O documento descreve a técnica e anatomia da ultrassonografia do olho. Resume os principais pontos da anatomia do olho, indicações do exame, abordagem da câmara anterior, cristalino, vítreo, úvea e possíveis achados patológicos como hemorragia, descolamentos e cataratas.
3. Técnica
• Remover lentes de contato.
• Instruir os pacientes sobre os movimentos oculares necessários com os
olhos fechados.
• Colocar o paciente na posição supina com os olhos fechados
• Usar generosa quantidade de gel para melhor o contato.
4. Técnica
- Transdutor linear de alta frequência (7,5 – 13 MHz).
- Modo B: Primeiro ajustar para imagens superficiais (câmara anterior) e
depois para áreas profundas ( vítreo e parede posterior).
- Doppler colorido: baixa velocidade e gate pequeno.
- Pressão reduzida no transdutor.
5. Protocolo de Estudo
• Cortes axiais dos pólos superiores aos inferiores.
• Cortes sagitais do lado temporal até o nasal.
• Cortes oblíquos e imagens dinâmicas com movimentos suaves do olho, da
de um lado para o outro e de cima para baixo.
6. Anatomia do Olho
• Repousa na região anterior da
órbita, ao lado das paredes
lateral e anterior.
• A órbita tem a forma de um
cone de aspecto homogêneo.
• Canal óptico: entre o corpo do
esfenóide e suas asas menor e
maior. Passagem dos nervo
óptico e da artéria oftálmica.
7. Bulbo Ocular
• Formado por três túnicas:
- externa ou fibrosa.
constituída pela córnea,
esclera e limbo esclero-
corneano.
- média, vascular ou úvea com
a coroide, íris e corpo ciliar.
- interna ou nervosa formada
pela retina que continua-se
com o nervo óptico.
8. Anatomia do Olho
• O olho é dividido em dois
segmentos:
1. anterior:
- córnea
- câmara anterior
- câmara posterior
- irís
- corpo ciliar
- cristalino
10. Anatomia do Olho
A parede do globo ocular
consiste em 4 camadas:
- esclera: externa, rígida e
que dá sustentação e
forma ao olho.
- coroide:
intermediária, ricamente
vascularizada por um
enovelado de microvasos.
- retina: superfície
neurosensorial interna.
- hialóide: interna e
translúcida.
11. Anatomia do Olho
• Artéria oftálmica: ramo da artéria carótida interna, penetra na órbita
pelo canal óptico , abaixo do nervo óptico. Principais ramos:
- Artéria retiniana central: irriga a retina.
- As artérias ciliares posteriores longas e curtas perfuram a esclera
para irrigarem o corpo ciliar, a íris e a coroide. Artéria lacrimal:
supre a glândula lacrimal, a conjuntiva e as pálpebras.
- Ramos musculares da artéria oftálmica: originam as artérias ciliares
anteriores que irrigam a conjuntiva e seguir perfuram a esclera
para suprir a irís.
12. Anatomia do Olho
• Veia oftálmica superior, veia oftálmica inferior e veia central da retina
(também drena para veia oftálmica superior) drenam para o seio cavernoso e
plexo pterigóideo.
• As veias do vórtex drenam a coroide, corpos ciliares e iris. Cada olho contém
4 a 7 veias perfuram a esclera obliquamente e terminam nas veias
oftálmicas, sendo responsáveis pela drenagem da úvea.
16. Indicações
• Avalia a câmara vítrea, independente do fundo de olho (sem
transparência: córneas opacificadas por sangue na câmara anterior
cataratas densas, hemorragias vítreas, endolftalmite ou uveíte).
• Massas de parede posterior.
• Descolamento de retina.
• Proptose.
• Corpos estranhos.
17. Tamanho e Característica Morfológicas
• Diâmetro anteroposterior em
adultos: 22-25 mm.
• Miopia de alto grau e longa duração:
- aumento do diâmetro
anteroposterior.
- parede fina.
- ESTAFILOMA: alteração da forma do
globo ocular, geralmente posterior.
