SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 15
História da Música I – 5ª aula
Música do séc. XIV
Ars Nova
Philippe de Vitry
Guillaume de Machaut
Século XIV – contexto histórico
• Crise econômica (instabilidade);
• Peste Negra (1348 – 50);
• Guerra dos Cem Anos (1338-1453);
• Movimentos migratórios;
• Na cultura:
• Primeiros passos do humanismo;
• Arte Gótica: literatura, arquitetura, pintura, escultura, teatro e música.
• Florescimento da literatura em língua vernácula;
- Dante (A Divina Comédia – 1307);
- Bocácio (Decameron – 1353), ambas escrita em língua Toscana (italiano
atual).
• Pintura: Giotto (1266-1337) sua obra representa o elo entre a pintura
medieval (bizantina) e o renascimento. Característica: humanização da
figura dos santos, perspectiva.
Giotto (Visitação da Virgem Maria a Santa Isabel – 1306)
Mosaico séc VI– Basílica de San Vitale
(Ravena Itália)
Arquitetura Românica
Fachada da Sé Velha de Coimbra
Arquitetura Gótica
Catedral de Amiens (França) - Desenho que representa as estruturas eclesiásticas do estilo gótico
Séc XIV - Música
• A era gótica da música compreende os períodos da Ars Antiqua e da Ars Nova.
• Relação entre a arquitetura e música: românico (pesado, horizontal = cantochão) e
gótico (vertical = polifonia);
• Ars nova (nova arte ou nova técnica) em oposição a Ars antiqua (Escola de Notre
Dame).
- Título do tratado escrito por Philippe de Vitry (1322-23);
- Philippe de Vitry (1291 – 1361): poeta, compositor e bispo de Meaux (1351).
- Escola de composição cujo estilo foi predominante na França na primeira metade do
séc. XIV.
- Características:
a) Desenvolvimento do hoqueto;
b) Desenvolvimento de diferentes formas de imitação;
c) Desenvolvimento de figuras rítmicas menores que a semibreve.
Ars Nova
• Roman de Faurel (1310-14): registro mais antigo
do repertório do séc XIV.
• Poema composto por 167 peças monofônicas
(canções e outros tipos de cantochão) e
polifônicas (34 motetos). Autoria de vários
compositores.
• Cinco motetos desta obra são atribuídos a
Philippe de Vitry
Música da Ars Nova
• O princípio da isorritmia já existia na ars
antiqua (modos rítmicos), no entanto aqui este
foi usado de forma mais sistemática e complexa.
• Outra importância da isorritmia na música do
séc. XIV: unidade na estrutura composicional.
Música da Ars Nova
• Características:
• Produção de mais música profana do que sacra;
• O uso de dois padrões no tenor dos motetos:
a) Padrões de intervalos melódicos (color);
b) Padrões ritmicos (tálea);
c) A combinação destes padrões poderia acontecer de
diversas formas.
• Os motetos que apresentavam o tenor com estas
características recebiam o nome de moteto
isorrítmico.
Guillaume de Machaut (c.1300-1377)
• Compositor francês mais importante da Ars Nova;
• Uma das caracteristicas: uso mais frequente dos
intervalos de 3ª e 6ª.
• Obra:
- 23 motetos sacros
- Forma: geralmente um tenor litúrgico (instrumental) e
textos diferentes para as vozes mais agudas;
- Ritmo mais complexo;
- Estrutura isorrítmica (em alguns casos não apenas no
tenor).
- Uso do hoqueto.
Guillaume de Machaut (c.1300-1377)
• Obras profanas: monofônicas e polifônicas.
• As obras monofônicas seguem a tradição dos
troveiros.
• O que diferencia a obra profana de Machaut é a
estrutura das músicas.
• Três formas fixas: rondeau, viralai e a balada.
- 19 lais;
- 25 viralais (canções na forma Abba)
A (refrão), b (primeira parte da estrofe), a (segunda
parte da estrofe com a mesma melodia do refrão).
- 07 viralais polifônicos (2 e 3 vozes);
Guillaume de Machaut (c.1300-1377)
• Obras profanas:
- 41 baladas (3 estrofes – rimas com a mesma métrica)
- 22 rondeux (duas frases musicais combinadas no esquema
AB)
• Obra mais importante: Missa de Notre Dame a 4 vozes.
- Ordinário da missa (kyrie, gloria, credo, sanctus et
benedictus, agnus dei, ite missa est).
- Pela primeira vez uma missa foi composta com a idéia de
unidade.
- Segundo analistas a missa possui um motivo musical que se
faz presente durante toda obra:
Música Ficta
• Ficta (do latim falsa ou simulada) em oposição a musica
“recta” ou “vera” (notas situadas na mão guidoniana);
• São alterações cromáticas não indicadas na partitura que
deveriam ser realizadas pelo intérprete.
• Teóricos do séc. XIII dividiam a música ficta em duas
categorias:
a) Causa necessitatis (por necessidade, ex: o sib para evitar o
trítono com o fá);
b) Causa pulchritudinis (por razão da beleza, ex: alteração nas
cadências)
Música Ficta (cadências)

