O documento discute o rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama, abordando a incidência da doença no Brasil e no mundo, fatores de risco, métodos de detecção como mamografia e ultrassonografia, além de classificações para achados mamográficos.
2. CÂNCER DE MAMA
Neoplasia maligna mais frequente na mulher
( Cutler SY e Gambrell RD)
No Brasil, as neoplasias são a segunda causa de morte na população
feminina e o câncer de mama constitui uma das principais causas
de morte por câncer na população feminina entre 20 e 69 anos.
A taxa de incidência é quase o dobro da taxa do segundo câncer
mais incidente (câncer do colo do útero)
(Inca- 2012)
Apesar de considerado CA de bom prognóstico, as taxas mortalidade
são altas, provavelmente por diagnóstico em estadios avançados.
Sobrevida média após 5 anos
Países desenvolvidos: 85% Países em desenvolvimento: 60%
( Estimativa 2012 - Inca)
3. ESTIMATIVA DE INCIDÊNCIA
2012
Esperam-se para o Brasil 52680 casos novos de CA
de Mama, com um risco estimado de 52
casos/100000 habitantes.
Estado de São Paulo : 15620 – 15/100000
Capital de São Paulo : 5760 – 5,7/100000
Por região :
* Sul - 65 * Sudeste - 69
* Nordeste - 32 * Centro-Oeste - 48
* Norte - 19 ( Estimativa 2012
4. LEI FEDERAL 11.664/2008
Em vigor desde 29 de abril de 2009: - SUS deve garantir a
realização de mamografia em todas mulheres a partir
dos 40 anos de idade.
O texto não altera as recomendações de faixa etária de 50
aos 69 anos em mulheres saudáveis.
LEI MUNICIPAL 13.797/2010
Hospitais do municipio que realizam exame de mamografia
e que tem o equipamento, ficam obrigados a fixar placas
ou cartazes.
“ O exame de mamografia é gratuito no âmbito do Sistema
Único de Saúde – Lei Federal 11664/2008”
5. TIPOS HISTOLOGICOS
NEOPLASIAS INTRA- EPITELIAIS :
Lobular e Ductal
Doença de Paget
CARCINOMAS INVASIVOS :
Ductal (70-80%) Lobular (10%) Medular(5%)
Mucinoso, Papilífero e Tubular (1-2%)
Adenóide (0,1%) e Secretor (raro)
ORIGEM EM OUTRAS CÉLULAS
Sarcoma; Epidermóides e Linfomas
6. RASTREAMENTO E
DIAGNÓSTICO PRECOCE
DO CA DE MAMA
- Documento de Consenso – Contrôle do Câncer
de Mama MS – Inca - RJ 2004
- Parâmetros Técnicos para Programação de
Ações de Detecção Precoce do Câncer de
Mama – Inca – RJ 2006
7. DETECÇÃO PRECOCE
A partir dos 40 anos de idade: exame clínico
das mamas e mamografia anual.
De 50 a 69 anos de idade: exame clínico das
mamas e mamografia com o máximo de de
02 anos entre os exames.
Exame clínico das mamas e eventual
mamografia a partir de 35 anos, para as
pertencentes a grupos populacionais com
risco elevado.
Garantia de acesso ao diagnóstico,
tratamento e seguimento para todas as
mulheres com alterações nos exames
realizados.
8. RISCO ELEVADO
DESENVOLVER CÂNCER DE
MAMA
Mulheres com:
- História familiar de, pelo menos, um parente de
primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de
câncer da mama, abaixo dos 50 anos de idade;
- História familiar de, pelo menos, um parente de
primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de
câncer da mama bilateral ou câncer de ovário, em
qualquer faixa etária;
- História familiar de câncer da mama masculino;
- Com diagnóstico histopatológico de lesão mamária
proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ .
9. FATORES DE RISCO PARA
CA DE MAMA
HEREDITÁRIOS (familiar e genético): associados às
mutações de genes BRCA1, BRCA2, p53 pTEN, STK11 e
LKB1.
LESÕES PROLIFERATIVAS típicas e atípicas: neoplasia
lobular/ductal in situ; Câncer invasivo prévio e Lesões
benignas: adenose, hiperplasias típicas, papiloma ductal.
FATORES EMERGENTES: menarca precoce e menopausa
tardia; - nuliparidade e primeiro parto após 30 anos de idade;
anticoncepcional hormonal e TRH; Dieta calórica; índice de
massa corporal elevado; obesidade após menopausa;
aumento da densidade mamária; estilo de vida; alcoolismo;
radiação ionizante; urbanização e poluição.
