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A Escrava Isaura 
O livro trata de Isaura, escrava que nasceu quase branca e é tratada como filha por sua sinhá, alvo da 
luxúria e paixão de Henrique (fugazmente), Leôncio (maléfica, controladora e luxuriante), Belchior 
(ridícula, servil e confusa) e Álvaro (pura e amorosamente). Outros sentimentos dirigidos a Isaura 
incluem a inveja de Rosa (outra escrava, preterida por Leôncio como amante)e o carinho de seu pai 
Miguel. 
No começo trata-se do passado de sua mãe, maltratada por seu dono, o pai de Leôncio, que a tem com um 
ex-feitor de bom coração. Quando estava para ser forra morre este dono e Leôncio a herda, sem intenções 
de alforriá-la. A esposa deste o deixa e ele manda Isaura para um cativeiro. De lá ela e o pai fogem para 
Recife onde conhece Álvaro e se apaixona por ele. Vai a um baile da alta sociedade e é muito admirada 
por seus dotes físicos e culturais, mas é denunciada como escrava pelo ganancioso Martinho. 
De volta no Rio é presa por dois meses no tronco e seu pai vai para a cadeia. Prestes a ser liberta para se 
casar obrigada com o deformado Belchior pela liberdade, achando que Álvaro está casado, é impedida por 
este que liquida os bens de do falido Leôncio, que se mata para fugir da humilhação. A história foi 
adaptada várias vezes para outras mídias, a mais célebre sendo a novela com Lucélia Santos no papel-título 
O Guarani 
Na primeira metade do século XVII, Portugal ainda dependia politicamente da Espanha, fato que, se por 
um lado exasperava os sentimentos patrióticos de um frei Antão, como mostrou Gonçalves Dias, por 
outro lado a ele se acomodavam os conservadoristas e os portugueses de pouco brio. D. Antônio de 
Mariz, fidalgo dos mais insignes da nobreza de Portugal, leva adiante no Brasil uma colonização dentro 
mais rigoroso espírito de obediência à sua pátria. Representa, com sua casa-forte, elevada na Serra dos 
Órgãos, um baluarte na Colônia, a desafiar o poderio espanhol. Sua casa-forte, às margens do Pequequer, 
afluente do Paraíba, é abrigo de ilustres portugueses, afinados no mesmo espírito patriótico e colonizador, 
mas acolhe inicialmente, com ingênua cordialidade, bandos de mercenários, homens sedentos de ouro e 
prata, como o aventureiro Loredano, ex-padre que assassinara um homem desarmado, a troco do mapa 
das famosas minas de prata. Dentro da respeitável casa de D. Antônio de Mariz, Loredano vai 
pacientemente urdindo seu plano de destruição de toda a família e dos agregados. 
Em seus planos, contudo, está o rapto da bela Cecília, filha de D. Antônio, mas que é constantemente 
vigiada por um índio forte e corajoso, Peri, que em recompensa por tê-la salvo certa vez de uma 
avalancha de pedras, recebeu a mais alta gratidão de D. Antônio e mesmo o afeto espontâneo da moça, 
que o trata como a um irmão. A narrativa inicia seus momentos épicos logo após o incidente em que 
Diogo, filho de D. Antônio, inadvertidamente, mata uma indiazinha aimoré, durante uma caçada. 
Indignados, os aimorés procuram vingança: surpreendidos por Peri, enquanto espreitavam o banho de 
Ceci, para logo após assassiná-la, dois aimorés caem transpassados por certeiras flechas; o fato é relatado 
à tribo aimoré por uma índia que conseguira ver o ocorrido. 
A luta que se irá travar não diminui a ambição de Loredano, que continua a tramar a destruição de todos 
os que não o acompanhem. Pela bravura demonstrada do homem português, têm importância ainda dois 
personagens: Álvaro, jovem enamorado de Ceci e não retribuído nesse amor, senão numa fraterna 
simpatia; Aires Gomes, espécie de comandante de armas, leal defensor da casa de D. Antônio. Durante 
todos os momentos da luta, Peri, vigilante, não descura dos passos de Loredano, frustrando todas suas 
tentativas de traição ou de rapto de Ceci. Muito mais numerosos, os aimorés vão ganhando a luta passo a 
passo. 
