Este documento apresenta o estudo Mobilize 2011, que avalia indicadores de mobilidade urbana sustentável em nove capitais brasileiras. O estudo enfrentou dificuldades para obter dados confiáveis das cidades, que raramente realizam pesquisas sobre mobilidade ou mantêm esses dados atualizados. Foram selecionados indicadores como acessibilidade do transporte público, tarifas em relação à renda, acidentes de trânsito e uso de modos não motorizados. Os resultados revelam desafios e oportunidades para
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Estudo mobilize-2011
1. Estudo Mobilize 2011
Diagnóstico da mobilidade urbana
sustentável em capitais brasileiras
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Estudo Mobilize 2011 www.mobiliz e .or g .br
www.mobiliz
2. Apresentação
O termo “mobilidade” como característica políticas e projetos para melhorar a
do que é móvel ou do que é capaz de se mobilidade e a qualidade de vida nas
movimentar é conhecido no Brasil desde cidades brasileiras.
1500. Mas a mobilidade, como o direito de ir
e vir, somente agora começa a se fazer A iniciativa do Mobilize Brasil partiu de um
presente no vocabulário dos cidadãos jovem cidadão, Ricky Ribeiro, que há três
brasileiros pela sua negação. Com o anos se encontra “sem mobilidade” em
crescimento populacional urbano razão de uma doença neurológica
desordenado, aliado à crise dos sistemas degenerativa que lhe tirou lentamente os
públicos de transporte e aos diversos tipos movimentos físicos. Apesar de tudo, Ricky
de incentivo à compra do veículo particular, segue pensante e atuante e, como
as cidades estão cada vez mais próximas de administrador público, decidiu deixar um
situações de imobilidade. legado para todos os cidadão brasileiros.
Diante desse cenário, a mobilidade urbana Com esta edição do Estudo Mobilize 2011, o
sustentável ganhou destaque nas rodas de portal Mobilize Brasil espera contribuir para
amigos, cresceu de importância nas mesas a cura de uma das principais doenças das
de discussões das empresas e entidades, e cidades brasileiras, a “imobilidade urbana
também na esfera governamental. Afinal, a insustentável”.
população está cansada do descaso com os
transportes públicos e do sistemático Equipe Mobilize Brasil
favorecimento ao transporte individual.
E cobra providências das autoridades.
2
O Estudo Mobilize 2011 tenta apresentar
uma nova visão da mobilidade das cidades,
buscando agrupar e consolidar indicadores
de mobilidade sustentável que permitam
reflexões e talvez o desenvolvimento de
Estudo Mobilize 2011
3. Índice
Introdução 4
Metodologia 6
Resultados 11
Resultados gerais 12
Belo Horizonte 22
Brasília 26
Cuiabá 30
Curitiba 35
Natal 38
Porto Alegre 43
Rio de Janeiro 48
Salvador 55
3
São Paulo 60
Fontes de informação 67
Expediente 69
Estudo Mobilize 2011
4. Introdução
A utilização do transporte público sofreu algumas grandes cidades brasileiras ainda
uma queda de 30% em todo o Brasil nos desconhecem a extensão total de suas vias
últimos dez anos, com a migração de públicas, e raras delas sabem quantos
passageiros para as opções de transporte quilômetros de calçadas são acessíveis a
individual: carros e motos. O preço das deficientes.
passagens – alto para os padrões brasileiros
– e a maior facilidade para financiamento de Muito mais árida foi a tarefa de obter
veículos particulares são os motores desse números confiáveis sobre as formas como
fenômeno, que tem sido a resposta dos são feitas as viagens no cotidiano de cada
brasileiros à má qualidade dos transportes cidade (a pé, de ônibus ou por veículo
públicos no país. próprio). Poucas cidades têm pesquisas de
campo sobre esse tema e as que as fazem,
Diante desse quadro, o portal Mobilize Brasil como São Paulo, mantêm intervalos muito
tomou a iniciativa de buscar indicadores que longos entre cada consulta. Na capital
mostrem a quantas anda a mobilidade paulista, a última pesquisa origem-destino
urbana nas principais cidades brasileiras. foi realizada em 2007 e a próxima ocorrerá
Inicialmente, planejamos buscar essas apenas em 2017. Assim, as associações e
informações em treze capitais: Porto Alegre, institutos que se dedicam ao tema da
Curitiba, São Paulo, Cuiabá, Goiânia, Brasília, mobilidade trabalham com os raros números
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, disponíveis e extrapolam esses indicadores
Recife, Natal, Fortaleza e Manaus. para as demais cidades.
Embora existam dezenas, talvez centenas de Dado também de difícil garimpo é a
estudos sobre o tema em vários sites na quantidade de poluentes emitidos pela frota
4
internet, a primeira dificuldade foi localizar (carros+motos+ônibus) em cada cidade.
fontes confiáveis de informação, já que na Algumas, como Fortaleza, paralisaram suas
maior parte das cidades os números estavam medições há alguns anos. Outras, como
dispersos por vários gabinetes, em Cuiabá, argumentam que as aferições
secretarias e departamentos, ou privilegiam outras fontes de poluição, no
Estudo Mobilize 2011 simplesmente não existem. Por exemplo, caso, as queimadas promovidas pela
5. agroindústria. E algumas, como Salvador, informações, optamos por fechar o trabalho
começam agora a medir a poluição com apenas nove capitais: Porto Alegre,
atmosférica gerada pelo transporte. Curitiba, São Paulo, Cuiabá, Brasília, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e Natal.
O trabalho dos jornalistas pesquisadores
esbarrou também na resistência – às vezes A equipe do Mobilize Brasil tem o objetivo
má vontade – de funcionários, que ora de repetir este trabalho anualmente, de
informavam números improváveis, ora maneira a gerar uma série que permita o
sugeriam outras fontes, em cansativo jogo de acompanhamento da evolução dos
empurra. Centenas de telefonemas, e-mails transportes públicos no Brasil. De outro lado,
e horas de trabalho foram despendidas para modestamente, pretendemos estimular as
obter simples números, que nem sempre autoridades a investir em pesquisas de
estavam disponíveis. Assim, quando não campo que revelem a situação real da
havia fonte oficial, os dados foram mobilidade urbana e de sua sustentabilidade
resgatados em estudos acadêmicos ou de para as próximas décadas.
instituições privadas. Por fim, dada a
dificuldade em conseguir algumas
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Estudo Mobilize 2011
6. Metodologia
Ao propor um diagnóstico da mobilidade No tocante à parte quantitativa do estudo,
urbana sustentável, Mobilize pretende dar elaborar uma sistemática de avaliação da
visibilidade a um assunto de alta importância mobilidade urbana sustentável nas cidades
para a qualidade de vida nos espaços brasileiras consistiu em uma tarefa
urbanos brasileiros e fomentar a reflexão complexa. Afinal, os indicadores deveriam
pública. Embora mobilidade urbana retratar com seriedade e abrangência
sustentável tenha se tornado uma expressão cidades com estruturas urbanas, sistemas de
cada vez mais disseminada no Brasil, seu transporte e processos de planejamento
significado ainda é pouco claro. Em parte, a bastante diferentes.