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

História da música i – 10ª aula
História da música i – 10ª aulaHistória da música i – 10ª aula
História da música i – 10ª aulaLeonardo Brum
 
História da música i – 11ª aula
História da música i – 11ª aulaHistória da música i – 11ª aula
História da música i – 11ª aulaLeonardo Brum
 
História da Música I: 4ª aula
História da Música I:   4ª aulaHistória da Música I:   4ª aula
História da Música I: 4ª aulaLeonardo Brum
 
Principais artistas barrocos
Principais artistas barrocosPrincipais artistas barrocos
Principais artistas barrocosEdergilian Sousa
 
Musicas romanticas
Musicas romanticasMusicas romanticas
Musicas romanticasthais002
 
Arte Barroca - Peter Paul Rubens
Arte Barroca - Peter Paul RubensArte Barroca - Peter Paul Rubens
Arte Barroca - Peter Paul RubensMagda Oliveira
 
História da Música I: aula inaugural
História da Música I:   aula inauguralHistória da Música I:   aula inaugural
História da Música I: aula inauguralLeonardo Brum
 
David de Bernini
David de BerniniDavid de Bernini
David de Berninihcaslides
 
Artes performáticas: Música,teatro e festividades
Artes performáticas: Música,teatro e festividadesArtes performáticas: Música,teatro e festividades
Artes performáticas: Música,teatro e festividadesMárcia Cristine
 
Generalidades do barroco musical
Generalidades do barroco musicalGeneralidades do barroco musical
Generalidades do barroco musicalprotus1982
 
Barroco holandês
Barroco holandêsBarroco holandês
Barroco holandêsmirandakika
 
Renascimento parte 2
Renascimento parte 2 Renascimento parte 2
Renascimento parte 2 lucas_12
 
Monteverdi e a escola operática veneziana
Monteverdi e a escola operática venezianaMonteverdi e a escola operática veneziana
Monteverdi e a escola operática venezianaprotus1982
 

La actualidad más candente (20)

História da música i – 10ª aula
História da música i – 10ª aulaHistória da música i – 10ª aula
História da música i – 10ª aula
 
História da música i – 11ª aula
História da música i – 11ª aulaHistória da música i – 11ª aula
História da música i – 11ª aula
 
História da Música I: 4ª aula
História da Música I:   4ª aulaHistória da Música I:   4ª aula
História da Música I: 4ª aula
 
Principais artistas barrocos
Principais artistas barrocosPrincipais artistas barrocos
Principais artistas barrocos
 
Musicas romanticas
Musicas romanticasMusicas romanticas
Musicas romanticas
 
Arte Barroca - Peter Paul Rubens
Arte Barroca - Peter Paul RubensArte Barroca - Peter Paul Rubens
Arte Barroca - Peter Paul Rubens
 
História da Música I: aula inaugural
História da Música I:   aula inauguralHistória da Música I:   aula inaugural
História da Música I: aula inaugural
 
David de Bernini
David de BerniniDavid de Bernini
David de Bernini
 
Artes performáticas: Música,teatro e festividades
Artes performáticas: Música,teatro e festividadesArtes performáticas: Música,teatro e festividades
Artes performáticas: Música,teatro e festividades
 
