O documento discute a percepção visual e o desenho através de vários mestres ao longo da história. Apresenta os principais conceitos de percepção como a interface entre o mundo físico e mental e a importância do desenho para compreender a realidade. Também aborda conceitos como a psicologia da forma e as leis da Gestalt que influenciam a percepção visual.
2. Leonardo da Vinci- Mestre renascentista, usava o desenho como instrumento para
compreender a realidade.
Albrecht Dürer - Mestre do desenho e gravura renascentista. O seu desenho teve especial
importância no desenvolvimento da ilustração através da gravura.
Rembrandt - Mestre do desenho e gravura barroca, conhecido pelos seus estudo de claro-
escuro.
Michelângelo Buonarroti - Mestre renascentista cujo desenho expressivo não segue
necessariamente a harmonia do Renascimento.
Ingres - O grande mestre do desenho na França do século XIX.
M. C. Escher - Mestre do desenho e da gravura cujo trabalho é baseado em questões de
percepção visual e do desenho na geometria.
J.Carlos - Mestre da caricatura e ilustração de humor brasileiro no começo do século XX
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3. ponto de contacto, a interface, entre o
mundo físico e o mundo mental
imagem que se forma na mente
abstração mantida pelo cérebro para o ser-
-vivo se adaptar melhor ao meio-ambiente
em que vive
fundamental para a sobrevivência, pois
com ela a mente gera os seus planos de
acção
transforma os estímulos da luz em
relações entre imagens e o meio-ambiente
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4. Exemplo 1:
A percepção pode provocar reações rápidas
como no caso de estar a escrever um texto num
editor de texto e, de repente, ver uma tela toda
azul. Não é a cor azul que lhe causa ansiedade,
mas sim a ameaça de perder seu trabalho, pois
esta tela é completamente diferente da que
você estava anteriormente.
A relação entre a imagem e o meio-ambiente
indica perigo. Após algumas reincidências do
caso, pode ser que sua percepção se acostume
com o estímulo e transforme a ansiedade em
raiva pelos autores do software ou num
estranho prazer.CGA - Elisabete Silva
5. Exemplo 2:
um pesquisador mostrou fotografias a uma
tribo indígena que tinha tido pouco contato
com nossa cultura ocidental e eles
simplesmente não conseguiram entender que
ali haviam objectos representados, pois na
sua percepção não estava treinada para
converter a imagem bidimensional da foto
numa cena tridimensional.
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6. Na nossa cultura, estamos tão habituados a fazer isso que existe grande
possibilidade de se ver primeiro um cubo na figura abaixo, embora o que esteja
desenhado seja uma série de linhas.
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7. “A percepção não envolve apenas um acto
fisiológico mas um processo altamente
dinâmico e característico da consciência
humana. Processo activo e participativo, é
uma acção e nunca uma reacção mecânica ou
instintiva perante estímulos recebidos
passivamente. Alcançando áreas recônditas
de nosso inconsciente, articulando e trazendo-
as ao consciente, a percepção mobiliza todo
nosso ser sensível, associativo, inteligente,
imaginativo e criativo. Perceber é sinónimo de
compreender.”
Ostrower
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8. Características da percepção segundo Chauí:
É um conhecimento sensorial dotado de sentido total, é o mesmo que sensação;
É uma vivência corporal;
É sempre uma experiência dotada de significação;
É uma relação do sujeito com o mundo exterior;
É uma relação complexa entre o corpo-sujeito e os corpos-objectos;
Envolve a nossa vida social, é uma forma de estarmos no mundo;
É um dos meios fundamentais para a arte, pela capacidade de alterar a nossa percepção
quotidiana.
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9. "o vínculo da percepção visual com os estímulos captados pelos outros
sentidos é um dos temas fundadores de uma fenomenologia do corpo. O
olhar não está isolado, o olhar está enraizado na corporeidade, enquanto
sensibilidade e enquanto motricidade".
Bosi
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11. Vemos a representação de um retângulo (forma mais simples). Contudo, a
representação anterior não é mais do que a figuração do jogo PacMan.
