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MARCO AURELIO YAMAMOTO ITO




     BLOG COMO FERRAMENTA
PEDAGÓGICA: UM ESTUDO DE CASO


                      Trabalho de conclusão do curso de
                      pedagogia apresentado à Faculdade
                      Mozarteum de São Paulo, sob
                      orientação da Profª Ms. Ana Cláudia
                      Barreiro.




   FAMOSP – Faculdade Mozarteum de São Paulo
                 SÃO PAULO
                    2008

                                                       1
BANCA EXAMINADORA




______________________________________________
               ORIENTADOR (A)


______________________________________________
                PROFESSOR (A)


______________________________________________
                PROFESSOR (A)




                                             2
Dedico a todos os professores que trabalham para
mudar a situação da educação do país.
        Dedico também à minha noiva Tatiana, mulher especial
que é meu porto seguro para onde corro em momentos
difíceis, e é a minha companheira para os momentos mais
felizes da minha vida.
        E não podia deixar de dedicar à minha mãe Cristina,
que sempre esteve ao meu lado, amparando minhas decisões,
por mais errôneas que parecessem. Sempre foi o exemplo a
ser seguido, aquela que incrustou em mim valores como
honestidade, bondade e gentileza.




                                                       3
Agradeço a FAMOSP e aos professores por tornar
possível a minha graduação.
       Agradeço igualmente ao professor Jarbas Novelino que,
mesmo distante, me ajudou bastante.
       E finalmente agradeço a minha orientadora Ana Cláudia
Barreiro, pela paciência e dedicação ao meu trabalho.




                                                      4
Hay hombres que luchan un día y son buenos. Hay otros
que luchan un año y son mejores. Hay quienes luchan muchos
años y son muy buenos. Pero hay los que luchan toda la vida:
esos son los imprescindibles.
                                              Bertolt Brecht

      Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que
lutam um ano e são melhores. Há aqueles que lutam muitos anos
e são muito bons. Mas há aqueles que lutam por toda a vida:
esses são os Imprescindíveis.
                                                Bertolt Brecht


                                                      5
RESUMO
A cada dia o computador se torna mais presente na vida das pessoas: no
trabalho, em casa e, na escola, não poderia ser diferente. Este estudo tem
como objetivo mostrar que existem meios interessantes de se utilizar o
computador na educação, tornando-o uma proveitosa ferramenta pedagógica.
Muitos alunos e professores desconhecem as diversas tecnologias
educacionais disponíveis. Assim, apresentamos, no corpo do texto, algumas
destas tecnologias, em especial o blog (weblog). Adotando a metodologia de
estudo de caso e fundamentando teoricamente nos pensamentos de Moran,
Vygotsky e Valente, nossa intenção foi a de, através do relato de uma
experiência vivenciada, apresentar os resultados obtidos que nos levam a crer
que o professor pode utilizar o blog (weblog) em suas aulas como ferramenta
de ensino. A contribuição de idéias sobre tecnologias da informação e
comunicação (TICs) de Barato também foi fundamental para a formação do
corpo teórico da pesquisa, assim como depoimentos de professores que já
utilizam o computador de forma positiva na educação. Ao fim, concluimos que
os computadores podem ser utilizados como ferramenta pedagógica, e que o
blog (weblog) é um excelente instrumento para se trabalhar diversos fatores
educacionais.


ABSTRACT
Every day the computer becomes more present in people's lives: at work, home
and at school, could not be different. This study aims to show that there are
interesting ways to use the computer in education, making it a useful
educational tool. Many students and teachers don’t know about the various
educational technologies available. Thus, we present in the body of the text,
some of these technologies, especially the blog (weblog). Adopting the
methodology of case study and theoretical reasoning in Moran's thoughts,
Vygotsky and Valente, through the story of an experience, our intention was to
presenting the results which lead us to believe that teachers can use the blog
(weblog) in their lessons as a tool of education. The contribution of ideas about
information and communication technologies (ICTs) from Barato was also
crucial for the formation of the body of theoretical research, as well as
testimonials from teachers who already use the computer in a positive way in
education. At the end, we conclude that the computers can be used as a
pedagogical tool, and that the blog (weblog) is an excellent tool to work in
various educational factors.




                                                                               6
ÍNDICE
Índice.................................................................................................................. 7
I - Introdução ...................................................................................................... 9
Capítulo1 - O computador ................................................................................ 11
   1.1 – Hardware ............................................................................................. 11
   1.2 – Softwares............................................................................................. 12
   1.3 – Periféricos............................................................................................ 12
Cap. 2 – Inclusão Digital .................................................................................. 15
Cap 3 – Tecnologia educacional ...................................................................... 18
   3.1 – Relatos de uso de tecnologias educacionais ....................................... 23
      3.1.1 – BLOG e Língua Portuguesa .......................................................... 23
          3.1.2 – Projeto blog das 4as séries......................................................... 24
      3.1.3 – Wiki uma experiência coletiva ....................................................... 24
          3.1.4 – WebGincana uma pesquisa segura........................................... 25
          3.1.5 – Arte com tecnologia ................................................................... 26
   3.2 – TIC – Tecnologia da informação e comunicação ................................. 27
Cap. 4 – Internet............................................................................................... 32
   4.1 – www – World wide web........................................................................ 33
   4.2 – Sites..................................................................................................... 34
   4.3 – Distâncias reduzidas............................................................................ 34
   4.4 – Facilidades........................................................................................... 35
   4.5 – Cuidados.............................................................................................. 35
Cap. 5 – WEBLOG ou BLOG ........................................................................... 38
   5.1 – Origens ................................................................................................ 39
   5.2 – Características..................................................................................... 40
   5.3 – Criação de um blog.............................................................................. 42
      5.3.1 – Publicadores de blogs ................................................................... 42
      5.3.2 – Passo-a-passo .............................................................................. 42
      5.3.3 – Postagem ...................................................................................... 44
          5.3.3.1 – Criar........................................................................................ 44
          5.3.3.2 – Editar postagens..................................................................... 44
          5.3.3.3 – Moderar comentários.............................................................. 45
      5.3.4 – Configurações ............................................................................... 45



                                                                                                                        7
5.3.4.1 – Configurações básicas ........................................................... 45
      5.3.5 – Layout ........................................................................................... 46
   5.4 – Blog na educação ................................................................................ 47
II - Procedimentos metodológicos .................................................................... 51
   1 – metodologia do trabalho desenvolvido com os alunos ........................... 52
   2 – Resultados e discussão .......................................................................... 53
III - Conclusão .................................................................................................. 54
IV - Bibliografia ................................................................................................. 55




                                                                                                                    8
I - INTRODUÇÃO

       O computador como auxílio na educação vem gerando polêmica entre
estudiosos, professores e pais. Em recente trabalho publicado na revista
Educação e Sociedade, Jaqcques Wainer, do Instituto de Computação e Tom
Dwayer, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Unicamp. Intitulado
“Desvendando mitos: os computadores e o desempenho no sistema
escolar” 1 ,   um trecho da discussão mostra um pouco do motivo que a
pesquisa vem gerando tanta polêmica:


                       “Os resultados da nossa análise da bibliografia internacional
                       parecem indicar que as evidências em favor da hipótese de que
                       computadores são benéficos para o desempenho escolar
                       fundamental e médio são pouco convincentes e provavelmente
                       não muito significantes. Isso parece contrastar fortemente com a
                       crença da maioria das pessoas.” (2007, p. 1322)

       A polêmica acontece, pois eles afirmam que não encontram evidências
dos benefícios do uso do computador para a educação, e seguindo essa linha
de raciocínio existem trabalhos publicados dizendo que o uso do computador
não traz ajuda educacional alguma aos alunos e diversos outros falando
exatamente o contrário como diz o Prof. Dr. César Nunes em reportagem no
portal Educarede 2 :


                       “aparentemente os autores 3 sentem-se incomodados com o
                       pequeno número de estudos experimentais encontrados pois
                       pelos resultados encontrados o “placar” sobre o impacto positivo
                       versus negativo está 10 X 3 (ou 18 X 3 quando consideradas
                       também teses e apresentações em congressos). Por que dizem
                       que não há evidência? Há poucos estudos porque é dificílimo
                       faze-los, mas quando existem são claramente favoráveis”.
                                                                               (NUNES 2008)


       O trabalho tem como objetivo mostrar que o computador poderá sim ser
utilizado como instrumento pedagógico se bem explorado, com foco maior à
utilização dos blogs.

1
  O trabalho pode ser encontrado na íntegra no site: www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0328101.pdf
2
  Portal de educação – www.educarede.org.br
3
  Jaqcques Wainer e Tom Dwayer, autores do trabalho Desvendando mitos: os computadores e
o desempenho no sistema escolar.


                                                                                            9
Esta pesquisa se dividiu em cinco partes principais: introdução onde é
feita a apresentação do trabalho; fundamentação teórica onde se encontra toda
a base teórica do trabalho, da introdução ao computador, inclusão digital,
tecnologia educacional, TIC, Internet e Blog; metodologia que explica os
procedimentos metodológicos adotados para a pesquisa; conclusão e
bibliografia.


       A pesquisa segue principalmente as correntes teóricas de Vygotsky
(1998), Valente (1998) e Moran (1998).


       O computador a cada dia se torna mais presente na vida das pessoas,
apesar de muitas ainda terem pouco ou nenhum contato com esse
equipamento, no entanto as vendas de computadores mostram que cedo ou
tarde ele será tão presente nas casas das pessoas como os televisores são. É
preciso entender que os computadores, podem sim, ser utilizados como
instrumentos    pedagógicos,   que   existem    diversas    ferramentas   que
potencializam essa função. O que acontece muitas vezes é que professores e
alunos não conhecem esses instrumentos, e utilizam os computadores sem
bases educacionais, a isso se deve a importância acadêmica do trabalho,
mostrar uma visão geral do computador e como ele pode ser utilizado como
ferramenta pedagógica, enfatizando o blog nesse processo.




                                                                          10
CAPÍTULO1 - O COMPUTADOR

          O computador a cada dia torna-se mais comum na vida das pessoas,
mas, para muitos, ainda é um objeto estranho. Para que este trabalho
monográfico seja bem compreendido, se faz necessário uma breve introdução
ao computador. O computador é formado por hardwares, softwares e
periféricos.

          1.1 – HARDWARE

          Os hardwares são as partes físicas internas dos computadores, como
placas, memórias, discos rígidos, processadores.


          - Placa mãe (mother board): é a principal placa do computador, onde
todos os hardwares são conectados. A figura abaixo mostra um exemplo de
placa mãe citando os principais slots 4 .
                                                                              Entradas de microfone, caixas
                                 Slot para placa de vídeo                     de som, mouse, teclado,
                                                                              impressora, etc.


       Slots para placas
       diversas, som,                                                              Slot para processador
       captura de vídeo,
       tv, etc.




Conectores para ligar HD                                                             4 slots para memória RAM

                                                                                   Entrada de energia

          Fonte: site da ASUS - http://br.asus.com/prog_content/middle_enlargement.aspx?model=1198



          - Processador: é o hardware que executa todos os processos do
computador, é o responsável por tudo que, como o próprio nome diz, é
processado.
          - Memória RAM: é nela que são carregados os programas em execução.
          - Disco rígido (HD): é onde se grava todos os programas e informações.



4
    Slot – conectores da placa mãe que recebem um outro hardware.




                                                                                                              11
- Placas de vídeo e som: muitas delas já vem incorporadas à placa mãe
e são as chamadas on-boards.


       - Fonte de alimentação: é o que alimenta o computador com energia.



       1.2 – SOFTWARES

       Os softwares são os programas instalados no computador. Todo
computador necessita de um sistema operacional, os mais conhecidos são o
Linux e Windows, este último utilizado pela maioria.


       É o software que nos permite navegar na Internet, escrever um texto,
fazer uma apresentação, criar vídeo, escutar uma música, editar uma foto, etc.


       Microsoft Office, PhotoShop, winamp, Open Office, Internet Explorer,
FireFox, são todos exemplos de softwares.



       1.3 – PERIFÉRICOS


       Os periféricos são todos os componentes ligados ao computador.
Existem alguns periféricos importantes que sem eles não é possível a utilização
do computador, são eles:


   •   Teclado: é o periférico que permite a digitação.




                                        Fonte: foto Marco Aurélio Y. Ito




                                                                            12
•   Mouse: é o que torna possível a movimentação do cursor na tela do
    monitor, baseia-se em posições nos eixos X e Y.




                                     Fonte: foto Marco Aurélio Y. Ito



•   Monitor: é onde se visualiza todas as atividades feitas no computador.
    Hoje existem vários tipos e tamanhos de monitor, as tecnologias mais
    conhecidas são: CRT (Cathode Ray Tube ou tubo de raios catódicos)
    são monitores mais antigos conhecidos como “tubos”, LCD (liquid cristal
    display ou display de cristal líquido) vem se popularizando por possuir
    melhor imagem, tela fina e menores proporções, e o ainda não muito
    conhecido OLED (Organic Light-Emitting Diode ou diodo orgânico
    emissor de luz) tecnologia muito nova, a princípio para utilização como
    televisão, mas que futuramente, promete funcionar como monitores mais
    finos e baratos que os de LCD.



    Monitor CRT                Monitor LCD                      Monitor OLED




                                                             fonte: www.sony.com


    Outros periféricos não são essenciais como os citados, mas permitem
uma experiência multimídia muito mais relevante, são eles:



                                                                               13
•   Caixas de som: reproduz som de músicas, softwares, jogos, filmes,
        vídeos, e tudo mais que necessita efeito sonoro.


    •   Câmera ou web cam, serve para interação, vídeo conferências, fotos,
        cursos, etc.


    •   Microfone é utilizado para gravar som, vídeo conferência, conversas,
        etc.


        O computador apesar de sua popularização, ainda é equipamento de
luxo, objeto de sonho de consumo. Este trabalho é dirigido para profissionais
da área de educação, e esta introdução ao computador se tornou necessária
pela constatação de que muitos professores e futuros professores não
possuem um mínimo de conhecimento sobre computadores.


        Esta introdução ao computador tem caráter de torná-lo mais familiar a
estes novos e futuros usuários com pouca afinidade ao mesmo. Assim ao ser
apresentado ao verdadeiro propósito do trabalho monográfico, poderá se sentir
mais a vontade com o assunto. Essa breve apresentação ao computador serve
de entrada para a discussão da inclusão digital.




                                                                          14
CAP. 2 – INCLUSÃO DIGITAL

       A inclusão ou exclusão digital vai muito além dos parâmetros técnicos e
educacionais. É um problema político e social. No Brasil, a inclusão digital não
faz parte alguma na realidade de grande parte da população brasileira, uma
vez que não possuem nem as suas necessidades básicas supridas, como os
dados do IBGE 5 , levantados por Ana Claudia Barreiro 6 em texto que originou
sua tese de mestrado.


                      “em todo o território brasileiro, 49 milhões de pessoas,
                      aproximadamente um terço da população, vivem com renda igual
                      ou inferior à meio salário mínimo.
                      São acrescentados a esse número, 5 milhões de brasileiros sem
                      fonte de renda: são 54 milhões de pessoas vivendo abaixo da
                      linha da pobreza, o que significa que uma grande parte da sua
                      população hoje está excluída de utilizar o mínimo necessário
                      para uma vida digna e saudável: não tem acesso/garantia de
                      permanência à educação; moradia; alimentação; saúde e
                      saneamento básico; não tem emprego ou como gerar renda...”
                      (2004. p.4)


       Assim sendo, é preciso uma mudança social no Brasil, a necessidade de
estreitar as diferenças econômicas e sociais, e assim ver a inclusão digital
como assunto de caráter político, para que em algum momento se torne uma
meta educacional e social a ser cumprida. Assim como a saúde e a educação a
inclusão digital tem grande importância para as pessoas, como disse Sergio
Amadeu 7 ,    “a   inclusão    digital   é   um    elemento     fundamental     para    o
desenvolvimento das potencialidades não só econômicas, mas sociais e
culturais do país” (AMADEU, 2005). Muitos educadores não escapam desta
exclusão digital, devido ao tipo de sistema educacional, estes que são os que
estão em maior contato com os alunos não possuem direito de voz, quanto ao
processo coletivo de construção. Sua formação muitas vezes também não
condiz com as novas necessidades que se apresentam atualmente.

5
  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
6
  Mestre em Educação: Currículo pela PUC-SP, Professora de Informática aplicada a Educação
da Faculdade Mozarteum de São Paulo, e doutoranda em Lingüística Aplicada e Estudos de
Linguagem.
7
   Sérgio Amadeu da Silveira é um sociólogo brasileiro, sendo considerado um dos maiores
defensores e divulgadores do Software Livre e da Inclusão Digital no Brasil.



                                                                                       15
“A inclusão digital deve ser considerada como agenda no campo
                      das políticas públicas, como um objetivo social e educacional a
                      ser atingido... poderia ser encarada como uma necessidade
                      básica para que possam ser criadas, verdadeiramente,
                      condições para que esta seja um catalisador de transformações
                      sociais..
                      E entre os excluídos se encontram os próprios educadores, os
                      quais estão impedidos de participar do poder decisório... deve
                      ser formado de maneira condizente com as novas exigências da
                      sociedade atual, de modo que a ele sejam facultadas condições
                      tanto teóricas quanto práticas para que a sociedade o perceba
                      como peça fundamental no processo educativo e mais ainda, no
                      processo de mudança, de transformação social.”
                                                                                (BARREIRO, 2004. p. 5)


       Há muito vem se discutindo sobre inclusão digital no Brasil, o que ela
representa, como deve ser realizada. Muitas definições são propostas, mas no
trabalho de monografia, adotaremos a definição dada pelo governo eletrônico
brasileiro 8 , que diz que inclusão digital,


                      “é a denominação dada, genericamente, aos esforços de fazer
                      com as populações das sociedades contemporâneas - cujas
                      estruturas e funcionamento estão sendo significativamente
                      alteradas pelas tecnologias de informação e de comunicação -
                      possam:
                      - obter os conhecimentos necessários para utilizar com um
                      mínimo de proficiência os recursos de tecnologia de informação
                      e de comunicação existentes;
                      - dispor de acesso físico regular a esses recursos.”
                             http://www.disabilityworld.org/05-06_01/spanish/acceso/inclusiondigital_port.shtml



       As escolas cada vez mais estão sendo equipadas com computadores,
porém apenas equipa-las com as máquinas, não garantem a inclusão digital, é
preciso capacitar os professores, para que estes com auxilio de monitores,
façam o trabalho da inclusão digital, pelo menos no âmbito escolar.


                     “a tecnologia pode contribuir facilitando a aprendizagem. Operar
                     segundo este paradigma favorece maior interesse na busca de
8
  O desenvolvimento de programas de Governo Eletrônico tem como princípio a utilização das
modernas tecnologias de informação e comunicação (TICs) para democratizar o acesso à
informação, ampliar discussões e dinamizar a prestação de serviços públicos com foco na
eficiência e efetividade das funções governamentais. (http://www.governoeletronico.gov.br/o-
gov.br)




                                                                                                           16
respostas e é um passo muito importante para a construção do
                  conhecimento, assim como para a inclusão social e digital.”
                                                         (BARREIRO, 2004. p. 5)


      O professor deve ir além daquilo que se vê na tela do computador, é
preciso um forte trabalho de mediação, perceber as possibilidades pedagógicas
que a máquina oferece e assim trabalhar com seus alunos para a construção
de conhecimentos significativos.




