SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 15
Descargar para leer sin conexión
FLORA DA CAATINGA



Juliana Rodrigues de Sousa
Florística
“Análises florísticas permitem comparações dentro e entre
formações florestais no espaço e no tempo, gera dados
sobre a riqueza e diversidade de uma área, além de
possibilitar a formulação de teorias, testar hipóteses e
produzir resultados que servirão de base para outros
estudos (Melo, 2004).”

“A evolução de trabalhos deste tipo tem permitido
melhores resultados, tanto para os dados referentes à
biodiversidade, como para o entendimento da dinâmica
florestal, subsidiando as discussões de conservação, manejo
e recuperação dessas fitofisionomias (Durigan, 2000).”
Estudos florísticos na caatinga
• O conhecimento florístico atual resulta de dois grandes blocos
  de estudos:

   1.    Inventários da flora e das características fenológicas e
        importância econômica das espécies existentes nos
        diferentes ambientes, visando ampliar o conhecimento da
        biodiversidade e fazer revisões taxonômicas que permitam
        resolver problemas de identificação e delimitar a área de
        ocorrência das espécies (QUEIROZ et al., 1999; NASCIMENTO
        et al., 1999; SAMPAIO et al., 2002; SAMPAIO e GAMARRAROJAS,
        2002; MELO e SALES, 2005; LACERDA et al., 2005; SANTOS et al.,
        2006; FERRAZ et al., 2006; MOURA et al., 2007; SILVA e SALES,
        2008; ABREU e SALES, 2008).
Estudos florísticos na caatinga
• O conhecimento florístico atual resulta de dois grandes blocos
  de estudos:

  2. Voltados a conhecer as relações de abundâncias existentes
  entre as populações que ocupam determinadas áreas, sendo
  geralmente conhecidos como estudos fitossociológicos (TAVARES
  et al., 1964; 1970; ARAÚJO et al., 1995; RODAL et al., 1999;
  PEREIRA et al., 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003;
  NASCIMENTO et al., 2003; SILVA et al., 2003; ANDRADE et al.,
  2005; AMORIM et al., 2005; GOMES et al., 2006; FABRICANTE e
  ANDRADE, 2007; RODAL et al., 2008; CANTALICE et al., 2008).
Metodologias
• São diversificadas:

   – As pesquisas de cunho florístico e/ou taxonômico:
     Caminhadas livres nas áreas objeto de estudo, para
     obtenção de material botânico reprodutivo das espécies
     ocorrentes.

   – Estudos fitossociológicos: delimitação de área e
     estabelecimento de unidades de amostragem, sendo a
     parcela o método mais freqüentemente utilizado
     (ARAÚJO e FERRAZ, 2008).
Parcelas
Florística
• “A composição florística deve ser um dos primeiros aspectos a
  ser analisado em áreas florestais que são objetos de pesquisa,
  manejo silvicultural, e qualquer outra atividade que envolva a
  utilização dos recursos vegetais. É essencial entender a
  composição florística para se desenvolver estudos adicionais
  sobre a estrutura da dinâmica da floresta (CARVALHO,1997).”
Florística
• Fatores que interferem na composição e número de
  espécies em uma área:

   – Precipitação;
   – Situação topográfica;
   – Classe, profundidade e permeabilidade do solo.
Fitossociologia
• “Amplamente utilizado para diagnóstico quali-quantitativo das
  formações vegetacionais. Vários pesquisadores defendem a
  aplicação de seus resultados no planejamento das ações de
  gestão ambiental, como no manejo florestal e na recuperação
  de áreas degradadas (ISERNHAGEN, 2001).”

• “Envolve o estudo das inter-relações de espécies vegetais
  dentro da comunidade vegetal no espaço e no tempo. Refere-
  se ao estudo quantitativo da composição, estrutura,
  funcionamento, dinâmica, história, distribuição e relações
  ambientais da comunidade vegetal. (Martins, 1989).”
Resultados
• “Estes estudos tem mostrado que a flora da vegetação da
  caatinga é bastante diversificada, existindo heterogeneidade
  na ocorrência das espécies entre os diferentes habitats deste
  domínio vegetacional (GIULIETTI et al., 2002; ARAÚJO et al.,
  2007).”

