Este artigo apresenta os resultados obtidos nas escavações do sítio arqueológico da Ribeira da Atalaia no Alto Ribatejo, Portugal. Resume a geografia e geologia da região, e descreve as escavações realizadas e os achados arqueológicos, incluindo indústrias líticas, com o objetivo de estabelecer a sequência cronológica dos terraços fluviais e a ocupação humana no Pleistocénico Médio e Superior.
1. A ocupação do Pleistocénico
Médio e Superior da
Ribeira da Atalaia (Médio Teio,
Portugal Central)
Sata CuÍa2
O sítio de ar livre da Rlbeira da Atalaiâ {támbéÍn denominado Ribeira da Ponie da Pê.lra) sltuâ-se na
encosta de um antigo va e onde os depósilos do Neogénico, terrêços fluviais e depósitos coluvÍonêres
do Ouaternário se sucedem alternadámente. A escavação deste sítio esteve enquadrada no pÍojecto
TEI,,4POAR I e ll e actualmente enquadra sê no Píojêcto ILOAB. Os objêcrivos cêntrais dê pêsquisê neste sítio
arqueológico são o estabelecimento dê cronologla ê sucessão dos teraços medios e baixos doTejo no Alto
Ribatejo e â deLineâção de uma interpretaçáo crono coÍnportamenta , eveniuaimente cultural, dos vestígios
de ocupêção humana destes contextos estrâtigíáÍicos, em pârticuiâr dâs indústrias líticãs-
Ilnstiruro Poliiócnica dêTómâÍ. Grupô "Ouâtêrnário ê PÍé Histórica Cêftro Gêociências, Ponuga
'le
: ÍMuseu deAne Pré Hislórca de MaÇão. GÍúpo'OuaternáÍioe PÉ N siórlca" cento de Geociôncias.
tr universtádes StudidiÍEnio Gtupo"Ouâternáriô e Pré Histórca" Cênto dê Geociênôlas.
'Cênúo d€ lnrerpretaÇão deAilueoloqia doÁlo Flbatejo. GÍLFo "OuaternáÍlôe Pré Hlsiórica" C€nÍo dê Gêó.iôn.iàs
AoclpaÇão do Peslocánic. Médio e supeí ôr da F beÍa daaialaia 1MédioÍelo, Podusàl.enÍâl)173
2. A ocupação do Pleistocénico
Médio e Superior da
Ribeira da Atalaia (Médio Tejo,
Portugal Central)
Satâ CLira'1
O sitiô dê âr livre dâ 8ibêirâ da Ataiaia (também denomlnado RibeiÍa da Ponte da Pedra) situa_se na
encosta dê um antigo vêle onde ôs dêpósitos do Neogenico, teraçôs fiuviáis ê d€pósitos coluvíônâres
do Ouâtêrnário sê sucedem allernê.lamente. A escâvâção deste síllo esteve ênquadrâdâ no proiecto
TEIúPOAR I e ll e actualmênle ênquadra se no Projecro ILOAR. Os objectivos centrais de pesquisê neste síiio
ârquêo1ógico são o esiabelecimênto dã cronoiosia e sucessão dos tetraços médios e baixos doTejo no A to
Ribatejo e ê delinêação de uma interpretaçáo crono-comportamental, eventua mente culturâ1, dos vestígios
de ocupação humana dêstes contextos estratigráficos, em pâfticu âÍ das indústrias lítlcês.
' lnstitulo Po iié.nlco dêT.mâr GÍupo"OualeínáÍloePÉ.Hstórica" Centro de Geo.iências, Ponusal.
rMuseu dêAnê Pié Hlstórica dê Mãçáo. Gtupô "Ouaiernário e PÍé Histórica" Centô de Gêoc êncras
3 Universitá desli siúd diTrentô. Gíúpô "Ouarernárlo e PÉ Histó ca" Centro de Geoc ências
aC€nÍodê ntêrpretaçàodea«rúeoosiadoAtôRibaiejo.Grupo"OúãrernárioePÍé-Histórica' Centro de Geoclên.,âs.
Á ocuFã.á. do P.srocénic. Me.lio e Supe. ôr dâ Bibôiú dâA1âlâla lNledioTero, P.dusàl ôenÍâl) | 73
3. Recentemente, foram fornecidas dataçóes ab-
solutas para os teíaços fluviâis que possibilitaíarn À
dis, êrli. ur q,
"o o c or ológi, o peÍ- o .erÍaço re
dio e baixo e para as coberturas coluvionares. Nes
tê artigo apreseflamos urna síntese dos resultados
ate agora obtidos, dando especial atenção à carac
teri2áção geo arqueológica dos depósitos da base
do terraço médio 03 € respêctivâs indústrias lítlcas.
lndústrias Liticas,Têrracos F uviais, Pofiusa Cen
lntrodução
nPo.1rgê os dFpo,iros quareírdr'os n di: d1
ligos e exlensos sáô representados por sedimentos
de teíêços Íluviêls. Deste modo, náo é inesperâdo
q, ê d, evidér uiês dd, or rp"Çóes I rn",cs nr:s
cntigds ce Érrorlren_ cobrelJdo e-r assori"ão
com depósitos deste tipo (vd. CUNHA RIBEIRO
1992 1993, 1999, 2002; CUNHA RIBEIRO er á/., 1989,
TEXIER er át 1987 MEIRELES, 1992). Os vestisios
nrais antigos tênr considerável concênlrâção no
Vale doTejo onde se têm identificado vários sítios
Fiq. 1 Localização do sirio da Ribeira da Arâl.ia e dos
sil ôs principals do Pa eolitico níerior - túédio no Va e do
desde os anos 70, sobreludo em contextos de êr il
vre. com espêcial íe evância o lIontê Famâco ê os
contextos de Alpiarça Vale do Forno 8,3 eVale dâ Allo Ribatejo, os estudos crono estratisráficos têm
Arela IGEPe 'r977; RAPoSo ei á1., r993), Ínas ram aumentado, Íacultando uma melhor definição das
béÍn cársicos, páticularmente no sisteÍnâ da nas' sequências Íluvia s (CORRAL-FEFNANDEZ 1998a;
ce.lre oo ahondo .,/1, l-,ao p, d, 1993. Fig.'l . MOZZI,1998, CUNHA er ál 2005i ÍVIARTINS, 1999
Os estudos das formaçóes fluviais levados a ROSINA. 20021 e sLÉ cor'ô.açdo cor d o updç.o
Labo Í oT o nr'.ro d" dêrÊ, ri1ê' ds cÊq,À1c'dr ê humana (CORRAL FERNANDEZ,IS98b; CUNHA e.
cronologias relatlvas (dos tetraços e vestígios ats á/.2008; IMOZZI, 1999j I4OZZ| éiât,2000j IVIARTINS
queológicos associâdos) remontam aos anos 40 e etaI,2009, ROSlNA,2004,ROSlNAêtá1,2005; RO-
aos tíabalhos pioneiros de G. ê Zbyszewskl e H. SINA & CURA,2O09),
Breuil (vd. BREUIL & ZBYSZEWSKI, 1942, 1945j Actualmenie, estáo identificados seis terraços
BREUIL, 1959; ZBYSZEWSKI 1943, 1946, 1953, 1958). rir.-êrc, oroê.Êl-np1r- p. arrF., dê dirárr.as
'l
Ainda que oltras investigaçôes de cariz geo ar gêôlógicas qLe diferem daquelas observsdás nâ
queo ógico tenham sido íeitês noutÍas Íegióes de bêcia hidrosráfica doTejo em terrltório actualmen
PortLgêi (vd, TEX]ER & MEIRELLES, 1982 I!1E]RE. Ie espanhol 1.í SANT]STEBAN & SCHULTE 2OOZ
LES, 1992 no Litorâl mlnhoto; CUNHA RlBElRO1999 BRIDGLAND eral., 2006).
na bacia do íio Lis), os estudos dos dêpósitos Ílu- A em disso, contrastando com sílios êr liv,e na
viais associados a ocupaçôes humanas têm sido bacia hidrográfica do A toTejo espanhol (por exem
rnâis intensivos e sistemáticos noVale doTejo, em plo ÁÍidos 1 e 2), os vestígios faunísticos ou pa
parie devido às suas caracteíísticas gêô ógicas e ge' leoantropôlógicos sáo basiânte râíos em teíitórlo
omorfo ógicas. Na última década, em particular no poduquês e, quando presentes, encontram s€ em
74 Aíqúeo osla & Hs1órlâ
4. depósilos rnais rêcentes datados do Pleistocénico no Projecro TEM POAB), efectuaram se três escêvá
superior (BRUGAL E RAPOSO 1999, BRUGAL E VA- Çóes em depósitos de terraços íluviais: duas foram
LENÍE 2007 RAPOSO 1995a, 1995b)ou em cavida interverçóes de emergência {Fonte dâ Í/loita eÍn
des cárs cas. o qrp d'r .espêito ao Plê sroceniro 1998, Santã Citá ent.e 1999 e 2000) ê a terceiÍã (Bi
ÍMédio destacâmos â gruta dâ GâleÍia Pesada poÍ bei.ê da AtalaÍê/Bibeira da Ponte d. Pedra) inlciadê
âpíesentar datêçôes absolutas com ESR de 241 em 1999, aÍnda decorre (GRIMALDI erat 1s99, 2000;
*30/-22 ka feitas sobre dentes de Equus aff e Mos GRllllALDl & RoSINA 2001; LUSSU er á/., 2001,
báche,rs/s, bem comô os mais antigos restos oste' oosTERBÉEK er á/., 2004; ROSlNA & CURA, 2009).