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12. Psicologia da forma/Psicologia da
Gestalt/Gestaltismo/Gestalt
É uma teoria da psicologia que considera os
fenómenos psicológicos como um conjunto
autónomo, indivisível e articulado na sua
configuração, organização e lei interna.
A teoria foi criada pelos psicólogos alemães Max
Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Köhler(1887-
1967) e Kurt Koffka (1886-1940), nos princípios do
século XX.
Funda-se na ideia de que o todo é mais do que a
simples soma de suas partes.
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13. A Gestalt afirma que não vemos partes isoladas, mas relações entre essas mesmas
partes. Para a nossa percepção, que é o resultado de uma sensação global, as partes
são inseparáveis do todo e seriam outra coisa que não elas mesmas, fora desse
todo.
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14. Unidades - O conjunto de mais de um elemento configurando o “todo”, a
Gestalt. Uma ou mais unidades formais podem ser encontradas, tais como:
linhas, planos, volumes, cores, texturas, dentre outros.
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15. Segregação - Capacidade perceptiva de separar, identificar ou destacar unidades
em uma composição, ou em suas partes. Pode-se separar em uma ou mais
unidades de acordo com suas semelhanças e estímulos visuais, ou critérios
estabelecidos.
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16. Unificação - Quando há coerência formal da linguagem visual, ou quando
percebemos um estilo formal em relação às partes ou o todo de uma imagem.
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17. Fechamento - Tendência ao fechamento da forma (exemplo da circunferência
fig.B) que busca completar os elementos, para garantir sua compreensão. Foi
constatada uma tendência natural de unir os intervalos e estabelecer ligações
entre as partes de uma gestalten.
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18. Boa Continuidade - Parte do princípio que as partes
sucedem-se umas as outras com coerência. Sem
quebras bruscas e ou interrupção de sua fluidez visual.
Buscamos a estabilidade visual espontaneamente. O
princípio da Gestalt da "boa continuidade" diz que os
elementos gráficos que sugerem uma linha visual
contínua tendem a agruparem-se. Mais ainda, padrões
visuais com boa continuidade podem sugerir ao
observador que o padrão continua além do fim do
padrão propriamente dito. Ou seja, nós mentalmente
"completamos" ou "pintamos" o restante do padrão.
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19. Proximidade - Elementos próximos tendem a serem vistos juntos, e
consequentemente sugerem participar de um mesmo todo. Quanto mais curta a
distância entre as partes, mais unificação se dá.
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20. Semelhança - Igualdade de forma ou cor nos conduz a perceber uma mesma
unidade.
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21. Pregnância da Forma - A Lei básica da
Gestalt é explicada: Quanto melhor for a
organização visual da gestalten (forma),
facilitando a compreensão da linguagem
visual, isto é, rapidez de leitura ou
interpretação, maior será seu grau de
pregnância. E vice-e-versa.
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22. 1. Plano
Superfície sobre a qual se desenvolve uma composição pode ter uma forma geométrica
ou não;
Pode transformar-se numa barreira e criar um enquadramento que, se for dominado,
pode ser um factor positivo e não um estorvo;
No enquadramento mais simples, que é o quadrado, as medianas representam a sua
estrutura estática e as diagonais a sua estrutura dinâmica;
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23. Composições realizadas com paralelas a estas linhas terão expressão completamente
diferente. A de A terá uma expressão estável, e a de B terá uma expressão dinâmica.
A B
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24. Traçados semelhantes permitem modular, orientar e estabelecer malhas para a execução
de padrões (azulejos, etc)
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25. Em desenho de observação do natural existe necessidade de se encontrar o
enquadramento apesar de estar definido o assunto.
Observemos o enquadramento inicial e desenhemos nele um círculo em posições
diferentes.
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26. Em a) e b), há estabilidade, embora criada em movimentos para cima e para baixo;
Em c) e d), há instabilidade e é criado um movimento oblíquo;
em e), a composição está equilibrada.
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27. Facilmente se compreende que, sem o enquadramento, o simples desenho do círculo não
teria significado expressivo. Seria um círculo e mais nada!
