conhecimentos e condições para a inovação. Por meio da imaginação
que tecnologias são criadas.


   4. CONCLUSÃO


     A expansão      comercial a partir da      segunda    metade   do     século XIX e a
desregulamentação financeira a partir da 2ª Guerra trouxeram novas complexidades para a
relação entre as nações, sendo crescente interdependência planetária.
     Uma corrente do pensamento econômico sobre a questão ambiental preceitua ser
importante manter o estoque de capital natural constante, pois não é possível a completa
substituição do capital natural pelo capital produzido. O aumento do consumo não
compensará as futuras gerações do aumento da degradação ambiental, ou seja, é
necessário pensar em uma equidade intergeracional.
Outra corrente do pensamento econômico sobre sustentabilidade entende que o capital
natural - são passíveis de substituição e, na medida em que há progresso tecnológico, há
ampliação das possibilidades da reposição deste capital pelo produzido.
    Pela representatividade das empresas na economia mundial, a contribuição do setor
empresarial será fundamental para a preservação ambiental, sendo necessária a parceria
com o setor público. Como por exemplos desta contribuição temos: identificação de
oportunidades comerciais para desenvolver o crescimento sustentável, seja melhorando
seus processos produtivos e explorando fontes de energia não-poluentes, como
incorporando a temática em suas estratégias de internacionalização, incorporação desta
temática em seus core business, em seus processos de governança corporativa, inovação e
open inovation.
    Enfatizar     as   convergências   de   interesses        das   organizações   e   dos
clientes/consumidores/sociedade        buscando    realizar   transações   e   desenvolver
relacionamentos onde todos fiquem satisfeitos é estratégico. Hoje, além disto, as
organizações bem sucedidas já sabem que buscar somente a satisfação de seus clientes
não é suficiente para se alcançar o sucesso. Sabem, portanto, que precisam estabelecer
uma dinâmica de relações que crie valor para todos os seus públicos de relacionamento, e
que devem estabelecer um processo sistemático de engajamento que demonstre a
identidade da empresa nessas relações, visando o fortalecimento e sustentabilidade da sua
estratégia de negócios e a conseqüente geração de valor compartilhado.
    O processo de Gestão do Conhecimento aliado a gestão estratégica dos stakholders
poderá ser um caminho eficaz para tornar o planeta um mundo melhor, com uma economia
viável, uma sociedade mais justa e culturalmente aceita. Além de programas bem
estruturados, desenvolvimento de novas tecnologias e utilização de fontes de energia
limpas, o Conhecimento pode contribuir para o comprometimento de empresas e cidadãos
em avaliar e mudar práticas de produção e hábitos de vida.
Referências Bibliográficas



ALMEIDA, Paulo Roberto. A globalização e o desenvolvimento: vantagens e desvantagens
de um processo indomável. Disponível em:
<http://br.monografias.com/trabalhos/globalizacao-desenvolvimento-vantagens/globalizacao-
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HITT, Michael H.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração Estratégica
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PIRES, Camila Faria Braga. Comércio e Meio ambiente e a Organização Mundial do
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VARELA, Carmen Augusta. Maus samaritanos: o mito do livre-comércio e a história secreta
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<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-31572009000100009&script=sci_arttext>.
Acesso em: 17 jul. 2010
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GCIS:40

  • 1. Ao mesmo tempo em que a civilização Mudanças alcançou um altíssimo grau de desenvolvimento tecnológico, vê se diante vê-se de novos desafios: - garantir a disponibilidade de recursos Competitividade naturais, respeitando os limites da biosfera para absorver resíduos e poluição; - reduzir pobreza em nível mundial, com mundial, Partes Interessadas distribuição equitativa de recursos e equitativa oportunidades; oportunidades - alocar eficientemente os recursos para a car Desafios produção de um bem ou serviço, em relação às preferências individuais e individuais capacidade de pagamento pagamento. Quais são os pontos que se destacam na relação da gestão do conhecimento, inovação e sustentabilidade? Valor Claudia Aparecida de Azevedo Inovação Ética Conhecimento MBA Gestão Empresarial Consultora Organizacional
