A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
Rebeldia
1.
2. O pequeno rebelde amava a mãezinha viúva com entranhado amor;
entretanto, iludido pela indisciplina, dava ouvidos aos conselhos
perversos. Estimava a leitura de episódios sensacionais, em que homens
revoltados formam quadrilhas de malfeitores, nas cidades grandes, e, a
qualquer página edificante, preferia o folhetim com aventuras
desagradáveis ou criminosas. Engolfou-se em tantas histórias de gente má
que, embora a palavra materna o convidasse ao trabalho digno, trazia
sempre respostas negativas e rudes na ponta da língua.
-Filho, exclamava a senhora paciente, o homem de bem acomoda-se no
serviço.
-Eu não! Replicava zombeteiro.
3. -Mas já deixaste a escola, meu filho. É tempo de crescer e progredir nos
deveres bem cumpridos.
-Não fui à escola, a fim de escravizar-me. Tenho inteligência. Ganharei
com menor esforço.
E enquanto a genitora costurava, até tarde, de modo a manter a casa
modesta, o filho, já rapaz, vivia habitualmente na rua movimentada.
Tomava alcoólicos em excesso e entregava-se a companhias perigosas que,
pouco a pouco lhe degradaram o caráter.
(...) a pobre costureira pedia-lhe calma, juízo e chorava, depois, em preces.
Avançando no vício, o rapaz começou a roubar às escondidas.
4. Assaltava instituições comerciais, onde sabia fácil o acesso ao dinheiro.
(...) assim dizendo, fugiu para a vida pública e não regressou ao lar.
Ninguém mais soube dele. (...) alucinado, o rapaz fez luz, identificou a
mãezinha já morta e caiu de joelhos, gritando de dor selvagem. A
desobediência conduzira-o, progressivamente, ao crime e à loucura.
Reflexão:
Quem de nós poderia dizer que não conhece, que não viveu, ou que não
vive ainda experiências com pessoas rebeldes, teimosas, e que apesar de
toda orientação, toda educação, de todo amor, permanecem vivendo na
ilusão da indisciplina, do desrespeito e do vício?
5. Como nossa missão na Terra é evoluir em conjunto com os afetos e
desafetos do passado, sempre teremos oportunidade de encontrar esse
irmão do caminho que teima em guiar-se por valores menos dignos,
aprendidos no grupo social que frequenta, seja na escola, seja na mídia
imprevidente, seja no grupo de amigos, na rua. Quando aprendemos,
apenas abrimos as portas de tendências e capacidades que já vinham
latentes em nosso ser. Aquele que nos dá ou nos ensina apenas nos oferece
a chave que abre esse caminho. Existe, portanto, responsabilidade única e
intransferível daquele que recebe por aquilo que aprende e por aquilo que
é capaz de receber.
6. O mundo material oferece ao homem uma vasta gama de oportunidades e
exemplos. A mídia entra em nossa casa induzindo aos desavisados valores
falsos, ilusórios, e mostrando exemplos negativos de comportamento. É a
porta larga que Jesus nos falou, e que leva o homem ao sofrimento e a dor,
quando submetido invariavelmente à lei de causa e efeito. A aflição, é a
consequência natural desta invigilância. A porta estreita, que leva à
evolução, ao equilíbrio e a paz, deve ser atravessada por cada um, com
seus próprios pés, em trajetória de disciplina e de perseverança, num
aprendizado contínuo do sentido puro do amor. Não existe outro caminho
nem exceções à regra.
7. Deus é justo. E Sua lei é de justiça e de amor. Sempre estaremos sendo
fartos na obtenção dessa justiça, e o instrumento que repara os caminhos é
de causa e efeito. Nada se consegue sem esforço. O esforço ensina,
constrói, fortalece, ilumina os caminhos. A lei do trabalho e a lei do
progresso dizem aos homens que nada lhes é impossível, desde que eles
saibam usar adequadamente o seu poder de escolher, de perseverar, e
portanto, de construírem e aprenderem com suas próprias experiências.
Perseverança, persistência, requerem dois ingredientes básicos: a
disciplina e a paciência. A disciplina assegura a eficiência dos padrões
estabelecidos como necessários para o crescimento do ser.
8. A paciência assegura a postura do eterno aprendiz que espera sempre
crescer em todas as oportunidades. Quando Jesus, em Sua peregrinação,
entrava na casa de alguém dizia: “Que a paz de Deus esteja nesta casa”. O
significado desta palavra paz nem sempre é bem compreendido. Não se
trata apenas de existir ambiente sem discórdia ou intemperança. A paz
deve existir no plano íntimo de cada criatura, e no ambiente que ela
constrói em torno de si, para não se deixar levar pelos estímulos externos
ao desequilíbrio de qualquer ordem. Uma imagem bonita e que nos ajuda a
entender o significado dessa paz, dádiva maior que Jesus a todos os lares,
é aquela que diz que a luz visita a lama sem se deixar sujar.