18. Long-term myopia in two patients.
Lorente-Ramos R M et al. Radiographics 2012;32:E175-
E200
19. Atrofia ocular (“olho de madeira”/ Phthysis bulbi):
• Redução volumétrica do olho, perda da acuidade visual e focos de
calcificação.
• Trauma, angiomatose, patologias intra-uterinas, infecções, desordens
genéticas, fibroplasia retrolenticular (retinopatia da prematuridade).
- Dimensões reduzidas
- Paredes calcificadas
- Hiperecogenicidade
difusa da parede
- Vítreo heterogêneo
- Descolamento de
retina eventual
20. Microftalmia
- Redução volumétrica
congênita do olho.
- Associada a coloboma
(fusão incompleta da
taça do nervo óptico).
- US: alargamento cístico
retro-ocular na
emergência do nervo
óptico.
21. Phthisis bulbi in a 40-year-old man with von Hippel–Lindau syndrome and chronic retinal
detachment related to multiple hemangioblastomas.
Lorente-Ramos R M et al. Radiographics 2012;32:E175-
E200
22. Phthisis bulbi and chronic retinal detachment in a 31-year-old woman who was born
prematurely and treated with oxygen therapy.
Lorente-Ramos R M et al. Radiographics 2012;32:E175-
E200
23. Trauma
• As alterações morfológicas podem resultar de injúrias de globo
aberto, com extrusão dos componentes do olho ou de hematoma na
órbita.
24. Câmara Anterior
• Sangue por rotura de veias da irís e do corpo ciliar.
• Hifema: a câmara anterior aparece hiperecogênica, mas o papel do US é
identificar lesões associadas.
25. Cristalino - Cataratas
• Opacificação parcial ou total do cristalino com perda da visão causada pela
perda parcial ou bloqueio da passagem de luz pela câmara vítrea.
• Senil, congênitas,infecções, trauma, metabólica.
Oftalmoscopia: leucocoria
(reflexão branca com lente opaca).
26. Cristalino - Cataratas
• US: ecos intralenticulares, aumento da espessura ou ecogenicidade da
parede posterior ou de ambas as paredes.
• O cristalino apresenta várias nuances de ecogenicidade de acordo com a
gravidade do caso.
28. Cristalino - Luxação
• Penetração do cristalino para dentro da câmara vítrea.
• Geralmente posterior, raramente anterior.
• Trauma, síndrome de Marfan (pode ser bilateral).
• Danos nas fibras zonulares, que mantém a lente no seu lugar.
• Exame inicial: identifica a posição do cristalino no repouso, além do seu
formato e volume ( normal, intumescido ou reabsorvido).
• Em seguida: é feita a movimentação do globo ocular para se fazer uma
análise precisa da excursão do cristalino.
32. Cristalino - Afacia cirúrgica:
• Status pós-operatório: remoção
cirúrgica das lentes.
• Os corpos ciliares são vistos, mas as
lentes estão ausentes.
33. Cristalino - Pseudoafacia cirúrgica
• Substituição por lentes protéticas intraoculares, estrutura com alta
ecogenicidade plana ou côncava no local da lente.
34. Irís e Corpos Ciliares
• Cistos de irís e corpos ciliares
aparecem como lesões
anecoicas redondas.
• Geralmente assintomáticas.
• Podem ser
congênitas, traumáticas ou
pós-operatórias.
• Devem ser distinguidas de
lesões sólidas.
35. Humor Vítreo
• Constituído por uma substância
gelatinosa transparente (95%
água e 5 % colágeno e ácido
hialurônico).
• Geralmente degenera com o
avançar da idade.
• A degeneração vítrea também
pode estar associada a
hemorragia e a infecção.
36. Vítreo – Degeneração Senil
• Ecos com vítreo anecóico
normal.
• Partículas hiperecogênicas
sobrenadantes.
• Geralmente é bilateral.
37. Vítreo – Hialose asteroide
• Geralmente assintomática
• Associada a doenças sistêmicas (hiperlipidemias, hipertensão e
diabetes).
• US: corpos asteroides – pequenos pontos hiperecogênicos
sobrenadantes ( depósito de fosfato de cálcio e lipídio).
38. Vítreo - Hemorragia
• Traumática.
• Relacionadas a tumores.
