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DISCENTES:
ADRIANO MAMEDES SILVA NASCIMENTO
GRACIELI DASILVA HENICKA
MIRTESCAMPOS PEREIRA
CUIABÁ/MT
ABRIL/2012
1IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
DISCIPLINA: EPISTEMOLOGIA DAS CIÊNCIAS
PROFESSORA: Dr.ª IRAMAIA JORGE CABRAL DE PAULO
 Filósofo da ciência austríaco
naturalizado britânico.
 É considerado por muitos como o
filósofo mais influente do século
XX a tematizar a ciência.
 Foi também um filósofo social e
político, um grande defensor da
democracia liberal e um oponente
do totalitarismo.
2IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Nascido em 28 de julho de 1902, numa família de
origem judaica. Em 1928,concluiu o doutorado em
filosofia e lecionou numa escola secundária entre
1930 e 1936. Com a ascensão do Nazismo em 1937,
levou-o a emigrar para a Nova Zelândia, onde foi
professor de filosofia. Em 1946, foi viver na
Inglaterra, tornando-se assistente de lógica e de
método científico, posteriormente professor em
1949. Foi nomeado cavaleiro da Rainha Isabel II em
1965, e eleito para a Royal Society em 1976.
Reformou-se da vida acadêmica em 1969, apesar de
ter permanecido ativo intelectualmente até à sua
morte, em 17 de setembr0 de 1994.
3IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Sua obra foi dedicada sobretudo à filosofia do
conhecimento e da ciência, mas também ao
pensamento político, sendo sua obra The
Open Society, considerada uma espécie de
bíblia das democracias ocidentais para
Bertrand Russell (POPPER,2006).
4IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Base de sua filosofia está numa observação
muito simples:
“assimetria dos enunciados universais”
 Esta assimetria reside no fato de que, enquanto
nenhum número finito de observações
(positivas) permite validar definitivamente um
enunciado universal, basta uma observação
(negativa) para invalidar ou refutar (João Carlos
Espada, autor da nota de apresentação de Conjecturas e Refutações,
2006).
 Exemplo: Cisnes brancos.
5IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Basicamente, Karl Popper argumenta que o
conhecimento científico não assenta no
chamado método indutivo, mas numa contínua
interação entre conjecturas
(suposição, hipótese, opinião fundada em
indícios ou possibilidades) e refutações
(contestação, desmentir, rebater com
argumento).
 O nosso conhecimento é fundamentalmente
conjectural e progride por ensaio e erro (João Carlos
Espada, autor da nota de apresentação de Conjecturas e Refutações, 2006). 6IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Racionalismo
Crítico
Empirismo Clássico
e
Observacionalismo-
indutivista
7IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 O racionalismo é uma atitude de disposição a
ouvir argumentos críticos e aprender da
experiência. É fundamentalmente uma atitude
de admitir “que eu posso estar errado e vós
podereis estar certos, e, por um esforço,
poderemos aproximar-nos da verdade.”
 “Em suma, a atitude racionalista (...) é muito
semelhante à atitude científica, à crença de que
na busca da verdade precisamos de cooperação e
de que, com a ajuda da argumentação,
poderemos a tempo atingir algo como a
objetividade"(Popper, 1987c, p. 232).
8IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
9IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Nenhuma quantidade de observações
confirmatórias garantirá que uma teoria seja
eternamente válida e imutável;
 Uma teoria científica é sempre conjetural e
provisória, sendo válida, apenas, até ser
refutada (falsificada);
 Para ser científica, uma teoria deve poder ser
refutável (testável), em princípio;
 Uma afirmação não refutável é dogmática,
não científica;
 A 'verdade' é inalcançável; apenas pretendemos
nos aproximar dela, por tentativas!
10IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 O progresso científico,
segundo Popper, não
ocorre seguindo a
ordem da concepção
indutivista, mas
seguindo a ordem da
concepção dedutivista.
 Exemplo de
argumento indutivo:
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 11
Logo, todos os
cães têm um
coração.
Todos os cães que
foram observados
tinham um
coração.
