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Setembro | 2013
Panorama Econômico da Argentina: entre janeiro e julho, o saldo
comercial argentino apresentou queda de 27,8% em relação ao
mesmo período de 2012. Diante da redução das reservas
internacionais, o governo instituiu a anistia a dólares não declarados
no exterior. [págs. 02-03]
Panorama do Comércio Bilateral: nos primeiros sete meses de
2013, o fluxo comercial bilateral apresentou aumento de 12,9% em
relação ao mesmo mês de 2012, com elevação de 18,2% das
exportações argentinas ao Brasil e aumento de 8,3% das importações
argentinas originárias do Brasil. [págs. 03-04]
Restrições Comerciais: a FIESP constatou atrasos de
aproximadamente 230 dias na liberação de DJAIs, que correspondem
atualmente ao principal mecanismo de controle das importações
argentinas. [pág. 04]
Acordo Automotivo: com vigência até julho de 2014, o acordo
automotivo entre Brasil e Argentina ainda não foi revisado em termos
de cotas, vigorando o livre comércio entre os dois países. [pág. 05]
Brinquedos: A Decisão nº 37/12, no âmbito do Mercosul, prorroga a
autorização para que os países membros apliquem alíquotas distintas
da TEC (Tarifa Externa Comum) na importação de determinado grupo
de brinquedos. [págs. 05-06]
Defesa Comercial na Argentina: sumário das investigações em curso
e medidas em vigor na Argentina contra produtos brasileiros [págs.
06-07]
Panorama Político: ocorridas as eleições primárias em 11 de agosto
de 2013, as eleições legislativas, a serem realizadas em 27 de
outubro, terão prováveis impactos sobre o futuro político-econômico da
Argentina. [pág. 07]
2
Panorama Econômico da Argentina
• Entre janeiro e julho de 2013, o saldo comercial argentino foi de US$ 5,72 bi (queda de 27,8%
em relação ao mesmo período de 2012). No referido período, as exportações totais foram de
US$ 48,75 bi (elevação de 4,6% em relação a 2012), enquanto as importações totais atingiram o
montante de US$ 43,02 bi (aumento de 11,2% em relação a 2012). Diante desse resultado, é
possível que haja o enrijecimento do controle sobre as importações, com a finalidade de atingir o
superávit de US$ 10 bi esperado.
• Nos sete primeiros meses de 2013, a Argentina registrou um déficit na balança comercial de
combustíveis de US$ 4,24 bi (diferença de 90,4% em relação ao déficit de US$ 2,22 bilhões,
correspondente ao mesmo período de 2012).
• Segundo relatório da Associação Argentina de Orçamento (ASAP), os subsídios argentinos ao
setor energético atingiram, entre janeiro e julho de 2013, o montante de AR$ 45,28 bilhões
(superando em 70,2% o mesmo período de 2012).
• Nos últimos meses, observa-se uma distorção de preços relativos na Argentina, agravada pela
elevada taxa de inflação concomitantemente aos subsídios argentinos supracitados. A título
exemplificativo, um quilo de pão valia AR$5,8 no ano de 2008 e um mês de serviço de luz para uma
residência na capital, por sua vez, valia AR$18,9 no mesmo ano. Atualmente, um quilo de pão vale
AR$20 e um mês de serviço de luz para uma residência AR$18,9. Observa-se uma variação de
245,8% no quilo do pão, porém em relação ao serviço de luz não houve nenhuma variação.
Dados Macroeconômicos - Argentina
Taxa de câmbio (peso/US$) (ago/13) 5,57
Risco país* (ago/13) 1.050
Reservas (ago/13) US$ 37,04 bilhões
Dívida Total (dez/12) US$ 197,5 bilhões
Preços ao Consumidor** (Abeceb – jul/13) 24,9%
Preços ao Consumidor (Indec - jul/13) 10,6%
* Medido pelo índice EMBI+ Fonte: Abeceb.com
** Índice Geral de Inflação
Reservas Internacionais e Câmbio Paralelo
• As reservas internacionais argentinas reduziram significativamente nos últimos anos. Com o
objetivo de reverter essa situação, o governo argentino instituiu medidas para a anistia a dólares
não declarados no exterior. Estas foram anunciadas em maio e entraram em vigor em julho de
2013, e visam captar dólares para a economia sem que haja a necessidade de se declarar a origem
dos mesmos. Para isto, foram desenhados dois instrumentos: o Cedin e o Baade.