                                                                            17
CAP 3 – TECNOLOGIA EDUCACIONAL

         A capacidade de comunicação e expressão dos seres humanos permitiu
aos mesmos passar de geração a geração os conhecimentos construídos ao
longo de sua história. Toda ferramenta que aparece para auxiliar e melhorar
essa construção de conhecimentos consideramos tecnologias 9 educacionais.
São exemplos desta a lousa, os livros, as bibliotecas, as salas de aula, a
televisão, o rádio e etc. Na atualidade o computador se torna cada vez mais
presente na educação, e é considerada uma forte ferramenta, que se bem
utilizada pode auxiliar muito o trabalho do professor e o aprendizado dos
alunos.


         Pensando na utilização de novas tecnologias educacionais podemos
citar:
    •    BLOGS - são páginas na Internet de fácil utilização, que permite uma
         atualização rápida e dinâmica. E é tema principal deste trabalho
         monográfico, portanto será explicado com maior profundidade, em
         capítulo próprio;




                             Exemplo de blog: www.educultirsao.blogspot.com



9
  Tecnologia – segundo o dicionário Houaiss é uma teoria geral e/ou estudo sistemático sobre
técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da
atividade humana (p.ex., indústria, ciência etc.)




                                                                                         18
•   Wiki - sistema on-line de elaboração coletiva de textos, um texto
         publicado na Internet pode ser alterado ou mantido atualizado por um
         grupo de pessoas determinado, ou ser livre para qualquer pessoa
         modificá-lo e complementá-lo. O melhor exemplo de boa utilização é a
         enciclopédia virtual wikipédia 10 , a página inicial do site pode ser vista
         abaixo;




            Fonte: página de boas vindas do wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Boas-vindas



     •   WebQuest - sistema de pesquisa orientada, segundo o site vivência
         pedagógica,


                          “é uma metodologia de pesquisa orientada, em que quase ou
                          todos os recursos utilizados são provenientes da Web. Foi
                          proposta pelo Professor Bernie Dodge, da Universidade de São
                          Diego, em 1995.
                          Para desenvolver uma WebQuest é necessário criar um site que
                          pode ser construído com um editor de HTML, serviço de blog ou
                          até mesmo com um editor de texto que possa ser salvo como
                          página da Web”
                                                             (Vivência pedagógica, 2008)




     WebQuest sobre Mario Quintana - http://br.geocities.com/marlidf/webquest/introducao.htm

10
   Wikipédia é uma enciclopédia escrita em colaboração pelos seus leitores. Este sítio utiliza a
ferramenta Wiki, que permite a qualquer pessoa, melhorar de imediato qualquer artigo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Boas-vindas



                                                                                                             19
•   WebGincana - uma espécie de caça ao tesouro na web, que estimula a
         pesquisa orientada, o site exibe uma série de questões e mostra uma
         lista de sites em que as respostas podem ser encontradas. No site:
         http://webgincana.utopia.com.br/testes/ encontra-se 5 bons exemplos de
         webgincana.


     •   Criação de vídeos e stop motion (vídeo que traz imagens colocadas em
         seqüência dando a impressão de ação), a criação desses vídeos podem
         ser feita com softwares simples como o Windows Movie Maker 11 .


     •   Elaboração de podcast, que são arquivos de áudio compartilhados na
         web;


     •   E muitas outras ferramentas, como simples editores de texto que podem
         ser utilizadas de forma muito efetiva.


     As tecnologias educacionais podem ajudar em muito os profissionais da
área da educação, tanto na elaboração de material, quanto para auxiliá-lo no
processo de aprendizado dos alunos. No entanto não deve-se pressupor que
apenas a tecnologia será capaz de garantir o aprendizado dos alunos. É
preciso muita intervenção do professor, além de interesse e aplicação por parte
de professor e aluno.


         A lousa, o rádio, a televisão, o retro-projetor, a sala de aula, a biblioteca,
o computador, por si sós não são tecnologias educacionais, esta implica a
utilização destes equipamentos de forma adequada para que não seja apenas
um mero instrumentismo, ou seja, os equipamentos estão sendo utilizados,
mas não de forma inovadora, é o que diz Jarbas Novelino em publicação à
Quaderns Digitals 12 , no texto Tecnologia é imaginação, considerações sobre o
uso de ferramentas em educação.

11
   Programa (software) da Microsoft que permite criar, editar e compartilhar filmes.
12
   Revista digital -
http://www.quadernsdigitals.net/index.php?accionMenu=inicio.InicioIU.getLista



                                                                                       20
“1. adota novos meios de comunicação e informação transferindo
                     antigas arquiteturas para ambientes que não as acomodam de
                     maneira eficiente;
                     2. elege as qualidades de engenharia como portadoras de
                     inovação na transmissão de informação e elaboração de novos
                     conhecimentos;
                     3. ignora a necessidade de inventar soluções estéticas
                     apropriadas aos novos meios;
                     4. gera deslumbramento por ferramentas que não são bem
                     compreendidas, embora usadas com muito entusiasmo;
                     5. desconhece a circunstância de que tecnologia é sobretudo,
                     inteligência humana, não uso indiscriminado de ferramentas.”
                                                                      (BARATO, 2008)


Antes de utilizar qualquer tecnologia na educação, o professor deve ter domínio
total sobre o conteúdo, e sobre as possibilidades que essa tecnologia traz.
Valente fala sobre isso, dizendo que


                     “em uma determinada situação, a TV pode ser mais apropriada
                     que o computador. Mesmo em relação ao computador existem
                     diferentes aplicações que podem ser exploradas, dependendo do
                     que está sendo estudado ou dos objetivos que o professor
                     pretende atingir.”
                                                                  (VALENTE, 2005, p. 23)



       As tecnologias educacionais devem aparecer no processo a contribuir
com os alunos para a construção do conhecimento, e caberá ao professor
verificar se isto está ou não acontecendo.


      Está ocorrendo uma concepção errônea sobre o conceito de tecnologia
educacional, muitos educadores estão acreditando que esta deve tornar a
educação divertida, e divertida entenda-se abrir mão de esforço intelectual e
elaboração pessoal


                     “Estamos falando aqui de uma alternativa do modo experiencial
                     de cognição. Ela é envolvente, interessante e não exige muito
                     esforço do expectador ou jogador. Ela é, numa palavra, divertida.
                     Como essa dimensão dos meios de comunicação faz grande
                     sucesso, muitos educadores passaram a considerá-la como
                     solução para encantar os estudantes.”
                                               (BARATO, 2008 – Tecnologia é educação)




                                                                                    21
As tecnologias educacionais devem despertar o interesse dos alunos
pelos assuntos e temas abordados e não pelas tecnologias em si. Por exemplo,
a utilização dos computadores na educação, este deve fazer que o assunto
abordado se torne mais atrativo, interessante, e que estimule os alunos a
construir o seu conhecimento, mas o que se vê freqüentemente é que os
alunos se interessam mais pelas máquinas do que pelo conteúdo abordado
pelo professor.


                    “Nos anos de 1970 ele dava aulas de história num programa de
                    educação de adultos. Para dinamizar suas aulas levou um
                    videocassete a fim de mostrar alguns episódios da história do
                    Brasil. Obteve grande sucesso. Não no campo de resultados de
                    aprendizagem. Mas no campo de interesse por suas aulas. Os
                    alunos, porém, não se entusiasmaram tanto com os filmes.
                    Entusiasmaram-se mais com a possibilidade de manipular
                    aquela novidade tecnológica. Cessado o efeito novidade, as
                    aulas com uso de videocassete caíram na rotina.”
                                                   (HAMMOUD apud BARATO, 2008)


      A tecnologia educacional deve proporcionar novas experiências aos
alunos de maneira a estimulá-los sempre de forma reflexiva, e para isso é
preciso saber quando e que tipo de tecnologia utilizar.


                    “...o modo reflexivo pode proporcionar grandes prazeres a quem
                    consegue      embarcar     em      soluções   de    problemas,
                    desenvolvimento de novas idéias, descoberta de novos campos
                    de saber etc., mas nunca é divertido.
                    ...necessidade de encontrar linguagem própria e adequada para
                    cada um dos meios de informação e comunicação disponíveis.”
                                                                   (BARATO, 2008)


      É preciso conhecer as tecnologias educacionais, saber onde cada uma
pode ser aplicada de melhor forma possível para trazer aos alunos novas
maneiras de se ver um mesmo ou novo conteúdo. As tecnologias educacionais
não devem facilitar o trabalho intelectual, pelo contrário devem estimula-lo ao
máximo.




                                                                               22
3.1 – RELATOS DE USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

   Os relatos aqui apresentados não possuem conotação experimental, muito
menos comprovativas, servem apenas de ilustração para a utilização
pedagógica de algumas tecnologias educacionais. Todos os relatos são de
professores de escolas particulares, que me mandaram as experiências via e-
mail, e pediram para que seus nomes não saíssem publicados, temendo
represália das escolas em que trabalham. Dois professores fizeram esses
trabalhos de forma paralela ao programado pela coordenação pedagógica da
escola, e por essa razão preferem não ter os nomes publicados. Uma outra
professora diz ter feito o trabalho mesmo sem a aprovação da diretora da
escola, e mesmo obtendo ótimos resultados no final, teve seu trabalho
recriminado pela parte administrativa por não seguir ordens superiores. Outros
dois preferiam simplesmente não ter os nomes divulgados, pois não tinham
autorização da escola para falar de projetos ou trabalhos realizados dentro da
instituição.


3.1.1 – BLOG e Língua Portuguesa


   O professor utilizou os blogs para auxiliá-lo no aprendizado dos alunos dos
conteúdos vistos em sala de aula.


                   “O blog se apresentou como uma ferramenta bem interessante
                   no auxílio da aprendizagem dos alunos nas aulas de Língua
                   Portuguesa. Utilizado como recurso didático, pode possibilitar
                   que os alunos compartilhem textos, reflexões, opiniões,
                   vinculadas ao seu cotidiano escolar, sempre procurando
                   enriquecer os estudos diários.
                   Além de poderem analisar diversas situações de aprendizado
                   em interpretação de textos, conclusões e ortografia, se mostram
                   interessados em estar desenvolvendo uma atividade
                   diretamente no computador, instrumento tão visado e atrativo
                   para os nossos alunos atualmente.
                   Os resultados foram bem satisfatórios e pretendo continuar
                   usando o blog como ferramenta de apoio no aprendizado de
                   conteúdos em sala de aula.”




                                                                               23
3.1.2 – Projeto blog das 4as séries

        Relato de professor que utilizou blogs em turmas de quartas séries para
auxilia-lo na interação com os alunos. O blog permitiu ao professor utilizar a
Internet de forma mais segura, pois selecionava tudo o que os alunos
acessariam previamente.

                     “Este projeto foi algo novo este ano, muito utilizado pelos
                     alunos, os quais, sempre visitaram o site, inclusive alguns pais,
                     também.
                     Os blogs publicaram idéias em tempo real e possibilitaram a
                     interação com qualquer pessoa do mundo que esteja conectada.
                     Sua principal característica foram os textos curtos e os vídeos
                     que puderam ser lidos, assistidos e comentados.
                     Como num veloz arquivo eletrônico, ele permite a abordagem de
                     diversos assuntos, aumentando a interatividade com os
                     visitantes, que passam a constituir uma comunidade. Ampliam-
                     se assim, as possibilidades de um diálogo com outras formas de
                     saber entre as diferentes disciplinas do conhecimento escolar.
                     Na educação , os blogs são uma excelente ferramenta para
                     publicação de idéias. Esses diários eletrônicos são uma
                     ferramenta diferente, com potencial para reinventar o trabalho
                     pedagógico.
                    Vantagens de trabalharmos com este projeto: apresentação de
                    conteúdos; preparação de atividades com vídeos; Reflexão em
                    torno de temas educativos; Apresentação de projetos/trabalhos
                    realizados por alunos; Apoio a uma disciplina; A web é uma
                    ótima ferramenta para compartilhar conhecimento; Escrever
                    sobre algo, implica em reflexão e crítica, o que é fundamental no
                    processo de ensino-aprendizagem; Desenvolver a habilidade de
                    gerenciar informação; Desenvolver a habilidade de transformar
                    informação em conhecimento; Desenvolver o espírito de
                    colaboração (aprender a conviver); Aprender a aprender.
                    Os conhecimentos adquiridos pela turma durante os projetos de
                    estudo, bem como as demais atividades, podem ser registradas
                    no blog, sendo possível enriquecer os relatos com links, fotos,
                    ilustrações e sons. Os blogs são usados com o objetivo de
                    desenvolver o hábito de registro e para divulgar boas iniciativas.
                    São estratégias que visam dar a palavra aos estudantes e
                    desenvolver a sua criatividade.
                    Para os professores: Desenvolvimento de projetos escolares;
                    Trabalhos Inter-trans-Multi disciplinares;Produção de material
                    instrucional.”


3.1.3 – Wiki uma experiência coletiva


        A professora, visando o trabalho cooperativo, e exercício da escrita e
imaginação criou um livro virtual utilizando-se da ferramenta cooperativa de escrita
wiki.


                                                                                   24
“Com meus alunos da 3ª série do ensino médio utilizei wiki, para
                          trabalhar a imaginação e a escrita. Fizemos uma espécie de
                          livro virtual, criamos um wiki no site http://pbwiki.com/, que é
                          gratuito. O site é em inglês, mas muito intuitivo e fácil de utilizar.
                          Estabelecemos um rodízio entre os alunos, e algumas regras,
                          cada aluno deveria respeitar o rodízio, e escrever apenas um
                          parágrafo ou um diálogo completo. Tudo a ser escrito teria que
                          estar coeso com o que já havia sido escrito. O tema e título do
                          livro virtual foram discutidos e definidos em sala de aula.
                          Criei o wiki, e a criação do livro começou, no inicio os alunos se
                          sentiram um pouco intimidados com a nova experiência, mas
                          logo se empolgaram, e um começou a pressionar o outro para
                          escrever logo, e assim chegar suas vezes.
                          Eu como professora, procurei não intervir nas idéias do texto me
                          atentando apenas às concordâncias e erros gramaticais que
                          levava à sala de aula para serem discutidas e depois corrigidas
                          no texto. Concluindo, achei o trabalho muito satisfatório, os
                          alunos passaram a tentar escrever de forma mais polida e clara,
                          com menos erros ortográficos, e exercitaram a leitura, a escrita,
                          a imaginação, a interpretação, e o trabalho coletivo.”


          3.1.4 – WebGincana uma pesquisa segura


          A professora notando a necessidade dos alunos de informações sobre
drogas, e notando a presença de conteúdos pouco apropriados a idade deles,
resolveu utilizar a webgincana, proporcionando uma pesquisa mais dinâmica e
segura, pois ela direcionou a pesquisa a sites que julgou adequados, e com
informações corretas e relevantes.


                          “Percebi que muito de meus alunos do 5º ano do ensino
                          fundamental estavam com muitas dúvidas sobre drogas, propus
                          uma pesquisa na Internet, mas descobri junto a eles, que
                          existem coisas pesadas de mais para a idade deles, e
                          desnecessárias de serem vistas. Então me deparei em um
                          dilema, faço eu a pesquisa e monto uma apresentação ou deixo
                          o tema para ser abordado quando tiverem mais idade?
                          Pesquisando encontrei as WebGincanas, e percebi que elas
                          completavam as minhas necessidades. Estimulavam a
                          pesquisa, e ao mesmo tempo a orientava, de forma que as
                          informações que os alunos iriam ter acesso seriam adequadas,
                          e corretas.
                          Criei uma webgincana, como não tenho domínio sobre
                          programação HTML 13 , adaptei a webgincana em um blog. Foi
                          uma experiência nova para mim e para os alunos, tive
                          resultados ótimos, os alunos se informaram sobre o assunto em
13
     Programação HTML é a linguagem básica utilizada na criação de sites na internet.



                                                                                             25
questão, mostraram grande interesse nessa nova maneira de
                    pesquisar, um aluno até comentou: “professor, muito legal essa
                    webgincana, como você mostra os sites que vamos pesquisar,
                    não tem erro de pegarmos informações ruins”.



      3.1.5 – Arte com tecnologia


      A professora mesmo com certo medo de utilizar o computador em suas
aulas de artes, gostou da ferramenta stop motion que ouviu falar, e resolveu
utiliza-la com seus alunos, e foi muito bem sucedida segundo seus relatos.


                    “Sou professora de artes a cerca de 15 anos, e no ano passado
                    utilizei o computador pela primeira vez em minhas aulas. Tinha
                    receio de perder o foco da disciplina artes ao usar o
                    computador, no em tanto ouvi falar do stop motion, e me
                    despertou muito interesse. Tive a idéia de criar um vídeo com os
                    alunos da 4ª série, utilizando massa de modelar. Falei para a
                    turma e logo de inicio todos adoraram a idéia.
                    A sala toda iria produzir o mesmo vídeo, mas era preciso dividi-
                    los em equipes de roteiro, fotografia, modelagem, dublagem e
                    edição. Essa separação foi realizada após discutir o tema do
                    vídeo, e todos optaram em fazer um vídeo sobre reciclagem.
                    O trabalho durou cerca de 2 meses, e o resultado final foi
                    excelente, no decorrer alunos foram trocando de equipes,
                    ficando onde melhor se adaptavam. Foram utilizadas massinhas
                    feitas pelos próprios alunos, o trabalho de roteiro, apesar de ter
                    uma equipe para isso, foi feito coletivamente todos dando idéias
                    e propondo melhorias. Na modelagem alguns alunos se
                    destacavam pela facilidade em atribuir formas à massa. Na
                    edição, os alunos tiveram suporte do setor de informática da
                    escola. Consegui com esse trabalho, unir toda a turma em um
                    único objetivo, o que era muito complicado em específico nessa
                    turma, que apesar de novos já possuía muitos grupinhos fixos,
                    que não se davam muito bem uns com os outros. Exercitei o
                    trabalho artístico em vários momentos, no roteiro, na dublagem,
                    na modelagem e na confecção da massa. “


      Utilizando do título de uma das publicações do professor Jarbas
Novelino Barato, realmente tecnologia é imaginação. Cabe ao professor o
papel de educador, interventor, explorador, para utilizar as tecnologias que
possui às mãos para junto de seus alunos construir um conhecimento
significativo para o aprendizado escolar e formação do cidadão.




                                                                                   26
3.2 – TIC – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

       Novas tecnologias sempre surgem com o avanço das pesquisas e
estudos científicos. Tecnologias sempre surgem para facilitar nossas vidas,
“mas também não podemos ignorar que a excessiva dependência delas nos
torna vulneráveis, individual e coletivamente” (MORAN, 1998, p. 68).


