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Do Cidadão
Parte II: Capítulo X

Uma Comparação Entre as
Três Formas de Governo,
Conforme os Incômodos
de Cada Uma

THOMAS HOBBES – 1588-1679
Do Cidadão

Tendo em mente as três formas de governo, qual delas é a
mais adequada para a preservação da paz e da prosperidade?
Do Cidadão

Antes, é necessário observar quais são as possibilidades do
homem fora do estado de governo civil e dentro dele.
Estado de Natureza
Possui liberdade
plena, mas estéril
Pode fazer de tudo
conforme seu arbítrio
Pode sofre de tudo
conforme sua
igualdade

A qualquer um é
permitido roubar e
assassinar outro

Governo civil

Nossa proteção está em
nossas próprias forças

Assiste-se ao domínio
das paixões, guerra,
medo, miséria, solidão,
barbárie, ignorância e
crueldade

Não está assegurado a
ninguém o fruto de seu
trabalho
É conservada
uma liberdade
suficiente para
viver bem e com
Tira-se dos
tranqüilidade
Assiste-se o
outros aquilo
domínio da razão,
que é preciso
da paz, da
para perdermos
segurança, das
o medo deles
riquezas, da
Cada um pode
cooperação, da
Governo civil
desfrutar
ciência, da
seguramente de
benevolência
seus direitos
A todos está
Ninguém tem
garantido o fruto
permissão de
do trabalho
espoliar ou matar,
A nossa proteção
a não ser um
está em poder de
todos
Do Cidadão
• Hobbes afirma que para um governo funcionar bem, ele
depende de todos e deve ser para todos:
- Se é alcançada a paz e a boa defesa, isso é beneficio tanto
para governantes quanto para governados, porque ambos
querem preservar a vida e ambos fazem uso conjunto das
forças;
- Se acontece a guerra e a matança de súditos, todo o governo
se abala e se fragiliza;
- Se o governo lança impostos excessivos que colocam o
povo na miséria, ele também fragiliza sua soberania.
Do Cidadão
• Hobbes faz a comparação de governos mostrando porque a
monarquia é melhor (sem utilizar argumentos como o de um
Deus único que também governa, Estado monárquico que
sempre foi preferido pelos antigos, etc.);
• Hobbes também alerta que muito desse debate se dá pela
inveja que uns sentem pelo domínio que um outro mantém. E,
dessa forma, só ficariam felizes com a aristocracia se eles
estivessem entre os comandantes;
Do Cidadão
• Contra os que dizem que a monarquia é servidão:
- A cidade não é formada por um monte de servos e um que
domina;
Do Cidadão
• A cidade é constituída por súditos que estão unidos em força e
faculdades, objetivando um bem comum (paz e segurança). Ou
seja, a vontade de cada súdito está contida na vontade de seu
senhor, e este senhor pode fazer uso das forças e faculdades dos
súditos quando achar necessário. Pág. 84

Súditos são ao
mesmo tempo
honra e
proteção do
governo
Do Cidadão
• Podem surgir algumas queixas de que o governante, além
dos impostos necessários para a manutenção da cidade exija
tributos para a sua própria luxúria e a de seus familiares e
aduladores.
- Isso pode acontecer mesmo em qualquer governo, porém,
na monarquia, os familiares e aduladores rodeiam um só
(monarca), enquanto na aristocracia e democracia, muitos
aduladores rodeiam muitos governantes.
Do Cidadão
• Outra queixa que se faz é que na monarquia o governo tem
direito de aplicar punições a quem desejar por causa de suas
infrações perante à lei, e até mesmo inocentes.
- Na verdade, este é outro inconveniente que pode acontecer
em qualquer governo, mas isso é culpa do governante e não
do governo. Mas o pior acontece no governo de muitos, onde
cada um, como se estivessem estabelecido um pacto secreto,
dizem: “Hoje poupas-me, amanha eu te pouparei” e, assim,
isenta do castigo aqueles que realmente merecem.
Do Cidadão
• E sobre a queixa de que a monarquia restringe a liberdade:
- Na verdade, monarquia e democracia são compatíveis com
a liberdade.
Os particulares ou súditos que desejam a liberdade não se dão
conta de que não estão desejando a liberdade, mas a
soberania:
- Se fosse liberdade que quisessem, voltariam ao estado de
natureza, e percebendo que é um estado pior do que a
sujeição a um governo, logo abominariam o que estão a
desejar.
- Porém, se a liberdade que se deseja é somente para si
próprio, e não para os outros, logo se constata que é a
monarquia que desejam.
Do Cidadão
• Conclui-se, então, que quem pleiteia por uma liberdade
perdida, na verdade, sofre por não estar no comando do
governo.