Num momento, dos mais heróicos por sinal, Peri, conhecendo que estavam quase perdidos, tenta uma 
solução tipicamente indígena: tomando veneno, pois sabe que os aimorés são antropófagos, desce a 
montanha e vai lutar "in loco" contra os aimorés: sabe que, morrendo, seria sua carne devorada pelos
antropófagos e aí estaria a salvação da casa de D. Antônio: eles morreriam, pois seu organismo já estaria 
de todo envenenado. Depois de encarniçada luta, onde morreram muitos inimigos, Peri é subjugado e, já 
sem forças, espera, armado, o sacrifício que lhe irão impingir. Álvaro (a esta altura enamorado de Isabel, 
irmã adotiva de Cecília) consegue heroicamente salvar Peri. Peri volta e diz a Ceci que havia tomado 
veneno. Ante o desespero da moça com essa revelação, Peri volta à floresta em busca de um antídoto, 
espécie de erva que neutraliza o poder letal do veneno. De volta, traz o cadáver de Álvaro morto em 
combate com os aimorés. 
Dá-se então o momento trágico da narrativa: Isabel, inconformada com a desgraça ocorrida ao amado, 
suicida-se sobre seu corpo. Loredano continua agindo. Crendo-se completamente seguro, trama agora a 
morte de D. Antônio e parte para a ação. Quando menos supõe, é preso e condenado a morrer na fogueira, 
como traidor. O cerco dos selvagens é cada vez maior. Peri, a pedido do pai de Cecília, se faz cristão, 
única maneira possível para que D. Antônio concordasse, na fuga dos dois, os únicos que se poderiam 
salvar. Descendo por uma corda através do abismo, carregando Cecília entorpecida pelo vinho que o pai 
lhe dera para que dormisse, Peri, consegue afinal chegar ao rio Paquequer. Numa frágil canoa, vai 
descendo rio abaixo, até que ouve o grande estampido provocado por D. Antônio, que, vendo entrarem os 
aimorés em sua fortaleza, ateia fogo aos barris de pólvora, destruindo índios e portugueses. 
Testemunhas únicas do ocorrido, Peri e Ceci caminham agora por uma natureza revolta em águas, 
enfrentando a fúria dos elementos da tempestade. Cecília acorda e Peri lhe relata o sucedido. 
Transtornada, a moça se vê sozinha no mundo. Prefere não mais voltar ao Rio de Janeiro, para onde iria. 
Prefere ficar com Peri, morando nas selvas. A tempestade faz as águas subirem ainda mais. Por 
segurança, Peri sobe ao alto de uma palmeira, protegendo fielmente a moça. Como as águas fossem 
subindo perigosamente, Peri, com força descomunal, arranca a palmeira do solo, improvisando uma 
canoa. O romance termina com a palmeira perdendo-se no horizonte, não sem antes Alencar ter sugerido, 
nas últimas linhas do romance, uma bela união amorosa, semente de onde brotaria mais tarde a raça 
brasileira 
Boca do Inferno 
Este é um romance escrito em 3ª pessoa e dividido em A Cidade, O Crime, A Vingança, A Devassa, A 
Queda e O Destino, passado no século XVII (1863), na Bahia colonial, durante o governo tirânico do 
militar Antônio de Souza de Menezes, apelidado de Braço de Prata, por usar uma peça deste metal no 
lugar do braço (perdido numa batalha naval contra os invasores holandeses). A ação se passa em 
Salvador. Nessa cidade de desmandos e devassidão, desenrola-se a trama de Boca do Inferno, recriação 
de uma época turbulenta centrada na feroz luta pelo poder entre o governador Antônio de Souza de 
Menezes, o temível Braço de Prata, e a facção liderada por Bernardo Vieira Ravasco, da qual faziam parte 
o padre Antônio Vieira e o poeta Gregório de Matos. Note-se a linguagem histórica, com expressões 
chulas (vulgares), uma referência à sátira mordaz do poeta Gregório de Matos Guerra. 
