Este documento apresenta o Projeto Político Pedagógico do Coletivo Educador Piracicauá, que reúne educadores de diferentes instituições em Piracicaba e região para promover a educação ambiental de forma articulada. O PPP descreve o marco conceitual, situacional e operacional do Coletivo, que tem como objetivo ampliar ações educativas conjuntas visando a sustentabilidade socioambiental das bacias do município. O Coletivo busca atuar por meio do diálogo e da reflexão crítica,
2. SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
• Coletivos Educadores: a política pública 3
• O Projeto Político Pedagógico 5
2. O MARCO CONCEITUAL 6
3. O MARCO SITUACIONAL 9
3.1 O município de Piracicaba 11
3.1.1 Caracterização geral 11
3.1.2 Área urbana 14
3.1.3 Mapeamento institucional 18
3.1.4 Descrição das bacias hidrográficas do município de Piracicaba 21
3.2 Municípios vizinhos 22
4. O MARCO OPERACIONAL 24
4.1 Etapas de atuação 24
4.2 Gestão 24
4.3 Diretrizes 26
4.4 Cardápio de Aprendizagem 29
4.5 Avaliação 30
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31
6. ANEXOS 33
1
3. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
1. INTRODUÇÃO
O Projeto Político Pedagógico do Coletivo Educador (CE) Piracicauá destina-
se a apresentar a intencionalidade, os propósitos e objetivos da ação educadora,
explicitar a forma de organização do trabalho, os meios educacionais, os procedimentos
e a operacionalização que pautam sua atuação.
Resultado de amplo processo de diálogos entre seus participantes, ele
representa uma forma de apresentação dos objetivos que os unem e um convite aberto
ao envolvimento de novas instituições e pessoas, que desejam construir em Piracicaba e
região, uma educação ambiental permanente, continuada, articulada e com a totalidade
dos seus habitantes. Assim como a educação, o Projeto Político Pedagógico está em
permanente construção por seus participantes, em diálogo com as práticas e reflexões
decorrentes do seu próprio processo de implantação.
Coletivos Educadores: a política pública
No ano de 2006, a então Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do
Meio Ambiente (DEA/MMA) implantou a política pública dos Coletivos Educadores,
pautada pela compreensão de que “o foco nos coletivos locais deve-se ao seu
reconhecimento como sujeitos protagonistas do contexto e de seu conhecimento
profundo da realidade, dos valores que a permeiam e das práticas sociais correntes”
(BRASIL, 2006, p. 14).
Assim, coletivo educador constitui-se como um grupo de educadores(as) de
diferentes instituições, que atuam em processos formativos no campo da Educação
Ambiental, educação popular e da mobilização social, compartilhando suas
observações, visões e interpretações, da mesma forma que planejam, implementam e
avaliam processos de formação de educadores ambientais (BRASIL, 2006, p. 14)
O Coletivo Educador Piracicauá iniciou suas atividades em setembro de 2006
e, inicialmente foi constituído por pessoas e instituições que atuavam na bacia do
Ribeirão Piracicamirim, abrangendo um território com 93.000 habitantes e tendo um
2
4. grupo articulado há mais de cinco anos, por meio de iniciativas do Projeto
Pisca/ESALQ - USP.
Em 2007, na retomada de suas atividades, sentiu a necessidade de ampliar seu
território de atuação, devido às sugestões do DEA/MMA e da abrangência das ações de
seus parceiros em outras áreas do município. Com a ampliação do território, a área
passou a abranger 35 sub e micro bacias do município de Piracicaba e cerca de 400.000
habitantes.
O objetivo principal do Coletivo é ampliar e efetivar ações educadoras
conjuntas, que possibilitem sinergia de recursos e competências pessoais e
institucionais, voltadas para a sustentabilidade socioambiental das bacias do município
de Piracicaba.
Piracicauá vem de Pirá Sykauá, nome dado pelos primeiros habitantes de
Piracicaba - os índios de raízes paiaguás que viveram às margens do rio, próximo ao
salto do Rio Piracicaba e significa em tupi “lugar que, por acidente natural no leito dos
rios (salto), impede a passagem dos peixes, favorecendo a pesca” (Dicionário Online de
Palavras, 2011) e, consequentemente, o estabelecimento da tribo. Dessa forma, o nome
escolhido deve-se ao fato do rio Piracicaba estar localizado na região central da cidade.
Através dele muitas atividades se formaram e se transformaram e, como o Coletivo
representa educadores que atuam nesta bacia, acredita-se que, assim como a força que o
rio exerce na vida dos piracicabanos, também o Coletivo possa atuar potencializando
seus atores para transformar ideias em ações.
Algumas de suas instituições participantes são:
• Laboratório de Educação e Política Ambiental/OCA – ESALQ/USP;
• Imaflora;
• Iandé Educação e Sustentabilidade;
• USP RECICLA - ESALQ/USP;
• Instituto Terra Mater/Ponto de Cultura Educomunicamos;
• Núcleo de Educação Ambiental – NEA/Secretaria Municipal de Defesa do Meio
Ambiente de Piracicaba;
• Centro Rural de Educação Ambiental “Dr. Kok” - Secretaria Municipal de
Educação de Piracicaba.
Abaixo são listadas algumas iniciativas com as quais o Coletivo Educador
Piracicauá esteve envolvido:
3
5. • Apoio na elaboração das cartilhas: Série Meio Ambiente: Cuidando, ele fica
inteiro (Temas Resíduos, Água e Solos); De olho na Bacia – Projeto
Pisca/ESALQ-USP e Repensando os processos de EA no Ensino Básico – USP
Recicla/Projeto Ponte/DE Piracicaba e NEA-SEDEMA;
• Apoio na realização dos cursos: Repensando os processos de EA no Ensino
Básico (2009/10); EA e Resíduos Sólidos – Formação de Professores no Ensino
Fundamental e Médio (2008);
• Apoio na realização do Fórum de Gestão de Resíduos de Piracicaba -
2010/2011;
• Realização da I, II e III Simapira – Semana Integrada de Meio Ambiente de
Piracicaba, nos anos de 2009, 2010 e 2011.
Informações mais detalhadas sobre o histórico e sobre a atuação do CE
Piracicauá podem ser encontrados no Anexo 1.
O Projeto Político Pedagógico
O Projeto Político Pedagógico é um instrumento no qual são explicitados os
objetivos formativos, a forma de organização do trabalho, os procedimentos e meios
educacionais até sua operacionalização que um grupo utiliza. Inseridas dentro dele, duas
dimensões – política e pedagógica são indissociáveis: é político, na medida do
compromisso com a transformação da realidade para a qual foi construído e é
pedagógico, pois possibilita a efetivação da intencionalidade e propósitos da ação
educadora.
Bem mais do que um documento, este Projeto Político Pedagógico é fruto de
muitos diálogos, instrumento de construção viva, permanente e continuada, que reflete
criticamente a realidade, buscando reforçar, organizar e coordenar o fazer educador do
Coletivo. Essa construção participativa é uma característica fundamental deste processo,
mas, antes de tudo, um princípio político de extrema importância (BRASIL, 2006,
p.27).
O Projeto Político Pedagógico (PPP) do Coletivo Educador Piracicauá é
constituído de três marcos - Conceitual, Situacional e Operacional -, que abaixo serão
explicitados.
4
6. 2. O MARCO CONCEITUAL
Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como certo,
inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei sempre
gestos puros, que sou e que serei justo, que respeitarei os outros, que não
mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo
me incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei
que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida.
Que o meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja
responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História
em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de
possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na
problematização do futuro e recuse a sua inexorabilidade (FREIRE, 1997,
p.58).
Segundo o Programa Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais
(BRASIL, 2006) o marco conceitual do projeto político pedagógico deve conter a
idealização, o sonho de futuro, os princípios e valores, a ética, a concepção de sociedade
e de ser humano partilhada pelo grupo. Ele é o elemento menos dinâmico do PPP, por
isso deve ser construído com a máxima profundidade e reflexão possível e as
proposições feitas devem ser significadas e apropriadas pelo grupo.
O Coletivo Educador se constrói cotidianamente por meio do diálogo,
buscando formas de atuação e caminhos que contribuam para o enfrentamento das
mudanças socioambientais, locais e globais. Nesse sentido, os valores são os
fundamentos contidos nos princípios conceituais que propiciam a busca de resposta às
angústias em relação à base em que está constituída nossa sociedade e também auxiliam
na construção de sociedades sustentáveis.
Os princípios conceituais do Coletivo do Coletivo Educador Piracicauá podem
ser consultados no Quadro 1.
Tabela1. Os princípios conceituais do Coletivo Educador Piracicauá
VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
Estabelecer propostas de sociedades baseadas em princípios igualitários,
cooperativos e sustentáveis, que almejem o desenvolvimento humano
integral. Nessa concepção, a construção do presente e do futuro é
baseada no cuidado nas relações entre as pessoas, com a natureza e com
Sociedades Sustentáveis o lugar em que se vive, dentro de um clima de liberdade e respeito às
diferenças. Nós nos colocamos à frente do debate sobre a crise ambiental
global na busca por uma nova forma de ser e estar no mundo. Queremos
a re-significação da vida e das relações socioambientais, não meramente
a transformação do desenvolvimento para algo mais sustentável.