Romantismo musica
Romantismo musicaRomantismo musica
Romantismo musica
 
A música clássica (Classicismo)
A música clássica (Classicismo)A música clássica (Classicismo)
A música clássica (Classicismo)
 
Generalidades do barroco musical
Generalidades do barroco musicalGeneralidades do barroco musical
Generalidades do barroco musical
 
Barroco holandês
Barroco holandêsBarroco holandês
Barroco holandês
 
Rubens
RubensRubens
Rubens
 
Pinturamedieval
PinturamedievalPinturamedieval
Pinturamedieval
 
Renascimento parte 2
Renascimento parte 2 Renascimento parte 2
Renascimento parte 2
 
Barroco pintura
Barroco pinturaBarroco pintura
Barroco pintura
 
Bernini
BerniniBernini
Bernini
 
Monteverdi e a escola operática veneziana
Monteverdi e a escola operática venezianaMonteverdi e a escola operática veneziana
Monteverdi e a escola operática veneziana
 
Musica Barroca
Musica BarrocaMusica Barroca
Musica Barroca
 

Destacado (10)

Gotico in Europa
Gotico in EuropaGotico in Europa
Gotico in Europa
 
Arte Gótica
Arte GóticaArte Gótica
Arte Gótica
 
A arquitetura gótica
A arquitetura góticaA arquitetura gótica
A arquitetura gótica
 
Arquitetura românica
Arquitetura românicaArquitetura românica
Arquitetura românica
 
Arte gótica
Arte góticaArte gótica
Arte gótica
 
L’architettura italiana dal romanico al barocco.
L’architettura italiana dal romanico al barocco.L’architettura italiana dal romanico al barocco.
L’architettura italiana dal romanico al barocco.
 
26. Architettura gotica - Caratteri generali
26. Architettura gotica - Caratteri generali26. Architettura gotica - Caratteri generali
26. Architettura gotica - Caratteri generali
 
A pintura gótica i
A pintura gótica iA pintura gótica i
A pintura gótica i
 
Arte gótico P.P.T.
Arte gótico P.P.T.Arte gótico P.P.T.
Arte gótico P.P.T.
 
A escultura gótica
A escultura góticaA escultura gótica
A escultura gótica
 

Similar a História da Música do Séc. XIV

História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)
História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)
História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)Leonardo Brum
 
Breve HistóRia Da MúSica Erudita
Breve HistóRia Da MúSica EruditaBreve HistóRia Da MúSica Erudita
Breve HistóRia Da MúSica EruditaHOME
 
A Música no período de Da Vinci e o seu Desenvolvimento
A Música no período de Da Vinci e o seu DesenvolvimentoA Música no período de Da Vinci e o seu Desenvolvimento
A Música no período de Da Vinci e o seu DesenvolvimentoJofran Lirio
 
Primórdios da ópera e l'orfeo
Primórdios da ópera e l'orfeoPrimórdios da ópera e l'orfeo
Primórdios da ópera e l'orfeoprotus1982
 
Musica Medieval
Musica MedievalMusica Medieval
Musica MedievalHOME
 
Historia da musica
Historia da musicaHistoria da musica
Historia da musicadiogo_lopes
 
Historia da música clássica
Historia da música clássicaHistoria da música clássica
Historia da música clássicaUmberto Pacheco
 
História da música clássica
História da música clássicaHistória da música clássica
História da música clássicaOracy Filho
 
Música Medieval - Prof.Altair Aguilar
Música Medieval -  Prof.Altair AguilarMúsica Medieval -  Prof.Altair Aguilar
Música Medieval - Prof.Altair AguilarAltair Moisés Aguilar
 
Powerpoint bibliomusica
Powerpoint bibliomusicaPowerpoint bibliomusica
Powerpoint bibliomusicaRuteFolhas
 
Módulo 3 - Caso Prático 1 Canto Gregoriano
Módulo 3 - Caso Prático 1 Canto GregorianoMódulo 3 - Caso Prático 1 Canto Gregoriano
Módulo 3 - Caso Prático 1 Canto GregorianoCarla Freitas
 
Introdução ao Espiritismo - música
Introdução ao Espiritismo - músicaIntrodução ao Espiritismo - música
Introdução ao Espiritismo - músicaDenise Aguiar
 