A Cidade Descrição da Bahia do século XVII - imagem de um paraíso natural, mas onde os demônios 
aliciavam almas para proverem o inferno - há também a apresentação do poeta sátiro Gregório, o Boca do 
Inferno, de estilo barroco. O Crime Francisco Teles de Menezes é emborrado por 8 homens encapuzados, 
tem sua mão arrancada do braço e é morto por Antônio de Brito. O motivo se deu por perseguição política 
- estarão envolvidos no crime: Ravasco, irmão do Padre Vieira e Moura Rolim, primo de Gregório. Os 
homens fogem para o Colégio dos Jesuítas, mas o governador da Bahia - Antônio de Sousa Menezes, O 
Braço de Prata, será avisado e começará uma terrível perseguição contra todos envolvidos. A Vingança 
Antônio de Brito será torturado e delatará os envolvidos - Viera será perseguido - mas por representar a 
igreja e o poder papal, o governador releva, mas quer o irmão Bernardo Ravasco preso e destituído do 
cargo de Secretário do Estado. Ao tentar proteger a filha Bernardina Ravasco, Gregório conhece Maria 
Berco, que será presa ao saber que ela possuía a mão e o anel do Alcaide (o anel será penhorado). São 
confiscados de Bernardo documentos escritos e os poemas de Gregório. 
Bernardina é presa para pressionar Ravasco a se entregar. A Devassa Rocha Pita é nomeado 
desembargador para investigar a morte do Alcaide. Palma, também desembargador, nega a vingança 
planejada pelo governador e por falta de provas, exige a soltura dos envolvidos mas, para soltar Maria
Berco, Gregório teria que pagar uma fiança de 600 mil réis. O Queda Bernardino é libertado e expatriado. 
O governador é destituído do cardo e o Marquês de Minas é nomeado para substituí-lo, restituir o cargo 
de secretário a Bernardo Ravasco e se apresentar imediatamente ao Rei de Portugal. Mesmo assim sai do 
Brasil com muitas riquezas. O próximo governador, Antônio Luís da Câmara Coutinho, também será 
satirizado pelo poeta Gregório que terá sua morte encomendada, mas só o próximo governador, João de 
Lancastre, é que conseguirá prendê-lo e expatriá-lo para a Angola, volta mais tarde para Pernambuco, 
mas será proibido de escrever suas sátiras. 
Volta a advogar e morre em 1695, aos 59 anos. O Destino Padre Vieira lutará por justiça social através de 
seus sermões, morre cego e surdo em 1697. Bernardo Ravasco recebe sentença favorável ao crime contra 
o Alcaide e é substituído pelo filho, Gonçalo Ravasco. Maria Berco ficará rica mas deformada, rejeita 
pedidos de casamento à espera do poeta Gregório, que se casa com uma negra viúva, Maria de Povos, 
mas não se afasta da vida de devassidão pelos bordéis da cidade. ...se eu tiver que morrer, seja por aqui 
mesmo. E valha-me Deus, que não seja pela boca de uma garrucha, mas pela cona de uma mulher. A 
cidade da Bahia cresceu, modificou-se o cenário de prazer e pecado da cidade onde viveu o poeta Boca do 
Inferno 
Gabriela Cravo e Canela 
Modernismo de segunda fase. Gabriela Cravo e Canela é dividido em duas partes, que são em si divididas 
em outras duas. A história começa em 1925, na cidade de Ilhéus. A primeira parte é Um Brasileiro das 
Arábias e sua primeira divisão é O langor de Ofenísia. Vai centrando-se a história nesta parte em dois 
personagens: Mundinho Falcão e Nacib. Mundinho é um jovem carioca que emigrou para Ilhéus e lá 
enriqueceu como exportador e planeja acelerar o desenvolvimento da cidade, melhorar os portos e 
derrubar Bastos, o inepto governante. Nacib é um sírio ("turco é a mãe!") dono do bar Vesúvio, que se vê 
em meio a uma grande tragédia pessoal: a cozinheira de seu partiu para ir morar com o filho e ele precisa 
entregar um jantar para 30 pessoas em comemoração a inauguração de uma linha automotiva regular para 
a cidade de Itabuna. 
Ele encomenda com um par de gêmeas careiras, mas passa toda a parte procurando por uma nova 
cozinheira. No final desta pequena parte aparece Gabriela, uma retirante que planeja estabelecer-se em 
Ilhéus como cozinheira ou doméstica, apesar dos pedidos do amante que planeja ganhar dinheiro 
plantando cacau. A segunda parte desta primeira parte é A solidão de Glória e passa-se apenas em um dia. 
