1) A internacionalização e exportações têm impulsionado o crescimento da economia nacional e o setor logístico se beneficia disso.
2) O presidente da APLOG acredita que a aposta no setor logístico é essencial para tornar Portugal mais competitivo.
3) Melhorias na logística devem ser um objetivo nos planos de desenvolvimento dos países segundo o Banco Mundial.
Logística e internacionalização potenciam crescimento económico
1. A maior aposta na internacionalização por
parte das empresas e o aumento das exporta-
ções de produtos transaccionáveis têm sido
motor da economia nacional. E o sector logís-
tico é um dos que mais beneficia dessa aposta.
Aliás, Alcíbiades Paulo Guedes, presidente da
Associação Portuguesa de Logística (APLOG),
diz não ter dúvidas de que a aposta deve re-
cair no sector da logística para “que o nosso
país seja mais competitivo”, dando como
exemplo o facto do Banco Mundial já ter con-
siderado que a melhoria da ‘performance’ lo-
gística deve ser um dos objectivos incluídos
nos planos de desenvolvimento dos países.
Alcibíades Paulo Guedes acredita que o sector
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5871 DE 26 DE FEVEREIRO DE 2014 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
LOGÍSTICA
Nuno de Mesquita Pires
Despachante Oficial Associado Lda.
Fundada em 1956, NMP, Lda. é uma empresa de Despachantes Oficiais domiciliada
em Setúbal, procedendo ao despacho de navios e de qualquer tipo de mercadorias,
em todas as Alfândegas do país, nomeadamente, Setúbal, Lisboa, Sines e Porto.
Av. D. João II, 48 C – 2º C/D – Apt. 44 – 2901-858 SETÚBAL I Tel 265 546 640 I Fax 265 546 660 I nmp@nmesquitapires.pt I www.nmesquitapires.pt
I Despacho de Navios e Mercadorias
I Importação, Exportação, Trânsitos, Entrepostos Aduaneiros
I Formalidades de Impostos Especiais de Consumo – IEC
I Legalização e Matrícula de Veículos Automóveis
I Tratamento de declarações p/ fins estatísticos (Intrastat) e envio ao INE
I Consultores de Comércio Externo
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PauloAlexandreCoelho
Exportações e internacionalização
de empresas potenciam crescimento
Operadoras logísticas e empresas de transporte têm apostado em aquisições, especialização e aquisição.
RAQUEL CARVALHO
raquel.carvalho@economico.pt
OI.Log - Indicador de Actividade Logística, desenvolvido pela APLOG
e pela Accenture, que questiona as empresas associadas sobre as suas expectativas
para os próximos 12 meses, mostra que, no terceiro trimestre de 2013, a percepção
dos diferentes agentes logísticos quanto à conjuntura actual era positiva.
Isto apesar do indicador de clima ter descido.
30
São 30 os projectos de
infra-estrutura prioritários.
Muitos, ajudarão a dinamizar
o sector da logística.
INFRAESTRUTURAS em Portugal tem perspectivas futuras “muito
positivas”, acreditando que “quanto mais
competitivos e globais forem os mercados,
quanto maior for a nossa exposição às expor-
tações, mais relevante é a logística”. Neste
contexto, o factor escala das empresas ganha
grande importância. O responsável acredita
mesmo que é inevitável “obter maiores graus
de concentração, através de parcerias, alian-
ças, ‘joint-ventures’, fusões e aquisições”. E
sublinha que a competitividade depende da
capacidade dos operadores logísticos “inte-
grarem cadeias de abastecimentos globais
com níveis de eficiência e serviço ao cliente
competitivos”.
Para garantir uma boa performance do sector,
é importante também “colocar a logística e a
cadeia de abastecimento na agenda dos CEO e
administradores, aprofundar e alargar a im-
plementação das melhores práticas, e, em
termos nacionais, eliminar custos de contexto
no sector portuário, nos transportes e plata-
formas logísticas”, defende.
Apontado por várias vezes como uma possível
plataforma logística mundial, Portugal tem
apostado nos portos e nos transportes maríti-
mos, em cuja envolvente se têm desenvolvido
vários projectos logísticos. A ferrovia de mer-
cadorias é outro dos aspectos fundamentais à
reorganização de parte da logística nacional. ■
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3. II DiárioEconómico Quarta-feira 26 Fevereiro 2014
A integração entre a multinacional alemã Dachser e a ibérica Azkar aconteceu em
2013 e o balanço feito pelo pelas empresas é já positivo. Enquanto o grupo Dachser re-
forçou a sua posição no mercado ibérico, nomeadamente na área da carga fracciona-
da, a Azkar tem tirado partido da rede internacional da Dachser. Entre as duas em-
presas existe um “elevado grau de cooperação e integração”, refere fonte da empresa.