Quando se fala sobre participação estão em pauta distintas concepções
de sociedade, de cidadania, de ética e justiça. Não há participação sem
subjetividade e o desejo de participar não vem de fora, mas é uma
Participação
necessidade do sujeito, por uma vontade de ser feliz e livre. “Participar
para não ser governado, para viver em alegria de não ser comandado e
para evitar que o desejo de não ser governado de uns transforme-se em
5
7. VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
desejo de governar e o poder se personalize” (SAWAIA, 2001). Todos
somos educadoras(es) e educandos, tomadoras(es) de decisão e agentes
de mudanças socioambientais buscando transcender as relações de
dominação da sociedade. A pedagogia de Paulo Freire e o poder do
diálogo como forma de transformação social fundamentam uma
concepção de participação, na qual a condição primária para o processo
democrático ser efetivo, é o respeito aos distintos pontos de vista e
peculiaridades locais. A participação popular é o caminho que define as
políticas públicas, ou seja, o processo de pactuação coletiva sobre e para
o “bem comum” e, para isso, é preciso o envolvimento de todos ao
longo do processo.
A educação como prática de liberdade, dialógica e transformadora, exige
a apropriação do conhecimento e se dá pela ação/reflexão e pelo
engajamento individual e coletivo, rumo à mudança desejada. Esse
processo de construção crítica do mundo exige a passagem da
“consciência ingênua”, simplista, superficial, massificadora,
preconceituosa, à “consciência crítica”, inquieta, democrática,
indagadora. Para Paulo Freire é a conscientização que possibilita aos
educadores e aos educandos inserirem-se na história, superando o
conhecimento imediato da realidade em busca de sua compreensão. O
pensar crítico sobre a forma de estar no mundo pensando a própria
condição de existir, por meio do qual os sujeitos saem de sua imersão e
se descobrem em “situação” possibilita a inserção na realidade
desvelada. Para uma ação pautada no aprender fazendo, é necessário um
constante olhar crítico sobre ela, compreendendo-a como um processo
Ação, Reflexão e profundo de transformação social, em que a Educação Ambiental atue
Complexidade na raiz dos problemas socioambientais e trabalhe com a complexidade
das questões. Criticamos a superficialidade dos processos educadores
que abordam apenas o campo cognitivo, o ensino de conteúdos.
Buscamos re-conceituar as relações entre as pessoas, seus valores, sua
história e seu modo de ser/estar no mundo. Buscamos compreender e
trabalhar a realidade de forma complexa, observando todas suas
variáveis e não fragmentando o conhecimento. Não é somente a soma
das atitudes individuais que transforma a sociedade, mas essa depende
de um esforço coletivo e estruturado de todos os atores sociais em
comum acordo. Criticamos a forma de “domesticar” os comportamentos,
mas enxergamos a necessidade de se trabalhar diversas esferas do ser
humano para que o processo educador seja eficiente, duradouro e almeje
uma vida melhor para todos.
Para Paulo Freire (1987), “(...) para que haja comunicação eficiente
entre eles (o educador e o povo), é preciso que o educador e político
sejam capazes de conhecer as condições estruturais em que o pensar e
a linguagem do povo se constituem”. Para que um processo educador
seja condizente com a real necessidade do público trabalhado, é
necessário se partir de uma situação contextualizada, aproximando-se ao
máximo da realidade cotidiana desse público e tendo em vista a
Contexto
melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida local. Isso demanda
envolvimento e comprometimento do educador, que deverá promover
uma reflexão crítica da realidade vivenciada e buscar respostas em
direção a essa transformação. Dessa forma, é necessária a abertura ao
diálogo e a valorização dos conhecimentos prévios dos participantes do
processo. Não há um conhecimento absoluto, ninguém sabe mais que
ninguém, o conhecimento é construído em comunhão entre as pessoas.
O processo educador deve se estruturar para a constituição de uma
Identidade/
identidade local. É essencial para a Educação Ambiental que as pessoas
Pertencimento
observem e interfiram em seu ambiente, sentindo-se parte responsável e
6
8. VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
pertencente a ele. O sentido da vida das pessoas não está separado do
sentido do próprio Planeta. Assim, a Educação Ambiental se pauta pela
reconstrução das relações das pessoas consigo mesmas, das relações
entre as pessoas e das pessoas com seu meio, forjando-se comunidades
de aprendizagem, nas quais a convivência seja harmônica e
emancipadora. Nesse sentido, a ação coletiva educadora busca a
transformação da realidade local comprometida com a construção de
uma sociedade igualitária, justa, sustentável, plural e educadora.
A comunicação, desde que esteja comprometida com a transformação
social e a emancipação do sujeito, é condição primeira para que se
instaure um processo educador. O diálogo é formativo, empoderador e
Comunicação possibilita o aprendizado em uma via de mão dupla, em que aquele que
fala também escuta e aquele que escuta, fala. Não concordamos com um
processo que silencie os atores sociais, a quem não é dada voz para
questionar o destino da cidade, bairro ou comunidade.
Incentivamos a cooperação como forma de trabalho que se pauta no
diálogo e na solidariedade. Não concordamos com o paradigma de
competição instaurado no atual modelo de desenvolvimento, em que se
luta diariamente para se “vencer” o próximo. Buscamos a comunhão de
esforços para a construção de sociedades sustentáveis, em que os
interesses sejam colocados à mesa para uma construção conjunta, em
Cooperação busca de alternativas viáveis a todos os atores envolvidos. Com o
comprometimento dos atores sociais em processos de decisão, as ações
se tornam mais perenes no tempo, promovendo o aprimoramento de
cada pessoa envolvida. Dessa forma, está colocado o processo educador,
com suas dificuldades e conflitos que serão solucionados em grupo,
possibilitando uma maior interação entre os atores e aprimorando a
relação entre eles.
A educação é direito de todos. Criticamos aqueles que defendem uma
educação para apenas uma faixa etária, para apenas uma classe social,
para apenas um público. A transformação da sociedade precisa do
Igualdade envolvimento de todos, em processos decisórios horizontais, que
contemplem os interesses das pessoas envolvidas. Todos devem ter igual
poder de decisão no que tange ao destino da comunidade, não havendo
hierarquia de conhecimentos ou poder.
A emergência da capacidade de agir em direção à transformação que
queremos, está relacionada à potência de ação, “à passagem da
passividade à atividade, da heteronomia passiva à autonomia corporal”
(SAWAIA, 2001). A fim de que o conceito de potência de ação seja
incorporado às práticas educadoras em EA, é necessário que os sujeitos
Potência de Ação
envolvidos compartilhem suas experiências, planejando e construindo,
juntos, a transformação que desejam ver realizada. Cada ser é dotado de
conhecimentos e de capacidade plena de agir para modificar sua
realidade. O papel da educação, nesse contexto, é o de fortalecer e
ampliar essa potência de agir em torno da realidade socioambiental.
Para a continuidade de um processo educador, o envolvimento das
pessoas nas situações que exijam tomadas de decisão é essencial.
Envolvimento que se faz com base no diálogo e respeito aos
Emancipação/
conhecimentos prévios que cada pessoa carrega dentro de si. Projetos de
Autonomia
Educação Ambiental que seriamente se debruçam sobre a realidade e
buscam sua modificação, estimulam a participação da comunidade e
garantem autonomia e liberdade de expressão.
Uma ação educadora, quando comprometida com a transformação
social, deve observar sempre o alinhamento da prática com os ideais do
educador. De nada vale uma ação educadora em que não há o real
Coerência comprometimento do educador, em que ele discursa sobre algo que não
vivencia, que não acredita. Paulo Freire atesta que “Falar em democracia
e silenciar o povo é uma farsa. Falar em humanismo e negar os homens
é uma mentira”, assim como “Se não amo o mundo, se não amo a vida,
7
9. VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
se não amo os homens, não me é possível o diálogo”. A coerência entre
o discurso e a prática é fundamental para propiciar envolvimento de
corpo e alma e dar credibilidade ao processo que se pretende
desenvolver.
A educação ambiental é um processo de aprendizagem permanente,
Continuidade continuado, articulado e que deve envolver a totalidade dos habitantes
de um território.
O texto coletivo elaborado pela Oca (2010) aponta “três componentes
essenciais, mas que são individualmente incapazes de assegurar a
felicidade: o prazer (ou emoções positivas), o engajamento e o
significado. O prazer, embora presente, é consequência do engajamento
e do significado. O engajamento é o envolvimento em qualquer atividade
que traz prazer. Já o significado, o sentimento de pertencimento a algo
que faça sentido além do material, eleva a felicidade a um outro
Felicidade patamar”. Os processos educadores articulados pelo Coletivo buscam o
engajamento crítico, produtor de significados existenciais, capazes de
proporcionar o mencionado sentimento de pertença e responsabilidade
com a construção de um mundo melhor para todos e para cada pessoa,
reforçando a solidariedade sincrônica e diacrônica, ou seja, uma
cidadania planetária comprometida a partir do pensar e agir cotidiano,
com todos os humanos, não humanos e sistemas naturais, próximos e
distantes, no tempo e no espaço.
3. O MARCO SITUACIONAL
O Marco Situacional refere-se ao diagnóstico da realidade socioeducacional
local e deve ser pensado como um ponto de partida para a realização de planos de
trabalho que sejam realizados com o sentido de integração de ações, buscando prever e
antecipar acontecimentos e não apenas com o intuito de remediação de situações-limite.
(BRASIL, 2006).
O local de atuação do Coletivo Educador Piracicauá compreende todas as
bacias hidrográficas de Piracicaba e os municípios por elas abrangidos: Iracemápolis,
Charqueada, São Pedro, Anhembi, Laranjal Paulista, Tietê, Saltinho e Rio das Pedras
(Figuras 1 e 2).
