Este documento apresenta a doutrina para o emprego de companhias de fuzileiros no Exército Brasileiro. Ele descreve a estrutura, missões, características e sistemas operacionais das companhias de fuzileiros, além de orientações sobre comando e controle, apoio de fogo, logística e outras operações. O documento fornece diretrizes para o planejamento e execução de operações ofensivas e defensivas por companhias de fuzileiros.
1. C 7-10
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
Manual de Campanha
COMPANHIA DE FUZILEIROS
ANTEPROJETO
2005
2.
3. ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Pág
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 1-1
ARTIGO II - Companhia de fuzileiros ........................ 1-2
CAPÍTULO 2 - COMANDO E CONTROLE
ARTIGO I - Introdução .............................................. 2-1
ARTIGO II - Responsabilidades Funcionais de
Comando e Controle ................................ 2-2
ARTIGO III - Ligações e Comunicações na
Companhia .............................................. 2-3
ARTIGO IV - Trabalho de Comando ........................... 2-6
ARTIGO V - Sincronização ........................................ 2-8
CAPÍTULO 3 - APOIO DE FOGO
ARTIGO I - Introdução .............................................. 3-1
ARTIGO II - Meios de Apoio de Fogo ........................ 3-2
ARTIGO III - Planejamento e Coordenação de Fogos 3-4
ARTIGO IV - Execução dos fogos .............................. 3-8
ARTIGO V - Fumígenos ............................................. 3-11
4. CAPÍTULO 4 LOGÍSTICA
ARTIGO I - Introdução .............................................. 4-1
ARTIGO II - Logística na Companhia de
Fuzileiros..................................................
4-2
ARTIGO III - Atividades Logísticas ............................. 4-10
CAPÍTULO 5 MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 5-1
ARTIGO II - Planejamento e Execução dos
Movimentos .............................................
5-2
ARTIGO III - Estacionamentos ................................... 5-5
CAPÍTULO 6 OFENSIVA
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 6-1
ARTIGO II - Marcha para o Combate ........................ 6-3
ARTIGO III - Reconhecimento em Força ................... 6-18
ARTIGO IV - Ataque ................................................... 6-19
ARTIGO V - Ataque de Infiltração .............................. 6-49
ARTIGO VI - Ataque Noturno ou Sob Condições de
Visibilidade Limitada ................................
6-57
ARTIGO VII - Ataque com Transposição de Curso de
Água ........................................................
6-71
ARTIGO VIII - Ataque em Bosques .............................. 6-81
ARTIGO IX - Aproveitamento do Êxito ....................... 6-84
ARTIGO X - Perseguição ........................................... 6-86
ARTIGO XI - Outras Ações Ofensivas ........................ 6-88
5. CAPÍTULO 7 DEFENSIVA
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 7-1
ARTIGO II - Defesa em Posição ............................... 7-7
ARTIGO III - Defesa de Área ...................................... 7-9
ARTIGO IV - Forças da Área de Segurança ............... 7-11
ARTIGO V - Companhia de Fuzileiros da Área de
Defesa Avançada ....................................
7-14
ARTIGO VI - Companhia de Fuzileiros Reserva ........ 7-44
ARTIGO VII - Táticas e Técnicas Especiais de Defesa 7-51
ARTIGO VIII - Movimentos Retrógrados ...................... 7-62
ARTIGO IX - Retraimento ........................................... 7-64
ARTIGO X - Ação Retardadora ................................. 7-73
ARTIGO XI - Retirada.................................................. 7-80
CAPÍTULO 8 OPERAÇÕES COM
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
ARTIGO I - Introdução .............................................. 8-1
ARTIGO II - Operações em Áreas Edificadas
(Localidades) ...........................................
8-1
ARTIGO III - Ataque a Localidade .............................. 8-3
ARTIGO IV - Defesa em Localidade ........................... 8-15
ARTIGO V - Operações Aeromóveis ......................... 8-22
ARTIGO VI - Operações Aeroterrestres ..................... 8-23
CAPÍTULO 9 OUTRAS OPERAÇÕES
ARTIGO I - Substituição ........................................... 9-1
ARTIGO II - Junção ................................................... 9-10
ARTIGO III - Operações de Manutenção de Paz ....... 9-13
6. CAPÍTULO 10 PELOTÃO DE APOIO
ARTIGO I - Introdução .............................................. 10-1
ARTIGO II - Características do Emprego .................. 10-2
ARTIGO III - Pelotão de Apoio na Ofensiva ............... 10-13
ARTIGO IV - Pelotão de Apoio na Defensiva ............. 10-18
ANEXO A EXEMPLOS DE ORDEM DE
OPERAÇÕES
A-1
ANEXO B EXEMPLO DE MATRIZ DE
SINCRONIZAÇÃO
B-1
ANEXO C DADOS MÉDIOS DE PLANEJAMENTO C-1
ANEXO D EXEMPLO DE DOCUMENTAÇÕES DO
PELOTÃO DE APOIO
D-1
7. C 7-10
1-1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
ARTIGO I
GENERALIDADES
1-1. FINALIDADE
a. Este manual tem por finalidade apresentar uma orientação
doutrinária para o emprego das companhias de fuzileiros (Cia Fuz)
existentes nos batalhões de infantaria do Exército Brasileiro, considerando
os preceitos doutrinários constantes dos manuais C 100-5 – OPERAÇÕES
e C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.
b. A doutrina que será apresentada destina-se às companhias de
fuzileiros dos Batalhões de Infantaria Motorizado (BI Mtz), de Montanha (BI
Mth), Pára-quedista (BI Pqdt), Leve (BIL) e Fronteira (B Fron). A referente
ao emprego peculiar das subunidades dos Batalhões de Infantaria de Selva
(BIS), e Blindado (BIB) será tratada em manuais específicos. Quanto ao
emprego das subunidades dos Batalhões de Caçadores (BC) e de Infantaria
(BI) e das subunidades isoladas, que não adotarem Quadro de Organização
(QO) da Cia Fuz de BI Mtz, deve-se considerar aquilo que se aplicar a estas
subunidades (SU).
c. Este manual deve ser usado com outros documentos doutrinários,
particularmente aqueles específicos dos diversos escalões da arma e os
que regulam as Operações sob Condições Especiais de Ambiente,
Operações com Características Especiais e Operações de Garantia da Lei
e da Ordem (GLO).
8. C 7-10
1-2. OBJETIVO
1-2
a. Apresentar a doutrina básica aplicável às companhias de fuzileiros
nos diferentes tipos de operações.
b. Capacitar o comandante (Cmt) de subunidade e seus oficiais
subalternos ao planejamento, execução, coordenação, controle e
sincronização das operações conduzidas por essas SU.
c. Fornecer elementos que possibilitem a metodização e a
padronização da instrução na Força Terrestre (F Ter).
ARTIGO II
COMPANHIA DE FUZILEIROS
1-3. CONCEITO
A Cia Fuz é uma tropa valor subunidade, elemento de manobra dos
batalhões de infantaria. É particularmente apta para realizar o combate a pé,
ainda que utilizando-se de meios de transportes terrestres, aéreos ou
aquáticos para o seu deslocamento. É, por excelência, a tropa do combate
aproximado, com capacidade de operar em qualquer terreno e sob
quaisquer condições climáticas ou meteorológicas.
1-4. MISSÕES BÁSICAS
a. Na ofensiva - Cerrar sobre o inimigo, para destruí-lo ou capturá-lo,
utilizando-se, para isto, do fogo, do movimento e do combate aproximado.
Pelo fogo procura neutralizar o inimigo permitindo o movimento. Pela
combinação do fogo e do movimento, coloca-se nas melhores condições
possíveis em relação às defesas inimigas. Finalmente, pelo combate
aproximado é concretizado o cumprimento da missão, lançando-se
violentamente sobre o inimigo, a fim de, pelo assalto, ultimar a sua
destruição ou capturá-lo.
b. Na defensiva - Manter o terreno, impedindo, resistindo ou
repelindo o ataque inimigo, por meio do fogo e do combate aproximado, e
expulsando-o ou destruindo-o pelo contra-ataque.
1-5. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
a. A companhia de fuzileiros é o menor escalão de combate da
infantaria com funções táticas e administrativas.
b. A estrutura organizacional básica da companhia de fuzileiros inclui:
três pelotões de fuzileiros (Pel Fuz),como peças de manobra; um pelotão de
9. C 7-10
apoio (Pel Ap), que proporciona apoio de fogo imediato aos pelotões de
fuzileiros; e uma seção de comando (Seç Cmdo). Eventualmente, a
companhia pode ser reforçada por elementos de combate e apoio ao
combate.
∙∙ ∙∙∙ ∙∙∙
∙∙∙∙∙ ∙
1-3
Cmdo Ap
Fig 1-1. Estrutura Organizacional da Cia Fuz
c. A organização detalhada de cada tipo de Cia Fuz, inclusive quadro
de distribuição de material e quadro de cargos previstos, consta dos
diversos quadros de organização (QO) dos batalhões de infantaria, dos
quais são orgânicas.
1-6. CARACTERÍSTICAS DE EMPREGO
O emprego da Cia Fuz segue exatamente a base doutrinária do
Batalhão de Infantaria do qual é orgânica (consultar Anexo A do manual C
7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA).
1-7. SISTEMAS OPERACIONAIS
a. Os elementos de combate, apoio ao combate e logísticos
interagem, integrando sistemas operacionais. Cabe ao comandante da
companhia de fuzileiros coordenar o seu emprego oportuno e sincronizado
no tempo, no espaço e na finalidade, tendo como objetivo a maximização do
poder de combate.
10. C 7-10
1-4
b. Os sistemas operacionais são: Inteligência, Manobra, Apoio de
Fogo, Defesa Antiaérea, Mobilidade, Contra-mobilidade e Proteção (MCP),
Logística e Comando e Controle.
c. Inteligência – é fundamental para o planejamento eficaz e para a
segurança das tropas. Envolve as ações organizadas para a coleta e
difusão de dados sobre a área de operações e o inimigo. Por meio de
patrulhas, observação e vigilância, a companhia de fuzileiros atende às suas
necessidades de inteligência e às do escalão superior.
d. Manobra – consiste da combinação de fogo e movimento dos
pelotões de fuzileiros para posicionar-se de maneira vantajosa em relação
ao inimigo no campo de batalha. Todos os demais sistemas trabalham para
facilitar, orientar e apoiar a manobra.
e. Apoio de fogo – a sincronização dos fogos com a manobra é
crucial para o sucesso das operações. Cabe ao comandante de companhia
a coordenação de apoio de fogo da SU, empregando os meios orgânicos e
os colocados à sua disposição pelo escalão superior.
f. Defesa anti-aérea – a defesa anti-aérea da companhia é
proporcionada pelo escalão superior. No âmbito da subunidade a atuação
do sistema resume-se à adoção de medidas de auto-defesa por meio do
fogo do armamento orgânico e medidas passivas como camuflagem,
dispersão e vigilância.
g. Mobilidade, Contra-mobilidade e Proteção (MCP) – a atuação do
sistema visa preservar a liberdade de manobra da companhia, limitar a do
inimigo e proteger a tropa e instalações. A companhia executa seus próprios
trabalhos, podendo receber apoio de elementos de engenharia do escalão
superior.
h. Logística – constitui o conjunto de ações voltadas para preparar e
garantir a continuidade do combate, englobando o processo de
planejamento e execução do apoio às operações, devendo atender às
condições dinâmicas do combate em todas as suas fases. A companhia é o
menor escalão com funções logísticas, contudo possui um reduzido efetivo
para o desempenho das atividades relativas ao sistema.
i. Comando e Controle – é o sistema que permite aos comandantes
visualizar o campo de batalha, apreender a situação, dirigir e sincronizar
suas ações, estabelecendo as ligações necessárias ao exercício do
comando. No escalão companhia e inferiores cresce a importância do
contato direto e a presença física do comandante.