• Atualmente, é registrado ocorrer cerca de 1.102 espécies de
  árvores e arbustos na vegetação da caatinga (SAMPAIO e
  GAMARRA-ROJAS, 2002), sendo 318 espécies endêmicas
  (GIULIETTI et al., 2002).
   – As famílias que se destacam em termo de número de
     espécie lenhosas são Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae,
     Mimosaceae e Cactaceae.
Resultados
• Estudos florísticos e fitossociológicos mostram:

   – Existir espécies que apresentam preferência ou que
     ocorrem com maior freqüência em determinadas
     condições de microhabitats.

   – Que algumas das espécies ocorrentes na caatinga
     também têm registro de ocorrência em outras
     formações vegetacionais, como Brejo de altitude,
     Mata Atlântica e Cerrado.
Componente Herbáceo
• A riqueza de espécies ainda é insuficientemente
  conhecida.

  – Os poucos estudos existentes indicam existir pelo menos 750
    espécies de ervas, sendo estimado que a riqueza de espécies
    herbáceas seja mais elevada que a riqueza de espécies que
    vem sendo indicada para o componente lenhoso.

  – A maioria das espécies é terófita e, por isso, só são
    registradas na vegetação durante o período chuvoso,
    apresentando uma dinâmica de crescimento e reprodução
    fortemente relacionada com as características da
    sazonalidade climática da região.
Componente Herbáceo
• A riqueza de espécies ainda é insuficientemente
  conhecida.

  – A tendência registrada é que as famílias Asteraceae, Poaceae,
    Convolvulaceae, Malvaceae e Rubiaceae são de extrema
    importância no componente herbáceo por apresentar
    elevada riqueza de espécies.


  – Muito ainda precisa ser investigado, todavia já se é
    conhecido que, assim como registrado para as espécies
    lenhosas, muitas das espécies herbáceas exibem elevada
    importância econômica na região, sendo utilizadas como
    plantas medicinais, forrageiras e apícolas.
Concluindo

• “Para Rodal (1992), apesar da existência de alguns trabalhos
  relacionados com a vegetação da caatinga, ainda faltava muito
  para o conhecimento das caatingas como um todo, havendo
  necessidade de se realizar, em áreas localizadas,
  levantamentos das espécies, determinando seus padrões de
  distribuição geográfica, abundância e relação com os fatores
  ambientais, para que se possa estabelecer, com base em
  dados quantitativos, os diferentes tipos de caatinga e suas
  conexões florísticas.”
Concluindo
• A pressão de uso da vegetação da caatinga é crescente
  (FIGUEIRÔA et al., 2005), levando a redução de áreas cobertas
  com vegetação nativa e gerando a necessidade de
  estabelecimento de programas ambientais para restauração
  das áreas degradadas.

• Para a restauração de tais áreas tanto é necessário conhecer a
  florística do ambiente para seleção de espécies apropriadas a
  cada condição de microhabitat, considerando as exigências
  das espécies para o sucesso de seu estabelecimento no
  processo sucessional, quanto é necessário conhecer os
  processos ecológicos que possibilitem a restauração das
  comunidades.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

A cultura do Milho
A cultura do MilhoA cultura do Milho
A cultura do MilhoKiller Max
 
Recuperação de áreas degradadas
Recuperação de áreas degradadasRecuperação de áreas degradadas
Recuperação de áreas degradadasUERGS
 
Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)Rebeca Queiroz
 
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013Alexandre Panerai
 
Fruticultura irrigada
Fruticultura irrigadaFruticultura irrigada
Fruticultura irrigadahelrijesus
 
Slides complexo organo-mineral e formação de agregados
Slides complexo organo-mineral e formação de agregadosSlides complexo organo-mineral e formação de agregados
Slides complexo organo-mineral e formação de agregadosGuilherme Lucio Martins
 
Fitossociologia apostila
Fitossociologia apostilaFitossociologia apostila
Fitossociologia apostilaBardavil Farias
 
Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)
Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)
Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)Luciano Marques
 
Sistemas de irrigação
Sistemas de irrigaçãoSistemas de irrigação
Sistemas de irrigaçãoGETA - UFG
 
Planejamento e implantação de povoamentos florestais
Planejamento e implantação de povoamentos florestaisPlanejamento e implantação de povoamentos florestais
Planejamento e implantação de povoamentos florestaisTaís Leandro
 
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaCatálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaRural Pecuária
 
Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...
Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...
Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...Mudas Nobres
 
Sistemas agroflorestal ( safs )
Sistemas agroflorestal ( safs )Sistemas agroflorestal ( safs )
Sistemas agroflorestal ( safs )Murphy Cooper
 

La actualidad más candente (20)

A cultura do Milho
A cultura do MilhoA cultura do Milho
A cultura do Milho
 
Recuperação de áreas degradadas
Recuperação de áreas degradadasRecuperação de áreas degradadas
Recuperação de áreas degradadas
 
Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)Apresentação Molibdênio (Mo)
Apresentação Molibdênio (Mo)
 
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013
Livro principios de ecologia aplicados a agroecologia 2013
 
Fruticultura irrigada
Fruticultura irrigadaFruticultura irrigada
Fruticultura irrigada
 
Slides complexo organo-mineral e formação de agregados
Slides complexo organo-mineral e formação de agregadosSlides complexo organo-mineral e formação de agregados
Slides complexo organo-mineral e formação de agregados
 
Manguezais
ManguezaisManguezais
Manguezais
 
"A cadeia Produtiva da Carne"
"A cadeia Produtiva da Carne""A cadeia Produtiva da Carne"
"A cadeia Produtiva da Carne"
 
Fitossociologia apostila
Fitossociologia apostilaFitossociologia apostila
Fitossociologia apostila
 
Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)
Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)
Apostila MIP (Manejo Integrado de Pragas)
 
Sistemas de irrigação
Sistemas de irrigaçãoSistemas de irrigação
Sistemas de irrigação
 
Planejamento e implantação de povoamentos florestais
Planejamento e implantação de povoamentos florestaisPlanejamento e implantação de povoamentos florestais
Planejamento e implantação de povoamentos florestais
 
Sistemas agroflorestais
Sistemas agroflorestaisSistemas agroflorestais
Sistemas agroflorestais
 
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaCatálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
 
Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...
Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...
Desenvolvimento do Mogno Africano no Brasil - Inventário Florestal - Sybelle ...
 
Agricultura familiar iica
Agricultura familiar   iicaAgricultura familiar   iica
Agricultura familiar iica
 
Manejo e Conservação do Solo
Manejo e Conservação do SoloManejo e Conservação do Solo
Manejo e Conservação do Solo
 
6 viveiros-florestais
6 viveiros-florestais6 viveiros-florestais
6 viveiros-florestais
 
Guia de arvores
Guia de arvoresGuia de arvores
Guia de arvores
 
Sistemas agroflorestal ( safs )
Sistemas agroflorestal ( safs )Sistemas agroflorestal ( safs )
Sistemas agroflorestal ( safs )
 

Similar a Flora da Caatinga: Estudos Florísticos e Fitossociológicos

Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...
Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...
Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...OZILDO1
 
Composição florística da vegetação de restinga da apa rio capivara
Composição florística da vegetação de restinga da apa rio capivaraComposição florística da vegetação de restinga da apa rio capivara
Composição florística da vegetação de restinga da apa rio capivaraParanapiacaba
 
GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...
GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...
GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...Sabrina Thamago
 
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...Écio Diniz
 
Marina orquideas
Marina orquideasMarina orquideas
Marina orquideasLxa Alx
 
Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01
Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01
Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01Bruno Rodrigues
 
Itapuã floresta estacional_scherer
Itapuã floresta estacional_schererItapuã floresta estacional_scherer
Itapuã floresta estacional_schereravisaassociacao
 
Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...
Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...
Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...Sabrina Thamago
 
A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...
A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...
A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...Sabrina Thamago
 
