1. Otorrinolaringologia 11ª aula
Orelha Interna
• Formada por esqueleto ósseo ebúrneo (labirinto ósseo) que contem no seu interior o
labirinto membranoso. Membranas são parte funcional da orelha
Material baseado exclusivamente em aulas. Confeccionado por Jean D. Mello, Pietro Balthar, Rodrigo Magacho e Thiago Reis
• Divide-se em dois segmentos: Anterior (cóclea) e outro posterior (aparelho
vestibular formado pelos canais semicirculares)separados por cavidade denominada
vestíbulo.
Anatomia
• Canal semicircular superior + utrículo + Canal semicircular inferior Nervo
vestibular superior
• Sáculo + Canal semicircular posterior Nervo vestibular inferior
Coclear + Vestibular = Vestíbulo Coclear 8º par
Então, tudo que vem aferente vai ao tronco encefálico sisetma reticular, onde
ocorrer equilibrio
Equilíbrio
• Canais semicirculares: Equilíbrio dinâmico do corpo em movimento.
• Sáculo e utrículo: Equilíbrio estático,noção da posição da cabeça e do corpo no
espaço.
• Visão: Relações espaciais dos objetos.
• Sistema proprioceptivo: Sensações cutâneas e sensibilidade profunda dos
músculos,tendões e articulações.
Os reflexos que regulam o equilíbrio dependem da interação entre o sistema vestibular,
olhos, sistema proprioceptivo, sob coordenação do cerebelo.
O aparelho vestibular é composto por um aparelho sensorial periférico (labirinto),
mecanismo processador(SNC) e um mecanismo gerador de reações motoras oculares e
posturais.
2. Patologias da orelha Interna
• Síndromes Vestibulares Periféricas e Centrais
• Vertigem Posicional Paroxística Benigna
• Presbiacusia
• Trauma Sonoro
• Medicamentos Ototoxicos
• Doença de Ménière
• Neurinoma do Acústico
Obs: Labirintite é um termo errado, pois inflamação do labirinto é raro. O termo correto
seria labirintopatia ou transtorno do equilíbrio.
Vertigem sensação rotatória + náuseas
Condutas
• Triagem Neonatal
• Indicadores de risco para deficiências auditivas.
Síndromes Vestibulares Periférica e Central
Periféricas
• Sempre vertigem, com desequilíbrio nas crises, geralmente acompanhadas de
zumbidos (sempre pensar em periféricas)
• Nistagmo horizonto-rotatorio , bilateral , transitório.
• Desequilíbrio aumenta com olhos fechados, muda com a posição da cabeça,
oscilações laterais.
• Pode estar associada a sintomas auditivos.
Centrais
• Desequilíbrio constante.
• Nistagmo múltiplo, pode ser unilateral, continuo.
• Desequilíbrio não altera com olhos fechados, inalterado com a posição da cabeça
,oscilações ântero-posteriores.
• Pode estar associadas a sinais neurológicos.
Vertigem Posicional Paroxística Benigna
• Tontura:Qualquer sensação de perturbação do equilíbrio corporal.
• 85% determinados por comprometimento do sistema vestibular.
• VPPB:>40 anos,sexo feminino e idosos.
• Quadro de vertigem intensa, que ocorre com a movimentação da
cabeça,acompanhada de náuseas, nistagmo rotatório-vertical, com duração de
segundos.
• Tto:Reabilitação vestibular. Não responde bem a medicamentos antivertiginosos
Presbiacusia
• “Audição do idoso”,degeneração das estruturas anatômicas da orelha interna e das
vias auditivas centrais, com perdas sensoriais e neurais.
• Perde primeiro sons agudos
• É BILATERAL, SIMÉTRICA e PROGRESSIVA
• É influenciada por causas ambientais, genéticos, sendo mais precoce em ambientes
urbanos.
3. • Pode ocorrer distúrbios de personalidade em conseqüência de alterações no SNC
(irritabilidade,atenção diminuída,declínio da inteligência).
• Se divide em:
o Sensorial(Atrofia das células ciliadas)
o Neural (degeneração dos neurônios cocleares),
o Estria(atrofia da estria vascular),
o Coclear condutiva(Rigidez do ducto coclear).
• TTo:Próteses auriculares (só se adapta se à audiometria tiver 50% de discriminação)
Trauma Sonoro
• Pode ser agudo (explosões) ou provocadas por exposição prolongada a ruídos de
elevada intensidade. (Perda Auditiva Induzida por Ruidos)
• Sangue é sinal de perfuração (Trauma) . PAIR não é trauma
• A exposição continua a sons de intensidade maior que 85db por 6 a 8 horas/dia vai
acarretar lesões irreversíveis , bilaterais e simétricas,começando geralmente pela
freqüência de 4000hz(zona de hipersensibilidade do orgão de Corti) e depois
atingindo outras freqüências.
