O documento discute a história e os métodos da pesquisa qualitativa, comparando abordagens entre Alemanha e Estados Unidos. Também aborda as diferenças entre pesquisa qualitativa e quantitativa, além de questões éticas na pesquisa qualitativa.

1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS –
PPGCCon
Disciplina: Métodos Qualitativos de Pesquisa
Prof. Dr. Diogo Henrique Silva de Lima
Estrutura de Procedimento da Pesquisa Qualitativa
Francisco Felipe da Silva
João Victor Joaquim

2. Programa de Aula
1. História da Pesquisa Qualitativa.
2. Pesquisa Qualitativa x Pesquisa Quantitativa.
3. Questões éticas e políticas relativas à Pesquisa Qualitativa.

3. HISTÓRIA DA
PESQUISA QUALITATIVA

4. 1. HISTÓRIA DA PESQUISA QUALITATIVA
Pluralização
das esferas
da vida
Necessidade
de estudo
das relações
sociais
Necessidades
não supridas
pela pesquisa
quantitativa

5. 1. HISTÓRIA DA PESQUISA QUALITATIVA
A psicologia e as ciências sociais em geral
possuem longa tradição na aplicação de
métodos qualitativos.(Flick, 2009, p. 25)

6. 1. HISTÓRIA DA PESQUISA QUALITATIVA
• Wilhelm Wundt (1928) – utilizou métodos de descrição em sua
psicologia popular, lado a lado com métodos experimentais de
sua psicologia geral.
• Sociologia alemã (mesma época) – iniciou-se uma discussão
entre uma concepção mais monográfica da ciência, orientada
para a indução e para os estudos de caso, e uma abordagem
empírica e estatística.
• Sociologia norte-americana (até a década de 1940) – os
métodos biográficos, os estudos de caso e os métodos descritivos
foram centrais. Com destaque para a influência da Escola de
Chicago na área de sociologia.

7. 1. HISTÓRIA DA PESQUISA QUALITATIVA
• Depois da década de 1970 – a crítica da pesquisa social
padronizada e quantitativa tornou-se novamente relevante na
sociologia norte-americana.
• Década de 1970 - esta crítica foi absorvida nas discussões
alemãs, levando ao renascimento da pesquisa qualitativa nas
ciências sociais e psicologia.

8. 1.1 Avanços em regiões de língua alemã
• Primeiros Estudos
Final Séc. XIX e Início Séc. XX
• Fase de Importação das técnicas norte-americanas
Início da Década de 1970
• Início das discussões originais - sobre como aplicar e analisar as
entrevistas, e sobre questões metodológicas que vêm
estimulando uma pesquisa extensiva. A questão central era
saber se tais avanços da teoria eram modismo, tendência ou
novo começo.
Final da Década de 1970

9. 1.1 Avanços em regiões de língua alemã
• Desenvolvimento de métodos originais - A entrevista narrativa (Shutze) e
a hermenêutica objetiva (Oevermann), como métodos originais, são
cruciais para o desenvolvimento da pesquisa qualitativa na Alemanha.
Ambos não se tratavam de uma importação dos avanços norte-americanos
(como observação participante e entrevista focal) e estimularam a prática
extensiva da pesquisa.
Décadas de 1970 e 1980
• Consolidação e questões de procedimento - discussões sobre: validade e
capacidade de generalização das descobertas a partir de métodos
qualitativos; apresentação e transparência dos resultados; quantidade e
natureza não-estruturada dos dados que exigem a utilização de
computadores.
Final da década de 1980 e 1990
• Prática de pesquisa
Desde a década de 1980
(Flick, 2009)

10. 1.2 O debate nos Estados Unidos
Denzin e Lincoln (2006) identificaram 7 momentos da pesquisa
qualitativa.
• A pesquisa qualitativa interessou-se pela descrição ou
interpretação mais ou menos objetiva do outro, do diferente
(estrangeiro ou estranho). Etnografia de Malinowski.
1º - Período Tradicional - 1900 a 1950
• Tentativa de formalização da pesquisa qualitativa com mais
publicações de livros acadêmicos nos EUA;
2º - Fase Modernista - 1950 a 1970
• Diversos modelos de interpretações teóricas dos objetos e dos
métodos, e a partir deles os pesquisador pode escolher e
comparar paradigmas alternativos: interacionismo simbólico,
etnometodologia, fenomenologia, semiótica e feminismo.
3º - Gêneros (Estilos) Obscuros - 1970 a 1986