ológ'cos humdr os d)soLi"do5 d uma i1d l"'ria qLe O sítio da Bibeirê dê Atalaia situa se na vertente
pelas suas caÍaclerísticas tipológicas remete para o da margem esquerda dâ ríbeirê da Ponte da Pedrâ,
Iúicoquense lKei lmessergruppel cla Europa Cenlrêl tributáíia doTejo, onde os depósÍtos fluvio-lacustres
(MARKS êr á/., 2002, 2005jTRlNKAUS er âl 2003). do Neogénico, os terraços fluviais e as coluvióes do
A sequência crono esÍatigráfica indicadê parã quat-rrário. se enrontra_n dl.en êdo). Os p,ircipais
os niveis de têrraços do Vale do Tejo e sobretudo oblectivos desta inrervenÇáo são:
êpoãda êÍrr c,irérios moío-esÍ.âr;grdíi.oc jê que a) DetermÍnação da sequênciâ crono-estratigrá-
às daraçoes aosolLlàs {lÁcnicâ oe I u-n'nêscén. d licê dos leaaços ,4edios e Bêiros do le_o nd Ê9,ão
ou Séries de UrânÍo)sáo provenientes de amostras deVila Nova da Barquinha;
inorgânicas, embora tenham aumentado signifi b) Estâbelecimento de um quadro crono ógico
cativamente nos últimos anos (MOZZI er ál 2000; e comportáÍnentâ1, eventualmente cultural, para a
CUNHA er at 2008, DIAS er a/., 2009; MARTINS ei ocupação humana e respêctivas indústrias líticas
á/., 2009â, 2009b, ÍMARTINS êr á/., 2010). encontradâs nas várias unidades litológicas;
No Alto Ribatejo as indúsríias líticâs, feitas so c) EsÍÊ sno ê tâmbÁrl escavd!ão eoLola ro árn
b.etudo a partir dos abundêntes seixos rolados de bito dos programâs de Mestíádo em Aíqueologia
quartziio e quartzo sáo comuns em exten§os con- Pré Hisiória e Arte Rupestre {IPIUTAD) e em Íéc-
textos superÍiciais. Estes conjuntos líticos, em parte nicas de Arqueologia (lPT), e de Doutoramento em
resultantes da mistura de indústriês macrolíticas do Ouaiernário, Materizis e Cultuías (UTAD).
Holocénico com indústrías do Pleistocénico (dificil- Neste artigo apresentamos uma síntesê dos re-
mente triáveis nestes contextos superficiais), foram sultados até agora obtidos dando especial atençâo
equivocamente inte rpretsd os como pertencendo ao à caracterizâção gêo-ârqueológica dos depósitos da
complexo culturêl Lênsuedocense (OOSÍERBEEK, base do teraço médio 03 e respêctivâs indúsúias
1992 GRIMALDI ei â11998, GRlllALDl et al, 1999a). liticas.
As invesiigêÇões êm tôrno das ocupaçóes huma
nas correspondentes ao PaleolÍiico lnÍerior e Mé- 1. Geograíia, Geomoíologiâ ê Geologiâ da Bê-
dio no Alto Bibatejo recuam ao inicio da década 90 sião do Alto Ribâtejo
do século pãssá.lo (OOSTERBEEK êr á1., 2002). No Con_o o none ndicd. as cdrêLtelsacês e a uri
âmbito desses trabalhos ío.am Íêitâs sisiêmát;cas dadê dêsia resiáo sáo confeíidas pêla hidrosrafia.
orospec!ôês que pdrd alen de nêpedr o ocuoi(ào Em particulêr pela rede hidrográfica que integrê os
humana pré-histórica, visavam enquadrar de unr vales doTejo e dos seus principais afluentes e sub-
ponto de vista crono tipológico ôs conjuntos líticos -afluentes: Almond a, Zêzere, Nabáo € Ocreza. Estes
idenrifi€ados à superficie mas em êssociaçáo com úllimos escoam iodos de Norte pêrã Sul, píovavel-
ío.mdçoÊs qual 1á.ios de oroáFl prover'érci". mente de acordo com tectónica regional.
a
Ainda que vários sítiôs tênham sido enconúados A configuraÇáo actuâl da rede hidrosráficê
em associação com os três depósitos de têraços remonta ao Ouaternário, pêríodo em que começou
fluviais médios e baixos, só alsuns foram escava- a encâlxâr. baixandô cercâ de 100150 metros em
relaçáo à superfície cu minante plíocénica (DAVEAU
Na continuidâde desses trabê!hos (enquadíados 1993, MARTINS er ál 20o9).
AocupaÇão do P.istocénl.o Médiô eSupe.iô. dâ R bêlra daAta â a 1ÍMédloTejo, Ponuga centra I 75
5. I
I
A compreensão do Alto Ribatejo como um palco a) os sedimenlos aluviais do Holoceno,
privilegiado para âs ocupações humanãs, pêlo seu b)os amplos ierraços fluviais do Plêistocêno,
cârácter êcótono e por oferecer, num espaço limi c) os preênchimentos das cavidâdes cársicas {no
ràdo {cerca dê 100 Kn x /0 Km, a máima vdria Mâciço Calcério EsÍemenho), e
b:lidade geon"orfologica da Peninsula íbeíica. nao d) os revesiimentos detrít;cos.
nos devê Íálêr êsquecer que a sua compreensào só Durante o Plio-Pleistoceno, a íede hidrosíáÍica
é possível no quadro doVale doTejo (a uma escala encâixou p.oiundamente parâ 100Ín - 150m abaixo
mais ampld Á iodo o noço ocidentâl doTejo que im- da supeíície original que se encont.a eÍectivamen
portâ reconhecer como alvo da antropização). te ê mâis de 200m a.n.m. Esta rede desenvolveu se
Com efeito, o Alto Ribatejo é caracterizado pela de acordo com ê tectónica rêgional (cí CUNHA eÍ
confluência das três principais unidades seomorfo á/. 2005) â. .omo corsequéncià. os Iriburários prin-
lógicas que envolvem o troço do rioTejo em teÍritó cipais doTejo, por exemplo Nabão, Zêzere e Ocrezâ,
ostentam eixos Norte'sul nesta área.
. a oeste, o l4aciço Esúemenho calcário meso De acordo com este ajusirmento geologico o
vale da ribêira dã Ponte da Pedra Íoitotêimente es-
. a leste, o Mêciço Antigo - complexo xisto-me' cavado na bacia sedimentar do Tejo, com os seus
tamórfico Pré Câmbrico e Paleozóico; lados formados por sedimentos detrídcos Mioce
. e, entre as duas unidades precedentes, a Bacia nicos. até ao Pleistocénico Médio em continu;dade
Sêdimentar doTejo/Sado -depósitos fluviais do Ce com oVale do Nabáo (c, MOZZI, 1998). A paisagem
nozóico. (Fis.2) caracteriza se po. colinas náo supeíioíes a 140m,
litolosica causou uma acçdo
I srd diversiddde com as suas encoslas conformadas por sedimentos
erosivâ fluvrál diÍerên.iàdà quê, em âssoLiê!ão de teÍaços antigos.