Guia para Germinação de 100 Sementes Nativas
Guia para Germinação de 100 Sementes NativasGuia para Germinação de 100 Sementes Nativas
Guia para Germinação de 100 Sementes NativasGuellity Marcel
 
Sementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativas
Sementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativasSementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativas
Sementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativasUrialisson Queiroz
 
Itapua floristica restinga_artigo
Itapua floristica restinga_artigoItapua floristica restinga_artigo
Itapua floristica restinga_artigoavisaassociacao
 

Similar a Flora da Caatinga: Estudos Florísticos e Fitossociológicos (20)

Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...
Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...
Comparativos de levantamentos fitossociológicos realizados em diferentes área...
 
Estudo levantamento-fauna-respectivos-metodos
Estudo levantamento-fauna-respectivos-metodosEstudo levantamento-fauna-respectivos-metodos
Estudo levantamento-fauna-respectivos-metodos
 
Composição florística da vegetação de restinga da apa rio capivara
Composição florística da vegetação de restinga da apa rio capivaraComposição florística da vegetação de restinga da apa rio capivara
Composição florística da vegetação de restinga da apa rio capivara
 
GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...
GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...
GEOGRAFIA E MECANISMOS DA BIODIVERSIDADE NA REGENERAÇÃO DOS FRAGMENTOS DE FLO...
 
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
 
Biogeografia
BiogeografiaBiogeografia
Biogeografia
 
Variações do Estoque de Sementes
Variações do Estoque de SementesVariações do Estoque de Sementes
Variações do Estoque de Sementes
 
Marina orquideas
Marina orquideasMarina orquideas
Marina orquideas
 
Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01
Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01
Sementesflorestais guiaparagerminaode100espciesnativas-130806124231-phpapp01
 
Artigo_Bioterra_V23_N2_01
Artigo_Bioterra_V23_N2_01Artigo_Bioterra_V23_N2_01
Artigo_Bioterra_V23_N2_01
 
Fitossociologia ibitipoca
Fitossociologia ibitipocaFitossociologia ibitipoca
Fitossociologia ibitipoca
 
Itapuã floresta estacional_scherer
Itapuã floresta estacional_schererItapuã floresta estacional_scherer
Itapuã floresta estacional_scherer
 
Artigo bioterra v17_n1_04
Artigo bioterra v17_n1_04Artigo bioterra v17_n1_04
Artigo bioterra v17_n1_04
 
Artigo bioterra v21_n1_04
Artigo bioterra v21_n1_04Artigo bioterra v21_n1_04
Artigo bioterra v21_n1_04
 
Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...
Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...
Demandas para pesquisa: a necessidade de estudos sobre a correlação entre as ...
 
A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...
A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...
A floresta estacional decidual no Brasil: distribuição geográfica e influênci...
 
Guia para Germinação de 100 Sementes Nativas
Guia para Germinação de 100 Sementes NativasGuia para Germinação de 100 Sementes Nativas
Guia para Germinação de 100 Sementes Nativas
 
Sementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativas
Sementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativasSementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativas
Sementes florestais - guia para germinação de 100 espécies nativas
 
Itapua floristica restinga_artigo
Itapua floristica restinga_artigoItapua floristica restinga_artigo
Itapua floristica restinga_artigo
 
Mata Atlântica - Bahia
Mata Atlântica - BahiaMata Atlântica - Bahia
Mata Atlântica - Bahia
 

Más de Gerdian Teixeira (20)

Boleto metodista
Boleto metodistaBoleto metodista
Boleto metodista
 
Portal connectei apresentação
Portal connectei   apresentaçãoPortal connectei   apresentação
Portal connectei apresentação
 
Aprentação connectei
Aprentação connecteiAprentação connectei
Aprentação connectei
 
Aprentação connectei
Aprentação connecteiAprentação connectei
Aprentação connectei
 
Plantões
PlantõesPlantões
Plantões
 
Desing dos plantões
Desing dos plantõesDesing dos plantões
Desing dos plantões
 
Jornal do josue
Jornal do josueJornal do josue
Jornal do josue
 
Apresentação cecitec digital
Apresentação  cecitec digitalApresentação  cecitec digital
Apresentação cecitec digital
 