11. C 7-10
2-1
CAPÍTULO 2
COMANDO E CONTROLE
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
2-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. Comando e Controle (C2) é um sistema através do qual as
atividades da companhia são planejadas, coordenadas, sincronizadas e
conduzidas para o cumprimento da missão. Esse sistema abrange pessoal,
equipamento, comunicações, instalações e procedimentos necessários para
obtenção e análise de informações para o planejamento, expedição de
ordens, fiscalização e condução das operações.
b. O estabelecimento de normas gerais de ação, comunicações
eficientes, organização para o combate apropriada, adequada localização
do posto de comando e adoção de efetivas medidas de coordenação e
controle permitem aos comandante de companhia controlar e coordenar as
operações sob sua responsabilidade.
c. No escalão companhia e inferiores, a presença do comandante
junto à tropa é de capital importância. O contato pessoal e a direta ação de
comando são freqüentes, contribuindo para o efetivo exercício da liderança
sobre seus homens, que é peça fundamental para o êxito no cumprimento
das missões.
12. C 7-10
2-2
ARTIGO II
RESPONSABILIDADES FUNCIONAIS DE COMANDO E CONTROLE
2-2. COMANDANTE DA COMPANHIA
a. O comandante é o responsável por tudo que a companhia faz ou
deixa de fazer. Desempenha suas atribuições realizando planejamentos,
tomando decisões oportunas, emitindo ordens eficientes e exercendo a
supervisão e o comando. Seus deveres exigem que tenha um completo
conhecimento sobre o emprego tático e técnico, e sobre as possibilidades e
limitações de todos os elementos orgânicos, bem como sobre os elementos
de outras armas que possam reforçar a companhia ou integrá-la, quando
constituir uma força-tarefa.
b. É por meio da cadeia de comando que ele exerce sua autoridade e
estabelece diretrizes, missões e normas para a companhia. O
funcionamento eficiente da cadeia de comando exige que um grau suficiente
de liberdade seja atribuído aos subordinados, para que possam realizar
suas tarefas.
c. O comandante de companhia certifica-se de que suas
determinações estão sendo executadas, por intermédio de visitas e
inspeções freqüentes, realizadas por ele ou por seu subcomandante. A
eficiência combativa da companhia somente pode ser sentida por uma
contínua avaliação das manifestações de liderança, iniciativa, moral, espírito
de corpo, disciplina e competência.
d. Deve utilizar todos os meios disponíveis para cumprir sua missão,
coordenando as atividades da companhia com as demais subunidades do
batalhão. Durante os ensaios, coordenados pelo subcomandante, certifica-se
que todos os subordinados compreenderam a missão e sua intenção,
realizando as correções e ajustes necessários.
e. Durante o cumprimento das missões, coloca-se onde melhor possa
dirigir, controlar e influir nas operações. Via de regra, posiciona-se próximo
ao escalão de ataque ou peça de manobra que executa a ação tática
principal, podendo ainda estar em um posto de observação ou em qualquer
outro lugar de sua zona de ação onde seja exigida sua presença ou possa
coordenar melhor as ações.
2-3. SUBCOMANDANTE DA COMPANHIA
a. É o principal auxiliar e assessor do comandante da companhia,
sendo seu substituto eventual. Deve manter-se constantemente a par da
situação e dos futuros planos, a fim de estar em condições de assumir o
comando da companhia em qualquer ocasião.
13. C 7-10
b. É o coordenador da logística da companhia, integrando e
sincronizando os planejamentos da logística do pessoal e do material à
manobra e ao apoio ao combate, permitindo ao comandante concentrar-se
na condução das ações táticas da companhia.
2-3
c. As principais atribuições do subcomandante de companhia são:
(1) Verificar se as instruções da tropa estão de acordo com as
diretrizes e com os planos do comandante da companhia;
(2) Coordenar as medidas de segurança adotadas pela companhia
em zona de reunião;
(3) Confeccionar a matriz de sincronização, por ocasião da
elaboração de uma ordem de operações;
(4) Assegurar-se da instalação e exploração eficiente dos meios de
comunicações da companhia para manutenção das ligações necessárias;
(5) Fiscalizar os preparativos da companhia após a emissão da
ordem do comandante da companhia;
(6) Coordena a autodefesa antiaérea da companhia, verificando a
adoção das medidas passivas de camuflagem, dispersão, ocultação e
disfarce; posicionando a metralhadora pesada da companhia; identificando
as possíveis rotas de aproximação de aeronaves; estabelecendo sistema de
alarme e medidas de execução do fogo contra aeronaves; e
(7) Coordena a realização dos ensaios da operação.
d. Durante o combate, permanecerá onde o comandante julgar mais
importante, em condições de auxiliar o comandante na condução das
operações ou substitui-lo caso necessário. Poderá estar próximo ao
comandante, junto à reserva ou a um dos pelotões de primeiro escalão, ou
próximo aos trens da companhia, acompanhando a ação da mesma a partir
de um posto de observação.
ARTIGO III
LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES NA COMPANHIA
2-4. GENERALIDADES
a. As características do combate moderno levam à necessidade de um
sistema de comunicações confiável, de grande capacidade de tráfego, muito
flexível, permitindo imediata transmissão de mensagens. Tem por objetivo
maior prestar ao comandante da companhia informações das ações das
tropas amigas, das atividades do inimigo e das alterações no terreno, de
forma a permitir-lhe tomar decisões de conduta do combate com
oportunidade.
b. As comunicações devem ser o elo entre o comandante e sua tropa,
levando a sua presença em todos os lugares, simultaneamente.
14. C 7-10
2-4
c. O sistema de comando e controle depende da eficácia das
comunicações, o que o torna alvo primordial do esforço de busca do inimigo,
objetivando não só dificultar a intervenção do comandante no combate,
como também a coordenação dos elementos desdobrados.
d. O sistema de comunicações da companhia deve ser estabelecido
segundo a rígida observância da segurança, tendo em vista a maior
proximidade com o inimigo. Um maior grau de segurança será obtido pela
diversificação dos meios de comunicações, pelo uso restrito do meio rádio e
pela priorização do uso dos circuitos físicos, de sinais convencionados,
mensagens preestabelecidas e desencadeamento de ações por horário.
Todos os componentes da companhia devem ter a noção exata de que, com
o advento da guerra eletrônica, não basta negar ao inimigo o conteúdo das
mensagens, é preciso também ocultar a sua própria transmissão.
e. A missão de instalar e operar os meios de comunicações do
comando da companhia cabe ao grupo de comunicações da seção de
comando da companhia. O grupo é composto pelo sargento auxiliar de
comunicações, um Cb radioperador, um Cb construtor de linha / telefonista,
um Sd radioperador e um Sd construtor de linha / telefonista.
f. Todas as ordens e diretrizes do escalão superior sobre a instalação e
exploração dos meios de comunicações, bem como as prescrições a serem
observadas na operação em curso, devem constar das instruções para
exploração das comunicações (IECom), do parágrafo 5º COMANDO E
COMUNICAÇÕES da ordem de operações do batalhão e de ordens
particulares do comandante do batalhão.
2-5. POSTO DE COMANDO
a. Posto de Comando é o local onde se instala o comando da
companhia para planejar e conduzir as operações. Nele são reunidos os
meios necessários ao exercício do comando, incluindo a coordenação e
controle dos elementos de combate e de apoio.
b. No nível companhia ele só existe como instalação em ações
estáticas, como uma defesa de área ou durante a ocupação de uma zona
de reunião. Durante a execução de operações que exigem movimento, o
comandante de companhia desloca-se constantemente com os integrantes
do posto de comando, posicionando-se onde melhor possa conduzir as
ações e exercer efetivo comando e controle.
c. Integrantes – Comandante da companhia, comandante do pelotão
de apoio, OA de artilharia, OA do pelotão de morteiros do batalhão, OA da
seção de morteiros da companhia, radioperadores / telefonistas e, conforme
a situação, o subcomandante da companhia.
15. C 7-10
2-5
2-6. SITUAÇÕES DE COMANDO
a. Reforço - Situação em que um pelotão de fuzileiros ou uma fração
de apoio (não orgânicos da subunidade), por determinação do escalão
superior, é colocado diretamente subordinado à companhia. A relação de
comando decorrente é a mesma que a companhia mantém com seus
elementos orgânicos.
b. Integração – Situação semelhante ao reforço, que verifica-se
quando a companhia recebe um pelotão de cavalaria, compondo uma força-tarefa
(FT).
c. Controle operacional – Situação em que uma fração fica
temporariamente subordinada à companhia para cumprir somente missões
ou tarefas específicas. Todavia, exclui-se a autoridade desta para empregar
separadamente os componentes dos elementos em questão e a
responsabilidade sobre o controle administrativo dos mesmos. No escalão
companhia esta situação ocorre, por exemplo, no contexto de operações
aeromóveis, quando a subunidade recebe uma fração de helicópteros.
d. Quando uma fração encontra-se em apoio direto à companhia, não
existe a relação de comando, pois esta permanece diretamente subordinada
ao seu comando original, havendo apenas a ligação necessária para
coordenação do apoio a ser prestado.
e. A companhia, conforme determinação do batalhão, pode reforçar
outras subunidades com parte de seus meios orgânicos. Neste caso, o
comando da fração passa a ser exercido pelo comandante da companhia
reforçada.
2-7. RESPONSABILIDADES DE LIGAÇÃO
a. O batalhão é responsável pelo estabelecimento e pela continuidade
das comunicações com a companhia.
b. A companhia é responsável pelo estabelecimento e pela
continuidade das comunicações com seus pelotões orgânicos e frações em
reforço, integração e/ou controle operacional.
c. As comunicações com as tropas vizinhas são estabelecidas e
mantidas conforme determinado pelo comando superior a que ambas
estiverem subordinados. Na ausência de instruções específicas, a
companhia é responsável pelo estabelecimento e continuidade das
comunicações com seu vizinho da direita.
16. C 7-10
2-8 MEIOS DE COMUNICAÇÕES
2-6
a. Meio rádio – Utilizado conforme prescrições constantes da ordem
de operações do batalhão.
(1) Os radioperadores do comandante de companhia pertencem ao
grupo de comunicações da seção de comando. Um deles opera na rede de
comando do batalhão (que liga a companhia às demais companhias e ao
comando do batalhão) e outro na rede de comando da companhia (que liga
o companhia a seus pelotões e frações diretamente subordinados), devendo
acompanhar, em todas as situações, o comandante da companhia.
(2) A companhia participa, ainda, das redes de apoio de fogo, por
intermédio dos observadores avançados de artilharia e do pelotão de
morteiros do batalhão.
b. Meios físicos
(1) O Cb e o Sd construtores de linha / telefonistas são os
encarregados de lançar os circuitos do posto comando da companhia até a
posição dos comandantes subordinados.
(2) O meio físico deve ser utilizado sempre que a situação permitir,
por ser mais seguro que o meio rádio face a interferências inimigas.
c. Mensageiros – Constitui-se no meio mais seguro, utilizado sempre
que necessário ou quando os demais meios não forem eficazes. Todos os
integrantes do grupo de comunicações recebem instrução de mensageiro e
podem ser empregados como tal.
d. Acústicos, visuais e diversos – Utilizados conforme previsão em
ordens e instruções. Incluem pirotécnicos, sinais para desencadeamento de
fogos, sinalização de cumprimento da missão, designação de alvos,
sinalização para aeronaves, identificação mútua para Op junção, etc.
ARTIGO IV
TRABALHO DE COMANDO
2-9. GENERALIDADES
a. O trabalho de comando do comandante da companhia compreende
as atividades desempenhadas durante o recebimento da missão, a
aplicação das normas de comando, onde o comandante preparará a sua
tropa para o cumprimento da missão imposta, e a execução, propriamente
dita.
b. A realização dessas ações, numa seqüência uniforme, permite ao
comandante ter a certeza de que todas as situações possíveis foram
consideradas e que sua decisão está fundamentada em todas as
informações disponíveis.
