O documento discute práticas para promover uniformidade na formação de cafezais, incluindo o uso de mudas de boa qualidade com tamanho ideal, plantio em sulcos preparados e cuidados pós-plantio como irrigação e controle de ervas daninhas.
Folha 319 mais uniformidade na formação do cafezal
1. Fundação Procafé
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MAIS UNIFORMIDADE NA FORMAÇÃO DO CAFEZAL
J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e J.R. Dias, Lucas Franco e Alexandre M.M. Belchior Ribeiro -Engs Agrs
Fdas Sertãozinho e M.L. Carvalho-Eng Agr Fdas Reunidas LeS.
A lavoura de café é como uma criança. Ela deve ser bem formada, desde o inicio, para que
possa crescer e se desenvolver bem, com uma boa estrutura, visando alcançar as melhores
condições para ser produtiva durante a sua vida.
Na formação do cafezal deve-se buscar, desde o começo, a uniformidade das plantas,
evitando o seu desenvolvimento desigualado, com a presença de plantas fracas ou falhas na futura
lavoura. As plantas que ficam pra trás vão representar perda do stand, um fator importante na
produtividade da área.
Algumas práticas são essenciais com o objetivo de alcançar um cafezal igualado e
produtivo.. Deve-se começar com mudas boas, que possuam distribuição adequada em sua razão
parte aérea/sistema radicular. Elas devem ir ao campo em bom tamanho, com 3-6 pares de folhas,
previamente selecionadas, eliminando-se os refugos. Elas precisam ir bem aclimatadas ou
amadurecidas através da indução hormonal, por triazóis específicos, que seguram, ligeiramente, o
desenvolvimento da parte aérea e aumentam o sistema radicular fino das mudas. Olho na seleção
das mudas, que vão do viveiro pro campo. Mudas fracas, fininhas, “mirradas” ou ficam lá sendo
recuperadas ou vão pro lixo. Uma vez plantadas dão duplo trabalho. Um ao serem plantadas e
outro na sua replanta.
O plantio deve ser feito em sulco/cova bem preparado e pouco compactado, para maior
firmeza da muda. O plantio ligeiramente fundo, a uns 10 cm, vai garantir maior suprimento de
água, mais sombra e menor temperatura junto ao solo, próximo à planta, o que vai favorecer o seu
pegamento. Depois de colocar a muda na coveta, ela deve receber um aperto lateral da terra, para
sua firmeza e para, também facilitar o fluxo de umidade até às raízes dela.
Depois do plantio três cuidados essenciais devem ser adotados, com todo o empenho do
cafeicultor. Primeiro não economizar no suprimento de água. Quando a chuva faltar deve-se fazer
molhações de socorro. Qualquer gasto a mais com isso sempre é muito menos do que o trabalho
de replantar, com seus gastos e da perda do tempo e da desigualdade que vai causar na formação
da lavoura. Segundo, deve-se replantar o mais rapidamente, tão logo se constate as falhas.
Terceiro, evitar o mato junto às plantas jovens. A linha, numa faixa crescente com o tempo e,
quando necessário, até a rua, deve ficar sem concorrência das ervas. Hoje em dia, felizmente,
existem herbicidas seletivos ao cafeeiro, que facilitam o trabalho, sem aquele serviço de capina
com enxada, que, frequentemente, leva ao ferimento das mudas. Outros métodos de limpeza
também são adequados, sendo o importante que as mudas não sofram com o mato.
Finalmente, uma polêmica que sempre volta. Será que é melhor plantar mudas grandes ou
mudas menores. Nossa consideração, sobre esse assunto, é que, logicamente, ao plantar, na
mesma época, uma muda grande, ao lado de outra pequena, a maior tende a sair na frente, afinal é
mais velha. No entanto, se a mesma muda, em formação, for plantada mais cedo, ela, com certeza,
terá melhores condições de se adaptar ao campo, do que aquela que vai mais tardiamente.
Vejamos que, teoricamente, todos concordam que a melhor muda seria aquela que nascesse, desde
a semente, lá no campo, pois suas raízes seriam mais bem estruturadas, não teria sua parte aérea
com crescimento forçado, não cresceria espremida entre as demais no viveiro, podendo estar mais
cedo, lá no campo, com caule mais grosso e mais ambientada. Ao se concordar com essa
premissa, a maneira mais próxima, do que essa, que nos ensina a natureza, seria levar ao campo
uma muda menor, como se indica atualmente. Não o que alguns defendem, quase um retorno ao
passado, quando se plantavam mudas de café, tiradas da mata, já quase produzindo frutos. As
mudas maiores são as indicadas para o replantio, quando efetuado mais tarde.
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Mudas fracas(assinaladas), tipo refugo, não devem ser plantadas, só depois de sua recuperação no
viveiro, pois são um fator de aumento no replantio e de desigualdade na lavoura.
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Mudas de tamanho ideal para plantio, com 6 pares de folhas, amadurecidas e amareladas, por efeito da
aplicação de Triadimenol (no Premier Plus, a 1,5 ml por 100 mudas, via rega). Detalhe do plantio um
pouco fundo, para facilitar molhação e pegamento.
Tanque fazendo molhação de socorro para evitar perda de mudas no pós-plantio.
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A aplicação de herbicidas seletivos nos cafeeiros novos facilita o controle do mato, especialmente
junto à linha de cafeeiros (na foto apl. de Select mais Clorimuron)
Lavoura com falhas representa menor stand de plantas por área, mais trabalho pra
controlar o mato nas linhas, maior desuniformidade da lavoura e perda na
produtividade futura.