  • 2. RESUMO A Sociedade do Conhecimento impõe uma competitividade cada vez maior entre países e empresas, o que os leva a uma necessidade de mudança e reflexão contínuas. É preciso inovar e adquirir sucessivamente novos conhecimentos organizacionais, para poder estar sempre apresentando uma postura competitiva. O desafio mais crítico que as organizações enfrentam hoje em dia está a gerir a análise, avaliação e divulgação dos dados, informação e conhecimento para a tomada de decisões estratégicas. É preciso desenvolver competências para planejar, projetar e avaliar as iniciativas usando o conhecimento e informação através de um amplo espectro de ambientes globais, incluindo corporações, governos, instituições educacionais sem fins lucrativos. Desenvolver uma visão crítica sobre os fatores legais, sociais e culturais que influenciam a capacidade de uma organização para aproveitar as informações, e aprender a analisar, gerenciar e resolver problemas, destacando o processo de mudança, recursos humanos e tecnologia. O presente relato procura analisar pontos que se destacam na relação da gestão do conhecimento, inovação e sustentabilidade. INTRODUÇÃO Na economia industrial, as empresas criavam valor a partir de ativos tangíveis, mediante a transformação de materias primas em produtos acabados. Atualmente o valor conábil dos ativos tangívies podem variar e corresponder de 10 a 15% do valor de mercados das empresas. As oportunidades para a criação de valor estão migrando da gestão de ativos tangíveis para a gestão de estratégias baseadas no conhecimento, que exploram os ativos intangíveis da organização: relacionamento com clientes, produtos e serviços inovadores, tecnologia da informação e banco de dados, além de capacidades, habilidades e motivação dos empregados. Ao mesmo tempo em que a civilização alcançou um altíssimo grau de desenvolvimento tecnológico, vê-se diante de novos desafios: garantir a disponibilidade de recursos naturais, respeitando os limites da biosfera para absorver resíduos e poluição; reduzir pobreza em nível mundial (distribuição equitativa de recursos e oportunidades); alocar eficientemente os recursos (para a produção de um bem ou serviço, em relação às preferências individuais e capacidade de pagamento).
  • 3. Neste contexto, uma questão que nos faz refletir é: embora os indicadores sugiram que o mundo viaja em uma trajetória insustentável, é possível alterar o curso se tivermos vontade política para utilizar, no pouco tempo disponível, o conhecimento e a habilidade tecnológica existentes? Qual o papel do fator de produção Conhecimento? Gestão do Conhecimento sempre foi um tema fechado, discutido entre as paredes das principais instituições acadêmicas no Brasil e no Exterior. No entanto, a partir da década de 90, esse tema foi descoberto por gestores de empresas que começaram a observar os pontos interessantes do tema aplicáveis ao ambiente corporativo e mais recentemente ao para promover o desenvolvimento sustentável baseado na responsabilidade econômica, social e ecológica . 1. TERRA, CAPITAL, TRABALHO E CONHECIMENTO Enquanto a Era Industrial enxergava o ser humano como uma peça nas engrenagens que moviam o processo produtivo, a Era do Conhecimento se baseia no homem, valorizando o sem deixar de vislumbrar a qualidade e otimização dos processos. Essa nova Era objetiva transformar o conhecimento da organização e de seus ativos intangíveis em valor, competitividade e fatia de mercado, acompanhar e analisar as rápidas mudanças de tecnologia, mercado e competição, formular políticas de desenvolvimento que criem crescimento sustentável e gerem novas vantagens competitivas, definir regras para garantir a privacidade e a segurança de cidadãos e organizações, estimular o desenvolvimento contínuo num ambiente através da aprendizagem, inovação e empreendorismo, e identificar novas oportunidades de investimentos que criem empregos e empresas intensivos em conhecimento. Sendo esses conhecimentos inesgotáveis e de fontes renováveis, se constituem num subsídio importante para as empresas, auxiliando a tomada de decisões estratégicas e criando condições para a viabilização de seus objetivos e o cumprimento de sua missão corporativa. Adicionalmente, estas transformações estão implicando mudanças na organização e na sua realidade competitiva e estão trazendo impactos internos sobre as pessoas, que se sentem mais estimuladas à criatividade e ao aprendizado para atingir as metas da empresa. Logo, devem ser trabalhados fatores estruturais e aspectos cognitivos, motivacionais e culturais dos empregados e pontos fracos das Eras anteriores como os sistemas autoritários e paternalistas de gestão, a resistência da média gerência à promoção e difusão de