• Espontâneas: retinopatia diabética, oclusão venosa, vasculopatias (anemia
falciforme, doença de Eales, etc.), doença macular senil, ruptura
espontânea da retina e síndrome de Terson (hemorragia meníngea).
• Clinicamente manifesta-se como “tempestade negra”, com redução da
acuidade visual.
39. Vítreo - Hemorragia
• Pequena aguda:
- Ecogenicidade vítrea
normal ou pouco
aumentada.
- Pequenas partículas
móveis no interior do
vítreo.
40. Vítreo - Hemorragia
• Abundante: móvel, mal delimitada, ecos de baixo nível ou coágulos
hipoecóicos são vistos no vítreo.
41. Vítreo - Hemorragia
• Absorção:
- Aumento da ecogenicidade vítrea.
- Resolução em 2-8 semanas.
- Vítreo acaba se retraindo e
descolando da parede ocular
posterior, de modo a surgirem
algumas membranas vítreas no
seu interior.
- As membranas são inicialmente
curtas e móveis e depois tornam-
se fixas à parede
posterior, geralmente longe do
disco óptico.
- O descolamento parcial do vítreo
apresenta maior efeito de tração
sobre a retina, podendo gerar o
descolamento total ou parcial
desta.
42. Vítreo - Vitrite
• Infecção vítrea.
• Ecos de baixo ou médio nível são
vistos no vítreo, sobrenadantes.
• Diferem dos ecos
hemorrágicos, pois são menos
móveis.
• Membranas aparecem com a
organização progressiva.
43. Persistência do Vítreo Primário
Hiperplásico (PVPH)
• Na 7ª semana de vida intrauterina o cristalino é nutrido pelo
sistema hialóideo, o qual posteriormente se atrofia e
desaparece ainda no decorrer da gestação, mas pode não
desaparecer ou desaparecer parcialmente.
• O olho possui menores dimensões e pode apresentar
catarata.
• É sempre unilateral.
44. Persistência do Vítreo Primário
Hiperplásico (PVPH)
• Fina membrana retilínea
hiper-refringente que se
origina na papila retiniana até
a região do cristalino.
• No interior dessa membrana
se identificam inúmeros
pontos de vascularização
facilmente identificada ao
Doppler.
45. Úvea - Uveíte
• Trato uveal: íris + corpo ciliar + coróide.
• Pode vir acompanhada de retinite ou neurite do nervo óptico.
- Anterior: se restringe ao segmento anterior do olho com
irite e a iridociclite.
- Posterior: acometimento da forma posterior e se
observam também a retinite, a coroidite e a neurite do
nervo óptico.
- Difusa.
46. Uveíte
• Espessamento das diversas camadas parietais de órbita.
• Humor vítreo contendo debris e umas poucas membranas vítreas lineares.
• Se houve descolamento completo do vítreo este irá se retrair, de modo a
ficar aderido no terço anterior da cavidade, enquanto a membrana
hialoide assume um aspecto heterogêneo, repleto de ondulações.
- Também pode cursar com descolamento da coroide por hipotonia ocular.
48. Hemorragia/Descolamento Sub-hialoide
• O vítreo e a membrana hialoide
posterior se afastam da camada
retiniana e há acúmulo de fluido no
espaço sub-hialóide.
• O sangue se coagula, entretanto
este terá focos de liquefação com
partículas móveis no seu interior.
• Principais causas: diabetes, oclusão
venosa, o trauma, o esforço
espontâneo intenso (Valsalva).
• Pode estar relacionada à retração
vítrea e geralmente ocorre em
pacientes entre 45 e 65 anos, mas
49. Hemorragia/Descolamento Sub-hialoide
• Partículas puntiformes móveis
ocupando o espaço entre a hialóide
descolada e a retina.
• Linha ecogênica que se estende da
parede nasal até a temporal.
• Se sangramento intenso: uma parcela
do sangue irá precipitar de modo a
formar um pequeno “lago sanguíneo”
com nível líquido.
• Não há formação de membranas
e, portanto, não haverá descolamento
da retina.
51. Descolamento de Retina
• Retina:
- Camada que reveste o
globo desde a ora
serrata até a parte
posterior do olho.
