O documento discute a desigualdade racial no Brasil. Aponta que os brasileiros mais pobres são negros, com 65% dos 10% mais pobres sendo negros, enquanto 86% dos 10% mais ricos são brancos. Embora a participação de negros no mercado de trabalho esteja aumentando, sua renda ainda é inferior à dos brancos. As mulheres negras estão em situação ainda pior, com maioria trabalhando na informalidade sem direitos. Apesar de políticas afirmativas, negros são minoria nas universidades federais.
2. Cultura Negra
• Os africanos contribuíram para a
cultura brasileira em uma
enormidade de aspectos: dança,
música, religião, culinária e idioma.
Essa influência se faz notar em
grande parte do país; em certos
Estados como Bahia, Maranhão,
Pernambuco, Alagoas, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e
Rio Grande do Sul a cultura afro-
brasileira é particularmente
destacada em virtude da migração
dos escravos.
3. Religiosidade
• Os bantos, nagôs e jejes no
Brasil colonial criaram o
candomblé, religião afro-
brasileira baseada no culto
aos orixás praticada
atualmente em todo o
território. Largamente
distribuída também é a
umbanda, uma religião
sincrética que mistura
elementos africanos com o
catolicismo e o espiritismo,
incluindo a associação de
santos católicos com os
orixás.
4. Religiosidade
• Os orixás são deuses africanos que
O Orixás correspondem a pontos de força
da Natureza e os seus arquétipos
estão relacionados às
manifestações dessas forças. As
características de cada Orixá
aproxima-os dos seres humanos,
pois eles manifestam-se através de
emoções como nós. Sentem raiva,
ciúmes, amam em excesso, são
passionais. Cada orixá tem ainda
o seu sistema simbólico particular,
composto de cores, comidas,
cantigas, rezas, ambientes,
espaços físicos e até horários.
5. Religiosidade
• Como resultado do
sincretismo que se deu
durante o período da
escravatura, cada orixá foi
também associado a um
santo católico, devido à
imposição do catolicismo
aos negros. Para manterem
os seus deuses vivos, viram-se
obrigados a disfarçá-los na
roupagem dos santos
católicos, aos quais
cultuavam apenas
aparentemente.
6. Candomblé
• Candomblé é uma palavra africana que significa
dança. Propriamente, é uma dança religiosa na
qual se reza para os orixás. Esta dança é uma
invocação feita em roda e praticada por mulheres
chamadas de sambas, daí o nome tão comum em
nosso Brasil a roda de samba.
• Todos os seguidores das religiões afro-brasileiras têm
seu orixá. Acreditam que todos os seres humanos
nascem da Natureza, em um determinado dia,
lugar e hora sob o comando de um orixá que será
seu protetor por toda a vida. No Candomblé, o
orixá é uma força da criação divina, manifestação
de Olorum, o criador de tudo (Deus).
7. Oxum
• Deusa das águas, do poder da mulher e do trabalho doméstico.
• Oxum: Deusa do amor e da fertilidade, das águas doces e do
ouro.
• Olorum, criador do Universo, enviou seus orixás até a terra. No
entanto, ele esqueceu de enviar Oxum. A terra se tornou seca,
sem água e sem vida. Percebendo o engano, Oxum foi enviada
à terra para trazer beleza e fertilidade.
• Metal: ouro
• Comida: feijão fradinho com camarão seco, cebola e dendê.
• Ferramenta: leque com espelhos (abebé)
• Animal: pássaro
• Local de culto: águas doce.
• Animais de sacrifício: boi, cabra, galinha amarela.
• Vestes: Amarelas com enfeites coloridos de azul, branco e rosa.
• Dia: sábado.
8.
9. Culinária
• A influência da cultura africana é também
evidente na culinária regional, especialmente na
Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma
palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-
dendê. Este azeite é utilizado em vários pratos de
influência africana como o vatapá, o caruru e o
acarajé.
10. Musicalidade
• Na música a cultura africana contribuiu com os
ritmos que são a base de boa parte da música
popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de
influência africana, como o lundu, terminaram
dando origem à base rítmica do maxixe, samba,
choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais.
11. Musicalidade
• Também há alguns
instrumentos musicais
brasileiros, como o
berimbau, o afoxé e o
agogô, que são de
origem africana. O
berimbau é o
instrumento utilizado
para criar o ritmo que
acompanha os passos
da capoeira, mistura
de dança e arte
marcial criada pelos
escravos no Brasil
colônial.
12. Capoeira
• Até o ano de 1930, a
prática da capoeira ficou
proibida no Brasil, pois era
vista como uma prática
violenta e subversiva. A
polícia recebia
orientações para prender
os capoeiristas que
praticavam esta luta. Em
1930, um importante
capoeirista brasileiro,
mestre Bimba, apresentou
a luta para o então
presidente Getúlio Vargas.
14. DESIGUALDADE ÉTNICO-RACIAL
PESQUISA DO IPEA APONTA QUE BRASILEIROS MAIS
POBRES SÃO NEGROS
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) noticia que nos últimos dez anos, a distância
social dos negros em relação aos brancos aumentou.
Entre os 10% mais pobres do país, 65% são negros; entre
os 10% mais ricos, 86% são brancos.
15. DESIGUALDADE ÉTNICO-RACIAL
PARTICIPAÇÃO DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO CRESCE,
MAS RENDA AINDA É INFERIOR À DO BRANCO
A participação dos negros no mercado de trabalho brasileiro
aumentou desde a segunda metade da década de 90. No entanto,
as condições de trabalho e de renda ainda continuam muito
aquém das registradas pela população branca.
De acordo com o Relatório Anual das Desigualdades Raciais
no Brasil 2007-2008, elaborado pelo Instituto de Economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 20,6 milhões de
pessoas ingressaram no mercado de trabalho de 1995 a 2006. Desse
número, apenas 7,7 milhões eram brancos. O restante, 12,6 milhões
de pessoas, eram pardas e negras.
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17. DESIGUALDADE ÉTNICO-RACIAL
• As mulheres negras (pretas e pardas) estão em
situação pior no mercado de trabalho que as
brancas, revela pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), divulgada hoje (17),
mostrando que elas são maioria entre as
trabalhadoras informais.
• A pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais 2009
destaca que enquanto metade das mulheres
pretas (54,1%) e pardas (60%) trabalha sem carteira
assinada, portanto, sem direito a benefícios como
seguro desemprego e licença maternidade, o
percentual de brancas na mesma situação é de
44%.
18. DESIGUALDADE ÉTNICO-RACIAL
Apesar de políticas afirmativas direcionadas
para a população negra, esse público ainda é
minoria nas universidades federais. Estudo que será
lançado neste ano (2011) pela Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes) sobre o perfil dos
estudantes de graduação mostra que 8,72% deles
são negros. Os brancos são 53,9% , os pardos 32% e
os indígenas menos de 1%.