  • 4. informações frente ao medo de perda do cargo, poder ou controle, a sabotagem por empregados ou gerentes, o despreparo das pessoas para o trabalho em equipe, a ausência de postura pedagógica que promova as bases para integrar os trabalhadores a um novo modelo de gestão, as dificuldades de expressão e o sentimento de desconfiança e inferioridade de alguns empregados. O Conhecimento objetiva ver a empresa através de novas perspectivas ou dimensões organizacionais como estratégia, processos de negócios, tecnologia, ambiente e indivíduo. Torna-se necessário desenvolver um modelo de gestão baseado nessas perspectivas de conhecimento que identifique as mudanças adequadas aos processos da empresa de forma a atender a essa nova realidade. Esse modelo deve orientar as organizações a gerir o conhecimento o qual é um bem completamente diferente dos fatores tradicionais de produção (terra, capital e trabalho). A Era do Conhecimento revolucionou o trabalho, a competição, o mercado e o pensamento. Por ser o conhecimento uma criação humana, uma organização não consegue implantar um modelo de gestão do conhecimento se não considerar os indivíduos como os atores que encenam o papel principal no cenário dos negócios dentro da nova realidade. A economia do Conhecimento desloca o eixo da riqueza e do desenvolvimento de setores industriais tradicionais intensivos em mão-de-obra, matéria-prima e capital - para setores cujos produtos, processos e serviços são intensivos em tecnologia e conhecimento. Mesmo na agricultura e na indústria de bens de consumo e de capital, a competição é cada vez mais baseada na capacidade de transformar informação em Conhecimento e Conhecimento em decisões e ações de negócio. O valor dos produtos depende, assim, cada vez mais, do percentual de inovação, tecnologia e inteligência a eles incorporadas. Se antes o que gerava riqueza e poder eram os fatores de produção tradicionais capital, terra e trabalho hoje a riqueza mundial advém do Conhecimento. Os modelos econômicos baseados nos três fatores tradicionais de produção devem ser revistos no sentido de incorporar o Conhecimento como fator essencial da produção econômica. As primeiras tentativas de sistematização do Conhecimento vieram da Europa: a primeira Escola de Engenheiros foi fundada na França em 1747, École des Ponts et Chaussés, logo seguida pela École Polytechnique, em 1794. Na Alemanha, a primeira Escola de Agricultura foi fundada em 1770. Simultaneamente, um dos mais importantes livros da história, a Enciclopédia, foi editado entre 1751 e 1772 por Denis Diderot e Jean D Alembert. Eles almejavam reunir todas as tecnologias existentes de forma que estas pudessem ser aprendidas por tecnologistas . Tecnologia é a combinação de téchne (Conhecimento) com logy (organizado, sistematizado). O termo surgiu, portanto, durante o
  • 5. século XVIII, a partir do movimento de criação das Escolas e das tentativas de sistematização do Conhecimento. O que estas novas Escolas e a Enciclopédia estavam fazendo era converter experiência em Conhecimento, gerando receitas de como fazer as coisas, criando metodologias. A tecnologia modificou, desta forma, o significado do Conhecimento. Ela levou a téchne mais longe, mostrando que esse Conhecimento específico poderia ser generalizado em torno de princípios gerais e que isto poderia ser ensinado e aprendido por outras pessoas. Em suma, a tecnologia possibilitou a aplicação e o uso do Conhecimento. Desde Adam Smith que diferentes correntes do pensamento econômico concordam que os fatores de produção são terra, capital e trabalho. Esta classificação teve um profundo impacto no processo de desenvolvimento da Economia, enquanto Ciência e marcou o pensamento de gerações de economistas. Este impacto foi tão grande que mais de duzentos anos depois, as Faculdades de Economia em todo o mundo continuam adotando textos que utilizam estes mesmos conceitos, baseados em processos produtivos e estruturas de classe do século XVIII. Ao se estudar a economia de natureza agrícola percebe-se que a terra e a mão-de-obra eram os fatores críticos para determinar o sucesso econômico. Claro que o capital e a tecnologia (o arado, por exemplo) eram importantes, mas a comunidade agrícola podia subsistir com um mínimo de dinheiro e tecnologia, porém não sem terra e mão-de-obra. Com a revolução industrial, a tecnologia ganha importância, mas o capital e o trabalho passam a ser as forças motrizes do desenvolvimento econômico. Em resumo, na nova Economia, os modelos econômicos baseados nos três fatores de produção tradicionais precisam ser revistos no sentido de incorporar o Conhecimento, não apenas como mais um fator de produção, mas como fator essencial do processo de produção e geração de riqueza. Os fatores de produção tradicionais não deixarão de existir, mas poderão ser obtidos com alguma facilidade desde que tenhamos Conhecimento. 2. CONHECIMENTO E SUSTENTABILIDADE Atualmente os temas Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade ganham o espaço e a atenção, não apenas por parte dos governantes, mas da sociedade. Diante da eminência de uma grave crise, ocasionada pela prevista alteração do clima e por suas conseqüências desastrosas como as já vivenciadas enchentes e secas , a comunidade internacional, busca formas de amenizar os efeitos da degradação, acertar as contas com a natureza e garantir o bem-estar das próximas gerações. A conscientização a respeito do assunto considera alguns elementos históricos: - a