10. MUTAÇÕES GENÉTICAS:
Herdada: Mutações de genes herdados desempenham um papel em cerca
de 27% de todos os casos de câncer de mama.
Já mutações em dois genes diferentes, BRCA1 e BRCA2 (genes de alta
penetrância), podem agir isoladamente e associam-se com câncer mais
precoce e acometem muitos componentes da mesma família. Felizmente
são raras e totalizam apenas de 5 a 7% dos casos de câncer de mama.
Adquirida: 73%
12. MÉTODOS DE RASTREAMENTO
E DETECÇÃO PRECOCE DE CA
DE MAMA
Rastreamento (assintomáticas)
Detecção Precoce (população com fator de risco
para Ca de mama)
Auto-exame
Exame clínico
Mamografia
Ultrassonografia
13. AUTOEXAME
DAS MAMAS
O Inca não estimula o
autoexame de mamas
como método isolado.
Evidências científicas
sugerem que o
autoexame das mamas
não é eficiente para a
detecção precoce e não
contribui para a redução
da mortalidade por
câncer de mama.
15. SUGESTIVO DE CÂNCER
- Espessamento, retração ou infiltração de
pele (aspecto de casca de laranja), Inversão
do mamilo,
- Prurido areolar ou lesões areolares que
custam a cicatrizar,
- Descarga mamilar sanguinolenta ou em
“água de rocha”,
- Gânglios axilares pouco móveis, duros
únicos ou múltiplos.
17. DEFINIÇÕES
MAMOGRAFIA DE RASTREAMENTO
É o exame solicitado para mulheres da população-alvo sem
sinais e sintomas de câncer de mama
MAMOGRAFIA DIAGNÓSTICA
É o exame solicitado para pessoas de qualquer idade com
sintomas de câncer de mama (nódulo, espessamento, descarga
papilar, retração de mamilo, outras.
Obs: Dor na mama não é sintoma de câncer de mama
18. INDICAÇÕES
Rastreamento de mulheres assintomáticas
Avaliação para TRH
Pré-operatório de cirurgias mamárias
Segmento após mastectomia para estudo de
mama contralateral e após cirurgia
conservadora.
19. CLASSIFICAÇÃO BI-RADS
Breast-Imaging Reporting and Data-system
Colégio Americano de Radiologia propôs em 1992 uma
padronização na nomenclatura dos achados
mamográficos.
O principal objetivo dessa padronização foi a criação de
uma linguagem universal, que facilitasse a interpretação
da mamografia e orientasse a conduta. Através da 4ª
edição 2003, foi desdobrada a categoria 4 e
acrescentada a 6ª categoria.
O BI-RADS estabelece a classificação dos achados
mamográficos, e foi adotada pela Sociedade Brasileira de
Mastologia.
20. CLASSIFICAÇÃO BI-RADS
► BI-RADS 0 - INCONCLUSIVO: Em alguns casos
necessita incidências adicionais (magnificação ou compressão
localizada), complementação com outros métodos de imagem (USG
ou RNM) ou comparação com exames anteriores.
►BI-RADS I – SEM ACHADOS MAMOGRÁFICOS,
SEM SINAIS DE MALIGNIDADE:
Conduta: Repetir o exame de acordo com faixa etária (a cada 2
anos a partir de 40 anos e anual a partir de 50 anos).
►BI-RADS II – ACHADOS BENIGNOS: Calcificações
vasculares, cutâneas, com centro lucente, fibroadenoma calcificado,
calcificações redondas acima de 1 mm. linfonodo intramamário.
Conduta: Não merecem investigação. Repetir o exame de acordo
com a faixa etária.
21. CLASSIFICAÇÃO BI-RADS
►BI-RADS III – ACHADOS PROVAVELMENTE
BENIGNOS: Nódulo de baixa densidade, contorno regular,
limites definidos e dimensões não muito grandes. Calcificações
monomórficas (puntiformes) e isodensas sem configurar
grupamento com características de malignidade.
Conduta: A frequencia de câncer é de 0,5 a 1,7%. Preconiza-se o
controle mamográfico semestral por 3 anos para confirmar a
estabilidade da lesão, e por conseguinte, o caráter benigno.
►BI-RADS IV – ACHADOS SUSPEITOS DE
MALIGNIDADE: Há certa probabilidade (30%) de serem
malignos. É subdividada em: 4A= suspeição leve - 4B= suspeição
intermediária e 4C= suspeição alta.
