2. BREVE INTRODUÇÃO
Pouco se sabe acerca dos povos que terão habitado a Península
Hispânica antes da chegada dos romanos (séc. III a. C.). Nesses
povos incluem-se, entre outros, os Iberos , os Celtas , os
Fenícios , os Gregos e os Cartagineses .
A Península fora habitada, em tempos muito remotos, pelos
Iberos, povo agrícola e pacífico. Por volta do século VI antes de
Cristo, este território foi invadido pelos Celtas, um povo
turbulento e guerreiro. E a prolongada permanência provocou
o cruzamento entre os dois povos, dando origem à
denominação de Celtiberos .
Depois, os Fenícios, os Gregos e os Cartagineses estabeleceram
colónias comerciais em vários pontos da Península.
Como os últimos pretendiam apoderar-se de todo o solo
peninsular, os Celtiberos pediram socorro aos Romanos – E a
“AVENTURA” começa…
3. Os Romanos invadem a Península, no século III antes de Cristo, com o
intuito de travar a expansão dos seus poderosos inimigos chefiados por
Aníbal, os Cartagineses, dado que estes constituíam uma séria ameaça
ao domínio do mundo mediterrâneo pretendido por Roma.
4. ROMANIZAÇÃO DA
PENÍNSULA IBÉRICA
Vencidos os Cartagineses, seguiram-se as lutas contra
os povos peninsulares.
Por volta de 194 a. C. deu-se o primeiro confronto com
os Lusitanos. Entre os chefes destes sobressaíam
Viriato e Sertório. A conquista da Península iria
demorar até 19 a. C., no tempo de Augusto, dada a
enorme resistência dos povos peninsulares ao assédio
romano. A conquista foi-se estendendo do sul para o
norte, mais montanhoso, onde era mais fácil resistir.
Os Romanos acabaram por dominar toda a
Península, tanto no
aspecto político-militar como no aspecto
cultural, nomeadamente no que respeita à língua.
5.
Galba, com esta traição, pensava que a sua vitória seria bem recebida
em Roma e que com a violência do seu acto tivesse destruído para
sempre a resistência dos Lusitanos. No entanto, esta traição ia contra
os conceitos estabelecidos pelas autoridades romanas, que davam
muito valor às vitórias militares mas exigiam lealdade e respeito pelos
inimigos. Quando souberam que Galba tinha mentido e assassinado
homens desarmados que tinham confiado na palavra de um chefe
romano, chamaram-no a Roma e julgaram-no em tribunal.
Os Lusitanos, ao contrário do esperado por Galba,formaram um
exército de milhares de homens vindos de vários castros e
desencadearam ataques sucessivos contra os Romanos, alcançando
muitas vitórias sobre o comando desse grande herói do povo Lusitano
que só à traição seria eliminado - Viriato.
6. GALBA E OS
LUSITANOS
1.
Em 151 a.C., os chefes Lusitanos, que se encontravam nos
castros (povoações rodeadas por muralhas) nos montes
Hermínios, após muitas lutas contra os romanos, decidiram
propor a paz. Em troca de terras férteis na
planície, abandonariam a luta. As conversações sobre a
intenção dos Lusitanos tiveram como interlocutor um chefe
romano de seu nome Galba que fingiu aceitar a proposta
oferecendo-lhes um local esplêndido. Em troca teriam que
entregar as armas.
Quando os lusitanos se encontravam espalhados por uma
zona sem hipóteses de defesa, Galba cercou-os, matando
milhares de Lusitanos. Aprisionou e enviou para a
Gália, como escravos, outros tantos. Porém, alguns
conseguiram escapar, entre os quais, Viriato.
1. E 2. ≈ CASTROS
2.
7. VIRIATO
Chefe militar lusitano do século II a. C.
Dedicou-se à pastorícia, como era comum aos
homens do seu povo, e veio a assumir a chefia dos
Lusitanos contra o exército romano
invasor, vencendo-o por sucessivas vezes. Ao fim
de oito anos (147-139 a. C.) de resistência bem
sucedida, Viriato morreu assassinado por
traidores, que se venderam a troco de
recompensa.
9.
Sobre os lusitanos há que referir que tiveram grande
influência celtibera. Eram ágeis, vigorosos e frugais.
Dormiam na terra dura, usavam compridos e soltos
cabelos, como os das mulheres. Apreciavam muito os
sacrifícios e tiravam prognósticos do exame das
entranhas das vítimas. Eram disciplinados e hábeis
na arte da guerra.
10.
Em suma,
existe uma pequena filiação entre os portugueses de hoje e
as tribos que inicialmente habitaram a região, embora os
portugueses desde sempre se considerem, eles
próprios, descendentes dos Lusitanos, um povo celta que
veio para a região depois de 1000 a.C.
Os Lusitanos tinham como sua região chave a Serra da
Estrela. Sob o comando de Viriato (Século II a.C.) e
Sertório (Século I a.C.) resistiram à ocupação romana.
11.
Após a morte de Sertório, os lusitanos
desintegraram-se, o que foi aproveitado por
Pompeu para os derrotar.
Mas a influência romana já se fazia sentir através
de Sertório no ensino, no direito, na educação da
juventude e no movimento artístico. A partir daí
foi a integração completa.
12.
Algumas tribos, como os Cónios no
Algarve, submeteram-se a Roma mais facilmente.
Os habitantes do sul e do sudeste assimilaram
prontamente a cultura dos romanos, mas os povos do
norte e do interior sofreram uma influência menor.
Júlio César e Augustus completaram a conquista da
área,nascendo assim a Lusitânia , província
romana. A sociedade romana dominou e do Latim
derivou a língua portuguesa.