  • 6. primeira visão do Meio Ambiente o foco foi na proteção mercantil, - numa visão mais recente a proteção da natureza e da vida e - na visão contemporânea o foco é a manutenção da vida pela proteção da natureza. Antes de analisarmos esta importante questão e as possíveis conclusões, alguns pontos do cenário atual ajudam-nos a formar uma consciência a respeito do assunto: Os relatórios do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), elaborado por cientista de todo o mundo, apontam que 90% das alterações ambientais são antropogênicas, ou seja, decorrem das atividades humanas. De acordo com estimativas, será necessário um grande investimento a fim de reduzir gradualmente as emissões de CO2, para impedir um aquecimento global maior que 2°C a 2,4ºC até o final do século. Os especialistas ainda não estão de acordo sobre em que medida que a atividade humana, o desmatamento e a poluição afetam o clima, mas muitos assinalam que a elevação do nível do mar, o rápido degelo das regiões glaciais e a violência dos recentes furacões, inundações e secas são conseqüências do aquecimento global. A quantidade de água disponível no planeta. Apesar de a água potável ser essencial para a vida, 40% da população mundial já sofre com sua escassez, situação esta, agravada pela desigualdade social. Atualmente, doenças relacionadas à escassez de água, como a diarréia, matam muito mais do que a AIDS. A produção mundial de alimentos também poderá ser reduzida, pois hoje 70% do recurso mundial são utilizados para a agricultura. Crescente demanda por energia. As taxas de consumo indicam: quanto melhor o padrão de vida, maior a demanda por energia. Quase 70% da energia consumida no planeta são de materiais fósseis, como carvão mineral, gás natural e petróleo, fontes não renováveis que demoram bilhões de anos para se formar e, quando usados, liberam grandes quantidades de gás carbônico, principal agente do efeito estufa. Impacto da destruição da camada de ozômio, a chuva ácida e os desastres ambientais. 2.1. Desenvolvimento Sustentável A partir da década de 60, nos países desenvolvidos, países a primeiro sofrerem problemas de poluição industrial, manifesta-se a organização de uma consciência social e política em torno dos problemas ambientais. Depois tivemos a Conferência de Estocolmo,
  • 7. Rio 92, Protocolo de Kyoto, Crédito de Carbono, etc. Contudo, o conceito de desenvolvimento sustentável é complexo e controvertido quando é aplicado em nosso dia-a- dia. É importante destacar que nos diversos artigos que tratam do tema de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade há um uso indiferenciado ou mesmo uma passagem abrupta de um conceito para o outro. De forma geral, desenvolvimento sustentável além de ser um conceito normativo envolve a associação entre componentes distintos como os aspectos: sociais, econômicos e ecológicos, estando implícita a idéia de continuidade ou permanência. Surge formalmente com a publicação do relatório da Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, onde são propostas sacões mais específicas para a cooperação e o aumento do nível de entendimento e comprometimento dos países com a questão ambiental. O desenvolvimento sustentável está restrito à delimitação da escala do uso dos recursos naturais pela economia, portanto a manutenção de uma economia sustentável, que por sua vez depende: do progresso tecnológico para o melhor uso dos recursos naturais e da substituição do capital produzido pelo capital natural. 2.2. Comércio Internacional e Meio Ambiente O processo de globalização e a abertura do comércio mundial, associados à expansão das cadeias logísticas e à alteração do ciclo de vida e desenvolvimento de produtos, impulsionaram o crescimento da economia e do comércio exterior. Como o desenvolvimento sustentável se insere neste contexto? No caso do agronegócio brasileiro um dos principais pontos colocados em questão é o crescimento do setor aliado à preservação do meio ambiente e também a adequação da carga tributária. O fato é que países que praticam e utilizam o apelo da sustentabilidade a seu favor para desenvolver as relações comerciais criam um diferencial competitivo nas exportações e no mercado interno, seja para expansão de mercados, como a prevenção contra possíveis restrições de acesso. Para o entendimento do crescente aumento do comércio internacional a teoria das vantagens comparativas, desenvolvida por David Ricardo no século XIX, partindo de Smith, assume particular relevância. Ele demonstrou que, com dois produtos e dois países, a troca internacional vantajosa dependia não das produtividades absolutas, mas das produtividades relativas da mão-de-obra em cada um deles. Cada país, especializando-se na produção