• Ambos os instrumentos são concedidos aos argentinos no momento em que estes entregam seus
dólares ao governo. O Cedin é um instrumento financeiro que funciona como meio de pagamento
para mediar uma transação imobiliária ou de construção civil. O Baade, por sua vez, é um título
público de rendimento semestral fixado em 4% ao ano, cuja captação é destinada a investimentos
em energia.
• A iniciativa não obteve grandes resultados desde que entrou em vigor. Até o momento, ingressaram
3
aproximadamente US$ 25 milhões na economia (apenas 1% do valor esperado) e não se observa
uma tendência de crescimento na adesão ao programa. Caso o governo não atinja seu objetivo de
captar US$ 4 bilhões até outubro, provavelmente o prazo dos instrumentos será estendido.
Investimentos
• Aparentemente, os fatores de atração de Investimento Brasileiro Direto (IBD) para a Argentina
vêm se deteriorando nos últimos anos, conforme é possível observar a seguir:
Panorama do Comércio Bilateral
• Nos sete primeiros meses de 2013, o fluxo comercial bilateral apresentou aumento de 12,9%
em relação ao mesmo período de 2012, com elevação de 18,2% das exportações argentinas ao
Brasil (que atingiram o valor de US$ 10,28 bilhões) e aumento de 8,3% das importações
argentinas originárias do Brasil (atingindo o valor de US$ 11,18 bilhões). O saldo comercial
brasileiro, entre janeiro e julho de 2013, foi de aproximadamente 0,90 bilhão, valor 44,4% inferior ao
observado no mesmo período de 2012.
Elaboração: DEREX Fonte: Aliceweb
• No que diz respeito à balança comercial brasileira de manufaturados entre janeiro e julho,
observa-se a presença da Argentina como principal destino das exportações brasileiras e a 3ª
origem das importações.
Média 2007 - 2008 2012
Fonte: Abeceb
Crescimento do PIB
Encargos Trabalhistas
Remessa de Utilidades
(DAPE)
6,6% 0,9%
US$ 805 US$ 1.646
US$ 3.439
* apenas 2008
US$ 225
Fatores
Período
0,00
1,00
2,00
3,00
1,63
0,90
Saldo comercial brasileiro com a
Argentina (US$ bilhões)
Jan a Jul 2012 Jan a Jul 2013
4
Elaboração: DEREX Fonte: Aliceweb
• Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina - INDEC, de janeiro a julho de
2013 as exportações para a Argentina dos setores de bens de capital, bens intermediários e bens de
consumo brasileiros sofreram variação de, respectivamente, 15%, -5% e 3% em relação ao mesmo
período de 2012.
Restrições Comerciais
• A meta do governo para a ampliação do superávit argentino contribuiu para que as restrições
comerciais persistissem durante primeiro semestre de 2013. O Secretário de Comércio Interior,
Guillermo Moreno, afirmou que as barreiras serão mantidas pelos próximos dois anos.
Desvio de comércio
IMPORTAÇÕES ARGENTINAS
2012 e 2013
ZONAS ECONÔMICAS E
PAÍSES SELECIONADOS
MILHÕES DE US$
VARIAÇÃO
PERCENTUAL
Jan-Jul /12 Jan-Jul /13 %
Todas as origens 38.683 43.025 11
Brasil 10.092 11.160 11
Mercosul (inclusive
Venezuela)
10.702 11.821 10
Resto ALADI (exclusive
Venezuela)
1.042 1.775 70
China* 5.067 6.404 26
NAFTA 6.339 5.996 -5
União Europeia 7.447 8.008 8
* Inclui Hong Kong e Macau Fonte: INDEC/Aliceweb
• As importações totais da Argentina elevaram-se em 11,2% nos sete primeiros meses do ano de
2013, em relação ao mesmo período em 2012. Neste período, as importações originárias do Brasil
apresentaram aumento de 10,6%, enquanto as provenientes da China cresceram 26,3% frente a
2012.