- Responsável pela
formação das imagens
visuais, pois no seu
interior existem
milhões de células
fotorreceptoras .
52. Descolamento de Retina - Completo
• Linha ecogênica que é fixa
na papila e se estende até a
ora serrata.
• Forma um ângulo agudo
com um típico formato de V,
com o ápice no disco óptico.
• Agudo: “linha ecogênica
que flutua”, móvel.
53. Descolamento de Retina - Parcial
• Envolve apenas uma região.
• A linha ecogênica tem características diferentes o que pode dificultar o
diagnóstico.
• Diagnósticos diferenciais: membranas proliferativas e novos vasos em
pacientes com diabetes, lesões maculares e isquemia retiniana.
54. Descolamento por Tração
• A presença de membranas vítreas
exercem efeito de tração
diretamente na retina.
• Retinopatia
diabética, uveítes, traumas
perfurantes e retinopatia da
prematuridade.
55. Descolamento Regmatogênico
• A causa traumática é a mais comum e se origina de um ponto de
perfuração na retina, por onde penetra o humor vítreo.
• Diversas ondulações ligeiramente convexas com movimentos de pequena
amplitude.
• US: retina retorcida com desenho semelhante a uma pista sinuosa
56. Descolamento Crônico da Retina
• A linha é mais grossa, dobrada e fixa e os cistos retinianos podem
aparecer como lesões anecoicas contralaterais ao descolamento.
57. Descolamento Coroidal
• Coróide:
- Camada intermediária do olho que está situada entre a esclera e a
retina.
- Composta por inúmeros conglomerados de vasos microscópicos e
também por grande quantidade de melanina, cuja função
principal é a de evitar a reflexão excessiva de luz dentro da câmara
vítrea.
• Surgem comumente nos casos de hipotonia ocular, onde a pressão
intraocular é baixa (cirurgias oculares, traumas e inflamações).
• Também são acompanhados de descolamento do corpo ciliar
(descolamento cílio-coróideo).
58. Descolamento Coroidal - Hemorrágico
• Inúmeras partículas hiperecoicas
sobrenadantes.
• Evolução: liquefação e reabsorção do
sangue - área anecoica (soro) separadas
das partículas e material hiperecoico
(sangue coagulado).
59. Descolamento Coroidal
• Não se estende até a papila.
• Nos quatro quadrantes= descolamento circunferencial da coroide.
• Existem casos onde os descolamentos são tão grandes que o bolsão de um
lado toca o bolsão contralateral (“ beijo das coroides”).
• US: membrana espessa, convexa, hiper-refringente, com pouca ou
nenhuma movimentação aos movimentos do olho.
60. Retinosquise
• Defeito na retina congênito ou
relacionado à trauma/infecção.
• Separação da retina sensorial do
epitélio pigmentar da retina.
• US com sondas de até 16 MHz
mostra essa perfuração da retina
na forma de uma linha ecogênica
convexa, muito semelhante a
focos de descolamento de retina,
sendo que a diferença se faz com
relação à distância do nervo
óptico.
• Melhor forma: transdutores
superiores a 20 MHZ.
• Geralmente são no quadrante
temporal inferior e pode ser
bilateral.
61. Alterações da Papila
• Situada logo à frente do nervo óptico.
• Drusas mostram elevação da papila e lesão hiperecogênica em razão do
alto teor de cálcio no interior da papila).
62. Alterações da Papila
• Situada logo à frente do
nervo óptico.
• Edema aparece na forma de
dupla linha fina e
hiperecogênica interrompida
na emergência do nervo
óptico (“ presas de uma
aranha”).
63. Alterações da Papila
• Diâmetro da bainha do nervo óptico:
- Mensurada 3 mm posterior ao globo ocular. Realizar a média de duas
medidas.
- Se maior que 5 mm é considerado anormal, desconfiar de aumento na
pressão intracraniana.
64. Alterações da Papila
• Escavação: quando acentuada pode corresponder à atrofia glaucomatosa.
• Elevações: neurites, hipertensão intracraniana e as drusas.
• Coloboma: dilatação cística retro-ocular na emergência do nervo óptico.