  • 8. para a qual tivesse vantagem relativa, aumentaria a produção total dos dois e permitiria a melhora do consumo. Uma conclusão que podemos observar a partir desta teoria é que algum comércio é melhor do nenhum comércio e analisando a história, que um país que cria intencionalmente a sua vantagem comparativa se beneficia na repartição do ganho decorrido das trocas dos bens produzidos. É oportuno esclarecer que as expressões comércio exterior e comércio internacional possuem sutis diferenças: a primeira refere-se à atividade do Estado com relação a seu comércio externo, regulando, controlando e fazendo política de comércio visando aos fins nacionais, sejam eles econômicos ou sociais; já segunda refere-se às trocas comerciais entre as nações que compõem a comunidade mundial e tudo o que for ligado a sua execução: transporte, pagamento, câmbio, etc. São vantagens do comércio internacional: incorporação de novos processos tecnológicos, estímulo à atração de investimentos externos, ampliação de opções para os consumidores, ganhos de eficiência econômica, melhoria das relações entre países e intercâmbio cultural. Desvantagens: vulnerabilidade às indústrias nascentes, geração da dependência direta dos mercados externos e subordinação às flutuações cambiais dos países importados. Podemos ainda citar como aspectos negativos: o desemprego, a exploração de mão de obra e de recursos naturais. Contudo, pode ser irrelevante falar de vantagens ou desvantagens deste processo, uma vez que ele contém ambas as qualidades ao mesmo tempo, de forma obviamente contraditória. Da mesma forma, não dá para estabelecer relações assimétricas de igualdade entre desiguais. Os países divergem quanto aos seus interesses em função de seu grau de desenvolvimento, com relação ao comércio exterior adotam diferentes regras (protecionismo, livre comércio e comércio regulado), obedecendo a parâmetros estabelecidos em acordos internacionais (multilaterais, regionais e bilaterais). Segundo Martinez (2005) o livre comércio é uma estratégia política dos países desenvolvidos para impor o modelo neoliberal por ser o que melhor serve aos interesses dos consórcios transnacionais e a inserção no comércio mundial é um processo de domínio corporativo. Há também quem defenda que para ajudar os países em desenvolvimento a buscarem um desenvolvimento sustentável é essencial garantir o acesso ao mercado, sendo o livre comércio o caminho para diminuir as desigualdades sociais.
  • 9. Em 1994, com a criação do Comitê de Comércio e Meio Ambiente CTE, é dado maior ênfase em políticas ambientais na Organização Mundial do Comércio OMC e em 2001 com a Conferência Ministerial de Doha é reforçado o objetivo de relacionar mercado e meio ambiente visando ao desenvolvimento sustentável. Focando na questão do meio ambiente não podemos ter uma visão simplista em que as medidas ambientais dificultam o livre comércio e este provoca a degradação ambiental. É preciso diferenciar medidas de proteção ambiental legítimas, daquelas empregadas com a finalidade de protecionismo, conforme Procópio (1994): ecoprotecionismo . O comércio afeta diretamente o meio ambiente e as medidas ambientais afetam diretamente o comércio. A melhor forma de discutir a relação comércio e meio ambiente é em âmbito internacional, pois não adianta um Estado adotar medidas de preservação e outro não, assim como, a adoção de medidas unilaterais podem significar uma barreira comercial. A OMC tem um papel importante nesta relação e deve ampliar a coordenação entre o comércio e meio ambiente, de forma que assunto evolua conjuntamente na difícil tarefa de se estabelecer medidas eficazes e que atinjam o interesse dos diversos países. Em relação ao livre comércio, recomenda-se circunspeção, os países ricos seguem políticas keynesianas, mas recomendam para os países pobres políticas monetaristas. Um dos argumentos utilizados pelos ambientalistas para se opor ao livre-comércio é a mudança de indústrias ou partes dos processos delas que agridem o meio ambiente de países desenvolvidos para os países em desenvolvimento, os chamados refúgios de poluição (pollution heavens) (QUEIROZ, 2010). As restrições ambientais nos países de origem destas indústrias são rigorosas e aumentam o custo de produção. Então, estas empresas se aproveitam da fraca regulamentação ambiental dos países em desenvolvimento e transferem suas plantas para estes locais. Estas empresas enviam seus produtos a custos bem menores para serem comercializados nos seus países de origem. Exemplo disto é o caso das madeireiras europeias que, acobertadas por leis ambientais pouco exigentes nos países em desenvolvimento, exploram florestas sul-americanas e asiáticas. Outras associações importantes relacionadas ao tema comércio/meio ambiente: políticas de subsídio agrícolas induzindo os agricultores de países em desenvolvimento a produzir a com o menor custo possível desconsiderando a preservação ambiental; pressão do consumidor mais consciente e ecolabelling - programa de selos ecológicos e normas internacionais ambientais que exigem análises do ciclo de vida do produto/impacto ambiental.