A ideia de se trabalhar com as bacias hidrográficas deve-se ao fato de que
qualquer todo e qualquer lugar que seja utilizado no trabalho, na escola, no lazer ou em
outra atividade cotidiana, esteja localizado dentro de uma bacia hidrográfica. Desde
1997 a Política Nacional de Recursos Hídricos indica que a gestão das águas deve ser
feita por meio das bacias hidrográficas, por serem consideradas como unidades de
planejamento e ação. O conceito de Bacia Hidrográfica, segundo a ONG Terra Mater
(2012) “contribui para a aproximação com a realidade local já que requer, por parte dos
educadores, a escolha de uma bacia localizada no entorno para a realização dos
8
10. aprofundamentos no tema, análises teóricas e exercícios práticos. (...) Esta vivência com
o território facilita trazer à tona os sentimentos (...) de pertencimento e identidade, a
partir do contato direto, passos fundamentais para o desenvolvimento da potência de
ação”.
Fonte: IRRIGART(2010)
Figura 1 – Área de atuação do Coletivo Educador Piracicauá
Fonte: IPPLAP (2011)
Figura 2. Piracicaba e municípios vizinhos. 9
11. Piracicaba possui a maior área abrangida nesse território. A seguir é
apresentada uma breve caracterização desse município, incluindo alguns dados sobre
suas zonas urbanas e rurais e suas bacias hidrográficas.
3.1 O Município de Piracicaba
3.1.1 Caracterização Geral
Piracicaba localiza-se no interior do Estado de São Paulo, a 152 km da capital
(Figura 2) e a 76 km de Campinas. O município é sede da Macro e Microrregião
Piracicaba. Está a uma altitude de 554 m, com Latitude 22º42’30”S e Longitude
47º38’01”W. Possui uma área territorial de 1.368,40 Km2, sendo o 19° município do
Estado em extensão, com uma área urbana de 211,06 Km2 (IPPLAP, 2011).
Fonte: ESALQ (2011)
Figura 3. Localização de Piracicaba.
A sede do Município de Piracicaba faz parte da Unidade de Gerenciamento de
Recursos Hídricos Piracicaba, Capivari e Jundiaí UGRHI – PCJ. Essas bacias têm uma
área de 15.000 km2, abrangendo 75 municípios (71 paulistas e quatro mineiros) e 5,5
milhões de pessoas, sendo uma das regiões economicamente mais importantes do país
(IMAFLORA, 2010). A Figura 4 mostra a Sub Bacia do Rio Piracicaba com seus
principais afluentes e cidades.
10
12. Fonte: NEVES (2007)
Figura 4. Localização do Município de Piracicaba na Bacia do Rio Piracicaba.
A área urbana de Piracicaba possui grande concentração populacional, assim
como outras cidades brasileiras de porte médio. Nesses municípios os centros urbanos, a
agricultura tecnificada e o setor industrial vêm se expandindo fortemente nos últimos
anos (IMAFLORA, 2010).
Os dados do Censo de 2010 apontam um crescimento da população na ordem
de 10,9% em relação ao de 2000, tendo aproximadamente 365.000 pessoas (Tabela 1).
Desse total, cerca de 98% vive na área urbana, ocupando em torno de 13% do território
do município. A população rural, por sua vez, é composta por aproximadamente oito
mil pessoas (2%), dividindo uma área que abrange perto de 87% do total. Mulheres
perfazem 51% da população e os homens 49%.
Tabela 1 – Dados demográficos de Piracicaba
Densidade População População
População Mulheres Homens
demográfica Urbana rural
364.571 264,77 356.743 7.828 186.226 178.345
hab. hab/km2 hab. hab. hab. hab.
Fonte: IBGE (2010).
Segundo o Perfil Estatístico 2007 de Piracicaba, o município, em 2005, possuía
cerca de 8.000 estabelecimentos, sendo o maior número deles ligados ao setor comercial
e de serviços. Em 2009, de acordo com IPPLAP (2011), os números absolutos indicam
um aumento em torno de 500 estabelecimentos para os setores de comércio e serviços, e
da ordem de 170 para o setor industrial e da construção civil.
11
13. Quanto ao número de pessoas envolvidas, em 2005, apenas 31% da população
economicamente ativa tinha carteira assinada e destes, apenas 1% eram vínculos
empregatícios existentes na agropecuária.
Por sua história passada e atual extremamente vinculada à cultura canavieira,
Piracicaba hoje vive dois grandes extremos. Com os atuais incentivos ao biodiesel, a
cidade vem despontando mais uma vez na sua história como um pólo econômico
crescente, atraindo investimento de vários setores. Por outro lado, as condições de
trabalho dos canaviais continuam sendo periodicamente denunciadas pelo Ministério do
Trabalho, por vezes culminando com a inclusão de grandes grupos do setor na 'lista
suja' do trabalho escravo nos canaviais.
Segundo Galo, Martins e Peres (2005) o
“grande número de famílias vivendo miseravelmente na periferia de
Piracicaba indica que o desenvolvimento das últimas décadas não foi
suficientemente inclusivo ao ponto de gerar oportunidades de trabalho digno
para os mais pobres da população. Criou-se, então, um imenso passivo social
que pede a elaboração criativa de políticas de inclusão social, possibilitadas
por arranjos institucionais que envolvam os poderes constituídos, o meio
acadêmico, o setor privado e a comunidade”.
Piracicaba, além do processo de urbanização e dos problemas sociais citados,
também apresenta diversos problemas de ordem ambiental, relacionados muitas vezes, à
falta de um planejamento municipal voltado à sua sustentabilidade (BARRETTO et al.,
2006). Apesar de ter 100% de atendimento urbano de água e coletar 98% do esgoto,
Piracicaba trata apenas 34% do mesmo. O resultado desses dados pode ser verificado na
degradação dos corpos d’água do município e região. Segundo CBH-PCJ (2011), o
trecho de poluição mais crítico na bacia do rio Piracicaba está entre o início do
município de Piracicaba e a foz do rio Corumbataí, que fica dentro de sua área urbana.
Segundo IMAFLORA (2011), Piracicaba coletava de forma seletiva, no mês de
julho de 2011, apenas 1,8% de seus resíduos. Além disso, a coleta abrangia apenas 30%
das residências e existiam problemas significativos na regularidade da coleta. A
disposição de resíduos sólidos no município também é considerada inadequada pelo
CBH-PCJ (2011).
Barreto (2006) complementa com algumas informações:
“O passivo ambiental, quando avaliado pela ausência de cobertura florestal
em Áreas de Preservação Permanente (APP), que se estendem ao longo de
1.200km de rios, e Reserva Legal (RL) potencial (área com cobertura
florestal fora de APP) é de no mínimo 11.000ha. Essa área deveria ser
12
14. reflorestada ou recuperada para a adequação ambiental do município em
relação ao Código Florestal. A distribuição desse passivo não é uniforme,
havendo bacias hidrográficas com estágio de conservação excelente lado a
lado com áreas bastante degradadas”.
Apesar desse cenário, IMAFLORA (2010) aponta que é importante ressaltar o
histórico do Município quanto à mobilização e organização da sociedade civil em torno
de temas socioambientais. Um dos destaques, nesse sentido, foram campanhas
relacionadas aos recursos hídricos, que ocorreram desde as décadas de 60 e 70 e
conseguiram diversos frutos, tal como a criação dos Comitês PCJ e a influência na
estruturação do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos no Estado de São Paulo e no
país, tornando-se uma referência internacional. Outra iniciativa de destaque é o
Piracicaba 2010, que fomentou a construção, atualização e implementação da Agenda
21 do município. Em 2011 ocorreu a 1ª Expoambiental com a participação de diversas
entidades e organizações que atuam em questões socioambientais. Nesse contexto, o
município tem a oportunidade de caminhar para um modelo de desenvolvimento que
tenha como eixo central a sustentabilidade, principalmente em seu planejamento
territorial e nas políticas públicas a serem criadas e implementadas.
3.1.2 Área urbana
A área urbana de Piracicaba é dividida, pela Prefeitura do Município, em cinco
regiões: Norte, Centro, Sul, Leste e Oeste, cujos limites são apontados em verde na
Figura 5.
Fonte: IPPLAP (2011)
Figura 5. Regiões de Piracicaba
13
15. Outra divisão existente é a de Abairramentos, que são conglomerados de
bairros e pequenos loteamentos. A Figura 6 mostra o Abairramento Vila Sonia, que se
localiza na zona norte de Piracicaba. Já a Figura 7 mostra alguns dos loteamentos e
bairros situados em seus limites.
Fonte: IPPLAP (2011)
Figura 6. Abairramento Vila Sonia
Fonte: IPPLAP (2011)
Figura 7. Bairros e Loteamentos no interior da Vila Sonia na região Norte de Piracicaba.
Seguindo essa forma de planejamento, abaixo são apresentados alguns dados
sobre cada uma das regiões urbanas, de acordo com IPPLAP (2011): abairramentos,
área total, área ocupada e área livre em 2009, urbanização, população total e densidade
demográfica em 2000. Analisando esses dados, verifica-se que, com exceção do Centro,
as demais regiões possuem de 40 a 60% de suas áreas ainda rurais (Tabela 2).