No entanto, as operações no mercado português são independentes: o transporte ter-
restre continua a cargo da Azkar e o transporte marítimo e aéreo da Dachser Portugal
Air & Sea Logistics.
A Dachser Portugal Air & Logistics tem como principais mercados de exportação An-
gola, Moçambique e os países do Magrebe. O mercado de ‘crosstrade’ também tem
assumido importância e a empresa quer intensificá-lo em 2014. O ‘crosstrade’ é habi-
tualmente feito dentro do continente asiático, entre o Extremo Oriente e Angola e en-
tre a China e a Índia para a América Latina.Já a área de transporte terrestre quer apos-
tar em saídas diárias para toda a Europa. Alemanha, França e Itália são os países para
os quais a Azkar mais exporta a partir da Península Ibérica. ■ R.C. com I.M.
A estratégia de crescimento da Luis Simões centra-se na Península Ibérica, “onde
cresceu mais de 50 milhões de euros em vendas nos últimos cinco anos”, informa Ví-
tor Enes, director-geral de logística do grupo. A aposta justifica-se porque existem
“ainda muitas portunidades para explorar a nível ibérico e, por isso, a expansão de
negócio passa por conquistar novos clientes e novos segmentos de mercado”, diz.
E se em 2013, o grupo deu prioridade à sustentabilidade do negócio, para 2014 preten-
de “aperfeiçoar” a “capacidade de gestão de processos, assegurando uma actualiza-
ção tecnológica constante” e reforçando a posição em mais pontos da cadeia de abas-
tecimento, como a logística, “industrial, promocional e aduaneira”, adianta Vítor
Enes. Ainda este ano, a Luis Simões vai instalar-se no Pólo 2 da Plataforma Logística
do Porto de Leixões, “na qual está prevista a construção de um terminal intermodal,
uma área de 20 mil m2, com 34 cais e capacidade para 35 mil paletes”, frisa. ■ R.C.
Luis Simões cresce na Península Ibérica
A área de logística automóvel do Grupo
Entreposto especializou-se em 2013 na
área de recondicionamento, que consiste
em viaturas de ‘rent a car’ que são inter-
vencionadas para seguirem para o merca-
do de compra e venda.
Desde 2005 que a Entreposto Logística tra-
ta da “‘pre-delivery inspection’”, ou seja,
a intermediação entre a fábrica e o vende-
dor de marcas como a Hyunday e a Nissan,
revela Miguel Félix António, director geral
da Entreposto Logística ao Diário Econó-
mico. Com um volume de negócios a ron-
dar os 866 mil euros em 2013, das instala-
ções de Setúbal - armazém de 100 mil me-
tros quadrados e nave com seis mil onde
são tratados os carros - sairam no ano pas-
sado duas mil viaturas para venda em
stand. Além da logística automóvel, a En-
treposto actua na Logística Integrada nas
suasváriasvertentes -contratual,‘inhou-
se’eespecializada.■I.M.
Entreposto
especializa-se
no sector
automóvel A internacionalização é a grande aposta do Grupo Rangel para 2014. Nuno Rangel,
vice-presidente do grupo de logística e expresso, assume a ambição de que o negócio
internacional represente 50% da facturação nos próximos cinco anos, sendo que em
2013 o volume de negócios chegou aos 130 milhões de euros, mais 10% face a 2012. De
futuro, o objectivo é apostar no triângulo logístico Angola, Moçambique e Brasil, es-
tando a empresa a estudar outros potenciais mercados em África e na América Latina.
De referir ainda a aposta “na especialização na logística em áreas como ‘pharma’, ‘fa-
shion’ e e-commerce. A unidade Pharma, por exemplo, “tem crescido sempre a dois
dígitos”, tendo aumentado 51% em 2013. Para 2014 prevê-se uma subida de 40%. No
final do primeiro semestre, o grupo concluirá o projecto de automação da operação
para suporte à produção e à triagem de produtos no armazém central e, no segundo,
fará um aumento da infraestrutura, mais 1/3 da actual capacidade instalada”. ■ R.C.
Volume de negócios
do Grupo Rangel subiu 10%
Mercado internacionaljá representa metade
da facturação do grupo Rangel.
BrunoBarbosa
Juntas, a Dascher e a Azkar
têm 15 mil clientes na Península Ibérica.