11. 1.2 O debate nos Estados Unidos
• O processo de exposição do conhecimento e das descobertas torna-
se essencial no processo de pesquisa. (Novas críticas: validade,
confiabilidade, objetividade)
4º - Crise da Representação – 1986 a 1990
• A ênfase é deslocada para as teorias que passaram a ser encaradas
como narrativas do campo, com o interesse de representar o outro,
com pesquisa mais voltada para ação, participação e ativismo.
5º - Pós-Moderno – 1990 a 1995
• Vincula questões da pesquisa qualitativa a políticas democráticas.
6º - Investigação Pós-Experimental – 1995 a 2000
• O futuro da pesquisa qualitativa
7º - Futuro – A partir de 2000

12. 1.2 O debate nos Estados Unidos
Conclusões de Denzin e Lincoln (2006):
• Cada um dos momentos anteriores está em ação nos dias de
hoje;
• Nunca houve tantos métodos, critérios e estratégias no
campo da pesquisa qualitativa como agora;
• Estamos num momento de descobertas e redescobertas;
• A classe, a raça, o gênero e etnicidade tornaram a pesquisa
qualitativa em um processo multicultural.

13. Comparação: Alemanha x EUA
ALEMANHA Consolidação metodológica crescente, complementada
por uma concentração sobre questões relativas aos
procedimentos em uma prática de pesquisa crescente.
EUA Avanços recentes caracterizam-se por uma tendência ao
questionamento das certezas aparentes providas pelos
métodos. O papel da apresentação no processo de
pesquisa, a crise da representação e a relatividade
daquilo que é apresentado têm sido enfatizados.
(Adaptado de Flick, 2009)

14. PESQUISA QUALITATIVA
VERSUS
PESQUISA QUANTITATIVA

15. 2. 1 PESQUISA QUALITATIVA x PESQUISA QUANTITATIVA
O desenvolvimento
dos métodos
qualitativos ocorreu
em um contexto de
crítica aos métodos
e às estratégias
quantitativas de
pesquisa.
(Flick, 2009)

16. 2. 1 PESQUISA QUALITATIVA x PESQUISA QUANTITATIVA
As relações entre pesquisa qualitativa e quantitativa aparecem
discutidas e estabelecidas em diferentes níveis:
• Epistemologia e metodologia;
• Planos de pesquisa que combinem ou integrem o uso de
dados e/ou de métodos qualitativos e quantitativos;
• Métodos de pesquisa que sejam tanto qualitativos quanto
quantitativos;
• Vinculação das descobertas da pesquisa qualitativa às da
quantitativa;
• Generalização das descobertas;
• Avaliação da qualidade da pesquisa – aplicação de critérios
quantitativos à pesquisa qualitativa ou vice-versa;

17. 2.1.1 Comparabilidade dos Métodos
Fator de
Comparabilidade Quantitativo Qualitativo
Corrente Positivismo Fenomenologia
Objetivo Científico
Busca explicar o comportamento das
coisas
Busca a compreensão da dinâmica do
ser humano
Lógica do método Dedutivo Indutivo
Temas Ocorrências gerais Casos específicos
Perfil da amostra
Maior número de sujeitos que
representem a população
Menor número de sujeitos com
características de certa subpopulação
Amostragem
Randomizada. Indivíduos selecionados
ao acaso.
Intencional. Busca pelos indivíduos que
vivenciam o problema em questão
Projeto de pesquisa
Recursos e procedimentos
preestabelecidos
Recursos e procedimentos ajustáveis e
flexíveis
Estudo das variáveis Controle de variáveis Variáveis livres
Apresentação dos
resultados Em linguagem matemática
Apresentação das observações do
campo e citações literais
Comparação com
literatura
Confronta os resultados com outras
pesquisas
Confronta os novos conceitos com os
construídos em outras pesquisas
Conclusões sobre
hipóteses
Confirma ou refuta as hipóteses
preestabelecidas
Hipóteses iniciais e posteriores revistas.
Construção de conceitos.
Fonte: Adaptado de Turato, 2005.

18. 2.1.2 Definindo campos de aplicação
Verificar as estratégias de pesquisa separadamente, porém
lado a lado, dependendo do assunto e da questão de
pesquisa. Cada método abstém-se de entrar no território do
outro.
Exemplo:
Objetivo de Pesquisa Método
O pesquisador deseja saber algo sobre
a experiência subjetiva de uma doença
mental crônica.
QUALITATIVO – Realizar entrevistas
biográficas com alguns pacientes e
analisa-las detalhadamente
O pesquisador pretende descobrir algo
sobre a frequência e a distribuição
dessas doenças na população.
QUANTITATIVO – Realizar estudo
epidemiológico.
(Flick, 2009)

19. 2.1.3 O predomínio da pesquisa quantitativa
sobre a pesquisa qualitativa
Abordagem ainda dominante nos livros acadêmicos e na
prática de pesquisa qualitativa.
Argumentos como o da representatividade da amostra são
empregados para substanciar a alegação de que apenas dados
quantitativos conduzem a resultados no verdadeiro sentido da
palavra, ao passo que dados qualitativos teriam uma função
mais ilustrativa.