Os argumentos indutivos, segundo
SALMON (1978) apud MARCONI e LAKATOS (2007), têm
duas características básicas:
12IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
I - Se todas as premissas são verdadeiras, a
conclusão é provavelmente verdadeira, mas
não necessariamente verdadeira.
II - A conclusão encerra informação que não
estava, nem implicitamente, nas premissas.
 Exemplo de argumento dedutivo:
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 13
Todo
mamífero tem
um coração.
Ora, todos os
cães são
mamíferos.
Logo, todos
os cães têm
um coração.
 Os argumentos dedutivos, segundo SALMON
(1978) apud MARCONI e LAKATOS (2007), têm duas
características básicas:
14IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
I - Se as premissas de um raciocínio são verdadeiras,
então a conclusão também será; se a conclusão for
falsa, então todas as premissas ou pelo menos algumas
delas serão também falsas.
II –Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão
já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.
Concepção indutivista Concepção dedutivista
de um singular para um
universal (p P),
de um universal para um
singular (P p);
1) observação; 1) a colocação de um
problema;
2) generalização indutiva
para atingir leis e teorias;
2) a apresentação de
propostas como soluções
para o problema em pauta;
3) confirmação das
generalizações
3) a tentativa de refutar as
teorias propostas.
4) Lógica indutivista 4) Lógica dedutivista
15IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 O método indutivo é criticado justamente por seu 'salto indutivo'
epistemologicamente injustificável do particular para o geral.
 Para Popper, nenhum número restrito de observações pode
acarretar logicamente um enunciado irrestrito.Um milhão de
evidências não provam uma teoria!
 Popper argumentava que é possível derivar conclusões
verdadeiras a partir de premissas falsas:
"Todo metal conduz eletricidade" (V);
"Grafite é metal" (F);
-> "Grafite conduz eletricidade" (V!)
 Com isso, vê-se que não há 'retransmissão da verdade' das
conclusões (observações) para as leis, isto é, observações
verdadeiras não fazem necessariamente leis
verdadeiras, contrariando o princípio da indução.
16IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 17
 Segundo MARCONI e LAKATOS (2007), Popper
defende que toda pesquisa tem sua origem
num problema para o qual se procura
solução, por meio de tentativas (conjecturas,
hipótese, teorias) e eliminação de erros.
 Etapas do Método Hipotético-Dedutivo:
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 18
EXPECTATIVAS
OU
CONHECIMENTO
PRÉVIO
PROBLEMA CONJECTURAS FALSEAMENTO
Portanto, Popper defende esses momentos no
processo investigatório:
 Problema – que surge, em geral, de conflitos diante
de expectativas e teorias existentes;
 Solução proposta consistindo numa Conjectura (nova
teoria) – dedução de consequências na forma de
proposições passíveis de teste;
 Testes de Falseamento – tentativas de
refutação, entre outros meios, pela observação e
experimentação.
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 19
EXPECTATIVAS
OU
CONHECIMENTO
PRÉVIO
PROBLEMA CONJECTURAS FALSEAMENTO
Para Popper, conhecimento são conjecturas construídas, não
apenas racionalmente mas incluindo até elementos metafísicos.
Whewell, em 1837, estabeleceu uma distinção entre os, assim
denominados (MIGUEL;VIDEIRA, 2011),
 'contexto da justificação', supostamente objetivo, lógico, racional,
impessoal, a reconstrução idealmente lógica de hipóteses e teorias,
descrevendo as estruturas conceituais, os enunciados e os aspectos
normativos de verificação e aceitação seu valor de verdade e o exame de
sua adequação em relação às evidências empíricas e seus testes, não-
histórico e o único para ser estudado pela Epistemologia, e
 'contexto da descoberta', julgado como subjetivo, ilógico, não-
racional, pessoalmente idiossincrático, estruturado de forma
incompleta, historicamente real, descrevendo as origens históricas, o
desenvolvimento psicológico e as condições sócio-político-econômicas,
os aspectos factuais, o estágio inicial de invenção e construção de
hipóteses e teorias, a ação da imaginação e da criatividade que
constituem seu processo de gênese, e excluído da Epistemologia.
20IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Teorias concorrentes passam por um processo
de eliminação de erros por falsificação – o que
Popper via como um processo análogo à
seleção natural na evolução biológica. As
teorias que 'sobreviverem' a esse processo não
são mais verdadeiras do que as outras, mas
são as que se melhor se adaptam à situação
empírica.
 O Racionalismo crítico se serve das seguintes
ferramentas: a consistência lógica e a
conformidade com os fatos.
21IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Retirando uma amostra de um
saco de arroz, observa-se que
aproximadamente 80% dos
grãos são do tipo extrafino.
Conclui-se então que o saco de
arroz é do tipo extrafino.
>>
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Todos homens se locomovem
sobre duas pernas
Nick é homem
Logo, Nick se locomove sobre
duas pernas>
>IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
A lógica dedutiva funciona de tal maneira que se
as premissas de um raciocínio são
verdadeiras, então a conclusão também será; se
a conclusão for falsa, então todas as premissas
ou pelo menos algumas delas serão também
falsas; Segundo Popper, ela é:
 transmissora da verdade -todos os metais são condutores.
 retransmissora da falsidade -o grafite é metal.
 não-retransmissora da verdade -o grafite é condutor.
"Todo metal conduz eletricidade" (V);
"Grafite é metal" (F);
-> "Grafite conduz eletricidade" (V!)
24IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Os fatores sócio-históricos gerou distorções
da ciência, tornado-a laica pelo iluminismo.
 Ganhou status religioso em doutrinas como o
positivismo e outras, durante o século 19 e
início do 20.
 Popper surgiu nesse ambiente do progresso
científico e de deturpação da natureza
original da ciência trazendo um novo
paradigma.
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Uma ciência dedutiva que era empírica mas
não indutiva, testável e confirmável mas sem
possuir certeza, demarcada da metafísica por
meio da falseabilidade mas que não considera
a metafísica sem sentido (p. 199).
 A simplicidade e a clareza voltam a ser
identificadoras da boa ciência, a separa das
mistificações.
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Falseabilidade é a
tentativa de refutar as
teorias propostas.
Remete ao aspecto mais
marcante de sua
epistemologia: o princípio
de falsificabilidade como
critério de demarcação
Falsificabilidade é o
critério metodológico
de cientificidade. Para
objetivar resultados, se
constrói uma teoria em
que se tenta falsificar o
que possa ser refutada.
É o verdadeiro critério
que divide o cientifico
do não cientifico.
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Teoria falseada só a diremos falseada se
descobrirmos suscetível de reprodução que
refute a teoria;
 O falseamento é aceito se uma hipótese
(falseadora) empírica de baixo nível, que
descreva esse efeito, for corroborada.
28IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Coerente com a atitude crítica.
 Não há formas de se provar a veracidade do
conhecimento científico;
 A ciência pode perseguir a verdade através
da exclusão de teorias falsificadas,
substituindo-as por novas teorias que
poderão se aproximar mais da verdade.
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 "Essa é uma concepção de ciência que
considera a abordagem crítica sua
característica mais importante. Para avaliar
uma teoria o cientista deve indagar se pode ser
criticada, se expõe a críticas de todos os tipos
e, em caso afirmativo, se resiste a essas
críticas" (Popper, 1982, p. 284).
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 “Uma explicação causal de certo acontecimento
significa deduzir um enunciado que o descreva,
utilizando, como premissas da dedução uma ou
mais leis universais, combinadas com certos
enunciados singulares, as condições iniciais.”
(Popper, 1972,p. 62)
 “O principio da causalidade” - é a asseveração de
que todo e qualquer evento pode ser
causalmente explicado - de que pode ser
dedutivamente previsto.
31IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 “Como é que se podem distinguir as teorias das
ciências empíricas das especulações
pseudocientíficas ou metafísicas?”
(Popper, 1987a, p. 177).
32IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Positivismo Popper Demarcação
Indutivo e
observação
Dedutivo-abstratas e
Especulativas
Ciência usa método
Método
especulativo
Irrefutáveis, sem falsificadores
potenciais.
Pseudociência e a
metafísica
Verificáveis Não necessariamente
verificáveis
Teorias científicas
Empirista,
Indutivista
Empiristas, dedutivista Epistemologia
Irrefutáveis Testabilidade, Refutabilidade
ou Falsificabilidade
Critérios
Racionais -
observação e a
experimentação.
não-racionais; a imaginação, a
criatividade, a especulaçãoe
metafísica .
Os aspectos do processo
de criação de uma teoria
33IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 A demarcação não implica em uma aniquilação
definitiva da metafísica, mas tão somente em
“formular uma caracterização aceitável da
ciência empírica de tal maneira que, frente a um
sistema de enunciados, possamos decidir se seu
estudo mais aprofundado coloca-se ou não no
âmbito da ciência empírica”
(POPPER, 1934, p.38).
 A experiência científica não é um procedimento
com a finalidade de se verificar a veracidade de
um enunciado.
34IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
O princípio de verificabilidade Epistemologia popperiana
Justifica a verdade ou pelo menos
a probabilidade das teorias.
Colocam em risco a teoria -
aquelas que aconteceram como
decorrência de tentativas de teste
(de refutação)
Teorias científicas -idealistas Teorias científicas realistas -
mesmo conflitantes.
Negação da metafísica Não obrigatoriamente negação da
metafísica
O princípio de verificabilidade
como critério de demarcação
O princípio de falsificabilidade
como critério de demarcação
35IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
36IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Em 1933, Popper fechou o capítulo da indução e
leis naturais, e abriu o novo capítulo da
metodologia falseacionista.
 É medir o modo como as conjecturas têm
resistido a críticas severas, incluindo testes
severos, a qual é a tese crucial: que há uma base
racional para preferir usar num argumento
previsivo uma generalização não refutada em
detrimento de outra refutada. Corroborar uma
teoria, por outro lado, nada mais é do que
somar, à sua credibilidade, virtudes de
valorização subjetiva.
37IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 A abrangência das previsões e a falta de um
modelo simples e claro que as expliquem
tornam a astrologia de horóscopo não
falseável e, portanto, não científica.
38IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Uma teoria é chamada de empírica por
poder ser falseada e será aceita pela
ciência caso seja selecionada, dentre
outras igualmente sintéticas e possíveis, a
partir destas proposições básicas que
compõem o que aceitamos chamar de
"nossa experiência".
39IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Antes Depois
O conhecimento empírico era
redutível às nossas
percepções sensíveis e,
assim, a nossas experiências,
portanto o empirismo
tradicional variava do
sensualismo ao subjetivismo.
Através da experiência (do
apelo aos enunciados da base
empírica), utilizada como
premissa no falseamento,
que aceitamos ou rejeitamos
teorias.
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Por muitos filósofos a simplicidade pode ser:
 A euclidiana, na qual verifica que esta
geometria é mais simples que qualquer outra
não euclidiana.
 Alguns dos filósofos que defendiam a
simplicidade, segundo Popper, tinham em
mente discorrer sobre a testabilidade;
41IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 “Nenhuma teoria em particular, pode, jamais,
ser considerada absolutamente certa: cada
teoria pode se tornar problemática (...)
 “Nenhuma teoria científica é sacrossanta ou
fora de crítica” (Popper, 1975, p. 330).
42IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
A teoria do conhecimento proposta por Popper
pode ser sintetizada no esquema seguinte:
P1 →TS →EE →P2
P1 →é o problema de partida.
TS→é a tentativa de solução que corresponde
à hipótese ou teoria.
EE → é a eliminação do erro através da crítica.
P2 →é um novo problema que emerge;.
43IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
Podemos sintetizar os aspectos da epistemologia de Karl Popper
abordados nesse trabalho em algumas proposições:
 A concepção segundo a qual o conhecimento científico é descoberto
em conjuntos de dados empíricos (observações/experimentações
neutras, livres de pressupostos) - método indutivo - é falsa.