• As exportações brasileiras para a Argentina perderam participação em 12 setores. Em 10
setores como têxtil, calçados e suas partes, químico, metais e seus manufaturados, autopeças e
couro isso ocorreu paralelamente ao aumento das importações originárias da China.
• No mesmo período, o Brasil teve aumento de participação nas importações argentinas em 9
setores, incluindo material de transporte, maquinaria agrícola, automotivo, fertilizantes e
fitossanitários.
1º 1º
2º 2º
3º 3º
4º 4º
5º 5º
Exportações
País
Importações
Total Total
1.866
1.768
50.933
Argentina
Estados Unidos
Páises Baixos
Panamá
México
Jan a Jul/2013 Jan a Jul/2013País
Balança Comercial brasileira de manufaturados
Destinos e Origens (US$ Milhões)
20.483
18.959
8.364
8.214
5.752
115.006
China
Estados Unidos
Argentina
Alemanha
Coreia do Sul
10.170
7.504
3.355
5
Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI)
• Desde fevereiro de 2012, a DJAI se tornou o principal instrumento argentino de controle das
importações, sendo obrigatória para todos os produtos que tenham como destino final o mercado
interno.
• Em consulta realizada pela FIESP, diversos setores registraram atrasos na aprovação das DJAIs,
incluindo químico, têxtil, alimentício, de máquinas e equipamentos, papel, plásticos, dentre
outros.
• Segundo a Receita Federal da Argentina (AFIP), o prazo para análise das Declarações está entre 3
e 10 dias corridos, mas alguns atrasos já se aproximam de 230 dias.
Acordo Automotivo
• O acordo automotivo entre Brasil e Argentina, renovado em maio de 2008, possui vigência até
julho de 2014. No entanto, o acordo estipula que, a partir de 1º de julho de 2013, o comércio de
produtos automotivos entre os países não estará mais sujeito a tarifas e a limitações
quantitativas, conforme dispositivo previsto no próprio acordo renegociado em 2008.
• O acordo determina um Coeficiente de Desvio sobre as Exportações no Comércio Bilateral.
Referido coeficiente estabeleceu que, até 30 de junho de 2013, para cada dólar importado de
produtos automotivos da Argentina, o Brasil poderia exportar o equivalente a US$ 1,95. Por sua vez,
a Argentina, para cada dólar importado do Brasil poderia exportar o equivalente a US$ 2,5. Acima
desses limites as exportações seriam tributadas.
• Na prática, observa-se um equilíbrio histórico na balança comercial automotiva bilateral, de modo
que os coeficientes não são utilizados até o limite de vendas permitido.
• O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ressaltou em
uma audiência pública ocorrida em julho no Senado que para o Brasil não haveria nenhum problema
em caminhar para o livre comércio definitivo. A Argentina, no entanto, prefere manter o acordo como
estava ou aprimorá-lo.
• Para que o acordo seja renegociado, o Brasil exige, dentre outras condições, a liberação das
DJAIs. Na ausência de um acordo entre as partes até o momento, vigora o acordo atual, sob o
regime de livre comércio.
Aumento temporário do Imposto de Importação para brinquedos
• Foi prorrogada no âmbito do Mercosul, por meio da Decisão nº 37/12, a autorização para que os
países membros apliquem alíquotas distintas da TEC (Tarifa Externa Comum) para um grupo de
produtos relacionados a brinquedos. A primeira autorização para a elevação da alíquota de
importação dos produtos em questão ocorrera em 2010, tendo sido prorrogada pela 1ª vez em 2011.
6
• A Decisão do Mercosul visa gerar condições favoráveis para as indústrias das economias
regionais e promover a integração de cadeias produtivas no setor de brinquedos em todos os
países membros.
• Em agosto deste ano a Argentina adotou a Decisão do Mercosul, elevando para 35% o imposto
de importação para 14 produtos. As novas alíquotas aplicam-se apenas a países não membros do
Mercosul e terão vigência até 31 de dezembro de 2014. A partir de 2015, na ausência de uma nova
norma do Mercosul, todos os produtos abrangidos pela medida argentina retornarão à alíquota
original de 20%.
