O documento descreve a educação de Hippolyte Léon Denizard Rivail no Instituto de Yverdon na Suíça sob a orientação do pedagogo Johann Heinrich Pestalozzi. O Instituto ensinava diversas matérias de forma heurística e enfatizava o amor e afeto na educação das crianças, inspirado nos ideais de Pestalozzi. Rivail teve uma educação abrangente sob os princípios pedagógicos progressistas de Pestalozzi.
2. No começo do século XX, Léon Denis fez esta advertência: “O
Espiritismo será o que o fizerem os homens”.
Entendo que falta ao Movimento Espírita o quê? Com certeza Kardec!
Tudo é falado, tudo é exaltado, tudo é elogiado. Kardec fica sempre em
segundo plano, quando fica em algum plano. Há décadas, Herculano
Pires já advertia para o perigo místico que tomava conta desse
movimento e alertava: a única fonte legítima do saber espírita são as
obras de Allan Kardec, e o que nós vemos hoje? Os espíritas se dividem
por que motivo? Pelo que pensam sobre Jesus? Sobre Kardec? Não! É
pelas suas preferências bibliográficas e mediúnicas.
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3. Mas quem foi Kardec para eles? Foi um professor, um intelectual,
alguém que se casou com uma mulher nove anos mais velha, coisas
assim. A biografia de Allan Kardec no seu dia a dia, na sua labuta
cotidiana para o estabelecimento das balizas do Espiritismo é
desconhecida, basta dizer que na oportunidade do bicentenário do
Codificador é que foram editadas em língua portuguesa as Revistas
Espíritas. Até então, nós tínhamos duas outras iniciativas sem muita
força. Foi preciso Kardec fazer duzentos anos de nascido para que fosse
disponibilizado aos espíritas uma versão em português de todos os
tomos da Revista Espírita, onde está a história da Doutrina Espírita;
onde está o dia a dia de Kardec; onde estão as orientações do
Codificador; onde está estabelecido o seu critério ao longo do tempo.
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4. Em virtude disso, muitos espíritas não conhecem a obra total do Mestre
de Lion e, assim, se equivocam em seus julgamentos, ou, então, não
fazem caso do que disseram ou deixaram de dizer o Codificador e seus
excelsos orientadores espirituais.
Dizer-se espírita não basta, necessário é tornar-se espírita, o que lhe
exigirá a conscientização daqueles princípios e não apenas o
conhecimento deles.
Esquecido o ensinamento espírita, condena-se a Doutrina Espírita à
estagnação.
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(Texto e imagens do Portal A Era do Espírito)
NASCIMENTO DE HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL
Lyon é uma das maiores cidades francesas, situa-se na junção do
Ródano (Rhône) e do Saône e foi fundada em 43 a.C. sobre a colina de
Fourvière como uma colônia romana por Munatius Plancus, um tenente
de Julio Cesar.
Lyon, primeiramente, foi chamada de Lugdunum cujo significado era
"monte de luzes" ou "o monte de corvos".
O imperador romano Cláudio foi natural de Lyon e foi o primeiro
nascido fora da península itálica. Caracalla, outro imperador romano,
também, nasceu em Lyon.
6. Lyon se tornou um ponto de encontro das principais estradas de toda
Gália romana, assim, se fez a capital da Gália, graças à sua localização
conveniente na convergência dos dois rios navegáveis - o Saône e o
Ródano -, e rapidamente se tornou a principal cidade da Gália.
Era o início do século XIX, dia 3 de outubro de 1804, dezenove horas,
quando na antiga cidade de Lyon, na Rua Sala, 76, França, nascia
Denizard-Hippolyte-Léon Rivail. Filho do magistrado Jean-Baptiste-
Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel.
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NOME DE BATISMO
A Croix-Rousse é uma colina da cidade de Lyon. Também, é o nome de
um bairro situado nessa colina, onde o planalto e encostas fazem parte
da sua paisagem.
O nome Croix-Rousse (Cruz Avermelhada) provém de uma cruz erguida
no século XVI no planalto feita de pedras douradas de Couzon (ou cor
ocre). A colina da Croix-Rousse, também, foi apelidada "o morro que
trabalha", em oposição ao "morro que reza" - a colina de Fourvière.
Fazia parte da antiga comuna de Cuire-la-Croix-Rousse, situada no
planalto, quando em 1852 foi anexada a Lyon, sendo o bairro de Cuire
anexado à comuna de Caluire-et-Cuire.
8. Até hoje, a Croix-Rousse é um bairro densamente ocupado, marcado
tanto por seu relevo e encostas, como por seu urbanismo singular e por
sua história, preservada pelos prédios das antigas tecelagens que ligam
uma rua a outra.
A igreja de St. Denis (De La Croix Rousse) foi o primeiro templo cristão
construído nessa região de Bron, no lugar chamado "La Croix" (A
Cruz).
Foi nessa igreja que Denizard foi batizado em 15 de junho de 1805, em
virtude de seus pais serem adeptos da religião católica. Vale destacar
que na certidão de batismo seu nome aparece como sendo Hippolyte
Léon Denizard Rivail, segundo alguns biográfos.
