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Sobre as leis fundamentais que
regem as forças de atrito
Prof. Carlos A. Figueroa
Laboratório de Caracterização de Superfícies em NanoEscala
Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências dos Materiais
Área do Conhecimento de Ciências Exatas e Engenharias
Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil.
Mas, o que seriam as forças de atrito?
Definição: Atrito é a força de resistência ao movimento
relativo de superfícies sólidas, camadas fluídas e elementos
materiais se deslizando um contra o outro.
E sem forças de atrito, aconteceria isto aqui:
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aconteceria sem as
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http://climate.nasa.gov/climate_resources/139/
CAI, M. et al. 2013// 2013.
75% da energia mundial é produzida a
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Preocupações globais:
• a solução para escassez energética;
• a redução da emissão de gases do efeito
estufa no que condiz as rígidas normas
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Mas, por que estudar as forças de atrito?
Soluções:
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Perdas energéticas na transferência de movimento:
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HOLMBERG, K. et al. 2014.
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Mas, por que estudar as forças de atrito?
Primeiros tribólogos: Leonardo da Vinci, Guillaume Amontons
(1663-1705), John Theophilius Desanguliers (1683-1744),
Leonard Euler (1707-1783) e Charles-Augustin Coulomb (1736-
1806).
Trabalhos do Leonardo da Vinci sobre a resistência
ao movimento em termos estáticos e dinâmicos
Guillaume Amontons (1663-1706)
1ª Lei do Atrito: A força de atrito é proporcional à força normal; e
2ª Lei do Atrito: A força de atrito é independente da área aparente de contato.
Charles-Augustin de Coloumb (1736-1806)
3ª Lei do Atrito: A força de atrito é independente da velocidade de deslizamento.
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0020768315000323
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Força de atrito
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cinético (fenomenológica)(*):
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macroscópicas que determinam o coeficiente de atrito
com os conceitos básicos como forças de atração e
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(1)J. Krim, Adv. in Phys. 155-323 (2012) 61.
(2)M. Kisiel et al., Nature Mat. 119-122 (2011) 10.
(*) T. A. L. Burgo et al., Sci. Rep. 3 (2013) 2384.
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(*) R. J. Cannara et al., Science 780-783 (2007) 318.
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dissipada
depende da
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vibração das
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na superfície do
material. Essa
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Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno
de atrito(*)
(*) R. J. Cannara et al., Science 780-783 (2007) 318.
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Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno
de atrito(*):
Dentro do erro experimental, parece não existir uma
dependência entre a força de atrito e a massa do elemento
absorvido.
(*) Y. Mo et al., PRB 80 (2009) 155438
Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno
de atrito(*):
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cisalhamento depende da porcentagem de superfície
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(*) Y. Mo et al., PRB 80 (2009) 155438
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de atrito:
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(*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242.
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por contato mecânico(*):
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dos nanometros (20 a 500 nm)
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µm (LACASUNE)
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medida por uma célula de carga
(*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242.
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(*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242.
(*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242.
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fonônica(*)
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(Science)
Coming soon!
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elétricas nas
forças de atrito
de filmes
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Coming soon!
0 10 20 30 40 50 60
1
2
3
4
Polarizability(α),x10
-24
cm
3
Number of electrons
Forças de
van der Waals
nas interações entre
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He
a-C:H (+ H e - C)
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 4.0
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  • 1. Sobre as leis fundamentais que regem as forças de atrito Prof. Carlos A. Figueroa Laboratório de Caracterização de Superfícies em NanoEscala Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências dos Materiais Área do Conhecimento de Ciências Exatas e Engenharias Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil.
  • 2. Mas, o que seriam as forças de atrito? Definição: Atrito é a força de resistência ao movimento relativo de superfícies sólidas, camadas fluídas e elementos materiais se deslizando um contra o outro.
  • 3. E sem forças de atrito, aconteceria isto aqui: Uma simples caminhada não aconteceria sem as forças de atrito!
  • 4. http://climate.nasa.gov/climate_resources/139/ CAI, M. et al. 2013// 2013. 75% da energia mundial é produzida a partir de combustíveis fósseis; Preocupações globais: • a solução para escassez energética; • a redução da emissão de gases do efeito estufa no que condiz as rígidas normas de regulamentação ambiental; Anomalias da temperatura global de 1947 e 2015. Mas, por que estudar as forças de atrito?
  • 5. Soluções: Fontes de energias alternativas; Melhora da eficiência energética; O caminho de maior eficiência energética: pesquisa e desenvolvimento em engenharia e ciência de superfícies (por exemplo, atrito). Perdas energéticas na transferência de movimento: fenômenos tribológicos HOLMBERG, K. et al. 2014. TAYLOR, R. I. 2012. Mas, por que estudar as forças de atrito?