A HistóRia Da MúSic1
A HistóRia Da MúSic1A HistóRia Da MúSic1
A HistóRia Da MúSic1HOME
 
História da música
História da músicaHistória da música
História da músicaMeire Falco
 
Música, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e Barroco
Música, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e BarrocoMúsica, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e Barroco
Música, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e BarrocoGabriel Resende
 

Similar a História da Música do Séc. XIV (20)

História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)
História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)
História da Música I - 7ª e 8ª aulas (Renascimento)
 
M6 - A canção na virada do século XVI.PPT
M6 - A canção na virada do século XVI.PPTM6 - A canção na virada do século XVI.PPT
M6 - A canção na virada do século XVI.PPT
 
Breve HistóRia Da MúSica Erudita
Breve HistóRia Da MúSica EruditaBreve HistóRia Da MúSica Erudita
Breve HistóRia Da MúSica Erudita
 
A Música no período de Da Vinci e o seu Desenvolvimento
A Música no período de Da Vinci e o seu DesenvolvimentoA Música no período de Da Vinci e o seu Desenvolvimento
A Música no período de Da Vinci e o seu Desenvolvimento
 
Primórdios da ópera e l'orfeo
Primórdios da ópera e l'orfeoPrimórdios da ópera e l'orfeo
Primórdios da ópera e l'orfeo
 
Musica Medieval
Musica MedievalMusica Medieval
Musica Medieval
 
Parfor aula 7 classicismo
Parfor aula 7 classicismoParfor aula 7 classicismo
Parfor aula 7 classicismo
 
Historia da musica
Historia da musicaHistoria da musica
Historia da musica
 
Historia da música clássica
Historia da música clássicaHistoria da música clássica
Historia da música clássica
 
Provadeartemusicadançaeteatro
ProvadeartemusicadançaeteatroProvadeartemusicadançaeteatro
Provadeartemusicadançaeteatro
 
História da música clássica
História da música clássicaHistória da música clássica
História da música clássica
 
Música Medieval - Prof.Altair Aguilar
Música Medieval -  Prof.Altair AguilarMúsica Medieval -  Prof.Altair Aguilar
Música Medieval - Prof.Altair Aguilar
 
Powerpoint bibliomusica
Powerpoint bibliomusicaPowerpoint bibliomusica
Powerpoint bibliomusica
 
Powerpoint bibliomusica
Powerpoint bibliomusicaPowerpoint bibliomusica
Powerpoint bibliomusica
 
Módulo 3 - Caso Prático 1 Canto Gregoriano
Módulo 3 - Caso Prático 1 Canto GregorianoMódulo 3 - Caso Prático 1 Canto Gregoriano
Módulo 3 - Caso Prático 1 Canto Gregoriano
 
Introdução ao Espiritismo - música
Introdução ao Espiritismo - músicaIntrodução ao Espiritismo - música
Introdução ao Espiritismo - música
 
HM II - Programa.pdf
HM II - Programa.pdfHM II - Programa.pdf
HM II - Programa.pdf
 
A HistóRia Da MúSic1
A HistóRia Da MúSic1A HistóRia Da MúSic1
A HistóRia Da MúSic1
 
História da música
História da músicaHistória da música
História da música
 
Música, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e Barroco
Música, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e BarrocoMúsica, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e Barroco
Música, Artes Visuais, Dança e Teatro - Idade Média, Renascimento e Barroco
 