vaguidão desse conceito se deve à ausência
de indicadores para orientar ações e políticas A definição do conjunto concreto de
no nível local. indicadores a serem levantados teve como
ponto de partida os seguintes objetivos
Um retrato atual da mobilidade urbana associados ao conceito de mobilidade
sustentável em cada cidade foi elaborado urbana sustentável:
com base no levantamento de estatísticas
recentes, que deram suporte à construção Reduzir a necessidade de viagens
de indicadores, e na redação de reportagens, motorizadas
que abordam aspectos impossíveis de serem
Favorecer os deslocamentos por modos
quantificados, como a relação que
coletivos e não motorizados de
moradores mantêm com os sistemas de
transportes
transporte, os projetos em andamento e
características da política de transportes. Proporcionar mobilidade a pessoas com
deficiência
6
O trabalho de apuração foi executado por Tornar o transporte coletivo acessível
uma equipe de jornalistas que procurou a todos os cidadãos
manter a isenção em todo o processo de Promover a utilização de fontes
trabalho e não teve qualquer interesse em energéticas renováveis no setor de
beneficiar ou prejudicar determinada cidade. transportes
Estudo Mobilize 2011
7. Adicionalmente, os indicadores foram acidentes de trânsito (5ª posição no mundo).
selecionados conforme os seguintes O número de acidentes e de fatalidades
critérios: decorrentes está relacionado
Os indicadores devem expressar as a fatores como educação para o trânsito e
dimensões básicas da mobilidade urbana segurança viária. Pedestres e ciclistas
sustentável – justamente os participantes mais frágeis do
Os indicadores devem ser de fácil coleta trânsito – são sobrerrepresentados nessas
e atualização pelos governos locais estatísticas.
Os indicadores devem ser de fácil Extensão de vias adequadas ao trânsito
compreensão por cidadãos comuns de bicicletas em relação à extensão do
A construção matemática dos sistema viário
indicadores deve ser neutra com relação A provisão de infraestruturas adequadas
ao perfil das cidades analisadas e com consiste em uma das principais formas de
relação a atributos como área, tamanho incentivo ao uso de meios de transporte não
populacional, renda, sistemas de motorizados. O transporte por bicicletas tem
transporte etc. um grande potencial em cidades brasileiras,
Com base nessas considerações, foram por não produzir danos ambientais e ser
formulados os seguintes indicadores: economicamente mais acessível do que
meios de transporte motorizados. Neste
Porcentagem de ônibus municipais estudo, são consideradas vias adequadas ao
adaptados a pessoas com deficiência física trânsito de bicicletas ciclovias e ciclofaixas
Este indicador está associado à garantia do permanentes.
direito de ir e vir de pessoas com
necessidades especiais. Para a finalidade Razão entre a renda média mensal e a tarifa
deste estudo, são considerados veículos simples de ônibus urbano
acessíveis a pessoas com restrições de A acessibilidade econômica a meios coletivos
mobilidade aqueles com piso baixo e com é um aspecto crucial na provisão do direito
elevadores ou plataformas de acesso para ao transporte. Estima-se que parcela
usuários em cadeiras de rodas. significativa da população nas cidades
7
brasileiras seja impedida de se deslocar com
Mortos em acidentes de trânsito meios de transporte coletivos devido ao alto
(por 100.000 habitantes) custo da tarifa em relação a sua renda. Esse
Acidentes de trânsito são um grave problema indicador explicita quantas viagens de ônibus
de saúde pública. No Brasil, morrem por ano podem ser adquiridas com a renda média
Estudo Mobilize 2011 cerca de 40 mil pessoas em função de em cada cidade.
8. Razão entre o número de viagens por por meio de transporte, não foram
modos individuais motorizados de fornecidos pelas autoridades consultadas.
transporte e o número total de viagens Esses incidentes acabaram por acarretar a
A supremacia dos deslocamentos por modos redução da abrangência do estudo em
individuais motorizados de transporte está relação ao inicialmente planejado.
associada a diversos problemas sociais,
ambientais e econômicos, como a emissão Também é importante ressaltar os limites
de poluentes atmosféricos, a produção de desses indicadores. É evidente que apenas
ruídos e acidentes, o consumo de recursos a extensão de ciclovias não reflete de modo
não renováveis e as perdas de tempo em completo o espectro de ações que podem
congestionamentos. Estratégias de ser desenvolvidas para incentivar o uso de
mobilidade sustentável devem priorizar o bicicleta nas cidades. No entanto, a presença
transporte não motorizado e coletivo frente desse indicador chama a atenção para um
ao transporte individual motorizado. tema ainda muito negligenciado pelas
cidades brasileiras. Apesar de as capitais
Infelizmente, diversos outros indicadores estudadas manterem fortes vínculos com
relevantes não foram considerados neste seus arredores (muitas delas pertencem
estudo, devido à dificuldade de coleta de a regiões metropolitanas formalmente
dados ou à impossibilidade de estabelecer reconhecidas), este estudo levantou
comparações entre as cidades. Em especial, informações estritamente relativas aos
indicadores que enfatizam os aspectos municípios-sedes.
ambientais do transporte não puderam ser
coletados. Por fim, os indicadores oferecem um retrato
estático da situação atual da mobilidade.
Observou-se, durante o processo de Eles não expressam nem o desenvolvimento
levantamento de informações, que o total de histórico, nem as perspectivas futuras para a
emissões de gases do efeito estufa pelo setor mobilidade urbana sustentável em cada
de transportes é, mesmo em tempos de localidade.
mudanças climáticas, um indicador ainda
pouco presente nos maiores municípios
8
brasileiros. Mesmo alguns dos indicadores
mais básicos para o planejamento de
transportes, como a distribuição de viagens
Estudo Mobilize 2011
9. Uma escala comum a todos os indicadores Não se pretendeu comparar as cidades
Como os indicadores representam brasileiras com localidades que são
fenômenos diferentes e têm unidades de referências internacionais, com padrões de
medida diferentes, o próximo passo foi referência estabelecidos por governos ou
buscar, para cada um deles, uma base outras organizações e nem com cidades que
comum. Assim, os valores originais dos ficaram de fora do estudo. Essa metodologia
indicadores foram convertidos em valores implica que os valores máximos não foram
dentro de uma escala linear variando de zero atribuídos a situações hipotéticas perfeitas
(situação pior) a dez (situação melhor). ou desejáveis, mas sim às cidades que
apresentaram a situação que mais reflete
Com esse método, enfatiza-se a comparação uma mobilidade sustentável no universo das
da situação das cidades abordadas no estudo localidades estudadas.
entre si, que é o propósito deste trabalho.
Construção dos Indicadores
Construção Indicadores
Porcentagem de ônibus municipais
acessíveis a pessoas com Indicador Ônibus acessíveis
deficiência física (escala de 0 a 10)
Mortos em acidentes de
trânsito (por 100 mil habitantes Indicador Mortes no trânsito
por ano) (escala de 0 a 10)
Extensão de vias adequadas ao
trânsito de bicicletas em relação à Indicador Estrutura cicloviária Indicador Geral
extensão do sistema viário (escala de 0 a 10) (escala de 0 a 10)
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Razão entre a renda média
mensal e a tarifa simples de Indicador Tarifa de ônibus
ônibus urbano (escala de 0 a 10)
Razão entre viagens por modos
Estudo Mobilize 2011
individuiais motorizados de Indicador Viagens motorizadas
transprte e total de viagens (escala de 0 a 10)
10. Por esse motivo, a nota máxima deve ser
compreendida não como uma situação ideal,
impossível de ser melhorada, mas sim como
a melhor situação verificada entre as cidades
comparadas. De modo análogo, a nota
mínima expressa a situação mais distante de
um quadro de mobilidade urbana
sustentável.
O cálculo das médias
Em seguida, os valores normalizados de cada
indicador (ou seja, as “notas” que variam de
zero a dez, correspondentes a cada critério
adotado) tiveram de ser combinadas para
gerar um valor final que expressa a situação
geral da mobilidade urbana sustentável em
cada cidade.