       As TICs ou tecnologias da informação e comunicação, estão
promovendo uma nova maneira de nos comunicarmos, tudo está se tornando
cada vez mais dinâmico, por meio dos computadores temos a possibilidade de
conversar com pessoas reais de todo o Planeta, por meio de uma comunicação
virtual, como diz Moran,


                       “eu permaneço aqui, na minha casa ou escritório navego sem
                       mover-me, trago dados que já estão prontos, converso com
                       pessoas que não conheço e talvez nunca verei ou encontrarei de
                       novo.”
                                                                       (MORAN, 1998, p. 68)


       As TICs estão permitindo cada vez mais que tenhamos escolhas quanto
ao virtual e ao real, e a tendência é que utilizemos o virtual para ações
rotineiras, em que a presença física não nos traga mais satisfação que as
facilidades do virtual, assim Moran nos relata,


                       “O que consideramos fundamental nas nossas vidas o faremos
                       presencialmente. As tarefas, serviços, trabalho e a manutenção
                       dos grupos a que pertencemos poderemos fazê-lo virtualmente”.
                                                                       (MORAN, 1998, p. 76)


       Segundo Moran a interação virtual e física pode variar de pessoa para
pessoa, cada pessoa possui um interesse diferente, um nível de socialização
específico, dentre outros fatores que determinarão se essa pessoa se sente
melhor em interações virtuais ou físicas. É importante lembrar que interação
virtual não é restrito ao computador, aos chats 14 , etc. Ao entrar em contato com

14
  chats , em inglês significa conversas, chats são conversas virtuais em tempo real que podem
acontecer em um site ou softwares de mensagens instantâneas.




                                                                                          27
histórias fictícias de filmes, novelas, seriados as pessoas estão emergidas em
um mundo virtual, como diz o estudioso,


                   “Muitos vivem hoje mais interações virtuais do que reais, se
                   emocionam mais com histórias de uma telenovela do que com
                   historias semelhantes que acontecem ao seu redor”.
                                                                     (MORAN, 1998, p. 77)


      A relação virtual entre pessoas vai além da simples comunicação por
meio de computadores, ela possibilita a construção de conhecimento, pois
permite um amplo trabalho coletivo de cooperação, em que um complementa o
outro, e quando isso não acontece um professor ou especialista pode suprir as
maiores dúvidas.


                   “A ação de cada aprendiz produz resultados que podem servir
                   como objetos de reflexão. Essas reflexões podem gerar
                   indagações e dificuldades que podem impedir um aprendiz de
                   resolver o problema ou projeto. Nessa situação, ele pode enviar
                   essas questões ou uma breve descrição do que ocorre para os
                   demais membros do grupo ou para um especialista. Esse
                   especialista reflete sobre as questões solicitadas e envia sua
                   opinião, ou material, na forma de textos e exemplos de
                   atividades que poderão auxiliar o aprendiz a resolver seus
                   problemas.”
                               (VALENTE 2005 – Integração das tecnologias na educação, p. 29)




             Fonte: imagem copiada do livro Integração das tecnologias na educação, p. 29




                                                                                         28
Vygotsky também relata sobre a importância do aprender coletivamente,
que é na interação daqueles que sabem mais com os que ainda não
conseguem fazer sozinhos que o conhecimento se desenvolve, e ainda vai
alem, diz que o


                       “aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica
                       e um processo através do qual as crianças penetram na vida
                       intelectual daquelas que as cercam.”
                                                                           (VYGOTSKY 1998)


       As TICs, principalmente o computador, e em específico a Internet, está
permitindo às pessoas acesso as informações como nunca antes foi visto,
podemos saber o resultado do jogo de futebol segundos após o seu termino,
quando não acompanhado em tempo real. Pode-se ver os gols, escutar e ler
comentários. É possível ver a previsão do tempo, escutar o noticiário, ler mais
de um jornal. No entanto, todo esse acesso a informação de nada serve se não
colocada em uso, na educação, o aluno não vai aprender tudo de história
apenas visitando diversos sites sobre o assunto, é o que diz Valente,


                       “Se a informação obtida não é posta em uso, se ela não é
                       trabalhada pelo professor, não há nenhuma maneira de
                       estarmos seguros de que o aluno compreendeu o que está
                       fazendo. Nesse caso, cabe ao professor suprir essas situações
                       para que a construção do conhecimento ocorra.”
                                                                         (VALENTE, 2005, p. 28)



       O termo TIC é cada vez mais visto em diversas áreas de atuação, na
educação não poderia ser diferente, as tecnologias educacionais são todas
TICs. O desafio é utilizá-las de forma eficaz, que traga melhoras ao sistema de
ensino, e aprendizado dos alunos. As TICs se não forem bem utilizadas podem
não surtir efeitos positivos. Um bom exemplo foi uma propaganda amplamente
divulgada na televisão, de uma empresa de Internet de banda larga 15 , em que
os alunos que a possuíam em casa traziam trabalhos muito extensos, cheio de
imagens, e a professora recebia com grande contentamento, e recebe sem
entusiasmo algum o trabalho, do aluno trajado de homem das cavernas,

15
  Banda larga, é o nome dado à internet de alta velocidade, geralmente utiliza-se de cabos,
ondas de radio ou satélite.



                                                                                              29
esculpido na pedra. O que ocorre no caso, é um explícito acordo e agrado por
parte da professora com as cópias que os alunos fizeram da Internet, e um
desafeto ao aluno que fez o trabalho com seu esforço e dedicação. As TICs
devem surgir para ajudar os alunos a construir o conhecimento, a trabalhar as
informações em prol de um aprendizado. Valente coloca muito bem a
contraposição de informação X conhecimento.


                    “O conhecimento é o que cada indivíduo constrói como produto
                    do processamento, da interpretação, da compreensão da
                    informação. É o significado que atribuímos e representamos em
                    nossa mente sobre a nossa realidade. É algo construído por
                    cada um, muito próprio e impossível de ser passado – o que é
                    passado é informação que advém deste conhecimento, porém
                    nunca o conhecimento em si.”
                                                               (VALENTE, 2005, p. 24)



       Outro ponto que Valente toca é o do ensinar X aprender, muitos ainda
pensam no ensinar como o simples ato de transmitir informações. O que
sabemos não ser verdade, se assim fosse, qualquer pessoa poderia aprender
tudo assistindo televisão, ouvindo rádio, utilizando um computador, lendo
jornais.


                    “...aprender significa apropriar-se da informação segundo os
                    conhecimentos que o aprendiz já possui e que e que estão
                    sendo continuamente construídos. Ensinar deixa de ser o ato de
                    transmitir informação e passa a ser o de criar ambientes de
                    aprendizagem para que o aluno possa interagir com uma
                    variedade de situações e problemas, auxiliando-o em sua
                    interpretação para que consiga construir novos conhecimentos.”
                                                                        (2005 P.26)


       A professora Beth Almeida 16 em entrevista ao Jornal do Professor disse,
referindo-se a dispositivos de mídia e tecnologia,


                    “O essencial é que este dispositivo possua ferramentas de
                    produção colaborativa de conhecimento, de busca de
                    informações atualizadas. Isso possibilita uma comunicação
                    multidirecional, na qual todos são autores do processo ou, pelo
                    menos, têm potencial para ser.”
                                                                   (ALMEIDA, 2008)




                                                                                 30
Voltando ao caso da propaganda e baseando-se nos aspectos
levantados, fica claro que os alunos não construíram nada, apenas
organizaram as informações, sem nenhuma interpretação ou muito menos
compreensão. Ao passo que a professora não assume uma postura de ensinar,
ela simplesmente aceita a idéia de que ensino é apenas transmissão de
informação.


          Para se construir um conhecimento significativo aos alunos, o professor
deve conhecer a zona proximal de desenvolvimento de cada um,


                          “Vygotsky considerou que a criança só pode operar dentro de
                          certos limites siyuados entre o seu desenvolvimento (já atingido)
                          e as suas possibilidades intelectuais. E relacionou a
                          arendizagem com o desenvolvimento em um constructo
                          denominado zona proximal de desenvolvimento (ZPD).”
                                                              (PROINFO, 2000, v.1, p. 69)


                          “O que a criança a criança é capaz de fazer hoje em
                          cooperação, será capaz de fazer sozinha amanhã. Portanto, o
                          único tipo positivo de aprendizado é aquele que caminha à
                          frente do desenvolvimento, servindo-lhe de guia... o aprendizado
                          deve ser orientado para o futuro, e não para o passado”.
                                                                 (VYGOTSKY, 1989, p.89)


          Assim se nota a importância do professor, de ter tato para identificar e
saber o que o aluno traz de bagagem (conhecimento prévio), verificar suas
possibilidades intelectuais, e finalmente utilizar as TICs como forma de auxiliá-
lo a estimular a interação entre os alunos e então promover o aprendizado dos
mesmos.


          As TICs são uma realidade em diversos setores, e na educação elas
devem ser utilizadas para auxiliar na formação de cidadãos mais críticos
capazes de construir seu próprio conhecimento, e assim tornar a sociedade
mais igual e justa, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

16
     Professora associada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo




                                                                                        31
CAP. 4 – INTERNET

          Para se conectar a Internet é preciso uma linha telefônica para conseguir
acesso discado, ou então possuir serviços de banda larga. No Brasil os mais
conhecidos são Speedy, BrTurbo, NetVirtua e AJato.


          A Internet é composta de várias redes que ligam mundialmente diversos
computadores. Para se navegar 17 na Internet é preciso um web browser, mais
conhecido como navegador. Os mais conhecidos são Internet Explorer e
FireFox.




                            Aparência do navegador Internet Explorer 7




                              Aparência do navegador Firefox 3
17
     Navegar – é o termo utilizado pelos usuários de internet para explorar seu conteúdo.




                                                                                            32
4.1 – WWW – WORLD WIDE WEB

      Para acessar qualquer documento, site, informação na Internet é preciso
um endereço que sempre se inicia com o www. Exemplos: www.uol.com.br,
www.blogger.com, www.terra.com.br, e etc.

                   “A World Wide Web (que significa quot;rede de alcance mundialquot;, em
                   inglês; também conhecida como Web e WWW) é um sistema de
                   documentos em hipermídia que são interligados e executados
                   na Internet. Os documentos podem estar na forma de vídeos,
                   sons, hipertextos e figuras. Para visualizar a informação, pode-
                   se usar um programa de computador chamado navegador para
                   descarregar informações (chamadas quot;documentosquot; ou
                   quot;páginasquot;) de servidores web (ou quot;sítiosquot;) e mostrá-los na tela do
                   usuário. O usuário pode então seguir as hiperligações na página
                   para outros documentos ou mesmo enviar informações de volta
                   para o servidor para interagir com ele. O ato de seguir
                   hiperligações é comumente chamado de quot;navegarquot; ou quot;surfarquot;
                   na Web.”
                                                    http://pt.wikipedia.org/wiki/Www

                                            Local para digitar endereços de sites




                                                                          Endereços
                                                                          gravados




Imagem do navegador Internet Explorer 7, com alguns endereços gravados,
ilustrando onde deve ser digitado, e também a necessidade do uso www.




                                                                                  33
4.2 – SITES

       Sites são páginas na Internet formadas por textos, vídeos, imagens. São
hospedadas em um servidor e geralmente utilizam protocolo HTTP 18 . Os sites
podem ter acesso livre ou restrito. O moderador do site é responsável por sua
administração. Os sites podem ser para informação, diversão, comunicação, e
qualquer outro fim que consiga estabelecer à ele.



       4.3 – DISTÂNCIAS REDUZIDAS

       Com a Internet é possível conhecer o mundo inteiro dando alguns
cliques 19 , navegando na Internet é possível ver vídeos de todas as partes do
mundo, conhecer pessoas de todos os países, ver fotos de todos os pontos
turísticos. Educacionalmente é uma ponte cultural, pode-se abrir o mundo para
os alunos, mostrar que existe mais lá fora do que eles imaginam, mais que o
bairro dele, mais que a cidade dele, existe um mundo todo para ser explorado e
visto. Com o auxílio do Google Earth 20 é possível mostrar aos alunos a rua
onde moram, o bairro, a cidade, “viajar” até Paris e mostrar a Torre Eiffel, ou ir
até o Japão e mostra o Monte Fuji, e por que não olhar o Cristo Redentor, no
Rio de Janeiro, Brasil?




                                                       21
                                    Museu do Louvre
Fonte: site oficial do museu (http://www.louvre.fr/llv/musee/alaune.jsp?bmLocale=en)

18
   http – protocolo de comunicação utilizado para transferir dados pela internet.
19
   Clique – termo utilizado para a ação de clicar em alguma coisa, com o cursor do mouse.
20
    Google Earth é um programa desenvolvido e distribuído pelo Google cuja função é
apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de fotografias de
satélite obtidas em fontes diversas. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Google_earth dia 09/04/08)
21
   instalado no Palácio do Louvre, em Paris, é um dos maiores e mais famosos museus do
mundo.




                                                                                          34
4.4 – FACILIDADES

       A Internet facilita a vida de milhares de usuários ao redor do globo,
compras on-line 22 , pagamento de contas pela Internet, informações úteis
(trânsito, tempo, telefones úteis, mapas, serviços públicos), dentre outras
coisas que facilitam muito a vida das pessoas.



       4.5 – CUIDADOS

       O estreitamento de relações que a Internet proporciona também traz
seus perigos. Um exemplo que vem sendo muito discutido nos últimos anos é a
pedofilia na Internet.


                       “Habilidosos, os pedófilos criam mecanismos para atrair crianças
                       utilizando a própria linguagem infantil. A violência cibernética se
                       concretiza, basicamente, em dois níveis: um deles consiste em
                       conquistar a garotada para a prática sexual ou buscar nessa
                       criança o objeto para a exposição de fotografias em situações
                       eróticas. O outro é jogar para as crianças imagens pornográficas
                       sem a menor cerimônia e, a partir delas, estabelecer um vínculo
                       promíscuo. Para isso, é frequente a estratégia de estabelecer um
                       link entre uma palavra comum ao vocabulário das crianças –
                       como, por exemplo: kids, Mickey, ninfetas, chiquititas e outras –
                       e os mecanismos de busca. Os menores, dentro de suas
                       próprias casas ou até nas escolas, digitam qualquer uma dessas
                       palavras numa pesquisa em sites de busca e em poucos
                       segundos estará diante de centenas de imagens com conteúdo
                       de pornografia infantil.”
                             Revista ISTOÉ ONLINE – Perigo digital - Alan Rodrigues e Mário Simas Filho
                              http://www.terra.com.br/istoe/1829/ciencia/1829_perigo_digital.htm - 26/05/2008



       Esta reportagem é de 2004, quase 4 anos atrás, e ainda é um tema em
muita evidência. O site de relacionamentos Orkut 23 tem sido utilizado por
muitos pedófilos como mostra reportagem da SaferNet Brasil 24 .


22
   On-line é o termo utilizado pelos usuários de internet para tudo que está disponível ou
conectado. Compras on-line, seria compras realizadas em sites especializados. Estar on-line é
estar disponível para conversas.
23
   Orkut, é um site de relacionamentos. www.orkut.com.br
24
   SaferNet Brasil - é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que reúne
cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis em Direito com a missão de
defender e promover os Direitos Humanos na Sociedade da Informação no Brasil.




                                                                                                         35
“...o Orkut acabou virando um celeiro de pedófilos no Brasil. É o
                    que revela um relatório elaborado, a pedido do Ministério Público
                    Federal..”
                           Trecho de texto de Paola Oliveto – Pedofilia no Orkut, 23/08/06 -
                      http://209.85.215.104/search?q=cache:bUPK5lYV_e4J:www.denunciar.org.br/twiki/bin/
                                              view/SaferNet/Noticia20060823013403+orkut+pedofilia&hl=pt-
                                                                       BR&ct=clnk&cd=2&gl=br – 29/05/08



No próprio Orkut encontramos:

                     “Com o Orkut é fácil conhecer pessoas que tenham os mesmos
                    hobbies e interesses que você, que estejam procurando um
                    relacionamento afetivo ou contatos profissionais. Você também
                    pode criar comunidades on-line ou participar de várias delas
                    para discutir eventos atuais, reencontrar antigos amigos da
                    escola ou até mesmo trocar receitas favoritas.”
                      Orkut - http://www.orkut.com.br/About.aspx - 29/05/08


      O ambiente gerado pelo Orkut é propício para que atos maldosos e
criminais aconteçam. A própria polícia tem-se utilizado do site para tentar coibir
atos de violência previamente planejados e atos criminosos, como a pedofilia.
Os pais devem ter muito cuidado com o que seu filho acessa na Internet e com
as pessoas com quem se relacionam.


      A criação de uma política interna nas escolas para treinar os professores
quanto ao bom uso da Internet é fundamental, o que acontece, no entanto, é
que muitos ainda devem passar pelo processo de inclusão digital. Com
professores capacitados, a escola deve voltar as atenções para os alunos e
pais, e orientá-los da melhor forma possível sobre os perigos da Internet, mas
principalmente mostrando que se usada de forma correta é uma ótima
ferramenta para o aprendizado dos alunos.


                    “...no Brasil, todos os programas voltados para TICs na
                    educação têm essa preocupação de capacitar os professores.
                    Mais do que permitir o acesso à tecnologia, os programas
                    trabalham a preparação dos educadores. E isso é uma questão
                    de longo prazo, porque a formação se dá ao longo da vida, tem
                    que ser continuada e voltada para a própria prática. Além disso,
                    temos hoje várias pesquisas sendo desenvolvidas nesta área e o
                    Brasil se destaca por ter um projeto de tecnologias na educação
                    que integra a formação de educadores, a prática de uso de
                    tecnologias e a pesquisa científica.”
                                               (ALMEIDA, 2008 entrevista jornal do professor)



                                                                                                    36
A Internet como a maioria das inovações tecnológicas surgiu para
facilitar a vida do ser humano, junto a essas facilidades vieram alguns perigos.
No âmbito educacional a Internet proporciona uma experiência sem igual
quanto ao acesso a informação e comunicação. É preciso ressaltar que acesso
à informação não garante aprendizado, muito menos construção de
conhecimento. É preciso que o professor esteja preparado para essa nova
ferramenta, sua formação deve ser contínua adequada a essas novas
necessidades, o professor deve ser aquele que é capaz de detectar as
necessidades dos alunos, e ver possibilidades de uso da Internet para auxiliá-lo
a suprir-las buscando em conjunto aos alunos formar e construir o
conhecimento que eles necessitam.


      É preciso ter precaução com o que se lê na Internet, a facilidade para
expor conteúdos, torna a presença de material incorreto e de baixa qualidade,
inevitável. Sendo assim, faz-se necessário pesquisar em sites confiáveis, mas
mais do que isso, é preciso que o leitor reflita sobre a leitura, para discernir o
bom e o mau material.




                                                                               37
CAP. 5 – WEBLOG OU BLOG

      WEBLOGs ou simplesmente BLOGs, são páginas na Internet assim
como os sites, porém possui mecanismo simplificado de forma que qualquer
pessoa consiga postar textos, imagens e vídeos na Internet.