Dacsher e Azkar:
da união nasceu a força
LOGÍSTICA
A DHL Express Portugal está de olhos
postos no negócio B2C que, segundo
Américo Fernandes, director geral, “tem
ganho peso cada vez maior a nível nacio-
nal e internacional. Com o intuito de
melhorar os produtos e serviços que dis-
ponibiliza, a empresa investiu no novo
terminal de Carga Expresso no Porto e
vai fazer o mesmo em Lisboa, com o ob-
jectivo de “posicionar Portugal como um
verdadeiro ‘hub’ de distribuição”. ■ R.C.
DHL de olhos
no negócio B2C
Luís Simões vaiinstalar-se
na plataforma
do Porto de Leixões.
FotocedidaporLuisSimões
A Urbanos Press, nova área da Urbanos,
“já representa cerca de 60% do negócio”
actual da empresa, disse ao Diário Eco-
nómico o CEO António Pereira, CEO. A
empresa tem vindo a apostar, nos últi-
mos anos, num reforço da posição em
sectores onde já estava presente, mas
também “por aquisição em novos secto-
res de actividade”. Para 2014, o Grupo
Urbanos “conta reforçar a sua posição
em mercados chave na logística, não
pondo de parte a ideia de internacionali-
zação. ■ R.C.
Área editorial
pesa 60%
na Urbanos
LOGIC GLOBAL
A Logic quer apostar na
internacionalização. Isabel
Viçoso, administradora,
diz que “a envolvente
actual do negócio
deve ser entendida
como uma
oportunidade única
para consolidar a
operação local e lançar,
de forma sustentada, uma operação mais
abrangente”. Pelo que “está no horizonte
uma visibilidade internacional”.
MPO À MEDIDA
Em 2014 a MPO vai centrar a sua
estratégia na implementação do serviço
de logística à medida, área onde
pretende facturar 500 mil euros. A
logística à medida analisa o fluxo de
negócio do cliente para assim desenhar
a sua oferta de serviços concreta para
aquele caso. Os serviços vão desde a
recolha de componentes do produto,
fabrico, rotulagem e armazenamento.
FRENESIUS KABI
A Frenesius Kabi aumentou a sua
capacidade logística para dezoito mil
metros quadrados, ao inaugurar
recentemente um novo complexo de
onze mil metros quadrados, que custou
quatro mil euros e serve de ‘hub’
logístico dos produtos fabricados em
Portugal para o mercado nacional
e para exportação, e para produtos
importados para distribuição nacional.
5. IV DiárioEconómico Quarta-feira 26 Fevereiro 2014
Jerónimo Martins e Sonae
renovam distribuição
Os dois gigantes do sector querem mais ganhos de eficiência e optimizar sistema.
O Grupo Jerónimo Martins inagurou este
mês o novo centro de distribuição de Al-
goz, Algarve, o que permitiu a criação de
130 postos de trabalho directos.
Num investimento de 27 milhões de eu-
ros, este centro irá abastecer as lojas Pin-
go Doce em toda a região Sul, marcando
a implementação do novo modelo logís-
tico do grupo, que pretende optimizar a
cadeia de todo o sistema e alcançar ga-
nhos de eficiência, disse no dia da apre-
sentação Pedro Soares dos Santos, CEO,
que adiantou mesmo, no que refere ao
centro de Algoz, uma poupança já esti-
mada de 2,5 milhões de euros em trans-
portes.
Além do Algarve, Lisboa e Porto também
terão novos centros de distribuição, sen-
do nestas três zonas que o grupo irá con-
centrar os seus centros, acabando com os
actuais onze que tem por todo o país.
Até 2015, o investimento previsto é de
120 milhões de euros, sendo que o pró-
ximo a ser inaugurado será na região do
Porto e tem um custo previsto de 50
milhões de euros para uma área de 50
mil metros quadrados.
Quem também está a apostar numa
reorganização da política de logistica e
distribuição é o Grupo Sonae. Fonte ofi-
cial da empresa explicou ao Diário Eco-
nómico a reformulação, nos últimos
anos, “de praticamente todos os centros
de distribuição da empresa, dotando-os
com execelentes estruturas e com as
mais avançadas tecnologias”.
São dois os principais pólos logísticos e
de distribuição do grupo: um na Maia,
dedicado ao retalho alimentar, e outro
na Azambuja, por onde também passa o
retalho especializado.
O ano passado, a Sonae expandiu ainda a
plataforma de Santarém, “através da
ampliação da unidade de processamento
e embalamento de carnes, e na Madeira,
onde o volume e a complexidade da ope-
ração logística aumentou significativa-
mente.