• Dentre os produtos abrangidos, destacam-se: triciclos, patinetes, carros de pedais, bonecos
com mecanismo corda ou elétrico, quebra-cabeças e trens elétricos.
Medidas de defesa comercial na Argentina contra o Brasil
• Atualmente, há cinco investigações de dumping em curso, três compromissos de preços e
seis direitos antidumping definitivos em vigor contra produtos brasileiros na Argentina. Essas
medidas são apresentadas a seguir:
Investigações de Defesa Comercial contra produtos brasileiros
Produto NCM País Data da Abertura Tipo de Medida
Madeiras compensadas 4412.32.00
Brasil
02/01/2013 DumpingChina
Uruguai
Cerâmica
6802.10.00
Brasil
02/01/2013 Dumping
6802.91.00
6907.10.00
6907.90.00
6908.10.00
China
6908.90.00
7016.10.00
7016.90.00
Correia transportad. de
borracha
4010.12.00
Brasil
30/05/2012 Dumping
China
Recipientes para
acumuladores elétricos
8507.90.20 Brasil 30/05/2012 Dumping
Transformadores trifásicos 8504.23.00 Brasil 17/07/2012
Dumping
(Revisão)*
Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina
* O direito antidumping continua em vigor enquanto perdurar a revisão.
Medidas de Defesa Comercial em vigor contra produtos brasileiros
Produto NCM País Tipo de Medida Prazo de vigência
Aparelhos p/ processar
alimentos c/ motor elétrico
8509.40.50
Brasil Direito
Antidumping
Definitivo
08/07/2015
China
7
Acessórios moldados p/
tubos de ferro fundido
7307.19.10 Brasil Direito
Antidumping
Definitivo
20/11/2015
7307.19.90 China
Outros compressores para
gases
8414.80.32 Brasil
Direito
Antidumping
Definitivo
17/03/2016
8414.30.99
Talheres
8211.10.00
8211.91.00 Brasil
China
Compromisso de
preços
30/09/2014
8215.20.00
8215.99.10
Direito
Antidumping
Definitivo
26/10/2014
Fios de fibra acrílica
5509.31.00
Brasil
Indonésia
Compromisso de
preços
25/09/2014
5509.32.00
Direito
Antidumping
Definitivo
26/09/2014
Tintas de Impressão
3215.11.00
3215.19.00
3204.17.00
3212.90.90
Brasil
Compromisso
de preços 18/01/2014
Direito
Antidumping
Definitivo 18/01/2016
Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina
Panorama Político
• O resultado das eleições argentinas Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO),
realizadas em 11 de agosto, não foi favorável para o oficialismo (partido da situação), que obteve
apenas 27% dos votos. A vitória do líder da Frente Renovadora, Sergio Massa, na província de
Buenos Aires, deu-se com seis pontos percentuais de vantagem sobre o candidato Martin
Insaurralde, do Frente para la Victoria, partido de Cristina Kirchner.
• O partido Frente para la Victoria não só foi derrotado na província de Buenos Aires, como também
nos principais distritos eleitorais: Córdoba, Santa Fé, Mendoza, Corrientes e em Santa Cruz, terra
natal de Kirchner e domicílio eleitoral de Cristina.
• As eleições legislativas de outubro terão papel chave diante das eleições presidenciais de 2015,
pois serão renovadas metade das cadeiras da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.
Desta forma, será definido o novo mapa do Congresso Nacional durante os dois anos restantes do
atual mandato da presidente Cristina Kirchner.
EQUIPE TÉCNICA
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP
Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior – DEREX
Diretor Titular: Roberto Giannetti da Fonseca
Gerente: Magaly Maria Menezes Manquete Coordenador Geral: José Luiz Pimenta Junior
Área de Defesa Comercial
Diretor Titular Adjunto: Eduardo de Paula Ribeiro
Coordenadora: Jacqueline Spolador Lopes Consultor: Domingos Mosca
Equipe: Beatriz Stevens, Bruno Youssef e Carolina Cover Estagiários: Patricia Azevedo e Arthur Gebrin
Endereço: Av. Paulista, 1313, 4º andar – São Paulo/SP – 01311-923 Telefone: (11) 3549-4761 Fax: (11) 3549-4730
As edições anteriores do Panorama Brasil-Argentina podem ser acessadas clicando aqui.