17. C 7-10
2-7
2-10. NORMAS DE COMANDO
a. As normas de comando são uma seqüência de ações que permitem
ao comandante de subunidade empregar o tempo disponível de forma
eficiente e eficaz durante o planejamento e execução de missões de
combate.
b. As normas de comando não são uma série de regras inflexíveis. Na
verdade, elas constituem-se em um guia que o comandante deve aplicar de
acordo com a situação vivida, sua experiência e a de seus comandantes
subordinados.
c. Essas normas constituem um lembrete e contribuem para que o
comandante da companhia tire o máximo proveito do tempo disponível,
coordenando suas ações com as de seus subordinados.
d. As normas de comando compreendem:
(1) Providências Iniciais
(2) Observação e planejamento do reconhecimento
(3) Reconhecimento
(4) Estudo de Situação
(5) Ordens e
(6) Fiscalização
e. A aplicação das normas de comando para as operações de ataque e
defesa serão descritas nos capítulos correspondentes deste manual.
2-11. ESTUDO DE SITUAÇÃO
a. É um processo lógico e continuado de raciocínio pelo qual um
comandante considera todos os fatores que possam afetar a situação militar
e chega a uma decisão que objetive o cumprimento de uma missão. No
escalão subunidade, o estudo de situação deve ser simples, objetivo e
prático.
b. A finalidade de qualquer estudo de situação é assegurar que sejam
devidamente analisados todos os fatores que influem na montagem e
escolha de uma linha de ação que, se bem sucedida, permitirá o
cumprimento da missão e oferecerá as maiores probabilidades de êxito.
c. É importante que o comandante de companhia, durante todo o
processo de estudo de situação e durante a execução das operações tenha
uma perfeita compreensão da missão e intenção dos comandantes de
brigada e batalhão. Isto lhe permitirá realizar um planejamento em sintonia
com o escalão superior e, durante o desenrolar das ações, lhe servirá de
guia para a tomada de decisões de conduta.
18. C 7-10
2-8
d. O estudo de situação inicia-se com o recebimento da missão e
conclui-se com a tomada de decisão, englobando as seguintes etapas:
(1) Análise da missão – Fase em que o comandante de companhia,
após receber a missão do comandante de batalhão, verifica as missões
impostas, identifica os principais aspectos sobre a área de operações,
planeja seu reconhecimento e estabelece um quadro-horário inicial.
(2) Situação e linhas de ação – Fase em que o comandante realiza
o reconhecimento; estuda detalhadamente o terreno, as condições
meteorológicas e o inimigo; estabelece as linhas de ação do inimigo,
identificando a mais provável e a mais perigosa; e, por fim, monta suas
linhas de ação. Conforme a situação e o tempo disponível o comandante de
companhia poderá montar apenas uma linha de ação e aperfeiçoá-la
posteriormente.
(3) Análise das linhas de ação opostas – Fase em que o
comandante de companhia visualiza o emprego da companhia em cada
linha de ação, reagindo-a com as linhas de ação do inimigo, em cada fase
da manobra. É nesta fase que são levantadas as possíveis condutas e feitos
os necessários aperfeiçoamentos das linhas de ação.
(4) Comparação das linhas de ação – Fase em que o comandante
de companhia compara suas linhas de ação segundo os fatores terreno,
rapidez, nosso dispositivo, dispositivo do inimigo e princípios de guerra,
identificando aquela que apresenta maior possibilidade de sucesso para o
cumprimento da missão. O comandante de companhia pode estabelecer a
prioridade dos fatores de comparação ou até mesmo adotar outros,
conforme a intenção do comandante de batalhão. Esta fase não será
realizada caso o comandante levante apenas uma linha de ação.
(5) Decisão – Escolhida a linha de ação o comandante prepara sua
decisão a ser emitida aos subordinados de forma clara, precisa e detalhada.
ARTIGO V
SINCRONIZAÇÃO
2-12. GENERALIDADES
a. Sincronização é o arranjo das atividades de todos os sistemas
operacionais no tempo, no espaço e na finalidade, visando a aumentar o
poder de combate. Implica na judiciosa exploração do fator da decisão
“tempo”.
b. A sincronização inclui, ainda, o efeito de emassar o poder de
combate no momento e local decisivos, ou seja, obter-se um poder de
combate superior ao do inimigo.
c. O objetivo da sincronização é usar cada meio disponível onde,
19. C 7-10
quando e da maneira que melhor possa obter a superioridade de poder de
combate. O seu resultado é o uso coordenado e seqüencial de todos os
recursos para obter a máxima contribuição para o sucesso.
d. Uma das melhores formas de se garantir a sincronização dos
elementos de manobra com as atividades de combate e apoio ao combate é
a execução de detalhados ensaios.
2-13 . PROCESSO DE SINCRONIZAÇÃO
a. A sincronização na companhia é desenvolvida em três fases:
durante o planejamento, durante os ensaios e durante o combate
propriamente dito.
b. Durante o planejamento, o comandante da companhia garante a
sincronização através de seu estudo de situação o mais detalhado possível,
planejando “o quê” fazer (ações a realizar) e a seqüência em que essas
ações irão ocorrer. Durante a “análise das linhas de ação opostas”,
apresentadas anteriormente, ele deve desenvolver um minucioso “jogo da
guerra” de forma a assegurar que todas as tarefas necessárias ao
cumprimento da missão sejam levantadas e as prováveis reações do
inimigo anuladas. Levanta, também, as ações do inimigo que requerem
antecipações por parte das tropas amigas.
c. Após a emissão da ordem de operações, durante a fase dos
ensaios, o comandante da companhia deve confirmar se todas as ações
previstas para o combate foram interagidas, de forma seqüencial, com a
provável atuação do inimigo, possibilitando a introdução de modificações
que venham a contribuir para execução do planejamento inicial.
d. Os ensaios têm por finalidade introduzir modificações no
planejamento e certificar-se de que todos sabem o que fazer em todas as
fases do combate e conhecer a intenção do comandante.
e. Os ensaios são coordenados pelo subcomandante e podem ser
executados inicialmente com os comandantes de pelotão / fração e
posteriormente contar com a presença de todos os integrantes da
companhia, desde que o tempo e a situação permitam. Sempre que
possível, devem ser conduzidos primeiramente em caixões de areia e cartas
topográficas e a seguir no próprio terreno.
f. Uma técnica eficiente de conduzir a sincronização, durante os
ensaios com os comandantes de fração, consiste em fasear a operação e
descrever a situação operacional, exigindo que cada elemento dos sistemas
operacionais explane suas ações frente àquele momento do combate ou
atuação do inimigo. O subcomandante verifica, então, se está havendo a
integração necessária dos elementos subordinados e apresenta, a seguir, a
2-9
20. C 7-10
provável ação do inimigo para neutralizar cada um dos sistemas
operacionais, levando os comandantes de pelotão / ração a buscarem
alternativas para a interferência inimiga.
2-10
g. A sincronização durante o combate propriamente dito tem como
principal ferramenta o estudo de situação continuado, ou seja, através das
informações recebidas do escalão superior e dos elementos subordinados,
analisa-se a nova situação do inimigo, características do terreno, situação
de seus pelotões e apoios e introduz-se as modificações necessárias no
planejamento inicial, assegurando completa coordenação de esforços e
agilizando respostas às condutas do inimigo.
h. Matriz de sincronização
(1) É o documento empregado pela companhia para auxiliar nas
tarefas de sincronização em todas as suas fases, apontando todas as
medidas necessárias para obter a sinergia e emassamento do poder de
combate no âmbito da subunidade.
(2) Normalmente, é uma tabela onde são anotados em uma coluna
as atividades desenvolvidas pelos sistemas operacionais da SU e na outra
são lançados os eventos da operação ou fases da manobra, hora ou
atividade do inimigo. Contudo, não tem forma padronizada, podendo ser
adaptada ao sistema de trabalho do elemento responsável pela
sincronização e características da operação.
2-14. CONDUTA DE COMBATE
a. O estudo de situação do comandante de companhia deve ser
continuado, mesmo após início das ações, identificando as modificações na
situação, em especial do terreno e do inimigo. Durante o desenrolar das
ações o comandante de companhia freqüentemente enfrenta situações que
alteram seu planejamento inicial. Estas situações podem ter sido previstas e
constar da matriz de sincronização, gerando condutas pré-planejadas, que
são desencadeadas de imediato ou conforme estabelecido na matriz e nos
ensaios. Contudo, podem haver situações não previstas, que exijam um
novo e rápido estudo de situação por parte do comandante de companhia,
chamado de estudo de situação de conduta.
b. O estudo de situação de conduta deve ser rápido e a decisão
desencadeada tão logo possível. O estudo envolve os seguintes aspectos:
(1) Missão – Verifica se foi alterada, se foi cumprida e como vem
sendo cumprida;
(2) Tempo – Verifica se os prazos previstos estão sendo cumpridos,
se há necessidade de sincronizações adicionais e se há condições de impor
maior rapidez à manobra;
(3) Terreno – Verifica se houve alguma modificação, se prevalece o
estudo anterior, o que foi conquistado e se foi aberta nova via de acesso;
21. C 7-10
(4) Inimigo – Verifica qual o inimigo em contato, quais as atividades
2-11
do inimigo no momento, quais as conseqüências das ações do inimigo;
(5) Nossa situação – Verifica qual a situação dos elementos
subordinados, dos vizinhos e do apoio de fogo; analisa quais os elementos
que podem ser utilizados para influir na ação, inclusive reforços do batalhão;
levanta linhas de ação; reage rapidamente com as ações desenvolvidas
pelo inimigo; e compara as linhas de ação.
c. Após decidir sobre a linha de ação a adotar, o comandante de
companhia informa ao batalhão sua decisão e emite sua ordem
fragmentária para as frações, a fim de que possa prosseguir no
cumprimento da missão.
22.
23. C 7-10
3-1
CAPÍTULO 3
APOIO DE FOGO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
3-1. GENERALIDADES
a. O sistema operacional apoio de fogo é um dos principais sistemas de
que dispõe o comandante de subunidade para intervir no combate. O apoio
de fogo será mais eficazmente empregado quanto melhor estiver planejado,
coordenado e sincronizado com os demais sistemas operacionais.
b. O fogo e o movimento são os elementos fundamentais da manobra.
Na ofensiva o fogo permite o movimento das peças de manobra, que são
colocadas em posições vantajosas em relação ao inimigo de forma a gerar,
em conjunto, o maior poder de combate onde e quando seja necessário.
c. Na defensiva o fogo é empregado para deter o ataque inimigo. Em
caso de penetração do inimigo em nossas posições, o fogo é utilizado para
limitar a progressão da força inimiga, isolá-la, desgastá-la e apoiar nossos
contra-ataques visando a sua destruição.
d. Informações mais detalhadas sobre apoio de fogo são encontradas
nos manuais C 100-25 – PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS
e C 7-15 – COMPANHIA DE COMANDO E APOIO.
24. C 7-10
3-2
ARTIGO II
MEIOS DE APOIO DE FOGO
3-2. MEIOS DE APOIO DE FOGO
a. A companhia, normalmente, irá dispor do apoio de fogo dos seguintes
meios: artilharia, morteiros médios (da Cia e do Btl) e leves (dos Pel),
mísseis anticarro (do Btl), canhões sem recuo (da Cia), lança- rojões (AT-4
dos Pel) e metralhadoras (dos Pel). Poderá receber do escalão superior
outros meios dependendo da missão, como por exemplo apoio aéreo,
carros de combate e fogo naval. As armas orgânicas dos pelotões de
fuzileiros, normalmente, não constarão do plano de fogos da SU.
b. A artilharia de campanha, normalmente, proporciona o grosso do
apoio de fogo ao elemento de manobra. O apoio da artilharia é,
normalmente, o mais flexível e destrutivo apoio que o comandante de
companhia pode dispor. A artilharia de campanha pode realizar fogos com
granadas alto-explosivas, com espoleta tempo, iluminativas e fumígenas.
c. O apoio de fogo de morteiro compreende os fogos do pelotão de
morteiros médios da companhia de comando e apoio, da seção de morteiros
médios do pelotão de apoio e dos morteiros leves do pelotão de fuzileiros.