Painel extensão
Painel extensãoPainel extensão
Painel extensão
 
Etapas de pesquisa
Etapas de pesquisaEtapas de pesquisa
Etapas de pesquisa
 
Abnt 2011
Abnt 2011Abnt 2011
Abnt 2011
 
Abnt2011
Abnt2011Abnt2011
Abnt2011
 
óTimo elaborando um_artigo_cientifico
óTimo elaborando um_artigo_cientificoóTimo elaborando um_artigo_cientifico
óTimo elaborando um_artigo_cientifico
 
Como elaborar projetos científicos
Como elaborar projetos científicosComo elaborar projetos científicos
Como elaborar projetos científicos
 
Ensino da lingua portuguesa
Ensino da  lingua portuguesaEnsino da  lingua portuguesa
Ensino da lingua portuguesa
 
Literatura infantil
Literatura infantilLiteratura infantil
Literatura infantil
 
Raiz
RaizRaiz
Raiz
 
Introdução1
Introdução1Introdução1
Introdução1
 
Formas das plantas
Formas das plantasFormas das plantas
Formas das plantas
 
Folhas
FolhasFolhas
Folhas
 

Flora da Caatinga: Estudos Florísticos e Fitossociológicos

  • 1. FLORA DA CAATINGA Juliana Rodrigues de Sousa
  • 2. Florística “Análises florísticas permitem comparações dentro e entre formações florestais no espaço e no tempo, gera dados sobre a riqueza e diversidade de uma área, além de possibilitar a formulação de teorias, testar hipóteses e produzir resultados que servirão de base para outros estudos (Melo, 2004).” “A evolução de trabalhos deste tipo tem permitido melhores resultados, tanto para os dados referentes à biodiversidade, como para o entendimento da dinâmica florestal, subsidiando as discussões de conservação, manejo e recuperação dessas fitofisionomias (Durigan, 2000).”
  • 3. Estudos florísticos na caatinga • O conhecimento florístico atual resulta de dois grandes blocos de estudos: 1. Inventários da flora e das características fenológicas e importância econômica das espécies existentes nos diferentes ambientes, visando ampliar o conhecimento da biodiversidade e fazer revisões taxonômicas que permitam resolver problemas de identificação e delimitar a área de ocorrência das espécies (QUEIROZ et al., 1999; NASCIMENTO et al., 1999; SAMPAIO et al., 2002; SAMPAIO e GAMARRAROJAS, 2002; MELO e SALES, 2005; LACERDA et al., 2005; SANTOS et al., 2006; FERRAZ et al., 2006; MOURA et al., 2007; SILVA e SALES, 2008; ABREU e SALES, 2008).
  • 4. Estudos florísticos na caatinga • O conhecimento florístico atual resulta de dois grandes blocos de estudos: 2. Voltados a conhecer as relações de abundâncias existentes entre as populações que ocupam determinadas áreas, sendo geralmente conhecidos como estudos fitossociológicos (TAVARES et al., 1964; 1970; ARAÚJO et al., 1995; RODAL et al., 1999; PEREIRA et al., 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003; NASCIMENTO et al., 2003; SILVA et al., 2003; ANDRADE et al., 2005; AMORIM et al., 2005; GOMES et al., 2006; FABRICANTE e ANDRADE, 2007; RODAL et al., 2008; CANTALICE et al., 2008).
  • 5. Metodologias • São diversificadas: – As pesquisas de cunho florístico e/ou taxonômico: Caminhadas livres nas áreas objeto de estudo, para obtenção de material botânico reprodutivo das espécies ocorrentes. – Estudos fitossociológicos: delimitação de área e estabelecimento de unidades de amostragem, sendo a parcela o método mais freqüentemente utilizado (ARAÚJO e FERRAZ, 2008).
  • 7. Florística • “A composição florística deve ser um dos primeiros aspectos a ser analisado em áreas florestais que são objetos de pesquisa, manejo silvicultural, e qualquer outra atividade que envolva a utilização dos recursos vegetais. É essencial entender a composição florística para se desenvolver estudos adicionais sobre a estrutura da dinâmica da floresta (CARVALHO,1997).”
  • 8. Florística • Fatores que interferem na composição e número de espécies em uma área: – Precipitação; – Situação topográfica; – Classe, profundidade e permeabilidade do solo.