Achados: nódulo de contorno bocelado ou irregular, limites pouco
definidos, microcalcificações com pleomorfismo incipiente,
densidade assimétrica, algumas lesões espiculadas.
Conduta: Está indicada avaliação histopatológica da lesão.
22. CLASSIFICAÇÃO BI-RADS
►BI-RADS V – ACHADOS ALTAMENTE
SUGESTIVOS DE MALIGNIDADE:
Achados: nódulo desnso e espiculado, microcalcificações
pleomórficas agrupadas, microcalcificações pleomórficas seguindo
trajeto ductal, ramificadas, tipo letra chinesa.
Conduta: Valor preditivo positivo de 95 a 97%, Recomendação
estudo histopatológico da lesão.
►BI-RADS VI – ACHADOS COM MALIGNIDADE
CONFIRMADA.
Deve ser utilizada nos casos em que o diagnóstico por biópsia foi
realizado ou nos casos de avaliação pós quimioterapia pré-
operatória (lesão já biopsiada e com diagnóstico de malignidade,
mas não retirada ou tratada.
23. MAMOGRAFIA
Tipos de composição tecidual mamária
RR 2,81 4,08
Densidade X Risco de Câncer de Mama
Fleury Med. Diagnóstica
24. ASPECTOS DIAGNÓSTICOS
DE LESÕES PRECURSORAS
Microcalcificações amorfas agrupadas Microcalcificações pleomórficas com
trajeto ductal
Fleury Med. Diagnóstica
25. MAMOGRAFIA
Massa espiculada , associada a Nódulo irregular, espiculado, na união
microcalcificações pleomórficas dos quadrantes mediais, terço
agrupadas. BI-RADS 5 posterior da mama E (BI-RADS-5)
Unifesp Casos Clínicos 2011
26. Sensibilidade (S) e especificidade (E) na
detecção de tumores pela mamografia em
pacientes de alto risco – metanálise
Boletim Científico Ed. 3 – 2012 = Fleury Med.Diagnóstica
28. ULTRASSONOGRAFIA MAMAS
Potenciais indicações:
- diferenciar e caracterizar nódulos sólidos e cistos identificados
pela mamografia ou pelo exame clínico;
- orientar procedimentos intervencionistas na mama;
- avaliar pacientes jovens, gestantes ou lactantes com alterações
clínicas na mama;
- pesquisar abscessos nas mastites;
- avaliar nódulos palpáveis em mamas radiologicamente densas;
- analisar implantes mamários;
- caracterizar assimetrias focais que podem corresponder a
nódulos;
- avaliar a resposta à quimioterapia neo-adjuvante;
- suplementar a mamografia no rastreamento do câncer de
mama em mulheres com mamas radiologicamente densas.
29. ACHADOS ULTRASSONOGRAFICOS
BENIGNIDADE MALIGNIDADE
* Diametro craniocaudal (AP)
* Diâmetro laterolateral maior
maior do que o laterolateral
do que o craniocaudal
("nódulo mais alto que largo”)
* Hipoecogenicidade e textura
* Ecogenicidade homogênea heterogênea (achado
inespecífico)
* Bordas bem delimitadas * Contornos Microlobulares
* Pseudocápsula ecogênica
* Margens Irregulares
fina
* Presença de sombra
* Sombras laterais a lesão
acústica posterior
* Reforço acústico posterior
30. CLASSIFICAÇÃO DOS ACHADOS
ULTRASSONOGRÁFICOS
CATEGORIA 0: INCONCLUSIVO - Menos usada em
comparação com critérios mamográficos. Usada por Ex. Imagem
Nodular com sinais suspeitos de malignidade numa paciente jovem
(<35 anos) que não tenha mamografia prévia. Necessária
complementação diagnóstica com MMG.
CATEGORIA 1: ACHADOS NORMAIS - Não foi encontrada
nenhuma malignidade
CATEGORIA 2: ACHADOS BENIGNOS - Cistos simples,
linfonodos intramamários, lipomas, fibroadenomas estáveis em
exames consecutivos antes de completar 3 anos.
CATEGORIA 3: ACHADOS PROVAVELMENTE
BENIGNOS - Preconiza-se menor intervalo entre seguimento.
Cistos contendo ecos, microcistos aglomerados, nodulos solidos com
margem circunscritas. Chance de malignidade < que 2%.