Os fogos de morteiros são normalmente empregados para destruir ou
neutralizar tropas e armas coletivas, complementando os fogos da artilharia,
particularmente quando não houver possibilidade ou disponibilidade de
apoio de fogo de artilharia. Os morteiros também podem realizar fogos
iluminativos e fumígenos. A principal vantagem dos morteiros em relação à
artilharia é a maior rapidez no desencadeamento dos seus fogos.
d. As armas anticarro que a companhia tem à sua disposição são os
mísseis do pelotão anticarro da companhia de comando e apoio, os
canhões sem-recuo da seção anticarro do pelotão de apoio e os lança-rojões
(AT-4) dos pelotões de fuzileiros. Estes armamentos têm como alvos
prioritários as viaturas blindadas inimigas. Entretanto, poderão ser
empregados contra armas coletivas e abrigos inimigos, desde que não haja
comprometimento de sua missão principal. Os canhões sem-recuo também
podem ser empregados contra tropas, utilizando granadas alto-explosivas
antipessoal, granadas fumígenas para obscurecimento ou granadas
iluminativas.
e. As metralhadoras dos pelotões de fuzileiros constituem um
importante meio de apoio de fogo. Elas realizam o tiro direto, mas podem
executar tiros indiretos, por cima da tropa, e são particularmente empre-gadas
para bater objetivos como pessoal desabrigado (sobretudo em
formação cerrada ou em profundidade em relação ao eixo de tiro), armas
automáticas ou anticarro, e outros. No ataque suas posições devem estar
25. C 7-10
mais elevadas para permitir maior alcance, podendo estar localizadas
perpendicular ou lateralmente à direção de ataque e realizar fogos nos
flancos e intervalos da tropa amiga. Na defesa, o emprego principal das
metralhadoras é no LAADA, especialmente para execução do tiro de
flanqueamento, tendo em vista o seu maior efeito na linha de proteção final,
onde o fogo atinge o máximo de intensidade.
3-3. FORMAS DE EMPREGO
a. Durante uma operação, o comandante de companhia determina
formas de emprego às suas frações de apoio de fogo, de acordo com as
necessidades de apoio de fogo de seus elementos subordinados e
possibilidades de comando e controle do tiro. Em função dos mesmos
fatores, a companhia de fuzileiros poderá receber o apoio direto de
elementos de apoio de fogo da companhia de comando e apoio, ou mesmo
recebê-los em reforço.
b. Ação de conjunto
(1) É a forma na qual a seção atua, como um todo, em proveito da
companhia. Nesta situação, as frações de apoio estão subordinadas, tática
e logisticamente, ao comandante do pelotão de apoio. O controle do tiro, se
possível, será exercido pelo mesmo, podendo ser feito pelo comandante de
seção ou chefe de peça. Em geral, elas são mantidas nesta situação
enquanto possa ser exercido este controle, a fim de proporcionar o máximo
de apoio, pois proporciona maior flexibilidade, facilidade de coordenação,
controle, comunicações e suprimento.
(2) O comandante da companhia pode atribuir a prioridade de fogos a
determinado pelotão de fuzileiros. As frações em ação de conjunto deverão
estar imediata e totalmente em condições de apoiar o pelotão que recebe a
prioridade de fogos, entretanto poderá apoiar outros pelotões quando não
estiver executando seus fogos de prioridade.
(3) É utilizada quando, de uma mesma posição, o tiro e a observação
permitirem o cumprimento da missão, e o comandante do pelotão de apoio
possa exercer, em boas condições, o comando e o controle de suas
frações.
c. Apoio direto
(1) É a forma de emprego na qual uma seção ou peça atua em
proveito de um pelotão de fuzileiros, executando missões mediante pedido
direto. Caracteriza-se pelo fato de a fração estar administrativamente
subordinada ao comandante do pelotão de apoio e receber missões de tiro
do pelotão de fuzileiros apoiado. Somente por ordem do comandante da
companhia seus fogos deixarão de apoiar este pelotão. Seus próprios
comandantes ficam com a responsabilidade de controlar seus tiros.
3-3
26. C 7-10
3-4
(2) Quando uma fração está em apoio direto deve posicionar-se de
forma a atirar, nas melhores condições, em qualquer parte da frente do
pelotão apoiado. As mudanças de posição são feitas mediante ordem do
comandante do pelotão de apoio, mas o comandante do pelotão apoiado
deve ser informado antes de se iniciar qualquer deslocamento.
(3) É empregada quando não for possível manter o controle da
missão de tiro de determinada seção ou peça, sendo mantidos pelo pelotão
de apoio o controle administrativo e um baixo grau de controle operacional.
Esta forma de emprego apresenta, como vantagem sobre a ação de
conjunto, a rapidez no atendimento aos pedidos de fogos, feitos diretamente
do comandante pelotão fuzileiros apoiado ao chefe de peça ou comandante
de seção.
d. Em reforço
(1) É a situação em que uma seção ou peça fica diretamente
subordinado ao comandante do elemento apoiado, que se torna
responsável pelo seu emprego tático, controle de tiro e suprimento,
passando a fazer parte do pelotão reforçado.
(2) Uma peça ou seção é posta em reforço quando é impraticável ou
inconveniente o seu emprego em ação de conjunto ou apoio direto, em
virtude de limitações no controle e nos campos de tiro e observação.
Raramente toda uma seção é passada em reforço a um pelotão fuzileiros.
e. Emprego de frações temporárias - A organização da companhia de
fuzileiros permite o cumprimento de todas as suas missões de combate sem
que sejam necessárias modificações profundas em sua estrutura.
Entretanto, em virtude dos fatores da decisão, o comandante de companhia
pode decidir por reunir as armas de apoio dos pelotões de fuzileiros em uma
fração temporária. Assim, ele pode optar por reunir as metralhadoras ou os
morteiros leves em uma única fração. Não obstante as vantagens advindas
deste tipo de modificação, o comandante deve considerar as implicações
decorrentes, como a designação de um comando para esta nova fração, a
estruturação de uma rede de comunicações eficaz, seu suporte logístico,
além da coordenação e controle dos seus tiros.
ARTIGO III
PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS
3-4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. A coordenação do apoio de fogo visa a obter dos meios disponíveis o
melhor rendimento possível, realizando a integração dos fogos com a
manobra, evitando duplicações de esforços e batendo os alvos da forma
mais adequada.
27. C 7-10
b. O comandante de companhia de fuzileiros coordena seu próprio
apoio de fogo e o integra com seu esquema de manobra, constituindo uma
exceção à regra geral de que o artilheiro é o coordenador do apoio de fogo.
O comandante da subunidade é assessorado pelo comandante do pelotão
de apoio e observadores avançados de artilharia e de morteiros. Quando
necessário, um controlador aéreo avançado (da Força Aérea) e um
observador de tiro naval (da Marinha) compõem a equipe.
c. O comandante do pelotão de apoio é o assessor do comandante de
companhia para o emprego do apoio de fogo orgânico, particularmente os
morteiros e armas anticarro.
d. O observador avançado de artilharia deve assessorar o comandante
da companhia sobre as possibilidades e limitações de sua arma, bem como
sobre o apoio que sua unidade e escalões superiores de artilharia podem
prestar à companhia.
e. A companhia pode contar com guias aéreos avançados (GAA) para
3-5
suprir a falta do controlador aéreo avançado.
f. O GAA é um elemento integrante da força terrestre habilitado a guiar
aeronaves da força aerotática em missões pré-planejadas ou imediatas.
3-5. PLANEJAMENTO DO EMPREGO DO APOIO DE FOGO
a. O comandante de companhia é acompanhado pelo comandante do
pelotão de apoio quando do recebimento da ordem de operações do
batalhão.
b. No seu reconhecimento o comandante da companhia visualiza como
empregar seu elementos de apoio de fogo.
c. Durante o estudo de situação, após receber as propostas do
comandante do pelotão de apoio e dos OA, o comandante da companhia
decide como empregar o apoio de fogo dentro da manobra da companhia.
Esta decisão consta da ordem de operações da companhia.
d. A ordem prescreve missões especificas, zona de posições iniciais do
pelotão de apoio e das armas que estejam em reforço, alvos ou setores de
tiro, formas de emprego, hora de abertura do fogo e outras prescrições
como reorganização ou execução do tiro em condições de visibilidade
reduzida, principalmente na defesa. Pode regular as mudanças de posição e
determinar medidas para o remuniciamento.
28. C 7-10
3-6. PLANO DE APOIO DE FOGO
3-6
a. Plano de Apoio de Fogo (PAF) - Documento que regula o emprego
de todas as armas orgânicas, de apoio e em reforço, que apoiarão a ação,
para que haja coordenação e integração entre a manobra e o apoio de fogo.
b. Plano de Fogos - Documento específico referente ao emprego de
um meio de apoio de fogo. Pode vir a ser um apêndice do PAF.
c. O Plano de Apoio de Fogo é, basicamente, constituído de uma parte
escrita e dos apêndices correspondentes às armas de apoio que estejam
disponíveis em determinada operação. Os Apêndices serão tantos quanto
forem os meios de apoio existentes:
(1) Apêndice 1 — Plano de Fogos de Artilharia
(2) Apêndice 2 — Plano de Fogos Aéreos
(3) Apêndice 3 — Plano de Fogos de Morteiros
(4) Apêndice 4 — Plano de Fogos Navais
(5) Apêndice 5 — Plano de Apoio de Iluminação
(6) Apêndice 6 — Plano de Fogos Químicos e Nucleares
(7) Apêndice 7 — Plano de DAC.
d. Normalmente o texto será apresentado no próprio calco, em local que
não prejudique a locação dos alvos. Contém as instruções para a execução
do apoio de fogo. Não existe um formato padronizado, mas deve conter as
seguintes informações:
(1) Prioridade de fogos e distribuição de barragens;
(2) Solicitação ao escalão superior quanto ao apoio de fogo adicional;
(3) Pedidos de missões de tiros especiais;
(4) Emprego de fumígenos e agentes químicos, etc.;
(5) Medidas de segurança e sinais convencionais inclusive para
suspensão de fogos; e
(6) Medidas de coordenação para execução do tiro fora da zona de
fogos.
e. O calco dos alvos contém:
(1) Concentrações, barragens e grupos de concentrações com as
respectivas referências numéricas.
(2) Esquema de manobra da unidade apoiada (limites, objetivos,
dispositivos, etc).
(3) Medidas de coordenação e controle do fogo.
(4) Posições das unidades de tiro e respectivas possibilidades
(alcance, setores, etc).
f. Lista de Alvos - apresentada sob a forma de quadro e poderá estar no
calco dos alvos ou anexa ao texto. Conterá as seguintes informações:
(1) Designação das concentrações
(2) Descrição e dimensões das concentrações.
29. C 7-10
(3) Coordenadas e altitudes das concentrações.
g. Plano de DAC
(1) O emprego das armas que têm missão específica contra carros
inimigos será previsto em um calco separado, representando o plano de
DAC. Caso haja CC em reforço eles aparecem neste plano.
(2) Para cada arma AC é estabelecido um setor de tiro balizado por
acidentes nítidos no terreno. Na defensiva, dentro do setor de tiro é
estabelecida uma Direção Principal de Tiro a ser batida com prioridade.
(3) O setor de tiro define a zona de responsabilidade atribuída a uma
determinada fração, com a finalidade de evitar a dispersão do fogo sobre
uma zona maior que sua capacidade.
(4) O Plano DAC , na defesa, deve ser intimamente coordenado com
3-7
o Plano de Barreiras.
h. O comandante do pelotão de apoio prepara os planos de fogos do
pelotão (morteiros e armas AC), o qual permanece na companhia, não
sendo remetido para o batalhão.
3-7. PLANEJAMENTO DOS FOGOS DE ARTILHARIA E MORTEIROS
a. O comandante de companhia, juntamente com os observadores
avançados de artilharia e morteiros, levanta os alvos a serem batidos,
elaborando suas listas de alvos. Em seguida, remete-as para o
CCAF/Batalhão e central de tiro do pelotão de morteiros.
b. Após serem coordenados pelo escalão superior, cópias dos extratos
dos planos de fogos de artilharia e do pelotão de morteiros médios (PFA e
PFM) retornam para a subunidade.
c. O planejamento dos fogos deve considerar que cada unidade de tiro
de artilharia ou morteiro é capaz de executar uma barragem e algumas
concentrações.
d. Concentração - É o volume de fogo colocado sobre determinada
área em um certo período de tempo, desencadeado por uma peça, seção,
pelotão, bateria, grupo ou diversos grupos.