20. 2.1.4 A superioridade da pesquisa qualitativa
sobre a pesquisa quantitativa
Flick (2009) relaciona:
Oevermann (1979) – os métodos quantitativos são apenas atalhos
econômicos de pesquisa para o processo de geração de dados, visto
que somente os métodos qualitativos são capazes de fornecer
verdadeiras explicações científicas dos fatos.
Kleining (1982) – os métodos qualitativos podem muito bem
prescindir da utilização posterior de métodos quantitativos, já que
estes precisam daqueles para explicar as relações que identificam.
Cicourel (1981) – os métodos qualitativos são especialmente
adequados para a solução de questões microssociológicas, e os
métodos quantitativos apropriados às questões marcossociológicas.
McKinlay (1995) – na saúde, são os métodos qualitativos que levam
a resultados relevantes nos que diz respeito a temas e a relações
sócio políticas, devido a sua complexidade.

21. 2.2 Associando Pesquisa Qualitativa e
Quantitativa em um Único Plano
2.2.1 A integração entre pesquisa qualitativa e quantitativa

22. 2.2.3 A triangulação das pesquisas qualitativas e
quantitativas
Significa a combinação entre diversos métodos qualitativos,
mas também entre métodos qualitativos e quantitativos, de
forma complementar para análise de um tema.
Fonte: Flick, 2009, p. 45

23. 2.2.2 Sequenciamento das pesquisas qualitativa e
quantitativa
Um estudo poderá incluir abordagens qualitativas e
quantitativas em diferentes fases do processo de pesquisa
sem concentrar-se necessariamente na redução de uma delas
a uma categoria inferior ou em definir a outra como sendo a
verdadeira abordagem da pesquisa.

24. 2.3 A combinação de dados qualitativos e
quantitativos
Transformação de dados qualitativos em dados quantitativos
Quantificar os enunciados de entrevistas abertas ou de narrativas,
analisando e comparando a sua frequência em cada categoria.
Exemplo: “5 dos 7 entrevistados disseram que...”
Transformação de dados quantitativos em dados qualitativos
É mais raro e só é possível com uso explícito de métodos
adicionais, como entrevistas complementares e observações em
parte da amostra.
Exemplo: aplicação de entrevistas complementares em parte da
amostra

25. 2.4 A combinação de métodos qualitativos e
quantitativos
A elaboração de métodos qualitativos/quantitativos
realmente integrados para coleta ou para análise de dados
continua sendo um problema sem solução.
Existem poucos exemplos dessa aplicabilidade.

26. 2.5 A associação de resultados qualitativos e
quantitativos
Corresponde à associação de resultados das pesquisas
qualitativas e quantitativas no mesmo projeto ou em projetos
distintos, um após o outro ou simultaneamente, com o
objetivo de obter conhecimento mais amplo sobre o tema da
pesquisa, ou validação mútua das descobertas.
Ex.: Combinação entre os resultados de um levantamento e os
de um estudo de entrevistas.

27. 2.6 A avaliação da pesquisa e a generalização
A generalização da pesquisa qualitativa encontra-se menos
associada à quantificação do que muitas vezes se presume.
Depende mais da qualidade das decisões relativas à
amostragem (“quais casos?”) do que do número de casos
estudados (“quantos?”).

28. 2.7 A apropriabilidade dos métodos como ponto
de referência
As abordagens qualitativas e quantitativas são métodos
complementares e não competitivos. Sua utilização deve
basear-se preferivelmente na natureza do problema real de
pesquisa. (Wilson, 1982, apud Flick, 2009, p. 47)
Qualitativa Quantitativa
PROBLEMA
DE
PESQUISA

29. QUESTÕES ÉTICAS
E POLÍTICAS RELATIVAS
À PESQUISA QUALITATIVA

30. Por que estudar as questões éticas na
pesquisa qualitativa?

31. A ciência é amoral, dirige-se às questões dos
meios, porém sem recursos ou autoridade
para ditar os fins. Os métodos nas ciências
sociais devem ser imparciais quanto à
substância e ao conteúdo, limitando-se
rigorosamente aos riscos e aos benefícios
dos possíveis cursos de ação.
(Denzin e Lincoln, 2006, p. 144)