No presente estudo, o valor final foi
calculado através de uma média aritimética
simples entre os indicadores calculados na
etapa anterior, já que a atribuição de pesos
poderia se tornar um elemento de disputa
política e de divergência entre especialistas.
A nota média final é, portanto, somente uma
expressão do desempenho das cidades com
relação aos cinco indicadores considerados.
Nenhum fato não representado pelos
indicadores interfere nesse cálculo.
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Estudo Mobilize 2011
11. Resultados
O estudo avaliou cinco O Rio de Janeiro obteve o maior valor no
indicadores em cada cidade indicador geral de mobilidade urbana
Porcentagem de ônibus municipais sustentável calculado neste estudo. Em uma
acessíveis a pessoas com deficiência escala que varia de zero a dez, a capital
física fluminense conseguiu 7,9. Em segundo lugar,
Mortos em acidentes de trânsito (por aparece Curitiba, que recebeu nota 7,0 e
100.000 habitantes) por ano ficou bem à frente de Brasília (5,9). Em
Extensão de vias adequadas ao seguida, vieram as cidades de Belo Horizonte,
trânsito de bicicletas em relação à Salvador, Porto Alegre e Natal, com notas
extensão do sistema viário médias entre 3 e 4. Por fim, aparecem Cuiabá
Razão entre a renda média mensal e a e São Paulo, com notas próximas de 2.
tarifa simples de ônibus urbano
Razão entre o número de viagens por
modos individuais motorizados de
transporte e o número total de
viagens
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Estudo Mobilize 2011
12. resultados
Os resultados
de cada cidade
DIVULGAÇÃO - FERNANDA ALMEIDA
DIVULGAÇÃO
O Rio de Janeiro se destaca pela parcela Curitiba obteve nota máxima em duas das
relativamente pequena de deslocamentos cinco estatísticas incluídas no cálculo do
por meios de transporte individuais ranking. A capital paranaense apresentou a
motorizados (quase metade dos cariocas maior porcentagem de ônibus acessíveis a
usa ônibus; só 13% vai de carro ou de pessoas com deficiências (90% da frota é
motocicleta), pelo pequeno número de adaptada) e o menor número de mortos em
mortos no trânsito em relação à população acidentes de trânsito (5,2 por grupo de
da cidade (5,4 por 100 mil) e pela extensão 100 mil habitantes). Curitiba também conta
de ciclovias (240 km, número que continua com uma rede cicloviária ampla com relação
crescendo). Além disso, a “cidade a seu sistema viário, o que lhe garante a
12
maravilhosa” obtém a terceira colocação terceira colocação neste quesito.
com relação à acessibilidade universal dos Apesar disso, mais de um quarto das viagens
ônibus. O Rio de Janeiro mostra que cotidianas são feitas por automóvel ou
megacidades podem fazer muito pela motocicletas – porcentagem bastante alta,
mobilidade sustentável. em comparação com outras cidades
Estudo Mobilize 2011 brasileiras.
13. DIVULGAÇÃO - CBTU
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
Brasília é uma cidade de extremos.
Quarenta e dois quilômetros é a atual
extensão de ciclovias na capital federal, para
um sistema viário de aproximadamente
1.600 km. Nenhuma outra cidade
apresentou uma relação tão positiva como
capital federal neste critério. A cidade
também recebeu nota dez pela quantidade
Belo Horizonte e Salvador aparecem
de viagens de ônibus que se pode adquirir
praticamente empatadas, com notas gerais
com a elevada renda média de seus
4,1 e 4, respectivamente. Mas os motivos
habitantes. No entanto, o trânsito violento –
que as levam a esta posição são bastante
nenhuma outra cidade pesquisada apresenta
diferentes. A capital mineira se destaca pela
um índice maior que 18 mortes por 100 mil
acessibilidade do transporte coletivo (70% da
habitantes – e a baixa parcela de ônibus
frota de ônibus está preparada para receber
adaptados (menos de um quarto da frota)
pessoas em cadeiras de rodas), mas tem
não deixam dúvida do que Brasília tem a
desempenho apenas mediano nos demais
13
melhorar.
indicadores. Já Salvador se destaca por não
ter se rendido ao transporte motorizado
individual, mas as passagens de ônibus na
capital baiana são as menos acessíveis para
sua população (R$ 2,50 para uma passagem
Estudo Mobilize 2011 pesa muito no bolso do soteropolitano).
14. DIVULGAÇÃO - ALEXANDRE GIESBRECHT
DIVULGAÇÃO - CBTU
Natal - Apenas 20% dos ônibus na capital do Sétima colocação geral, Porto Alegre (nota
Rio Grande do Norte são adequados para média 3,5) não investiu muito na construção
transportar pessoas com deficiências ou de ciclovias até hoje. A cidade toda tem
restrições de mobilidade. Este é o pior 7,8 quilômetros destas vias – muito pouco
número, entre todas as cidades pesquisadas. ante o que foi feito para a circulação de
No entanto, Natal possui estatísticas automóveis (2.761 quilômetros).
positivas relacionadas ao transporte Os melhores indicadores portoalegrenses se
individual. Menos de 20% usam carro ou referem ao moderado número de mortos no
moto no dia-a-dia e o número de mortes no trânsito e à segunda melhor relação entre
trânsito (8,2 por 100 mil habitantes) também renda da população e tarifa de ônibus.
pode ser considerado baixo, na comparação
com outras metrópoles brasileiras.
14
Estudo Mobilize 2011
15. DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
Cuiabá viu sua frota de autos, e A posição de lanterninha cabe a São Paulo.
especialmente de motos, crescer nos últimos A nota 2 se explica pela forte presença do
anos, sem investimentos em melhorias no automóvel no transporte cotidiano (cerca de
sistema viário ou em transporte coletivo. 30% das viagens) e pelo valor
Esse processo provoca graves problemas de proporcionalmente alto da tarifa de ônibus
trânsito e altas taxas de mortes (cerca de 12 na cidade. Além disso, a maior cidade do país
por 100 mil habitantes). A tarifa de ônibus possui a menor extensão de vias adequadas
também é alta se comparada com a renda, a ao trânsito de bicicletas em relação à
segunda pior relação entre as cidades extensão do sistema viário: são apenas
avaliadas. 35,7 km de ciclovias para 17.000 km de ruas.
A capital paulista também registrou o
segundo pior índice de mortes por acidentes
de trânsito, ficando à frente apenas de
Brasília. Embora conte com abrangentes
infraestruturas de transportes (como o
sistema metro-ferroviário mais extenso do
Brasil), São Paulo apresenta um fraco
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desempenho nos indicadores relativos à
mobilidade sustentável que são passíveis de
comparação com outras cidades.