(1) Devem ser previstas concentrações nas posições inimigas
conhecidas, suspeitas, locais de provável ocupação pelo inimigo ou mesmo
pontos nítidos no terreno, a fim de facilitar o rápido enquadramento dos
alvos inopinados.
(2) Concentrações de morteiros leve e médio abrangem uma área de
50 ou 100m de diâmetro, respectivamente.
e. Barragem - É um sistema de tiros previstos de forma linear,
constituindo uma barreira, destinado a proteger as tropas e instalações
amigas, impedindo a progressão do inimigo através de linhas ou regiões
30. C 7-10
defensivas. Seu emprego normal é na consolidação de um objetivo ou na
defensiva, no estabelecimento dos fogos de proteção final coordenados com
campos de minas, obstáculos e a linha de proteção final (LPF) das
metralhadoras.
3-8
(1) Barragens normais - previstas e preparadas para serem
desencadeadas a qualquer momento e sob quaisquer condições de
visibilidade, a pedido da força interessada. Quando não estiver cumprindo
uma missão, a unidade de tiro deve ficar apontada para sua barragem
normal.
(2) Barragens eventuais - previstas e preparadas para complementar
as barragens normais. São desencadeadas a pedido, quando as armas de
apoio não estão engajadas nas barragens normais.
(3) No planejamento, podem ser previstas, por unidade de tiro,
apenas uma barragem normal e tantas eventuais quanto forem necessárias.
(4) O comandante de companhia posiciona no terreno as barragens
de artilharia e morteiro recebidas do escalão superior e as barragens das
armas orgânicas, considerando a importância, natureza e valor das vias de
acesso que devem barrar, sendo coordenadas com o plano de barreiras e
as linhas de proteção final das metralhadoras. De maneira geral as vias de
acesso para blindados devem ser batidas por artilharia e as vias de acesso
de infantaria por morteiro.
(5) A barragem da seção de morteiros do pelotão de apoio
complementa as barragens de artilharia e morteiros previstas no plano de
fogos do batalhão, na área da companhia.
(6) As barragens devem ser estabelecidas o mais próximo possível
das posições amigas, respeitando-se as margens de segurança,
características de tiro de cada arma de apoio e grau de proteção oferecido
pelas posições ocupadas pela tropa. O OA de cada órgão de apoio
assessora o comandante de companhia neste sentido. Esta distância
normalmente estará entre 100 e 500 metros.
ARTIGO IV
EXECUÇÃO DOS FOGOS
3-8. EXECUÇÃO DO FOGO DE ARTILHARIA E MORTEIROS
a. As missões de tiro são atribuídas ou solicitadas aos órgãos que
possam desencadear o tiro com maior eficácia, dentro do tempo exigido.
b. É desejável que os pedidos de fogos sejam de conhecimento do
CCAF, de modo que o comandante do batalhão possa ser mantido
informado sobre os pedidos feitos pelos elementos subordinados. Contudo,
os pedidos podem ser enviados diretamente ao órgão de apoio de fogo, por
31. C 7-10
intermédio do respectivo observador avançado, a fim de garantir o rápido
desencadeamento e não sobrecarregar as redes de comando.
c. Tratando-se de fogos previstos, o fogo é pedido pela simples
3-9
referência da sua designação numérica no plano de apoio de fogo.
d. Os pedidos para bater alvos inopinados são enviados diretamente ao
seu próprio órgão de coordenação do apoio de fogo, CCAF ou central de
tiro. Os tiros inopinados, após atendidos, recebem uma designação
numérica do órgão de apoio de fogo que os executou, devendo vir a ser
incluídos no plano de fogos.
e. Quando considerações como disponibilidade de munição, segurança
tática e coordenação permitirem, os meios mais econômicos de
desencadeamento do tiro são empregados. Nos fogos programados todos
estes fatores são considerados. Nos fogos inopinados, o tempo é,
freqüentemente, a única consideração além das prioridades estabelecidas
na lista de alvos de alta prioridade.
f. Quando um pedido chega ao CCAF, é analisado e, em princípio, deve
ser empregado o tipo de apoio de fogo solicitado. Entretanto, o CCAF pode
propor a substituição, quando outro armamento for mais apropriado para
bater o alvo, pelas suas possibilidades ou disponibilidades de munição.
Desta decisão, resultará a conseqüente providência de acionamento do
novo meio de apoio de fogo por parte do CCAF.
g. O comandante da companhia de fuzileiros e os comandantes de
fração devem estar em condições de conduzir o tiro de artilharia e morteiros.
h. Quando tratar-se de barragem, normalmente, o comandante do
batalhão delega a autoridade para ordenar o desencadeamento dos fogos
para o comandante da companhia em cuja área ela está localizada. A
barragem é desencadeada a pedido ou por meio de sinal convencionado.
i. A cadência de tiro da barragem, normalmente, é máxima durante os
dois primeiros minutos [20 (vinte) tiros por minuto)], caindo para normal nos
minutos subseqüentes [10 (dez) tiros por minuto].
3-9. EXECUÇÃO DO FOGO AÉREO
a. A mobilidade e o raio de ação tornam a aviação de combate um meio
importante de contrapor-se às ações inimigas.
b. A Força Aerotática (FAT), normalmente, apoia as forças terrestres do
seguinte modo:
(1) Evitando interferência aérea inimiga;
(2) Interditando o campo de batalha;
(3) Proporcionando apoio aéreo aproximado.
32. C 7-10
c. As missões de apoio aéreo são classificados como:
(1) Missões pré-planejadas: missões previstas pelo CCAF do
Batalhão, ainda na fase de planejamento. O S3 do Ar é o coordenador.
Durante a fase de execução, o CAA orienta os aviões para os alvos a serem
atacados.
3-10
(2) Missões imediatas: compreendem os ataques a alvos revelados no
desenrolar do combate.
d. Os alvos mais indicados para a aviação são:
(1) Alvos móveis.
(2) Alvos não localizados precisamente.
(3) Alvos profundos (longo alcance).
(4) Alvos difíceis ou inadequados para os órgãos de apoio de fogo de
terra (observação limitada, alcance excessivo, terreno adverso)
(5) Alvos não observados, cuja destruição deve ser confirmada.
e. O comandante do batalhão assessorado pelo controlador aéreo
avançado, incluirá o apoio aerotático, se for o caso, nos seus planos de
fogos. As condições atmosféricas podem impedir o apoio aéreo mesmo que
ele esteja planejado e disponível. O controle dos ataques fica a cargo do
controlador aéreo avançado, que pode ser auxiliado pelos observadores
avançados de artilharia das companhias de fuzileiros de primeiro escalão,
em virtude daquele controlador atuar, normalmente, ligado ao centro de
coordenação de apoio de fogos do batalhão.
f. O procedimento para os pedidos de ambas as missões de apoio
obedecem as regras do Sistema de Operações Ar-Terra (SOAT). Estes
pedidos de apoio aéreo devem incluir as seguintes informações:
(1) Exata localização do alvo;
(2) Descrição do alvo, com detalhes que permitam a seleção
apropriada do armamento;
(3) Efeito desejado;
(4) Localização da tropa amiga mais próxima do alvo (distância e
azimute);
(5) Hora de Ataque ao alvo;
(6) Significado tático; e
(7) Outras informações: Identificação e localização do Dst de controle
aerotático ou do CAA que orientará o avião, quando necessário.
g. Funcionamento
(1) Os pedidos de apoio aéreo podem ter origem na subunidade.
(2) Estes pedidos são coordenados e consolidados em todos os
escalões e encaminhados através dos canais existentes entre estes
escalões de comando até o centro de operações táticas (COT) do exército
de campanha e centro de operações aerotático (COAT) da força aerotática
(FAT). Em cada escalão de comando, o pedido pode ser aprovado ou
33. C 7-10
recusado, de acordo com o plano de fogo ou esquema de manobra do
escalão.
(3) Quando aprovado, o pedido segue os canais de comando até o
COT do exército de campanha que os encaminhará ao COAT da FAT em
apoio.
(4) A grande urgência das missões imediatas requer adaptações no
sistema. Quando a companhia participar da rede de pedidos aéreos, solicita
o apoio diretamente ao elemento de apoio aerotático da DE, enquanto a
brigada permanece na escuta pelo rádio. Se a brigada não interferir na
conversação, significa que o pedido está aprovado. A DE, após analisar o
pedido, retransmite o mesmo para o centro de apoio aéreo direto (CAAD).
h. Com a finalidade de auxiliar as tripulações das aeronaves, as
posições inimigas podem ser identificadas utilizando-se fumígenos
coloridos, granadas iluminativas, tiros traçantes ou outros dispositivos.
Dependendo da situação as forças amigas também devem ser identificadas
por meio de painéis, fumígenos ou dispositivos pirotécnicos para se evitar o
fratricídio.
3-11
ARTIGO V
FUMÍGENOS
3-10. EMPREGO TÁTICO DE FUMÍGENOS
a. Quando empregado corretamente, o fumígeno pode se transformar
em um multiplicador de poder de combate. Entretanto, sua utilização deve
ser cuidadosamente planejada e coordenada para não interferir
negativamente na manobra de tropas amigas.
b. As missões concernentes ao emprego de fumaça podem ser
cumpridas pelos meios orgânicos da companhia, carros, morteiros e
artilharia.
c. Os meios orgânicos da companhia são: as granadas de mão, os
canhões SR e os morteiros. Estes elementos proporcionam apenas
pequenas cortinas, dentro da zona de ação da companhia. As pequenas
cortinas, produzidas pela companhia, raramente exigem mais que uma
coordenação interna.
d. As cortinas de fumaça de artilharia e morteiro são feitas mediante
pedido ou previstas nos respectivos planos. São mais extensas e exigem
coordenação com os elementos vizinhos, tendo em vista sua maior
dispersão.
e. Seu emprego deve ser planejado para todas as operações e
condições, incluindo ações noturnas e diurnas. Entretanto, deve-se ter em
34. C 7-10
mente que o fumígeno não é um recurso que pode ser empregado
indiscriminadamente, mas planejado e empregado de acordo com a
disponibilidade das fontes geradoras e o efeito desejado.
f. Preferencialmente, os fumígenos devem ser empregados “entre” as
forças amigas e inimigas, aumentando as chances de obscurecimento. Para
torná-los mais eficientes eles podem ser utilizados próximos ao inimigo.
g. Se o fósforo branco for empregado com a dupla finalidade de causar
baixas e estabelecer cortina, as granadas serão, então, lançadas “sobre” as
posições inimigas, sem levar-se em conta a direção do vento.
h. A eficiência dos fumígenos depende em muito das condições
climáticas, tais como velocidade e direção do vento, umidade e temperatura.
Para maiores informações relativas ao emprego tático da fumaça, ver o
manual C 3-5 – DEFESA QBN.
3-12
35. C 7-10
4 - 1
CAPÍTULO 4
LOGÍSTICA
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
4-1. GENERALIDADES
a. A Subunidade (SU) é o menor escalão com funções logísticas. As
suas atividades abrangem, basicamente, o controle de pessoal e do
material, por meio de uma escrituração, mantida em ordem e em dia,
fiscalizada pessoalmente pelo comandante.
b. O comandante da companhia é o responsável pelo apoio logístico da
companhia e dos elementos em reforço, devendo assegurar-se que o
mesmo está sendo prestado também a todos os elementos sob o seu
controle operacional ou em apoio.
c. Para a execução de suas funções logísticas, o comandante da
companhia tem como principal auxiliar o subcomandante, que é o
coordenador da logística da companhia, integrando e sincronizando os
planejamentos da logística do pessoal e do material à manobra e ao apoio
ao combate. Ele deve antecipar-se às necessidades de apoio logístico,
encaminhar os pedidos de apoio ao S4 com oportunidade e fiscalizar a
distribuição de suprimentos e todo o apoio que é prestado à companhia.
d. Para maiores informações deve ser consultado o manual de
campanha C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.