      As pessoas criam blogs geralmente por dois motivos, “para convencer e
para deixar um registro” (HEWITI, 2007, p.137). Criar um blog é a maneira mais
fácil de escrever alguma coisa e torná-la pública. Para atingir um público
determinado ou não. Que é outro ponto a ser abordado, muitos autores de blog
escrevem para que outras pessoas leiam, mas quando seus blogs “passam a
ser ignorados tendo como únicas visitas um colega de faculdade ou um
cunhado... alguns ficam cansados e desistem do esforço” (HEWITI, 2007,
p.137). E é aí que está um fator fundamental, a Internet “oferece uma platéia
quase ilimitada... oferecer, não garantir” (HEWITI, 2007, p.137). Assim muitos
autores de blogs acham que por ter essa platéia disponível, bastará começar a
escrever para milhares de pessoas começarem a ler seus texto, no entanto a
sistemática não é essa, para pessoas que não são conhecidas, como
jornalistas famosos, atores, críticos, que já estão expostos na mídia. É preciso
um “trabalho de formiga”, é preciso que além de ter um bom conteúdo a ser
exposto, ter persistência no trabalho, pois se á algo que valha a pena ser lido,
alguém o lerá e as chances dessa pessoa passar para outra são grandes, e
assim aos poucos acaba criando o leitor fiel do blog.


                    “Os visitantes desses blogs de pequeno tráfego estão ligados a
                    eles por alguma razão – amigos, parentes, colegas de trabalho –
                    o impacto do comentário será maior do que se um estranho
                    visitar... Esses blogs ocupam um nicho semelhante ao do
                    informativo da associação de pais e mestres, do boletim da
                    igreja e talvez do jornal local gratuito que cobre os esportes
                    colegiais.”
                                                               (HEWITI, 2007, p.144)


      Muitas pessoas tem a necessidade de saber que seu trabalho está
sendo acompanhado, e gosta de opiniões, comentários de pessoas próximas
ao autor geralmente surtem mais efeito do que os de estranhos, mas muitas



                                                                                 38
vezes os comentários de pessoas desconhecidas trazem mais verdades
consigo. Quando você não conhece a pessoa, não tem aquela preocupação
iminente de dizer toda a verdade com o medo de magoá-la.



          5.1 – ORIGENS

          O surgimento dos blogs não tem data específica, mas o termo weblog
surgiu em dezembro de 1997 com Jorn Barger que, em sua página pessoal
Robot Wisdom, postou pequenos comentários e alguns links. A própria origem
da palavra blog é uma mistura “entre web (página na Internet) e log (diário de
bordo)” (SCHITTINE, 2004, p.12). O Blog ainda mantém o mesmo visual dos velhos
tempos. O termo weblog é utilizado por servidores 25 web para os acessos aos
mesmos, então com o tempo preferiu-se a utilização de uma versão mais curta,
BLOG. Peter Merholz em 1999 sugeriu o termo “we blog” (em português, nós
blog), e assim surgiu o verbo blogar, e por conseqüência o adjetivo blogger
para aqueles que utilizam os blogs. No entanto Blogger é um serviço de
publicação de blogs e por isso Branun sugeriu o termo bloggist (no Brasil é
mais usado blogueiro que faz referência a blogger, mas o termo bloguista
também é utilizado).




                            Robot Wisdom – Blog de Jorn Barger



25
     Servidor é um sistema de computação que fornece serviços a uma rede de computadores.




                                                                                        39
Os blogs surgiram primeiramente como diários pessoais, que poderiam
ser privados ou abertos às pessoas. No entanto foi adquirindo outras funções.
Divulgação de trabalhos, páginas pessoais, educação, entretenimento,
informação etc. A popularização dos blogs se deu devido as suas
características técnicas simples, como diz Denise Schittine 26 :


                          “o blog surgiu como um sistema de disponibilização de textos e
                          fotos na web 27 menos complexo e mais rápido, o que facilitou a
                          fabricação de páginas pó indivíduos com pouco conhecimento
                          técnico”
                                                                      (SCHITTINE, 2004, p.13)




          5.2 – CARACTERÍSTICAS

          O BLOG tem como principal característica a rápida atualização de seu
conteúdo, e este é exposto em ordem cronológica inversa, ou seja, as
postagens mais recentes se encontram no inicio da página.


          Outra característica marcante dos blogs são as ligações com outros
blogs e sites, formando a blogosfera, que é a rede de blogs interligados, a
dinamicidade dos blogs é uma forte ferramenta de informação e comunicação.
Os comentários de cada post é o que permite uma comunicação rápida e
dinâmica entre autor e leitores.


          Os blogs possuem classes ou categorias, podem ser de conteúdo aberto
ou privado, falar de trivialidades ou de assuntos polêmicos, pode ter cunho
informativo ou apenas de entretenimento. Acontece que o blog vai assumir em
certa parte as características do seu autor. Forma de escrita, organização,
aparência, conteúdo etc.


          Muito se diz sobre o privado e o público, com o blog, a partir do
momento que o autor permite qualquer pessoa visualizar as suas escritas e
postagem, tudo passa a ser público, por essa razão é preciso ter cuidado com

26
     Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
27
     Web – referente ao web do WWW, na gíria computacional web, refere-se à Internet.



                                                                                          40
o que se escreve, mas principalmente com o que se lê nos blogs. É preciso ter
em mente que muitos blogueiros são escritores informais, que muito do que
escrevem são nada mais que suas opiniões sobre determinado assunto, sem
nenhuma base científica ou comprovatória, tanto é que muitos blogueiros não
assumem identidade própria, como diz Schittini,


                      “o computador permite ao autor do escrito íntimo realizar um
                      desejo que jamais poderia ter sido realizado através de outro
                      meio de comunicação: o de se expor sem se identificar”
                                                                  (SCHITTINE, 2004, p.35)




       O surgimento dos diversos blogs deu origem a uma nova expressão a
blogosfera, que seria a rede de blogs na Internet. Essa nova forma de expor
informações para as pessoas de forma muito mais dinâmica e coorporativa,
tem revolucionado a maneira das pessoas verem e encararem os blogs.


                      “Kathleen Parker afirmou que a blogosfera se caracterizava pela
                      velocidade, demandando uma nova palavra: instantaneidade (...)
                      notícias em um instante de pixel 28 , porque os minutos de Nova
                      York se tornaram lentos demais”.
                                                                      (HEWITI, 2007, p.55)


       Ainda sobre a velocidade e o dinamismo que a Internet proporciona
HEWITI diz,
                       “Quem busca no Wall Street Journal da semana passada uma
                      fonte para tomar decisões sobre investimento? Quem, antes de
                      comprar uma ação, não confere algum serviço na Internet para
                      ver os preços e as últimas manchetes? Em outras palavras,
                      ‘informação confiável’ passou a significar, informação confiável
                      muito recente” (HEWITI, 2007, p.121)


       A sociedade tem uma demanda enorme por informação rápida e
confiável, para muitos já não é possível esperar até o jornal de amanhã, o tele
jornal da noite, ou esperar alguma coisa no rádio. Temos uma ânsia por
imediatismo, isso é devido à fluidez e dinâmica do mundo contemporâneo. E é
na blogosfera que se pode encontrar todo esse dinamismo e fluidez, noticias

28
  é o menor elemento num dispositivo de exibição (como por exemplo um monitor), no caso do
texto, refere-se como um tempo muito menor do que os minutos.



                                                                                       41
coletadas em portais, escritas de especialistas, comentários sobre algum
ocorrido, etc.



       5.3 – CRIAÇÃO DE UM BLOG

       O primeiro passo para criar um blog, é possuir uma motivação, ou seja,
um objetivo que o blog se destinará. Por exemplo, criar um blog para servir de
diário, ou para publicar notícias, e tudo que a criatividade permitir. No nosso
caso o destino do blog é para a educação.


5.3.1 – Publicadores de blogs


       Antes de começar a montar um blog, é preciso escolher um publicador,
que é um site que nos da todas as ferramentas para construir e editar o blog,
além de hospedá-lo. Existem muitos publicadores de blog, os mais utilizados
no Brasil são:




       Wordpress (www.wordpress.com) e         Blogger (www.blogger.com)


       Utilizaremos o blogger, por ser o mais popular, estar totalmente no
idioma português, ser mais simples de utilizar e possuir vários recursos.


5.3.2 – Passo-a-passo


       Para criar um blog no blogger, é preciso possuir uma conta de e-mail.
Vários sites oferecem o serviço de e-mail gratuito, os mais conhecidos são:


                                                                            42
Yahoo       (www.yahoo.com.br),       Hotmail     (www.hotmail.com)     e    Gmail
(www.gmail.com).


         Outro motivo da escolha do blogger como publicador, é que o site é
totalmente auto explicativo, ele informa tudo que é necessário para criar o blog.
Por essa razão este tópico não será muito detalhado, apenas falando o básico.


         - acessar o site: www.blogger.com. Na página principal clicar na seta
laranja escrito “criar blog”.


         - na página que se segue, preencha os campos solicitados. São eles,
respectivamente: endereço de e-mail; confirmação do endereço de e-mail;
senha; confirmação de senha; nome de tela; verificação de palavras; e marcar
o espaço de aceitação dos termos. E por fim clicar na seta continuar.


         - agora deve-se atribuir: um título para o blog; o endereço do blog (ex. tc
ficará      –     www.tc.blogspot.com,       ou     diariodefulano,     ficará    –
www.diariodefulano.blogspot.com); e por fim clicar na seta continuar.


         - na etapa que se segue é necessário a escolha de um modelo para o
blog, modelo também é conhecido como template, é a aparência do blog. Após
selecionar o modelo, clicar na seta continuar.


         - a última página informa que o blog está pronto, e basta clicar na seta
começar a usar o blog.




         - a página principal de gerenciamento do blog é a da imagem abaixo,
existem três abas principais, postagem, configurações e layout, indicados pelas
setas.




                                                                                 43
5.3.3 – Postagem


        Ao clicar na aba de postagem, ficará disponível 3 campos de trabalho,
criar, editar postagem e moderar comentários.



        5.3.3.1 – criar


        É onde se cria as mensagens (posts) a serem publicadas no blog. Existe
um campo para escrever, funciona basicamente como um editor de textos,
pode-se alterar a fonte 29 , tamanho, posicionamento do texto, cor, é possível
inserir imagens do arquivo ou já existentes na Internet (neste último é preciso o
endereço de hospedagem da imagem), o mesmo vale para vídeos, por
exemplo, é possível passar um vídeo do youtube 30 na própria página do blog.



        5.3.3.2 – editar postagens


29
 Fontes, referente a editores de texto, são os tipos de letras. Ex. arial, times new roman etc.
30
 Youtube é o site de hospedagem de vídeos mais difundido na atualidade. Endereço do site:
www.youtube.com



                                                                                              44
É onde ficam todas as mensagens postadas no blog, e é também onde
permite edita-las, publicadas ou não. É aqui também que se pode apagar os
posts caso não tenha mais interesse de mantê-lo publicado.



       5.3.3.3 – moderar comentários


       Caso esteja ativado (a ativação é feita em configurações, que será
abordado à frente), é onde permite ser feita a moderação de todos comentários
feitos no blog, antes do comentário ser publicado ele precisa de sua
autorização.


5.3.4 – Configurações


       Na aba configurações encontramos nove campos para trabalhar
configurar,    são   eles   respectivamente:   básico;   publicação;   formatação;
comentários; arquivamento; site feed; e-mail; OpenID; e Permissões. Todas as
configurações do blog serão feita nessa sessão. Nos prenderemos apenas às
configurações básicas, comentários e permissões.



       5.3.4.1 – Configurações básicas


       Nessa guia, temos acesso à:
   •   Título do blog – É possível alterar o titulo do blog a qualquer momento.
       Este não é o endereço do blog, é a frase que aparecerá no topo da
       página principal do blog;
   •   Descrição – é neste espaço que se pode escrever sobre o que o blog
       trata, objetivos, apresentação pessoal, informações relevantes, etc;
   •   Adicionar blog às nossos listagens – essa opção diz se deseja tornar o
       blog disponível ou não à listagem de blogs do publicador;




                                                                               45
•   Permitir que mecanismos de pesquisa localizem seu blog – esta opção
         permite dizer se o blog estará disponível em mecanismos ou sites de
         busca 31 , é muito bom para tornar o número de visitas maior;
     •   Mostrar edição automática em seu blog – habilitando essa opção, um
         link 32 ficará disponível em cada parte que pode ser editado na página do
         blog, isso após ter entrado com usuário e senha na tela inicial do
         blogger;
     •   Exibir link enviar esta postagem – habilitando esta opção, abaixo de
         cada post, fica um link que permite aos visitantes enviar o link do
         referido post para alguém via e-mail;
     •   Conteúdo adulto – caso o blog tenha conteúdo adulto esta opção deve
         ser habilitada, assim todo visitante será avisado sobre conteúdo adulto
         antes de entrar no blog;


É nesta área que também fica disponível a opção para excluir o blog.



5.3.5 – Layout

         É na aba de layout que se fazem todas as configurações quanto a
aparência do blog e links que irão aparecer na página inicial. É possível mudar
o modelo do blog, adicionar Gadgets 33 , no blogger, existe uma infinidade de
gadgets prontos para serem adicionados ao blog, no entanto se o usuário
dominar programação computacional, pode criar seus próprios gadgets. Alguns
exemplos de Gadget, são aqueles contadores de visita, tocadores de música
(sintonizam uma radio on-line), mostrador de quantas pessoas estão on-line no
blog.



31
   Sites ou mecanismos de buscas são ferramentas que nos permitem fazer pesquisas na
internet, o mais conhecido e utilizado é o google – www.google.com.br
32
   Link como o nome em inglês diz, é uma ligação. Os links na internet permite ir de uma
página a outra, em linguajar simples, tudo que se clica na internet e te direciona a outra página
é um link.
33
   Gadget é uma gíria tecnológica recente que se refere a, genericamente, a algum pequeno
software, pequeno módulo, ferramenta ou serviço que pode ser agregado a um ambiente
maior.




                                                                                              46
É possível também posicionar os blocos de conteúdos, por exemplo
clicando e arrastando é possível escolher o lugar do        arquivo do blog, do
gadget, etc.




                  Imagem da aba de configurações do layout.




      5.4 – BLOG NA EDUCAÇÃO

      Os blogs devem ser encarados como uma nova forma de atrair os
alunos para um mundo que sempre sofreu muita discriminação por parte deles,
o da escrita e leitura. Isso é possível, pois o blog tem algumas características
que esta nova geração está acostumada, dinamismo, acesso rápido à
informação, comunicação, socialização. E tudo depende da capacitação e
imaginação do professor,


                    “(...) tudo depende da imaginação do educador na hora de
                    propor as atividades (...) É um espaço muito interessante,
                    autoral. Os alunos se sentem orgulhosos e querem realizar bons


                                                                               47
trabalhos, que sejam valorizados pelos outros. Se o professor
                           souber aproveitar, poderá ter ótimos resultados. Não podemos
                           mais inibir o aluno, que já está tão acostumado com aquela
                           caneta vermelha rabiscando o texto. O interessante do blog é
                           que o estudante se manifeste sem restrições, interagindo com
                           outros alunos e professoresquot;.
                                                       (BARATO apud RAGAZZI, 2006)


          O uso do blog na educação pode trazer muito mais prazer e dinamismo
para a realização e apresentações de trabalhos, eles podem servir de arquivo
de documentos para alunos e professores. Contudo o mais importante é a
experiência social que ele proporciona, já que alunos e professores podem
discutir idéias e opiniões sobre determinados assuntos sem que estejam no
mesmo espaço físico e ao mesmo tempo.


          A possibilidade de comentário em cada post é um excelente aliado do
professor.Ao fazer uma colocação no blog poderá ter idéia do que seus alunos
estão pensando ou assimilando sobre o que escreveu, isso numa velocidade
fabulosa. Para os alunos ler os comentários dos outros alunos, ampliam a sua
visão sobre o assunto, e pode aumentar seu nível crítico.


          Assim o blog se apresenta como uma ótima forma professor do
professor melhorar seu trabalho com os alunos. O blog lhe proporcionará novos
espaços de socialização, avaliação, exploração e retorno dos alunos. Para os
alunos, o blog apresenta o novo, o trabalho que beira a diversão, portanto
agradável de fazer. Aquele tema complicado de se trabalhar com os alunos,
pode parecer muito mais atrativo se conduzido em parceria à utilização do blog.


          No blog Boteco Escola 34 é possível encontrar razões para criar um blog,
em uma tradução feita pelo próprio autor do blog do artigo Ways to use
weblogs in education 35 .




                           “O professor pode criar um diário eletrônico reflexivo para:
                           Refletir sobre suas próprias experiências docentes; Ter um
34
     Blog criado pelo professor Jarbas Novelino Barato, http://www.jarbas.wordpress.com
35
     Local de consulta http://anvil.gsu.edu/EduBlogInsights/2004/10/04. , site hoje desativado.



                                                                                                  48
registro sobre experiências de capacitação docente; Escrever a
descrição de uma unidade específica de ensino; Descrever o
que funcionou para você na sala de aula, assim como o que não
funcionou; Fornecer alguma dica de ensino para outros
docentes.
Escrever o que você aprendeu com outro professor; Explicar os
insights que você tem a partir do que acontece na sala de aula;
Compartilhar idéias de atividades de ensino ou jogos de
linguagem para uso em sala de aula; Fornecer dicas de “como
fazer” no uso específico de tecnologias em sala de aula,
descrevendo como você usou determinadas tecnologias em sua
classe; Explorar assuntos importantes sobre ensino e
aprendizagem.
O professor pode iniciar um blog da classe para: Postar
mensagens sobre informações úteis tais como calendário,
agenda de eventos, tarefas de casa e etc.Postar tarefas
baseadas na leitura de referências recomendadas, e solicitar
aos alunos que respondam em seus próprios blogs, criando um
tipo de portfólio de seus trabalhos; Comunicar-se com pais se
você está ensinando numa escola elementar; Postar desafios
para a escrita; Fornecer exemplos de trabalho em sala de aula,
de atividades de vocabulário, ou de jogos gramaticais; Fornecer
exercícios de leitura on line para que seus alunos leiam e
“reajam”; Reunir e organizar recursos da Internet para cursos
específicos, fornecendo links para sites apropriados assim como
informações sobre sua relevância; Postar fotos e comentários
sobre atividades em classe; Convidar os alunos a comentarem
ou postarem mensagens sobre determinados assuntos com o
objetivo de lhes dar “voz” por meio da escrita; Publicar bons
exemplos de redações dos alunos; Expor produtos de arte,
poesia e histórias criativas dos alunos; Criar um site de ensino
dinâmico, postando não somente assuntos relacionados com
atividades da classe, mas também atividades, tópicos de
discussão, links com informação adicional, informação sobre
tópicos que os alunos estão estudando, leituras para inspirar a
aprendizagem; Criar círculos de literatura; Criar clubes do livro
on line; Fazer uso do comentário para que os alunos publiquem
mensagens sobre tópicos utilizados no desenvolvimento de
habilidades lingüísticas; Solicitar aos alunos para eles criarem
seus próprios blogs individuais do curso, onde postarão suas
próprias idéias, reações e trabalhos escritos; Postar tarefas para
levar em frente aprendizagens baseadas em projetos; Editar
jornais de classe, usando artigos escritos por alunos, assim
como fotos que eles possam ter produzido; Linkar sua classe
com outra classe em qualquer lugar do mundo.
O professor pode encorajar seus alunos (seja em seu blog, seja
por encorajamento via comentários nos blogs individuais deles)
a publicarem: Suas reações a questões intelectualmente
instigantes; Suas reações a fotos que você tenha postado;
Diários pessoais; Resultados de investigações que eles tenham
realizado sobre um tópico do programa; Suas idéias e opiniões
sobre tópicos discutidos em classe.
O professor pode incentivar seus alunos a criarem blogs para:
Aprender sobre blogs; Completar tarefas de redação; Criar um
portfólio sobre sua produção escrita; Expressar suas opiniões a


                                                               49
respeito de tópicos que estão estudando; Escrever comentários,
                   opiniões, ou questões sobre o noticiário dos jornais ou assuntos
                   de interesse pessoal; Discutir atividades e dizer o que pensam
                   sobre elas (Você, professor, pode aprender muito com isso!);
                   Escrever sobre tópicos do programa de estudos, utilizando o
                   novo vocabulário aprendido assim como novas expressões
                   idiomáticas; Mostrar suas melhores redações.
                   O professor também pode solicitar à classe para criar um blog
                   comunitário para: Completar trabalho de projeto em pequenos
                   grupos, designando para cada grupo uma tarefa diferente; Expor
                   produtos de aprendizagens baseadas em projeto; Completar
                   uma WebQuest.”
                                                           (tradução BARATO, 2005)


      Como pode ser visto, o blog pode ser utilizado de muitas maneiras na
educação, tanto pelo professor, quanto pelo aluno. Acontece que não existe
uma maneira correta ou errada de se utilizar o blog na educação, existem
formas mais efetivas ou não de se utilizar o blog para os alunos construírem
conhecimentos significativos para si. O professor deve conhecer os alunos,
explorar as possibilidades do blog, e adequá-lo da melhor maneira para seus
alunos.