com o levantamento tectónico regioná1, produziu OsreIêÇosÍluviaissaoosdepósrlosPrei$océnicos
êlêvações residuais. mais importêntes na área de esludo. No vale do Rio
Existem quâtro depósitos regionais do Ouaterná Tejo português. foram idenriíi.ados qudtro n veis
deteíaços Íluviêis desde a década de quarenta do
li
Fig,2 Grandes unidades
geológicas de Portugal
T; {a) e vale doTejo e resiáo
em estudo (b) depósiros
qúâiernáriôs da regiáo
e lôcêlí2êção do sÍtio da
tc
76 Arquêôlôsiâ & Hiíórâ
6. século pêssado (BREUIL&ZBYSZEWSKI, T942, 1945, ticas enconÍadas em Vale do Forno (Alpiêrça) ê nê
1946)e enquadrados nos mapas seolósicos à escala
de 1/50000 coÍno 01, 02, 03 ê 04 (do topo pêra a A mesnrâ intêrpretaçáo íoi sugêrida por Mozzi
basê). A cronolôgiâ coÍnpleta dos têÍraços doTejo et al. (2000) em cotrelação coÍn ês dataÇóes poÍ
ainda é desconhecida. Um modelo glacio êustático Termoluminiscência obtidas em três amosúâs de
baseado nas glâciaçóes alpinas clássicas íol já sedimentos recolhidas das "Unidades de Areias Su
sugerido parê explicêr a sua Íoímaçáo. Os ierraços periorês" do 03 noValê do Forno 3 ou 8 ?: 117 ka +
O1 e 02, "terraços superioresi foram âssociados n'ini.o, 26 .a; ll9l" , irÍi.'ro -32(à:- 124 d.
ao interglaciaí Gunz/Mindel, ou até a um período As dataçôes por luminescência, no sít,o da Ribêi-
anterior ao glêciár Gunz (Ol ). O "terraço medio" 03 râ da Atalêia, foÍneceram idades para os depósiiôs
foi relacionado com ô lntê19lâciar Minde /Rlss, e o de reraço, íespectivâmênte de 304 r 20 ka parê a
"terraço inferior" 04, com o interglâciar RissMüÍÍn. camada de áreias muitoÍinâs siltes dâ base do 03,
e
Desde umâ DeÍspecliva qeomorfolóqica e lito- e urna dataçáo de 89380 113389 ka para á matriz
esrrâ'r9ràÍr.â. ê idêrli':.êçêo dos rÊrra!os Íluviê s ârenosa do topo do 04. A eskutuÍa de cornbustão
no baio Vdle do lejo l.n vi do i .ê, iucess:vd encontradâ dentro do depósito de coluviào propor
mente meihorada. O terraço inferior foi subdivi- cionou a seguinte série de dataÇÕes: 25374:t 1173
dido locâlmênte em O4'a e O4-b (ZBYSZEWSKI & kai 24891 r 2194 ka; 24750 + 1571kê (DIAS er a/.
CARVALHOSA. 1984r ROSINA. 2ao2l, A41 e 442 2009).
(CORRAL FERNAN DES, 1998a) ou T5 e T5a (MAR Mais íêcêntêmente foram obtidas dataçôes por
TINS, 1999). A. Manins rambem identificou e cârac- IRSL que apontam pãra uma idade mais recente
ierizou um teraço mais antigo (T1), locaLizado por para a mesma cêmêda de areiâs muito finas e sites:
cima do O1 segundo a nomenclatu.ã proposla por >17516 kâ, bem coÍno uma idade de >172+6 pata
G. Zbysrewski. o topo do ínesmô teríaço, obrida na proximidade
Recenremenre foram :oentiticddos sei" . do Campo desportivo da Atalaiã (MARTINS er al.,
'e,c
de leÍaço fluvial no Alto Ribátejo (ROSINA 2002 e 20r0).
2004; mas ver tambem CUNHA et á/., 2005; Í!lAR-
TINS, 19991. Estes níveÍs foram identificados de 2. Escavação da Ribeirâ da Atâlâia/Ribêirâ Ponte
acordo com os mâpâs geológicos prévios, O1, 02a,
02b (teÍraços superiores), 03 (têraço médio), O4a O sítio arqueológico da Ribeira dê Atalaia locali-
e O4b (rerÍaços infe rio res ). 2a se a a guns quilómêtros pâra norte do Iocêl onde
No Vêle doTejo os arteÍâctos encontrados no 03 a Íibeira desasuê noTejo, perto dâ vila da Atalaia,
íoram associados ao Pêleolítico lnfê.ior, sobretudo no Concelho deVila Nova da Barquinha).
tendo em considerâçáo as caraclerísticâs tipológi- as invê(rrqa.oÊs â,qdêotogi, as res.a d ed
cas dos bifaces (BREUIL & ZBYSZEWSKI, 1942): os tiveram início nos ános 90 (píimeiro poÍ iniciativa
recolhldos na unidade de cãscâlho basal forêm con de uma associaçáo local prêsldida poí um dos
sÍdêrêdos dô Pâleolítlco lnferior (indúsirias Clacio signdláros UC). oostê'iormen e en ^o' rrcão
-Abbevilenses)j na parte médiê do 03 Íoram encon- cor os protêrros TEMPAA? I e tl -ler:tôro-
. âdas ird r"l'ias A.'rerlensFs repre>ên drdo váriàs Mobilidade e Pavoâmento no Alto Ríbatejoisendo
«fases evolucionárias» dô Pâlêolítico lrferior; e na que aclualmenle as pesquisas sê articulam no
unldade nrâis recente do 03 os êrleÍactos forarn :rbro dos p,o-".1os Pdisasens de t,ànsi tô -
considerâdos do tipo IVicoquense, tal como ãlgu- povoamenÍo, tecnologia e crono-Estratigrafia
mas indústrias encontrâclas no terrêço baixo. da transiçào para o agro pastoralismo no Centro
Umã atribuição cronolósica mais recente {i.e. de Ponugal lPIDClHAHfi136lzao6l e o ILAAR
interglacial Blss^Vúrm) fol sugerida parê o níveL lndústriâs lítícas e Auaternáia no alto Bibatejo
de terraço 03 (RAPOSO êr á/. 1985, RAPOSO et á1, (aprovado pelo IGESPAR, IP). Estes projectos têÍn
1993), têndo em conta ê tipologia das indústÍias lí rioo romo objerLivo, enr'e our'oç. à íê,âcrer'zê!ão
Aocupação do Preistôôén.o NIédôe Superlorda R bei.a.JaÁra a,a (MédoTêjô, Pô ugálcêntral) 77
7. cíonôlógica, iipológica, e tecnológicâ dos conjunto escavado desde 1999.
«macroliticos» do Alto RÍbatejo, bem como a Esta escavação parte dê uma base de pêsquisa
clarifiua!ão da'el"çêo €nire os siios drqJeoló9:Í os geo-êrquêológica, sendo que ao mesmo tempo
de supêrfície ê os depósitos quaternários doTejo que se pretende avaliêr ê cotrelação entre os de
ê seus afiuenies. (OOSIERBEEK et al-, 2AO2l- pósÍtos do terraço medio (O3) e baixos (Oaa e b),
Neste sentido, foram e estão â ser estudadas lambém se pÍocura o estudo dos vestígios anúópi
âs colêcÇôes líticas de superfície, foram ê cos (essenciãlmente indúsÍiâs líticas) em adequa-
estão a ser escavados sítios arqueológicos do çao cor ds Jnidddes lilológ',ds de p ovenién.i.
Pleistocénico e do Holocénico. feitos estudos (BOSINA&CURA, 2010). Para meihor atinsir estês
geomo4ológ cos dãs 'ornáÇoec q ràiê-nárids objêctivos, foi escavêda uma lonsâ vala na vertente
desta regiâo e realizados mapas têmáticos pãrâ têntãr observaí a coíelãção êntre os terraços
{Sistemas de lnformaçáo Geosráfica) de modo a inferiores e médios, enire os teraços e ô subsúa-
providenciar uma compreensão mêis rigorosa dos ro ê,'i1êrTenre, êrirê os d.pósitos e os co[,vióes
sítios arqueológicos e sêus rêspectivos depósitos {Fig.3).
seolósicos. É neste quadro de investisação que u Até ao momento fo.êm identiÍicâdos vestígios
sítio arqueológico da RibeiÍa da Atalaia rem sido arqueológicos lindústrias líticas pÍincipalmente êm
Geo
UL Sêdimêntos (máx.)
0l 20
2A
Ss
50
Sh?
49 30 SS
60 2A
50 124 Cmm
30 2a Sp
Código de Miall {i996) Tâb. 1 Litofácíes ê interprêtação geo arqueológic.-
lss = A.êás dê prêêôch mento; Fl = Depósros de n!.dêÇãol
q. Á.","d1". Gl I -.-""ô,- ô
mâÍz slportadô; sp = arêlâs a esrratiÍcaçáo cruzada, Gh =
Cas.alho clasto supofiêdô côm êsÍatiÍicaÇéo orzonta )
73 Arqueolôgia & Históía
8. quartzito)do Paleoiitico lnferior e Médio em ambos to, o lúiocénico encontrê se representado poÍ duas
os teÍaços, os depósitos de coluviáo têm numero- unidades Iitológicas: a mais antiga é câractêrizadâ
sos anefaclos 1íticos e nos seus sedlmentos foi des por argilas avermelhadas ã mâis recente apresentê
areias brancas bêm classificadas (Fis.5).