14
16. Tabela 2 – Informações sobre as regiões da zona urbana do Município de Piracicaba
REGIÕES NORTE CENTRO SUL LESTE OESTE
CECAP, Conceição, Dois
Água Santa, Algodoal, Córregos, Jardim Abaeté,
Cidade Jardim, Clube de Água Branca, Bairro Verde, Castelinho, Glebas
Areião, Balbo, Capim Fino, Jardim São Francisco, Monte
Campo, Centro, Cidade Alta, Campestre, Higienópolis, Califórnia, Jaraguá, Jardim
Mário Dedini, Guamium, Alegre, Morumbi,
Nova Piracicaba, Parque da Jardim Califórnia Jardim Itapuã, Jardim Jupiá, Jardim
ABAIRRAMENTOS Jardim Primavera, Santa Piracicamirim, Pompéia,
Rua do Porto, São Dimas,São Caxambu, Jardim Elite, Planalto, Morato, Novo
Rosa, Santa Terezinha, Vale Santa Cecília, Santa Rita,
Judas, Nhô-Quim, Jardim Monte Líbano, Nova Horizonte, Ondas, Ondinhas,
do Sol, Vila Fátima, Vila Taquaral, Unileste, Vila
Monumento, Vila Rezende América, Paulista, Paulicéia São Jorge, Vila Cristina
Industrial Independência, Vila
Monteiro, Agronomia
ÁREA TOTAL 5.031,77 há 1.262,14 ha 2.443,02 ha 5.502,82 ha 2.372,95 ha
ÁREA OCUPADA
2.734,54 há 1.249,29 ha 1.466,88 ha 3.105,91 ha 1.036,49 ha
2009
ÁREA LIVRE
2.297,34 há 12,85 ha 976,14 ha 2.396.91 ha 1.336,46 ha
2009
URBANIZAÇÃO 54,40% 99,00% 60,00% 56,40% 43,70%
POPULAÇÃO
TOTAL 69.276 hab 63.736 hab 66.486 hab 57.796 hab 50.643 hab
2000
DENSIDADE
45,43 hab/há 51,51 hab/ha 58,92 hab/ha 20,02 hab/ha 55,01 hab/ha
2000
Fonte: IPPLAP (2011)
15
17. 3.1.3 Mapeamento institucional
A fim de facilitar a busca de informações para o estabelecimento de parcerias
na realização de cursos, projetos, intervenções educadoras e outras iniciativas, elaborou-
se um banco de dados contendo instituições, grupos e entidades existentes em cada uma
das regiões da área urbana de Piracicaba. Esses dados estavam disponíveis na Planta do
Município - Equipamentos Públicos de 2009 (IPPLAP, 2011), da qual foi retirado um
exemplo que pode ser visualizado na Figura 8.
Fonte: IPPLAP (2011)
Figura 8. Parte da Planta do Município - Equipamentos Públicos (2009)
O banco de dados foi produzido na forma de planilha, podendo ser
constantemente atualizado com novas categorias de análise e dados sobre as
instituições e suas atuações. Os tipos de instituições existentes no mapa citado e no
banco de dados podem ser visualizados no Quadro 2.
16
18. Quadro 2. Tipos de Instituições que constam na Planta do Município - Equipamentos Públicos (2009)
SIGLA NOME
ARVERDE Área Verde Não Edificada
CASE Centro de Atendimento Sócio Educativo
CCOMU PR Centro Comunitário em Prédio Privado
CCOMU PU Centro Comunitário em Prédio Público Municipal
CCULT Centros Culturais
CEFET Centro de Formação Técnica
CLVINC Classe Vinculada (salas cedidas em outras unidades)
COOP Cooperativas
CRAS Centro Regional de Assistência Social
CSOCIAL PU Centro Social em Prédio Público Municipal
CSUP Curso Superior
EE Escola Estadual
EEE Escola de Educação Especial
EMEF Escola Municipal de Ensino Fundamental
EMEI Escola Municipal de Ensino Infantil
EMEIF Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental
EPEF Escolas Particulares Ensino Fundamental
EPEI Escolas Particulares Ensino Infantil
EPEIF Escolas Particulares Ensino Infantil e Fundamental
EQAPAMB Equipamentos de Apoio Ambiental
EQAPURB Equipamentos de Apoio Urbanístico
EQEAPB Equipamentos de Educação Ambiental - Setor Público
EQEAPR Equipamentos de Educação Ambiental - Setor Privado
EQEATS Equipamentos de Educação Ambiental - Terceiro Setor
EQSAU Equipamentos de Saúde
EQSOC Equipamentos Sociais
ETEC Escola Técnicas Dr. Paula Souza
FATEC Faculdade Tecnológica
GE Grupo de Escoteiros
ONG/ASS Organizações Não Governamentais
SEDEMA Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente
SEMA Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento
SEMAD Secretaria Municipal de Administração
SEMUTTRAN Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes
SIST-S Sistema S (SESC / SESI / SENAI / SEST-SENAT / SENAC)
SLAZAPP Sistemas de Lazer em APP
SLAZIMP Sistema de Lazer Implantado
SME Secretaria Municipal de Educação
SMS Secretaria Municipal de Saúde
UNIV Universidades
VJAO Varejões Municipais
As categorias que hoje existem no Banco de Dados são: Região , Nº no Mapa,
Categoria, Tipo de Instituição, Nome, Abairramento, Bairro, Loteamento, Ponto de
Referência, Microbacia (Córregos) e Sub Bacia (Ribeirões).
Por exemplo: quando se faz uma pesquisa a partir da categoria Educacional na
Região Norte, tem-se o seguinte resultado: nove Escolas Estaduais, oito Escolas
17
19. Municipais de Ensino Fundamental e duas Escolas Municipais de Ensino Infantil
(Tabela 3). A partir do número de registro no Banco de Dados, podemos localizar a
instituição no Mapa citado.
Tabela 3. Exemplo de pesquisa no banco de dados de instituições, por categoria educacional
Nº
Região Categoria Tipo Nome Bairro
Mapa
Norte 21 Educacional EE Hélio Penteado de Castro Parque Piracicaba
Maria de Lourdes
Norte 40 Educacional EE Consentino Vila Sônia
Norte 13 Educacional EE Catharina Casale Padovani Santa Terezinha
Norte 37 Educacional EE Luiz Gonzaga Vila Industrial
Norte 54 Educacional EE Bairro Mário Dedini Altos do Piracicaba
Dom Aniger Francisco M.
Norte 6 Educacional EE Melilo Bosques do Lenheiro
Norte 55 Educacional EE Loteamento Jd. Gilda Jardim Gilda
Norte 27 Educacional EE Dr. João Chiarini Vila Fátima
Norte 41 Educacional EE Com. Mário Dedini Algodoal
Norte 64 Educacional EMEF Taufic Dumit Vila Sônia
Norte 62 Educacional EMEF José Antonio de Souza Vila Sônia
Norte 60 Educacional EMEF João Batista Nogueira Santa Terezinha
Norte 61 Educacional EMEF João Otávio Mello Ferraciú IAA
Norte 63 Educacional EMEF José de Pousa Toledo Bosques do Lenheiro
Norte 78 Educacional EMEF Antonia Benedita Eugênio Jardim Gilda
Norte 59 Educacional EMEF Benedito de Andrade Mário Dedini
Norte 58 Educacional EMEF Alberto Thomazi Guamium
Norte 79 Educacional EMEI Antonio Boldrim Vila Sônia
Norte 119 Educacional EMEI Vila Sônia / Jd. São Luis Vila Sônia
Outro exemplo de pesquisa aponta que na Região Norte existe quatro Centros
de Referência em Assistência Social (Tabela 4).
Tabela 4. Exemplo de pesquisa no banco de dados de instituições, por categoria educacional
Região Nº Mapa Categoria Tipo Nome Bairro
Norte 1 Social CRAS Mário Dedini Mário Dedini
Norte 3 Social CRAS Parque Piracicaba Parque Piracicaba
Norte 7 Social CRAS Vila Sônia Vila Sônia
Norte 8 Social CRAS Parque Orlanda Parque Orlanda II
Esse tipo de pesquisa auxilia o mapeamento e o contato com as instituições de
interesse em cada região. Vale ressaltar que a complementação de categorias, dados e
atualização dos mesmos deve ser constante.
18
20. 3.1.4 Descrição das bacias hidrográficas do Município de Piracicaba
A Figura 9 traz a área urbana do Município de Piracicaba e as bacias
hidrográficas que estão situadas em seus limites de forma parcial ou total. Algumas
delas estão totalmente inseridas no município de Piracicaba. Outras têm seu território
localizado sobre a área de mais de um município.
Fonte: IPPLAP (2011)
Figura 9. Área Urbana - Mapa da Malha Viária do Município de Piracicaba com as SubBacias
Segundo o Plano Municipal de Recursos Hídricos do Município de Piracicaba
(SEMAE, 2011), diversas bacias presentes na área urbana são consideradas como as
mais críticas dentro da área do município. As consideradas como menos críticas, com
exceção da Bacia dos Ribeirões Cachoeira e Paramirim, encontram-se localizadas na
área rural, na porção oeste do município (Figura 10).
19
21. Fonte: SEMAE (2010)
Figura 10. Localização espacial das bacias hidrográficas mais críticas e das menos críticas do
município de Piracicaba.
Informações mais detalhadas sobre a caracterização das bacias do município
podem ser encontradas no Anexo 2.
3.2 Municípios Vizinhos
No território do CE Piracicauá, municípios do entorno de Piracicaba são
abrangidos pelos territórios de algumas das bacias hidrográficas existentes em seus
limites. Na Tabela 6 são apresentados alguns dados desses municípios quanto à sua
área, população, densidade demográfica, população urbana e rural, bioma e número de
escolas.
Dados sobre esses mesmos municípios quanto às suas regiões administrativas e
de governo, seguidos de informações sobre Microrregiões Geográficas, Escritórios de
Desenvolvimento Rural – EDR, Diretorias de Ensino – DE, Direções Regionais de
Saúde – DIR e Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hídricos – UGRHI, podem
ser visualizados na Tabela 7. Esses dados são úteis na medida em que se queira
aumentar ou diminuir a abrangência do território de atuação. Informações mais
completas podem ser consultadas no Anexo 3.
20
22. Tabela 6. Caracterização dos municípios abrangidos pelas Bacias Hidrográficas do Município de
Piracicaba
Dens. Pop Pop.