  • 6. Primeiros tribólogos: Leonardo da Vinci, Guillaume Amontons (1663-1705), John Theophilius Desanguliers (1683-1744), Leonard Euler (1707-1783) e Charles-Augustin Coulomb (1736- 1806). Trabalhos do Leonardo da Vinci sobre a resistência ao movimento em termos estáticos e dinâmicos
  • 7. Guillaume Amontons (1663-1706) 1ª Lei do Atrito: A força de atrito é proporcional à força normal; e 2ª Lei do Atrito: A força de atrito é independente da área aparente de contato. Charles-Augustin de Coloumb (1736-1806) 3ª Lei do Atrito: A força de atrito é independente da velocidade de deslizamento. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0020768315000323 Outras teorias surgiram baseadas na mecânica de contato (~ 1950) Bowden e Tabor. tensão de cisalhamento das asperezas raio da curvatura das asperezas módulo de Young reduzido Um pouco de história das leis do atrito (todas fenomenológicas):
  • 8. Correlaciona o fenômeno de atrito cinético macroscópico com eventos de desgaste em nanoescala (simulação teórica): (*)S. J. Eder et al. Phys. Rev. Let., 115 (2015) 025502 Termo de Derjaguin Lei de Amontons-Coulomb Força de atrito Termo de Bowden-Tabor A mais nova expressão para força de atrito cinético (fenomenológica)(*):
  • 9. Fenômeno de atrito. Indo do macro ao nano: O desafio passa por interpretar as propriedades macroscópicas que determinam o coeficiente de atrito com os conceitos básicos como forças de atração e repulsão, rigidez e energia de ligação química, fônons, banda eletrônica, etc. Razão q(carga)/r(raio) e coeficiente de atrito vs. tipo de óxido(*) Lembram de Química Inorgânica? (*) A. Erdemir, Surf. Coat. Techn. 200 (2005) 1792.
  • 10. Fenômeno de atrito. Indo do macro ao nano (*): (*) Y. Mo et al., Nature 457, 1116–1119 (2009). R. J. Cannara et al., Science 780-783 (2007) 318. Um nano-mundo fascinante!
  • 11. Os modelos do fenômeno de atrito em nanoescala(*): Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito É um trabalho de microscopia de força atômica...é a camada mais externa. Não uma interação com o volume do material. (*) R. J. Cannara et al., Science 780-783 (2007) 318.
  • 12. Aqui estão os fônons! Os fônons são oscilações coletivas em uma arranjo periódico e elástico de átomos ou moléculas em estado sólido e em alguns líquidos. O fônon é uma descrição mecano-quântica de um movimento vibracional elementar no qual uma célula unitária de átomos ou moléculas oscila uniformemente em uma frequência determinada. Em mecânica clássica, essa oscilação é conhecida como modo normal. Enquanto um modo normal possui uma interpretação de fenômeno ondulatório, o fônon possui propriedades de onda e partícula, uma dualidade típica da mecânica quântica.
  • 13. A supercondutividade diminui o coeficiente de atrito em metais(1,2) Energia requerida para quebrar um par de Cooper ∼ 10-4 eV Energia típica dos fônons acústicos ∼ 10-6 eV Contribuição via estados eletrônicos: Nb supercondutor Modelo de amortecimento ôhmico (1)J. Krim, Adv. in Phys. 155-323 (2012) 61. (2)M. Kisiel et al., Nature Mat. 119-122 (2011) 10.
  • 14. (*) T. A. L. Burgo et al., Sci. Rep. 3 (2013) 2384. Cargas eletrostáticas em polímeros (PTFE) podem controlar o coeficiente de resistência ao rolamento (CoRR).(*) Bolinhas de vidro = superfície hidrofílica Bolinhas de vidro silanizadas = superfície hidrofóbica Contribuições via cargas eletrostáticas:
  • 15. Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito(*) (*) R. J. Cannara et al., Science 780-783 (2007) 318.
  • 16. A energia dissipada depende da frequência de vibração das ligações químicas na superfície do material. Essa energia dissipada se traduz em atrito. Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito(*) (*) R. J. Cannara et al., Science 780-783 (2007) 318.
  • 17. Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito
  • 18. Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito(*): Dentro do erro experimental, parece não existir uma dependência entre a força de atrito e a massa do elemento absorvido. (*) Y. Mo et al., PRB 80 (2009) 155438
  • 19. Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito(*): Crítica ao trabalho anterior (Science): resistência ao cisalhamento depende da porcentagem de superfície coberta pelos elementos absorvidos/ligados. (*) Y. Mo et al., PRB 80 (2009) 155438
  • 20. Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito: Novos resultados que podem vir a encerrar a discussão
  • 21. Contribuições (ou interpretação) fonônicas do fenômeno de atrito: composição do material(*) (*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242.
  • 22. Deslizamento unidirecional Medição da força de atrito por contato mecânico(*): d = profundidade na ordem dos nanometros (20 a 500 nm) Pontas cônicas com raios de 10 e 25 µm (LACASUNE) Força tangencial (de atrito) medida por uma célula de carga (*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242.
  • 23. Mudança da força de atrito com o conteúdo de deutério(*) (*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242.
  • 24. (*) S. R. S. Mello et al., Sci. Rep. 7 (2017) 3242. Comparativa com modelos de dissipação fonônica(*) Nosso trabalho concorda com os resultados obtidos por AFM (Science)
  • 25. Coming soon! Interações elétricas nas forças de atrito de filmes finos de a-C:H!
  • 26. Coming soon! 0 10 20 30 40 50 60 1 2 3 4 Polarizability(α),x10 -24 cm 3 Number of electrons Forças de van der Waals nas interações entre átomos de gases nobres He a-C:H (+ H e - C) 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 4.0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 Coefficientfriction,µ Number of electrons Forças de van der Waals determinando o atrito em filmes de a-C:H? Xe a-C:H (- H e + C) p = α E
  • 27. Epílogo do seminário copiado de:
  • 28. Finalmente, quero agradecer ao Grupo Epipolé, que faz acontecer toda esta magia!