A base do 03 é Íormada por, pelo menos, quatro
morfolosias de deposiçáo (Fig.6):
. Uma barra {formâda por âíeias grossêkâs áver'
melhadâs e sêixos);
. tlT caral (preerch;do cor
b,oLos e seixos
grandes, ale 35cm, e areias grosseiras avermelha
das) que corta â barraj
. Plâníc;ê de inundãçáo dê depósitos de gráos fi-
nos (cinzento a êmêrelo);
. Canais transr'e'sdis (prâenchidos com âreias
avermelhadas e se;xos, âté 10 cm) com um contacto
muilo e,osivo con o depósilo oe pldnicie de irun
Fig.3 Arêâ de intetuenção limê9êm dê 2007). dãÇáo.
Actuêlmente, reconhecemos'10 unidades
cobeÉa dê coluvião umê estrutuía de combustão, esrraiigráficas/litológicâs nos níveis 03: a Unidade
cujas datações absolutas indicam ser do Paleolítico 99 é â litofácies mais antiga; os sêdimentos podêm
Superior {DIAS er â1, 2009). sêr inierpretêdos como depósitos de /as (depósitos
res dLais derivdnre dd remoçdo dâs fraÍçóes nais
2.1. EstrâtigraÍia
f,nas) ou resíduos dê leito de rio, provãvêlmenie
A vala de escavação apresenta um desnivel de rêpresent:ndo o episódio de deposlçâo do teraço
mais dê 10 meiros (de 32m - 33m a 43m - Mm. médio formado durante a incisão do rio {período
â.n.m.) e cortê di§tinias unidades geoiógicas e ês frio).
iratigráficas: subsúato tVIíocénico, base do terraço A Unidade 30 é resultado da formação da barra
fluvial 03, topo do terrâço fluvial 04â ê depósitos em coniinuidade com a unidade 99. A unidade
coluvionâres de cobertura (Fig.4). Até ao momen 50 {ê Tdis aspessa) e um conglomeràdo mêc'ço
Fis,4-EstratiqraÍia esquemática da escavação.
A ô.upâçáô dô Pleisi.cénlco À/léd o e Superior da Ribena daAta aia {t4édioTero, Pofrusalcent€D I 79
9. suportado por uma mêtri2 que pode ser considerãdã
coÍno um fluxo de detritos que consolida a bêrra. A
unidâdê 60 é um depósito dê ovelbârk A unidade 49
claramente corta ê Lnidêde 60 numa Íorma dê canal.
A unidêde 48 êpresentê êlguma descontinuidâde.
ialvez repÍesentando um úníco epísódio fluvial ou
actividade antropogénÍca- A unidade 47 representa
outro depósito de overbânk- A unidade 46 corta
profundamente os sedimentos finos da unidade 47;
as correntes sdo transve'sais em reldçao do e:ro
do valê, Ínêsmo quê neste rnomento seja bastênte
difícil aÍirmãr sê estes cãnais forarn formados
durante ou após a formação do ieraço. A unidade
20 cobr LTa granda pdrte dd á-eê de escêv"Çáo
ê é formada poí sêdimentos de coluvião do
Pleistoceno recentei a sua espessura aumenta do
topo para a base da encosra. Finalmentê, a unidâde
01 é resultado da acção das raízes de uma árvore
(Fis.7 e Tab.1).
O topo do tetraçô o4a, até âgora escavado apre
senta duas unidades liiológicas distintâsi a 107 e
Fig.5 Vlstâ dês côlúvióes sobrepostas ao substraro coÍnposta por âreiê êsbÍanquiçada media/finê bas-
tante compactê côm presença a de silte e argila,
con 'a-os seilos ea lll por sei'os.o.n a "ia n'é
diâ solta esbrênquiçada, os clastos atingem os 30
cm tendo uma médiã de l5 cm. Estâs unidadestêm
mêls espessura no Corte Sul (Fis.7).
As coluvióes dividem-se em rrês depósitos dis-
a) um nível de superfície peiturbado;
b) outro de areias srosseiras castânhas mal dis
cl areiês srosseiras la.anjas e êvermelhadas mal
distrlbuÍdas e seixos.
Os trabalhos de ânálise sedimentológica efectua-
dos sobre os depósitos coluvionares, indicam que â
sua formaçáo pode ter ocorido eín diferentes mo
mentos (GOt,4ES eral., no prelo).
2.2. lndúslrias Liticas
Aré ao momento foram recoihidos 4627 â.tefac-
tos lítlcos provenientes da base do teraço f uviãl
O3, oo opo do .-r"ço Íh !iàl O4d e do revesi:Ten
A indústriê litica encontrêda nâ báse do têrra-
Fig. 6 - Vista dos depósitos de superÍÍcie de in!ndêçãô e
!o 03 ,1448 oêcds dãq quais dpre>enLan o, dqL
30 Arqueolosia & l-listória
10. a
N
+
Fig.7-CorteesÍalis.á
Íico NoÍte do 03 com
lndlcaçáo das unidâdes
ito ógicas e possiveis
paleo-superJiclesde ocu-
um estudo preliminar sobre uma amostra de 585) dê lascas sô bretu clo corticâis êsemi-corticais.sendo
é essenciâlmente cêracterizada por úês grêndes qJe a'gur s desres se:os op,esê1ràín ôsrigíras
grupos: se:'os ràlhâdos (ouno Í,po d. rj,l"o5 são que indicarn a sua utilizaÇão {em simultánêo?)
raros), suportes não retocados, supoftes "âpaíênte- como áfiefactos masslvos {CRISTIANI et at-,2oos)-
mente retocados" (Gráíico'1 ). Desta forma, áté ao rnornento o estudo náo idica â
EstesgrupospodêmsêrvistoscoÍnoo resultadode presença de ârtêÍáctos que convencionalmente são
uma única sequencia tecno ógica bastante siÍnples repÍesentêtivos do Acheulense, nomêadamenle os
- os seixos Íolados de quartzito seriam talhados Bifacês ê IMâchados de Í!,4ão (Fis.8 ê 9).
íormâ expediênte e simples com vista à produçáo Os negêtivos nos seixos talhâdos e núcleos rê
Gráíicô1 Dsrribuiçáoquantitativôem%das
cãtegorlás tecnô upô óglcas provenientes do
GráIico2 Distribuição quanlitativa em %das
caresôriás têcno upo ógicas provenlenres dâ
AocupagáodoPleisto.éncolúédoeSuperioÍdaRib€radaAtaaia(wlédiorejo,PodusâcênúaL) 3l
11. Fis.I Visra do topo do O4a e do
ôonracro.om ô M ô.éni.ô
|' .j
1!,,
1"
'! S,0
2
i:!
li " i
l
.. ,:1
r. _--ii,lj I,
.iirt l
!:.]]'
6
,<l:), Fis.9 ArteÍacros tiric.s em qu:'iz o
dâ bâse do 03 dê Ribei.a da Ata alal
Iá 3Se xos rerocados; 4Enralhe
ob - n"gr -r o , U er r'o r'l
Ía.ial:6 â 3 - S€ixos râ hâdôs l.ôm
ma.ro.traços de uso?).
ramente excedem 4
evantanrentos. Será provâvel- caracterizâ ôs sLportes retocadosi a sua percenta
mente uma produção rápida.le supo.res grandes/ sem decresce parale amentê à diminuiÇáo da pre-
rnasslvos e rambém uma necess;dade funciona ba senÇa de córtex, sendo muitô râra êntrê âs lêscas
se8da na quantidade em detíimenio dâ quâlidade não-co.tica s (CURA&GR MALDI, 2009).
dos suporles. Ouando as frequênclas percentuais Os altefactos retocados, apresentam urn retoque
das câtegorias de suporles são compêradês, obseÊ bêslante marginal e grosselro, multo vârlável
va se uma grande incidência peÍc€ntua de supoÊ na suâ posiçáo e oca izaçáo e sem resutar em
tes coiricâis/semi coirlcais. Este aspecto tambérn "t pos clássicos" de uiensiios (Fig. 10). Colocamos
32 À,ouê.rúU â & Hi!tóriâ
12. /"hr,:1 I
, .,',.
'a{-l {--/ i
--l/
^-- J
';-
.--)(1">:
Fig. 10 - Aftefacros liticôs da bêsê
03 da Bibena da atalaia: 1 ê I
Lascas corticais e semi-corticêis em
WD
rr
1l
h
a>
f ,..-
,,'_/,,
)r- !