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Panorama Brasil/Argentina - Set/2013

  • 1. 1 Setembro | 2013 Panorama Econômico da Argentina: entre janeiro e julho, o saldo comercial argentino apresentou queda de 27,8% em relação ao mesmo período de 2012. Diante da redução das reservas internacionais, o governo instituiu a anistia a dólares não declarados no exterior. [págs. 02-03] Panorama do Comércio Bilateral: nos primeiros sete meses de 2013, o fluxo comercial bilateral apresentou aumento de 12,9% em relação ao mesmo mês de 2012, com elevação de 18,2% das exportações argentinas ao Brasil e aumento de 8,3% das importações argentinas originárias do Brasil. [págs. 03-04] Restrições Comerciais: a FIESP constatou atrasos de aproximadamente 230 dias na liberação de DJAIs, que correspondem atualmente ao principal mecanismo de controle das importações argentinas. [pág. 04] Acordo Automotivo: com vigência até julho de 2014, o acordo automotivo entre Brasil e Argentina ainda não foi revisado em termos de cotas, vigorando o livre comércio entre os dois países. [pág. 05] Brinquedos: A Decisão nº 37/12, no âmbito do Mercosul, prorroga a autorização para que os países membros apliquem alíquotas distintas da TEC (Tarifa Externa Comum) na importação de determinado grupo de brinquedos. [págs. 05-06] Defesa Comercial na Argentina: sumário das investigações em curso e medidas em vigor na Argentina contra produtos brasileiros [págs. 06-07] Panorama Político: ocorridas as eleições primárias em 11 de agosto de 2013, as eleições legislativas, a serem realizadas em 27 de outubro, terão prováveis impactos sobre o futuro político-econômico da Argentina. [pág. 07]
  • 2. 2 Panorama Econômico da Argentina • Entre janeiro e julho de 2013, o saldo comercial argentino foi de US$ 5,72 bi (queda de 27,8% em relação ao mesmo período de 2012). No referido período, as exportações totais foram de US$ 48,75 bi (elevação de 4,6% em relação a 2012), enquanto as importações totais atingiram o montante de US$ 43,02 bi (aumento de 11,2% em relação a 2012). Diante desse resultado, é possível que haja o enrijecimento do controle sobre as importações, com a finalidade de atingir o superávit de US$ 10 bi esperado. • Nos sete primeiros meses de 2013, a Argentina registrou um déficit na balança comercial de combustíveis de US$ 4,24 bi (diferença de 90,4% em relação ao déficit de US$ 2,22 bilhões, correspondente ao mesmo período de 2012). • Segundo relatório da Associação Argentina de Orçamento (ASAP), os subsídios argentinos ao setor energético atingiram, entre janeiro e julho de 2013, o montante de AR$ 45,28 bilhões (superando em 70,2% o mesmo período de 2012). • Nos últimos meses, observa-se uma distorção de preços relativos na Argentina, agravada pela elevada taxa de inflação concomitantemente aos subsídios argentinos supracitados. A título exemplificativo, um quilo de pão valia AR$5,8 no ano de 2008 e um mês de serviço de luz para uma residência na capital, por sua vez, valia AR$18,9 no mesmo ano. Atualmente, um quilo de pão vale AR$20 e um mês de serviço de luz para uma residência AR$18,9. Observa-se uma variação de 245,8% no quilo do pão, porém em relação ao serviço de luz não houve nenhuma variação. Dados Macroeconômicos - Argentina Taxa de câmbio (peso/US$) (ago/13) 5,57 Risco país* (ago/13) 1.050 Reservas (ago/13) US$ 37,04 bilhões Dívida Total (dez/12) US$ 197,5 bilhões Preços ao Consumidor** (Abeceb – jul/13) 24,9% Preços ao Consumidor (Indec - jul/13) 10,6% * Medido pelo índice EMBI+ Fonte: Abeceb.com ** Índice Geral de Inflação Reservas Internacionais e Câmbio Paralelo • As reservas internacionais argentinas reduziram significativamente nos últimos anos. Com o objetivo de reverter essa situação, o governo argentino instituiu medidas para a anistia a dólares não declarados no exterior. Estas foram anunciadas em maio e entraram em vigor em julho de 2013, e visam captar dólares para a economia sem que haja a necessidade de se declarar a origem dos mesmos. Para isto, foram desenhados dois instrumentos: o Cedin e o Baade. • Ambos os instrumentos são concedidos aos argentinos no momento em que estes entregam seus dólares ao governo. O Cedin é um instrumento financeiro que funciona como meio de pagamento para mediar uma transação imobiliária ou de construção civil. O Baade, por sua vez, é um título público de rendimento semestral fixado em 4% ao ano, cuja captação é destinada a investimentos em energia. • A iniciativa não obteve grandes resultados desde que entrou em vigor. Até o momento, ingressaram
  • 3. 3 aproximadamente US$ 25 milhões na economia (apenas 1% do valor esperado) e não se observa uma tendência de crescimento na adesão ao programa. Caso o governo não atinja seu objetivo de captar US$ 4 bilhões até outubro, provavelmente o prazo dos instrumentos será estendido. Investimentos • Aparentemente, os fatores de atração de Investimento Brasileiro Direto (IBD) para a Argentina vêm se deteriorando nos últimos anos, conforme é possível observar a seguir: Panorama do Comércio Bilateral • Nos sete primeiros meses de 2013, o fluxo comercial bilateral apresentou aumento de 12,9% em relação ao mesmo período de 2012, com elevação de 18,2% das exportações argentinas ao Brasil (que atingiram o valor de US$ 10,28 bilhões) e aumento de 8,3% das importações argentinas originárias do Brasil (atingindo o valor de US$ 11,18 bilhões). O saldo comercial brasileiro, entre janeiro e julho de 2013, foi de aproximadamente 0,90 bilhão, valor 44,4% inferior ao observado no mesmo período de 2012. Elaboração: DEREX Fonte: Aliceweb • No que diz respeito à balança comercial brasileira de manufaturados entre janeiro e julho, observa-se a presença da Argentina como principal destino das exportações brasileiras e a 3ª origem das importações. Média 2007 - 2008 2012 Fonte: Abeceb Crescimento do PIB Encargos Trabalhistas Remessa de Utilidades (DAPE) 6,6% 0,9% US$ 805 US$ 1.646 US$ 3.439 * apenas 2008 US$ 225 Fatores Período 0,00 1,00 2,00 3,00 1,63 0,90 Saldo comercial brasileiro com a Argentina (US$ bilhões) Jan a Jul 2012 Jan a Jul 2013
  • 4. 4 Elaboração: DEREX Fonte: Aliceweb • Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina - INDEC, de janeiro a julho de 2013 as exportações para a Argentina dos setores de bens de capital, bens intermediários e bens de consumo brasileiros sofreram variação de, respectivamente, 15%, -5% e 3% em relação ao mesmo período de 2012. Restrições Comerciais • A meta do governo para a ampliação do superávit argentino contribuiu para que as restrições comerciais persistissem durante primeiro semestre de 2013. O Secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, afirmou que as barreiras serão mantidas pelos próximos dois anos. Desvio de comércio IMPORTAÇÕES ARGENTINAS 2012 e 2013 ZONAS ECONÔMICAS E PAÍSES SELECIONADOS MILHÕES DE US$ VARIAÇÃO PERCENTUAL Jan-Jul /12 Jan-Jul /13 % Todas as origens 38.683 43.025 11 Brasil 10.092 11.160 11 Mercosul (inclusive Venezuela) 10.702 11.821 10 Resto ALADI (exclusive Venezuela) 1.042 1.775 70 China* 5.067 6.404 26 NAFTA 6.339 5.996 -5 União Europeia 7.447 8.008 8 * Inclui Hong Kong e Macau Fonte: INDEC/Aliceweb • As importações totais da Argentina elevaram-se