Relatório sobre o adolescente John Doe, 12 anos, abrigado após negligência familiar. John teve poucos contatos com a mãe biológica e foi criado pela Sra. Cinderela no Maranhão, onde vivia nas ruas e se envolvia com atos ilícitos. Após vir para o Rio de Janeiro com a Sra. Princesa, filha da Sra. Cinderela, John continuou com comportamento de risco. Seu caso foi encaminhado para promotoria visando seu desenvolvimento em família substituta.
1. Ação Social xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
CGC. xxxxxxx/xxxx-xx
Rua Tijolinhos Dourado, nº466 - Neverland
CEP. Xxxxx-xxx Tel.xxx.xxxx.xxxx
Relatório Social
Identificação
Nome: John Doe
Data Nascimento: xx/xx/1999
Naturalidade: Maranhão
Filiação: Branca de Neve
Documentação: RCN. Nº xxxxx, Lv.xx-Z, Fls.xxxx
Responsável: Branca de Neve
Vínculo com a criança: Genitora
Identidade:
Data de Nascimento:
Profissão:
Endereço:
Procedência: Conselho Tutelar de Neverland
Caso: Data de Entrada: xx/xx/xxxx
Motivo do Abrigamento: Negligência
Justificativa: Reavaliação das Medidas de Abrigo
2. Sumário Social
Relatório referente à criança/adolescente John Doe. Através deste,
objetivamos informar aspectos significativos referentes ao adolescente John
Doe, 12 anos de idade, filho de Branca de Neve, sendo sua data de
abrigamento no dia XX/XX/XX conforme determinação do Conselho Tutelar de
Neverland .
Durante trabalho social, refletindo com o adolescente sobre sua trajetória
de vida, John relatou desconhecer seu genitor sem nem ao menos, saber seu
nome. Sobre sua genitora, o adolescente revelou ter tido pouco contato com
ela. Disse que “sua mãe é dona Cinderela”.O adolescente acrescentou que
residia no Maranhão e que “desde pequeno” fazia pequenos serviços para seus
próprios gastos(roupas,lanches e drogas). Disse que a Sra. Cinderela é boa e a
considera como mãe. Disse saber que tem irmãos, porém desconhece os
mesmos. John disse ter sido matriculado na rede de ensino público, todavia
apresenta baixa escolaridade. O adolescente acrescentou que no Maranhão
tinha “amigos” e com o grupo saia e fazia pequenos furtos, também junto ao
grupo chegou a experimentar drogas. John ressaltou que passava grande parte
do dia na rua chegando a dormir fora de casa. O adolescente expôs que “se
sente grande” e durante reflexão percebemos que se comporta como se
tivesse mais idade. John aparenta que em companhia da Sra.Cinderela vivia
sem respeitar regras e limites. O adolescente enfatizou que a Sra. Princesa,
filha de Sra. Cinderela, a quem chama de tia, foi até o Maranhão e após
conversa, decidiram que ele deveria “passar uns dias com a Sra. Princesa .
Concluiu que, logo que chegou ao Rio de Janeiro foi matriculado na rede de
ensino público,porém não freqüentou as aulas. Com espaço de tempo fez
novos amigos , passou a fazer “biscates”, ficando maior parte do tempo na rua,
retornando a situação de risco social. Percebemos que o adolescente sente
“saudades” da família acima citada. Quando solicitado, mostra-se participativo.
3. Entendemos a necessidade que o adolescente tem de viver em família, todavia
é importante valorizar que essa família seja embasada em regras e limites.
Em trabalho técnico social, realizamos contato telefônico com a Sra.
Princesa. Disse que é filha da Sra. Cinderela e que sua mãe “criou” a mãe de
John, e referindo-se a mãe do adolescente em pauta, Sra. Branca de Neve,
disse que a mesma “não tem juízo. Destacou que a Sra. Branca de Neve, tem
outros filhos de companheiros diferentes e que no momento sabe apenas que
continua a morar no Maranhão, porém não sabe precisar o local. Sobre o
adolescente, disse que a sua mãe assim como ajudou a Sra. Branca de Neve,
“ficou” com John, e que o menino é carismático e muito prestativo, mas que
conforme foi crescendo passou a não mais respeitar a sua mãe. A Sra.
Princesa enfatizou que entendendo a situação de sua mãe, Sra. Cinderela, foi
até o Maranhão e com ciência do Conselho Tutelar daquela localidade, trouxe
John para o Neverland acreditando que poderia estudar e viver uma vida
regrada.A Sra.Princesa reconhece que seu tempo é ínfimo para atender as
necessidades de um adolescente e que John também em sua companhia
continuava a viver de forma desregrada.Revelou que reside no R1 neste
Estado e que naquela comunidade, John estava se envolvendo com más
amizades, ficando vulnerável a atos ilícitos. Disse que matriculou o adolescente
na rede de ensino público, porém o menino não freqüentava as aulas. A Sra.
Princesa comprometeu-se em comparecer no Abrigo a fim de firmarmos
melhor contato objetivando buscarmos orientação junto ao Conselho Tutelar
de Lugar Nenhum-MA e Conselho Tutelar de Neverland, uma vez que, junto a
cidade de origem do adolescente, solicitou autorização para John viajar sob
sua responsabilidade para esta Cidade.
Nesta Instituição, John recebeu visita da Sra. Princesa uma vez, e
enquanto abrigado, participa das atividades de rotina da casa assim como de
festas , passeios e eventos sociais e religiosos da comunidade. Recebe apoio
sócio educativo e religioso, assim como acompanhamento médico quando
necessário. No cotidiano, John demonstra afetividade para com o grupo assim
como com os funcionários. Solicitamos documentação escolar à Sra. Princesa
a fim de efetivarmos sua matricula na rede de ensino público.
4. A nosso ver, entendemos que esse caso requer atenção especial
uma vez que a família de origem do adolescente reside em outro Estado.
Ressaltamos o desejo que o menino tem de conviver em família, porém
enfatizamos a importância de melhor aprofundamento do caso a fim de
conhecermos melhor a história de vida de John objetivando os
encaminhamentos legais que venham garantir ao adolescente
desenvolvimento pleno.
Sendo assim encaminhamos o caso à X promotoria de Justiça
Regional da Infância e Juventude da Capital de Neverland para decisão e
apreciação.
Neverland, xx de xxxxxxxx de 2111.
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Mary Richmond
Assistente Social
CRESS 00001 / 0 Região