                                                                                50
II - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

         A metodologia utilizada na pesquisa foi de estudo de caso. Esta é uma
pesquisa qualitativa. Maria Alice Hofmann Martins 36 cita Bogdan e Biklen
(1982) para definir este tipo de pesquisa de acordo com cinco características
básicas:

                      “1- A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua
                      fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal
                      instrumento; 2 -Os dados coletados são predominantemente
                      descritivos; 3- A preocupação com o processo é muito maior do
                      que com o produto; 4 - O significado que as pessoas dão às
                      coisas e à sua vida são focos de atenção especial do
                      pesquisador; 5- A análise dos dados tende a seguir um processo
                      indutivo.”
                      (MARTINS, 2002)


         O estudo de caso, por sua vez, é uma categoria de pesquisa cujo objeto
é analisar profundamente um caso. Este caso pode ser o estudo de uma algo
bem definido, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma
pessoa, uma unidade social ou no caso o a utilização do blog como ferramenta
pedagógica. Visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”. É uma
investigação que se foca sobre uma situação específica, procurando descobrir
o que há nela de mais essencial e característico.


         Embasado nas considerações de TICs aplicadas à educação, visando a
construção de conhecimento em conjunto, trabalhei com blogs em duas turmas
de 4º ano, e duas do 5º ano do ensino fundamental. O foco da pesquisa
baseou-se em alguns poucos aspectos. Tais como: prática da leitura e escrita;
trabalho cooperativo; correção gramatical; e imaginação.


         Cada sala era composta por cerca de 30 alunos. E a duração da
pesquisa foi de dois bimestres, os alunos utilizavam o laboratório de informática
da escola uma aula por semana para trabalhar com os blogs. O laboratório
possuía 20 micro computadores, e internet de alta velocidade. A coleta de
dados foi feita em conjunto com os professores regulares dos alunos. Dados

36
     Professor da UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL


                                                                                 51
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Blog como ferramenta pedagógica