em 11,2% nos sete primeiros meses do ano de 2013, em relação ao mesmo período em 2012. Neste período, as importações originárias do Brasil apresentaram aumento de 10,6%, enquanto as provenientes da China cresceram 26,3% frente a 2012. • As exportações brasileiras para a Argentina perderam participação em 12 setores. Em 10 setores como têxtil, calçados e suas partes, químico, metais e seus manufaturados, autopeças e couro isso ocorreu paralelamente ao aumento das importações originárias da China. • No mesmo período, o Brasil teve aumento de participação nas importações argentinas em 9 setores, incluindo material de transporte, maquinaria agrícola, automotivo, fertilizantes e fitossanitários. 1º 1º 2º 2º 3º 3º 4º 4º 5º 5º Exportações País Importações Total Total 1.866 1.768 50.933 Argentina Estados Unidos Páises Baixos Panamá México Jan a Jul/2013 Jan a Jul/2013País Balança Comercial brasileira de manufaturados Destinos e Origens (US$ Milhões) 20.483 18.959 8.364 8.214 5.752 115.006 China Estados Unidos Argentina Alemanha Coreia do Sul 10.170 7.504 3.355
  • 5. 5 Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI) • Desde fevereiro de 2012, a DJAI se tornou o principal instrumento argentino de controle das importações, sendo obrigatória para todos os produtos que tenham como destino final o mercado interno. • Em consulta realizada pela FIESP, diversos setores registraram atrasos na aprovação das DJAIs, incluindo químico, têxtil, alimentício, de máquinas e equipamentos, papel, plásticos, dentre outros. • Segundo a Receita Federal da Argentina (AFIP), o prazo para análise das Declarações está entre 3 e 10 dias corridos, mas alguns atrasos já se aproximam de 230 dias. Acordo Automotivo • O acordo automotivo entre Brasil e Argentina, renovado em maio de 2008, possui vigência até julho de 2014. No entanto, o acordo estipula que, a partir de 1º de julho de 2013, o comércio de produtos automotivos entre os países não estará mais sujeito a tarifas e a limitações quantitativas, conforme dispositivo previsto no próprio acordo renegociado em 2008. • O acordo determina um Coeficiente de Desvio sobre as Exportações no Comércio Bilateral. Referido coeficiente estabeleceu que, até 30 de junho de 2013, para cada dólar importado de produtos automotivos da Argentina, o Brasil poderia exportar o equivalente a US$ 1,95. Por sua vez, a Argentina, para cada dólar importado do Brasil poderia exportar o equivalente a US$ 2,5. Acima desses limites as exportações seriam tributadas. • Na prática, observa-se um equilíbrio histórico na balança comercial automotiva bilateral, de modo que os coeficientes não são utilizados até o limite de vendas permitido. • O Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ressaltou em uma audiência pública ocorrida em julho no Senado que para o Brasil não haveria nenhum problema em caminhar para o livre comércio definitivo. A Argentina, no entanto, prefere manter o acordo como estava ou aprimorá-lo. • Para que o acordo seja renegociado, o Brasil exige, dentre outras condições, a liberação das DJAIs. Na ausência de um acordo entre as partes até o momento, vigora o acordo atual, sob o regime de livre comércio. Aumento temporário do Imposto de Importação para brinquedos • Foi prorrogada no âmbito do Mercosul, por meio da Decisão nº 37/12, a autorização para que os países membros apliquem alíquotas distintas da TEC (Tarifa Externa Comum) para um grupo de produtos relacionados a brinquedos. A primeira autorização para a elevação da alíquota de importação dos produtos em questão ocorrera em 2010, tendo sido prorrogada pela 1ª vez em 2011.