9. A paz verdadeira e a luz verdadeira só é adquirida pelos justos, por aqueles
que ultrapassam a porta estreita com persistência e determinação. No
caminho oposto, aquele da indisciplina e da impaciência, encontramos a
rebeldia, a busca desordenada da vida fácil, da porta estreita, sem perceber
que do outro lado só existe desequilíbrio, sofrimento e desamor. Aqueles
que são pais, professores, orientadores, têm a responsabilidade de ensinar
pelo exemplo, mostrando os valores que já adquiriram, e deixar fluir a luz
que eventualmente já conseguiram fazer brilhar, mais apagada que ela
ainda esteja. E nesta caminhada não devemos jamais perder a esperança, e
perceber que o que nos cabe é o papel de amparar, de ouvir, de consolar,
de ensinar, mas sobretudo de exemplificar.
10. Diante daquele filho difícil, daquele amigo rebelde, indisciplinado,
devemos manter uma postura amorosa e compreensiva, mas não
relaxemos na aplicação da disciplina necessária para forjar um futuro
menos doloroso. É imprudência pensar que conseguiremos revogar a lei
natural, agindo na contramão do amor. O amor deve ser encarado como
um princípio científico que assegura paz, luz, equilíbrio e a harmonia do
Universo. A rebeldia caracteriza a imprudência dos impacientes na busca
do caminho fácil. Rebeldia, significa indisciplina no cumprimento dos
valores morais essenciais; significa teimosia de não querer ver a luz que
nos é apresentada a cada instante.
11. Sabemos que todo caminho nos proporciona aprendizado. Mas, enquanto o
caminho reto nos leva à luz sem sofrimento, o caminho da rebeldia só
proporciona luz depois de mergulhado nas profundezas das trevas, onde há
sofrimento, dores e ranger de dentes. Os mais jovens, possuidores de
energia casadoiras mais intensa são as vítimas mais fáceis da rebeldia e da
imprudência. Como vivem em diferentes grupos sociais, na família, na
escola, na rua, estão mais predispostos a aprender e a forjar valores em
seus espíritos. Na família, os pais desempenham papel preponderante na
aquisição desses valores. Os exemplos observados e valorizados pelos pais
são sempre importantes para seus filhos.
12. A necessidade de afirmação; o desejo de ser reconhecido como alguém
dentro de seu grupo, predispõe os jovens à aquisição de valores
deformados, trazendo no futuro dores e lamentações profundas. A
sociedade é impiedosa na manutenção de regras e costumes, e pune
sempre a rebeldia com a segregação, com a marginalização, com a prisão
dos mais invigilantes, e que se deixaram cair nas trevas da rebeldia. O
exemplo dos pais, o sentimento de família, o exemplo dos professores e
orientadores são fundamentais na recuperação de jovens rebeldes. Todo
exemplo que se deixa é uma semente que se planta, e por mais que tenha
caído em solo despreparado, há de germinar no futuro, fazendo brotar a luz
nas trevas.
13. A dor é o adubo que permite preparar o solo para germinação correta. A
lembrança do caminho reto, do caminho exemplificado, permanece sempre
viva na mente, por mais rebeldia que se demonstre. O amor, a
compreensão e o exemplo são, portanto, os únicos remédios para ajudar
aqueles a quem queremos bem e que se encontram hoje prisioneiros de
falsos valores, iludidos de sua própria destinação, negando-se a enxergar a
sua própria verdade. Assim, também, para todos nós o exemplo de Jesus é
o farol, o guia que ilumina o caminho da virtude, e que há de nos trazer
pelo exercício do amor, a paz, o equilíbrio e a harmonia com o Universo
em que vivemos.
14. Jesus é o nosso companheiro invisível.
Muita Paz!
Agora, vamos elevar o nosso pensamento a Jesus, rogando a luz e o
amparo que precisamos, nós que aqui estamos, ligados ao pesado fardo da
matéria. Refrigera-nos, Senhor, o nosso Espírito; ameniza as dores e
sofrimentos de todos nós; que possa haver mais esperança em nossos
corações; que possa haver mais fé em nossos espíritos; que possa haver
mais entendimento e caridade em nossas ações, tudo conforme a vontade
de Deus, nosso Pai.
15. E, que, nessa semana que hoje se inicia, possamos vivificar e aprender,
levando a todos com quem vamos nos encontrar, a mensagem do trabalho
contínuo, da melhoria, da paz, do amor e da caridade.
Que assim seja!
Graças a Deus!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudo comentado de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.