65. Pseudomassas – Hematoma Subretiniano
• Resulta de membranas proliferativas e granulomas em pacientes com
infecções granulomatosas. Heterogêneas e sem fluxo ao Doppler.
• Membranas fibrovasculares pre-retinianas com neovasos patológicos
desenvolvem-se em pacientes com retinopatia diabética, lesões maculares
ou isquemia retiniana. Geralmente rompem, levando à hemorragia.
• US: Pequena massa abaixo da linha retiniana sem lesões associadas ou
pequenas irregularidades da parede posterior.
66. Pseudomassas - Granuloma
• Aparece como massa na parede posterior na periferia retiniana ou no
disco óptico.
• Causas comuns: tuberculose e histoplasmose.
67. Calcificações
• Placas calcificadas no disco óptico são chamados drusa.
• Geralmente bilateral e assintomáticas, mas podem causar atrofia do nervo
óptico.
• Calcificações retinianas crônicas não específicas podem ser vistas também
longe da papila.
68. Corpos Estranhos Intraoculares
• No traumas penetrantes, os corpos estranhos entram através da córnea e podem estar
localizados em qualquer lugar da órbita.
• US: manchas ecogênicas (ecos fantasmas), com forte sombra acústica posterior. Permite
a confirmação da penetração dos mais diferentes materiais madeira, vidro e metal).
• TC: útil para localização( metal e madeira) e para lesões associadas ( como fraturas)
• Material cirúrgico também pode ser visto.
69. Foreign objects in an 80-year-old woman with a history of retinal detachment 20 years earlier
who underwent treatment with cerclage and silicone.
70. Nevus
- Tumor pigmentado visto no exame direto.
- Geralmente aparece como uma massa plana sem fluxo ao Doppler.
71. Melanoma
• Provém das porções profundas da coróide, sem localização preferencial,
• Manifestação clínica depende de sua localização.
• US: lesão vegetante na forma de cogumelo, sólida hipoecogênica e sem
calcificações.
• Pode atingir grandes dimensões, quanto maior, mais heterogêneo. Pode
apresentar necrose cística central, áreas de descolamento parcial secundário
da retina adjacente e algumas vezes focos de perfuração da esclera.
72. Melanoma
- Doppler: Vasos internos dilatados e tortuosos.
- Característica típica: escavação coroidal. Presença de uma área de
escavação abaixo de uma pequena massa na parede posterior.
74. Hemangiomas
- Malformação vascular isolada ou múltipla (pacientes com síndrome de
Sturge-Weber).
- Comumente localizada na órbita (como na região posterior do globo,
com clínica de proptose ou manifestação na região palpebral), mas pode
ocorrer no globo ocular.
- Síndrome de von Hippel-Lindau: múltiplos hemangioblastomas e
neoplasias vasculares.
75. Hemangioma Orbitário - Capilar
• Logo após o nascimento, na forma de pequenas lesões cutâneas
avermelhadas ou na forma de massas subcutâneas avermelhadas.
• Geralmente tem regressão espontânea, localização superficial e
geralmente compromete a porção superomedial da órbita, mas pode
ocorrer infiltração difusa.
76. Hemangioma Orbitário - Cavernoso
• Menos frequentes, comprometem as camadas mais profundas, possuem
crescimento acelerado num determinado intervalo de tempo, sem regressão
espontânea.
• Crescimento lento e pode chegar a grandes dimensões com
comprometimento do arcabouço ósseo.
• Apresenta aspecto de lesão encapsulada geralmente dentro do cone
orbitário, mostrando vasos alargados, com lúmen máximo de 1 mm de
espessura.
77. Hemangioma Intraocular
• Imagem de lesão sólida, circunscrita, elevada, hipoecogênica, de textura
homogênea, sem calcificações puntiformes na base do tumor.
• Doppler: alta densidade vascular (mais de 5 vasos por centímetro), o que
os diferencia de outros tumores vasculares da órbita (hemangio-
endoteliomas e as miofibromatoses) e podem ser distintos de outras
malformações vasculares, pois têm aparência sólida, enquanto as
malformações têm aparência cística.