36. C 7-10
4-2. APOIO LOGÍSTICO
4 - 2
a. O apoio logístico é o conjunto de atividades que visa a fornecer os
recursos e serviços necessários às tropas orgânicas e em reforço, nos
ramos de pessoal e material.
b. No âmbito da companhia existem cinco funções logísticas, com suas
respectivas tarefas, a saber:
(1) Suprimento - Levantamento das necessidades, obtenção,
controle e distribuição de todas as classes de suprimento;
(2) Transporte - Deslocamento de pessoal e material;
(3) Saúde – Evacuação e controle sanitário. Visa à conservação do
potencial humano da força terrestre em operações;
(4) Manutenção - Conservação, reparação e evacuação de material;
(5) Recursos humanos - Controle de efetivos, recompletamentos,
repouso, recuperação, recreação, sepultamento, mão-de-obra, suprimento
reembolsável, banho, lavanderia e serviço postal. As demais tarefas
referentes ao pessoal (disciplina e justiça militar, moral, assistência religiosa
e assuntos civis), realizadas no TO, são integradas ao sistema comando,
não fazendo parte do subsistema logística.
c. Para maiores informações, relativas às funções logísticas, deve ser
consultado o manual de campanha C 100-10 - LOGÍSTICA MILITAR
TERRESTRE.
ARTIGO II
LOGÍSTICA NA COMPANHIA DE FUZILEIROS
4-3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a. O gerenciamento das atividades logísticas é orientado para os
objetos e objetivos básicos da logística - o MATERIAL e o HOMEM.
b. Assim, a logística divide-se em dois grandes ramos, a LOGÍSTICA
MATERIAL e a LOGÍSTICA PESSOAL. Esta divisão da logística tem por
finalidade simplificar as estruturas organizacionais e os procedimentos
logísticos, permitindo maior coordenação e controle do comandante da
companhia e maior eficiência no apoio prestado aos elementos
subordinados.
c. O encarregado de material e o sargenteante, auxiliados pelos
demais integrantes da seção de comando, são os responsáveis pela
condução e controle das atividades logísticas nos seus respectivos ramos
de atuação, de acordo com as ordens e diretrizes emanadas pelo
comandante da companhia.
37. C 7-10
d. A LOGÍSTICA DE PESSOAL, a cargo do Sargenteante, engloba
todas as funções logísticas voltadas para o apoio aos efetivos (HOMEM):
(1) RECURSOS HUMANOS: o controle do pessoal, o nivelamento
dos efetivos, o controle das baixas, o processamento dos
recompletamentos, o repouso, a recuperação, a recreação, o moral da tropa
e os serviços em campanha, banho, lavanderia (troca de fardamento),
sepultamento, serviço postal etc;
(2) SAÚDE: o apoio prestado pela turma de evacuação e todas as
tarefas, ações e procedimentos referentes à atividade de saúde realizados
na SU, inclusive a evacuação de feridos.
e. A LOGÍSTICA DE MATERIAL, a cargo do Encarregado de Material,
4 - 3
engloba todas as funções logísticas centradas no material:
(1) SUPRIMENTO: pedidos, recebimentos, estocagem e distribuição
às diversas frações;
(2) MANUTENÇÃO: de todo o material (viaturas, armamento,
comunicações, equipamentos diversos etc), incluindo o processamento do
suprimento de manutenção e a evacuação do material;
(3) TRANSPORTE: controle dos meios para a realização dos
deslocamentos da tropa, a distribuição de suprimentos (Sup), evacuação de
material (Mnt) e de mortos (Pes).
f. No nível subunidade, sempre que possível, o apoio logístico deve ser
planejado e executado de modo que todas as funções desenvolvidas pela
companhia sejam deslocadas em direção aos elementos subordinados, de
modo a liberar os comandantes de pelotão para as atividades de combate,
sobrecarregando-os o mínimo possível com preocupações logísticas e
evitando que os pelotôes desloquem-se para a ATSU em busca de Ap Log.
O encarregado de material e o sargenteante devem atuar de modo a colocar
o suprimento, a manutenção, o apoio de saúde, os meios de transporte,
rações e água no momento e no local (ATSU ou posições dos Pelotão) que
se fizerem necessários para apoiar as atividade de combate da SU.
g. Os comandantes de pelotão têm a responsabilidade de providenciar
os primeiros socorros a seus homens, evacuar os feridos o mais
rapidamente possível e providenciar a identificação dos mortos de sua
fração. Devem permanecer a par do nível de munição do pelotão e
providenciar a tempo os pedidos de remuniciamento. Devem ter perfeito
conhecimento, também, do estado do material e do armamento e solicitar o
recompletamento da dotação logo que possível, esclarecendo se o material
foi perdido, destruído ou encontra-se em mau estado. Solicitam o
suprimento de água sempre que necessário e, em operações defensivas,
calculam e requisitam o material de fortificação necessário para a
organização do núcleo de defesa. No tocante às atividades de pessoal, os
comandantes de pelotão devem dar especial atenção à manutenção da
38. C 7-10
disciplina e moral da tropa, além do controle de efetivos. Em todas essas
atividades são auxiliados pelos respectivos adjuntos.
4-5. SEÇÃO DE COMANDO
4 - 4
a. A seção de comando (Seç Cmdo) da companhia concentra os meios
de apoio logístico da subunidade, sendo complementada em suas
deficiências pelo apoio direto prestado pelas frações da companhia de
comando e apoio. É composta pelo grupo de comando, grupo de
comunicações e grupo logístico (turma de suprimento e turma de
manutenção), podendo receber da companhia de comando e apoio uma
turma de evacuação e o grupo de apoio direto de suprimento classe I.
b. O encarregado do material é o comandante da seção de comando e
executa as atividades relacionadas à logística do material. Supervisiona o
trabalho do furriel no P Remn da subunidade. Fiscaliza, orienta e controla as
atividades das frações e elementos de manutenção e suprimento orgânicos
e os recebidos em apoio direto ou reforço. Coordena os trens da SU,
cabendo-lhe a montagem dos comboios e controle do movimento das
viaturas. Coordena a distribuição de rações e água e de todas as classes de
suprimento, exceto classe V.
c. Grupo de Comando (Gp Cmdo)- Apóia a logística da SU e a
operação do posto de comando da subunidade. É composto pelo
sargenteante, Cb Op micro, um Sd auxiliar e um Sd motorista. O
sargenteante desenvolve atividades relacionadas à logística do pessoal.
Fiscaliza, orienta e controla as atividades de evacuação de feridos das
frações e elementos de saúde recebidos em apoio ou reforço. Cabe ao
sargenteante o controle do efetivo, de licenças, dos registros sobre justiça e
disciplina e da distribuição de recompletamentos, conforme diretriz do Cmt
SU. Diariamente, em hora marcada pelo comandante da companhia,
enviará a mensagem diária de efetivos (MDE) que será transmitida à U
(S1).
d. Grupo de comunicações (Gp Com) – Comandado pelo sargento
auxiliar de comunicações, instala e opera os meios de comunicações do
comando da SU, estando encarregado da Mnt 1º Esc do Mat Com no
âmbito da SU. Composto pelo Sgt Aux Com, um Cb radioperador, um Cb
construtor de linha / telefonista, um Sd radioperador e um Sd construtor de
linha / telefonista.
e. Grupo Logístico (Gp Log) - Esse grupo possui uma subdivisão
interna em uma turma de suprimento e uma turma de manutenção.
(1) Turma de manutenção (Tu Mnt) - Comandada pelo sargento
mecânico de viatura, que é o encarregado da supervisão e auxílio à
manutenção de 1º escalão das viaturas, auxiliado pelo Sd Aj Mec Vtr. O Cb
39. C 7-10
Aj Mec Armt se incumbe da manutenção do armamento leve da SU. A turma
de manutenção concentra os meios de manutenção (ferramental) e coopera
na evacuação e coleta de salvados no âmbito da SU.
(2) Turma de Suprimento (Tu Sup)– É encarregada do transporte de
todo suprimento da SU, sendo empregada, também, no transporte de
mortos. O furriel é o encarregado do recebimento e transporte somente do
suprimento classe V, sendo responsável também pela evacuação dos
mortos, pelo remuniciamento, pela elaboração dos pedidos de munição e
pela operação do P Remn da subunidade, auxiliado pelo Cb Op Micro, um
Sd auxiliar e dois Sd motoristas.
f. Turma de evacuação (Tu Ev) - Pertence ao pelotão de saúde da Cia
C Ap e pode ser distribuída à SU. É composta por um cabo atendente, dois
Sd padioleiros e um Sd padioleiro / motorista. Cabe ao Cabo atendente
guarnecer o posto de refúgios da SU e prover a evacuação dos feridos ao
posto de saúde na ATC.
g. Grupo de apoio direto de suprimento da Classe I (Gp Ap Dto
Sup Cl I) - Pertence à seção de apoio direto de suprimento da Classe I do
pelotão de suprimentos da Cia C Ap e tem a missão de confeccionar os
gêneros de Sup Cl I, quando as cozinhas estiverem descentralizadas na SU.
É composto por um Sgt Cmt, dois Cb cozinheiros e um Sd auxiliar de
rancho.
4-6. PLANEJAMENTO
4 - 5
a. Generalidades
(1) O planejamento logístico deve assegurar o Ap Log antes e
durante todas as fases de uma operação. Este planejamento deve ser
realizado de forma coordenada com o planejamento tático e o dos apoios ao
combate.
(2) O planejamento logístico é encargo do subcomandante da
companhia, que terá seu trabalho facilitado pelo emprego de procedimentos
padronizados e adoção de normas gerais de ação.
b. Apoio às operações de combate
(1) Para assegurar um efetivo apoio, após concluir seu estudo de
situação e de acordo com a manobra concebida, o subcomandante da
companhia deve propor ao comandante:
(a) Que atividades logísticas são necessárias;
(b) Que quantidade de suprimento será necessário; e
(c) Qual a prioridade de apoio por atividade e por pelotão.
(2) Com base nas necessidades, as possibilidades da logística
devem ser avaliadas, verificando-se:
(a) Que recursos logísticos estão disponíveis (orgânicos, em
apoio e das subunidades vizinhas);
40. C 7-10
4 - 6
(b) Onde estão as instalações logísticas do Batalhão;
(c) Quando os recursos logísticos estarão disponíveis para
elementos apoiados; e
(d) Como os recursos logísticos podem ser disponibilizados.
(3) Baseado nessa análise, o planejamento logístico será
desenvolvido, reagindo-se às disponibilidades.
d. Estimativa logística na companhia
(1) A estimativa logística é uma análise dos fatores que podem
afetar o cumprimento da missão traduzida sob forma de necessidade. O
comandante da companhia utiliza-se desta estimativa para o planejamento
logístico em apoio à manobra idealizada. A chave para essa estimativa é a
situação do suprimento disponível, particularmente das Classes III, V (Mun)
e IV (em operações defensivas).
(2) No nível subunidade, raramente a estimativa logística constará
de um documento escrito. O Sargenteante e o Encarregado de Material
freqüentemente irão formulá-la em termos que respondam as seguintes
perguntas:
(a) Qual a situação atual da manutenção, dos suprimentos e dos
transportes?
(b) Quanto e o que é necessário para apoiar a operação?
(c) Que tipo de apoio externo (Esc Sp) é necessário?
(d) As necessidades poderão ser atendidas através do processo
normal, ou serão necessários outros processos de suprimento?
(e) O que está faltando e qual a conseqüência dessa falta na
operação?
(f) Onde estão os elementos a serem apoiados durante a
operação?
4-7. TRENS
a. Generalidades
(1) Trens é a designação genérica dada ao conjunto dos elementos
em pessoal, viaturas e material destinados a proporcionar apoio logístico a
uma subunidade.