32. 3.1 A demanda por ética na pesquisa e os dilemas
éticos da pesquisa qualitativa
A suscetibilidade às questões éticas conduziu a um
processo de formulação dos códigos de ética e de
instituição dos comitês de ética.
Contudo os pesquisadores ainda enfrentam problemas
éticos em cada etapa do processo de pesquisa,
principalmente em face da tensão existente entre a
elaboração das regras de ética, a constituição dos
comitês de ética e a consideração dos princípios éticos
na prática diária no campo e no processo de pesquisa.
(Flick, 2009)

33. 3.2 Códigos de Ética
Consentimento
Informado
Fraude
Privacidade e
Confidencialidade
Precisão dos
Dados
Código de Ética
Até 1980 – associações de estudos acadêmicos adotam
códigos de ética com ênfase em 4 diretrizes para conduzir
uma ciência indutiva de meios em direção aos fins
majoritários. (Denzin e Lincoln, 2006)

34. Os códigos de ética regulam as
relações dos pesquisadores
com as pessoas e os campos
que pretendem estudar, de
forma a evitar quaisquer
prejuízos ou riscos resultantes
da pesquisa aos participantes
envolvidos no processo, como
constrangimentos
desnecessários, invasão de
privacidade ou engano quanto
aos objetivos da pesquisa.
(Flick, 2009)

35. 3.3 Comitês de Ética
1978 - Comissão Nacional Americana para a Proteção de
Sujeitos Humanos na Pesquisa Biomédica e Comportamental:
RELATÓRIO BELMONT
Princípios que constituíram os padrões morais para a pesquisa
envolvendo sujeitos humanos:
Respeito
pelas
Pessoas
Beneficência Justiça

36. 3.3 Comitês de Ética
São criados no intuito de assegurar padrões éticos, analisar o plano
e os métodos da pesquisa antes que estes sejam aplicados. Focam
em três aspectos:
- Qualidade científica: uma pesquisa que apenas reproduz outra
pesquisa existente, ou que não contribui com algum
conhecimento novo ao preexistente, pode ser considerada
antiética;
- Bem-estar dos participantes: avaliam comparativamente os
benefícios e os riscos oferecidos aos participantes.
- A dignidade e os direitos dos participantes: estão ligados ao
consentimento voluntário conferido pelo participante com base
em informação suficiente e adequada fornecida pelo
pesquisador, bem como pela confidencialidade garantida aos
participantes.

37. 3.4 Como proceder eticamente na pesquisa
qualitativa
• As questões éticas devem ser enfrentadas em todas as
etapas da pesquisa, desde a decisão do tema até a
publicação dos resultados.
• O consentimento voluntário deve ser dado por pessoa
qualificada para fazê-lo, sendo esta informada previamente
e adequadamente. E no caso de crianças, idosos e
incapazes?
• Evitar causar danos, constrangimentos ou crise interna para
os participantes;

38. 3.4 Como proceder eticamente na pesquisa
qualitativa
• Fazer justiça aos participantes da pesquisa na análise dos
dados;
• Garantir confidencialidade ou anonimato, quando for o
caso. O pesquisador deve proteger os dados e garantir que
colegas não possam identificar os participantes a partir de
informações que forneceram.

39. Aspectos essenciais relacionados à conduta individual
Honestidade Franqueza Equidade
Verdade Acurácia Consciência
Respeito Colaboração Lealdade
Aspectos essenciais relacionados à comunidade científica
Responsabilidade Social Responsabilidade Ambiental
Desenvolvimento Sustentável Equidade Socioeconômico
Desenvolvimento
Socioeconômico Assistência Social
Liberdade Científica Igualdade de Gênero
Paz Desenvolvimento Democrático
Direitos Humanos
QUADRO: Normas para Ética e Responsabilidade na
Ciência - Conselho Internacional para a Ciência (ICSU)
Fonte: Gustafsson et al., 1984.