  • 10. 2.3. Contribuição de Especialistas Para os especialistas de desenvolvimento sustentável não há uma única solução; é preciso adotar várias delas. Como algumas da citada abaixo. No setor energético, entre as saídas apresentadas pelo IPCC está a utilização de fontes de energia renováveis, como a hídrica, biomassa e geotérmica. Entre os recursos sugeridos estão as energias solar ou eólica, mas é apontada a necessidade de mais pesquisas e desenvolvimento de mercado e barateamento de custos. Segundo a rede Word Wide Found for Nature (WWF), é possível atender à demanda energética global de maneira limpa e sustentável. Para isso, as nações teriam de adotar severas medidas, consideradas cruciais para o futuro da Terra, a partir de agora. E as soluções apontadas se referem à tecnologia e fontes de energia sustentáveis já conhecidas e utilizadas atualmente. Edifícios ecológicos. O certificado Green Building, conceito criado nos Estados Unidos, já aplicado em vários países é um aliado. A partir de várias medidas, a construção evita o desperdício e muitas vezes produzem toda a energia necessária ao seu funcionamento aproveitando a luz do solar ou o vento. As usinas atômicas são um dos pontos mais polêmicos dos debates entre os especialistas, alguns consideram que o alto custo de aplicação, as emissões e os resíduos radioativas, os riscos de segurança e a proliferação de seus impactos são pontos negativos que superam os benefícios dessa tecnologia. Os biocombustíveis são uma alternativa, porém não estão totalmente isentos em relação a possíveis danos ao meio ambiente. Implicações sociais e ambientais que devem ser consideradas em sua produção. O desmatamento também é um dos alvos a serem combatidos para a preservação da vida no planeta. As árvores cumprem um papel fundamental para assegurar biodiversidade, evitar a degradação dos solos e o assoreamento de rios, bem como contribuir para minimizar as variações climáticas. Considerando que 75% do volume de lixo ser fonte de carbono, ou seja, passível de ser transformar em dióxido de carbono, a reciclagem cumpre um papel importante para diminuir a emissão de CO2. Outro setor considerado como estratégico para a redução das emissões de gases estufa é o de transporte.
  • 11. Segundo o Professor Chris Rapley, diretor da agência britânica de pesquisas na Antártida, em artigo publicado em 2006, no site da BBC, a solução dos problemas ambientais passa pelo combate à superpopulação do planeta. Segundo ele o tamanho da população atual da Terra, acima de 6,5 bilhões pessoas, já é insustentável e o assunto deveria ser pauta prioritária nos meios ambientais. 2.4. Contribuição do Setor Empresarial e a relação com os Stakholders Está se tornando consenso que a responsabilidade pela manutenção do meio ambiente em padrões aceitáveis também é de competência das empresas. Melhorias nos processos produtivos e exploração de fontes de energia não-poluentes não só contribuíram para a salvação do planeta, como acelerariam a economia mundial. A utilização de tecnologias ambientais oferece grande potencial para a melhoria do ambiente ao mesmo tempo em que dinamizam a competitividade das empresas. No entanto, o desenvolvimento e a generalização deste tipo de tecnologia, cuja utilização causa menos danos ao ambiente do que as alternativas existentes enfrentam vários obstáculos, tais como: econômicos, regulamentares, de pesquisa, mercado e disponibilidade de capital. Partindo do pressuposto de que o propósito de longo prazo de qualquer organização é a sobrevivência e o crescimento e que para o alcance de seus objetivos estratégicos é cada vez mais forte a necessidade de interagir em várias esferas e com vários públicos, a teoria dos stakeholders se torna uma ferramenta importante a ser considerada dentro de uma perspectiva de modelo de gestão organizacional, pois ela possibilita uma abordagem mais abrangente e contemporânea para o tratamento de variados assuntos envolvido na dinâmica organizacional. Como as organizações no exercício da liderança e na análise do desempenho organizacional enfatizam o atendimento aos requisitos das partes interessadas? Como administram uma pluralidade de interesses, por vezes contraditórios e conflitantes? Qual o grau de influência de cada stakeholders? Empresas que administram bem as suas relações com os stakeholders têm um desempenho melhor do que aquelas que o não fazem? Todas estas, são questões relevantes para o entendimento de como as relações com os stakeholders se configuram dentro de um contexto atual de competitividade sistêmica. Conforme Argenti e Beck, 2005, toda organização é um sistema de grupos básicos de stakeholders com os quais ela estabelece e administra relações. Na definição de Jones e Wicks, 1999, stakeholders são pessoas e/ou grupos que podem afetar e são afetados pelos resultados estratégicos obtidos e que têm reividincações aplicáveis no tocante ao