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A ESCOLA
Instituto de Yverdon
Seus primeiros estudos foram realizados em Lyon, sua cidade natal.
Mais tarde, com a idade de 10 para 11 anos, Rivail foi enviado para
Yverdon, na Suíça, para completar e enriquecer sua bagagem escolar.
O Instituto de Yverdon, que funcionava no castelo construído em 1135
pelo duque de Zähringen. Como era tido uma escola modelo da Europa,
era frequentado todos os anos por grande números de estrangeiros.
Línguas, raças, crenças, culturas e hábitos diferentes ali se misturavam,
aprendendo as crianças e os jovens, na vivência escolar, a lição da
fraternidade, da igualdade e da liberdade.
10. A história, a literatura, todos os ramos dos conhecimentos humanos
eram ensinados em Yverdon, dentre os quais descrevemos alguns:
NOÇÕES GERAIS, PORÉM EXATAS, DE MINERALOGIA,
BOTÂNICA, ZOOLOGIA E ANATOMIA COMPARADA; UM
CURSO ABREVIADO DE HISTÓRIA NATURAL; ELEMENTOS DE
FISIOLOGIA E PSICOLOGIA; LIÇÕES DE FÍSICA
EXPERIMENTAL E DE QUÍMICA; ESTUDO DE LÍNGUAS
MORTAS OU ANTIGAS (principalmente o grego e o latim);
LÍNGUAS ATUAIS DA ÉPOCA (italiana, inglesa, francesa, alemã e
outras); ESTUDO GERAL DE MATEMÁTICA (dividido em quatro
seções:
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11. CÁLCULO TEÓRICO E PRÁTICO, e ARITMÉTICA SUPERIOR;
ÁLGEBRA, OU ARITMÉTICA LITERAL E UNIVERSAL;
GEOMETRIA; MECÂNICA, COM NOÇÕES DE ASTRONOMIA E
GEOGRAFIA MATEMÁTICA.
O Instituto de Yverdon possuía em média 150 alunos que se obrigavam
a uma carga horária diária de 10 horas. Aos domingos, numa assembleia
geral, passava-se em revista o trabalho da semana. Pestalozzi dava
também bastante importância ao canto: cantava-se nos intervalos das
lições, nos recreios e nos passeios. A música e o canto adquiriram ali
grande impulso entre 1816 e 1817 com o notável compositor suíço
Xaver Schnyder vonWartensee.
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O MESTRE
O Instituto de Yverdon era dirigido pelo professor-filantropo de
nacionalidade suíça Johann Heinrich Pestalozzi, cujo apostolado
pedagógico era bastante conhecido, o que lhe conferiu o cognome de “O
Educador da Humanidade”.
Pestalozzi pregava que o amor é o eterno fundamento da educação, por
isso, nesse Instituto não haviam castigos ou recompensas. O ensino era
heurístico, ou seja, aquele em que o aluno é conduzido a descobrir por si
mesmo, tanto quanto possível por seu esforço pessoal, as coisas que
estão ao alcance de sua inteligência.
13. Convém destacar algumas obras literárias de Pestalozzi: Diário de um
pai (1777), Crepúsculos de um eremita (1780), Leonardo e Gertrudes (a
primeira parte apareceu em 1781, a segunda em 1783, a terceira em
1785 e a última em 1787), Legislação e infanticídio (1783, considerada
a primeira obra de sociologia infantil publicada no mundo), Cristóvão e
Elisa (1784), Minhas indagações sobre a marcha da natureza no
desenvolvimento da espécie humana (1797), Como Gertrudes ensina
seus filhos (1801), Discurso de Lenzburg (1809), À inocência (1815) e
Canto do cisne (1826).
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14. Em Leonardo e Gertrudes ele descreve como Gertrudes ensina seus
filhos e destaca a influência de uma mulher na reforma de toda aldeia
através da educação. Também realça, como os conhecimentos e
habilidades deveriam ser ensinados para as crianças.
Para o educador suíço, os sentimentos tinham o poder de despertar o
processo de aprendizagem autônoma na criança.
Pestalozzi idealizava que a escola deveria ser a extensão do lar bem
como inspirar-se no ambiente familiar para oferecer uma atmosfera de
segurança e afeto. Para ele, só o amor tinha força salvadora, capaz de
levar o homem à plena realização moral - isto é, encontrar
conscientemente, dentro de si, a essência divina que lhe dá liberdade.
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15. Pestalozzi foi um tipo de cristão zeloso, mas não era místico nem
preconceituoso, também, não tinha paixões religiosas, apesar de
pertencer à Igreja reformada.
Acredita-se que Pestalozzi tivesse alguma noção da vida após a morte,
pois numa carta que escreveu à sua amiga condessa Franziska Romana
von Hallwyl, que procurara consolá-lo da dolorosa perda de um
professor, o pedagogo lhe disse, confiante: "Vossa fidelidade e vossa
amizade a seguirão no outro mundo, nós reencontraremos e juntos nos
rejubilaremos com alegria."
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