.
q!artzitoi 9 - Lasca em silex néo-
corlical retocada; 10 e 11 Lâscâs
retocêdas em quartzito.
a hipótese de que as lãscas sêriãm produzidas que se possa apresentar uma descriçáo íepresenta
principalmente pâra obter bordos funcionais para tiva (341 peças, excluindo os numerosos fragmen-
cortar ou raspâr mas sem a nêcessidade de serem 'os re.ànicos rêcolhidos du,ante ê escavaçào ê
sistematicamenie retocadâs e/ou reâvivâdas. Uma que se relacionêm com fenómênos quê podem ter
possível explicaçáo desie comporiâmento pode ser afectâdo o topo desre terraÇo). No entanto. obser-
devido à resistência natural das margens resultante vaçoôs prêi minê'êç indicdn'que, aindd que êrrs-
da inteÍsecçâo entre as aíestas corticais inferiores e ram clara afinidades coÍn os coniuntos da Bêse do
superiores. lsto possibil;têriâ aos srupos humanos a 03. os seixos retocados e os seixos talhâdos têm
realizáÇáo de váíiâs act;vidades utilizando mársens Tenos ,êpresÊrtêividdde, os ru!reos que sao rÍ'ài.
funcionais sem retoques. Neste quadro hipotético êbundantes e indicam (até ao momenio) a presença
o retoque atípico seria consequênciâ destas de debitagens predeterminêdas: /eval/ois, e discói
âctividades. Os estudos fun€ionais e expêrimentais dê (Gráfico 2). A matéria-primê é, tal como no 03,
até agora efêctuâdos sugerem que semelhantes quase exclusivamênte o quartziro (Fig.11).
alteraçóes nas margens activas resultam da sua Nas coiuvióes. Íorãm rêcolhidos 2694 artefaclos
utilizaçêo em vdriadds dclividades de subs slén.iê. lrr:cos ídos quais ê nda ráo e possive disceÍnir d
sobretudo relãcionâdas com o trabalho de matériâs quântidãdê real de frâgmentos mecânicos/naturáis).
duras e muito duras (por êxêmplo Íabalho sobre Se considerarmos as tipologias crono cullurais
madeira ou corno). Contudo, neste sítio também "tradicionais" do Paleolítico SupeÍior, não foram
foram efectuadâs êctividades de esquartejêmento e enconlrâdos drtêidctos diagnóslico (;.ê. rárlinas
inclusivelratamento de peles dê animais (CRISIIANI ou suportes Íêtocados como burís, raspâdeirâs
et al-, 2oo9) - de dorso, etc.). Podêmos dizêr que se trata de um
Os êdefactos líticos do 04 sáo ainda poucos para conju']to quase unicamenlê reali/ado eÍn seivos
Âôcup3çãodo Plúistocénlco MedlDe SLpe o.dã Ribe râ dâAtâ aia 1lr'lédioTejo, Poftúsa centâ ) 33
13. ffi*G
,-s. i
4d
,,'/
-
(Ç»?
€>.
tuà>
^1
( N ,{-.
rt/N/) tià/
I l--. V'd I
ffi
-=--1/
Fig.1í Artêfâdtôs líticôs êm quartzito dotopo do orl3:
1- Núcleo;2 -SeixoTalhádo;3 Lâsca semi @rtical retocadaj 4 - Lasca p.é-dererfrinadâ retocâdaj 5 Rêmontâgem de
lasca cortical retocada,6 Lascâ pré determinâda com retoques ma.ginais.
de quanzito com uma impoítantê componente cos dispostos horizontalmente. A áíeâ escavâdâ no
dê sêios talhados, nucleos e lascas. Os cêixos níveldesta êstrutura é aiflda bastante limitâdê, mas
talhados estáo presentes, mas em menor número, destacamos um sêixo ialhado tipo óopperrecupe-
e com dimensões mais íeduzidas e ângulos de rado em associaçáo com a mesma {Fig.12}.
debitagem mais abruptos quando compârados
com as indústíias dos terraços sendo que nos 3. Considerações Finais
produtos de debitagem se nota uma tendência Os conjuntos líticos dâ Ribeirâ da Atalaia, em
para o aparecimento de morÍologiâs âlongadâs particular os provenienies da base do 03, eviden-
rêctangulaÍes e sub'rectangulares. ciam uma grande uniÍormidade (reÍorçada pelas
Na base destes depósitos sublinhamos a identifi- semelhanças com a indústria lítica da Fonte dâ
caçâo de uma estrutura de combustáo, cujostermo Moita) caracterizâda pelo predomínio de êscolhas
clastos e sedimentos loram datados por OSL eTL técnicas s;mples e oportunas no quâdro de um
de cerca de 25.000 anos. Estâ estrutura apresenta obiêctivo prioritário que é a oblençáo de maÍsens
uma forma sub circular (c. 90cm x 150cm) deÍinida funcionais. Em tôdo o caso, mêsmo que tecnologi
por sêixos {tendencialmenle longos ê achatados) e câmente a produçáo de supodes seja simplês, estâs
um períil em "cuvêtte':Tem uma espessurâ de pou- aprêsêntam morfologias e dimensôes equilibradas
cos centrmerros. preenchidâ com sedimentos quei' (CURA&GRIMALDI, 2009). A observação dâ compo-
mâdos cinzentos e coberta por seixos termoclásti' sição arteÍactual deslês dois sitios náo evidencia a
3a larqueoloqia & Hlíóiâ
14. presença de uma lndústria «típicê do Acheulênse». mâtação bifacialtem umê presençâ muito residuâ1.
No entanto, em lugar de colocar a interpretêÇão No que diz r€speito à variabiiidade das indústrias
destê vdr ab'lidadÊ num pêrdd gnd de dir, uss;o ti muitos sào os estudos que demonsúam não ser
po ógica, é prêferível uma intêrpretáçãôtêcnô'com- displicentê o abandono das precêdenies abordã-
poi.amentêI. A par de sítios .Acheu enses, e .Í!4i gens tipológicas e optar por êplicar uma visâo pro
coquenses» (ex. túonte Famaco,Valedo Forno3 e8, cess.ra dos siLos No rêso, o1c'eto de ocupaÇões
Galeriâ Pesêda) surgem, no vê1ê doTejo, contextos de ar livÍê eÍn ambiêntês fluvlais é fundamentêl
carêcterizados por utensilêgens modologicêmentê estuclar cada uÍn dos contextos e â suâ vâriâbilida-
simples, como os selxos lalhâdos e choppers ou as de interna, em cotrelação com diÍêrêntês aspectos
grandês lâscás corticais e sêmi-corticâis, onde a for geo arqueológicos. Esta é a me hor forma de as
Fis.12 Esrrutu.adeCombustâo
ê SêixôÍá hâdô tipo Chopper
sociâr os diferêntês sítios e as diíerentes zonas do ou podem represêntar um palimpsesto de actividê
va e doTejo e de nos êproximârmos da construÇão de {e de ocupaÇões).
de modelos de povoamenio e uti lzaçáô dêste terÍi' SÍtios como a Ribeira da Atalêia podem ser o re
tório durante o Pleistocénico Médio e Superior. sultado dã variêbilidade dê estrategias adaptativas
A interpretação geo arqueológicâ dos depósiios de exp oraçáo que são aplicadas dê acordo com as
e das indústrias liticas corelêtês de Ribeirê da Ata- cêracterÍstÍcas dos ierrilórios e respectivos recuF
laiê monstra que é necessárla uma particular aten- sos. Náo nos parece que as carêcteristicas enun
Ção na atribuiçáo «culturâl» e funcional do síilo. ciadas dêcorâm de sucêssivos aprovisionamentos
Como em iodos os contextos Í uviâis, os achados de matéria pÍima, onde pontualnrente se desenvol
podem indicãr umê ocupação nas margens do rio vêm actividêd€s complementares. Assim paíecem
AocupâÇáo dô Plelst.céni.o Médio ê SLp€r.rdâ Ribênâ dâArâlâia lMédióTejo, PotlsalcenÍal)J35
15. indicar âs sequências de redução compleiâs, bêm A9râdêcimênros
co no d ioerliriLêçào, atraves oe esruoos ÍJrcio Os trabalhos de campo e de laborâtório ÍoraÍn
naÍs (CRISÍ|ANl er a/., 2010) de variadas actividades possíveis graças ao apoio instiiucional e logístico
de subsistência âctividades - trâbálho de madeira, do lnsiituto Politécnico deTomar ê do Cêntro de ln
corno, esquartejamento de animals ê trâbâlho de têrpretâÇáô dê Arqueologia do Alio Ribatejo e Mu
peles húmidas e secas. Naturalmente que parê me- nicÍpios deVila Nova da Barquinhá e IVãçáo. Os úa-
lhor rorlp êender eíà variàbilidddê ê rece>s;r:d oê hos 1ao sê.ian possrv-is sem o dpoio i1à ,cero
uma comparêção com os principais contêxtos do concedido pela Fundação para Ciência eTecnolosia,
Pleistocénico lúédio identificados no vale doÍejo, através do Centro dê Gêociênciâs e do projecto
nomêâdamente com sitios os já mencionêdos Mon PTDC/HAH/71361/2006.