  • 1. MARCO AURELIO YAMAMOTO ITO BLOG COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA: UM ESTUDO DE CASO Trabalho de conclusão do curso de pedagogia apresentado à Faculdade Mozarteum de São Paulo, sob orientação da Profª Ms. Ana Cláudia Barreiro. FAMOSP – Faculdade Mozarteum de São Paulo SÃO PAULO 2008 1
  • 2. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ ORIENTADOR (A) ______________________________________________ PROFESSOR (A) ______________________________________________ PROFESSOR (A) 2
  • 3. Dedico a todos os professores que trabalham para mudar a situação da educação do país. Dedico também à minha noiva Tatiana, mulher especial que é meu porto seguro para onde corro em momentos difíceis, e é a minha companheira para os momentos mais felizes da minha vida. E não podia deixar de dedicar à minha mãe Cristina, que sempre esteve ao meu lado, amparando minhas decisões, por mais errôneas que parecessem. Sempre foi o exemplo a ser seguido, aquela que incrustou em mim valores como honestidade, bondade e gentileza. 3
  • 4. Agradeço a FAMOSP e aos professores por tornar possível a minha graduação. Agradeço igualmente ao professor Jarbas Novelino que, mesmo distante, me ajudou bastante. E finalmente agradeço a minha orientadora Ana Cláudia Barreiro, pela paciência e dedicação ao meu trabalho. 4
  • 5. Hay hombres que luchan un día y son buenos. Hay otros que luchan un año y son mejores. Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos. Pero hay los que luchan toda la vida: esos son los imprescindibles. Bertolt Brecht Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há aqueles que lutam por toda a vida: esses são os Imprescindíveis. Bertolt Brecht 5
  • 6. RESUMO A cada dia o computador se torna mais presente na vida das pessoas: no trabalho, em casa e, na escola, não poderia ser diferente. Este estudo tem como objetivo mostrar que existem meios interessantes de se utilizar o computador na educação, tornando-o uma proveitosa ferramenta pedagógica. Muitos alunos e professores desconhecem as diversas tecnologias educacionais disponíveis. Assim, apresentamos, no corpo do texto, algumas destas tecnologias, em especial o blog (weblog). Adotando a metodologia de estudo de caso e fundamentando teoricamente nos pensamentos de Moran, Vygotsky e Valente, nossa intenção foi a de, através do relato de uma experiência vivenciada, apresentar os resultados obtidos que nos levam a crer que o professor pode utilizar o blog (weblog) em suas aulas como ferramenta de ensino. A contribuição de idéias sobre tecnologias da informação e comunicação (TICs) de Barato também foi fundamental para a formação do corpo teórico da pesquisa, assim como depoimentos de professores que já utilizam o computador de forma positiva na educação. Ao fim, concluimos que os computadores podem ser utilizados como ferramenta pedagógica, e que o blog (weblog) é um excelente instrumento para se trabalhar diversos fatores educacionais. ABSTRACT Every day the computer becomes more present in people's lives: at work, home and at school, could not be different. This study aims to show that there are interesting ways to use the computer in education, making it a useful educational tool. Many students and teachers don’t know about the various educational technologies available. Thus, we present in the body of the text, some of these technologies, especially the blog (weblog). Adopting the methodology of case study and theoretical reasoning in Moran's thoughts, Vygotsky and Valente, through the story of an experience, our intention was to presenting the results which lead us to believe that teachers can use the blog (weblog) in their lessons as a tool of education. The contribution of ideas about information and communication technologies (ICTs) from Barato was also crucial for the formation of the body of theoretical research, as well as testimonials from teachers who already use the computer in a positive way in education. At the end, we conclude that the computers can be used as a pedagogical tool, and that the blog (weblog) is an excellent tool to work in various educational factors. 6
  • 7. ÍNDICE Índice.................................................................................................................. 7 I - Introdução ...................................................................................................... 9 Capítulo1 - O computador ................................................................................ 11 1.1 – Hardware ............................................................................................. 11 1.2 – Softwares............................................................................................. 12 1.3 – Periféricos............................................................................................ 12 Cap. 2 – Inclusão Digital .................................................................................. 15 Cap 3 – Tecnologia educacional ...................................................................... 18 3.1 – Relatos de uso de tecnologias educacionais ....................................... 23 3.1.1 – BLOG e Língua Portuguesa .......................................................... 23 3.1.2 – Projeto blog das 4as séries......................................................... 24 3.1.3 – Wiki uma experiência coletiva ....................................................... 24 3.1.4 – WebGincana uma pesquisa segura........................................... 25 3.1.5 – Arte com tecnologia ................................................................... 26 3.2 – TIC – Tecnologia da informação e comunicação ................................. 27 Cap. 4 – Internet............................................................................................... 32 4.1 – www – World wide web........................................................................ 33 4.2 – Sites..................................................................................................... 34 4.3 – Distâncias reduzidas............................................................................ 34 4.4 – Facilidades........................................................................................... 35 4.5 – Cuidados.............................................................................................. 35 Cap. 5 – WEBLOG ou BLOG ........................................................................... 38 5.1 – Origens ................................................................................................ 39 5.2 – Características..................................................................................... 40 5.3 – Criação de um blog.............................................................................. 42 5.3.1 – Publicadores de blogs ................................................................... 42 5.3.2 – Passo-a-passo .............................................................................. 42 5.3.3 – Postagem ...................................................................................... 44 5.3.3.1 – Criar........................................................................................ 44 5.3.3.2 – Editar postagens..................................................................... 44 5.3.3.3 – Moderar comentários.............................................................. 45 5.3.4 – Configurações ............................................................................... 45 7
  • 8. 5.3.4.1 – Configurações básicas ........................................................... 45 5.3.5 – Layout ........................................................................................... 46 5.4 – Blog na educação ................................................................................ 47 II - Procedimentos metodológicos .................................................................... 51 1 – metodologia do trabalho desenvolvido com os alunos ........................... 52 2 – Resultados e discussão .......................................................................... 53 III - Conclusão .................................................................................................. 54 IV - Bibliografia ................................................................................................. 55 8
  • 9. I - INTRODUÇÃO O computador como auxílio na educação vem gerando polêmica entre estudiosos, professores e pais. Em recente trabalho publicado na revista Educação e Sociedade, Jaqcques Wainer, do Instituto de Computação e Tom Dwayer, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Unicamp. Intitulado “Desvendando mitos: os computadores e o desempenho no sistema escolar” 1 , um trecho da discussão mostra um pouco do motivo que a pesquisa vem gerando tanta polêmica: “Os resultados da nossa análise da bibliografia internacional parecem indicar que as evidências em favor da hipótese de que computadores são benéficos para o desempenho escolar fundamental e médio são pouco convincentes e provavelmente não muito significantes. Isso parece contrastar fortemente com a crença da maioria das pessoas.” (2007, p. 1322) A polêmica acontece, pois eles afirmam que não encontram evidências dos benefícios do uso do computador para a educação, e seguindo essa linha de raciocínio existem trabalhos publicados dizendo que o uso do computador não traz ajuda educacional alguma aos alunos e diversos outros falando exatamente o contrário como diz o Prof. Dr. César Nunes em reportagem no portal Educarede 2 : “aparentemente os autores 3 sentem-se incomodados com o pequeno número de estudos experimentais encontrados pois pelos resultados encontrados o “placar” sobre o impacto positivo versus negativo está 10 X 3 (ou 18 X 3 quando consideradas também teses e apresentações em congressos). Por que dizem que não há evidência? Há poucos estudos porque é dificílimo faze-los, mas quando existem são claramente favoráveis”. (NUNES 2008) O trabalho tem como objetivo mostrar que o computador poderá sim ser utilizado como instrumento pedagógico se bem explorado, com foco maior à utilização dos blogs. 1 O trabalho pode ser encontrado na íntegra no site: www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0328101.pdf 2 Portal de educação – www.educarede.org.br 3 Jaqcques Wainer e Tom Dwayer, autores do trabalho Desvendando mitos: os computadores e o desempenho no sistema escolar. 9
  • 10. Esta pesquisa se dividiu em cinco partes principais: introdução onde é feita a apresentação do trabalho; fundamentação teórica onde se encontra toda a base teórica do trabalho, da introdução ao computador, inclusão digital, tecnologia educacional, TIC, Internet e Blog; metodologia que explica os procedimentos metodológicos adotados para a pesquisa; conclusão e bibliografia. A pesquisa segue principalmente as correntes teóricas de Vygotsky (1998), Valente (1998) e Moran (1998). O computador a cada dia se torna mais presente na vida das pessoas, apesar de muitas ainda terem pouco ou nenhum contato com esse equipamento, no entanto as vendas de computadores mostram que cedo ou tarde ele será tão presente nas casas das pessoas como os televisores são. É preciso entender que os computadores, podem sim, ser utilizados como instrumentos pedagógicos, que existem diversas ferramentas que potencializam essa função. O que acontece muitas vezes é que professores e alunos não conhecem esses instrumentos, e utilizam os computadores sem bases educacionais, a isso se deve a importância acadêmica do trabalho, mostrar uma visão geral do computador e como ele pode ser utilizado como ferramenta pedagógica, enfatizando o blog nesse processo. 10
  • 11. CAPÍTULO1 - O COMPUTADOR O computador a cada dia torna-se mais comum na vida das pessoas, mas, para muitos, ainda é um objeto estranho. Para que este trabalho monográfico seja bem compreendido, se faz necessário uma breve introdução ao computador. O computador é formado por hardwares, softwares e periféricos. 1.1 – HARDWARE Os hardwares são as partes físicas internas dos computadores, como placas, memórias, discos rígidos, processadores. - Placa mãe (mother board): é a principal placa do computador, onde todos os hardwares são conectados. A figura abaixo mostra um exemplo de placa mãe citando os principais slots 4 . Entradas de microfone, caixas Slot para placa de vídeo de som, mouse, teclado, impressora, etc. Slots para placas diversas, som, Slot para processador captura de vídeo, tv, etc. Conectores para ligar HD 4 slots para memória RAM Entrada de energia Fonte: site da ASUS - http://br.asus.com/prog_content/middle_enlargement.aspx?model=1198 - Processador: é o hardware que executa todos os processos do computador, é o responsável por tudo que, como o próprio nome diz, é processado. - Memória RAM: é nela que são carregados os programas em execução. - Disco rígido (HD): é onde se grava todos os programas e informações. 4 Slot – conectores da placa mãe que recebem um outro hardware. 11
  • 12. - Placas de vídeo e som: muitas delas já vem incorporadas à placa mãe e são as chamadas on-boards. - Fonte de alimentação: é o que alimenta o computador com energia. 1.2 – SOFTWARES Os softwares são os programas instalados no computador. Todo computador necessita de um sistema operacional, os mais conhecidos são o Linux e Windows, este último utilizado pela maioria. É o software que nos permite navegar na Internet, escrever um texto, fazer uma apresentação, criar vídeo, escutar uma música, editar uma foto, etc. Microsoft Office, PhotoShop, winamp, Open Office, Internet Explorer, FireFox, são todos exemplos de softwares. 1.3 – PERIFÉRICOS Os periféricos são todos os componentes ligados ao computador. Existem alguns periféricos importantes que sem eles não é possível a utilização do computador, são eles: • Teclado: é o periférico que permite a digitação. Fonte: foto Marco Aurélio Y. Ito 12
  • 13. Mouse: é o que torna possível a movimentação do cursor na tela do monitor, baseia-se em posições nos eixos X e Y. Fonte: foto Marco Aurélio Y. Ito • Monitor: é onde se visualiza todas as atividades feitas no computador. Hoje existem vários tipos e tamanhos de monitor, as tecnologias mais conhecidas são: CRT (Cathode Ray Tube ou tubo de raios catódicos) são monitores mais antigos conhecidos como “tubos”, LCD (liquid cristal display ou display de cristal líquido) vem se popularizando por possuir melhor imagem, tela fina e menores proporções, e o ainda não muito conhecido OLED (Organic Light-Emitting Diode ou diodo orgânico emissor de luz) tecnologia muito nova, a princípio para utilização como televisão, mas que futuramente, promete funcionar como monitores mais finos e baratos que os de LCD. Monitor CRT Monitor LCD Monitor OLED fonte: www.sony.com Outros periféricos não são essenciais como os citados, mas permitem uma experiência multimídia muito mais relevante, são eles: 13
  • 14. Caixas de som: reproduz som de músicas, softwares, jogos, filmes, vídeos, e tudo mais que necessita efeito sonoro. • Câmera ou web cam, serve para interação, vídeo conferências, fotos, cursos, etc. • Microfone é utilizado para gravar som, vídeo conferência, conversas, etc. O computador apesar de sua popularização, ainda é equipamento de luxo, objeto de sonho de consumo. Este trabalho é dirigido para profissionais da área de educação, e esta introdução ao computador se tornou necessária pela constatação de que muitos professores e futuros professores não possuem um mínimo de conhecimento sobre computadores. Esta introdução ao computador tem caráter de torná-lo mais familiar a estes novos e futuros usuários com pouca afinidade ao mesmo. Assim ao ser apresentado ao verdadeiro propósito do trabalho monográfico, poderá se sentir mais a vontade com o assunto. Essa breve apresentação ao computador serve de entrada para a discussão da inclusão digital. 14
  • 15. CAP. 2 – INCLUSÃO DIGITAL A inclusão ou exclusão digital vai muito além dos parâmetros técnicos e educacionais. É um problema político e social. No Brasil, a inclusão digital não faz parte alguma na realidade de grande parte da população brasileira, uma vez que não possuem nem as suas necessidades básicas supridas, como os dados do IBGE 5 , levantados por Ana Claudia Barreiro 6 em texto que originou sua tese de mestrado. “em todo o território brasileiro, 49 milhões de pessoas, aproximadamente um terço da população, vivem com renda igual ou inferior à meio salário mínimo. São acrescentados a esse número, 5 milhões de brasileiros sem fonte de renda: são 54 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, o que significa que uma grande parte da sua população hoje está excluída de utilizar o mínimo necessário para uma vida digna e saudável: não tem acesso/garantia de permanência à educação; moradia; alimentação; saúde e saneamento básico; não tem emprego ou como gerar renda...” (2004. p.4) Assim sendo, é preciso uma mudança social no Brasil, a necessidade de estreitar as diferenças econômicas e sociais, e assim ver a inclusão digital como assunto de caráter político, para que em algum momento se torne uma meta educacional e social a ser cumprida. Assim como a saúde e a educação a inclusão digital tem grande importância para as pessoas, como disse Sergio Amadeu 7 , “a inclusão digital é um elemento fundamental para o desenvolvimento das potencialidades não só econômicas, mas sociais e culturais do país” (AMADEU, 2005). Muitos educadores não escapam desta exclusão digital, devido ao tipo de sistema educacional, estes que são os que estão em maior contato com os alunos não possuem direito de voz, quanto ao processo coletivo de construção. Sua formação muitas vezes também não condiz com as novas necessidades que se apresentam atualmente. 5 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 6 Mestre em Educação: Currículo pela PUC-SP, Professora de Informática aplicada a Educação da Faculdade Mozarteum de São Paulo, e doutoranda em Lingüística Aplicada e Estudos de Linguagem. 7 Sérgio Amadeu da Silveira é um sociólogo brasileiro, sendo considerado um dos maiores defensores e divulgadores do Software Livre e da Inclusão Digital no Brasil. 15
  • 16. “A inclusão digital deve ser considerada como agenda no campo das políticas públicas, como um objetivo social e educacional a ser atingido... poderia ser encarada como uma necessidade básica para que possam ser criadas, verdadeiramente, condições para que esta seja um catalisador de transformações sociais.. E entre os excluídos se encontram os próprios educadores, os quais estão impedidos de participar do poder decisório... deve ser formado de maneira condizente com as novas exigências da sociedade atual, de modo que a ele sejam facultadas condições tanto teóricas quanto práticas para que a sociedade o perceba como peça fundamental no processo educativo e mais ainda, no processo de mudança, de transformação social.” (BARREIRO, 2004. p. 5) Há muito vem se discutindo sobre inclusão digital no Brasil, o que ela representa, como deve ser realizada. Muitas definições são propostas, mas no trabalho de monografia, adotaremos a definição dada pelo governo eletrônico brasileiro 8 , que diz que inclusão digital, “é a denominação dada, genericamente, aos esforços de fazer com as populações das sociedades contemporâneas - cujas estruturas e funcionamento estão sendo significativamente alteradas pelas tecnologias de informação e de comunicação - possam: - obter os conhecimentos necessários para utilizar com um mínimo de proficiência os recursos de tecnologia de informação e de comunicação existentes; - dispor de acesso físico regular a esses recursos.” http://www.disabilityworld.org/05-06_01/spanish/acceso/inclusiondigital_port.shtml As escolas cada vez mais estão sendo equipadas com computadores, porém apenas equipa-las com as máquinas, não garantem a inclusão digital, é preciso capacitar os professores, para que estes com auxilio de monitores, façam o trabalho da inclusão digital, pelo menos no âmbito escolar. “a tecnologia pode contribuir facilitando a aprendizagem. Operar segundo este paradigma favorece maior interesse na busca de 8 O desenvolvimento de programas de Governo Eletrônico tem como princípio a utilização das modernas tecnologias de informação e comunicação (TICs) para democratizar o acesso à informação, ampliar discussões e dinamizar a prestação de serviços públicos com foco na eficiência e efetividade das funções governamentais. (http://www.governoeletronico.gov.br/o- gov.br) 16
  • 17. respostas e é um passo muito importante para a construção do conhecimento, assim como para a inclusão social e digital.” (BARREIRO, 2004. p. 5) O professor deve ir além daquilo que se vê na tela do computador, é preciso um forte trabalho de mediação, perceber as possibilidades pedagógicas que a máquina oferece e assim trabalhar com seus alunos para a construção de conhecimentos significativos. 17
  • 18. CAP 3 – TECNOLOGIA EDUCACIONAL A capacidade de comunicação e expressão dos seres humanos permitiu aos mesmos passar de geração a geração os conhecimentos construídos ao longo de sua história. Toda ferramenta que aparece para auxiliar e melhorar essa construção de conhecimentos consideramos tecnologias 9 educacionais. São exemplos desta a lousa, os livros, as bibliotecas, as salas de aula, a televisão, o rádio e etc. Na atualidade o computador se torna cada vez mais presente na educação, e é considerada uma forte ferramenta, que se bem utilizada pode auxiliar muito o trabalho do professor e o aprendizado dos alunos. Pensando na utilização de novas tecnologias educacionais podemos citar: • BLOGS - são páginas na Internet de fácil utilização, que permite uma atualização rápida e dinâmica. E é tema principal deste trabalho monográfico, portanto será explicado com maior profundidade, em capítulo próprio; Exemplo de blog: www.educultirsao.blogspot.com 9 Tecnologia – segundo o dicionário Houaiss é uma teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais ofícios ou domínios da atividade humana (p.ex., indústria, ciência etc.) 18
  • 19. Wiki - sistema on-line de elaboração coletiva de textos, um texto publicado na Internet pode ser alterado ou mantido atualizado por um grupo de pessoas determinado, ou ser livre para qualquer pessoa modificá-lo e complementá-lo. O melhor exemplo de boa utilização é a enciclopédia virtual wikipédia 10 , a página inicial do site pode ser vista abaixo; Fonte: página de boas vindas do wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Boas-vindas • WebQuest - sistema de pesquisa orientada, segundo o site vivência pedagógica, “é uma metodologia de pesquisa orientada, em que quase ou todos os recursos utilizados são provenientes da Web. Foi proposta pelo Professor Bernie Dodge, da Universidade de São Diego, em 1995. Para desenvolver uma WebQuest é necessário criar um site que pode ser construído com um editor de HTML, serviço de blog ou até mesmo com um editor de texto que possa ser salvo como página da Web” (Vivência pedagógica, 2008) WebQuest sobre Mario Quintana - http://br.geocities.com/marlidf/webquest/introducao.htm 10 Wikipédia é uma enciclopédia escrita em colaboração pelos seus leitores. Este sítio utiliza a ferramenta Wiki, que permite a qualquer pessoa, melhorar de imediato qualquer artigo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Boas-vindas 19
  • 20. WebGincana - uma espécie de caça ao tesouro na web, que estimula a pesquisa orientada, o site exibe uma série de questões e mostra uma lista de sites em que as respostas podem ser encontradas. No site: http://webgincana.utopia.com.br/testes/ encontra-se 5 bons exemplos de webgincana. • Criação de vídeos e stop motion (vídeo que traz imagens colocadas em seqüência dando a impressão de ação), a criação desses vídeos podem ser feita com softwares simples como o Windows Movie Maker 11 . • Elaboração de podcast, que são arquivos de áudio compartilhados na web; • E muitas outras ferramentas, como simples editores de texto que podem ser utilizadas de forma muito efetiva. As tecnologias educacionais podem ajudar em muito os profissionais da área da educação, tanto na elaboração de material, quanto para auxiliá-lo no processo de aprendizado dos alunos. No entanto não deve-se pressupor que apenas a tecnologia será capaz de garantir o aprendizado dos alunos. É preciso muita intervenção do professor, além de interesse e aplicação por parte de professor e aluno. A lousa, o rádio, a televisão, o retro-projetor, a sala de aula, a biblioteca, o computador, por si sós não são tecnologias educacionais, esta implica a utilização destes equipamentos de forma adequada para que não seja apenas um mero instrumentismo, ou seja, os equipamentos estão sendo utilizados, mas não de forma inovadora, é o que diz Jarbas Novelino em publicação à Quaderns Digitals 12 , no texto Tecnologia é imaginação, considerações sobre o uso de ferramentas em educação. 11 Programa (software) da Microsoft que permite criar, editar e compartilhar filmes. 12 Revista digital - http://www.quadernsdigitals.net/index.php?accionMenu=inicio.InicioIU.getLista 20
  • 21. “1. adota novos meios de comunicação e informação transferindo antigas arquiteturas para ambientes que não as acomodam de maneira eficiente; 2. elege as qualidades de engenharia como portadoras de inovação na transmissão de informação e elaboração de novos conhecimentos; 3. ignora a necessidade de inventar soluções estéticas apropriadas aos novos meios; 4. gera deslumbramento por ferramentas que não são bem compreendidas, embora usadas com muito entusiasmo; 5. desconhece a circunstância de que tecnologia é sobretudo, inteligência humana, não uso indiscriminado de ferramentas.” (BARATO, 2008) Antes de utilizar qualquer tecnologia na educação, o professor deve ter domínio total sobre o conteúdo, e sobre as possibilidades que essa tecnologia traz. Valente fala sobre isso, dizendo que “em uma determinada situação, a TV pode ser mais apropriada que o computador. Mesmo em relação ao computador existem diferentes aplicações que podem ser exploradas, dependendo do que está sendo estudado ou dos objetivos que o professor pretende atingir.” (VALENTE, 2005, p. 23) As tecnologias educacionais devem aparecer no processo a contribuir com os alunos para a construção do conhecimento, e caberá ao professor verificar se isto está ou não acontecendo. Está ocorrendo uma concepção errônea sobre o conceito de tecnologia educacional, muitos educadores estão acreditando que esta deve tornar a educação divertida, e divertida entenda-se abrir mão de esforço intelectual e elaboração pessoal “Estamos falando aqui de uma alternativa do modo experiencial de cognição. Ela é envolvente, interessante e não exige muito esforço do expectador ou jogador. Ela é, numa palavra, divertida. Como essa dimensão dos meios de comunicação faz grande sucesso, muitos educadores passaram a considerá-la como solução para encantar os estudantes.” (BARATO, 2008 – Tecnologia é educação) 21