Estudo Mobilize 2011
16. Indicador geral
ger
eral
sustentável
Mobilidade urbana sustentável
Rio de Janeiro 7,9
Curitiba 7,0
Brasília 5,1
Belo Horizonte 4,1
Salvador 4,0
Natal 3,8
Porto Alegre 3,5
Cuiabá 2,4
16
São Paulo 2,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nota atribuída
Estudo Mobilize 2011
17. Ônibus acessíveis
Ônibus acessíveis
Rio de Janeiro 5,7
Curitiba 10,0
Brasília 0,5
Belo Horizonte 7,1
Salvador 3,5
Natal 0,0
Porto Alegre 3,2
Cuiabá 3,5
São Paulo 3,3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nota atribuída
Porcentagem de ônibus
municipais acessíveis a pessoas
com deficiência física
Rio de Janeiro 60,0%
Curitiba 90,0%
Brasília 24,1%
17
Belo Horizonte 69,9%
Salvador 44,8%
Natal 20,7%
Porto Alegre 43,1%
Cuiabá 44,9%
Estudo Mobilize 2011 São Paulo 43,6%
18. Mor tes no trânsito
Mortes
Rio de Janeiro 9,9
Curitiba 10,0
Brasília 0,0
Belo Horizonte 5,4
Salvador 6,3
Natal 7,7
Porto Alegre 6,2
Cuiabá 4,7
São Paulo 4,6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nota atribuída
Mortos em acidentes de trânsito
(por 100 mil habitantes) por ano
Rio de Janeiro 5,4
Curitiba 5,2
Brasília 18,0
18
Belo Horizonte 11,0
Salvador 9,9
Natal 8,2
Porto Alegre 10,1
Cuiabá 12,0
Estudo Mobilize 2011 São Paulo 12,1
19. Estr utura cicloviária
Estrutur ciclo
utura loviária
Rio de Janeiro 9,7
Curitiba 9,6
Brasília 10,0
Belo Horizonte 0,8
Salvador 0,6
Natal
Porto Alegre 0,3
Cuiabá 2,5
São Paulo 0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nota atribuída
Extensão de vias adequadas ao
trânsito de bicicletas em relação à
extensão do sistema viário
Rio de Janeiro 2,54%
Curitiba 2,51%
Brasília 2,61%
19
Belo Horizonte 0,40%
Salvador 0,36%
Natal nd
Porto Alegre 0,28%
Cuiabá 0,81%
Estudo Mobilize 2011 São Paulo 0,21%
20. Tarifa de ônibus
arifa ônibus
Rio de Janeiro 4,2
Curitiba 3,9
Brasília 10,0
Belo Horizonte 4,1
Salvador 0,0
Natal 1,2
Porto Alegre 5,1
Cuiabá 0,8
São Paulo 1,9
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nota atribuída
Razão entre a renda média
mensal e a tarifa simples
de ônibus urbano*
Rio de Janeiro 631,1
Curitiba 615,5
Brasília 924,5
Belo Horizonte 627,6
20
Salvador 421,5
Natal 482,9
Porto Alegre 678,3
Cuiabá 462,7
São Paulo 515,9
Estudo Mobilize 2011
*Número de bilhetes que podem ser
adquiridos com o valor da renda média mensal
21. Viagens motorizadas
iag
Rio de Janeiro 10,0
Curitiba 1,6
Brasília
Belo Horizonte 2,9
Salvador 9,5
Natal 6,5
Porto Alegre 2,8
Cuiabá 0,4
São Paulo 0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nota atribuída
Razão entre viagens por modos
individuiais motorizados de
transprte e total de viagens
Rio de Janeiro 13%
Curitiba 27%
Brasília nd
21
Belo Horizonte 25%
Salvador 14%
Natal 19%
Porto Alegre 25%
Cuiabá 29%
Estudo Mobilize 2011 São Paulo 30%
22. Belo Horizonte
Dados de Mobilidade Urbana
População 2.375.444
Sistema viário 4.752,18 km
Frota de veículos 1.400.673 (Denatran 2011)
Frota de transporte público 2.870 ônibus
Metrô 28,2 km
Ciclovias 19 km
Emissões (setor de transporte) 2.300.000 ton/ano
22
Estudo Mobilize 2011
23. precisa muito BRT
BH precisa ir muito além do BRT
Planos de mobilidade para Belo Horizonte esperado. De acordo com a engenheira
priorizam ônibus, mas especialistas Sinara Inácio, da Secretaria de Obras e
defendem mais investimentos em sistemas Infraestrutura, o projeto está sob revisão
de grande capacidade Leandro Cabido mas a obra está atrasada devido a
dificuldades nas desapropriações do local.
Informação publicada em agosto passado no
Melhorar a mobilidade urbana em Belo jornal “O Estado de S. Paulo” (e não
Horizonte é um dos maiores desafios dos confirmada pela prefeitura) dá conta de que
governos mineiros. Mas, mesmo com apenas a remoção dos edifícios neste eixo
grandes eventos esportivos até 2016, a teria um custo de R$ 153 milhões, bem mais
cidade provavelmente só deverá alcançar um do que os R$ 83 milhões estimados na
patamar de alto padrão em transporte proposta elaborada em 2009. Para o projeto
público em 2020, segundo a própria original, a obra contou com recursos do PAC
BHTrans, empresa responsável por gerir o da Mobilidade Urbana, no valor total de
trânsito da metrópole. R$ 146 milhões.
Uma obras de mobilidade previstas é a Falência do transporte coletivo
implantação do sistema BRT (Bus Rapid A ideia de inserir o BRT como solução
Transit), com o alargamento de diversas vias momentânea deve-se à falência geral do
por toda a cidade. Planejado anteriormente transporte coletivo na cidade. Hoje, a frota
para três avenidas – Antônio Carlos, de ônibus é de 2.870 unidades, que
Cristiano Machado e D. Pedro II –, o projeto transportam diariamente cerca de 1,5
foi reduzido e agora só será implantado nos milhão de pessoas.
23
dois primeiros corredores, com valor
estimado em R$ 1,5 bilhão, entre projeto e O professor Nilson Nunes, chefe do
desapropriações. Departamento de Engenharia de Transportes
e Geotecnia da Universidade Federal de
Na avenida D. Pedro II, a única intervenção Minas Gerais (UFMG), afirma que Belo
Estudo Mobilize 2011 será a construção de faixas exclusivas para Horizonte precisaria de um sistema de
ônibus, o que está muito aquém do transporte de grande capacidade, já que o
24. sistema rodoviário não dá mais conta de sua Os números do metrô belo-horizontino não
demanda. “Não vejo outra alternativa se não impressionam. São 30 km em uma única
resolver isso com os trilhos. Está mais do que linha, com 19 estações, levando apenas cerca
claro que o sistema de ônibus não consegue de 200 mil passageiros por dia. A linha 3 já
transportar com qualidade, o que aumenta a tem traçado definido, mas não a data para
incidência de transporte privado em Belo início de obras. Essa linha iria da Pampulha,
Horizonte, ampliando ainda mais o problema onde está localizado o estádio Mineirão, até
do trânsito”, afirmou o professor. o bairro da Savassi, e estava planejada para
sair do papel somente na segunda metade
Valquir dos Santos, motorista de uma das da década. Agora, a presidente Dilma
linhas que liga a região de Venda Nova ao Roussef entrou em cena e anunciou um
centro da capital, confirma a piora do tráfego aporte de R$ 1,9 bilhão para a linha.
a cada dia. “Antigamente, eu fazia a minha A data da licitação ainda não foi revelada,
rota em 30 minutos. Hoje eu levo um pouco mas, segundo a imprensa mineira, a empresa
mais de uma hora”, disse. “O trânsito ficou vencedora terá de investir ao menos
um verdadeiro caos”. R$ 1,2 bilhão no projeto. Outros recursos
viram do governo estadual, por meio do
Para a empresa que gerencia o transporte na BNDES (R$ 380 milhões) e da prefeitura
metrópole, a implementação do metrô só (R$ 200 milhões).
deverá ser resolvida com investimentos de
R$ 3 bilhões até 2020, para modernizar, Mobilidade sem motor
aumentar e ampliar a oferta – inclusive a Belo Horizonte tem um plano estatégico de
headway (intervalo entre os trens) de três mobilidade urbana, chamado de PlanMob.
minutos. No entanto, os projetos estão Um dos mais interessantes pontos do plano
engavetados. é o Programa Pedala BH, que incentiva a
ampliação da rede cicloviária da capital
Ainda para Nunes, o fato de a construção do mineira. Hoje, existem sete trechos, que
metrô ser bem mais cara do que o BRT (cerca somam apenas 19 km, mas a iniciativa ainda
de 20 vezes mais por quilômetro) não esbarra na falta de cultura cicloviária na
justifica a demora em sua implantação, já capital mineira: as faixas destinadas a
24
que a cidade perde economicamente com a bicicletas acabam se tornando
falta de mobilidade de seus cidadãos. estacionamentos para automóveis.