História da Música do Séc. XIV

  • 1. História da Música I – 5ª aula Música do séc. XIV Ars Nova Philippe de Vitry Guillaume de Machaut
  • 2. Século XIV – contexto histórico • Crise econômica (instabilidade); • Peste Negra (1348 – 50); • Guerra dos Cem Anos (1338-1453); • Movimentos migratórios; • Na cultura: • Primeiros passos do humanismo; • Arte Gótica: literatura, arquitetura, pintura, escultura, teatro e música. • Florescimento da literatura em língua vernácula; - Dante (A Divina Comédia – 1307); - Bocácio (Decameron – 1353), ambas escrita em língua Toscana (italiano atual). • Pintura: Giotto (1266-1337) sua obra representa o elo entre a pintura medieval (bizantina) e o renascimento. Característica: humanização da figura dos santos, perspectiva.
  • 3. Giotto (Visitação da Virgem Maria a Santa Isabel – 1306)
  • 4. Mosaico séc VI– Basílica de San Vitale (Ravena Itália)
  • 5. Arquitetura Românica Fachada da Sé Velha de Coimbra
  • 6. Arquitetura Gótica Catedral de Amiens (França) - Desenho que representa as estruturas eclesiásticas do estilo gótico
  • 7. Séc XIV - Música • A era gótica da música compreende os períodos da Ars Antiqua e da Ars Nova. • Relação entre a arquitetura e música: românico (pesado, horizontal = cantochão) e gótico (vertical = polifonia); • Ars nova (nova arte ou nova técnica) em oposição a Ars antiqua (Escola de Notre Dame). - Título do tratado escrito por Philippe de Vitry (1322-23); - Philippe de Vitry (1291 – 1361): poeta, compositor e bispo de Meaux (1351). - Escola de composição cujo estilo foi predominante na França na primeira metade do séc. XIV. - Características: a) Desenvolvimento do hoqueto; b) Desenvolvimento de diferentes formas de imitação; c) Desenvolvimento de figuras rítmicas menores que a semibreve.
  • 8. Ars Nova • Roman de Faurel (1310-14): registro mais antigo do repertório do séc XIV. • Poema composto por 167 peças monofônicas (canções e outros tipos de cantochão) e polifônicas (34 motetos). Autoria de vários compositores. • Cinco motetos desta obra são atribuídos a Philippe de Vitry
  • 9. Música da Ars Nova • O princípio da isorritmia já existia na ars antiqua (modos rítmicos), no entanto aqui este foi usado de forma mais sistemática e complexa. • Outra importância da isorritmia na música do séc. XIV: unidade na estrutura composicional.
  • 10. Música da Ars Nova • Características: • Produção de mais música profana do que sacra; • O uso de dois padrões no tenor dos motetos: a) Padrões de intervalos melódicos (color); b) Padrões ritmicos (tálea); c) A combinação destes padrões poderia acontecer de diversas formas. • Os motetos que apresentavam o tenor com estas características recebiam o nome de moteto isorrítmico.
  • 11. Guillaume de Machaut (c.1300-1377) • Compositor francês mais importante da Ars Nova; • Uma das caracteristicas: uso mais frequente dos intervalos de 3ª e 6ª. • Obra: - 23 motetos sacros - Forma: geralmente um tenor litúrgico (instrumental) e textos diferentes para as vozes mais agudas; - Ritmo mais complexo; - Estrutura isorrítmica (em alguns casos não apenas no tenor). - Uso do hoqueto.
  • 12. Guillaume de Machaut (c.1300-1377) • Obras profanas: monofônicas e polifônicas. • As obras monofônicas seguem a tradição dos troveiros. • O que diferencia a obra profana de Machaut é a estrutura das músicas. • Três formas fixas: rondeau, viralai e a balada. - 19 lais; - 25 viralais (canções na forma Abba) A (refrão), b (primeira parte da estrofe), a (segunda parte da estrofe com a mesma melodia do refrão). - 07 viralais polifônicos (2 e 3 vozes);
  • 13. Guillaume de Machaut (c.1300-1377) • Obras profanas: - 41 baladas (3 estrofes – rimas com a mesma métrica) - 22 rondeux (duas frases musicais combinadas no esquema AB) • Obra mais importante: Missa de Notre Dame a 4 vozes. - Ordinário da missa (kyrie, gloria, credo, sanctus et benedictus, agnus dei, ite missa est). - Pela primeira vez uma missa foi composta com a idéia de unidade. - Segundo analistas a missa possui um motivo musical que se faz presente durante toda obra:
  • 14. Música Ficta • Ficta (do latim falsa ou simulada) em oposição a musica “recta” ou “vera” (notas situadas na mão guidoniana); • São alterações cromáticas não indicadas na partitura que deveriam ser realizadas pelo intérprete. • Teóricos do séc. XIII dividiam a música ficta em duas categorias: a) Causa necessitatis (por necessidade, ex: o sib para evitar o trítono com o fá); b) Causa pulchritudinis (por razão da beleza, ex: alteração nas cadências)