  • 22. As tecnologias educacionais devem despertar o interesse dos alunos pelos assuntos e temas abordados e não pelas tecnologias em si. Por exemplo, a utilização dos computadores na educação, este deve fazer que o assunto abordado se torne mais atrativo, interessante, e que estimule os alunos a construir o seu conhecimento, mas o que se vê freqüentemente é que os alunos se interessam mais pelas máquinas do que pelo conteúdo abordado pelo professor. “Nos anos de 1970 ele dava aulas de história num programa de educação de adultos. Para dinamizar suas aulas levou um videocassete a fim de mostrar alguns episódios da história do Brasil. Obteve grande sucesso. Não no campo de resultados de aprendizagem. Mas no campo de interesse por suas aulas. Os alunos, porém, não se entusiasmaram tanto com os filmes. Entusiasmaram-se mais com a possibilidade de manipular aquela novidade tecnológica. Cessado o efeito novidade, as aulas com uso de videocassete caíram na rotina.” (HAMMOUD apud BARATO, 2008) A tecnologia educacional deve proporcionar novas experiências aos alunos de maneira a estimulá-los sempre de forma reflexiva, e para isso é preciso saber quando e que tipo de tecnologia utilizar. “...o modo reflexivo pode proporcionar grandes prazeres a quem consegue embarcar em soluções de problemas, desenvolvimento de novas idéias, descoberta de novos campos de saber etc., mas nunca é divertido. ...necessidade de encontrar linguagem própria e adequada para cada um dos meios de informação e comunicação disponíveis.” (BARATO, 2008) É preciso conhecer as tecnologias educacionais, saber onde cada uma pode ser aplicada de melhor forma possível para trazer aos alunos novas maneiras de se ver um mesmo ou novo conteúdo. As tecnologias educacionais não devem facilitar o trabalho intelectual, pelo contrário devem estimula-lo ao máximo. 22
  • 23. 3.1 – RELATOS DE USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Os relatos aqui apresentados não possuem conotação experimental, muito menos comprovativas, servem apenas de ilustração para a utilização pedagógica de algumas tecnologias educacionais. Todos os relatos são de professores de escolas particulares, que me mandaram as experiências via e- mail, e pediram para que seus nomes não saíssem publicados, temendo represália das escolas em que trabalham. Dois professores fizeram esses trabalhos de forma paralela ao programado pela coordenação pedagógica da escola, e por essa razão preferem não ter os nomes publicados. Uma outra professora diz ter feito o trabalho mesmo sem a aprovação da diretora da escola, e mesmo obtendo ótimos resultados no final, teve seu trabalho recriminado pela parte administrativa por não seguir ordens superiores. Outros dois preferiam simplesmente não ter os nomes divulgados, pois não tinham autorização da escola para falar de projetos ou trabalhos realizados dentro da instituição. 3.1.1 – BLOG e Língua Portuguesa O professor utilizou os blogs para auxiliá-lo no aprendizado dos alunos dos conteúdos vistos em sala de aula. “O blog se apresentou como uma ferramenta bem interessante no auxílio da aprendizagem dos alunos nas aulas de Língua Portuguesa. Utilizado como recurso didático, pode possibilitar que os alunos compartilhem textos, reflexões, opiniões, vinculadas ao seu cotidiano escolar, sempre procurando enriquecer os estudos diários. Além de poderem analisar diversas situações de aprendizado em interpretação de textos, conclusões e ortografia, se mostram interessados em estar desenvolvendo uma atividade diretamente no computador, instrumento tão visado e atrativo para os nossos alunos atualmente. Os resultados foram bem satisfatórios e pretendo continuar usando o blog como ferramenta de apoio no aprendizado de conteúdos em sala de aula.” 23
  • 24. 3.1.2 – Projeto blog das 4as séries Relato de professor que utilizou blogs em turmas de quartas séries para auxilia-lo na interação com os alunos. O blog permitiu ao professor utilizar a Internet de forma mais segura, pois selecionava tudo o que os alunos acessariam previamente. “Este projeto foi algo novo este ano, muito utilizado pelos alunos, os quais, sempre visitaram o site, inclusive alguns pais, também. Os blogs publicaram idéias em tempo real e possibilitaram a interação com qualquer pessoa do mundo que esteja conectada. Sua principal característica foram os textos curtos e os vídeos que puderam ser lidos, assistidos e comentados. Como num veloz arquivo eletrônico, ele permite a abordagem de diversos assuntos, aumentando a interatividade com os visitantes, que passam a constituir uma comunidade. Ampliam- se assim, as possibilidades de um diálogo com outras formas de saber entre as diferentes disciplinas do conhecimento escolar. Na educação , os blogs são uma excelente ferramenta para publicação de idéias. Esses diários eletrônicos são uma ferramenta diferente, com potencial para reinventar o trabalho pedagógico. Vantagens de trabalharmos com este projeto: apresentação de conteúdos; preparação de atividades com vídeos; Reflexão em torno de temas educativos; Apresentação de projetos/trabalhos realizados por alunos; Apoio a uma disciplina; A web é uma ótima ferramenta para compartilhar conhecimento; Escrever sobre algo, implica em reflexão e crítica, o que é fundamental no processo de ensino-aprendizagem; Desenvolver a habilidade de gerenciar informação; Desenvolver a habilidade de transformar informação em conhecimento; Desenvolver o espírito de colaboração (aprender a conviver); Aprender a aprender. Os conhecimentos adquiridos pela turma durante os projetos de estudo, bem como as demais atividades, podem ser registradas no blog, sendo possível enriquecer os relatos com links, fotos, ilustrações e sons. Os blogs são usados com o objetivo de desenvolver o hábito de registro e para divulgar boas iniciativas. São estratégias que visam dar a palavra aos estudantes e desenvolver a sua criatividade. Para os professores: Desenvolvimento de projetos escolares; Trabalhos Inter-trans-Multi disciplinares;Produção de material instrucional.” 3.1.3 – Wiki uma experiência coletiva A professora, visando o trabalho cooperativo, e exercício da escrita e imaginação criou um livro virtual utilizando-se da ferramenta cooperativa de escrita wiki. 24
  • 25. “Com meus alunos da 3ª série do ensino médio utilizei wiki, para trabalhar a imaginação e a escrita. Fizemos uma espécie de livro virtual, criamos um wiki no site http://pbwiki.com/, que é gratuito. O site é em inglês, mas muito intuitivo e fácil de utilizar. Estabelecemos um rodízio entre os alunos, e algumas regras, cada aluno deveria respeitar o rodízio, e escrever apenas um parágrafo ou um diálogo completo. Tudo a ser escrito teria que estar coeso com o que já havia sido escrito. O tema e título do livro virtual foram discutidos e definidos em sala de aula. Criei o wiki, e a criação do livro começou, no inicio os alunos se sentiram um pouco intimidados com a nova experiência, mas logo se empolgaram, e um começou a pressionar o outro para escrever logo, e assim chegar suas vezes. Eu como professora, procurei não intervir nas idéias do texto me atentando apenas às concordâncias e erros gramaticais que levava à sala de aula para serem discutidas e depois corrigidas no texto. Concluindo, achei o trabalho muito satisfatório, os alunos passaram a tentar escrever de forma mais polida e clara, com menos erros ortográficos, e exercitaram a leitura, a escrita, a imaginação, a interpretação, e o trabalho coletivo.” 3.1.4 – WebGincana uma pesquisa segura A professora notando a necessidade dos alunos de informações sobre drogas, e notando a presença de conteúdos pouco apropriados a idade deles, resolveu utilizar a webgincana, proporcionando uma pesquisa mais dinâmica e segura, pois ela direcionou a pesquisa a sites que julgou adequados, e com informações corretas e relevantes. “Percebi que muito de meus alunos do 5º ano do ensino fundamental estavam com muitas dúvidas sobre drogas, propus uma pesquisa na Internet, mas descobri junto a eles, que existem coisas pesadas de mais para a idade deles, e desnecessárias de serem vistas. Então me deparei em um dilema, faço eu a pesquisa e monto uma apresentação ou deixo o tema para ser abordado quando tiverem mais idade? Pesquisando encontrei as WebGincanas, e percebi que elas completavam as minhas necessidades. Estimulavam a pesquisa, e ao mesmo tempo a orientava, de forma que as informações que os alunos iriam ter acesso seriam adequadas, e corretas. Criei uma webgincana, como não tenho domínio sobre programação HTML 13 , adaptei a webgincana em um blog. Foi uma experiência nova para mim e para os alunos, tive resultados ótimos, os alunos se informaram sobre o assunto em 13 Programação HTML é a linguagem básica utilizada na criação de sites na internet. 25
  • 26. questão, mostraram grande interesse nessa nova maneira de pesquisar, um aluno até comentou: “professor, muito legal essa webgincana, como você mostra os sites que vamos pesquisar, não tem erro de pegarmos informações ruins”. 3.1.5 – Arte com tecnologia A professora mesmo com certo medo de utilizar o computador em suas aulas de artes, gostou da ferramenta stop motion que ouviu falar, e resolveu utiliza-la com seus alunos, e foi muito bem sucedida segundo seus relatos. “Sou professora de artes a cerca de 15 anos, e no ano passado utilizei o computador pela primeira vez em minhas aulas. Tinha receio de perder o foco da disciplina artes ao usar o computador, no em tanto ouvi falar do stop motion, e me despertou muito interesse. Tive a idéia de criar um vídeo com os alunos da 4ª série, utilizando massa de modelar. Falei para a turma e logo de inicio todos adoraram a idéia. A sala toda iria produzir o mesmo vídeo, mas era preciso dividi- los em equipes de roteiro, fotografia, modelagem, dublagem e edição. Essa separação foi realizada após discutir o tema do vídeo, e todos optaram em fazer um vídeo sobre reciclagem. O trabalho durou cerca de 2 meses, e o resultado final foi excelente, no decorrer alunos foram trocando de equipes, ficando onde melhor se adaptavam. Foram utilizadas massinhas feitas pelos próprios alunos, o trabalho de roteiro, apesar de ter uma equipe para isso, foi feito coletivamente todos dando idéias e propondo melhorias. Na modelagem alguns alunos se destacavam pela facilidade em atribuir formas à massa. Na edição, os alunos tiveram suporte do setor de informática da escola. Consegui com esse trabalho, unir toda a turma em um único objetivo, o que era muito complicado em específico nessa turma, que apesar de novos já possuía muitos grupinhos fixos, que não se davam muito bem uns com os outros. Exercitei o trabalho artístico em vários momentos, no roteiro, na dublagem, na modelagem e na confecção da massa. “ Utilizando do título de uma das publicações do professor Jarbas Novelino Barato, realmente tecnologia é imaginação. Cabe ao professor o papel de educador, interventor, explorador, para utilizar as tecnologias que possui às mãos para junto de seus alunos construir um conhecimento significativo para o aprendizado escolar e formação do cidadão. 26
  • 27. 3.2 – TIC – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Novas tecnologias sempre surgem com o avanço das pesquisas e estudos científicos. Tecnologias sempre surgem para facilitar nossas vidas, “mas também não podemos ignorar que a excessiva dependência delas nos torna vulneráveis, individual e coletivamente” (MORAN, 1998, p. 68). As TICs ou tecnologias da informação e comunicação, estão promovendo uma nova maneira de nos comunicarmos, tudo está se tornando cada vez mais dinâmico, por meio dos computadores temos a possibilidade de conversar com pessoas reais de todo o Planeta, por meio de uma comunicação virtual, como diz Moran, “eu permaneço aqui, na minha casa ou escritório navego sem mover-me, trago dados que já estão prontos, converso com pessoas que não conheço e talvez nunca verei ou encontrarei de novo.” (MORAN, 1998, p. 68) As TICs estão permitindo cada vez mais que tenhamos escolhas quanto ao virtual e ao real, e a tendência é que utilizemos o virtual para ações rotineiras, em que a presença física não nos traga mais satisfação que as facilidades do virtual, assim Moran nos relata, “O que consideramos fundamental nas nossas vidas o faremos presencialmente. As tarefas, serviços, trabalho e a manutenção dos grupos a que pertencemos poderemos fazê-lo virtualmente”. (MORAN, 1998, p. 76) Segundo Moran a interação virtual e física pode variar de pessoa para pessoa, cada pessoa possui um interesse diferente, um nível de socialização específico, dentre outros fatores que determinarão se essa pessoa se sente melhor em interações virtuais ou físicas. É importante lembrar que interação virtual não é restrito ao computador, aos chats 14 , etc. Ao entrar em contato com 14 chats , em inglês significa conversas, chats são conversas virtuais em tempo real que podem acontecer em um site ou softwares de mensagens instantâneas. 27
  • 28. histórias fictícias de filmes, novelas, seriados as pessoas estão emergidas em um mundo virtual, como diz o estudioso, “Muitos vivem hoje mais interações virtuais do que reais, se emocionam mais com histórias de uma telenovela do que com historias semelhantes que acontecem ao seu redor”. (MORAN, 1998, p. 77) A relação virtual entre pessoas vai além da simples comunicação por meio de computadores, ela possibilita a construção de conhecimento, pois permite um amplo trabalho coletivo de cooperação, em que um complementa o outro, e quando isso não acontece um professor ou especialista pode suprir as maiores dúvidas. “A ação de cada aprendiz produz resultados que podem servir como objetos de reflexão. Essas reflexões podem gerar indagações e dificuldades que podem impedir um aprendiz de resolver o problema ou projeto. Nessa situação, ele pode enviar essas questões ou uma breve descrição do que ocorre para os demais membros do grupo ou para um especialista. Esse especialista reflete sobre as questões solicitadas e envia sua opinião, ou material, na forma de textos e exemplos de atividades que poderão auxiliar o aprendiz a resolver seus problemas.” (VALENTE 2005 – Integração das tecnologias na educação, p. 29) Fonte: imagem copiada do livro Integração das tecnologias na educação, p. 29 28
  • 29. Vygotsky também relata sobre a importância do aprender coletivamente, que é na interação daqueles que sabem mais com os que ainda não conseguem fazer sozinhos que o conhecimento se desenvolve, e ainda vai alem, diz que o “aprendizado humano pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as crianças penetram na vida intelectual daquelas que as cercam.” (VYGOTSKY 1998) As TICs, principalmente o computador, e em específico a Internet, está permitindo às pessoas acesso as informações como nunca antes foi visto, podemos saber o resultado do jogo de futebol segundos após o seu termino, quando não acompanhado em tempo real. Pode-se ver os gols, escutar e ler comentários. É possível ver a previsão do tempo, escutar o noticiário, ler mais de um jornal. No entanto, todo esse acesso a informação de nada serve se não colocada em uso, na educação, o aluno não vai aprender tudo de história apenas visitando diversos sites sobre o assunto, é o que diz Valente, “Se a informação obtida não é posta em uso, se ela não é trabalhada pelo professor, não há nenhuma maneira de estarmos seguros de que o aluno compreendeu o que está fazendo. Nesse caso, cabe ao professor suprir essas situações para que a construção do conhecimento ocorra.” (VALENTE, 2005, p. 28) O termo TIC é cada vez mais visto em diversas áreas de atuação, na educação não poderia ser diferente, as tecnologias educacionais são todas TICs. O desafio é utilizá-las de forma eficaz, que traga melhoras ao sistema de ensino, e aprendizado dos alunos. As TICs se não forem bem utilizadas podem não surtir efeitos positivos. Um bom exemplo foi uma propaganda amplamente divulgada na televisão, de uma empresa de Internet de banda larga 15 , em que os alunos que a possuíam em casa traziam trabalhos muito extensos, cheio de imagens, e a professora recebia com grande contentamento, e recebe sem entusiasmo algum o trabalho, do aluno trajado de homem das cavernas, 15 Banda larga, é o nome dado à internet de alta velocidade, geralmente utiliza-se de cabos, ondas de radio ou satélite. 29
  • 30. esculpido na pedra. O que ocorre no caso, é um explícito acordo e agrado por parte da professora com as cópias que os alunos fizeram da Internet, e um desafeto ao aluno que fez o trabalho com seu esforço e dedicação. As TICs devem surgir para ajudar os alunos a construir o conhecimento, a trabalhar as informações em prol de um aprendizado. Valente coloca muito bem a contraposição de informação X conhecimento. “O conhecimento é o que cada indivíduo constrói como produto do processamento, da interpretação, da compreensão da informação. É o significado que atribuímos e representamos em nossa mente sobre a nossa realidade. É algo construído por cada um, muito próprio e impossível de ser passado – o que é passado é informação que advém deste conhecimento, porém nunca o conhecimento em si.” (VALENTE, 2005, p. 24) Outro ponto que Valente toca é o do ensinar X aprender, muitos ainda pensam no ensinar como o simples ato de transmitir informações. O que sabemos não ser verdade, se assim fosse, qualquer pessoa poderia aprender tudo assistindo televisão, ouvindo rádio, utilizando um computador, lendo jornais. “...aprender significa apropriar-se da informação segundo os conhecimentos que o aprendiz já possui e que e que estão sendo continuamente construídos. Ensinar deixa de ser o ato de transmitir informação e passa a ser o de criar ambientes de aprendizagem para que o aluno possa interagir com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o em sua interpretação para que consiga construir novos conhecimentos.” (2005 P.26) A professora Beth Almeida 16 em entrevista ao Jornal do Professor disse, referindo-se a dispositivos de mídia e tecnologia, “O essencial é que este dispositivo possua ferramentas de produção colaborativa de conhecimento, de busca de informações atualizadas. Isso possibilita uma comunicação multidirecional, na qual todos são autores do processo ou, pelo menos, têm potencial para ser.” (ALMEIDA, 2008) 30
  • 31. Voltando ao caso da propaganda e baseando-se nos aspectos levantados, fica claro que os alunos não construíram nada, apenas organizaram as informações, sem nenhuma interpretação ou muito menos compreensão. Ao passo que a professora não assume uma postura de ensinar, ela simplesmente aceita a idéia de que ensino é apenas transmissão de informação. Para se construir um conhecimento significativo aos alunos, o professor deve conhecer a zona proximal de desenvolvimento de cada um, “Vygotsky considerou que a criança só pode operar dentro de certos limites siyuados entre o seu desenvolvimento (já atingido) e as suas possibilidades intelectuais. E relacionou a arendizagem com o desenvolvimento em um constructo denominado zona proximal de desenvolvimento (ZPD).” (PROINFO, 2000, v.1, p. 69) “O que a criança a criança é capaz de fazer hoje em cooperação, será capaz de fazer sozinha amanhã. Portanto, o único tipo positivo de aprendizado é aquele que caminha à frente do desenvolvimento, servindo-lhe de guia... o aprendizado deve ser orientado para o futuro, e não para o passado”. (VYGOTSKY, 1989, p.89) Assim se nota a importância do professor, de ter tato para identificar e saber o que o aluno traz de bagagem (conhecimento prévio), verificar suas possibilidades intelectuais, e finalmente utilizar as TICs como forma de auxiliá- lo a estimular a interação entre os alunos e então promover o aprendizado dos mesmos. As TICs são uma realidade em diversos setores, e na educação elas devem ser utilizadas para auxiliar na formação de cidadãos mais críticos capazes de construir seu próprio conhecimento, e assim tornar a sociedade mais igual e justa, proporcionando uma melhor qualidade de vida. 16 Professora associada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 31
  • 32. CAP. 4 – INTERNET Para se conectar a Internet é preciso uma linha telefônica para conseguir acesso discado, ou então possuir serviços de banda larga. No Brasil os mais conhecidos são Speedy, BrTurbo, NetVirtua e AJato. A Internet é composta de várias redes que ligam mundialmente diversos computadores. Para se navegar 17 na Internet é preciso um web browser, mais conhecido como navegador. Os mais conhecidos são Internet Explorer e FireFox. Aparência do navegador Internet Explorer 7 Aparência do navegador Firefox 3 17 Navegar – é o termo utilizado pelos usuários de internet para explorar seu conteúdo. 32
  • 33. 4.1 – WWW – WORLD WIDE WEB Para acessar qualquer documento, site, informação na Internet é preciso um endereço que sempre se inicia com o www. Exemplos: www.uol.com.br, www.blogger.com, www.terra.com.br, e etc. “A World Wide Web (que significa quot;rede de alcance mundialquot;, em inglês; também conhecida como Web e WWW) é um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na Internet. Os documentos podem estar na forma de vídeos, sons, hipertextos e figuras. Para visualizar a informação, pode- se usar um programa de computador chamado navegador para descarregar informações (chamadas quot;documentosquot; ou quot;páginasquot;) de servidores web (ou quot;sítiosquot;) e mostrá-los na tela do usuário. O usuário pode então seguir as hiperligações na página para outros documentos ou mesmo enviar informações de volta para o servidor para interagir com ele. O ato de seguir hiperligações é comumente chamado de quot;navegarquot; ou quot;surfarquot; na Web.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Www Local para digitar endereços de sites Endereços gravados Imagem do navegador Internet Explorer 7, com alguns endereços gravados, ilustrando onde deve ser digitado, e também a necessidade do uso www. 33
  • 34. 4.2 – SITES Sites são páginas na Internet formadas por textos, vídeos, imagens. São hospedadas em um servidor e geralmente utilizam protocolo HTTP 18 . Os sites podem ter acesso livre ou restrito. O moderador do site é responsável por sua administração. Os sites podem ser para informação, diversão, comunicação, e qualquer outro fim que consiga estabelecer à ele. 4.3 – DISTÂNCIAS REDUZIDAS Com a Internet é possível conhecer o mundo inteiro dando alguns cliques 19 , navegando na Internet é possível ver vídeos de todas as partes do mundo, conhecer pessoas de todos os países, ver fotos de todos os pontos turísticos. Educacionalmente é uma ponte cultural, pode-se abrir o mundo para os alunos, mostrar que existe mais lá fora do que eles imaginam, mais que o bairro dele, mais que a cidade dele, existe um mundo todo para ser explorado e visto. Com o auxílio do Google Earth 20 é possível mostrar aos alunos a rua onde moram, o bairro, a cidade, “viajar” até Paris e mostrar a Torre Eiffel, ou ir até o Japão e mostra o Monte Fuji, e por que não olhar o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, Brasil? 21 Museu do Louvre Fonte: site oficial do museu (http://www.louvre.fr/llv/musee/alaune.jsp?bmLocale=en) 18 http – protocolo de comunicação utilizado para transferir dados pela internet. 19 Clique – termo utilizado para a ação de clicar em alguma coisa, com o cursor do mouse. 20 Google Earth é um programa desenvolvido e distribuído pelo Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, construído a partir de fotografias de satélite obtidas em fontes diversas. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Google_earth dia 09/04/08) 21 instalado no Palácio do Louvre, em Paris, é um dos maiores e mais famosos museus do mundo. 34
  • 35. 4.4 – FACILIDADES A Internet facilita a vida de milhares de usuários ao redor do globo, compras on-line 22 , pagamento de contas pela Internet, informações úteis (trânsito, tempo, telefones úteis, mapas, serviços públicos), dentre outras coisas que facilitam muito a vida das pessoas. 4.5 – CUIDADOS O estreitamento de relações que a Internet proporciona também traz seus perigos. Um exemplo que vem sendo muito discutido nos últimos anos é a pedofilia na Internet. “Habilidosos, os pedófilos criam mecanismos para atrair crianças utilizando a própria linguagem infantil. A violência cibernética se concretiza, basicamente, em dois níveis: um deles consiste em conquistar a garotada para a prática sexual ou buscar nessa criança o objeto para a exposição de fotografias em situações eróticas. O outro é jogar para as crianças imagens pornográficas sem a menor cerimônia e, a partir delas, estabelecer um vínculo promíscuo. Para isso, é frequente a estratégia de estabelecer um link entre uma palavra comum ao vocabulário das crianças – como, por exemplo: kids, Mickey, ninfetas, chiquititas e outras – e os mecanismos de busca. Os menores, dentro de suas próprias casas ou até nas escolas, digitam qualquer uma dessas palavras numa pesquisa em sites de busca e em poucos segundos estará diante de centenas de imagens com conteúdo de pornografia infantil.” Revista ISTOÉ ONLINE – Perigo digital - Alan Rodrigues e Mário Simas Filho http://www.terra.com.br/istoe/1829/ciencia/1829_perigo_digital.htm - 26/05/2008 Esta reportagem é de 2004, quase 4 anos atrás, e ainda é um tema em muita evidência. O site de relacionamentos Orkut 23 tem sido utilizado por muitos pedófilos como mostra reportagem da SaferNet Brasil 24 . 22 On-line é o termo utilizado pelos usuários de internet para tudo que está disponível ou conectado. Compras on-line, seria compras realizadas em sites especializados. Estar on-line é estar disponível para conversas. 23 Orkut, é um site de relacionamentos. www.orkut.com.br 24 SaferNet Brasil - é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que reúne cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis em Direito com a missão de defender e promover os Direitos Humanos na Sociedade da Informação no Brasil. 35