31. CLASSIFICAÇÃO DOS
ACHADOS
ULTRASSONOGRÁFICOS
CATEGORIA 4: ACHADOS SUSPEITOS DE
MALIGNIDADE - Há probabilidade de serem malignos (3 a 94%). Está
indicada avaliação histopatológica da lesão.
CATEGORIA 5: ACHADOS ALTAMENTE SUSPEITOS
DE MALIGNIDADE - Probabilidade de malignidade >= 95%.
Recomenda-se estudo histopatológico da lesão
CATEGORIA 6: ACHADOS COM MALIGNIDADE
CONFIRMADA - Restrita a lesões com biópsia prévia. A malignidade
está confirmada antes da instituição da terapêutica.
Colégio Americano Radiologia - 2003
34. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
- Método complementar à mamografia e ultrassonografia;
- Custo elevado, alta sensibilidade e valor preditivo positivo
de 100% para tumores invasores maiores de 2mm.
- Não é usado de rotina para rastreamento;
- Baixa Especificidade 35 a 50%
- Melhor época para realização é entre o 6º e 17º dia do
ciclo menstrual. Fora desse período podem ser
encontrados achados inespecíficos que podem conduzir a
erros de diagnóstico.
35. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Indicações:
- Complementar a mamografia
- Avaliação de pacientes com múltiplas cirurgias prévias.
- Avaliação das submetidas à cirurgia conservadorea e
radioterapia, com objetivo diagnosticar recidivas tumorais. O
período ideal é a partir de 18 meses.
- Avaliação de quimioterapia neoadjuvante, para avaliar
regressão tumoral.
- Mulheres com alto risco para CA mama com mamas densas,
sobretudo as portadoras de BRCA.
- Estudo de implantes de silicone.
Limitações:
- Não identifica microcalcificações ou tumores intraductais ou
invasores menores que 2mm.
Femina –2008
40. DIAGNÓSTICO
HISTOPATOLÓGICO
-Mamotomia: (biópsia percutânea à vácuo guiado por
mamografia estereotáxica, ultrassonografia ou ressonância
magnética) - - alta sensibilidade e especificidade
Imagem comparativa antes após a
retirada das microcalcificações.
A ocorrência se encontra relacionada ao processo de urbanização, evidenciando maior risco de adoecimento mulheres elevado status socioeconomico, ao contrário CA colo de útero.
Ao estabelecer que todas as mulheres têm direito à mamografia a partir dos 40 anos, a Lei 11.664/2008 que entrou em vigor em 29 de abril de 2009 reafirma o que já é estabelecido pelos princípios do Sistema Único de Saúde. Embora tenha suscitado interpretações divergentes, o texto não altera as recomendações de faixa etária para rastreamento de mulheres saudáveis: dos 50 aos 69 anos.
Em países com programas de rastreamento do câncer de mama, cerca de 50% a 70% dos casos são diagnosticados pelas próprias mulheres e não pela mamografia. A maioria desses casos não foi identificada por mulheres que praticam o autoexame das mamas, mas sim por mulheres que estavam alertas para os principais sinais e sintomas do câncer de mama . Por isso, é importante que toda mulher com nódulo palpável ou outras lesões suspeitas tenha o esclarecimento do diagnóstico feito em até 60 dias.
a sensibilidade da mamografia é menor nas mamas densas do que naquelas com predomínio de tecido adiposo métodos de imagem suplementares para rastrear e avaliar mamas densas têm sido investigados e incluem, principalmente, a ultra-sonografia e a ressonância magnética.
a sensibilidade da mamografia é menor nas mamas densas do que naquelas com predomínio de tecido adiposo métodos de imagem suplementares para rastrear e avaliar mamas densas têm sido investigados e incluem, principalmente, a ultra-sonografia e a ressonância magnética.
CORE BIOPSY consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que na PAAF, acoplada a uma pistola especial. A agulha de biópsia é composta por duas partes: (1) uma externa que possui um bizel que facilita sua penetração no tecido mamário e (2) outra interna que avança com o disparo efetuado pela pistola e penetra no nódulo. Ao penetrar no nódulo, um fragmento deste se deposita em uma incisura situada próxima à sua ponta. Este fragmento é cortado por um segundo avanço da agulha externa, que o aprisiona dentro da incisura da agulha interna.
CORE BIOPSY consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que na PAAF, acoplada a uma pistola especial.
CORE BIOPSY consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que na PAAF, acoplada a uma pistola especial.
CORE BIOPSY consiste na retirada de fragmentos de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que na PAAF, acoplada a uma pistola especial.