  • 12. desempenho da empresa. Outra definição que também complementa esta análise é da Fundação Nacional da Qualidade para partes interessadas: Indivíduo ou grupo de indivíduos com interesse comum no desempenho da organização e no ambiente em que opera. A maioria das organizações apresenta as seguintes partes interessadas: clientes; força de trabalho; acionistas e proprietários; fornecedores; e a sociedade. A quantidade e a denominação das partes interessadas podem variar em função do perfil da organização . Cada grupo de stakeholders tem seus interesses. Os stakeholders mais evidentes são os acionistas. Os acionistas querem que o retorno sobre seu investimento seja maximizado. Diferentemente dos acionistas, outro grupo de stakeholders o de clientes da empresa prefere que os investidores recebam um retorno mínimo sobre o seu investimento. Os clientes maximizam a sua participação quando percebem valor no produto/serviço, quando há melhoria de qualidade sem que haja aumento de preço. Entender como um stakeholder pode influenciar uma organização é um conhecimento crítico para qualquer gerente. Para que os gerentes possam agir estrategicamente e planejar as ações que a organização deverá seguir é necessário o entendimento de como os outros irão agir neste ambiente. Assim, dado que as relações organização-stakeholders apresentam objetivos distintos e acomodam numerosos conflitos de interesses, torna-se necessário compreender como as empresas formulam processos visando à integração de stakeholders heterogêneos durante a formação das suas estratégias (ANDRADE, 2001). Quando a organização é rentável, obtêm retornos acima da média, o desafio de administrar eficazmente as relações com os stakeholders é atenuado consideravelmente, pois ganha flexibilidade e capacidade de satisfazer vários stakeholders ao mesmo tempo. Quando falamos de relacionamento com stakeholders, estamos falando de questões bastante delicadas que envolvem comunicação, política e reputação. Estamos falando, por exemplo, de leis, direitos, ética, moral, valores, impactos na sociedade e no meio ambiente e diferenças culturais. O engajamento com stakeholders é considerado uma das etapas fundamentais para o desenvolvimento de diversas ações relacionais e estratégicas na organização. Um dos exemplos é sua empregabilidade no desenvolvimento de Relatórios de Sustentabilidade GRI, além de ser um forte aliado na busca de conhecimento compartilhado, inovação em produtos, serviços e processos, melhor gestão de riscos e ainda, aumento da atratividade da marca. 3. INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE No mundo empresarial é indispensável estar atento às mudanças, ser flexível,
  • 13. perceber as inovações tecnológicas e, principalmente, entender que Conhecimento é um fator estratégico. A gestão de negócios com eficácia implica compatibilizar o conhecimento adquirido com as exigências do mercado. É fundamental que as organizações parem de olhar apenas para os concorrentes e comecem a pensar em oportunidades alternativas de mercado, em que suas competências serão úteis, a partir de um diferencial que ela tenha e que seja único para um determinado grupo de clientes. As empresas querem ser produtivas para serem mais lucrativas. E lucratividade e competitividade são as verdadeiras determinantes da inovação tecnológica e do crescimento da produtividade. Assim, não podemos nos contentar em gerar novos Conhecimentos, em fazer apenas a pesquisa pela pesquisa, ou simplesmente em coletar informações e guardá- las. Sem capacidade de inovar - criar novos produtos e serviços - mas também, de criar novos mercados, exportar e empreender negócios, nenhuma empresa se tornará líder em seu setor ou mesmo conseguirá sobreviver nesta economia globalizada. A aceleração dos avanços tecnológicos gerou aumentos substanciais na produtividade dos setores e criou condições para o fornecimento de um nível sem precedentes de produtos e serviços. O resultado é que cada vez mais a oferta é maior do que a demanda. Isso sugere que o ambiente de negócios tradicional, no qual grande parte das abordagens sobre estratégia e gestão se desenvolveu no século XX, está desaparecendo em ritmo cada vez mais acelerado. Há uma percepção mundial em que coloca a inovação como um fator estratégico que poderá alterar a ordem econômica atual, beneficiando-se disto os países emergentes. O processo de gestão do conhecimento pode governar a criação, a disseminação e a utilização de conhecimento para atingir os objetivos da organização, mellhorar a tomada de decisão, criar novos conhecimentos e condições para a inovação. Por meio da imaginação que tecnologias são criadas. 4. CONCLUSÃO A expansão comercial a partir da segunda metade do século XIX e a desregulamentação financeira a partir da 2ª Guerra trouxeram novas complexidades para a relação entre as nações, sendo crescente interdependência planetária. Uma corrente do pensamento econômico sobre a questão ambiental preceitua ser importante manter o estoque de capital natural constante, pois não é possível a completa substituição do capital natural pelo capital produzido. O aumento do consumo não compensará as futuras gerações do aumento da degradação ambiental, ou seja, é necessário pensar em uma equidade intergeracional.