te Famaco, Fonte da Moita,Vale do Forno e Galeria Os âutores agradecem a todos os quê partici-
Pesada (OOSTERBEEK eÍ ár, 2010). parâm nos trabalhos de escavação, em especial a
Já no que diz Íespeito às indústrias líticas do Pedro CJrd e Jodlê CâIoqdo pelâ colaboraçdo ra
O4a, sêndo nêcessáíio escavar mais, em área e coordenação. AsÍadecimento particular na êdiçáo
profundidade, e recolher mais matêriais ârqueo- dos desenhos deste artigo a Chiara di Biasio.
lógicos, podemos por asora dizer que êpesár dês
diÍeíênças ind;cadás, estas apresentam mais seme Bibliosralia
lhanças com os contextos do 03 do que com ocu BREUIL, H &
zaYSzEWSKl, G. 1942) Cantibutian à l'éÍude
paçóês mais recentes como santa cita ou a Gruta dê. induntiês pê|éôlithiquês du Portugal eÍ de teu6 Êppoft êvê.
la géalagiedu AuaÍernane. Les pincrpâux gi.ements des.leux ti
dâ Oliveirâ, cujas indúsrÍias apresentam maior va- vers de l1nrien estuêne dúÍâ9â Com. dos Seru Geol. dê Pôd.,,
riabi!idade nas sequencias dê reduQão e gestáo de
BHEUIL, N. & zBYszEWsKl, G. 1946) canttibuÍion à tétudê
matérias-primas e que de um ponto de vistâ tecno- Í1es indúsúiês paléolithiqu* du PadLsat et de teúÉ âppôtu avec
-tipológico se podem associêr ao Ívlusteriense. la séatasie du ALabnâne. Les pÍincipaúx gisenents des plases
quàtehaiB.du liíotâl d Estrcna.lura eÍ des tenasses íllviales de
Firàlmelre d se'ie de dêrdçóesTL mJiro cols;s- ]a bêsse va ée düTase. com dos Serv Gêô1. dê Pon., XXV, Lis
tentes para a estruturê de combustáo (c. 25,000 BP)
BBEU L, H. & ZBYSZEWSKT, G. 1946) Cont bution à létude
impóem o reconhecimento de uma ocupaaáo âo âr des tndusties pztéohhiquês dês plages quaternatÉ de tatenteia
livre do v. e no Paleol lico SuperioÍ. lnvesLigdÇóes /iÍorál, Com. dosSery. Geol de Pofr, xxvll, Lishôâ, pp.269'334
BFÊUlL, H.11s59) Côrúirú.D, à l'étude des tenasses q'âtêr
adicionaís irão focar se nestes aspêcios, levantando
nahes au Ponugal. 1 La Pebble cuhure ê Mâgônô.Trabalhos de
a hipótese de que ouúos sítios de ar livrê, náo pre- antopolosia eEtnolosiâ, 17 0-4),9-r2.
viãmente atribuídos ao Paleolitico Superior devido BR OGLAND D R, ANTO]NE P., LIMONDJN.LOZOUEÍ N,, SAN
TISTEBAN J 1.. WESTAWAY R & WH lÍE lú.J. 12006) Ihe P!/aeôrl
; ídrLd oe 'arleÍêcros diàgnósti.o" poderáo possi th: aÍup",,on o,Lü ape
",te.eàtpd
at ".dp-ró í ôm.h-.:-t..
velmente ser atribuídos a este período. Neste con' data fion
tGcP 14s. roútrá) óÍ ouâteÍnáry science {2006) 2115),
pp 437 -455 DOI: 10.1002/1qs.1042
têxtô é importãnte íeforçar a ideia de que a nêtuíe-
BHTDGLAND D. R.. MADDYD & BATES M. { 2 0041 Aiver teía.e
zê dos depósitos {fluviais ê coluvionaÍes) dificultê a ,.quên..é. áp,éF tÕt a-ét4nda g.a.nt D-otas. ànónét-ê
tetesttial caíÍelatian Joüna1 oÍ Ouâ1eÍnâry Sciencê {20041 19(2),
compreensão dos processos de Íormaçáo do sitio.
No entânto, êste tipo de contextos, normãlmente BAUGAL.J P & FAPoSo, L.11999i Faz do Enxariaue lRadêa,
sub valorizâdôs por se consideÍarem de informa- PanLsâl ).ptêlihinàty Êsults of the analysis oí ê bone Bsnblêqê
fran a nidtllepaleotithicapen sde.ln S. Gaudzinskiând E Turner
ção débii e não homogénea, podem abrir novas (DiLl,Íhê Íoê oí eârly humans n the accumuLation oÍ Eúropêân
lôwêr ând mldd ê pa a€olithic bone assemblases. Mônôgrâphiên
perspectivas de estudo, no que se referê às ocupa des Hômisch Germanischên Zêntâ mlseums Mainz 42, pp 367
çoês de âr ivre du dniê o Paleoritico Superior 1o
BFUGAL J P & VALENTE M,J, 2AO1) Dinamic af IaTge mam
nâ|iân âssócià|iôn in rhe Pleistacereof Podusá, ln BicrroN.E (Ed )
''From the Medileranêan basin ro the PônuSuese Allanlic shore,
Fapers ln hônôur ôíAniony lúaÍksl'PÍoceedinss orrhe VCongrês-
so deAr.tu€olosia Penlnsular lFaro,S€prêmbêr2004), Promonio
ria MonosÍáficà 0Z UnivêrstyofAgarue, pp.ls 23.
Vila Nova dê Barquinha, lúãio de 2010 coBRAL FERNANDEZ I 11993â)"Ôêpôsilos claternarios€n e
ÁÍea de Consiánciâ Bárqúiôhâ'Entoncamento v la Hiba. Dêl Be-
7ôtOá.. I u- oo.re.oóô. oend ôo. cq., ô "o
"d., ; io e
"re.
36lAÍqueo og a&Hsióra
16. Pré HistóÍa dô altô Fibâiejo (Fôdusai)'jarkeos, vo. 4, cE PHAR cottêctians oíÍhe Aho Ribatejo lCenÚalPanúgal). n: Cruz, Mirrikên,
Oosterbe€k,Pêretô{êd.)HumanPopuârionOrisinsinlheCircum-
MediieÍanean Area: Adaptaliôn ôf rhê Hunt€rcã|rere. sÍoups
CORBÀL FERNANDEZ r.1r993b) Secciones com naÍetialarque to ênvirônmêniâ Ànodrncarion, série aÍkeos 5, CEIPHAR Tomar,
olôai@ en esÍraia en las Dtúinidaíles dê Atêlâia.tnCíLz,Oo«er
be€k, Pênâ dôs Rêis (coord.) "Ouaie.nário € Pré Histórla do Aho
B,bateiolPonugâ )';Arkeôs, vô1.4 cE PHAB romaÍ, pp.1s7220. GÂllvlALDlS., ROSINA P, BOTON E 11999b) Á behavioral pêrs
pective on "arúaic" liihic noryhôlôpiês in Panusât rhe case.f
CRISTIANI, E,, CURA, S., GH]MALDI, S. GOMES. J,, OOSTER Fonte dâ Mana open an sne. Jolrnar or beriân Ar.haêo ogy I,
BrF/ ROSINA P 2009 luhnônàt à"-t. ADECAP Porto, pp.33 57
têl àtúaeatasy: the Mkklle PleisÍoene sne ôfBibênà dêAtê|àiâ,
lcental PõfrúsàlL in F.oceedinss ol lhe Workshop on 'Recent GRIIr]ALDIS., ROSTNA P, aoTON F l2aA0) Um sÍija ao ar livre
Fundional Sludles on Non'F nt StonaTóôls, Methôilo ôslcâl Lm do pteEÍoceno nédia nô Ahô Riiàtêjó lPôhúsàl): Fante da MDna.
prôvemenis and Archêeolosical lnrerences , Lisbon, 2003, elêc ln: Palêôlitico da Peninsula lbéÍlca,Acta do 3'Congresso deAque
lron c êdiiion: htF:/www.wôrkshôp taceo oqia lisboa20o8.coml oro!iê Pen nsu ar, vo . 2', ADECAP-Pôdô, pp.123 136.
âdlqos/Crisiiani Cura A FUNCTIONAL ANALYS S Ddf.