BIBLIOGRAFIA
HOBBES, Thomas. Do Cidadão. 3ª ed., trad. Renato Janine
Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

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Comparação das formas de governo segundo Hobbes

  • 1. Do Cidadão Parte II: Capítulo X Uma Comparação Entre as Três Formas de Governo, Conforme os Incômodos de Cada Uma THOMAS HOBBES – 1588-1679
  • 2. Do Cidadão Tendo em mente as três formas de governo, qual delas é a mais adequada para a preservação da paz e da prosperidade?
  • 3. Do Cidadão Antes, é necessário observar quais são as possibilidades do homem fora do estado de governo civil e dentro dele.
  • 4. Estado de Natureza Possui liberdade plena, mas estéril Pode fazer de tudo conforme seu arbítrio Pode sofre de tudo conforme sua igualdade A qualquer um é permitido roubar e assassinar outro Governo civil Nossa proteção está em nossas próprias forças Assiste-se ao domínio das paixões, guerra, medo, miséria, solidão, barbárie, ignorância e crueldade Não está assegurado a ninguém o fruto de seu trabalho
  • 5. É conservada uma liberdade suficiente para viver bem e com Tira-se dos tranqüilidade Assiste-se o outros aquilo domínio da razão, que é preciso da paz, da para perdermos segurança, das o medo deles riquezas, da Cada um pode cooperação, da Governo civil desfrutar ciência, da seguramente de benevolência seus direitos A todos está Ninguém tem garantido o fruto permissão de do trabalho espoliar ou matar, A nossa proteção a não ser um está em poder de todos
  • 6. Do Cidadão • Hobbes afirma que para um governo funcionar bem, ele depende de todos e deve ser para todos: - Se é alcançada a paz e a boa defesa, isso é beneficio tanto para governantes quanto para governados, porque ambos querem preservar a vida e ambos fazem uso conjunto das forças; - Se acontece a guerra e a matança de súditos, todo o governo se abala e se fragiliza; - Se o governo lança impostos excessivos que colocam o povo na miséria, ele também fragiliza sua soberania.
  • 7. Do Cidadão • Hobbes faz a comparação de governos mostrando porque a monarquia é melhor (sem utilizar argumentos como o de um Deus único que também governa, Estado monárquico que sempre foi preferido pelos antigos, etc.); • Hobbes também alerta que muito desse debate se dá pela inveja que uns sentem pelo domínio que um outro mantém. E, dessa forma, só ficariam felizes com a aristocracia se eles estivessem entre os comandantes;
  • 8. Do Cidadão • Contra os que dizem que a monarquia é servidão: - A cidade não é formada por um monte de servos e um que domina;
  • 9. Do Cidadão • A cidade é constituída por súditos que estão unidos em força e faculdades, objetivando um bem comum (paz e segurança). Ou seja, a vontade de cada súdito está contida na vontade de seu senhor, e este senhor pode fazer uso das forças e faculdades dos súditos quando achar necessário. Pág. 84 Súditos são ao mesmo tempo honra e proteção do governo
  • 10. Do Cidadão • Podem surgir algumas queixas de que o governante, além dos impostos necessários para a manutenção da cidade exija tributos para a sua própria luxúria e a de seus familiares e aduladores. - Isso pode acontecer mesmo em qualquer governo, porém, na monarquia, os familiares e aduladores rodeiam um só (monarca), enquanto na aristocracia e democracia, muitos aduladores rodeiam muitos governantes.
  • 11. Do Cidadão • Outra queixa que se faz é que na monarquia o governo tem direito de aplicar punições a quem desejar por causa de suas infrações perante à lei, e até mesmo inocentes. - Na verdade, este é outro inconveniente que pode acontecer em qualquer governo, mas isso é culpa do governante e não do governo. Mas o pior acontece no governo de muitos, onde cada um, como se estivessem estabelecido um pacto secreto, dizem: “Hoje poupas-me, amanha eu te pouparei” e, assim, isenta do castigo aqueles que realmente merecem.
  • 12. Do Cidadão • E sobre a queixa de que a monarquia restringe a liberdade: - Na verdade, monarquia e democracia são compatíveis com a liberdade. Os particulares ou súditos que desejam a liberdade não se dão conta de que não estão desejando a liberdade, mas a soberania: - Se fosse liberdade que quisessem, voltariam ao estado de natureza, e percebendo que é um estado pior do que a sujeição a um governo, logo abominariam o que estão a desejar. - Porém, se a liberdade que se deseja é somente para si próprio, e não para os outros, logo se constata que é a monarquia que desejam.
  • 13. Do Cidadão • Conclui-se, então, que quem pleiteia por uma liberdade perdida, na verdade, sofre por não estar no comando do governo. BIBLIOGRAFIA HOBBES, Thomas. Do Cidadão. 3ª ed., trad. Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002.