“Muitos investimentos em novos negócios
na cidade deixam de ser concluídos por falta De acordo com Marcelo Cintra, gerente de
de um transporte eficaz. E, infelizmente, o Coordenação de Políticas de Sustentabilidade
Estudo Mobilize 2011
BRT é pequeno para o tamanho do problema da BHTrans, a adequação da cidade aos
que temos”, completou. veículos sem motor ajudaria a melhorar o
25. trânsito, já que muitas pessoas se Sistemas integrados
adaptariam ao aspecto sustentável e barato Doutor em Geografia pela UFMG, Leandro
desse modo de locomoção. Cardoso salienta que o complexo de
mobilidade só tem resultados satisfatórios
O objetivo para a Copa do Mundo é quando todos os meios de transporte são
aumentar consideravelmente a extensão das implantados como uma engrenagem bem
infraestruturas para o transporte de planejada. “Cada meio de transporte tem
bicicletas na capital, chegando a 105 km, que dialogar com os demais. São capilares
entre ciclovias, ciclovias com sinalizadores de extensos, com áreas e vocações diferentes,
solo e ciclofaixas. Apesar disso, a demanda sendo que nenhum atende por completo a
somente seria atendida com 336 km de rede todas as áreas”, afirma Cardoso.
cicloviária. O professor lembra que Belo Horizonte
possui mais de um carro para cada dois
habitantes, o que torna impossível qualquer
planejamento estratégico. “A cultura de
locomoção das pessoas também precisa
mudar”, resume Cardoso.
Acompanhamento da Mobilidade - Principais obras
Meio de transporte Descrição Status
Metrô Linha 3 do Metrô R$ 1,9 bilhão - Governo Federal deve
Pampulha-Savassi anunciar o aporte no modelo PPP
BRT Av. Antonio Carlos e R$ 1,5 bilhão
Cristiano Machado
Ônibus Implantação de faixa R$ 146 milhões - Projeto sob revisão
exclusiva na Av. D. Pedro II (Atraso devido a desapropriações)
25
Malha cicloviária 19 km de ciclovias, ciclovias com Meta de 105 Km até a Copa
tachões sinalizadores e ciclofaixas
Estudo Mobilize 2011
26. Brasília
Dados de Mobilidade Urbana
População 2.562.963
Sistema viário 1.609 km
Frota de veículos 1.308.463
Frota de transporte público 3.944 ônibus
Metrô 46,5 km
Ciclovias 47 km
Emissões (setor de transporte) 3.200.000 ton/ano
3.200.000 ton/ano
26
Estudo Mobilize 2011
27. capital feita para automóvel
Uma capital feita para o automóvel
Brasília nasceu sob a égide do “imprevidência” após a criação da capital.
rodoviarismo. E paga um alto preço por Em sua visão, é preciso estabelecer novas
essa herança Regina Rocha* ligações e melhorar o transporte coletivo
entre a cidade e as demais regiões do
Brasília enfrenta hoje os mesmos problemas Distrito Federal. No entanto, Sylvia lembra
de falta de mobilidade e tráfego complicado que os problemas de tráfego estão no DNA
que caracterizam outras cidades brasileiras. da cidade: “A visão de futuro que se tinha na
Os engarrafamentos na ida para o trabalho década de 1950 era a do urbanismo
ou na volta para casa se aproximam de rodoviarista”. Lúcio Costa, autor do projeto
30 km em dias úteis normais, sem acidentes da capital, não escondia seu entusiasmo pelo
graves, chuvas fortes ou manifestações na automóvel (Com o automóvel o homem
Esplanada dos Ministérios. São quase 60 km cresce, se agiganta, dizia ele), mas sequer
de sofrimento diário para os brasilienses. sonhava que a frota brasiliense pudesse
chegar a 1,3 milhão de unidades, ou um
O trânsito de veículos na capital federal veículo a cada dois habitantes.
passou por intensa transformação em meio
século. Até o fim dos anos 1970, não havia A centralização das atividades (e empregos)
congestionamentos e sequer semáforos, no Plano Piloto faz com que milhares de
apenas policiais que controlavam tudo. pessoas de diferentes regiões administrativas
Desenhada conforme os princípios do Distrito Federal (ex-cidades satélites) e de
modernistas da Carta de Atenas, Brasília foi moradores do entorno (no estado de Goiás)
feita para ser percorrida em veículos viajem diariamente para Brasília. “A cidade
motorizados e a vida cotidiana, inclusive os ocupa 9% do território do Distrito Federal,
27
passeios a pé, estariam restritos à vizinhança abriga 15% da população, mas concentra
das superquadras. maior parte dos postos de trabalho”, explica
Maurício Pinheiro, do Instituto de
A urbanista Sylvia Fischer, da Universidade Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
de Brasília (UnB), avalia que os problemas de (Iphan). “É uma cidade-sanfona”.
Estudo Mobilize 2011 trânsito da capital têm sua origem no
crescimento, na metropolização e na * Colaborou Daniela Martins
28. Especialistas em transportes alertam para a impedimentos judiciais, por suspeitas de
necessidade de aumentar, por exemplo, os ramais superfaturamento. Finalmente, em agosto, o
do metrô para a Esplanada dos Ministérios, a Asa governo do Distrito Federal decidiu limitar o
Norte e o Setor de Indústria e Abastecimento VLT à ligação entre o aeroporto e o Terminal
(SIA). Mas argumentam que, além das ligações, é Asa Sul do metrô, apenas para atender à
preciso descentralizar as atividades econômicas do Copa de 2014, um percurso de 6 km.
DF. “As regiões administrativas precisam ganhar
mais autossuficiência e Brasília tem que ser menos Ônibus e ciclovias
centralizadora”, afirma a arquiteta Regina Meyer, Vértices do transporte urbano em Brasília, os
professora da FAU/USP. 4 mil ônibus do DF transportam diariamente
1,2 milhão de passageiros, em quase cem
Metrô e VLT linhas que ligam a capital às demais cidades.
Com 42 km e movimento médio de 500 mil O sistema de ônibus deverá receber
passageiros/dia, o metrô de Brasília começou investimentos de R$ 51 milhões, segundo
a ser construído nos anos 1990 e entrou em promessa do governo do Distrito Federal.
operação em 2001, com a inauguração do
trecho Samambaia a Taguatinga, Águas O chamado Sistema Integrado de Mobilidade
Claras, Guará e Plano Piloto. Entre 2006 e apoia-se na construção de dez terminais
2007 foram realizadas as obras de expansão rodoviários (Gama, Taguatinga, Sobradinho
até o bairro de Ceilândia Norte. II, Recanto das Emas, Samambaia Norte e
Os planos prevêem uma nova linha entre o Sul, Riacho Fundo II e Santa Maria) e na
centro e o Terminal da Asa Norte, mas não reforma de doze terminais na região de
há ainda um projeto definido. Por ora, Ceilândia, além da implantação de
dentro do projeto de expansão do metrô, o corredores exclusivos para os coletivos.
governo do DF pretende implantar duas Uma das novidades é a integração das
linhas de veículo leve sobre trilhos (VLT) com viagens por meio de um sistema de
financiamento pelo PAC da Mobilidade bilhetagem eletrônica, que passará a ser
Urbana. O VLT atenderá o aeroporto controlado pelo governo.