GR MALDI S. & ROS NA P {2001) "O Pristoceno Médio linal
CUNHA, PP; MARTINS, A.A.; DAVEAU, S. & FRIEND, F.r no Ato Aibalejo iPonugal CenlÍál): o siro dâ
R henâ dâ Pont€ dâ
(2005) "redonic .onror of rhe rejo iver Íruviat inciston durifs Pêdrà." n: Cruz A F, OosreÍheek L. l.oord.), séri€ Àrkeos, vo 11,
the ale Cenozoic, in Ródáo - cênrâl Pôfrusâ (Ârânriô lbe ân CEIPHAF Íomar, pp.39-103.
bôÍdê.):'Geomorphoosy, Elsevier Sclence Publishers, Amsrer
GOIr/lES, N, ROSTNA, Pj CUAÂ, S; OOSTEAAEEK, 1., no prêto,
Bteve sintese da estút1a .lô Íêsistô *dinenÍàr asnciBd. a ún
CUNHA, PP;MAFTINS,AA.;HUOI S,; M URFAY A,; RAPOSO, rextú arqueolôaicos da Alta Ribátejo,ln actas dasV Jornadasdê
L. (2003) "Dating thêTêjô RvêÍ lowerreraces n the Fódão area Arqueo ogiá lberô-âmêriôána, Mação,lúarÇo de 2010
(Porusal)ro assess lhe role oÍt€donics ând uplií." Speclâ ssuê
of"Gêomôrphô ôsy" I mpâcr ofAdiveTedonics and UpliÍt on Flu I rMOcl C GF VALDT T& ROsINÀ P ?00'i'Ob-- voçoê
viâlLan'lscapesand FiverVa l€y Dêvelôpmêni) P G Sivâ, EA.AU- funclonais erecnoló§icâs íumsiiio ào âr liv.e no PorrúsalCenta:
demâÍd &4. E. Marher (EditoÍs). Geomorpho ogy,102, pp.43 54. Fonte da Moita] ln: CÍuzÂ.B,Oosterbeek L.lcoord.), sériêArkêos,
volÍ, CE PHAB.Tómar, pp.117-140.
CTJNHARIBE]BO, MEIRELES, J,, TEXIER, JP 11939)
J,P,
lAchêúleân dú natu et du cente du PoÍÍugêl: btlan de nos @n LUSSU T,, ÀOSINA P, OOSTEHBEEK 1., COSÍA F (2001) 'O
,a,ssarces aduel/ês Paléô, supp émênr N'r,1351S3. Musteriense de Sanra Citâ (Tomar,Aho Bibâtêjo, Pôúusâ ): invês-
tisàÇãa e conservaÇáo': n C.uzA.R., Oosrerbeek L.lcooÍd ), série
CUNHA RTBEIHO, J.P í9921993) Conrribuiçáa para o estúdo Arkêos, vo.1r, cE PHAF-Tômâí pp.13-70.
Íiô Lis hô sêL úntexto ctôhõ.ê.ttâtiótáfi-
do Paleoliticô dô vale do
.ô.Poriusálla,NovaSérie, 13 14,7 137 i/ANKS, A,E,, BRUGAL, J.PH, CHABAI, VP, MONIGAL K,
GOLDEBEBG,P, HOCKETI A,, PÊMÁN, E,, ELORZA, M,, MALLOL,
CUNHA-RLBEIRO, J.P 11996.19st) Os Mâchàdas dêMào nô Pa- c., 2ao2) Le aisenenÍ Pléistocéne noven de Gabna Pesada.
teotitco tnfetiar Paiuguês.Pot1ugálla, Nova Série,Vo s XVl XV (Este nàdüÉ, Pônúsàt): penterc ÍésuhaÍs. Patéa 1ao 14,
MAHKS, A 12005) MLoqúlá, E/ements in the Ponuguesê Mi-
CUNHA F BETRO, J.P (1999) O Acheulense no CenÍra cle Pat dt1le P|êistôcêne Assembtases í@n the Gatena Pesadê 1n A Pa
túga!: ô Vàlê dó Lis. cônttibuiçàô pzG úna abordasen dâs súâs leoíitico Actas do lV ConCrêsso dêArquêoog a Pênin$ âr, N!no
tndúsÍriês llicas e prcblemática .]a cônéxrõ .bna-êstatigíjíicô, FeÍena Biclro 1ed ), Cenrro de Esludos de Palrjmónio, Unverslda
PhDthesis,universiryof Lisbon,3vors. dê doAlgáwê, pp 195-2oo
CUNHARIBEIRO, J.P 20a4) A ihdústia títicâ dô Ca.âl do MARI NS, A.A (]999) Cáácterizaçáo manoÍectónica e nonos
Azenet na @ntexto da evatLçào da Paleolti@ lnferiaí na lbéria sêdinêntât.lâ Bêci1 da EâixoTejD lPtncéntô e auaÍernáti.).PáD.
Oc,zer.ál lí: Adâs dô 3'CônsÍessô de AÍqueoos â Pêninsulâr, Thesis, Univ. Evora. 500p.
I'ARÍINS,4,4., CUNHA, PP, HUO']; S,, MIJHHAY A., BUYLA
CUNHA-FIBEIRO, J P 12002) O Pãleotíriú tníetiat en Portusê| EaÍ J 2409a) t3eonaphologiü| corclaüan of thê te.tonically
nafinal da sécula XX balança dasinvestigaçõese navosde íias displâ.e.i tejô ivét renaces lcaviàÕ chanusâ area, Ponusat)
Revira da AssociaÇão dôsArqueóloqos Pofruqúeses 54,13 24. suppoiGd by uminescencê datinq. Oual€Ínary lntêÍnátiônâ|, 19§,
CURA,S,GRIMALDI,S (2009) Ihe intônsive qúênzne explaha-
tian in Mi. tetasusVattey PteisÍoene open air snes the danpte MARTINS A, A, CI]NHA P P, ÊOSINA P, OOSTERBEEK 1,,
afRibêna dâ Pa.Íê dê Pêdtê, ln Steíâno GÍimâldiând Sâ.â Curâ CUNAS.,GR MÂLD S., GOMES J, BUYLAEBÍJ, P, MURBAYA,S,,
led. bv),Technoogical Anâlysis on Oual'lte Exploiialion, Proce iúAÍOS J., (2009b)Geôárúeolasy óf Pleistacene open àn sbs in
êdi.ss oÍ the XV Wond Cônsress UISPP (Lisbon, 4I September thevitaNava.taBat.luinha Santa Cíta area (lowetTeja river ba.in,
Éntal Pônúgal), PÍoceedlrss aÍ rlre GeoLosisb'association, E se
vierScencePubishers. PGEOLA-D.09.000241accêptêd).
D]AS, M,I,, PNUDÊNCIO, NI]. ,, FflANCO,D,,CURA,S.,6Ê MAL
D, S, OOSTERBEEK,1., ROSINA,P.2409) Lrnin*Énce dating MARTINS A,4,, CUNHA P P, BUYLAERT J, P, HUOT S, MUH
ôí â ítuvià! deposit seqúence: Ribenê da Pante da Pedà Middle RAYA.S, DINIS e, STOKES lú.12410J K Feldspat IRSL dating aía
ÍagusValley, Partugal, n Dlas, M.l, Prudànció, M. lEds.),Alcha Plêistôcehe ivêt Íênêce sbncêse seqlence aí the LowerÍeio RNet
eometry Proceedlnqs oflhe xv u sPPconqress. B.lrlsrr aÍchaeo lPoiugal, westetn lbetia). AúàteÍôá.V Gêôd1.ônoôsy, Vôlutrê 5,
lôgicâ Êêpôds,OxÍôrd, ntêhâ1iônal Sêriês, p. 10s-113.
GEPP 1911) O esÍudo da petatitica da árca da Ródàa o a. MEIRELES, J. lrgS2) Às rdnsúà. litiús do ltorêl újnhôto.
quâólôgô PôdLsuês,3"séÍie,7 9, s1 47 CanÍqta ctonoesÍratigráÍico e pêleoanbiental. CadeÍnot de A.
qúeooclâ, Monôgráíiâs z 577
GRllvlALDl. S.. BOSINÁ. P. CORRAL. l. (1993) /rterrreraz,r,e
gêô-àt.hêalôsica: di âlcune indusÍrie tniche (tânsuedôÉnsi) dêl MAzzt P 11993) EvotLziane Geonaiotosica della bassa val
Medio Bacina dê|Têjô.lnCíúz,Oo6iêrbêek, Pena dos Reis lcoord.l le del íiume Nâbàô. )n CÍú2, Oôslôrbêêk, Penâ dôs Rêis (côôrd.)
"Ouaiernário e PÉ Hlstórla do alto Rlbatejo (Podusa )l arkéôs, "ouãieÍnárlo e P.é História do alto Ribatejo lPodusa )1sérieÂrke
voL. 4, CEIPHÁR-Tômâr, pp. 145'226 os vo. 4, CEIPHAR'Tômâr, pp.37'53.