Interessa compreender que no quadrado (ou em qualquer outra figura) os lados e os
ângulos são elementos que condicionam a composição, por possuírem qualidades
expressivas que podem acentuar ou destruir o seu significado.
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28. ▪ Tensões dinâmicas e estáticas
É conhecido o efeito de calma produzido pela horizontal, pelo que o seu uso como
característica estrutural de uma composição fará com que esta transmita de imediato essa
sensação.
Igualmente para o sentido de ascensão e de dignidade das verticais
Equilíbrio transmitido pelas verticais e horizontais cruzadas
Movimento transmitido pelas diagonais
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29. Em a), o campo está em equilíbrio
em b), c) e d), há um movimento respectivamente para a direita, para cima e para baixo.
Este movimento não é evidentemente um movimento percebido, pois as figuras
encontram-se perfeitamente paradas. De facto, deve-se falar mais de tensões do quem em
movimento, na medida em que se trata de desvios do centro de equilíbrio do campo.
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30. Nos exemplos seguintes, verifica-se que o disco será sempre afectado por uma destas
linhas de força, independentemente de se encontrar exactamente sobre ela;
Verifica-se que os discos tendem a ser afectados por uma linha estrutural, que lhes
determinará a tensão a exercer na nossa psique.
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31. Assim, verificamos que, em 1 e em 3, o disco apresenta tensões respectivamente na
horizontal para a direita e na diagonal também para a direita. No entanto, esta tensão não
é a que está mais próxima do disco.
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32. Em baixo está representado um campo de forças, em que a direcção denominante é
representada pelo traço maior.
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33. 2. Equilíbrios e desequilíbrios
sob o ponto de vista físico, é o estado em que as forças que actuam sobre o corpo se
compensam umas às outras;
teremos equilíbrio de um campo visual sempre que as forças perceptuais se compensam
umas às outras
Há sempre um centro de equilíbrio, que pode ser determinado para qualquer campo seja
ele qual for
Existem casos de obras de arquitectura actual em que o equilíbrio perfeitamente
conseguido graças ao betão armado nem sempre tem correspondência visual
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34. O campo visual está organizado em função de um centro de atenção
A tendência para equilibrar o campo é uma tendência inata com que nos encontramos
apetrechados e fundamenta-se numa necessidade natural, instintiva, de focar a atenção
sobre todo o elemento novo que vem perturbar a ordem do campo até ele se encontrar
novamente equilibrado.
EXEMPLO:
Suponhamos agora que um elemento novo surge de repente no campo, como por
exemplo uma pessoa que chega vinda de repente, uma janela que se abre, um objecto
que cai. De imediato nos voltamos na direcção do elemento novo, focando-o e
reestruturando assim o campo e reajustando a ordem interior (nossa), à exterior (do
campo).
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35. Transpostas as coisas para o campo do desenho, facilmente verificamos que uma
composição desequilibrada nos parece sempre incompleta e mal acabada.
Tudo isto também é válido para a literatura, para a música, para o cinema, POR EXEMPLO:
todos temos a experiência de ter assistido a filmes que “acabam” às vezes antes de chegar
ao fim, ou que chegam ao fim sem terem acabado.
Existem cortes que
beneficiam a
composição!
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36. ▪ Peso
O peso de uma parte de uma composição depende de vários factores. Em primeiro lugar
depende da localização. Os elementos colocados no centro ou sobre a linha mediana
vertical do campo podem ter mais peso do que aqueles que se encontram fora dela.
Para que a composição fique equilibrada, o peso deverá diminuir à medida que o elemento
se encontrar afastado do centro. Por isso, na maior parte dos casos os elementos de maior
peso, geralmente grupos, são colocados no centro da composição. Elementos de peso igual
serão colocados a igual distância e assim sucessivamente.
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37. O peso depende também do tamanho do elemento. Na imagem seguinte, o elemento da
direita como é menor, equilibra o maior tamanho do da esquerda graças à sua localização
mais afastada no centro.