O dia começa com o amanhecer de dois corpos na praia, frutos de um crime passional (todo mundo dá 
razão ao marido traído/assassino), segue com as preparações do jantar e a contratação de Gabriela por 
Nacib. No jantar acirram-se as diferenças políticas e, na prática, declara-se a guerra pelo poder em Ilhéus 
entre Mundinho Falcão (oposição) e os Bastos (governo). Quando o jantar acaba (em paz), Nacib volta 
para casa e, quando ia deixar um presente para Gabriela silenciosa mas não inocentemente, tem com ela a 
primeira noite de amor/luxúria. 
A segunda parte chama-se propriamente Gabriela Cravo e Canela e sua primeira parte, o capítulo terceiro, 
chama-se O segredo de Malvina, terceiro capítulo, passa-se cerca de três meses após o fim do outro 
capítulo, e três problemas existem: o caso Malvina-Josué-Glória-Rômulo, as complicações políticas e o 
ciúmes de Nacib. Vamos pela ordem. Josué era admirador de Malvina, filha de um coronel com espírito 
livre. Esta começa a namorar Rômulo, um engenheiro chamado por Mundinho Falcão para estudar o caso 
da barra (que impedia que navios grandes atracassem no porto de Ilhéus). Josué se desaponta e se 
interessa por Glória, amante de um outro coronel. Rômulo foge após um escândalo feito pelo machista 
(tão machista quanto o resto da sociedade ilheense) pai de Malvina, Malvina faz planos de se libertar e 
Josué começa um caso em segredo com Glória. Na política, acirra-se a disputa por votos ao ponto do 
coronel Bastos mandar queimar toda uma tiragem do jornal de Mundinho. 
Mas Mundinho ganha terreno com a chegada do engenheiro. E perde quando esse foge covarde. E ganha 
com a promessa da chegada de dragas a Ilhéus. Nacib enquanto isso desenvolveu um caso com Gabriela. 
Mas está sendo atacado pelo ciúmes (todos querem Gabriela, perfume de cravo, cor de canela). Aos 
poucos ele percebe que é amor e acaba propondo casamento a Gabriela após a última investida do juiz
(alarme falso, ele já havia desistido). Mas foi a tempo, já que até roças do poderoso cacau de Ilhéus já 
haviam sido oferecidas a Gabriela. 
O capítulo acaba durante a festa de casamento de Nacib e Gabriela (no civil, já que Nacib é muçulmano 
não-praticante), quando chegam as dragas no porto de Ilhéus. A quarta e última parte chama-se O luar de 
Gabriela. Nesta resolvem-se todos os casos. Pela ordem: Josué e Glória oficializam a relação e Glória é 
expulsa de sua casa por seu coronel. Na parte da política, após o coronel Ramiro Bastos perder o apoio de 
Itabuna (e mandar matar, sem sucesso, seu ex-aliado; o quase assassino foge com a ajuda de Gabriela, que 
o conhecia), ele morre placidamente em seu sono, seus aliados reconhecem que estavam errados (a 
lealdade era com o homem, não suas idéias) e a guerra política acaba com Mundinho e seus candidatos 
vencedores. Quanto a Nacib e Gabriela... Gabriela não se adapta de jeito nenhum à vida de "senhora 
Saad", para desespero de Nacib. 
Nacib acaba anulando o casamento ao pegá-la na cama com Tonico Bastos, seu padrinho de casamento. 