Pop. Área
Município Demog. urbana rural Bioma Escolas
(hab.) (km²)
(hab/km2) (hab.) (hab.)
Cerrado e
Médio: 3;
Anhembi 5.653 736,51 7,68 4.271 1.382 Mata
Fundamental: 4
Atlântica
Cerrado e Médio: 2;
Charqueada 15.085 175,84 85,79 13.686 1.399 Mata Fundamental: 6;
Atlântica Pré-escolar: 1
Cerrado e Médio: 3;
Iracemapólis 20.029 115,12 173,99 19.616 413 Mata Fundamental: 8;
Atlântica Pré-escolar: 8
Médio: 4;
Laranjal Mata
25.251 384,00 65,75 22.612 2.639 Fundamental: 11;
Paulista Atlântica
Pré-escolar: 9
Cerrado e Médio: 4;
Rio das
29.501 226,66 130,16 28.562 939 Mata Fundamental: 13,
Pedras
Atlântica Pré-escolar: 10
Cerrado e Médio: 1;
Saltinho 7.059 99,74 70,77 5.891 1.168 Mata Fundamental: 5;
Atlântica Pré-escolar: 3
Médio: 5;
São Pedro 31.662 611,00 51,82 26.607 5.055 Cerrado Fundamental: 19;
Pré_esolcar: 12
Médio: 8;
Mata
Tietê 36.835 405,00 91,00 33.489 3.346 Fundamental: 24;
Atlântica
Pré-escola: 11
Fonte: IBGE, 2010
Tabela 7. Municípios do entorno segundo suas regiões administrativas e de Governo.
Regiões
Escritórios de Unidades de Gerenciamento
Administrativas, Microrregião Diretorias de Direções Regionais
Desenvolvimento dos Recursos Hídricos –
Regiões de Governo e Geográfica Ensino – DE (1) de Saúde – DIR (2)
Rural – EDR (3) UGRHI
Municípios
RA DE SOROCABA Sede: Sorocaba
RG de Botucatu
UGRHI 10 - Sorocaba/Médio
1. Anhembi (023) Botucatu EDR Botucatu DE Botucatu DIR 11 - Botucatu Tietê
UGRHI 10 - Sorocaba/Médio
7. Laranjal Paulista (043) Tatuí EDR Botucatu DE Botucatu DIR 11 - Botucatu Tietê
RG de Sorocaba
UGRHI 10 - Sorocaba/Médio
17. Tietê (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Itu DIR 15 - Piracicaba Tietê
RA DE CAMPINAS Sede: Campinas
RG de Limeira
UGRHI 05 - Piracicaba,
4. Iracemápolis (027) Limeira EDR Limeira DE Limeira DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí
RG de Piracicaba
UGRHI 05 - Piracicaba,
3. Charqueada (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí
UGRHI 05 - Piracicaba,
6. Piracicaba (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí
UGRHI 05 - Piracicaba,
8. Rio das Pedras (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Capivari DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí
UGRHI 05 - Piracicaba,
9. Saltinho (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí
UGRHI 05 - Piracicaba,
11. São Pedro (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí
Fonte: Fundação SEADE, 2003
21
23. 4. O MARCO OPERACIONAL
De acordo com o Profea (2006), “o Marco Operacional deve ser o
planejamento objetivo das estratégias e ações a serem desenvolvidas, decorrendo de
uma análise que contempla o Marco Situacional e o Conceitual ao mesmo tempo”.
Dessa forma, descreve, principalmente, a gestão do Coletivo Educador Piracicauá, ou
seja, como é sua dinâmica de existência, de representação e de trabalho.
4.1 Etapas de Atuação
Devido ao tamanho da área e visando viabilizar a atuação na totalidade do
território escolhido, elencamos as seguintes etapas de trabalho:
• Etapa 1 – Atuação nas bacias hidrográficas localizadas prioritariamente na área
urbana e que estão totalmente inseridas no município de Piracicaba;
• Etapa 2 – Atuação nas bacias rurais totalmente inseridas no município;
• Etapa 3 – Atuação nas bacias urbanas e rurais que tenham parte de sua área em
municípios vizinhos.
4.2 Gestão
Relembrando que o coletivo é formado por pessoas e instituições que atuam no
campo da educação ambiental no território das bacias hidrográficas de Piracicaba e
municípios abrangidos, apresentamos aqui sua dinâmica de organização e
funcionamento.
Os membros do coletivo atuam, interagem e se comunicam através de algumas
instâncias:
• Grupo de e-mails: O grupo de diálogo por e-mail é uma das formas de interação
e decisão do Coletivo Piracicauá. Nesse espaço são comunicados eventos,
chamadas e organizadas reuniões, montados grupos de trabalho para fins
específicos, repassados atas e relatos de reuniões e trabalhos realizados, entre
outros. O e-mail do grupo é piracicaua@yahoogrupos.com.br
• Reuniões: São realizadas periodicamente de acordo com as demandas, em que
são abordados trabalhos mais específicos como elaboração de projetos, revisão
22
24. do PPP, organização de eventos e cursos, entre outros. São comunicadas pelo
grupo e-mails.
• Animador semestral: A cada semestre é escolhido, dentre os membros
participantes, um ou mais animadores do grupo, responsáveis pelas reuniões,
suas organização e relato compartilhado.
• Representante legal: É uma figura jurídica solicitada pelo MMA na formação
dos Coletivos em 2006. O Coletivo Piracicauá já teve por representantes legais
as instituições: Projeto Bacias Irmãs, Centro Acadêmico Luiz de Queiroz,
Instituto Ambiente em Foco. Hoje o Coletivo entende que diversos podem ser
seus representantes legais, dependendo do objetivo. Atualmente pleiteia da ONG
Terra Mater que seja o seu representante legal perante o MMA. Mas para cada
projeto enviado, o representante poderá ser alguma instituição membro ou
alguma outra que queira ser parceira naquela ação específica.
• Representação em nome do Coletivo: Os membros, além de representarem
suas próprias instituições em eventos ou ações específicas, deverão citar o nome
do Coletivo, quando cabível. Representantes de instituições devem assinar um
termo de compromisso que indica e formaliza a participação das pessoas em
suas horas de trabalho, com a instituição respaldando essa participação e os seus
desdobramentos.
• Assinaturas de manifestos e participações do Coletivo: Petições, abaixo-
assinados, campanhas, dentre outros, serão assinadas por pessoas e instituições
filiadas ao Coletivo e não pelo Coletivo em si, para não comprometer outras
instituições membros.
• Comunicação: Grupo de e-mail, telefonemas, cartas, visitas, encontros, site,
espaço de formação, animação com experiências exitosas, conhecimento das
diferentes instituições (reuniões rotativas), grupos de trabalho.
• Base, núcleos de atuação e pontos de capilaridade: O Coletivo tem uma base
de referência para guardar os seus materiais históricos e de utilização coletiva.
Ela é um pequeno espaço cedido por uma das instituições participantes. As suas
reuniões também são realizadas em salas cedidas pelas instituições participantes
ou parceiras. Os seus núcleos de atuação funcionam sediados nas instituições
participantes e são definidos em comum acordo entre os que estão envolvidos na
construção partilhada de uma determinada ação ou projeto. Os Pontos de
Capilaridade foram pensados em instituições parceiras que instalam algumas
estruturas educadoras como espaços demonstrativos. Para a indicação da
localização desses espaços será necessário ter algumas informações disponíveis
sobre as instituições interessadas e que estejam localizadas nas bacias
envolvidas em cada etapa de trabalho.
• Representação em eventos: É importante consultar com antecedência o grupo
manifestando a intenção de representar o Coletivo em determinado evento. Caso
seja aceito, deve-se levar o “kit coletivo”: o PPP, a apresentação audiovisual, o
folder e o caderno conceitual. Essas informações com as ações, histórico do
23
25. grupo e chamado à formação da rede, facilitam a apresentação sobre o trabalho
realizado. Também é necessário que esse representante, em momento posterior,
faça o repasse ao grupo da memória do encontro e dos encaminhamentos
definidos.
4.3 Diretrizes
O CE Piracicauá dialoga com os princípios e com as diretrizes e objetivos
previstos na Política e no Programa Nacional de Educação Ambiental e nas Políticas de
EA definidas na legislação do Estado de São Paulo e de Piracicaba. Nesse diálogo
inspira e fundamenta as seguintes diretrizes que se complementam e articulam entre si:
a) Articulação para a construção de uma agenda comum
Por meio da atuação com instituições parceiras, dentre as quais se destacam:
- CBH-PCJ - Câmara Técnica de Educação Ambiental
- Comdema
- Piracicaba Sustentável
- Agenda 21 Municipal (Pira 21)
- Conselho da Cidade
- Fóruns de resíduos e de mobilidade
- Criação de novo espaços
A ideia é que dessa agenda comum possa ser elaborado o ANIMAPIRA – o
Ano Integrado de Meio Ambiente de Piracicaba, inspirado nas Semanas Ambientais
(SIMAPIRAS) realizadas, mas que tenham sua programação agendada e elaborada de
forma integrada. Outro formato possível para o ANIMAPIRA é o modelo existente da
Cartilha DE OLHO NA BACIA, elaborada pelo Projeto Pisca, que indica alguns temas
para iniciar uma árvore dos sonhos para o território em questão: Economia Local e
Consumo Responsável; Mobilidade Sustentável; Água; Biodiversidade; Política e
governança; Educação para a Sustentabilidade. Para cada tema são relacionados quatro
tópicos:
• O sonho – que é a enunciação de um sonho dentro do tema para o território em
análise;
• O caminho a percorrer – o que deve ser considerado para se alcançar o sonho;
24
26. • Evidências de que o sonho é possível - exemplos de iniciativas bem sucedidas
que acontecem no Brasil e no mundo cuja fonte principal é a Plataforma Cidades
Sustentáveis;
• Na Bacia – iniciativas e experiências bem sucedidas no território em análise.
b) Fortalecimento de iniciativas e projetos em andamento no território
Como já citado no marco situacional, hoje existem diversas pessoas e
instituições nas bacias urbanas de Piracicaba que trabalham com educação ambiental.