  • 6. 6 • A Decisão do Mercosul visa gerar condições favoráveis para as indústrias das economias regionais e promover a integração de cadeias produtivas no setor de brinquedos em todos os países membros. • Em agosto deste ano a Argentina adotou a Decisão do Mercosul, elevando para 35% o imposto de importação para 14 produtos. As novas alíquotas aplicam-se apenas a países não membros do Mercosul e terão vigência até 31 de dezembro de 2014. A partir de 2015, na ausência de uma nova norma do Mercosul, todos os produtos abrangidos pela medida argentina retornarão à alíquota original de 20%. • Dentre os produtos abrangidos, destacam-se: triciclos, patinetes, carros de pedais, bonecos com mecanismo corda ou elétrico, quebra-cabeças e trens elétricos. Medidas de defesa comercial na Argentina contra o Brasil • Atualmente, há cinco investigações de dumping em curso, três compromissos de preços e seis direitos antidumping definitivos em vigor contra produtos brasileiros na Argentina. Essas medidas são apresentadas a seguir: Investigações de Defesa Comercial contra produtos brasileiros Produto NCM País Data da Abertura Tipo de Medida Madeiras compensadas 4412.32.00 Brasil 02/01/2013 DumpingChina Uruguai Cerâmica 6802.10.00 Brasil 02/01/2013 Dumping 6802.91.00 6907.10.00 6907.90.00 6908.10.00 China 6908.90.00 7016.10.00 7016.90.00 Correia transportad. de borracha 4010.12.00 Brasil 30/05/2012 Dumping China Recipientes para acumuladores elétricos 8507.90.20 Brasil 30/05/2012 Dumping Transformadores trifásicos 8504.23.00 Brasil 17/07/2012 Dumping (Revisão)* Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina * O direito antidumping continua em vigor enquanto perdurar a revisão. Medidas de Defesa Comercial em vigor contra produtos brasileiros Produto NCM País Tipo de Medida Prazo de vigência Aparelhos p/ processar alimentos c/ motor elétrico 8509.40.50 Brasil Direito Antidumping Definitivo 08/07/2015 China
  • 7. 7 Acessórios moldados p/ tubos de ferro fundido 7307.19.10 Brasil Direito Antidumping Definitivo 20/11/2015 7307.19.90 China Outros compressores para gases 8414.80.32 Brasil Direito Antidumping Definitivo 17/03/2016 8414.30.99 Talheres 8211.10.00 8211.91.00 Brasil China Compromisso de preços 30/09/2014 8215.20.00 8215.99.10 Direito Antidumping Definitivo 26/10/2014 Fios de fibra acrílica 5509.31.00 Brasil Indonésia Compromisso de preços 25/09/2014 5509.32.00 Direito Antidumping Definitivo 26/09/2014 Tintas de Impressão 3215.11.00 3215.19.00 3204.17.00 3212.90.90 Brasil Compromisso de preços 18/01/2014 Direito Antidumping Definitivo 18/01/2016 Fonte: Ministério de Economia e Finanças da Argentina Panorama Político • O resultado das eleições argentinas Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO), realizadas em 11 de agosto, não foi favorável para o oficialismo (partido da situação), que obteve apenas 27% dos votos. A vitória do líder da Frente Renovadora, Sergio Massa, na província de Buenos Aires, deu-se com seis pontos percentuais de vantagem sobre o candidato Martin Insaurralde, do Frente para la Victoria, partido de Cristina Kirchner. • O partido Frente para la Victoria não só foi derrotado na província de Buenos Aires, como também nos principais distritos eleitorais: Córdoba, Santa Fé, Mendoza, Corrientes e em Santa Cruz, terra natal de Kirchner e domicílio eleitoral de Cristina. • As eleições legislativas de outubro terão papel chave diante das eleições presidenciais de 2015, pois serão renovadas metade das cadeiras da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. Desta forma, será definido o novo mapa do Congresso Nacional durante os dois anos restantes do atual mandato da presidente Cristina Kirchner. EQUIPE TÉCNICA Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior – DEREX Diretor Titular: Roberto Giannetti da Fonseca Gerente: Magaly Maria Menezes Manquete Coordenador Geral: José Luiz Pimenta Junior Área de Defesa Comercial Diretor Titular Adjunto: Eduardo de Paula Ribeiro Coordenadora: Jacqueline Spolador Lopes Consultor: Domingos Mosca Equipe: Beatriz Stevens, Bruno Youssef e Carolina Cover Estagiários: Patricia Azevedo e Arthur Gebrin Endereço: Av. Paulista, 1313, 4º andar – São Paulo/SP – 01311-923 Telefone: (11) 3549-4761 Fax: (11) 3549-4730 As edições anteriores do Panorama Brasil-Argentina podem ser acessadas clicando aqui.