Juscelino Kubitschek, passará pelo centro e
chegará ao Terminal Rodoviário da Asa Brasília tem um plano ambicioso para
28
Norte, com trajeto total de 22,6 km. Uma estimular o uso da bicicleta. Em agosto de
segunda linha fará a ligação leste-oeste, pelo 2009, por meio de decreto, o governo
Eixo Monumental, permitindo o acesso ao instituiu o Sistema Cicloviário do Distrito
Estádio Nacional Mané Garrincha. Federal, que tinha a meta de construir 600
km de vias até 2010. Mas, até 2011, apenas
Estudo Mobilize 2011
Iniciadas em 2007, as obras emperraram em 42 km (7% do previsto) foram efetivamente
uma série dificuldades burocráticas e implantados.
29. Acompanhamento da Mobilidade - Principais obras
Meio de transporte Descrição Status
Metrô Duas linhas com extensão de 42 Planos, sem data, prevêem linha entre o
km em operação deste 2007 centro e o Terminal Asa Norte
VLT Ligação entre aeroporto, centro Projeto foi reduzido a 6,4 km - Investimento
da cidade e estádio Mané de R$ 700 milhões
Garrincha
Ônibus Implantação de Sistema Integrado Proposta anunciada em agosto pelo
de Mobilidade, com 10 novos governo - Investimento R$ 51 milhões
terminais
Malha cicloviária Sistema Cicloviário do DF tem 42 Proposta original, de 2009, previa um total
km de vias para bicicletas de 600 km até 2010
29
Estudo Mobilize 2011
30. Cuiabá
Dados de Mobilidade Urbana
População 551.350
Sistema viário 1.789 km
Frota de veículos 285.368
Frota de transporte público 430 ônibus
Ciclovias 14,5 km
Emissões (setor de transporte) 2.122.000 ton/ano
30
Estudo Mobilize 2011
31. Cuiabá tem car ros e motos em excesso
Cuiabá carr ex
Para reduzir problemas de trânsito, cidade 2011, a frota de carros cresceu 69%.
estuda flexibilizar horários de atividades e Há seis anos, 95 mil automóveis particulares
introduzir o VLT como nova alternativa de circulavam e hoje já são mais de 162 mil.
transporte Felipe Castro É, portanto, um carro para cada 3,4 habitantes.
De acordo com o engenheiro Eldemir Pereira
Com pouco mais de meio milhão de de Oliveira, professor na área de mobilidade
habitantes, Cuiabá enfrenta graves urbana da Universidade Federal de Mato
problemas de trânsito em função do excesso Grosso (UFMT), o centro da cidade já não
de carros e motocicletas e de uma suporta, há muito tempo, a pressão dos
infraestrutura já obsoleta para sua rápida automóveis que por lá circulam.
metropolização. Além de vários projetos e
obras, a solução, de acordo com a Secretaria A explicação tem cunho histórico: “O tráfego
Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), da cidade conflui todo para a área central,
pode passar pela fexibilização dos horários porque o espaço urbano imita o desenho
de trabalho em determinados ramos original da cidade, que se desenvolveu na
econômicos. várzea do rio Cuiabá”, explica Oliveira.
“A ocupação urbana desordenada, realizada
“Estamos fazendo um estudo com a nas áreas de antigas minas de ouro, fez com
associação de comércio, bancos, entidades que as ruas adquirissem traçados tortuosos e
públicas e escolas sobre a possibilidade de estreitos. E as calçadas também são
flexilibização de horário. Um servidor, por estreitas. Com a economia, especialmente o
exemplo, entraria no trabalho às dez horas, agronegócio, em alta, a frota de veículos
31
em vez de oito ou nove horas, como é o automotores vem se ampliando a níveis
padrão na cidade. E isso pode ajudar na surpreendentes. O resultado é trânsito
fluidez do trânsito”, explica o diretor de pesado”, completa o professor.
trânsito da SMTU, Jackson Messias.
Um estudo da UFMT sustenta que a malha
Estudo Mobilize 2011 A proposta ainda está sob análise, mas viária cuiabana comportaria 100 mil veículos
Cuiabá não pode esperar muito. De 2005 a na atualidade, um terço do que, de fato,
32. circula pela cidade, de acordo com dados do Apesar de já ter sofrido acidente, Jairo Cezar
Departamento Estadual de Trânsito (Detran) diz se sentir “tão vulnerável quanto em
de Mato Grosso. qualquer lugar”. Ao menos, o educador físico
destaca os esforços do governo em
Motocicletas, uma overdose promover campanhas educativas para os
Para fugir do trânsito, o professor Jairo Cezar usuários de motos. “Elas estão na tevê e nas
de Paula Junior decidiu comprar uma principais avenidas e cruzamentos.
motocicleta. “Vale muito a pena. Economizo É preciso educação para melhorar o trânsito
tempo e dinheiro. Sai mais barato até do que como um todo”, completa Messias.
a passagem de ônibus”, afirma. Jairo,
portanto, engrossa outra estatística que salta Transporte público
aos olhos: o número crescente de Em Cuiabá, são 430 ônibus para 252 mil
motocicletas. Em 2005, eram menos de usuários diários, número considerado
33 mil motos na capital de Mato Grosso. normal para os padrões de transporte
Hoje, elas totalizam 75 mil unidades em coletivo no país. Apesar de comportar a
circulação, um aumento de 127,8% em demanda, o principal problema no
apenas seis anos. transporte público da cidade diz respeito ao
não cumprimento das viagens no horário
Em alta, a motocicleta pode até “resolver” certo, segundo o diretor de transporte da
os problemas de mobilidade, mas aumenta SMTU local, Gabriel Müller. Para ele, um dos
as estatísticas de acidentes. “No mês de motivos seria o acúmulo de veículos
julho de 2011, ocorreram 698 acidentes com particulares e caminhões na hora de rush.
motocicleta. Aí não é mais transporte e “Precisamos melhorar a velocidade do
mobilidade: vira assunto de saúde pública”, ônibus e o tempo de viagem. Para isso, é
opina Messias. De acordo com o Mapa da necessário acabar com os gargalos e
Violência de 2011 (Min. Justiça), Cuiabá tem restringir carros e caminhões no horário de
uma das maiores taxas de mortalidade de pico”, diz Müller. A velocidade média de um
motociclistas no trânsito: para cada ônibus cuiabano, hoje, é de 17 km/h.
100 mil habitantes, 12,5 motociclistas
morrem nas ruas cuiabanas. Quando a Mas tanto Jairo Cezar como Eldemir Pereira
32
estatística passa a contabilizar todas as concordam que o principal problema dos
vítimas fatais em acidentes, sem distinção ônibus é, na realidade, o sucateamento da
entre motociclistas, pedestres e motoristas, frota. “Falta transporte público de qualidade.
o número sobe para 21,77 mortos no Aqui o preço é muito alto, o transporte
trânsito para cada 100 mil pessoas. ineficiente, e geralmente os ônibus vêm
Estudo Mobilize 2011
lotados, fedidos e velhos”, afirma Jairo Cezar.