13. LEGADO POLÍTICO E
CULTURAL ROMANO
Durante cerca de 200 anos deu-se a adaptação ao modo de
vida romano por parte das sociedades conquistadas –
romanização.
A romanização supõe uma mudança de vida em aspectos
tão elementares como a língua, o ensino, os costumes, a
religião, o urbanismo, o comércio, a administração...
Consequentemente, a sua língua, o Latim, tornou-se
indispensável e obrigatória, suplantando os idiomas já
existentes e funcionando como factor de ligação e de
comunicação entre os vários povos.
14.
O latim teve logicamente variantes regionais - em
Portugal, o latim vulgar deu origem ao galaico-
português que redundou na língua actualmente
falada, eliminando os entraves linguísticos que se
colocavam ao comércio, à implantação de colonos e à
unidade no seio do Império.
As línguas românicas derivam do latim (que tem este
nome por ser o idioma falado pelos habitantes do
Lácio - núcleo inicial da cidade de Roma).
15.
Após a conquista da Península
Ibérica pelos Romanos, estes
dividem-na em três grandes
províncias:
Tarraconense, Lusitânia e Bética.
A Lusitânia tinha três conventos
jurídicos: Emérita (Mérida), Pax
Iulia (Beja) e Scallabis (Santarém).
16.
As povoações, até aí
predominantemente nas
montanhas, passaram a surgir nos vales
ou planícies, habitando casas de tijolo
cobertas com telha.
Como exemplo de cidades que
surgiram com os Romanos, temos
Braga (Bracara Augusta) , Beja (Pax
Iulia) , Conímbriga e Chaves (Aquae
Flaviae) .
A divisão administrativa e judicial foi
feita à moda de Roma, com a divisão da
Península em três províncias
(Tarraconense, Lusitânia, Bética) e com
a criação dos conventos jurídicos.
20. Messines
Ora, o processo de romanização só era possível devido à
existência de uma boa rede de comunicações entre os distintos
pontos do Império. Deste modo, e tomando como ponto de
partida a própria Roma, começaram a construir-se as primeiras
vias ou estradas e as calçadas, elemento chave para o
desenvolvimento do Império, e que facilitaram tanto o
transporte de mercadorias como o imparável avanço das
legiões. Os romanos chegaram a dispor de 85.000 km de
Calçadas, que percorriam o Império do Norte a Sul, de Este a
Oeste.
Daquelas infra-estruturas restam ainda alguns troços. Sobre
elas foram sendo construídas muitas das actuais estradas.
Fornos de Algodres
21.
Neste âmbito entra ainda a arquitectura civil e
religiosa, desde os aquedutos, as pontes e as
represas à estrutura da malha urbana e aos
templos.
As divisões administrativas romanas estão na
origem também das actuais, desde a demarcação
de países (então denominados províncias) aos
conventus (colónias romanas de província, onde
residiam cidadãos).
Calçada do Torrão
23.
Os Aquedutos garantiam o abastecimento regular de águas às cidades.
A sua construção implicava a condução da água desde as fontes fora
das cidades. A estrutura, que era em sua maior parte
subterrânea, corria com uma ligeira inclinação e era visível somente
perto das cidades. O Aqueduto terminava num colector, a partir do
qual uma rede de tubos distribuía a água por vários pontos da cidade.
A construção dos Complexos Termais reflectia um duplo desejo dos
governantes romanos:
embelezar a cidade e passarem para a posteridade como benfeitores do
povo, uma vez que alguns dos magníficos recintos de banhos e higiene
foram disponibilizados àquele e incorporaram-se na vida quotidiana;
neles untavam-se com óleos perfumados, recebiam medalhas,faziam
exercício ou tomavam alguma bebida.
26.
A indústria desenvolveu-se, sobretudo a olaria, as minas, a
tecelagem e as pedreiras, o que ajudou a desenvolver
também o comércio, surgindo feiras e mercados, com
circulação da moeda.
A influência romana fez-se sentir também na religião e nas
manifestações artísticas.
A arte romana subsistiu em diversas vertentes técnicas e
temáticas, desde a arquitectura à escultura e pintura, depois
de ter criado as suas raízes no ideal da arte praticada pelos
helenos.
29. DIREITO ROMANO
É uma das mais grandiosas criações do povo romano e, no
processo de romanização, uma das suas mais valiosas
contribuições para a civilização ocidental.
O mais apelativo do Direito Romano, em relação a outros
Direitos nacionais, é não ter desaparecido quando desapareceu
o poder político de Roma.
Desde a Idade Média, onde foi acolhido e assimilado pelos
povos bárbaros, passando para a Modernidade, até ao século
XIX - com o Código de Napoleão -, o Direito Romano não só
sobreviveu como se estendeu a outros continentes.
O sistema jurídico deixado por Roma constitui, hoje em dia, o
núcleo do Direito de todo o mundo Ocidental.
30. CIDADES
COMTEMPORÂNEAS DOS
ROMANOS
Aeminium – Coimbra
Aquae Flaviae – Chaves
Bracara Augusta – Braga
Conímbriga
Ebora Liberalitas Julia – Évora
Egitânia – Idanha-a-Velha
1.
Interamniense-Viseo – Viseu
Miróbriga – Santiago do Cacém
Myrtilis – Mértola
Olisipo Felicitas Julia – Lisboa
Ossonoba – Faro
Pax Julia – Beja
Portucale-Castrum Novum – Porto 2.
Salatia – Alcácer do Sal
Scallabis – Santarém
Sellium – Tomar
Tróia
1.≈Coimbra 2.≈Chaves 3.≈Braga 3.
36.
Investigador:
Diogo José Gonçalves Mota
Ano/Turma:
7º B
Número:
9
Discplina:
História
Professora:
Rosário Miranda
Data de realização:
Fevereiro de 2011