(2) A finalidade dos trens da SU é operacionalizar a execução das
atividades logísticas da companhia. Fornecem apoio logístico contínuo e
cerrado aos pelotões e aos elementos em reforço, particularmente no que
se refere à manutenção orgânica, todas as classes de suprimento,
evacuação de feridos, transporte de suprimento, evacuação do material
danificado, capturado e salvado e registro e evacuação de mortos.
b. Composição normal dos trens da SU
(1) Trem de munição - Operado pelo Furriel
- 01 VTNE ¾ t, com reboque
41. C 7-10
4 - 7
(2) Trem de manutenção - Operado pelo Sgt Mec Vtr
- 01 VTNE 5 t GUINCHO, utilizada para Mnt Armt e Vtr.
(3) Trem de saúde - Operado pelo Cb Atendente
- 01 VTE ambulância, ¾ t .
(4) Trem de cozinha - Operado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I
- 01 VTNE 5 t com VRE, cisterna de água de 1500 l .
(5) Trem de bagagem - Controlado pelo Enc Mat
- 01 VTNE 5 t com reboque.
c. Área de trens de subunidade - ATSU
(1) Os trens da SU instalam-se, normalmente, dentro da zona de
ação da companhia, numa área bem próxima do posto de comando, que se
denomina área de trens de subunidade (ATSU).
(2) Por motivo de segurança a ATSU deve se localizar a uma
distância de 500m da LP na ofensiva e 1000m do LAADA na defensiva.
(3) A localização da área de trens é atribuição do comandante da
companhia, que mantém estreito entendimento com o S4 do batalhão.
(4) Com os trens desdobrados, as dimensões mínimas da ATSU,
face à necessidade de dispersão das viaturas e instalações, são de 50 x
100 m.
(5) Em algumas oportunidades, e no caso da companhia se
constituir na reserva do batalhão, esses meios ou parte deles podem se
desdobrar na área de trens de combate (ATC) ou até mesmo na área de
trens de estacionamento (ATE), de acordo com a análise dos fatores da
decisão.
(6) Para melhor atender à prestação do apoio logístico, a análise da
localização de uma área de trens deve considerar os seguintes fatores:
manobra, terreno, segurança (do fluxo e das instalações) e situação
logística. Para maiores detalhes sobre os fatores de localização da área de
trens, consultar o manual de campanha C 7-20 – BATALHÕES DE
INFANTARIA.
d. Instalações logísticas das área de trens (Fig 4-1)- Para o
funcionamento dos meios logísticos em campanha há necessidade de
dispô-los em locais adequados, resultando, assim, as instalações logísticas.
A tropa pode ser atendida nas diversas instalações, ou, em determinadas
situações, os meios poderão ir à frente para servir à tropa, retirando dos
comandantes de pelotão preocupações com encargos logísticos.
(1) Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos - Local onde é
realizada a manutenção destes materiais. Deve ser localizada em local
amplo, coberto, de fácil acesso e de boa trafegabilidade. É o local onde são
estacionadas as viaturas pertencentes aos elementos da ATSU. É operada
pelo Sgt Mec Vtr.
(2) Posto de remuniciamento – Local onde é desdobrado o posto de
distribuição de suprimento classe V (munição). Deve estar próximo do E
42. C 7-10
Sup Ev / Batalhão e afastado de outras instalações, de acordo com o tipo e
a quantidade de munição armazenada. Deve estar coberto e abrigado para
evitar danos às outras instalações. Deve possuir condições mínimas para
armazenamento de munição. É operado pelo Furriel.
4 - 8
(3) Refúgio de Feridos - Instalação que recebe os feridos do campo
de batalha, preparando-os para a evacuação, se for o caso, sendo operado
pelo Cabo Atendente. É o local onde se prepara os feridos para a
evacuação (SFC). Deve localizar-se na orla anterior da ATSU, em local de
fácil acesso e de fácil localização. No caso de operações ofensivas, cerra à
frente, no desenrolar das ações, de forma a encurtar as distâncias de
evacuação.
(4) Área de Cozinha - Local onde é preparada a alimentação da SU,
quando recebe o Gp Ap Dto Sup Cl I. É o local onde é instalada a cozinha,
quando descentralizada, e onde é preparada a alimentação. Deve ser
localizada em local coberto, próximo à fonte de água e distante do P Col
Mor. Devem ser escolhidos locais de consumo próximos às cozinhas, para
os integrantes da ATSU. É operada pelo grupo de apoio direto de
suprimento classe I.
(5) Posto de Distribuição de Suprimentos (P Distr Sup) – É o local
onde o encarregado de material realiza a distribuição de todo o suprimento
da companhia, à exceção do suprimento classe V. Desdobra-se no mesmo
local de distribuição das refeições.
e. Controle
(1) O comandante dos trens da subunidade é o subcomandante da
companhia. A esse oficial caberá determinar a localização específica de
cada instalação na área de trens, bem como a responsabilidade pela
execução dos deslocamentos, o controle e a segurança dos trens.
(2) O subcomandante estuda continuamente a situação, a fim de
propor a oportunidade do deslocamento dos trens, de maneira a facilitar o
apoio às operações. Após a decisão do comandante de realizar um
deslocamento, aciona o reconhecimento dos itinerários e das novas áreas e
expede a ordem de deslocamento, normalmente verbal.
f. Segurança dos Trens
(1) A segurança dos trens será realizada pelos seus próprios
elementos.
(2) A segurança afastada é obtida pela localização dos trens
próximos ou dentro do perímetro de segurança dos elementos de combate e
da reserva.
43. C 7-10
4 - 9
Mata
Rala
Mata
Rala
Fig 4-1. Visualização de uma ATSU desdobrada no terreno.
44. C 7-10
4 - 10
ARTIGO III
ATIVIDADES LOGÍSTICAS
4-8. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO
a. Generalidades
(1) Suprimento é a atividade logística que trata da previsão e da
provisão do material necessário às organizações e forças militares. O termo
suprimento pode, também ser empregado com o sentido geral de item,
artigo ou material necessário para equipar, manter e operar uma
organização militar.
(2) Fluxo de suprimento é o processo cíclico que se inicia com o
pedido de determinado artigo de suprimento e termina com sua distribuição
ao usuário.
(3) Classes de suprimentos - No sistema de classificação militar o
material é grupado em dez classes de suprimento para fins de planejamento
e de administração, que são os seguintes:
(a) Classe I - material de subsistência;
(b) Classe II - material de intendência;
(c) Classe III - combustíveis e lubrificantes;
(d) Classe IV - material de construção;
(e) Classe V - armamento e munição (inclusive químico,
biológico e nuclear);
(f) Classe VI - material de engenharia e cartografia;
(g) Classe VII - material de comunicações, eletrônica e
informática;
(h) Classe VIII - material de saúde;
(i) Classe IX - material de motomecanização e aviação; e
(j) Classe X - material não incluído nas outras classes (cartas e
mapas, água, impressos e publicações e outros).
(4) As classes II, IV, V (armamento), VI, VII, IX e X possuem itens
de suprimentos com características bem diversas: produtos acabados e
peças e conjuntos de reparação, que são tratados de modo distinto.
(5) Sempre que possível, é utilizado o processo de distribuição de
suprimento na subunidade. Entretanto, é freqüente, também, a distribuição
em instalação de suprimento, combinando-se assim o emprego dos meios
de transporte do batalhão e da companhia.
b. Suprimento Classe I - Material de subsistência
(1) O consumo ocorre numa proporção quase invariável que não
depende do terreno, das operações táticas em curso ou da atuação do
45. C 7-10
inimigo. Esta uniformidade de consumo permite o estabelecimento e a
distribuição de rações baseados simplesmente nos efetivos a alimentar.
(2) Ração - É a quantidade de alimentos necessária para manter um
4 - 11
homem durante um dia.
(3) Ciclo de ração
(a) É o período de 24h durante o qual a ração vai ser consumida.
Em campanha começa, normalmente pelo jantar (do dia anterior),
compreendendo as 3 (três) refeições: jantar, desjejum e almoço.
(b) O ciclo iniciando com a refeição do jantar, permite mais
tempo para o loteamento, preparo e entrega do suprimento e maior
segurança.
(4) Tipos de ração - As rações utilizadas pelas forças armadas são
as seguintes: Ração Normal; Ração Coletiva de Campanha; Ração
Individual de Combate; Ração de Equipagem e Alimentação de Emergência
(AE). Maiores detalhes sobre os tipos de ração são encontrados no manual
C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.
(5) Condução das rações
(a) É normal, o homem manter consigo uma ração AE, que não
faz parte da reserva orgânica.
(b) Reserva orgânica de Sup Cl I - É a quantidade de suprimento
existente e não destinado ao consumo imediato. A companhia não possui
reserva orgânica, contudo conduz uma ração operacional para todo o seu
efetivo como parte da reserva orgânica da brigada. Caso as cozinhas
estejam descentralizadas, a companhia conduzirá de 2/3 (dois terços) a 1 e
2/3 (um inteiro e dois terços) de ração (R1) para o efetivo existente da SU.
(c) As rações operacionais poderão ser consumidas sem
autorização, com exceção da ração de emergência. Após o consumo faz-se
o pedido para recompletar a reserva orgânica da brigada.
(6) Fluxo do Sup Cl I
(a) Normalmente não haverá pedido de Classe I, pois o
suprimento será automático, compreendendo as rações necessárias para o
consumo imediato e se baseará no efetivo existente informado a partir da
mensagem diária de efetivo (MDE).
(b) O reajustamento do número de rações será regulado nos
planos e ordens logísticas.
(c) A Cia fará um pedido eventual nas seguintes situações:
((1)) Necessidade de recomposição da reserva orgânica da
Bda;
((2)) Necessidade de recomposição do número de AE;
((3)) Quando o excesso de rações comprometer a capacidade
de transporte ou a mobilidade; e
(d) Normalmente, durante o combate, as rações a serem
consumidas pelos elementos de 1º escalão serão as rações operacionais. A
46. C 7-10
ração normal será consumida, sempre que possível nas Z Reu ou nas
situações estáticas do combate.
4 - 12
(e) O pedido eventual de ração é preparado pelo sargenteante
que o encaminha ao S4, nele constando a subunidade, quantidade e tipo de
ração.
(7) Distribuição da alimentação
(a) É a atividade que se inicia com a apanha do alimento
preparado para o consumo na cozinha do batalhão (quando centralizada),
sendo distribuído nas posições das frações da companhia pelo encarregado
de material, apoiado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I. A distribuição das refeições e
da água para consumo será em função da situação tática, podendo ser
durante o dia ou durante a noite.
(b) Processos de distribuição das refeições
((1)) Processo de entrega na SU - As refeições são levadas
pelo batalhão até os locais de rancho das Cia.
((2)) Processo de entrega no posto de distribuição de
suprimento classe I (P Distr Cl I) - As Cia recebem ordens de enviar suas
viaturas aos trens de estacionamento para apanhar as refeições.
((3)) Processo combinado - As viaturas das cozinhas levam
as refeições até um ponto intermediário, onde são transferidas para as
viaturas das companhias, que as levarão até os respectivos locais de
rancho.
(c) Muitas vezes a situação tática não permitirá que um ou mais
pelotões venham ao local de rancho da companhia. Quando isto ocorrer, as
refeições serão levadas até as posições em viaturas ou por faxina, de
acordo com o plano de alimentação da SU.
(d) O subcomandante da companhia escolhe o local de rancho
de sua subunidade, procurando preencher os seguintes requisitos: oferecer
conforto à tropa, ser acessível para viaturas, suficientemente espaçoso para
permitir a dispersão da tropa, oferecer cobertas contra a observação inimiga
e abrigo contra armas de tiro tenso. Esse local, por razões de segurança,
deve estar próximo aos trens da SU.
(e) O encarregado de material manterá um controle sobre a
qualidade e quantidade de alimentação servida à tropa. Além das
observações pessoais, deverá colher dos componentes da companhia,
principalmente cabos e soldados, observações a respeito da alimentação.
(9) Controle das cozinhas
(a) O controle das cozinhas compreende, em princípio, a
supervisão do emprego dos equipamentos, do pessoal e das viaturas das
cozinhas de campanha.