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38. Porém, este equilíbrio é rompido graças ao uso da cor. Esta tem uma escala de peso que se
pode definir a partir do azul, mais leve, para o vermelho, mais pesado. O grau de claridade
de uma cor também conta. Uma cor mais clara aparenta sempre mais peso do que uma cor
escura. Na imagem seguinte, os elementos de cor clara desequilibram, ainda que pouco, a
composição para o seu lado.
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39. O peso da composição também é afectado pelo interesse específico que um determinado
elemento pode ter, ou ainda pela sua complexidade formal ou desenho minucioso.
Na seguinte figura, o desenho da direita desloca a composição na sua direcção graças ao
seu desenho mais pormenorizado. O interesse que uma figura desperta nos desejos ou
receios do observador, embora mais subjectivo, é também um caso a considerar no que
respeita à atribuição de peso a um elemento.
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40. Outro dos factores que condicionam o peso de um elemento é o seu isolamento do
contexto. Numa paisagem, a mesma figura colocada no espaço terá muito maior peso do
que se estiver colocada no solo, como se pode verificar na imagem seguinte.
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41. Este factor é particularmente usado quer no teatro, quer no cinema onde a vedeta se
destaca pela marcação ou pela coreografia do conjunto, atraindo assim a nossa vista e
interesse. Na imagem a) pode-se verificar que há um desequilíbrio na composição muito
mais notório do que na imagem b).
Dentro de um sistema, o equilíbrio é atingido quando as forças que o constituem se
compensam umas às outras. Estas estão dependentes de três propriedades: ponto de
aplicação, sentido e força.
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42. Em princípio, as linhas como as que estão representadas na seguinte figura a) indicam
sempre um impulso nessa direcção, que para ser equilibrado terá de ser compensado por
um impulso noutra direcção.
A figura dá-nos disso um exemplo. As linhas de força da mulher são compensadas pelo
olhar e pelos braços. Na figura b), esse equilíbrio é destruído com a junção de um segundo
elemento com o mesmo sentido. Dirige a vista para a esquerda da composição, retirando-
lhe o equilíbrio.
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43. ▪ Rectângulo de ouro
Problema da proporção
O rectângulo de ouro pertence a um dos vários sistemas que regulam as relações ou
repetições de linhas, espaços e volumes, tons e cores que actuam como fundamentos de
harmonia.
Refere-se a uma proporção que não só diz respeito às grandezas dos lados, mas também
ao todo por ela formado.
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44. O rectângulo de ouro é o enquadramento rectangular cuja proporção se obteve por uma
relação matemática. Para que haja unidade numa composição todos os seus elementos,
incluído o enquadramento, devem formar um todo.
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45. Entende-se pela proporção a correspondência das partes com o todo ou dos elementos
entre si. Na proporção intervém o princípio da repetição: um conjunto satisfaz quando as
suas partes são repetidas e ao mesmo tempo têm variações suficientes para chamar a
atenção.
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46. ▪ Linha
A linha é um elemento visual de linguagem plástica que contém um grande poder de
expressão. Arrasta consigo a vista até um determinado ponto, comunicando uma acção ou
um movimento;
serve o contorno das formas, a textura, os valores do claro-escuro e a própria malha
estrutural da composição;
o tipo de traçado assim ela adquire um significado – relaciona-se não só com a
personalidade do desenhador, mas também com o instrumento riscado e o suporte com
que se trabalha.
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47. Registos de linhas com expressões diferentes
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48. As linhas formam o esqueleto de uma composição, de que depende todo o significado e
definem de imediato uma proposta estética (exemplo na imagem seguinte).
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49. As linhas podem desempenhar as seguintes funções:
Elemento de contorno, definindo formas e figuras;
Elemento gerador de superfície, ajudando a definir (imagem seguinte);
Elemento modelador, definindo volumes;
Elemento expressivo, através da sua anatomia;
Elemento auxiliar de construção;
Elemento de tensão direccional (gerador de espaço e movimento);
Traçado ordenador, modulador. Assegura a proporção entre as partes.
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51. Resumindo:
Quando à forma, as linhas dividem-se em dois grupos – explícitas (todas as que se
observam pela sua presença na obra) e implícitas (aquelas que não se expressam por si,
mas que se subentendem). É o caso das linhas estruturais de uma composição.