Nesse sentido, o Coletivo Educador pretende contribuir com a costura dos nós dessa
rede, por meio principalmente do compartilhamento de conhecimentos e habilidades
(Cardápio de Aprendizagem) e do estímulo ao fortalecimento de espaços e processos
educadores para a sustentabilidade. Incluem-se aí calendário e divulgação unificados,
temas comuns definidos semestralmente, fóruns, mutirões, eventos, recursos,
equipamentos, espaços e estrutura, visitas às instituições para a articulação, reuniões
periódicas do Coletivo e participação em atividades. O CE Piracicauá se propõe a
fortalecer iniciativas no território de duas maneiras:
- Apoio: Quando a participação é pontual – a partir de um convite dos
proponentes dos eventos, com a finalidade de fortalecer as atividades por meio
da participação do CE.
- Realização/ Parceria: Quando a participação é continuada - a exemplo da
participação atual na construção e implantação das seguintes frentes de atuação:
Política Municipal de Educação Ambiental (PMEA), Fórum de Resíduos,
Câmara Técnica de EA do PCJ, Ponto de Cultura Educomunicamos, Material do
Pisca “De Olho na Bacia”, AnimaPira e Simapira, Piracicaba Sustentável,
Condema, pretende-se manter e fortalecer as parcerias existentes e criar novas
para expandir esses ideais.
c) Formação de Educadores Ambientais
Em coerência com as orientações do ProNEA, que estabelece como linha de
ação a formação de educadores ambientais, o Coletivo Educador Piracicauá construiu a
proposta do “Curso de Formação de Educadores Ambientais: construindo caminhos
para a sustentabilidade socioambiental”. Esse Curso objetiva contribuir para uma
Educação Ambiental (EA) permanente, continuada e articulada, junto à totalidade dos
habitantes das bacias hidrográficas do município de Piracicaba, por meio do estímulo e
apoio à construção de conhecimentos teóricos e práticos de EA.
25
27. A idéia é viabilizar que outros grupos da cidade possam ter acesso às
tecnologias simplificadas, trazendo impactos efetivos em seu cotidiano, estimulando a
reflexão sobre o que essas ações, ideias e iniciativas significam, no que implicam e a
serviço de quem e de que são propostas. Além disso, objetiva-se que o Curso propicie
uma formação permanente e continuada de educadores ambientais, que possam ter
autonomia e apoio para a formação de novos educadores, implicando diretamente na
transformação da realidade dos participantes.
O Curso é constituído por seis módulos, sendo o primeiro denominado de
“Módulo Básico” e os cinco restantes denominados de “Módulos Temáticos”. O
Módulo Básico tem 40 h de duração e os Módulos Temáticos 60 h, a serem realizados
nas cinco regiões urbanas do Município de Piracicaba - leste, oeste, norte, sul e centro,
visando introduzir os participantes no campo da EA e incentivá-los a desenvolver
propostas de intervenção local. Os módulos temáticos são constituídos por um rol de
oficinas distribuídas nos seguintes temas: técnicas participativas de trabalho em
grupo/redes; práticas sustentáveis; políticas públicas e planejamento; segurança
alimentar; economia solidária; cultura, saúde e meio ambiente. Cada módulo
disponibilizará de 30 a 40 vagas por região da cidade, contemplando um mínimo de 300
lideranças do município.
A capilaridade da metodologia será atingida por meio da construção de
intervenção educadora ambiental pelos participantes, em cada um dos módulos, com
estímulo à mobilização de dez pessoas por intervenção, chegando a um número de três
mil pessoas envolvidas indiretamente. A construção de “centros demonstrativos ou
centros de referência” de sustentabilidade, por meio da ação solidária, será estimulada e
apoiada, com vistas à transformação da realidade socioambiental de cada região urbana.
Como subsídio e apoio às intervenções propostas serão distribuídas mochilas contendo
materiais de EA.
A inter-relação entre a educação e a comunicação, ou seja, a educomunicação,
objetivando o conhecimento do uso, dos meios e dos processos de comunicação e
informação, numa perspectiva de prática da cidadania, será utilizada como ferramenta
no desenvolvimento desta proposta de formação, enfatizando a importância de que o
espectador seja também o produtor e veiculador de informações. As propostas existentes
sobre os Cursos de Formação podem ser visualizadas no Anexo 4.
d) Políticas públicas
26
28. Reivindicação, apoio, proposição e fortalecimento das políticas públicas no
município, atuando junto a outros setores e movimentos, a exemplo dos Fóruns de
Resíduos, de Mobilidade, da PMEA.
e) Educomunicação
Estimular e apoiar a comunicação com perspectiva educadora, junto às
instituições de comunicação e outras, bem como em cursos e atividades educacionais
promovidas pelo Coletivo ou pelas instituições participantes e parceiras.
4.4 Cardápio de Aprendizagem
Para o Coletivo Educador Piracicauá educação é alimento da mente e do
espírito humano, ação e reflexão, práxis, transformação e trabalho, compromisso,
diálogo e exigência existencial, pronunciar o mundo para modificá-lo. Nesse contexto é
que foi pensado o “Cardápio de Aprendizagem”, proposta em permanente construção,
apresentando um leque de opções de atividades e oficinas, que vão desde a orientação,
contendo o passo a passo para realização de diferentes atividades, respeitando as
condições e elementos locais disponíveis, passando pela oferta de instituições,
indivíduos, materiais e elementos que colaborem com o desenvolvimento individual,
institucional e local.
Por meio de uma analogia com um cardápio de restaurante em que se pode
escolher o que mais lhe dá vontade, apetite e “cai melhor” em determinada situação para
saciar a fome, foram sistematizadas as principais instituições, indivíduos e temas
oferecidos no território ou na região, oferecidos por meio de uma lista que pode ser
acessada, visando o enriquecimento e o fortalecimento da ação de educação ambiental
no território abrangido pelo Coletivo Piracicauá. O Cardápio de Aprendizagem difere-se
do convencional cardápio de restaurante, por buscar a cooperação, permitindo que o(a)
educador(a) ambiental, ao mesmo tempo em que acessa itens, também pode oferecê-los,
e assim na práxis e avaliação coletiva busca-se o constante aprimoramento das
atividades ofertadas.
O Cardápio de Aprendizagem é a base para a continuidade e a autogestão do
processo educador. Cada curso, cada processo formativo tem o seu currículo centrado
na práxis e sua utilização de forma dialógica é estimulada e esperada.
27
29. O Cardápio do Coletivo, que pode ser consultado no Anexo 5, está distribuído
em seis grandes temas, podendo a ele serem agregados novos temas conforme as ofertas
forem surgindo:
Temas de Atuação
1 - Práticas sustentáveis
2 - Técnicas participativas de trabalhos em grupo e redes;
3 - Políticas públicas e planejamento
4 - Segurança alimentar
5 - Economia solidária
6 - Interface cultura, saúde e meio ambiente
Para detalhamento de cada um dos temas, será enviado um cadastro (Anexo 6)
para as instituições envolvidas, mas será necessária uma revisão do mesmo tornando
mais simples o seu preenchimento e a interlocução com os parceiros. Esse modelo é
fundamental para padronizar o formato e o método pedagógico das oficinas, de forma
que possam contribuir, ao final do curso, com a reflexão almejada sobre a relação das
pessoas entre si e com o seu meio. O Cardápio de Aprendizagem será abrigado no site
do Coletivo, apresentando todas as informações e materiais que vem sendo construídos
e, especialmente, dando mais visibilidade às ações realizadas, funcionando como um
banco de dados e, ao mesmo tempo, um divulgador das instituições parceiras e de suas
experiências.
4.5 Avaliação
É de fundamental importância que todo e qualquer processo de construção e
produção de conhecimentos em EA, inclua a questão da avaliação, pensada no sentido
de aprimorá-lo e de possibilitar o amadurecimento dos atores envolvidos na ação. Ela
necessita ser planejada partindo-se do que se tem e analisando aonde se quer chegar,
estabelecendo-se coletivamente objetivos, metas e procedimentos avaliativos. As
atividades e ações propostas pelo Coletivo serão avaliadas de forma permanente e
continuada e se necessário, readequadas visando o futuro do Coletivo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Balanço de Gestão do Departamento de Educação Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação
Ambiental, 2007.
28
30. ______. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA. Brasília: Ministério
do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação,
Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2005.
______. Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental. Programa
Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais: por um Brasil educado e
educando ambientalmente para a sustentabilidade. Brasília: MMA/MEC. 2006. Série
Documentos Técnicos - 8. 52p.
http://www.cdcc.sc.usp.br/CESCAR/Material_Didatico/ProFEA.pdf Acesso em
05/10/2011.
______. Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras (es) Ambientais e Coletivos
Educadores. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria Executiva. Diretoria de
Educação Ambiental. Brasília, 2005. Volumes 1 e 2.
BARRETTO, Alberto G. O. Pereira; SPAROVEK Gerd; GIANNOTTI, Mariana. Atlas
Rural de Piracicaba. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Piracicaba – SP. 2006
CBH-PCJ. Plano de bacias hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí 2010-
2020 – relatório síntese. São Paulo: Cobrape: Neoband Soluções Gráficas, 2011, 128
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FRACTAIS – Coleciona – SP - Boletim dos Coletivos Educadores de São Paulo. Ano 2
nº 02 Maio/2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
______. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
GALLO, Z; MARTINS, L.A.de T.P; PERES, M.T.M. Pobreza, meio ambiente e
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IBGE (2010). Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/
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IPPLAP. Piracicaba e municípios vizinhos. Disponível em:
http://www.ipplap.com.br/docs/mun_viz.pdf. Acesso em: 31 de março de 2011.