Mas ninguém ri de Nacib; pelo contrário, Tonico é humilhado e sai da cidade, o casamento é anulado sem 
complicações (os papéis de Gabriela eram falsos) e Gabriela sai de casa. Nacib fica amargurado e vai se 
recuperando. As obras na barra se completam com sucesso e Nacib e Mundinho abrem um restaurante 
juntos. O cozinheiro chamado pelos dois é... convidado a se retirar da cidade por admiradores de 
Gabriela, que acaba sendo recontratada por Nacib. Semanas depois, Nacib e ela reiniciam seu caso, tão 
ardente como era no começo e deixara e ser após o casamento. Num epílogo, o coronel, assassino dos 
dois amante da primeira parte, é condenado à prisão. Cheio de uma crítica à sociedade ilheense, a própria 
linguagem do autor muda quando foca-se a atenção em Gabriela. Torna-se mais cantada, mais típica da 
região (como é a fala de todos), deixando a leitura cada vez mais saborosa

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Resumo de Livros

  • 1. A Escrava Isaura O livro trata de Isaura, escrava que nasceu quase branca e é tratada como filha por sua sinhá, alvo da luxúria e paixão de Henrique (fugazmente), Leôncio (maléfica, controladora e luxuriante), Belchior (ridícula, servil e confusa) e Álvaro (pura e amorosamente). Outros sentimentos dirigidos a Isaura incluem a inveja de Rosa (outra escrava, preterida por Leôncio como amante)e o carinho de seu pai Miguel. No começo trata-se do passado de sua mãe, maltratada por seu dono, o pai de Leôncio, que a tem com um ex-feitor de bom coração. Quando estava para ser forra morre este dono e Leôncio a herda, sem intenções de alforriá-la. A esposa deste o deixa e ele manda Isaura para um cativeiro. De lá ela e o pai fogem para Recife onde conhece Álvaro e se apaixona por ele. Vai a um baile da alta sociedade e é muito admirada por seus dotes físicos e culturais, mas é denunciada como escrava pelo ganancioso Martinho. De volta no Rio é presa por dois meses no tronco e seu pai vai para a cadeia. Prestes a ser liberta para se casar obrigada com o deformado Belchior pela liberdade, achando que Álvaro está casado, é impedida por este que liquida os bens de do falido Leôncio, que se mata para fugir da humilhação. A história foi adaptada várias vezes para outras mídias, a mais célebre sendo a novela com Lucélia Santos no papel-título O Guarani Na primeira metade do século XVII, Portugal ainda dependia politicamente da Espanha, fato que, se por um lado exasperava os sentimentos patrióticos de um frei Antão, como mostrou Gonçalves Dias, por outro lado a ele se acomodavam os conservadoristas e os portugueses de pouco brio. D. Antônio de Mariz, fidalgo dos mais insignes da nobreza de Portugal, leva adiante no Brasil uma colonização dentro mais rigoroso espírito de obediência à sua pátria. Representa, com sua casa-forte, elevada na Serra dos Órgãos, um baluarte na Colônia, a desafiar o poderio espanhol. Sua casa-forte, às margens do Pequequer, afluente do Paraíba, é abrigo de ilustres portugueses, afinados no mesmo espírito patriótico e colonizador, mas acolhe inicialmente, com ingênua cordialidade, bandos de mercenários, homens sedentos de ouro e prata, como o aventureiro Loredano, ex-padre que assassinara um homem desarmado, a troco do mapa das famosas minas de prata. Dentro da respeitável casa de D. Antônio de Mariz, Loredano vai pacientemente urdindo seu plano de destruição de toda a família e dos agregados. Em seus planos, contudo, está o rapto da bela Cecília, filha de D. Antônio, mas que é constantemente vigiada por um índio forte e corajoso, Peri, que em recompensa por tê-la salvo certa vez de uma avalancha de pedras, recebeu a mais alta gratidão de D. Antônio e mesmo o afeto espontâneo da moça, que o trata como a um irmão. A narrativa inicia seus momentos épicos logo após o incidente em que Diogo, filho de D. Antônio, inadvertidamente, mata uma indiazinha aimoré, durante uma caçada. Indignados, os aimorés procuram vingança: surpreendidos por Peri, enquanto espreitavam o banho de Ceci, para logo após assassiná-la, dois aimorés caem transpassados por