Quanto à função, dividem-se em três grandes grupos:
Linhas de composição – traçados ordenadores, linhas envolventes e linhas direccionais;
Linhas de representação – mais ou menos condicionadas às formas a sugerir;
Linhas expressivas – podem ser de representação rigorosa ou livre e dependem sempre de
um gesto e de uma intenção.
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52. Resumindo (cont.):
A linha é uma abstracção;
Não passa de um conceito;
É um elemento visual e estrutural de que nos servimos para representar ou explicitar o que
necessitamos;
Como figura geométrica, a linha é um conceito usado para resolver problemas. Pode
representar uma intersecção entre dois planos ou simplesmente representar um valor em
si.
Em qualquer um dos casos a sua expressão é de rigor.
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53. ▪ Linha – Valores claro/escuro
Como elemento repetido a si próprio ou formando malhas cruzadas, rigorosas ou
livremente, a linha pode tornar homogéneas as superfícies como se de uma tonalidade
se tratasse.
▪ Textura
Chama-se textura ao aspecto resultante de uma composição material.
Representa uma linguagem visual, todo o grafismo que caracteriza uma superfície.
Desempenha um papel importante como elemento de linguagem visual plástica.
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54. As texturas classificam-se quanto à sua origem em:
Naturais;
Artificiais.
Todas as texturas apresentadas graficamente são texturas artificiais.
Quanto á forma, classificam-se em:
Ordenadas (regulares);
Desordenadas (irregulares).
Ligada á noção de textura existe a noção de padrão: textura artificial com formas, cujas
dimensões lhe conferem individualidade.
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55. Nos padrões distinguimos o módulo - unidade mínima de repetição – e a malha estrutural
– traçado ordenador em que se apresentam os módulos.
Quanto às suas texturas podem actuar como:
Elemento gerador de superfícies (definindo certas áreas de suporte);
Elemento caracterizador (pode-se dizer qual o material de que o objecto é feito);
Elemento gerador de profundidade (a forma texturada tende a ser vista como em
primeiro plano);
Elemento de normalização padronizado;
Gerador expressivo (expressão de racionalidade, emotividade, serenidade, agitação,
etc.).
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56. Cor /Valor
O fenómeno da cor é um dos mais importantes da linguagem plástica
A cor pode-se estudar sob vários aspectos: físico, psicológico, artístico, cultural e
fisiológico.
▪ A cor é :
uma sensação produzida quando radiações de comprimento atingem o nosso globo
ocular actuando como estímulo; são ondas provenientes sobretudo da luz solar (ou de
qualquer outra fonte luminosa) e reflectida pelas diversas superfícies do nosso mundo
envolvente. Como o espectro de absorção, ou seja, a aparte da luz que é absorvida,
varia de superfície para superfície.
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57. ▪ Atributos e aparência da cor
a cor não é uma propriedade do objecto, mas sim uma alteração psíquica daquele que a
percebe.
Desconhece-se se se trata de uma sensação ou uma percepção
o valor, a intensidade e a saturação são atributos da cor, ao passo que o brilho é já um
modo de aparência.
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58. ▪ Classificação das cores
As cores podem classificar-se segundo o seu grau na escala de construção cromática em:
Primárias: vermelho, amarelo, azul;
Secundárias e intermédias: resultantes da mistura de corantes primários entre si, e
destes com um dos tons obtidos (Am+V=Lj+V=VLj Intermédio);
Terciárias: resultantes da mistura de duas cores secundárias, três primárias (com
predominância de uma delas), ou uma primária e uma secundária oposta
(complementar).
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60. ▪ Variações por contraste
Contraste simultâneo
Ao fixarmos um círculo vermelho durante 15 segundos, veremos aparecer à sua volta uma
auréola esverdeada, que se tornará mais forte á medida que a vista se fatiga. A este
fenómeno chama-se contraste simultâneo.
Esse círculo esverdeado vamos vê-lo se imediatamente a seguir fixarmos uma folha de
papel branco. É o que se chama contraste sucessivo.
