O psiquiatra Leonardo Maranhão atende mais de 400 crianças com autismo, nas cidades de São Paulo, Mogi das Cruzes e região.
Na tarde de ontem, ele participou da XX Jornada Odontológica Científica Acadêmica - JOCA 2015, na FOUNIP - Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista- São Paulo.
Maranhão participou do “II Simpósio de Atendimento aos Pacientes com Necessidades Especiais”. O psiquiatra explicou quais as dificuldades do diagnóstico e opções de tratamentos. “Agradeço à FOUNIP pela oportunidade. É sempre muito importante discutir os caminhos de tratamentos que visem dar mais qualidade de vida a quem enfrenta uma doença psiquiátrica. Foi importante destacar que o diagnóstico de autismo é essencialmente clínico e leva em conta o comprometimento/ histórico do paciente. Não há uma regra para todas as crianças", ressalta.
3. O Autismo no mundo
70 milhões de autistas no mundo;
2 milhões no Brasil;
Cerca de 1 % da população brasileira;
1 em cada 68 crianças aos 8 anos tem autismo;
Nos últimos 6 anos, aumento de 30 % dos casos;
Estudo prevê que uma a cada duas crianças em
2025 terão algum grau de autismo;
4. Epidemia?
Conhecimento mais detalhado/profundo
dos principais sintomas e de fatores de
predisposição;
Critérios diagnósticos mais
abrangentes;
Aumento da contribuição dos fatores
ambientais dividindo os riscos com
fatores genéticos;
Maior conscientização da população em
geral– procura/avaliaçao especializada;
6. Há algum tempo foram descritas anormalidades nos cromossomos
responsáveis por 10% a 20% dos casos. Os demais seriam causados
por alterações em múltiplos genes, surgidas quando os cromossomos
se separam durante o processo de divisão celular;
Nos últimos anos, no entanto, gerou entusiasmo a descoberta de
que mutações em único gene podem levar ao autismo, e que essas
mutações apontam para a sinapse, o espaço através dos quais o
estímulo é transmitido de um neurônio para outro. É através da
sinapse que os neurônios se comunicam para coordenar movimentos,
percepções sensoriais, aprendizados e memórias;
7. Em 2003, Huda Zoghbi, neurologista do Baylor College, no
Texas, propôs que as sinapses poderiam explicar o autismo,
tendo como base os estudos conduzidos no Instituto Pasteur, na
França, que identificaram mutações em proteínas conhecidas com
o nome de neuroliginas em dois irmãos autistas suecos.
9. Prematuridade: Na primeira
avaliação, aos 18 meses,
um total de 18% de 152
bebês avaliados foram
diagnosticados com
transtorno do espectro do
autismo, enquanto que no
trigésimo mês apenas 10%
de 116 crianças tiveram o
mesmo diagnóstico;
10. Consaguiniedade : A deficiência mental foi observada
clinicamente em todos os pacientes da amostra e convulsão em
27,8%; distúrbios neuropsiquiátricos foram referidos em pelo
menos um familiar dos propósitos (97,14% das famílias), autismo
recorrente em 11,42 % e consanguinidade nos pais (11,42%),
avós e bisavós (2,86%);
Mutaçoes genéticas: Os trabalhos mostram pela primeira vez
que existem de 250 a 300 regiões no genoma humano nas quais
variações genéticas podem provocar uma ou outra forma de
autismo, que afeta 1% das crianças nos Estados Unidos. Os
pesquisadores confirmaram assim a hipótese de que muitas
destas mutações não seriam hereditárias.
11. Baixo indice de vitamina D : Diversos estudos associam
baixos níveis de vitamina D no sangue a doenças
autoimunes. Um estudo publicado em agosto de 2012 no
periódico Journal of Neuroinflammation aponta uma
relação entre a falta dessa vitamina e o autismo;
Idade avançada dos pais: Probabilidade de gerar criança
com a disfunção chega a ser até 65% maior;
12. Agrotoxicos: Uma mulher grávida que vive perto de uma fazenda
onde são utilizados pesticidas tem 66% mais chances de ter uma
criança autista, revelam pesquisadores da Universidade da
Califórnia Davis em um estudo publicado na última segunda-feira.
Os pesquisadores também descobriram que os riscos foram maiores
quando o contato com o pesticida se deu entre o segundo e o
terceiro mês de gravidez;
Poluição ambiental fina: A poluição do ar é um fator ambiental que
tem sido relacionado ao autismo por diversos estudos. Uma pesquisa
de 2010, realizada na Califórnia, mostrou que crianças que viviam a
menos de 300 metros de rodovias tinham o dobro de chance de
desenvolver autismo do que aquelas que viviam mais longe;
14. Autismo é um transtorno global do desenvolvimento, com
prejuízo em diversas áreas, como a deficiência na aquisição da
fala, linguagem e comunicação, alteração comportamental com
movimentos repetitivos e estereotipados e dificuldades com
habilidades sociais e jogo ludico entre seus pares.
15. Quando os pais desconfiam que
algo está errado com seu filho?
16. Os primeiros sinais das alterações
surgem antes dos 36 meses de idade;
20% dos pais desconfiam aos 12
meses;
50% dos pais deconfiam aos 18
meses;
80% dos pais desconfiam aos 24
meses;
O diagnóstico no Brasil é tardio,
faltam números;
Nos EUA, o diagnóstico ocorre, em
média, aos 5,5 anos;
Na Austrália, o diagnóstico em
média 4,2 anos;
O ideal seria até 24 meses
Diagnóstico precoce assegura
intervenção especializada