“É necessária a implantação de faixas
33. exclusivas, além da ampliação e renovação A licitação do novo sistema de transporte,
de frota”, adiciona Oliveira. garante o governo, deve ser realizada até o
final do ano e as obras podem começar
Sai o BRT, entra o VLT ainda em 2011. Além do VLT, o governo
Agora Cuiabá concentra esforços na estadual prevê uma série de intervenções
viabilização do VLT (Veículo Leve sobre urbanas nas principais artérias do município.
Trilhos) como principal obra de mobilidade Serão trincheiras e viadutos em avenidas
urbana na cidade para a Copa de 2014. como a Fernando Côrrea da Costa e a Miguel
Antes, o governo realizara estudos para Sutil, duas das mais importantes vias
emplacar o BRT (Bus Rapid Transit), mas em cuiabanas.
maio deste ano consultou a Fifa e o
Ministério das Cidades para trocar o modal Quando as obras estiverem em andamento,
para o sistema sobre trilhos, considerando a situação no trânsito e no transporte, que já
que a opção teria menor impacto ambiental é ruim, deve piorar ainda mais.
no centro da cidade. Mas o VLT não é A flexibilização de horários, proposta pela
unanimidade entre os especialistas. diretoria de trânsito da SMTU, deve atenuar
a situação, mas só mesmo o
aperfeiçoamento do sistema de transporte
público, que o VLT pode proporcionar, vai
trazer ganhos significativos à cidade.
Acompanhamento da Mobilidade - Principais obras
Meio de transporte Descrição Status
VLT Principal obra de mobilidade Projeto básico até setembro de 2011 -
urbana na cidade para a Copa de Investimento de R$ 1 bilhão
33
2014
Estudo Mobilize 2011
34. Curitiba
Dados de Mobilidade Urbana
População 1.746.896
Sistema viário 4.700 km
Frota de veículos 1.291.819
Frota de transporte público 1.915 ônibus
Ciclovias 118 km
Emissões (setor de transporte) 22.586.659 ton/ano
34
Estudo Mobilize 2011
35. Referência mundial, Curitiba agora
eferência mundial, agora
tropeça na mobilidade
tropeça
Cidade modelo do urbanismo brasileiro, a Enquanto isso, as obras de mobilidade
capital paranaense enfrenta um dilema: urbana que devem preparar a capital
como ampliar a capacidade de seu paranaense para a Copa do Mundo ainda
transporte coletivo? Júlio Cesar Lima não mostram resultados.
O principal problema, analisa o especialista,
Considerada mundialmente modelo de não é a falta de planejamento da cidade,
sustentabilidade, a cidade de Curitiba já mas a falta de “ferramentas modernas para
possui uma frota de 1,3 milhão de veículos e pesquisa, estudo e modelagem de
enfrenta severos problemas de trânsito, demanda”. E uma ampla pesquisa origem-
principalmente no centro, em horários de destino domiciliar que permita conhecer
pico. Para os especialistas, a solução está no melhor os padrões de viagem da população
transporte público. pelos modos públicos e privados,
motorizados ou não”, ressalta.
Segundo o engenheiro Garrone Reck,
professor do Departamento de Transporte da Garrone questiona obras de longa duração,
Universidade Federal do Paraná, é urgente que não dão conta de resolver problemas de
“investir na melhoria do serviço de forma mais urgente: “Fala-se da construção
transporte coletivo e aumento de da primeira linha de metrô em Curitiba no
capacidade dos corredores exclusivos de corredor Norte-Sul. Contudo, com a fase
ônibus”. Se o sistema não for priorizado, inicial de obras entre 2012 e 2016, só
alerta o professor, ficará cada vez mais alcançará o trecho sul até o centro. É um
ineficiente, enquanto a frota de automóveis projeto de alto custo, com longo tempo de
35
prosseguirá crescendo. “Num futuro talvez construção. A curto prazo a solução seria
próximo, teremos de adotar alguma restrição investir em aumento de capacidade dos
ao transporte individual, única forma de corredores de ônibus”.
reduzir inevitáveis congestionamentos”,
conclui. Em agosto, a prefeitura anunciou recursos
Estudo Mobilize 2011 para a compra de 60 ônibus híbridos
(coletivos que funcionam com motores
36. diesel ou tração elétrica) nos próximos dois O primeiro grupo de obras, já em execução,
anos. Mas, para os especialistas, além de tem investimentos na ordem de R$ 140
aumentar a capacidade dos corredores de milhões, com recursos do município,
ônibus e ampliar as plataformas de governo do estado, Banco Interamericano de
embarque (estações tubo), um novo plano Desenvolvimento e da Agência Francesa de
para a cidade deveria prever soluções Desenvolvimento. Neste primeiro pacote
sustentáveis e integradas para outros modos estão a trincheira Bacacheri/Bairro Alto,
não motorizados, como a locomoção a pé e Linha Verde Norte, binário Chile/
por bicicleta. A prefeitura até afirma que irá Guabirotuba, Anel Viário, rua 24 Horas, av.
revitalizar as ciclovias e ampliar a rede de Marechal Floriano Peixoto (fase 1) e as
bicicletas, de 118 km para 400 km, mas não avenidas Toaldo Túlio e Fredolin Wolf.
há data programada para estas obras.
Outra obra, já concluída, é a modernização
Investimentos para 2014 da av. Toaldo Túlio, refeita com asfalto novo,
Dois grandes pacotes de investimentos iluminação, calçadas e ciclovia. Junto com a
preparam a cidade para a Copa de 2014. Fredolin Wolf, que está com 60% das obras
São aproximadamente R$ 360 milhões, concluídas, formará uma nova ligação viária
distribuídos em 14 grandes obras viárias em entre a BR 277/Santa Felicidade e os parques
várias regiões, dentro de um cronograma Tingui, Tanguá e Ópera de Arame.
planejado para não causar transtornos à
população. A parte mais relevante dos investimentos
integra os projetos de mobilidade
apresentados pela cidade no PAC da Copa,
com financiamento do governo federal, por
meio da Caixa Econômica Federal. No total,
serão investidos R$ 222,2 milhões em sete
grandes obras (veja na tabela a seguir) em
Curitiba, com prazo de execução até
dezembro de 2013.
36
Estudo Mobilize 2011
37. Acompanhamento da Mobilidade
Meio de transporte Descrição Status
Corredor Aeroporto/ R$ 65.789.473,68 - Projeto
Rodoferroviária
Corredor avenida Cândido R$ 5.157.894,74 - Projeto
de Abreu
BRT como extensão da R$ 19.473.684,21 - Projeto
Linha Verde Sul
Requalificação do corredor R$ 21.052.631,58 - Projeto
Marechal Floriano
Requalificação da R$ 36.842.105,26 - Projeto
Rodoferroviária e seus acessos
Reforma e ampliação do R$ 12.631.578,95 - Projeto
Ônibus
Terminal Santa Cândida
Sistema Integrado de R$ 61.263.157,89 - Projeto concluído
Mobilidade (SIM)
Trincheira Bacacheri/Bairro Alto
Linha Verde Norte
Binário Chile/Guabirotuba
Anel Viário R$ 140.000.000,00 - Em execuçãoR$ 140
milhõs - Em execução
Rua 24 Horas
Av. Marechal Floriano Peixoto
(fase 1)
Avenidas Toaldo Túlio e
Fredolin Wolf
37
Estudo Mobilize 2011
38. Natal
Dados de Mobilidade Urbana
População 803.811
Frota de veículos 292.567
Frota de transporte público 720 ônibus
38
Estudo Mobilize 2011
39. Congestionamento à vista
Obras de mobilidade atendem ao (2010) foram 10,3 milhões.