(b) As cozinhas ficarão centralizadas sob o controle batalhão (na
ATE, ATC ou AT). Excepcionalmente, a cozinha poderá operar na
companhia, de forma descentralizada. Nesse caso, o encarregado de
47. C 7-10
material supervisionará o loteamento e confecção dos alimentos apoiado
pelo Gp Ap Dto Sup Cl I em reforço à Companhia.
(10) Plano de Alimentação - É um documento informal que reúne
instruções, integrantes do plano de suprimento do batalhão. Essas
instruções, geralmente, são expedidas por meio de ordens fragmentárias,
destinadas a fornecer informações relativas ao quando e como a
alimentação será distribuída no âmbito da unidade para a companhia.
4 - 13
c. Suprimento Classe II - material de intendência
(1) O suprimento classe II é composto por fardamento, equipamento
individual, material de acampamento, material de rancho, material de
alojamento e material de escritório.
(2) O pedido tem a finalidade de recompletamento e é feito sem
formalidade das SU para o Batalhão.
(3) Distribuição – Normalmente, o suprimento é enviado diretamente
para a companhia ou pode ser determinado que seja apanhado no P Distr
Cl I do batalhão. Após o recebimento, é distribuído pelo encarregado de
material no P Distr Sup.
d. Suprimento Classe III - Combustíveis, óleos e lubrificantes
(1) O P Distr Cl III do Batalhão é composto por uma viatura cisterna,
camburões e tonéis de combustível, vasilhames de óleos para motor,
engrenagens e graxas lubrificantes.
(2) Fluxo Sup Cl III
(a) Normalmente, toda viatura da companhia que entrar na área
de trens do batalhão ou na área de apoio logístico da brigada se dirige ao P
Distr Cl III, onde será reabastecida e recompleta seus camburões por troca,
visando rapidez nessa operação.
(b) No que diz respeito a graxas e lubrificantes, ao esvaziar um
ou mais recipientes de graxa e lubrificante, a turma de manutenção do
grupo logístico da seção de comando envia-os ao P Distr Cl III do Batalhão,
onde o ressuprimento é feito mediante a simples troca do recipiente vazio
pelo cheio.
e. Suprimento Classe IV - material de construção
(1) Fluxo e distribuição idênticos ao Sup Cl II.
(2) O material de fortificação, normalmente, é distribuído pelo
processo de entrega na subunidade. O encarregado de material coordena a
distribuição no P Distr Sup.
f. Suprimento Classe V (Mun)
(1) A Cia desdobrará o posto de remuniciamento (P Remn) em sua
área de trens (ATSU), onde ficará parte da sua Dotação Orgânica (Dot O).
(2) Dotação orgânica é a quantidade de munição, expressa em tiros
por arma, transportada por uma subunidade, incluindo a munição conduzida
48. C 7-10
pelos homens, pelas viaturas transporte de armas das subunidades e pelo
trem de munição.
4 - 14
(3) A conservação do nível da Dot O é a chave do remuniciamento,
pois a Dot O garante à subunidade munição suficiente para iniciar o
combate e sustentá-lo até que o remuniciamento, que normalmente é diário,
possa ser realizado.
(4) Para o ressuprimento é realizada a confecção do pedido informal
de suprimento classe V (munição). Após o consumo, é feito o pedido para
recompletar a Dot O, exceto quando tratar-se de munição para consumo
imediato, que é recebida antes que ocorra o consumo.
(5) Fluxo de Sup Cl V (Mun) - Processo de entrega na instalação de
suprimento - A viatura do Furriel se desloca ao P Remn A, para apanhar a
munição e, se for o caso, evacuar os mortos para o posto de coleta de
mortos do batalhão (P Col Mor / Batalhão). Para a distribuição do
suprimento classe V (munição) pode-se utilizar, também, a técnica especial
de estabelecimento de PIL, reduzindo, assim, as distâncias entre os P
Remn da U e das SU.
g. Suprimento Classe VIII - material de saúde - As subunidades
pedem o suprimento classe VIII ao PS / Batalhão, localizado na ATC,
através da turma de evacuação do pelotão de saúde, sendo atendidas,
sempre que possível.
h. Suprimento Classe IX - material de motomecanização e Cl V
(Armt) - Os de pequeno vulto serão substituídos pela troca direta, mediante
apresentação do material danificado aos elementos da seção de
manutenção do pelotão de manutenção e transporte, visando
reaproveitamento de matéria prima,
i. Suprimento Classe X - material não incluído em outras classes
(1) Os suprimentos de ajudância geral que consistem de impressos
(exceto cartas e mapas) e publicações, são pedidos pelo sargenteante ao
S1.
(2) Os manuais de campanha ou técnicos e publicações
semelhantes podem ser fornecidos automaticamente às SU por iniciativa do
Batalhão.
(3) Suprimento de água
(a) A água sempre que possível é obtida de fontes locais, caso
contrário, a distribuição da água será realizada com a VTNE 5 ton com
reboque cisterna de 1.500 litros às SU.
(b) É geralmente distribuída com as refeições, embora não seja
Sup Cl I.
(c) Se possível, um saco lister é instalado no local de rancho da
SU e a água é distribuída aos Pelotão em camburões de 20 litros.
49. C 7-10
(4) Suprimento de cartas - Cabe à seção de inteligência do batalhão
estabelecer planos e normas de distribuição para o material de cartografia.
4-9. SUPRIMENTO PARA A POPULAÇÃO CIVIL
a. Incluem os artigos destinados à manutenção das condições mínimas
de vida, tais como: alimentos, medicamentos, roupas e os destinados a
ajuda econômica.
b. A obtenção dos suprimentos para a população poderá ser feita por
intermédio dos canais normais, quando se tratar de artigos consumidos pela
força terrestre, que serão armazenados pelo batalhão ou nas companhias.
Entretanto, a sua distribuição deve ser feita por intermédio dos canais de
assuntos civis, podendo utilizar-se da companhia para tal.
4-10. EIXO DE SUPRIMENTO E EVACUAÇÃO (E Sup Ev)
a. E Sup Ev é a estrada, caminho ou, eventualmente, uma direção,
selecionada para unidade, através da qual deverá ser executado o grosso
das atividades de suprimento e evacuação da sua responsabilidade.
b. O E Sup Ev se estende da área de trens de estacionamento (ATE)
do batalhão à ATSU que realiza o esforço principal, passando pela área de
trens de combate. Ramifica-se, de acordo com as necessidades, para os
demais elementos de primeiro escalão.
c. O batalhão é responsável pela segurança do seu E Sup Ev.
d. No ataque, para evitar possível interrupção do remuniciamento, pode
ser fixado um eixo de remuniciamento que indica o deslocamento previsto
para os P Remn do batalhão. O eixo de remuniciamento pode coincidir
como o E Sup Ev, e como este, ser balizado por uma estrada, caminho ou
eventualmente uma direção.
4-11. PROCESSOS DE DISTRIBUIÇÃO DE SUPRIMENTOS
a. Os processos de distribuição normais são o de entrega na
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subunidade e na instalação de suprimento.
(1) No processo de entrega na subunidade a instalação provedora
do batalhão supre, com seus meios, os elementos subordinados,
entregando os suprimentos em suas instalações logísticas.
(2) No processo de entrega na instalação de suprimento a
subunidade, com seus próprios meios, desloca-se para a instalação
provedora do batalhão, a fim de apanhar o suprimento necessário.
b. Os processos especiais de distribuição de suprimento são: reserva
móvel, suprimento aéreo, comboio especial de suprimento e posto de
suprimento móvel.
50. C 7-10
c. Os processos de distribuição de suprimento poderão ser
combinados, dependendo da manobra logística executada. Maiores
detalhes sobre os processos de suprimento são encontrados no manual C
7-20 - BATALHÕES DE INFANTARIA.
4-12. PONTO INTERMEDIÁRIO LOGÍSTICO
a. Pontos Intermediários Logísticos (PIL) são pontos de encontro entre
os elementos apoiado e apoiador, previamente selecionados,
eventualmente estabelecidos onde se realizam diversas atividades
logísticas (principalmente suprimento e evacuação), visando assegurar a
continuidade do apoio em determinada operação por força do aumento da
distância de apoio, existência de obstáculos ao fluxo ou quando a situação
impuser.
b. Para maiores detalhes sobre os Pontos Intermediários Logísticos,
consultar o manual de campanha C 7-20 –BATALHÕES DE INFANTARIA.
4-13. PACOTES LOGÍSTICOS
a. O apoio à subunidade de 1º escalão poderá ser executado através
da entrega de pacotes logísticos (PAC LOG).
b. Os PAC LOG são um conjunto de suprimentos necessários para
uma subunidade, em determinado período de tempo (normalmente para
uma jornada completa) e para determinada operação de combate, mais as
viaturas logísticas da companhia de comando e apoio para transportá-los
até a companhia de fuzileiros.
c. PAC LOG poderão ser utilizados quando o BI Mtz estiver realizando
operações de movimento (M Cmb, Mvt Rtgd etc) ou quando a SU estiver
momentaneamente isolada (PAC, Op Amv etc).
4-14. PRÉ-POSICIONAMENTO DE SUPRIMENTOS
a. O procedimento de pré-posicionamento de suprimentos poderá ser
utilizado, principalmente na defensiva e nos movimentos retrógrados,
conforme o estudo de situação do S4.
b. Os suprimentos necessários a determinada posição defensiva ou de
retardamento de uma companhia poderão ser pré-posicionados no campo
de batalha, para agilizar o apoio logístico ou por medidas de segurança.
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51. C 7-10
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4-15. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SAÚDE
a. Generalidades
(1) O atendimento médico adequado é uma responsabilidade do
comando, em todos os escalões. Ele visa à conservação dos efetivos e à
preservação da eficiência e do moral da tropa.
(2) O batalhão não tem encargos de hospitalização. Cabe ao serviço
de saúde da unidade, representado pelo seu pelotão de saúde (Pel Sau),
realizar o tratamento médico de emergência e, quando necessário, a
evacuação de feridos, doentes e acidentados, no âmbito da unidade.
b. Desdobramento do apoio de saúde nas Cia Fuz
(1) A companhia, normalmente, estabelece um refúgio de feridos,
instalação muito sumária, situada em local abrigado, para os quais são
conduzidos os homens feridos.
(2) O Pel Sau envia para as companhias de primeiro escalão uma
turma de evacuação, composta de um cabo atendente, dois Sd padioleiro e
um Sd padioleiro / motorista em uma viatura ambulância. Esta turma se
desloca com os trens da SU, seguindo imediatamente à retaguarda dos
elementos de combate.
(3) Quando necessário, o S1 poderá determinar que o Pel Sau
apoie com mais de uma Tu Ev uma determinada SU ou reforce a Tu Evac
distribuída com, no mínimo, mais um atendente.
c. Tratamento e evacuação de feridos
(1) Quando um homem é ferido, os primeiros socorros, em princípio,
são prestados por um companheiro. Em seguida, os feridos que podem se
locomover serão encaminhados ao refúgio de feridos por seus próprios
meios. Aqueles que não tiverem condições de locomoção serão evacuados
para o refúgio de feridos pelos integrantes de sua fração, por outros
elementos designados pela SU ou esperarão a evacuação através da Tu
Ev.
(2) No refúgio de feridos, o ferido é preparado para a evacuação
para o PS, se esta for necessária. A evacuação dos feridos é feita pela
turma de evacuação, a partir do refúgio de feridos, ou mesmo, diretamente
do local em que o homem foi ferido.
(3) O Posto de Socorro do Batalhão é a primeira instalação da
cadeia de evacuação onde existe atendimento médico. Aí, os pacientes são
separados de acordo com o tipo e a gravidade dos respectivos casos. Os
feridos que puderem voltar ao combate em curto prazo são mantidos no
posto de socorro do batalhão ou nas suas proximidades, caso a situação
tática o permita. Logo que aptos, retornam à companhia. Aqueles que não
tiverem condições de retornar à frente de combate são preparados para a
evacuação, que será feita em viaturas ambulância, a cargo do pelotão de
ambulâncias, da Cia Log Sau do B Log. Para os feridos graves poderá ser