  • 36. “...o Orkut acabou virando um celeiro de pedófilos no Brasil. É o que revela um relatório elaborado, a pedido do Ministério Público Federal..” Trecho de texto de Paola Oliveto – Pedofilia no Orkut, 23/08/06 - http://209.85.215.104/search?q=cache:bUPK5lYV_e4J:www.denunciar.org.br/twiki/bin/ view/SaferNet/Noticia20060823013403+orkut+pedofilia&hl=pt- BR&ct=clnk&cd=2&gl=br – 29/05/08 No próprio Orkut encontramos: “Com o Orkut é fácil conhecer pessoas que tenham os mesmos hobbies e interesses que você, que estejam procurando um relacionamento afetivo ou contatos profissionais. Você também pode criar comunidades on-line ou participar de várias delas para discutir eventos atuais, reencontrar antigos amigos da escola ou até mesmo trocar receitas favoritas.” Orkut - http://www.orkut.com.br/About.aspx - 29/05/08 O ambiente gerado pelo Orkut é propício para que atos maldosos e criminais aconteçam. A própria polícia tem-se utilizado do site para tentar coibir atos de violência previamente planejados e atos criminosos, como a pedofilia. Os pais devem ter muito cuidado com o que seu filho acessa na Internet e com as pessoas com quem se relacionam. A criação de uma política interna nas escolas para treinar os professores quanto ao bom uso da Internet é fundamental, o que acontece, no entanto, é que muitos ainda devem passar pelo processo de inclusão digital. Com professores capacitados, a escola deve voltar as atenções para os alunos e pais, e orientá-los da melhor forma possível sobre os perigos da Internet, mas principalmente mostrando que se usada de forma correta é uma ótima ferramenta para o aprendizado dos alunos. “...no Brasil, todos os programas voltados para TICs na educação têm essa preocupação de capacitar os professores. Mais do que permitir o acesso à tecnologia, os programas trabalham a preparação dos educadores. E isso é uma questão de longo prazo, porque a formação se dá ao longo da vida, tem que ser continuada e voltada para a própria prática. Além disso, temos hoje várias pesquisas sendo desenvolvidas nesta área e o Brasil se destaca por ter um projeto de tecnologias na educação que integra a formação de educadores, a prática de uso de tecnologias e a pesquisa científica.” (ALMEIDA, 2008 entrevista jornal do professor) 36
  • 37. A Internet como a maioria das inovações tecnológicas surgiu para facilitar a vida do ser humano, junto a essas facilidades vieram alguns perigos. No âmbito educacional a Internet proporciona uma experiência sem igual quanto ao acesso a informação e comunicação. É preciso ressaltar que acesso à informação não garante aprendizado, muito menos construção de conhecimento. É preciso que o professor esteja preparado para essa nova ferramenta, sua formação deve ser contínua adequada a essas novas necessidades, o professor deve ser aquele que é capaz de detectar as necessidades dos alunos, e ver possibilidades de uso da Internet para auxiliá-lo a suprir-las buscando em conjunto aos alunos formar e construir o conhecimento que eles necessitam. É preciso ter precaução com o que se lê na Internet, a facilidade para expor conteúdos, torna a presença de material incorreto e de baixa qualidade, inevitável. Sendo assim, faz-se necessário pesquisar em sites confiáveis, mas mais do que isso, é preciso que o leitor reflita sobre a leitura, para discernir o bom e o mau material. 37
  • 38. CAP. 5 – WEBLOG OU BLOG WEBLOGs ou simplesmente BLOGs, são páginas na Internet assim como os sites, porém possui mecanismo simplificado de forma que qualquer pessoa consiga postar textos, imagens e vídeos na Internet. As pessoas criam blogs geralmente por dois motivos, “para convencer e para deixar um registro” (HEWITI, 2007, p.137). Criar um blog é a maneira mais fácil de escrever alguma coisa e torná-la pública. Para atingir um público determinado ou não. Que é outro ponto a ser abordado, muitos autores de blog escrevem para que outras pessoas leiam, mas quando seus blogs “passam a ser ignorados tendo como únicas visitas um colega de faculdade ou um cunhado... alguns ficam cansados e desistem do esforço” (HEWITI, 2007, p.137). E é aí que está um fator fundamental, a Internet “oferece uma platéia quase ilimitada... oferecer, não garantir” (HEWITI, 2007, p.137). Assim muitos autores de blogs acham que por ter essa platéia disponível, bastará começar a escrever para milhares de pessoas começarem a ler seus texto, no entanto a sistemática não é essa, para pessoas que não são conhecidas, como jornalistas famosos, atores, críticos, que já estão expostos na mídia. É preciso um “trabalho de formiga”, é preciso que além de ter um bom conteúdo a ser exposto, ter persistência no trabalho, pois se á algo que valha a pena ser lido, alguém o lerá e as chances dessa pessoa passar para outra são grandes, e assim aos poucos acaba criando o leitor fiel do blog. “Os visitantes desses blogs de pequeno tráfego estão ligados a eles por alguma razão – amigos, parentes, colegas de trabalho – o impacto do comentário será maior do que se um estranho visitar... Esses blogs ocupam um nicho semelhante ao do informativo da associação de pais e mestres, do boletim da igreja e talvez do jornal local gratuito que cobre os esportes colegiais.” (HEWITI, 2007, p.144) Muitas pessoas tem a necessidade de saber que seu trabalho está sendo acompanhado, e gosta de opiniões, comentários de pessoas próximas ao autor geralmente surtem mais efeito do que os de estranhos, mas muitas 38
  • 39. vezes os comentários de pessoas desconhecidas trazem mais verdades consigo. Quando você não conhece a pessoa, não tem aquela preocupação iminente de dizer toda a verdade com o medo de magoá-la. 5.1 – ORIGENS O surgimento dos blogs não tem data específica, mas o termo weblog surgiu em dezembro de 1997 com Jorn Barger que, em sua página pessoal Robot Wisdom, postou pequenos comentários e alguns links. A própria origem da palavra blog é uma mistura “entre web (página na Internet) e log (diário de bordo)” (SCHITTINE, 2004, p.12). O Blog ainda mantém o mesmo visual dos velhos tempos. O termo weblog é utilizado por servidores 25 web para os acessos aos mesmos, então com o tempo preferiu-se a utilização de uma versão mais curta, BLOG. Peter Merholz em 1999 sugeriu o termo “we blog” (em português, nós blog), e assim surgiu o verbo blogar, e por conseqüência o adjetivo blogger para aqueles que utilizam os blogs. No entanto Blogger é um serviço de publicação de blogs e por isso Branun sugeriu o termo bloggist (no Brasil é mais usado blogueiro que faz referência a blogger, mas o termo bloguista também é utilizado). Robot Wisdom – Blog de Jorn Barger 25 Servidor é um sistema de computação que fornece serviços a uma rede de computadores. 39
  • 40. Os blogs surgiram primeiramente como diários pessoais, que poderiam ser privados ou abertos às pessoas. No entanto foi adquirindo outras funções. Divulgação de trabalhos, páginas pessoais, educação, entretenimento, informação etc. A popularização dos blogs se deu devido as suas características técnicas simples, como diz Denise Schittine 26 : “o blog surgiu como um sistema de disponibilização de textos e fotos na web 27 menos complexo e mais rápido, o que facilitou a fabricação de páginas pó indivíduos com pouco conhecimento técnico” (SCHITTINE, 2004, p.13) 5.2 – CARACTERÍSTICAS O BLOG tem como principal característica a rápida atualização de seu conteúdo, e este é exposto em ordem cronológica inversa, ou seja, as postagens mais recentes se encontram no inicio da página. Outra característica marcante dos blogs são as ligações com outros blogs e sites, formando a blogosfera, que é a rede de blogs interligados, a dinamicidade dos blogs é uma forte ferramenta de informação e comunicação. Os comentários de cada post é o que permite uma comunicação rápida e dinâmica entre autor e leitores. Os blogs possuem classes ou categorias, podem ser de conteúdo aberto ou privado, falar de trivialidades ou de assuntos polêmicos, pode ter cunho informativo ou apenas de entretenimento. Acontece que o blog vai assumir em certa parte as características do seu autor. Forma de escrita, organização, aparência, conteúdo etc. Muito se diz sobre o privado e o público, com o blog, a partir do momento que o autor permite qualquer pessoa visualizar as suas escritas e postagem, tudo passa a ser público, por essa razão é preciso ter cuidado com 26 Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. 27 Web – referente ao web do WWW, na gíria computacional web, refere-se à Internet. 40
  • 41. o que se escreve, mas principalmente com o que se lê nos blogs. É preciso ter em mente que muitos blogueiros são escritores informais, que muito do que escrevem são nada mais que suas opiniões sobre determinado assunto, sem nenhuma base científica ou comprovatória, tanto é que muitos blogueiros não assumem identidade própria, como diz Schittini, “o computador permite ao autor do escrito íntimo realizar um desejo que jamais poderia ter sido realizado através de outro meio de comunicação: o de se expor sem se identificar” (SCHITTINE, 2004, p.35) O surgimento dos diversos blogs deu origem a uma nova expressão a blogosfera, que seria a rede de blogs na Internet. Essa nova forma de expor informações para as pessoas de forma muito mais dinâmica e coorporativa, tem revolucionado a maneira das pessoas verem e encararem os blogs. “Kathleen Parker afirmou que a blogosfera se caracterizava pela velocidade, demandando uma nova palavra: instantaneidade (...) notícias em um instante de pixel 28 , porque os minutos de Nova York se tornaram lentos demais”. (HEWITI, 2007, p.55) Ainda sobre a velocidade e o dinamismo que a Internet proporciona HEWITI diz, “Quem busca no Wall Street Journal da semana passada uma fonte para tomar decisões sobre investimento? Quem, antes de comprar uma ação, não confere algum serviço na Internet para ver os preços e as últimas manchetes? Em outras palavras, ‘informação confiável’ passou a significar, informação confiável muito recente” (HEWITI, 2007, p.121) A sociedade tem uma demanda enorme por informação rápida e confiável, para muitos já não é possível esperar até o jornal de amanhã, o tele jornal da noite, ou esperar alguma coisa no rádio. Temos uma ânsia por imediatismo, isso é devido à fluidez e dinâmica do mundo contemporâneo. E é na blogosfera que se pode encontrar todo esse dinamismo e fluidez, noticias 28 é o menor elemento num dispositivo de exibição (como por exemplo um monitor), no caso do texto, refere-se como um tempo muito menor do que os minutos. 41
  • 42. coletadas em portais, escritas de especialistas, comentários sobre algum ocorrido, etc. 5.3 – CRIAÇÃO DE UM BLOG O primeiro passo para criar um blog, é possuir uma motivação, ou seja, um objetivo que o blog se destinará. Por exemplo, criar um blog para servir de diário, ou para publicar notícias, e tudo que a criatividade permitir. No nosso caso o destino do blog é para a educação. 5.3.1 – Publicadores de blogs Antes de começar a montar um blog, é preciso escolher um publicador, que é um site que nos da todas as ferramentas para construir e editar o blog, além de hospedá-lo. Existem muitos publicadores de blog, os mais utilizados no Brasil são: Wordpress (www.wordpress.com) e Blogger (www.blogger.com) Utilizaremos o blogger, por ser o mais popular, estar totalmente no idioma português, ser mais simples de utilizar e possuir vários recursos. 5.3.2 – Passo-a-passo Para criar um blog no blogger, é preciso possuir uma conta de e-mail. Vários sites oferecem o serviço de e-mail gratuito, os mais conhecidos são: 42
  • 43. Yahoo (www.yahoo.com.br), Hotmail (www.hotmail.com) e Gmail (www.gmail.com). Outro motivo da escolha do blogger como publicador, é que o site é totalmente auto explicativo, ele informa tudo que é necessário para criar o blog. Por essa razão este tópico não será muito detalhado, apenas falando o básico. - acessar o site: www.blogger.com. Na página principal clicar na seta laranja escrito “criar blog”. - na página que se segue, preencha os campos solicitados. São eles, respectivamente: endereço de e-mail; confirmação do endereço de e-mail; senha; confirmação de senha; nome de tela; verificação de palavras; e marcar o espaço de aceitação dos termos. E por fim clicar na seta continuar. - agora deve-se atribuir: um título para o blog; o endereço do blog (ex. tc ficará – www.tc.blogspot.com, ou diariodefulano, ficará – www.diariodefulano.blogspot.com); e por fim clicar na seta continuar. - na etapa que se segue é necessário a escolha de um modelo para o blog, modelo também é conhecido como template, é a aparência do blog. Após selecionar o modelo, clicar na seta continuar. - a última página informa que o blog está pronto, e basta clicar na seta começar a usar o blog. - a página principal de gerenciamento do blog é a da imagem abaixo, existem três abas principais, postagem, configurações e layout, indicados pelas setas. 43
  • 44. 5.3.3 – Postagem Ao clicar na aba de postagem, ficará disponível 3 campos de trabalho, criar, editar postagem e moderar comentários. 5.3.3.1 – criar É onde se cria as mensagens (posts) a serem publicadas no blog. Existe um campo para escrever, funciona basicamente como um editor de textos, pode-se alterar a fonte 29 , tamanho, posicionamento do texto, cor, é possível inserir imagens do arquivo ou já existentes na Internet (neste último é preciso o endereço de hospedagem da imagem), o mesmo vale para vídeos, por exemplo, é possível passar um vídeo do youtube 30 na própria página do blog. 5.3.3.2 – editar postagens 29 Fontes, referente a editores de texto, são os tipos de letras. Ex. arial, times new roman etc. 30 Youtube é o site de hospedagem de vídeos mais difundido na atualidade. Endereço do site: www.youtube.com 44
  • 45. É onde ficam todas as mensagens postadas no blog, e é também onde permite edita-las, publicadas ou não. É aqui também que se pode apagar os posts caso não tenha mais interesse de mantê-lo publicado. 5.3.3.3 – moderar comentários Caso esteja ativado (a ativação é feita em configurações, que será abordado à frente), é onde permite ser feita a moderação de todos comentários feitos no blog, antes do comentário ser publicado ele precisa de sua autorização. 5.3.4 – Configurações Na aba configurações encontramos nove campos para trabalhar configurar, são eles respectivamente: básico; publicação; formatação; comentários; arquivamento; site feed; e-mail; OpenID; e Permissões. Todas as configurações do blog serão feita nessa sessão. Nos prenderemos apenas às configurações básicas, comentários e permissões. 5.3.4.1 – Configurações básicas Nessa guia, temos acesso à: • Título do blog – É possível alterar o titulo do blog a qualquer momento. Este não é o endereço do blog, é a frase que aparecerá no topo da página principal do blog; • Descrição – é neste espaço que se pode escrever sobre o que o blog trata, objetivos, apresentação pessoal, informações relevantes, etc; • Adicionar blog às nossos listagens – essa opção diz se deseja tornar o blog disponível ou não à listagem de blogs do publicador; 45
  • 46. Permitir que mecanismos de pesquisa localizem seu blog – esta opção permite dizer se o blog estará disponível em mecanismos ou sites de busca 31 , é muito bom para tornar o número de visitas maior; • Mostrar edição automática em seu blog – habilitando essa opção, um link 32 ficará disponível em cada parte que pode ser editado na página do blog, isso após ter entrado com usuário e senha na tela inicial do blogger; • Exibir link enviar esta postagem – habilitando esta opção, abaixo de cada post, fica um link que permite aos visitantes enviar o link do referido post para alguém via e-mail; • Conteúdo adulto – caso o blog tenha conteúdo adulto esta opção deve ser habilitada, assim todo visitante será avisado sobre conteúdo adulto antes de entrar no blog; É nesta área que também fica disponível a opção para excluir o blog. 5.3.5 – Layout É na aba de layout que se fazem todas as configurações quanto a aparência do blog e links que irão aparecer na página inicial. É possível mudar o modelo do blog, adicionar Gadgets 33 , no blogger, existe uma infinidade de gadgets prontos para serem adicionados ao blog, no entanto se o usuário dominar programação computacional, pode criar seus próprios gadgets. Alguns exemplos de Gadget, são aqueles contadores de visita, tocadores de música (sintonizam uma radio on-line), mostrador de quantas pessoas estão on-line no blog. 31 Sites ou mecanismos de buscas são ferramentas que nos permitem fazer pesquisas na internet, o mais conhecido e utilizado é o google – www.google.com.br 32 Link como o nome em inglês diz, é uma ligação. Os links na internet permite ir de uma página a outra, em linguajar simples, tudo que se clica na internet e te direciona a outra página é um link. 33 Gadget é uma gíria tecnológica recente que se refere a, genericamente, a algum pequeno software, pequeno módulo, ferramenta ou serviço que pode ser agregado a um ambiente maior. 46
  • 47. É possível também posicionar os blocos de conteúdos, por exemplo clicando e arrastando é possível escolher o lugar do arquivo do blog, do gadget, etc. Imagem da aba de configurações do layout. 5.4 – BLOG NA EDUCAÇÃO Os blogs devem ser encarados como uma nova forma de atrair os alunos para um mundo que sempre sofreu muita discriminação por parte deles, o da escrita e leitura. Isso é possível, pois o blog tem algumas características que esta nova geração está acostumada, dinamismo, acesso rápido à informação, comunicação, socialização. E tudo depende da capacitação e imaginação do professor, “(...) tudo depende da imaginação do educador na hora de propor as atividades (...) É um espaço muito interessante, autoral. Os alunos se sentem orgulhosos e querem realizar bons 47
  • 48. trabalhos, que sejam valorizados pelos outros. Se o professor souber aproveitar, poderá ter ótimos resultados. Não podemos mais inibir o aluno, que já está tão acostumado com aquela caneta vermelha rabiscando o texto. O interessante do blog é que o estudante se manifeste sem restrições, interagindo com outros alunos e professoresquot;. (BARATO apud RAGAZZI, 2006) O uso do blog na educação pode trazer muito mais prazer e dinamismo para a realização e apresentações de trabalhos, eles podem servir de arquivo de documentos para alunos e professores. Contudo o mais importante é a experiência social que ele proporciona, já que alunos e professores podem discutir idéias e opiniões sobre determinados assuntos sem que estejam no mesmo espaço físico e ao mesmo tempo. A possibilidade de comentário em cada post é um excelente aliado do professor.Ao fazer uma colocação no blog poderá ter idéia do que seus alunos estão pensando ou assimilando sobre o que escreveu, isso numa velocidade fabulosa. Para os alunos ler os comentários dos outros alunos, ampliam a sua visão sobre o assunto, e pode aumentar seu nível crítico. Assim o blog se apresenta como uma ótima forma professor do professor melhorar seu trabalho com os alunos. O blog lhe proporcionará novos espaços de socialização, avaliação, exploração e retorno dos alunos. Para os alunos, o blog apresenta o novo, o trabalho que beira a diversão, portanto agradável de fazer. Aquele tema complicado de se trabalhar com os alunos, pode parecer muito mais atrativo se conduzido em parceria à utilização do blog. No blog Boteco Escola 34 é possível encontrar razões para criar um blog, em uma tradução feita pelo próprio autor do blog do artigo Ways to use weblogs in education 35 . “O professor pode criar um diário eletrônico reflexivo para: Refletir sobre suas próprias experiências docentes; Ter um 34 Blog criado pelo professor Jarbas Novelino Barato, http://www.jarbas.wordpress.com 35 Local de consulta http://anvil.gsu.edu/EduBlogInsights/2004/10/04. , site hoje desativado. 48
  • 49. registro sobre experiências de capacitação docente; Escrever a descrição de uma unidade específica de ensino; Descrever o que funcionou para você na sala de aula, assim como o que não funcionou; Fornecer alguma dica de ensino para outros docentes. Escrever o que você aprendeu com outro professor; Explicar os insights que você tem a partir do que acontece na sala de aula; Compartilhar idéias de atividades de ensino ou jogos de linguagem para uso em sala de aula; Fornecer dicas de “como fazer” no uso específico de tecnologias em sala de aula, descrevendo como você usou determinadas tecnologias em sua classe; Explorar assuntos importantes sobre ensino e aprendizagem. O professor pode iniciar um blog da classe para: Postar mensagens sobre informações úteis tais como calendário, agenda de eventos, tarefas de casa e etc.Postar tarefas baseadas na leitura de referências recomendadas, e solicitar aos alunos que respondam em seus próprios blogs, criando um tipo de portfólio de seus trabalhos; Comunicar-se com pais se você está ensinando numa escola elementar; Postar desafios para a escrita; Fornecer exemplos de trabalho em sala de aula, de atividades de vocabulário, ou de jogos gramaticais; Fornecer exercícios de leitura on line para que seus alunos leiam e “reajam”; Reunir e organizar recursos da Internet para cursos específicos, fornecendo links para sites apropriados assim como informações sobre sua relevância; Postar fotos e comentários sobre atividades em classe; Convidar os alunos a comentarem ou postarem mensagens sobre determinados assuntos com o objetivo de lhes dar “voz” por meio da escrita; Publicar bons exemplos de redações dos alunos; Expor produtos de arte, poesia e histórias criativas dos alunos; Criar um site de ensino dinâmico, postando não somente assuntos relacionados com atividades da classe, mas também atividades, tópicos de discussão, links com informação adicional, informação sobre tópicos que os alunos estão estudando, leituras para inspirar a aprendizagem; Criar círculos de literatura; Criar clubes do livro on line; Fazer uso do comentário para que os alunos publiquem mensagens sobre tópicos utilizados no desenvolvimento de habilidades lingüísticas; Solicitar aos alunos para eles criarem seus próprios blogs individuais do curso, onde postarão suas próprias idéias, reações e trabalhos escritos; Postar tarefas para levar em frente aprendizagens baseadas em projetos; Editar jornais de classe, usando artigos escritos por alunos, assim como fotos que eles possam ter produzido; Linkar sua classe com outra classe em qualquer lugar do mundo. O professor pode encorajar seus alunos (seja em seu blog, seja por encorajamento via comentários nos blogs individuais deles) a publicarem: Suas reações a questões intelectualmente instigantes; Suas reações a fotos que você tenha postado; Diários pessoais; Resultados de investigações que eles tenham realizado sobre um tópico do programa; Suas idéias e opiniões sobre tópicos discutidos em classe. O professor pode incentivar seus alunos a criarem blogs para: Aprender sobre blogs; Completar tarefas de redação; Criar um portfólio sobre sua produção escrita; Expressar suas opiniões a 49
  • 50. respeito de tópicos que estão estudando; Escrever comentários, opiniões, ou questões sobre o noticiário dos jornais ou assuntos de interesse pessoal; Discutir atividades e dizer o que pensam sobre elas (Você, professor, pode aprender muito com isso!); Escrever sobre tópicos do programa de estudos, utilizando o novo vocabulário aprendido assim como novas expressões idiomáticas; Mostrar suas melhores redações. O professor também pode solicitar à classe para criar um blog comunitário para: Completar trabalho de projeto em pequenos grupos, designando para cada grupo uma tarefa diferente; Expor produtos de aprendizagens baseadas em projeto; Completar uma WebQuest.” (tradução BARATO, 2005) Como pode ser visto, o blog pode ser utilizado de muitas maneiras na educação, tanto pelo professor, quanto pelo aluno. Acontece que não existe uma maneira correta ou errada de se utilizar o blog na educação, existem formas mais efetivas ou não de se utilizar o blog para os alunos construírem conhecimentos significativos para si. O professor deve conhecer os alunos, explorar as possibilidades do blog, e adequá-lo da melhor maneira para seus alunos. 50
  • 51. II - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia utilizada na pesquisa foi de estudo de caso. Esta é uma pesquisa qualitativa. Maria Alice Hofmann Martins 36 cita Bogdan e Biklen (1982) para definir este tipo de pesquisa de acordo com cinco características básicas: “1- A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento; 2 -Os dados coletados são predominantemente descritivos; 3- A preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; 4 - O significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial do pesquisador; 5- A análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.” (MARTINS, 2002) O estudo de caso, por sua vez, é uma categoria de pesquisa cujo objeto é analisar profundamente um caso. Este caso pode ser o estudo de uma algo bem definido, como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, uma unidade social ou no caso o a utilização do blog como ferramenta pedagógica. Visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”. É uma investigação que se foca sobre uma situação específica, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico. Embasado nas considerações de TICs aplicadas à educação, visando a construção de conhecimento em conjunto, trabalhei com blogs em duas turmas de 4º ano, e duas do 5º ano do ensino fundamental. O foco da pesquisa baseou-se em alguns poucos aspectos. Tais como: prática da leitura e escrita; trabalho cooperativo; correção gramatical; e imaginação. Cada sala era composta por cerca de 30 alunos. E a duração da pesquisa foi de dois bimestres, os alunos utilizavam o laboratório de informática da escola uma aula por semana para trabalhar com os blogs. O laboratório possuía 20 micro computadores, e internet de alta velocidade. A coleta de dados foi feita em conjunto com os professores regulares dos alunos. Dados 36 Professor da UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 51