crescimento explosivo da frota de
automóveis, enquanto ônibus perdem Por outro lado, a frota de veículos
usuários em função da má qualidade particulares mais do que quadruplicou:
dos serviços George Fernandes saltou de 66,8 mil, em 2000, para 292 mil,
em 2010, segundo dados da Secretaria de
Nenhum dos dezesseis projetos de Mobilidade Urbana (Semob) de Natal.
mobilidade urbana planejados para a cidade Diante das crônicas deficiências no sistema
de Natal até 2014 saiu do papel. A prefeitura de transporte coletivo, o potiguar apela cada
da capital potiguar promete iniciar os vez mais ao transporte motorizado.
trabalhos em novembro, mas ainda não
enviou os onze projetos executivos para a Para o secretário-adjunto da Semob,
Caixa Econômica Federal, reponsável por Haroldo Maia, não há solução de engenharia
liberar R$ 293 milhões em recursos do FGTS. que acompanhe tal crescimento. “Nenhuma
E, na esfera estadual, apenas um dos cinco obra vai comportar o crescimento que
projetos viários deve ser iniciado em constatamos de veículos nos últimos tempos
outubro, segundo dados do próprio governo. em Natal. Temos que priorizar a prestação de
serviço do transporte público de qualidade”,
Na área de tranportes coletivos, a qualidade avalia.
dos serviços desestimula seu uso pela
população. O número de passageiros dos Segundo ele, os projetos elaborados pela
ônibus urbanos cresceu apenas 1,5% nos prefeitura visam a reestruturar as vias e criar
últimos dez anos, ante um crescimento mais faixas exclusivas para ônibus. “Não
39
populacional de 13%. O número de podemos disputar o mesmo espaço com
passageiros de ônibus vinha caindo desde carros e motos. Estamos viabilizando
2004, com uma pequena recuperação em projetos para beneficiar os usuários do
2010. Há sete anos, a média mensal era de transporte coletivo”.
10,7 milhões de viagens; em 2009 foram 9,9
Estudo Mobilize 2011 milhões de passageiros, e no ano passado O secretário confirma que a tendência de
migração do transporte público para o
40. individual traz prejuízos para a cidade. meses. As obras do trecho 2, que conta com
“Teremos mais problemas de tráfego, além seis intervenções nas imediações da Arena
de questões ambientais e de saúde que das Dunas, estão na fase de projeto
estão diretamente correlacionadas”, conclui executivo e só devem começar em 2012.
Haroldo.
O professor Medeiros Santos avalia que
Futuro congestionado Natal só tem a ganhar com as obras de
Para o professor de engenharia civil da mobilidade, porque “são obras
Universidade Federal do Rio Grande do estruturantes, que já se faziam necessárias”.
Norte, Enilson Medeiros Santos, a migração Mas reconhece também que elas não darão
do transporte coletivo para o individual trará conta do problema: “Em cidades com o
problemas à cidade no futuro. “A consequência dinamismo de Natal, o trânsito funciona
imediata é a dificuldade de fluidez de como uma doença que todo dia se renova.
tráfego. Por enquanto, Natal ainda tem É como um vírus que muda todo dia.
espaço, mas já percebemos a intensidade de Esse movimento deriva da dinâmica
congestionamentos crescendo”, disse. econômica e social da cidade, também
mutante”, analisa.
Na visão de Medeiros Santos, o crescimento
econômico da cidade ficou concentrado nos Medeiros diz ainda que o investimento em
mesmos pontos ao longo dos anos. transporte coletivo de qualidade e uma
“O crescimento populacional se expandiu extensão maior de corredores de ônibus
para as periferias, mas as pessoas continuam deveriam caminhar em paralelo às obras de
viajando ao centro de Natal para trabalhar”. infraestrutura viária. “Se hoje precisamos de
Enilson credita os problemas atuais à falta de 60 km de corredores na cidade, para o futuro
políticas públicas de planejamento por parte já devemos pensar em decuplicar esse
das autoridades para o crescimento da investimento”.
cidade.
BRT aproveitará corredores de ônibus
Faixas para ônibus Os corredores de ônibus projetados para
Todas as obras planejadas pela prefeitura 2014, com 22 km de extensão, serão
40
envolvem a ampliação do sistema viário, com aproveitados, com algumas adaptações, para
a previsão de faixas exclusivas para ônibus. o projeto do BRT em Natal. De acordo com
O primeiro trecho, que liga a Zona Norte ao Elizabeth Thé, o projeto de BRT está incluso
estádio Arena das Dunas, já foi licitado. no PAC das Grandes Cidades e independe do
A secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Mundial. “Até o início de outubro próximo, o
Estudo Mobilize 2011
Elizabeth Thé, avalia que as obras do Ministério das Cidades deve dar um parecer
trecho 1 devem começar nos próximos sobre este projeto”, disse a secretária. O BRT
41. ainda não tem data definida de licitação, de São Gonçalo ao estádio Arena das Dunas
muito menos para implantação da cidade. ainda depende de “pequenos ajustes”
(palavras do secretário), como a definição
Obras estaduais priorizam carros das desapropriações no trecho. O projeto
Das cinco obras de mobilidade urbana de tem valor estimado em R$ 15 milhões e
responsabilidade do governo do estado do ainda não tem prazo para começar.
Rio Grande do Norte, a primeira a ser
executada será a construção de dois túneis VLT sem data
que farão o prolongamento da avenida O principal projeto do governo estadual para
Prudente de Morais, ligando o aeroporto melhorar o transporte coletivo prevê o
Augusto Severo ao estádio Arena das Dunas. aproveitamento de uma antiga ferrovia para
A obra deve começar ainda no mês de a instalação de um sistema de Veículo Leve
outubro, segundo Demétrio Torres, sobre Trilhos (VLT). Com investimento da
secretário da Copa no Rio Grande do Norte. ordem de R$ 130 milhões, o novo sistema vai
Esta obra está orçada em R$ 11,7 milhões e utilizar a linha férrea que liga o bairro da
ficará pronta em 2012. Ribeira, na velha Natal (cidade baixa), ao
município de Extremoz, localizado na Região
As três intervenções na Estrada de Ponta Metropolitana. O projeto do VLT prevê a
Negra, principal via de acesso à zona sul de modernização da ferrovia e urbanização das
Natal, estão em fase final do projeto estações, mas ainda não há data definida
executivo e o edital, segundo Torres, está para licitação.
para ser lançado. A estimativa é que o
vencedor seja conhecido até novembro e
que a construção comece no início de 2012.
A obra da via que vai ligar o futuro aeroporto
41
Estudo Mobilize 2011
42. Acompanhamento da Mobilidade - Principais obras
Meio de transporte Descrição Status
VLT Ribeira na Velha Natal (cidade R$ 130 milhões - sem data para licitação
baixa) a Extremoz na Região
Metropolitana; Aproveitamento
da antiga linha férrea
BRT Faixa exclusiva de ônibus - Zona Trecho 1 aguardando liberação de verba /
Norte a Arena de Dunas Trecho 2 no projeto executivo
22 Km (serão aproveitados os Aguardando decisão do Ministério das
corredores de ônibus) Cidades até final de Setembro/2011
42
Estudo Mobilize 2011
43. Porto Alegre
Dados de Mobilidade Urbana
População 1.409.939
Sistema viário 2.761 km
Frota de veículos 722.078
Frota de transporte público 1.650 ônibus
Metrô 33,8 km
Ciclovias 7.8 km
Emissões (setor de transporte) 1.371.415 ton/ano
43
Estudo Mobilize 2011