Segundo a Embrapa, “doenças de plantas são anormalidades provocadas geralmente por microrganismos, como bactérias, fungos, nematoides e vírus, mas podem ainda ser causadas por falta ou excesso de fatores essenciais para o crescimento das plantas, tais como nutrientes, água e luz”. E essas doenças classificadas por McNew em 1960, em grupos, levando em consideração principalmente os processos fisiológicos das plantas que as doenças afetavam diretamente.
No MID (Manejo Integrado de Doenças), da cultura da soja um dos fatores primordiais é o conhecimento dos sintomas e sinais de cada doença que acomete a cultura afim de saber quais medidas de controle adotar, seja cultural, química, genética ou biológica. As principais doenças que infectam as sojas na região do cerrado são:
- Antracnose (Colletotrichum truncatum);
- Mofo-branco (Sclerotina sclerotiorum);
- Cescorporiose e mancha-púrpura (Cercospora kikuchi);
- Mancha-alvo (Corynespora cassicola);
- Mancha-parda (Septoria glycines);
- Míldio (Peronospora manshurica);
- Oídio (Microsphaera diffusa);
- Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi);
-Mela ou Tombamento por Rhizoctonia (Rhizoctonia solani);
-Nematoide do cisto (Heterodera glycines).
Dentre essas as que mais ocorreram durante a safra 21/22 foram Cercosporiose, Mancha-alvo e Ferrugem-asiática (essa em cultivares mais tardias). As outras ocorreram porém em pontos e regiões isoladas.
No manejo de doenças da soja, deve-se adotar medidas preventivas, pois essas possuem uma eficiência melhor. Dentre as técnicas de manejo, temos o controle químico com a utilização fungicidas, há diversos fungicidas no mercado, com diferentes grupos químicos e alvos, dentro dessa classe os produtos comerciais que mais se destacam é o Fox Xpro (Bayer), Ellatus (Syngenta), Standak Top (TS) (Basf), Bravonil (Syngenta), entre outros. O controle genético também é muito utilizado, esse se resume em cultivares com resistência ou tolerância as doenças. O controle cultural também é de fundamental importância, como exemplo desse temos a utilização de sementes sadias e certificadas, rotação de culturas, limpeza de maquinários entre outras práticas. O controle biológico não é muito empregado ainda, porém é uma área que está com crescimento acelerado, são produtos bem específicos e geralmente são a base do fungo Trichoderma spp. e da bactéria Bacillus spp.
2. 2
• Definição de doença;
• Classificação das doenças segundo McNew;
• Princípios do Manejo Integrado de Doenças (MID);
• Doenças da soja;
• Manejo e Controle de doenças da soja;
• Eficiência e momentos de aplicação.
Sumário:
3. 3
• “Doenças de plantas são anormalidades provocadas geralmente por microrganismos,
como bactérias, fungos, nematoides e vírus, mas podem ainda ser causadas por falta ou
excesso de fatores essenciais para o crescimento das plantas, tais como nutrientes, água e
luz.” (Embrapa, 2022)
• Como ocorrem?
–Triângulo da doença:
Definição de Doenças de Plantas:
Fonte: Stoller, 2022.
4. 4
• Classificação de doenças segundo McNew (1960):
Classificação de Doenças:
GRUPOS NOMENCLATURA PROCESSOS FISIOLÓGICOS
GRUPO I Podridões em órgãos de reserva Acúmulo de material de reserva
GRUPO II “Damping-off”
Desenvolvimento de tecidos
jovens
GRUPO III Podridões de raiz e colo Absorção de água e nutrientes
GRUPO IV Doenças vasculares Transporte de água e nutrientes
GRUPO V
Manchas foliares, ferrugens,
oídios e míldios
Fotossíntese
GRUPO VI Carvões, galhas e viroses
Utilização de produtos da
fotossíntese
Específico
Agressivo
Elaborado por Ivanês Junio, 2022.
5. 5
• PRINCÍPIOS DO MID:
1. EXCLUSÃO: Prevenção da entrada do patógeno;
2. ERRADICAÇÃO: Eliminação do patógeno após sua entrada;
3. PROTEÇÃO: Interposição de barreira entre o hospedeiro e o patógeno;
4. IMUNIZAÇÃO: Desenvolvimento de plantas resistentes;
5. TERAPIA: Restabelecimento da sanidade das plantas.
Manejo Integrado de Doenças
6. 6
• Pontos relevantes a serem considerados:
–Conhecer o histórico da área de interesse;
–Fazer uma diagnose correta.
Manejo Integrado De Doenças
Fonte: Embrapa, 2014.
Fonte: Agro Livros, 2022.
8. • Elevadas temperaturas;
• Altos índices de precipitação;
• Baixa disponibilidade de Potássio;
• Cerrado favorável a doença.
• Tombamentos;
• Manchas nas nervuras;
• Vagens em R3-R4 adquirem
coloração castanho-escuro;
• Deterioração dos grãos.
8
Antracnose (Colletotrichum truncatum)
• Sobrevive em restos culturais;
• Atinge todo o ciclo da planta;
• Pode causar perdas de lavouras;
• Reprovam lote de sementes.
11. • Sobrevive no solo e em restos
culturais;
• Possui uma gama de
hospedeiros;
• Hifas formam muitos micélios;
• Patógeno de difícil erradicação.
• Temperaturas entre 10 e 21ºC;
• Umidade relativa acima de 70%;
• Solo úmido.
• Fase mais vulnerável R1-R3;
• Lesões aquosas iniciais;
• Infectam qualquer parte da
planta;
• Infectam preferencialmente as
pétalas da soja.
11
Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum)
14. • Presente em todas as regiões
produtoras de soja do Brasil;
• Sobrevive em restos culturais;
• Fungo mais encontrado em lotes
de sementes.