certeiras flechas; o fato é relatado à tribo aimoré por uma índia que conseguira ver o ocorrido. A luta que se irá travar não diminui a ambição de Loredano, que continua a tramar a destruição de todos os que não o acompanhem. Pela bravura demonstrada do homem português, têm importância ainda dois personagens: Álvaro, jovem enamorado de Ceci e não retribuído nesse amor, senão numa fraterna simpatia; Aires Gomes, espécie de comandante de armas, leal defensor da casa de D. Antônio. Durante todos os momentos da luta, Peri, vigilante, não descura dos passos de Loredano, frustrando todas suas tentativas de traição ou de rapto de Ceci. Muito mais numerosos, os aimorés vão ganhando a luta passo a passo. Num momento, dos mais heróicos por sinal, Peri, conhecendo que estavam quase perdidos, tenta uma solução tipicamente indígena: tomando veneno, pois sabe que os aimorés são antropófagos, desce a montanha e vai lutar "in loco" contra os aimorés: sabe que, morrendo, seria sua carne devorada pelos
  • 2. antropófagos e aí estaria a salvação da casa de D. Antônio: eles morreriam, pois seu organismo já estaria de todo envenenado. Depois de encarniçada luta, onde morreram muitos inimigos, Peri é subjugado e, já sem forças, espera, armado, o sacrifício que lhe irão impingir. Álvaro (a esta altura enamorado de Isabel, irmã adotiva de Cecília) consegue heroicamente salvar Peri. Peri volta e diz a Ceci que havia tomado veneno. Ante o desespero da moça com essa revelação, Peri volta à floresta em busca de um antídoto, espécie de erva que neutraliza o poder letal do veneno. De volta, traz o cadáver de Álvaro morto em combate com os aimorés. Dá-se então o momento trágico da narrativa: Isabel, inconformada com a desgraça ocorrida ao amado, suicida-se sobre seu corpo. Loredano continua agindo. Crendo-se completamente seguro, trama agora a morte de D. Antônio e parte para a ação. Quando menos supõe, é preso e condenado a morrer na fogueira, como traidor. O cerco dos selvagens é cada vez maior. Peri, a pedido do pai de Cecília, se faz cristão, única maneira possível para que D. Antônio concordasse, na fuga dos dois, os únicos que se poderiam salvar. Descendo por uma corda através do abismo, carregando Cecília entorpecida pelo vinho que o pai lhe dera para que dormisse, Peri, consegue afinal chegar ao rio Paquequer. Numa frágil canoa, vai descendo rio abaixo, até que ouve o grande estampido provocado por D. Antônio, que, vendo entrarem os aimorés em sua fortaleza, ateia fogo aos barris de pólvora, destruindo índios e portugueses. Testemunhas únicas do ocorrido, Peri e Ceci caminham agora por uma natureza revolta em águas, enfrentando a fúria dos elementos da tempestade. Cecília acorda e Peri lhe relata o sucedido. Transtornada, a moça se vê sozinha no mundo. Prefere não mais voltar ao Rio de Janeiro, para onde iria. Prefere ficar com Peri, morando nas selvas. A tempestade faz as águas subirem ainda mais. Por segurança, Peri sobe ao alto de uma palmeira, protegendo fielmente a moça. Como as águas fossem subindo perigosamente, Peri, com força descomunal, arranca a palmeira do solo, improvisando uma canoa. O romance termina com a palmeira perdendo-se no horizonte, não sem antes Alencar ter sugerido, nas últimas linhas do romance, uma bela união amorosa, semente de onde brotaria mais tarde a raça brasileira Boca do Inferno Este é um romance escrito em 3ª pessoa e dividido em A Cidade, O Crime, A Vingança, A Devassa, A Queda e O Destino, passado no século XVII (1863), na Bahia colonial, durante o governo tirânico do militar Antônio de Souza de Menezes, apelidado de Braço de Prata, por usar uma peça deste metal no lugar do braço (perdido numa batalha naval contra os invasores holandeses). A ação se passa em Salvador. Nessa cidade de desmandos e devassidão, desenrola-se a trama de Boca do Inferno, recriação de uma época turbulenta centrada na feroz luta pelo poder entre o governador Antônio de Souza de Menezes, o temível Braço de Prata, e a facção liderada por Bernardo Vieira Ravasco, da qual faziam parte o padre Antônio Vieira