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61. Contraste sucessivo
A nossa vista ao fixar uma cor, neste caso o vermelho, reage construindo a sua
complementar, o verde.
Todas as cores primárias têm como complementar correspondente uma cor secundária que
lhes está diametralmente oposta no círculo cromático, como acontece com o vermelho e
verde referidos.
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62. Relação das cores
Os fenómenos de acção recíproca das cores são:
Relações de quantidade
Relações de valor
Relações de croma
Relações de quente/frio
Relações de complementaridade
Relações de simultaneidade
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63. Relação das cores
Relações de quantidade: o equilíbrio entre duas cores opostas (complementares)
depende em parte da área ocupada por cada uma delas.
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64. Relação das cores
Relação de valor: uma cor aparecerá mais clara sobre um fundo escuro do que sobre um
fundo mais claro do que ela.
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65. Relação das cores
Relação de intensidade: uma cor aparecerá mais pura sobre um fundo mesclado do que
sobre um fundo vivo.
Relação quente/frio: uma cor fria aparecerá mais fria sobre um fundo quente, do que
sobre um fundo frio.
Relação de complementaridade: uma cor aparecerá mais nítida sobre uma sua
complementar do que sobre qualquer outra.
Relação de simultaneidade: um amarelo aparecerá mais alaranjado quando oposto a um
azul do que a um vermelho.
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67. As cores e suas sensações - Influências no
comportamento do consumidor.
Verde-claro: frescura
Verde-escuro: decadência
Azul-claro: tranquilidade
Azul-escuro: depressão
Azul-violáceo: repouso
Azul-marinho: profundidade
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68. Cores mais recomendadas para as embalagens
Café: marrom-escuro com um toque de laranja ou vermelho.
Chocolate: marrom-claro ou vermelho-alaranjado.
Leite: azul em vários tons, as vezes com toques de vermelho.
Gorduras vegetais: verde-claro ou amarelo não muito forte.
Doces: vermelho alaranjado.
Frutas e compotas: fundo vermelho, as vezes com toque de amarelo.
Massas alimentícias: produto em transparência, com toque de vermelho,
amarelo –ouro e às vezes com toques azuis.
Chá-mate: vermelho, branco e marrom.
Queijos: azul claro, vermelho e branco, amarelo claro.
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69. Cores mais recomendadas para as embalagens
Sorvetes/ Gelados: laranja, azul-claro, amarelo-ouro.
Óleos e azeites: Verde, vermelho e toques de azul.
Iogurte: branco e azul
Cerveja: amarelo-ouro, vermelho e branco.
Ceras: tons de marrom e branco.
Detergentes: rosa, azul-turquesa, azul, cinza esverdeado, branco azulado.
Inseticidas: amarelo e preto, verde escuro.
Cosméticos: azul pastel, rosa e amarelo-ouro
Perfumes: roxo, amarelo ouro e prateado.
Bronzeadores:laranja e vermelho.
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70. ▪ Figura/fundo
Podemos observar este fenómeno dando atenção às imagens que ilustram as leis da
relação figura/fundo e também as figuras reversíveis do conhecido exemplo de Rubin.
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71. Quando se observam dois campos homogéneos de tamanhos diferentes, o maior é visto
como fundo e o menor como figura.
Se um campo se apresenta dividido em duas partes homogéneas, a inferior tende a ser
vista como figura
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72. A cruz cujos sectores são verticais é mais rapidamente vista como figura porque eles
coincidem com a estrutura linear do círculo.
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73. Nas figuras reversíveis gera-se uma instabilidade provocada pela leitura que nos permite
ver como fundo a parte escura se fixarmos a branca, ou a branca se fixarmos a escura.
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74. ▪ Escala
Uma lei simples da percepção da forma diz-nos que um objecto mais próximo aparece-
nos maior do que um objecto do mesmo tamanho mas mais afastado.
Na imagem seguinte, a bola colocada à direita é uma bola de futebol ou uma bola de golf?
Torna-se por isso difícil colocá-la num plano do espaço referenciado pelos sucessivos rostos
em gradação. A bola e os rostos estão em escalas diferentes.
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