29
31. IPPLAP. Localização, relevo e extensão territorial de Piracicaba. Disponível em:
http://www.ipplap.com.br/docs/Localizacao%20Relevo%20Extensao%20Territorial.pdf
. Acesso em: 31 de março de 2011.
IPPLAP. Perfil Estatístico 2007 - Piracicaba. Disponível em:
http://www.ipplap.com.br/docs/Perfil%20Estatistico%202007.pdf. Acesso em: 30 de
março de 2011.
LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO E POLÍTICA AMBIENTAL/OCA. Em busca da
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SÃO PAULO/SMA – Relatório de Qualidade Ambiental – Estado de São Paulo.
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TASSARA, Eda T.(Org.). Dicionário socioambiental: ideias, definições e conceitos.
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TERRA MATER (2012) Cartilha De Olho na Bacia.
SEMAE/IRRIGART. Plano Municipal de Gestão dos Recursos Hídricos do município
de Piracicaba/SP. Relatório Geral 2 - em escala 1:50:000 2. Volume 1: Caracterização
ambiental. Junho de 2010.
30
33. ANEXO 1 – Histórico do Coletivo
Segue abaixo um breve relato cronológico contextualizado sobre a história do
surgimento do Coletivo Educador Piracicauá.
2º SEMESTRE de 2006:
• Animador: ainda não existia. A idéia de animador surgiu em 2007.
• Responsável Legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ-
ESALQ/USP.
• Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
Ciências Florestais / ESALQ/USP - OCA.
• Eventos realizados/apoiados:
- V Semana do Pisca / I Workshop da Rede de Iniciativas Socioambientais
da bacia hidrográfica do Ribeirão Piracicamirim:
Data/Período: Junho/2006
Nº de participantes: 20
Objetivos: apresentar os projetos das instituições que atuavam na
melhoria da qualidade socioambiental da bacia do Ribeirão
Piracicamirim, visando a maior integração das ações das instituições
governamentais e não governamentais com trabalhos nessa bacia.
Resultados: a apresentação das experiências de cada entidade, seguida
de um espaço para perguntas e troca de experiências, possibilitou que
os participantes pudessem conhecer a respeito das instituições e suas
ações no que se relaciona à atuação na bacia.
• Materiais produzidos: Apresentação de ações de 12 instituições que atuavam
de formas diferentes e ligadas a distintas realidades da bacia.
• Outras informações relevantes:
- Chamada Pública nº 01/2006: “Quando nos reconhecemos como um
coletivo educador”: por meio da 2ª chamada Pública (setembro/2006) do DEA
- Departamento de Educação Ambiental do MMA - Ministério do Meio
Ambiente, que teve como objetivo o mapeamento dos Coletivos Educadores
para territórios sustentáveis o grupo das 12 instituições, que vinha se
articulando na bacia do Piracicamirim, percebeu que a proposta de Coletivos
Educadores contemplava as ideias de articulação para o planejamento e
execução de ações socioambientais neste território e poderia se tornar um
potencial Coletivo Educador. A bacia do Ribeirão Piracicamirim engloba
partes dos municípios de Piracicaba, Rio das Pedras e Saltinho e possui área
total de 133 km² e uma população estimada em 93.000 habitantes Essa
percepção configurou-se como o início da elaboração da proposta de formação
de um Coletivo Educador. Após algumas reuniões realizadas na OCA -
Laboratório de Educação e Política Ambiental da ESALQ-USP, uma comissão
32
34. organizou o documento “PROJETO COLETIVO EDUCADOR DA BACIA
DO RIBEIRÃO PIRACICAMIRIM”, atendendo às solicitações para
reconhecimento do Coletivo Educador Piracicamirim pelo DEA-MMA. A
instituição proponente foi Projeto “Bacias Irmãs - Construindo Capacidade na
Sociedade Civil para a Gestão de Bacias Hidrográficas” (USP – Agência de
Inovação Tecnológica, PROCAM e ESALQ; York University – FES; Instituto
Ecoar para a Cidadania; Agência Canadense de Desenvolvimento
Internacional). Dessa forma, o objetivo geral do Coletivo Educador da Bacia
do Ribeirão Piracicamirim era de ampliar e efetivar ações conjuntas que
possibilitassem a sinergia de recursos e competências pessoais e institucionais
voltadas para a sustentabilidade da Bacia do Ribeirão Piracicamirim. Para
atingir esse objetivo maior, o Coletivo buscava incentivar e promover ações de
restauração florestal e prevenção e combate a incêndio; troca de experiências e
comunicação; elaboração e efetivação de planos diretores socioambientais
participativos; formação de formadores em temas socioambientais que
permitissem o envolvimento da comunidade na sustentabilidade da bacia tais
como: educação ambiental, bacia hidrográfica, água, organização da sociedade
civil e restauração florestal.
1º SEMESTRE/2007
• Animador: Joyce Brandão e Karine Faleiros
• Responsável legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ-
ESALQ/USP.
• Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.
• Eventos realizados/apoiados: nenhum.
• Materiais produzidos: tabelas digitalizadas “Quem somos e o que fazemos:
Presente, Passado e Futuro”, preenchidas pelas instituições participantes; Mapa
(em papel pardo) da articulação das instituições e problemas enfrentados no
território da bacia.
• Outras informações relevantes:
- Conhecendo melhor a proposta “Coletivos Educadores”:
- Estudo aprofundado sobre a proposta “Coletivos Educadores”
- Discussão e definição do marco conceitual e situacional do Coletivo
Educador Piracicamirim, utilizando rodas de conversa, métodos de
visualização, preenchimento de questionários por cada instituição
parceira (Quem somos e o que fazemos: Presente, Passado e Futuro) e
maquete viva (mapa), que definia o território da bacia e as articulações
das instituições parceiras do Coletivo neste território, bem como os
problemas enfrentados. Foram discutidos o conceito e as
particularidades da bacia, os contribuintes parceiros e suas relações em
comum.
33
35. - Com o intuito de promover uma melhor articulação entre os
participantes, facilitando a comunicação e a organização dos encontros,
foi idealizada a figura do “animador(a)”, que, até hoje, é alterada na
medida da necessidade do grupo.
2º SEMESTRE/2007:
• Animador: Maria Lídia.
• Responsável legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ-
ESALQ/USP.
• Local das reuniões: PET - Ecologia / ESALQ-USP.
• Eventos realizados/apoiados: nenhum
• Materiais produzidos: Artigo no Boletim nº 01 - Fractais Coleciona SP (pág.
11), apresentando o Coletivo Educador Piracicamirim, que pode ser visualizado
no site:
• http://www.esnips.com/displayimage.php?album=2238631&pid=18193287#top
_display_media..
• Outras informações relevantes:
- Divulgação do Coletivo: Blog do Coletivo Educador Piracicamirim,
visualizado no site: http://coletivopisca.blogspot.com/
- Interações com outros coletivos: participação no III Encontro Estadual de
Educação Ambiental e II Encontro de Coletivos Educadores, realizados
simultaneamente em São José do Rio Preto, onde foram fortalecidos vínculos
com outros coletivos do Estado e realizadas contribuições para a construção da
proposta de minuta para o projeto de Lei da Política Estadual de Educação
Ambiental.
- Momentos difíceis: poucos parceiros participantes nas reuniões presenciais.
Porém o grupo persistiu e buscou se fortalecer com um novo plano de ações
visualizando, inclusive, o aumento do território de atuação do Coletivo, por
sugestão do DEA-MMA. Para cumprir algumas exigências burocráticas junto ao
DEA-MMA foi necessário estudar também um novo proponente para o Coletivo,
gerando propostas junto ao Centro Ecológico “Flora Guimarães Guidotti” da
FEALQ, a qual não foi aceita.
1º SEMESTRE/2008:
• Animador: Júlia Faro e Elizabeth S. Nunes Salles.
• Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco.
• Local das reuniões: Laboratório de Educação e Políticas Ambientais – Depto.
Ciências Florestais / ESALQ-USP - OCA.
• Eventos realizados/apoiados:
34
36. - Curso “Educação Ambiental e Resíduos Sólidos”: realizado na ESALQ-USP,
objetivando a formação de professores do ensino fundamental e médio da rede pública.
Parceria entre USP-Recicla, NEA-Sedema e FEALQ-Centro Ecológico “Flora
Guimarães Guidotti”, NACE-PTECA/ESALQ-USP, Projeto Bacias Irmãs, Projeto Pisca
e Curso de Licenciatura e Ciências Agrárias, com apoio do Coletivo Educador
Piracicauá.
- II Fórum do PISCA: realizado em Saltinho, com o apoio do Coletivo
Educador na realização de oficinas, no planejamento e encaminhamentos de ações
resultantes do Encontro.
• Materiais produzidos:
- Artigo “A metamorfose de um coletivo” sobre o Coletivo Educador
Piracicauá para o Boletim nº 02 – Fractais Coleciona, que pode ser visualizado
na pag. 16, no site:
http://www.esnips.com/displayimage.php?album=2238631&pid=18193288&uid
=466239#top_display_media.
• Outras informações relevantes:
- Aumento do território: por sugestão do DEA-MMA e a abrangência das ações
dos parceiros em outras sub-bacias, o território do Coletivo foi aumentado para 35
sub-bacias do município de Piracicaba, sendo que algumas cidades do entorno
também foram contempladas pelo território, pelo fato de alguns projetos envolverem
a participação de instituições parceiras.