e o poeta Gregório de Matos. Note-se a linguagem histórica, com expressões chulas (vulgares), uma referência à sátira mordaz do poeta Gregório de Matos Guerra. A Cidade Descrição da Bahia do século XVII - imagem de um paraíso natural, mas onde os demônios aliciavam almas para proverem o inferno - há também a apresentação do poeta sátiro Gregório, o Boca do Inferno, de estilo barroco. O Crime Francisco Teles de Menezes é emborrado por 8 homens encapuzados, tem sua mão arrancada do braço e é morto por Antônio de Brito. O motivo se deu por perseguição política - estarão envolvidos no crime: Ravasco, irmão do Padre Vieira e Moura Rolim, primo de Gregório. Os homens fogem para o Colégio dos Jesuítas, mas o governador da Bahia - Antônio de Sousa Menezes, O Braço de Prata, será avisado e começará uma terrível perseguição contra todos envolvidos. A Vingança Antônio de Brito será torturado e delatará os envolvidos - Viera será perseguido - mas por representar a igreja e o poder papal, o governador releva, mas quer o irmão Bernardo Ravasco preso e destituído do cargo de Secretário do Estado. Ao tentar proteger a filha Bernardina Ravasco, Gregório conhece Maria Berco, que será presa ao saber que ela possuía a mão e o anel do Alcaide (o anel será penhorado). São confiscados de Bernardo documentos escritos e os poemas de Gregório. Bernardina é presa para pressionar Ravasco a se entregar. A Devassa Rocha Pita é nomeado desembargador para investigar a morte do Alcaide. Palma, também desembargador, nega a vingança planejada pelo governador e por falta de provas, exige a soltura dos envolvidos mas, para soltar Maria
  • 3. Berco, Gregório teria que pagar uma fiança de 600 mil réis. O Queda Bernardino é libertado e expatriado. O governador é destituído do cardo e o Marquês de Minas é nomeado para substituí-lo, restituir o cargo de secretário a Bernardo Ravasco e se apresentar imediatamente ao Rei de Portugal. Mesmo assim sai do Brasil com muitas riquezas. O próximo governador, Antônio Luís da Câmara Coutinho, também será satirizado pelo poeta Gregório que terá sua morte encomendada, mas só o próximo governador, João de Lancastre, é que conseguirá prendê-lo e expatriá-lo para a Angola, volta mais tarde para Pernambuco, mas será proibido de escrever suas sátiras. Volta a advogar e morre em 1695, aos 59 anos. O Destino Padre Vieira lutará por justiça social através de seus sermões, morre cego e surdo em 1697. Bernardo Ravasco recebe sentença favorável ao crime contra o Alcaide e é substituído pelo filho, Gonçalo Ravasco. Maria Berco ficará rica mas deformada, rejeita pedidos de casamento à espera do poeta Gregório, que se casa com uma negra viúva, Maria de Povos, mas não se afasta da vida de devassidão pelos bordéis da cidade. ...se eu tiver que morrer, seja por aqui mesmo. E valha-me Deus, que não seja pela boca de uma garrucha, mas pela cona de uma mulher. A cidade da Bahia cresceu, modificou-se o cenário de prazer e pecado da cidade onde viveu o poeta Boca do Inferno Gabriela Cravo e Canela Modernismo de segunda fase. Gabriela Cravo e Canela é dividido em duas partes, que são em si divididas em outras duas. A história começa em 1925, na cidade de Ilhéus. A primeira parte é Um Brasileiro das Arábias e sua primeira divisão é O langor de Ofenísia. Vai centrando-se a história nesta parte em dois personagens: Mundinho Falcão e Nacib. Mundinho é um jovem carioca que emigrou para Ilhéus e lá enriqueceu como exportador e planeja acelerar o desenvolvimento da cidade, melhorar os portos e derrubar Bastos, o inepto governante. Nacib é um sírio ("turco é a mãe!") dono do bar Vesúvio, que se vê em meio a uma grande tragédia pessoal: a cozinheira de seu partiu para ir morar com o filho e ele precisa entregar um jantar para 30 pessoas em comemoração a inauguração de uma linha automotiva regular para a cidade de Itabuna. Ele encomenda com um par de gêmeas careiras, mas passa toda a parte procurando por uma nova cozinheira. No final desta pequena parte aparece Gabriela, uma retirante que planeja estabelecer-se em Ilhéus como