Ao Diário Económico, o grupo enfatizou
a importância da área logística para o re-
LOGÍSTICA
São sete mil metros quadrados
de armazéns organizados em três grandes
áreas: armazenamento, embalagem
e devoluções. Localizado em Leiria, “mais
perto de Madrid do que Barcelona”, como
defende Paulo Pinto, CEO para Portugal
e Espanha, o centro de operações ibérico
é um dos quatro da empresa existentes no
mundo. “Portugal tem valências mais que
suficientes”, considera o responsável, que
defende que o facto de ser periférico pode
trazer vantagens. “Portugal é uma
plataforma forte, nomeadamente para
o Brasil e para África”, refere,
exemplificando o porto de Sines como
“uma porta aberta” a estas regiões. Sobre
Leiria e o seu centro de distribuição,
as vantagens são, entre outras, os custos,
já que um centro numa grande metrópole
é sempre mais caro, e actualmente,
a metodologia de trabalho. Por dia, saem
de Leiria em direcção a Portugal
e Espanha 12 a 15 mil artigos. São entre
quatro a seis camiões por dia com
material encomendado online e por
catálogo. 70% dos produtos são levados
pela Chronospost para a rede Pickme,
que os disponibiliza para levantamento
em lojas de proximidade dos clientes. O
restante é distribuído, em Portugal, pela
CTT Expresso e pela Adicional e,
em Espanha, pelos Correos de España.
De Leiria para a
Península Ibérica
>> CASE STUDY: LAREDOUTE
Nos últimos 15 anos desenvolveram-se
muitos espaços para logística em Portu-
gal, com especial enfoque para a zona da
Grande Lisboa, em particular no eixo de
Alverca – Azambuja, que é o principal
pólo logístico rodoviário do país.
Agora é a vez do Grande Porto ter as
principais intervenções a este nível, su-
blinham as consultoras imobiliárias
Cushman & Wakefield e a CBRE.
Segundo Ana Gomes, responsável pela
área industrial da Cushman, “nos últi-
mos anos, o segmento de logística es-
tagnou na Grande Lisboa e os níveis de
oferta continum a ser superiores à pro-
cura”.
A zona da Azambuja continua a ser o
pólo mais importante tanto em termos
de oferta como procura, “com os valores
pedidos a rondarem os 3,5 a quatro euros
por metro quadrado
por mês”.
Ana Gomes revela
que actualmente, o
que se verifica “é
um aumento de in-
teresse por espaço
no Grande Porto”,
sendo a zona indus-
trial da Maia a mais
procurada.O Gran-
de Porto está mais
focado na indústria
e um dos projectos
mais importantes é
o da Plataforma Lo-
gística do Porto de
Leixões, “um dos
poucos projectos
em construção ac-
tualmente”, lem-
bra, afirmando
acreditar que a tendência de cresci-
mento da logística no país para os pró-
ximos anos “assentará menos no reta-
lho e mais na indústria, e procurará
também uma maior ligação a outros
modos de transporte como a ferrovia e
o marítimo”.
Leonardo Peres, ‘senior consultant’ da
CBRE também destaca o projecto da pla-
taforma de Leixões e a Plataforma Logís-
tica de Lisboa Norte, na zona da Casta-
nheira do Ribatejo que, tendo sido inter-
rompido em 2008, “ganha agora novo
fôlego com a parceria realizada entre o
promotor Saba e a gigante internacional
Gazeley”.
Ambas as consultoras antecipam que o
mercado se mantenha em retracção, mas
com alguma atenuação, devido ao au-
mento das exportações. ■ R.C.
Consultoras
destacam porto
de Leixões
Fotos:PauloAlexandreCoelho
3,5euros m2/mês
O eixo Alverca-
-Azambuja
é o mais procurado.
A dimensão média
é de 10 mil m2.
GRANDE LISBOA
3,25euros m2/mês
A Zona Industrial
da Maia é a mais
procurada e tem
uma dimensão
média de 2 mil m2.
GRANDE PORTO
Entrou ontem em vigor a nova lei
das práticas individuais restritivas
do comércio (PIRC) que proíbe as vendas
com prejuízos. Fornecedores e produtores
acreditam que a nova lei irá evitar
o pagamento por parte dos fornecedores
das campanhas de descontos
e promoções feitas pelas empresas
de grande distribuição. Já a Associação
Portuguesa de Empresas de Distribuição
acredita que os consumidores vão ser
os grandes prejudicados.
Com a nova lei haverá um maior equilibro
na relação negocial entre a distribuição
e a produção. Haverá uma actualização
das coimas para até 2,5 milhões de euros
e serão evitadas alterações retroactivas
de contratos. As acções de fiscalização
estarão a cargo da ASAE.
Nova lei do comércio
forço da competitividade em Portugal,
mas também na crescente internaciona-
lização do negócio e garante que os in-
vestimentos na área vão manter-se. ■