40. QUADRO: Responsabilidades na pesquisa acadêmica segundo
Global Code of Ethics for Accounting Educators
1) Responsabilidades na
missão de pesquisador
2) Realização da pesquisa
3) Periódicos científicos e
políticas de publicação
A missão do pesquisador
requer que as pesquisas
desenvolvidas sejam
destinadas a melhorar a
qualidade do ensino e da
prática contábil.
Os educadores de
contabilidade devem
respeitar a propriedade
intelectual atribuindo os
respectivos créditos de
autoria.
Editores e revisores de
trabalhos científicos devem
garantir a imparcialidade na
avaliação dos trabalhos
Ao realizar a pesquisa, os
educadores de
contabilidade devem manter
um elevado nível de
desempenho profissional e
moral.
A pesquisa científica exige
honestidade, divulgação dos
resultados.
O revisor de pesquisa
científica tem o dever de
revelar conflitos de interesse
para o conselho editor ou
comissão científica.
A análise e divulgação dos
relatórios das pesquisas
exigem uma atitude
profissional.
O plágio deve ser
comunicado.
Editores de revistas (ou
comissão científica) devem
especificar os
procedimentos para
submissão de trabalhos.
É adequado manter a
Os avaliadores de trabalhos
científicos devem ser
Fonte: NEEDLES Jr., 2008 apud ANTUNES, 2011.

41. “Dessa maneira, a ética (...) é
tão antiga quanto a criação.
Ser ético é um movimento
primordial na força atrativa
da própria vida”
(Olthuis, 1997, apud Dezin e Lincoln,
2009, p. 152)

42. Referências
ANTUNES, M. T. P. et. al. Conduta ética dos pesquisadores em contabilidade:
diferenças entre a crença e a práxis. Revista Contabilidade & Finanças – USP. v.
22, n. 57, p. 319-337, 2011.
DENZIN, N.K.; LINCOLN, Y. S. e colaboradores. O planejamento da pesquisa
qualitativa: teorias e abordagens. 2 ed. Porto Alegre: Bookman e Artmed, 2006.
FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3 ed. Tradução Joice Elias Costa.
Porto Alegre: Artmed, 2009.
GUSTAFSSON, B.; RYDEN, L.; TIBELL, G.; WALLENSTEEN, P. Focus On: The Uppsala
Code of Ethics for Scientists. Journal of Peace Research, v. 21, n.4, p. 311-316,
1984.
TURATO, E. R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições,
diferenças e seus objetivos de pesquisa. Revista Saúde Pública. v.39. n.3, p.
507/14, 2005

43. CONDUTA ÉTICA DOS PESQUISADORES
EM CONTABILIDADE: DIFERENÇAS ENTRE
A CRENÇA E A PRÁXIS
AUTORES:
Maria Thereza Pompa Antunes*
Octavio Ribeiro de Mendonça Neto*
José Carlos Tiomatsu Oyadomari*
Rodrigo Takashi Okimura*
*Professores Doutores do Centro de Ciências
Sociais e Aplicadas da Universidade Presbiteriana
Mackenzie

44. Dados da Publicação
Revista Contabilidade e Finanças – USP, v. 22, n. 57, p. 319-337
Qualis: A2 ISSN: 1808-057X
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772011000300006
Recebido em 03.06.2011 – Aceito 19.11.2011

45. Objetivos
Geral:
Compreender como os acadêmicos de contabilidade percebem as
questões éticas em três dimensões:
A) Questões éticas relacionadas com o processo de pesquisa;
B) Questões éticas referentes a relação entre orientador e
orientando e
C) Questões éticas entre pares no desenvolvimento de pesquisas
conjuntas e na divulgação dos seus resultados.
Específicos:
1) identificar as questões éticas que envolvem a pesquisa científica
segundo a crença dos respondentes em nível de importância e
2) identificar a prática (práxis) do pesquisador em relação a essas
questões.

46. Metodologia
População: 218 professores de 18 Programas de Pós-
Graduação em Ciências Contábeis no Brasil.
Amostra: 56 professores (26%) da população.

47. Metodologia
Instrumento de Coleta de Dados: questionário estruturado (via
web) e dividido em três partes:
I - Caracterização dos respondentes;
II - Identificação das questões éticas que envolvem a pesquisa
científica segundo a crença dos respondentes nas 3 dimensões
dos objetivos; (19 assertivas utilizando Escala Likert de 5 pontos
variando de 1-nenhuma importância a 5-extrema importância.
III - Identificar a prática (práxis) do pesquisador nas 3 dimensões
dos objetivos; (19 assertivas utilizando Escala Likert de 5 pontos de
1-nunca pratico a 5-sempre pratico).

48. Metodologia
Análise dos Dados - por meio de estatística descritiva e de
testes não paramétricos, utilizando-se o SPSS Statistics 17.0

49. Apresentação e Análise dos Resultados

50. Reflexões sobre o artigo
- Será que os professores responderam fielmente os questionários?
- Será que foram eles mesmos que responderam?
- A escala utilizada é objetiva?
- Será que se eles utilizassem outros procedimentos de coleta de
dados as respostas não seriam mais fidedignas?