  • 14. Outra corrente do pensamento econômico sobre sustentabilidade entende que o capital natural - são passíveis de substituição e, na medida em que há progresso tecnológico, há ampliação das possibilidades da reposição deste capital pelo produzido. Pela representatividade das empresas na economia mundial, a contribuição do setor empresarial será fundamental para a preservação ambiental, sendo necessária a parceria com o setor público. Como por exemplos desta contribuição temos: identificação de oportunidades comerciais para desenvolver o crescimento sustentável, seja melhorando seus processos produtivos e explorando fontes de energia não-poluentes, como incorporando a temática em suas estratégias de internacionalização, incorporação desta temática em seus core business, em seus processos de governança corporativa, inovação e open inovation. Enfatizar as convergências de interesses das organizações e dos clientes/consumidores/sociedade buscando realizar transações e desenvolver relacionamentos onde todos fiquem satisfeitos é estratégico. Hoje, além disto, as organizações bem sucedidas já sabem que buscar somente a satisfação de seus clientes não é suficiente para se alcançar o sucesso. Sabem, portanto, que precisam estabelecer uma dinâmica de relações que crie valor para todos os seus públicos de relacionamento, e que devem estabelecer um processo sistemático de engajamento que demonstre a identidade da empresa nessas relações, visando o fortalecimento e sustentabilidade da sua estratégia de negócios e a conseqüente geração de valor compartilhado. O processo de Gestão do Conhecimento aliado a gestão estratégica dos stakholders poderá ser um caminho eficaz para tornar o planeta um mundo melhor, com uma economia viável, uma sociedade mais justa e culturalmente aceita. Além de programas bem estruturados, desenvolvimento de novas tecnologias e utilização de fontes de energia limpas, o Conhecimento pode contribuir para o comprometimento de empresas e cidadãos em avaliar e mudar práticas de produção e hábitos de vida.
  • 15. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Paulo Roberto. A globalização e o desenvolvimento: vantagens e desvantagens de um processo indomável. Disponível em: <http://br.monografias.com/trabalhos/globalizacao-desenvolvimento-vantagens/globalizacao- desenvolvimento-vantagens.shtml>. Acesso em 27 Jul. 2010. BLACK, Richard. Atual crescimento da população é insustentável. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/story/2006/01/060106_populacaomundoebc.shtml >. Acesso em: 31 jan. 2006. Daly, H. E. & K. N. Townsend (eds.) (1993). Valuing the Earth: Economics, Ecology, Ethics. Cambrigde, Massachusetts, The MIT Press. CASTRO, Diego; CASTILHO, Selene; BURNQUIST, Heloísa. O comércio e meio ambiente as diversas faces desse binômio. Disponível em: <http://cepea.esalq.usp.br/pdf/comercio_e_meio_amb.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2010. FONTES FILHO, Joaquim Rubens; MARTINS, Humberto Falcão. Foco em quem? identificando stakeholders para formulação da missão organizacional. FGV Online, 2007. Hediger, W. (2000) Sustainable Development and social welfare. Ecological Economics e Romeiro, A.R. HITT, Michael H.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração Estratégica Tradução da 7º edição. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. KALINOVSKI, Uelson. A Natureza a Favor do Campo. Rev. Adm. Ano 33 nº. 288 São Paulo. Disponível em: <http://www.crasp.com.br/rap/288/288.pdf>. Acesso em 28 jul. 2010. KARPOUZAS, Ana; SANTOS, Jéferson Weber dos. Stakeholders - identificando para quem e como atingir os objetivos organizacionais. In:______. O processo de formação de estratégias de uma organização do terceiro setor: análise da influência dos stakeholders a partir de um estudo de caso. Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2008. MARTÍNEZ, Osvaldo. O livre comércio: raposa livre entre galinhas livres. Cuba Socialista, Havana, maio 2005. Disponível em: <http://www.grupopraxis.org/debates/050628_livre_comercio.htm>. Acesso em: 06 dez. 2005. PIRES, Camila Faria Braga. Comércio e Meio ambiente e a Organização Mundial do Comércio. Disponível em: <http://www.cedin.com.br/revistaeletronica/artigos/COM%C9RCIO%20E%20MEIO%20AMBI ENTE%20E%20A%20ORGANIZA%C7%C3O%20MUNDIAL%20DO%20COM%C9RCIO%2 0Camila%20Pires.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2010 QUEIROZ, Fábio Albergaria de. Meio ambiente e comércio internacional: Relação sustentável ou opostos inconciliáveis? Argumentos ambientalistas e pró-comércio do debate. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102- 85292009000200002&script=sci_arttext>. Acesso em: 30 jul. 2010.
  • 16. Serôa Da Motta, R. (1997) A Questão Econômica da Questão Ambiental. In S. SHIGI, J.F. SILVA & A. A. C. ORTEGA. Agricultura, Meio Ambiente e Sustentabilidade do Cerrado Brasileiro. UNIÃO EUROPÉIA. Plano de ação da União Européia para incentivar as tecnologias ambientais e promover a inovação, o crescimento e o desenvolvimento sustentável. [S.l.: s.n.]. VARELA, Carmen Augusta. Maus samaritanos: o mito do livre-comércio e a história secreta do capitalismo. Rev. Econ. Polit. vol.29 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-31572009000100009&script=sci_arttext>. Acesso em: 17 jul. 2010
  • 17. This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.