• Regiões com climas quentes e chuvosos;
• Favorecido por altas umidades;
• Temperaturas entre 23 e 27ºC
• Ataca todas as partes da planta;
• Inicia com pontos castanhos-
avermelhados;
• Evoluindo pra manchas;
• Nas sementes ocorre a mancha
púrpura.
14
Crestamento foliar de Cercospora e Mancha púrpura
(Cercospora kikuchi)
15. 15
Crestamento foliar de Cercospora e mancha púrpura
(Cercospora kikuchi)
• Sintomas:
Fonte das imagens: Ivanês Junio, 2022.
16. • Presente em grande parte das
regiões produtoras;
• Sobrevive em restos culturais;
• Possui plantas daninhas como
hospedeiro (Trapoeraba e Assa-
peixe).
• Favorecido por altas umidades;
• Temperaturas amenas.
• Inicia com pontuações pardas de
halo amarelado;
• Manchas podem atingir até 2cm;
• Nas vagens e hastes apresentam
manchas pardo-avermelhadas.
16
Mancha-alvo (Corynespora cassiicola)
18. • Sobrevive em restos culturais;
• Disseminado por água e ventos;
• Reduz rendimento dos grãos.
• Favorecido por altas umidades;
• Temperaturas mais elevadas;
• Molhamento foliar de 6 horas.
• Pequenas pontuações ou
manchas angulares;
• Pode causar severa desfolha;
• Pode causar maturação precoce.
18
Mancha-parda (Septoria glycines)
20. • Doença amplamente
disseminada no Brasil;
• Prejuízos entre 8 e 14%;
• Inserido nas áreas através de
sementes contaminadas.
• Favorecido por temperaturas entre 20 e
22ºC;
• Necessita de elevados períodos de
molhamento entre 6 a 12 horas.
• Inicia-se com manchas de 3 a
5mm verde-clara;
• Evoluindo para manchas
amareladas na face adaxial da
folha;
• Na face abaxial da folha são
formados estruturas de
frutificação do patógeno.
20
Míldio (Peronospora manshurica)
22. • Presença de uma fina camada de
micélio e esporos pulverulento
do fungo;
• Impede a fotossíntese;
• É mais comum após o inicio da
floração.
• Favorecido por temperaturas entre 18 e
24ºC;
• Baixas umidades;
• Não necessita de molhamento foliar.
• Desenvolve-se na parte aérea das
plantas;
• Fina camada esbranquiçada
cobrindo o tecido vegetal;
• Pode causar seca e queda pré-
maturas das folhas.
22
Oídio (Microsphaera diffusa)
24. • Danos variando de 10 a 90%;
• Penetra através da epiderme
foliar;
• Pode surgir em qualquer estádio
da cultura;
• Disseminação acelerada;
• Vazio sanitário 01/07 – 30/09.
• Favorecida por elevadas umidades e
temperaturas entre 15 a 28ºC;
• Necessita de um molhamento de 10 a 12
horas;
• Inicia-se minúsculos pontos mais
escuros que o tecido sadio da
folha;
• Na face abaxial da folha
apresentam protuberâncias
(urédias);
• Plantas severamente infectadas
apresentam desfolha precoce;
24
Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi)
27. • Fungo capaz de sobreviver no
solo;
• Disseminação por respingos de
chuvas e contato entre plantas;
• Atinge todos os estádios da
cultura;
• Favorecido por temperaturas entre 25 e
30ºC;
• Favorecido por solos úmidos;
• Palhada “freia” sua disseminação.
• Afeta todas as partes da planta;
• Partes Infectadas secam
rapidamente;
• Causa damping-off em plântulas;
• Necrose no colo e raiz.
27
Mela ou Requeima da Soja (Rhizoctonia solani)
28. 28
Mela ou requeima da soja (Rhizoctonia solani)
• Sintomas:
Fonte: Fundação MS, 2016. Fonte: Embrapa, 2020. Fonte: Mais Soja, 2020.
29. • Cisto pode permanecer no solo
por mais de 8 anos;
• Seu ciclo se completa com 4
semanas;
• Pode ser disseminado por
maquinários.
• Favorecido por solos úmidos;
• Temperaturas entre 20 e 30ºC.
• Penetra na raiz dificultando
absorção de água e nutrientes;
• Sintomas aparecem em
reboleiras;
• Sistema radicular fica reduzido;
• Forma cistos na raiz.
29
Nematoide do cisto (Heterodera glycines)
30. 30
Nematoide do cisto (Heterodera glycines)
• Sintomas:
Fonte das imagens: Embrapa, 2014.
43. 43
• Eficiências em programas de manejo de fungicidas:
Controle Químico:
Fonte: Fundação MS, 2016.
Figura 1- Eficiência de controle (porcentagem de redução da área abaixo da curva de progresso da doença) de ferrugem asiática da soja
por diferentes programas de manejo de doença. Maracaju, MS, 2015.
44. 44
• Momento de aplicação e eficiências em programas de manejo químico:
Controle Químico:
Fonte dos dados: Fundação MS, 2016.
Tabela 2- Descrição dos momentos de aplicação de Fox + Áureo no controle do
complexo de doenças da soja. Maracaju, MS, 2015.
Figura 2- Eficiência de controle de ferrugem asiática da soja pelo fungicida Fox
em diferentes épocas de aplicação. Maracaju, MS, 2015.
45. Entre em contato conosco:
www.geagra.com
geagracontato@gmail.com
GEAGRA UFG
@geagraufg
UNINDO CONHECIMENTO EM PROL DA AGRICULTURA!
MANEJO DE DOENÇAS NA SOJA
ivanes.agroufg@gmail.com