- Alteração do nome para “Coletivo Educador Piracicauá”: derivado de pirá
sykáua, nome de Piracicaba na origem tupi. Segundo o Moderno Dicionário da
Língua Portuguesa (MICHAELIS,1998, p. 974), significa “Lugar que por acidente
natural no leito dos rios, como queda d´água, não permite a passagem dos peixes,
sendo por isso favorável à pesca". Foi o nome dado pelos primeiros habitantes de
Piracicaba - os índios de raízes tupi-paiaguás que viveram à margem direita do rio,
próximo ao salto do Rio Piracicaba. O nome foi escolhido pelo fato do rio
Piracicaba estar localizado na região central da cidade e, através dele, muitas
atividades se formaram e se transformaram. Como o Coletivo representa educadores
que atuam nesta bacia, espera-se que, como essa força com que o rio exerce na vida
dos piracicabanos, também o Coletivo possa transformar idéias em ações.
- Novos objetivos para um novo território:
· Incentivar o reconhecimento das bacias, as quais cada participante pertence;
· Contribuir para a reflexão sobre a realidade socioambiental local;
· Promover a articulação entre pessoas e instituições locais e regionais a fim
de criar e potencializar processos de formação de educadores ambientais;
· Colaborar para a instituição de políticas públicas ambientais no município e
região;
35
37. · Ampliar e efetivar ações conjuntas que possibilitem sinergia de recursos e
competências pessoais e institucionais voltadas para a sustentabilidade das
bacias do município de Piracicaba.
- Execução do Plano de Ações:
· Divulgação: elaboração de um folder do Coletivo, a partir da
apresentação do Coletivo, a justificativa do nome, o território de atuação, o
conceito de bacia hidrográfica, os objetivos propostos, a identificação dos
parceiros atuantes e o convite para participação, disponibilizando sites e
telefones para contato.
· Ampliação do PAP2: mapeamento de possíveis novos parceiros, com
indicação pelos parceiros atuantes de pessoas e instituições envolvidas com
educação sócio-ambiental nas sub-bacias de Piracicaba e cidades do entorno.
· Planejamento de um Curso de formação: para educadores ambientais
referenciado no tema “Bacias Hidrográficas”, para o qual foi definido um
grupo de trabalho GT- Curso de Bacias.
- Participação no IV Encontro dos Coletivos Educadores, Salas Verdes e
Coletivos Jovens - Campinas: Abril/2008, o qual aconteceu em resposta aos
encaminhamentos do III Encontro de Coletivos Educadores (São Paulo), com o
objetivo de fortalecer os processos de formação em educação ambiental do
estado de São Paulo.
2º SEMESTRE/2008:
• Animador: Camila Pastor
• Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)
• Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.
• Eventos realizados/apoiados
- Encontros para discussão do conceito de EA: diante da percepção do conceito
de Educação Ambiental dentro do Coletivo estar sendo entendida de formas
diferentes, foram realizados dois encontros para a formação de parceiros:
1º Encontro: “Entendimento da proposta Coletivos Educadores”:
realizado com o apoio da Isabel do CESCAR – Coletivo Educador de São
Carlos, a qual apresentou experiências e dificuldades enfrentadas no CESCAR.
2º Encontro: “Conceito de Educação Ambiental”: realizado com a
mediação do IAF.
- 08/11- Encontro com novos parceiros: com o objetivo de ampliar as parcerias
foi apresentado o Coletivo Educador Piracicauá para algumas instituições e pessoas
selecionadas a partir do mapeamento de novos parceiros.
36
38. • Materiais produzidos: TV dialógica, apresentação do Coletivo em Power Point,
linha do tempo (histórico do Coletivo) em papel pardo.
• Outras informações relevantes:
- Mapeamento de novos parceiros: proposta do IAF em trazer o grupo temático
em EA, da Oscip Piracicaba 2010, como parceira do Coletivo;
- Oficialização de parcerias: foi solicitado às instituições parceiras que
apresentassem um documento reconhecendo-se como parceira oficial do
Coletivo.
- Elaboração de proposta de projeto: “Curso de Formação de Educadores
Ambientais Populares em micro-bacias hidrográficas do município de
Piracicaba”.
- Planejamento das atividades do 15º Arrastão Ecológico no Rio Piracicaba,
realizado no mês de janeiro de 2009.
1º SEMESTRE/2009
• Animador: Camila Pastor
• Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)
• Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.
• Eventos realizados/apoiados:
- Jan/2009: 15º Arrastão Ecológico – participação do Coletivo como co-
realizador, com a intervenção do “Tambuco Siriri” – personagem mitológico dos
rios – na abertura do evento; caminhada de percepção nas margens do Rio
Piracicaba e recolhimento de lixo e materiais recicláveis para a oficina de
construção da capa do Tambuco Siriri, que aconteceu no dia seguinte as
atividades do Arrastão, no SESC-Piracicaba, sob a coordenação de Rita Moura –
da Associação Pró-Cultura de Piracicaba.
- 2009: Curso “As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e
intervenções no contexto escolar”, direcionado a professores do ensino médio
da rede estadual de ensino.
- Construção participativa da Cartilha De Olho na Bacia: Material Didático de
Educação Ambiental para a Bacia do Ribeirão Piracicamiri, a qual
contemplou a realização de três módulos de oficinas, reunindo parceiros do
Coletivo e novas pessoas e instituições que tinham relações com atividades
socioambientais na bacia do ribeirão Piracicamirim.
- I SIMAPIRA – Semana Integrada de Meio Ambiente de Piracicaba: com o
objetivo de reunir pessoas e instituições na realização de atividades na Semana
do Meio Ambiente, com uma programação integrada, reduzindo custos,
37
39. materiais, sobreposição de palestras, seminários e fragmentação do público
interessado nas questões socioambientais de Piracicaba.
Materiais produzidos:
- 15º Arrastão Ecológico: Capa do “Tambuco Siriri” com lixo seco e limpo;
- V Encontro de Coletivos Educadores: painéis (em forma de totem -
reutilizando garrafas pet) com fotos de atividades do Coletivo, e vídeo
apresentando a história do Coletivo.
• Outras informações relevantes:
- Elaboração do Projeto “Ação Com-vida”, que objetivou a articulação e
fortalecimento das Comissões de Qualidade de Vida nas Escolas Estaduais
através de intervenções durante o Programa Escola da Família, realizado nos
finais de semana, nas escolas estaduais de Piracicaba que participaram dos
trabalhos propostos pela Conferência Infanto-Juvenil para o Meio Ambiente em
2008. Por dificuldades de agenda junto às escolas para realização das atividades,
bem como pelo fato da pessoa responsável pelo Programa Escola da Família ter
falecido, o projeto não foi desenvolvido.
- Participação de parceiros no V Encontro de Coletivos Educadores do Estado
de São Paulo, realizado em São Carlos, o qual resultou nos seguintes
encaminhamentos:
- Manifesto pela continuidade do Programa de Formação de Educadores
Ambientais (ProFEA) e o fortalecimento dos Coletivos Educadores,
encaminhado ao DEA-MMA.
- Apresentação dos coletivos presentes e formas de atuação: PPP – Projeto
Político Pedagógico, Marcos Conceitual e Situacional, Cardápios e demais
propostas do ProFEA.
- Discussões sobre a formação e o processo em que se encontram os
Coletivos Educadores do estado de São Paulo, abordando a dimensão
pedagógica, a articulação com o Projeto Político Pedagógico, a sustentabilidade
(principalmente financeira) e a comunicação entre os coletivos.
- Sugestões de atividades lúdicas e interativas relacionadas a temas
socioambientais.
2º SEMESTRE/2009
• Animador: Camila Pastor
• Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)
• Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.
38
40. • Eventos realizados/apoiados:
- Continuidade do curso: “As questões educacionais ambientais: desafios,
perspectivas e intervenções no contexto escolar”;
- Continuidade na construção da cartilha “De olho na bacia” – oficinas de
construção participativa de material de educação ambiental para a bacia do Pisca,
incluindo a formação da comissão de apoio que se reuniu quinzenalmente.
- Oficina para articulação de ações/projetos: Ação COM-VIDA, Projeto Tijuco
Preto, Curso para Professores “As questões educacionais ambientais: desafios,
perspectivas e intervenções no contexto escolar”.
• Materiais produzidos: nenhum
• Outras informações relevantes:
- Para encaminhamentos das demandas do coletivo foram organizados alguns
grupos de trabalho com os seguintes objetivos principais:
- GT Ação COM-VIDA: articular a realização do Projeto, junto ao
Programa Escola da Família e às escolas estaduais.
- GT Animapira: diagnosticar e integrar eventos/intervenções ambientais
numa programação anual em Piracicaba.
- GT Portfólio: organizar material de divulgação do Coletivo.
- Participação na construção da PMEA – Política Municipal de Educação
Ambiental: participação no workshop realizado na EEP em 20/10/2009 e na comissão
de acompanhamento da construção da minuta do projeto de lei, durante o período de
novembro e dezembro/2009.
- Finalização do projeto “Curso de Formação de Educadores Ambientais
Populares em micro-bacias hidrográficas do município de Piracicaba”, objetivando
protocolo para obtenção de financiamento de recursos FEHIDRO – Fundo Estadual de
Recursos Hídricos.
1º SEMESTRE/ 2010
• Animador: Valéria Freixêdas
• Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)
• Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.
• Eventos realizados/apoiados:
- Participação na Comissão de Avaliação e Elaboração da cartilha do curso:
“As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e intervenções no
contexto escolar”.
• Materiais produzidos:
39