  • 9. Fitossociologia • “Amplamente utilizado para diagnóstico quali-quantitativo das formações vegetacionais. Vários pesquisadores defendem a aplicação de seus resultados no planejamento das ações de gestão ambiental, como no manejo florestal e na recuperação de áreas degradadas (ISERNHAGEN, 2001).” • “Envolve o estudo das inter-relações de espécies vegetais dentro da comunidade vegetal no espaço e no tempo. Refere- se ao estudo quantitativo da composição, estrutura, funcionamento, dinâmica, história, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetal. (Martins, 1989).”
  • 10. Resultados • “Estes estudos tem mostrado que a flora da vegetação da caatinga é bastante diversificada, existindo heterogeneidade na ocorrência das espécies entre os diferentes habitats deste domínio vegetacional (GIULIETTI et al., 2002; ARAÚJO et al., 2007).” • Atualmente, é registrado ocorrer cerca de 1.102 espécies de árvores e arbustos na vegetação da caatinga (SAMPAIO e GAMARRA-ROJAS, 2002), sendo 318 espécies endêmicas (GIULIETTI et al., 2002). – As famílias que se destacam em termo de número de espécie lenhosas são Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae, Mimosaceae e Cactaceae.
  • 11. Resultados • Estudos florísticos e fitossociológicos mostram: – Existir espécies que apresentam preferência ou que ocorrem com maior freqüência em determinadas condições de microhabitats. – Que algumas das espécies ocorrentes na caatinga também têm registro de ocorrência em outras formações vegetacionais, como Brejo de altitude, Mata Atlântica e Cerrado.
  • 12. Componente Herbáceo • A riqueza de espécies ainda é insuficientemente conhecida. – Os poucos estudos existentes indicam existir pelo menos 750 espécies de ervas, sendo estimado que a riqueza de espécies herbáceas seja mais elevada que a riqueza de espécies que vem sendo indicada para o componente lenhoso. – A maioria das espécies é terófita e, por isso, só são registradas na vegetação durante o período chuvoso, apresentando uma dinâmica de crescimento e reprodução fortemente relacionada com as características da sazonalidade climática da região.
  • 13. Componente Herbáceo • A riqueza de espécies ainda é insuficientemente conhecida. – A tendência registrada é que as famílias Asteraceae, Poaceae, Convolvulaceae, Malvaceae e Rubiaceae são de extrema importância no componente herbáceo por apresentar elevada riqueza de espécies. – Muito ainda precisa ser investigado, todavia já se é conhecido que, assim como registrado para as espécies lenhosas, muitas das espécies herbáceas exibem elevada importância econômica na região, sendo utilizadas como plantas medicinais, forrageiras e apícolas.
  • 14. Concluindo • “Para Rodal (1992), apesar da existência de alguns trabalhos relacionados com a vegetação da caatinga, ainda faltava muito para o conhecimento das caatingas como um todo, havendo necessidade de se realizar, em áreas localizadas, levantamentos das espécies, determinando seus padrões de distribuição geográfica, abundância e relação com os fatores ambientais, para que se possa estabelecer, com base em dados quantitativos, os diferentes tipos de caatinga e suas conexões florísticas.”
  • 15. Concluindo • A pressão de uso da vegetação da caatinga é crescente (FIGUEIRÔA et al., 2005), levando a redução de áreas cobertas com vegetação nativa e gerando a necessidade de estabelecimento de programas ambientais para restauração das áreas degradadas. • Para a restauração de tais áreas tanto é necessário conhecer a florística do ambiente para seleção de espécies apropriadas a cada condição de microhabitat, considerando as exigências das espécies para o sucesso de seu estabelecimento no processo sucessional, quanto é necessário conhecer os processos ecológicos que possibilitem a restauração das comunidades.