GRIN/]ALDIS,, ROS NA P, CBUZÁ R., OOSTEAAEEK L, 11999á) MOZZIP, BAPOSO 1,, CBUZA,B., OOSTERBEEK 1,, PENA DOS
A seo aÍheotos)üt inÍerpÍerâtian aí sane "Lansuadociàn" lithic FEIS R 11s99) "Morpho stâlisÍâphy ôÍ Ouâ1êÍnáÍy dépôsirs ânrl
Âocupação do Pr€ist.cén co Médioe Superiorda Ribeúa daAlaraia (MédioTero, Porruqalcentral)137
17. rhê ârchaeolosica .ecord, the case ortherejo and Nabão valeys SANTISTEBAN, J., SCHULTE, 1., 2aoi) Fluvial netuotks af the
(Bibâlejo, Pônugâl)1ln "Humân Popu ái on Origins inlhêCircum lberian Peninsúla: a .htunolosica / r€mework ouaternary Science
MediieÍanean Area'l ed. bv A.B.Cr!2, S. Í4il ken, LOosreÍbeek, Êeviews 26, pp.2733 2757
C.Peretô, sérlê alkÊôsvô|.5, CEIPNAR-Tômâi, pp 63-34.
f. Ec J P. ME cE-t) r1937r .. ,o.r
MOZZT, P,AZEVEDO, T, NUNES, E., RAPOSO, L. (2000)Mrddl€ dô liróà! da Minho lPanúsà|): ptoposÍás pâÍâ úna hô% êbôda-
ÍetaÉ depo.ns ôf theÍàsús tivêt in Alpiaça, Podugal, in relatian 1en clinata conológica e dinámrbá, in Cadernos deAr'rueoosia
to eêr y lruman occupalion. OualeÍna.y nesearcn,54, pp.359 371.
ooSTERBEEK, L. (1997)- E hóês tuom rhe East : Lâte Prchistaíy TAINKAUS E., MARKS 4., BRI-]GAL, BAYLES S., HINKW, RI
oí Íhe Nonh RibaÍeía.Tonêt : sérleÁrkeor vol 2; CEIPHAR Cenro CNÍEB D. {2003) Late Middle Pteistacêne húhên tenàins ftom
EuroFeu de nvesusaÇêo da Pré H sióÍla do,A tô Ribâtêjô,304 p Alnon.la katstic svsÍen,Íores Novas. Paduqat n Journa oÍ Hu
OOSTEBBEEK 1,, CRUZA.R,, ROSINA P, FIGUEBE DO A,, GBI
MALDIS (2002) "TEMPOAR Teritó.ios, Mohi idadeePovôâmêí' ZBYSZEWSKI, G. 11943) lá./assiiication dL Patéotnhique ên'
tôdôahô Bibârêjo lPofrusâ ) rssS-200r lsintesêg oba dostraba eien et ta chranDtDsie dü AuàÍenàne dê Pônúgal en 1942. Bolelim
lhosrea izados)-"ln: CruzA.R.,OosterbeekL. lcoord.),sériearkêôs, dâ Soclêdade Gêôlógicade Ponugal,2 (2 3), Í1.
/B.S/r!r,S.r 6. -stb tt-dó 94o'o9,qú- d- to tcg:o.
vôIr2, CEIPHAH Íômâr, pp.261:22.
OOSTEFBEEK L, CRUZ Afl., CURA S, ROSINA P, GÂIMALD] dAlpfrça Comunicagóes dos SeNiças Geolósicos de PofrusâI,
s., GoMES.l. 12004) "Êibêha da Ponre da PedE a€lalório da
campanha de escavaçáo de 2003lTechne 9, Arqúeojovem Tomâr,
zBYszEwsKl, G.11953)ca,la Gealósica de Ponusat né escâ].
íiso orO Noticia Exp icaiiva da Folha 31 A Sânràrém. Sê.v Ços Gê
OOSTERBEEK,1,, CURA, S., BOS NA, P, GRIMALDI, S,, CFUZ, ôlógicôsde Pônúgal, Lisbóa,l6 p.
4., GOMES,J., no preo, Cadre séochtôholôgique êt statégies de
s*tion du teúÍahe des culÍurcsdu Ptéistacéne lnféieLretM.yen ZBYSZEWSK , G 195a) Le Aúatenàne du Pôdú9â1. Bo et n .la
dàns là vallée duÍêse lPonusêl),ln: LAalh.ôpôôgiê. Sóô ôdâdô Gêôóglcá de Pônugall2,I 227
OOSTERBEEK 1,, GRIMALD S,, ROSINA P, CUFA S, CUNHÂ
ZBYSZEWSK, G., CAFVALHoS A, A. 19a41 carta Gealóglca de
e P, MAflÍLNSA A.12010) rhe ea d iest Ptêistôcene a rchàea ]a g i.al Partugal na escala 1:S0A0A,NoliciaExplcaiiva,laFolhâ31 DMôí-
snes in westatk lboria: Pt$ent eviden.e and research prospecÉ, taÍs Serul.os Geolóslcos de Pôdugâ1.
Ouaternan/ nlêrnational, doi:10 1016/j.qua1nt.2010.01.024 zlLHÁo, J., tvtAuaícro, J, souÍo,P 19931Jazidâs aíqueoló
RÀPOSO, 1., CARRE BA, J.fi., SALVADOR, lM. 11935)A esteÇáo sicas do sistenà cátsiú dà hàs.é ê dd À/mord., Nova Aususta,
acheu len se fi n a 1.1 e Mi I ha ,ós,Vale do Fórno,a plârqâ: Pócêed nCs n'ZÍôÍês Nôvâs, pp.37-52.
lrcunião do OuateÍnário lbéri.o, Llsboa,vol.2, pp.4160.
AÂPOSO,1., (1937)Os mais a"tisos vesÍísios dê ô.rpàçáa hu
hâhà pâ1êóliticâ na rcsiáo dê Ródró. Da Pré Hislórla, homenaqem
a O.Veiga FeÍeira. Edirorla Deta,ppl53 173.
BAPOSO, L. SALVÀDOR, M. & PEREIRA, J.P (1993) O,1.rr€,
ten* na Vale .lo Íeia, en tetilórD podusués ln AÍqueo og â &
Hlsróriâ,SóÍie x,VoL.3, pp.: 29.
BAPOSO L. & SANTONJA M. (1995) "Trre ea.lesi occupâtiôn
oí EuÍope: ihe berian penlnsuLâ'r ln "Thê ea iest ôcupaiion oÍ
Eurooê" lEd. Rôêbrôêks &Kofschóiên), Lejden, DD.7 25
BAPoSo, L. (r995) Ámb@i€e Íennótios y subsistência en et
Paleolitiú Médio dê Ponugàl.comp urum, pp.57 77
RAFOSO 1., CAFDoSO J.L. 11998) "O sitiô pâ eolilicó da Con
.êlÇáô': CEMA-Alcôôhôrâ, 74 p.
FO)AFa (JFAs r0'0 ' -'F'êrrô-ôÍlirL ! "moin.
ií íluviâ têrâcê
ôôntêxrs àn êxamplêlrom CentralPonula Ân
nales d'Universiré ah a" Tâ.sovisiê. Secilon dArchéoôsie er
"Va
d'Hisione.Tome xll, Número 1,2010, pp.7-24
ROSINÁ P (2002)"Súâtigraphie el Géomorpho osle destêÍâs'
ses Íluviatiles de la MovenneVálláê dúTagê (Haut Flbalelo PoÊ
llqal)l ln
CruzA.R., Oostêrbeek L lcoord.), sérieaÍkeos, vo 13,
CETPHAR Tomai pp.]1 53.
BOSINA P 120041 " depositi Ouaternariderla medlâ vâ e de
áte'lPhD.Thêsis, univ. FeÍara 204
NOSiNA P, OOSTEHBEEK 1,, JA]MEA., CUÊA S, (2005]ATChá
ê|ôgicâl siÍês âssôciâtêd wit11 Tagús ni.1.1le vatiey depasns lAha
Ribateio Ponugal), in sanala Páez, Gonzá es Mâôhâdô (eds.),
Geoarqueolosia y Patimonlo ên Lâ Pêninsu a bérica y el Enlorno
MednêÍanéô, ADEMA. Sôria, p.273 232
" ndúsÍlâs aticasêcrono esÍa
FOS NA, P & CUAA, S. (2009).
tis.áfiâ dâs êscâvâçóês dô eolitico doAllo Bibatejol lnAôtâ da
Pá
Jornadas d€ Arqueologia do Vale doT€jô êm rê(ltóriô ponuguês,
36abri de2003,Sacavém Lou.ês- Portuoa, pp.14315€ CPGNB
33 Arqúúologia & HistóÍia