cozinheira ou doméstica, apesar dos pedidos do amante que planeja ganhar dinheiro plantando cacau. A segunda parte desta primeira parte é A solidão de Glória e passa-se apenas em um dia. O dia começa com o amanhecer de dois corpos na praia, frutos de um crime passional (todo mundo dá razão ao marido traído/assassino), segue com as preparações do jantar e a contratação de Gabriela por Nacib. No jantar acirram-se as diferenças políticas e, na prática, declara-se a guerra pelo poder em Ilhéus entre Mundinho Falcão (oposição) e os Bastos (governo). Quando o jantar acaba (em paz), Nacib volta para casa e, quando ia deixar um presente para Gabriela silenciosa mas não inocentemente, tem com ela a primeira noite de amor/luxúria. A segunda parte chama-se propriamente Gabriela Cravo e Canela e sua primeira parte, o capítulo terceiro, chama-se O segredo de Malvina, terceiro capítulo, passa-se cerca de três meses após o fim do outro capítulo, e três problemas existem: o caso Malvina-Josué-Glória-Rômulo, as complicações políticas e o ciúmes de Nacib. Vamos pela ordem. Josué era admirador de Malvina, filha de um coronel com espírito livre. Esta começa a namorar Rômulo, um engenheiro chamado por Mundinho Falcão para estudar o caso da barra (que impedia que navios grandes atracassem no porto de Ilhéus). Josué se desaponta e se interessa por Glória, amante de um outro coronel. Rômulo foge após um escândalo feito pelo machista (tão machista quanto o resto da sociedade ilheense) pai de Malvina, Malvina faz planos de se libertar e Josué começa um caso em segredo com Glória. Na política, acirra-se a disputa por votos ao ponto do coronel Bastos mandar queimar toda uma tiragem do jornal de Mundinho. Mas Mundinho ganha terreno com a chegada do engenheiro. E perde quando esse foge covarde. E ganha com a promessa da chegada de dragas a Ilhéus. Nacib enquanto isso desenvolveu um caso com Gabriela. Mas está sendo atacado pelo ciúmes (todos querem Gabriela, perfume de cravo, cor de canela). Aos poucos ele percebe que é amor e acaba propondo casamento a Gabriela após a última investida do juiz
  • 4. (alarme falso, ele já havia desistido). Mas foi a tempo, já que até roças do poderoso cacau de Ilhéus já haviam sido oferecidas a Gabriela. O capítulo acaba durante a festa de casamento de Nacib e Gabriela (no civil, já que Nacib é muçulmano não-praticante), quando chegam as dragas no porto de Ilhéus. A quarta e última parte chama-se O luar de Gabriela. Nesta resolvem-se todos os casos. Pela ordem: Josué e Glória oficializam a relação e Glória é expulsa de sua casa por seu coronel. Na parte da política, após o coronel Ramiro Bastos perder o apoio de Itabuna (e mandar matar, sem sucesso, seu ex-aliado; o quase assassino foge com a ajuda de Gabriela, que o conhecia), ele morre placidamente em seu sono, seus aliados reconhecem que estavam errados (a lealdade era com o homem, não suas idéias) e a guerra política acaba com Mundinho e seus candidatos vencedores. Quanto a Nacib e Gabriela... Gabriela não se adapta de jeito nenhum à vida de "senhora Saad", para desespero de Nacib. Nacib acaba anulando o casamento ao pegá-la na cama com Tonico Bastos, seu padrinho de casamento. Mas ninguém ri de Nacib; pelo contrário, Tonico é humilhado e sai da cidade, o casamento é anulado sem complicações (os papéis de Gabriela eram falsos) e Gabriela sai de casa. Nacib fica amargurado e vai se recuperando. As obras na barra se completam com sucesso e Nacib e Mundinho abrem um restaurante juntos. O cozinheiro chamado pelos dois é... convidado a se retirar da cidade por admiradores de Gabriela, que acaba sendo recontratada por Nacib. Semanas depois, Nacib e ela reiniciam seu caso, tão ardente como era no começo e deixara e ser após o casamento. Num epílogo, o coronel, assassino dos dois amante da primeira parte, é condenado à prisão. Cheio de uma crítica à sociedade ilheense, a própria linguagem do autor muda quando foca-se a atenção em Gabriela. Torna-se mais cantada, mais típica da região (como é a fala de todos), deixando a leitura cada vez mais saborosa