• Análise espectral: VPS de até 15,2 cm/s. IR baixo por microshunts
arteriovenosos.
78. Linfangioma
• Malformação venosa linfática frequente na região da cabeça e pescoço e
localizada principalmente na região orbitária. Geralmente vista logo após o
nascimento ou nos primeiros anos de vida.
• Clinicamente: elevação palpebral sem alteração do seu tamanho durante
Valsalva.
• US: lesão mista repleta de compartimentos císticos, em geral localizada dentro
do cone orbitário, sendo que o componente venoso geralmente mostra
aumento de calibre durante Valsalva.
79. Carcinoma Metastático
- Mais comuns de tumores da mama, pulmão, próstata e rins.
- Algumas possuem aspecto de infiltração na gordura
orbitária, mimetizando um pseudotumor inflamatório. Podem atingir o
músculo extraocular na forma de um nódulo.
- US: lesão nodular sólida, geralmente múltipla, pouco
elevada, heterogênea e hipoecogênica.
80. Retinoblastoma
• Tumor maligno que surge na retina imatura, predominantemente na infância, com pico
de incidência no 1° ou 3° anos de vida
• Relacionado com a mutação do cromossomo 13 ou com uma herança autossômica
dominante.
• Pode ser bilateral e multifocal.
• Leucocoria.
81. Tumores linfoproliferativos - Linfoma
• O linfoma da órbita representa cerca 10% dentre todas as lesões neoplásicas
do olho.
• Mais frequente é o não Hogdkin. Dos paciente com linfoma orbitário, cerca de
75% apresentam a doença na sua forma sistêmica.
• Manifesta-se como proptose indolor e distúrbio da motilidade.
• Qualquer segmento do olho pode estar envolvido, maior predileção pela
glândula lacrimal.
82. Tumores dos nervos periféricos da
órbita
• 4% das neoplasia da órbita.
• Neurofibroma: plexiforme, difusos, circunscritos e neuromas.
• Schwannomas: Indistinguíveis dos neurofibromas, já que ambos aparecem
nos nervos sensoriais e apresentam crescimento lento, seguido de
proptose. Porém apresentam a cápsula bem definida.
- US: ambos imagem de lesão sólida e bem definida, sendo que em algumas
ocasiões mostram degeneração cística central.
83. Doppler
• Parâmetros utilizados: IR, IP, PVS, PVD e VDF.
• RPV: novo método, razão entre picos de
velocidade, aplicável apenas para ondas com
padrão dicrótico, ou seja, que apresentam duas
incisuras diastólicas RPV = P2/P1
• P1: PVS
• P2: PVD após a incisura protodiastólica.
84. Doppler
• Artéria oftálmica:
- Profunda na face temporal da região retrobulbar, sendo possível visualizar o
seu cruzamento anterior ao nervo óptico.
85. Doppler
• Artéria oftálmica:
- Onda com padrão dicrótico: ascensão sistólica rápida, seguida de diástole
prolongada, com duas elevações de velocidade após as incisuras proto e
mesodiastólicas.
- O fluxo diastólico é anterógrado e não atinge a linha de base em nenhum
momento do ciclo cardíaco.
- Registrar o fluxo aproximadamente 15 mm do disco óptico.
86. Doppler
• Artéria retiniana central: padrão bifásico clássico, sem incisura protodiastólica.
- Visibilizada em seu trajeto junto à veia central da retina no interior do nervo
óptico.
- Aferir o fluxo a aproximadamente 3 mm do disco óptico na sua porção medial
87. Doppler – Pré-emclampsia
• Elevação marcante do pico de velocidade na mesodiástole após a incisura
protodiastólica, levando a formação de alta corcova, elevando a RPV.
• O agravamento da pré-eclampsia está associado à queda progressiva da impedância
vascular orbital, determinada por vasodilatação e hiperperfusão.
• Elevação do PVS, PVD e RPV na artéria oftálmica.
• Redução do IR na artéria central da retina nos casos graves.
• RPV > ou igual a 0,84 (+/- 0,08): risco para complicações no SNC.
• IR < 0,65 pré-eclampsia pura e IR > 0,65 pré-eclampsia com sobreposição da HAC.