2. Conceito de Interação Social
Interação social “é o processo
pelo qual agimos e reagimos em
relação àqueles que estão ao
nosso redor”.
(Giddens, Sociologia, p. 82)
3. Exemplo de Interação Social
Uma pessoa entra no elevador e encontra outra.
O primeiro indivíduo diz ao segundo: – Que
calor, hein? Ao que o segundo indivíduo
responde: – Nem fala, ‘tá demais...! O primeiro
então, observando que o elevador parou no
andar do outro indivíduo, diz: Tchau! Bom dia!
Ouvindo então o outro responder, já meio do
lado de fora: Para você também! Tchau!
4. Por que estudar o cotidiano?
• Os cientistas sociais que estudam as interações face a face nas
comunidades humanas constatam que o cotidiano das pessoas é
basicamente composto por padrões comportamentais que se
mantêm constantes e que são frequentemente difíceis de
alterar. Beber socialmente, por exemplo.
• Tais interações, por outro lado, são uma fonte de variação
fundamental para a alteração a médio prazo de toda a vida
social. O nerd de ontem é o jovem normal de hoje em dia.
• É sobre tais interações que os sistemas sociais mais amplos, por
exemplo, as empresas, os governos, as cidades, se constroem.
Ex.: as diferentes rotinas para os chamados dias úteis e os fins de
semana são fundamentais para os sistemas econômicos
modernos.
5. Gestos que valem por mil palavras
Nas interações face a face, gestos e outras alterações
físicas são muito mais relevantes do que em situações
sociais não presenciais, como as que ocorrem hoje nas
chamadas ‘redes sociais’.
Ruborizar, gaguejar, baixar os olhos, e muitos outros
gestos humanos são fundamentais para interpretarmos
o comportamento uns dos outros e reagirmos de
forma adequada.
A importância social da ‘troca de olhares’ é
provavelmente devida ao fato de que sabemos que o
outro sabe que estamos olhando para ele ou ela e vice-
versa.
6. O discurso do cotidiano
No discurso cotidiano, o contexto não verbal é
fundamental para entendermos o sentido de
uma conversa.
Vejam o exemplo: A: - Tenho um filho de 14
anos. B: - Ótimo! Está bem! A: Tenho um cão
também. B: Oh! Sinto muito!
As falas de ‘B’ parecem sem sentido, até
sabermos que se trata de um proprietário
conversando com um candidato a inquilino.
7. Political Correctness
O denominado ‘discurso politicamente correto’
(political correctness) surgiu nos Estados Unidos
e consiste em uma tentativa (tida por muitos
como artificial e exagerada) de reformar a
linguagem cotidiana, naqueles aspectos
considerados ofensivos para indivíduos de
determinadas etnias, confissões
religiosas, gêneros, opções sexuais, minoritárias
ou de algum modo socialmente desfavorecidas.
8. Coordenação Social
O tempo-espaço cotidiano é coordenado por
regras sociais. Existem momentos em que espera-
se de nós e dos outros que estejamos fazendo
certas coisas em certos lugares.
A observância de tais regras pode ser garantida
por sanções informais ou mesmo jurídicas.
Exemplo: jornada de trabalho, adicional noturno.
Em ‘A Casa e a Rua’, o antropólogo Roberto
DaMatta estuda a regionalização das relações
sociais e jurídicas no Brasil.
9. Dupla Contingência
Esperamos que coisas aconteçam (ou não aconteçam)
e esperamos que pessoas ajam ou não.
Nossas expectativas sobre a ação das pessoas são mais
incertas do que aquelas sobre a ocorrência das coisas.
Em sociologia, diz-se então que a ação humana é
marcada pela contingência.
Esperamos também que as pessoas esperem
determinadas ações de nós (expectativas de
expectativas). Dá-se o nome de dupla contingência à
incerteza da nossa expectativa sobre as expectativas
das outras pessoas sobre nossas ações.
10. Dilema do Prisioneiro
Dois indivíduos suspeitos de haver cometido um crime em conjunto
são presos e colocados em celas separadas. Cada um pode confessar
ou calar e conhece as consequências de cada opção, a saber: a) se um
deles confessa e o outro não, o que confessou é libertado e o outro
pega 10 anos; b) se ambos confessam, ambos pegam 5 anos; c) se
ambos ficam calados, ambos pegam 2 anos por porte ilegal de arma.
Como se vê no slide seguinte, a melhor opção para cada
um, independente do que o outro faz, é sempre confessar, ou
seja, trair do ponto de vista deles. Assim, se A coopera (fica calado), B
estará melhor se confessar (trair), pois será libertado; se A trai
(confessa), B fica melhor se também trair, pois pegará 5 anos, em vez
dos 10 que pegaria se ficasse calado (cooperasse).
Eis o paradoxo: por que ambos agem visando o seu melhor
interesse, ambos acabam pior (5 anos) do que se agissem
altruisticamente (2 anos), do ponto de vista deles, claro. Esse paradoxo
está presente em várias situações sociais.
11. Dilema do Prisioneiro
O Prisioneiro B permanece
calado (coopera)
O Prisioneiro B confessa
(trai)
O Prisioneiro A permanece
calado (coopera)
Ambos pegam 2 anos de
prisão
O prisioneiro A pega 10 anos
de prisão
O prisioneiro B é libertado
O Prisioneiro A confessa
(trai)
O prisioneiro A é libertado
O prisioneiro B pega 10 anos
de prisão
Ambos pegam 5 anos de
prisão