• Nas oficinas de tecelagem,fabricas de cigarros, metalurgia,serralherias,construção
naval, a intensidade sonora chega a 120 db.
• Tto: Agudos (corticóides, vasodilatadores), Pair (profilático com protetores
auriculares).
Medicamentos Ototóxicos
• Devem ser evitados sempre que possível,no entanto quando não há outra opção, a
administração deverá ser feita com audiometria prévia e repetida regularmente
durante o tratamento.
• Antibióticos: Aminoglicosídeos (gentamicina é o mais grave, usado em berçários
para infec. hospitalar neonatal), tuberculostaticos, vancomicina, cloranfenicol,
eritromicina.
• Não antibióticos: Diuréticos (furosemida), aspirina, antineoplasicos (vincristina),
quinino, betabloqueadores (propanolol).
Doença de Ménière
• Acumulo excessivo de endolinfa no interior do labirinto membranoso(crise
hipertensiva endolinfática).
• Etiopatogenia indeterminada.
• Quadro clínico:
o Vertigem,
o Zumbidos,
o Hipoacusia flutuante (tríade clássica).
Pode ser acompanha de plenitude auricular, crises de enxaqueca.85% unilateral,entre
terceira e quinta década.
• Audiometria:
o Surdez neurossensorial ou mista inicialmente para sons graves e de
caráter flutuante.
4. • Eletrococleografia: (confirma diagnóstico)
o Ondas com dois ou mais picos negativos (dessincronização dos potenciais
de ação provocados pelo hidrops).
• Teste do glicerol:
o diurético osmótico provoca desidratação aguda do labirinto,com melhora de
10 db no audiograma ou 12% da discriminação.
• Tratamento:
o Manutenção: Dieta- Hipossódica, substituir açúcar, pão branco, menores
quantidades com intervalos < 3hs, evitar cafeína. Prática diária de exercícios
(diminui resistência a insulina), diuréticos poupadores de potássio
(hidroclorotiazida 25mg/dia) .
o Crises:
Depressores do labirinto, Corticoides.. Beta estina é a droga de
manutenção
o Casos Incontroláveis: tratamento cirúrgico.
Neuroma do Acústico
• Se origina na bainha de Schawann do oitavo par
craniano. Mais freqüente tumor benigno
intracraniano, 95% unilateral. Com o crescimento
pode englobar o nervo facial, alargar o meato acústico
interno e invasão do crânio.
• Mais comum na mulher(3:2),surge entre 20 e 50 anos
de idade.
• Ocorre hipoacusia e zumbidos unilaterais mantido.
• Diagnostico:
o Audiometria, Audiometria do Tronco Cerebral
o B.E.R.A define diagnóstico, com latência aumentada,
quando se mede impulsos nas estações sonoras dentro do
crânio nas vias auditivas centrias
o Tc,
o RNM com contraste(gadolínio), pois TC só vê tumor maior
que 1 cm
• Diagnostico diferencial com Meniere, que tem quadro
FLUTUANTE e vertigem
• Tto:Cirúrgico.
Então, a seqüência de exames é: Audiometria alterado? BERA alterado? RNM
Paciente NÃO tem vertigens
Condutas
Triagem Auditiva Neonatal
• Deve ser universal, até 3 meses de idade e sendo necessária a intervenção, realizá-la
até os 6 meses de idade (Maturação Neurológica nos primeiros meses de
vida.Atraso geraria prejuízo no desenv. da linguagem oral e comunicação).
• Exames:
o Fase inicial - Emissões otoacusticas, Reflexo cocleopalpebral, Audiometria
Comportamental, Impedanciometria.
o Suspeita - B.E.R.A., ECGrafia, T.C. de ouvido, Exs. Hematológicos,
investigação genética. Sorologia para as mais propensas e comuns.
5. Indicadores de Risco para Deficiências Auditivas
• R.N. com peso < 1500g.
• Pré-termo < 34 semanas.
• R.N. com asfixia perinatal grave.
• R.N. com infecção congênita:CMV,Rubéola, Toxoplasmose,Herpes,Sífilis,HIV.
• Uso de drogas ototóxicas.
• Hiperbilirrubinemia(BbI).
• Historia familiar de deficiência auditiva.
• Malformações da cabeça e pescoço(anomalias craniofaciais,fissuras
palatinas,alteração no pavilhão auricular).
• R.N. que necessitaram de UTI neonatal mais que 48hs.