 Não existe observação neutra, livre de pressupostos; todo o
conhecimento está impregnado de teoria.
 O conhecimento científico é criado, inventado, construído com
objetivo de descrever, compreender e agir sobre a realidade.
 As teorias científicas não podem ser demonstradas como
verdadeiras; são conjecturas, virtualmente provisórias, sujeitas à
reformulações, à reconstruções.
 Todo o conhecimento é modificação de algum conhecimento
anterior.
44IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Quão realista é a proposta de 'Aprendizagem por
Descoberta'?
 Quanto do ensino de ciências não passa de uma
pregação do Método Científico?
 E, também, não passa uma visão da Observação
como fonte de conhecimento (Empirismo)?
 Quantas leis são vistas, não como construídas,
mas descobertas na experimentação (visão
empirista-realista)?
 Quantos roteiros de laboratório estão com
ênfase empirista-indutivista?
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 45
 POPPER, (Sir) Karl Raimund. Conjecturas e
Refutações: O Progresso do Conhecimento
Científico. Coimbra: Editora Almedina, 2006.
 LAKATOS, E. M. E MARCONI, M. de A.. Metodologia
científica. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2007.
 POPPER, (Sir) Karl Raimund. A Lógica da Pesquisa
Científica. São Paulo: Cultrix, 1996.
46IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 MAIRINQUE,Igor das Mercês e ANDRADE E SILVA, Mariluze Ferreira
de.“Conhecimento objetivo” e o “problema” como pressupostos da
construção do conhecimento para Karl R. Popper. Revista Eletrônica Print
by UFSJ <http://www.ufsj.edu.br/publicações/metánoia.Metavnoia, São
João del-Rei, n. 6, p. 65-75, 2004.
 MAIRINQUE,Igor das Mercês e ANDRADE E SILVA, Mariluze Ferreira de.
Karl Popper e a teoria dos mundos de Platão. Revista Eletrônica Print by
UFSJ <http://www.funrei.br/publicações/ metavnoia Metavnoia. São
João del-Rei, n. 5, p.7-17, jul. 2003.
 Site:http://www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia-
da-ciencia-12-pos-positivistas-1.html
47IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
“As hipóteses são redes: só quem as lança
colhe alguma coisa.” (Novalis)
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 48
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
 Popper defendeu que a ciência não poderia ser
baseada em tal inferência. Ele propôs a
falseabilidade como a solução do problema da
indução. Popper viu que apesar de um
enunciado existencial singular como “este
homem se locomove sobre duas pernas" não
poder ser usado para afirmar um enunciado
universal, a existência singular de um homem
sem as pernas serve para mostrar que o
enunciado universal " Todos homens se
locomovem sobre duas pernas" é falso. Em
lógica chamamos a isto de modus tollens.
IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 50

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Epistemologia de Popper

  • 1. DISCENTES: ADRIANO MAMEDES SILVA NASCIMENTO GRACIELI DASILVA HENICKA MIRTESCAMPOS PEREIRA CUIABÁ/MT ABRIL/2012 1IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 DISCIPLINA: EPISTEMOLOGIA DAS CIÊNCIAS PROFESSORA: Dr.ª IRAMAIA JORGE CABRAL DE PAULO
  • 2.  Filósofo da ciência austríaco naturalizado britânico.  É considerado por muitos como o filósofo mais influente do século XX a tematizar a ciência.  Foi também um filósofo social e político, um grande defensor da democracia liberal e um oponente do totalitarismo. 2IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 3.  Nascido em 28 de julho de 1902, numa família de origem judaica. Em 1928,concluiu o doutorado em filosofia e lecionou numa escola secundária entre 1930 e 1936. Com a ascensão do Nazismo em 1937, levou-o a emigrar para a Nova Zelândia, onde foi professor de filosofia. Em 1946, foi viver na Inglaterra, tornando-se assistente de lógica e de método científico, posteriormente professor em 1949. Foi nomeado cavaleiro da Rainha Isabel II em 1965, e eleito para a Royal Society em 1976. Reformou-se da vida acadêmica em 1969, apesar de ter permanecido ativo intelectualmente até à sua morte, em 17 de setembr0 de 1994. 3IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 4.  Sua obra foi dedicada sobretudo à filosofia do conhecimento e da ciência, mas também ao pensamento político, sendo sua obra The Open Society, considerada uma espécie de bíblia das democracias ocidentais para Bertrand Russell (POPPER,2006). 4IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 5.  Base de sua filosofia está numa observação muito simples: “assimetria dos enunciados universais”  Esta assimetria reside no fato de que, enquanto nenhum número finito de observações (positivas) permite validar definitivamente um enunciado universal, basta uma observação (negativa) para invalidar ou refutar (João Carlos Espada, autor da nota de apresentação de Conjecturas e Refutações, 2006).  Exemplo: Cisnes brancos. 5IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 6.  Basicamente, Karl Popper argumenta que o conhecimento científico não assenta no chamado método indutivo, mas numa contínua interação entre conjecturas (suposição, hipótese, opinião fundada em indícios ou possibilidades) e refutações (contestação, desmentir, rebater com argumento).  O nosso conhecimento é fundamentalmente conjectural e progride por ensaio e erro (João Carlos Espada, autor da nota de apresentação de Conjecturas e Refutações, 2006). 6IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 7. Racionalismo Crítico Empirismo Clássico e Observacionalismo- indutivista 7IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 8.  O racionalismo é uma atitude de disposição a ouvir argumentos críticos e aprender da experiência. É fundamentalmente uma atitude de admitir “que eu posso estar errado e vós podereis estar certos, e, por um esforço, poderemos aproximar-nos da verdade.”  “Em suma, a atitude racionalista (...) é muito semelhante à atitude científica, à crença de que na busca da verdade precisamos de cooperação e de que, com a ajuda da argumentação, poderemos a tempo atingir algo como a objetividade"(Popper, 1987c, p. 232). 8IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 9. 9IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 10.  Nenhuma quantidade de observações confirmatórias garantirá que uma teoria seja eternamente válida e imutável;  Uma teoria científica é sempre conjetural e provisória, sendo válida, apenas, até ser refutada (falsificada);  Para ser científica, uma teoria deve poder ser refutável (testável), em princípio;  Uma afirmação não refutável é dogmática, não científica;  A 'verdade' é inalcançável; apenas pretendemos nos aproximar dela, por tentativas! 10IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 11.  O progresso científico, segundo Popper, não ocorre seguindo a ordem da concepção indutivista, mas seguindo a ordem da concepção dedutivista.  Exemplo de argumento indutivo: IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 11 Logo, todos os cães têm um coração. Todos os cães que foram observados tinham um coração.
  • 12. Os argumentos indutivos, segundo SALMON (1978) apud MARCONI e LAKATOS (2007), têm duas características básicas: 12IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 I - Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira. II - A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas.
  • 13.  Exemplo de argumento dedutivo: IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 13 Todo mamífero tem um coração. Ora, todos os cães são mamíferos. Logo, todos os cães têm um coração.
  • 14.  Os argumentos dedutivos, segundo SALMON (1978) apud MARCONI e LAKATOS (2007), têm duas características básicas: 14IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 I - Se as premissas de um raciocínio são verdadeiras, então a conclusão também será; se a conclusão for falsa, então todas as premissas ou pelo menos algumas delas serão também falsas. II –Toda a informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.
  • 15. Concepção indutivista Concepção dedutivista de um singular para um universal (p P), de um universal para um singular (P p); 1) observação; 1) a colocação de um problema; 2) generalização indutiva para atingir leis e teorias; 2) a apresentação de propostas como soluções para o problema em pauta; 3) confirmação das generalizações 3) a tentativa de refutar as teorias propostas. 4) Lógica indutivista 4) Lógica dedutivista 15IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 16.  O método indutivo é criticado justamente por seu 'salto indutivo' epistemologicamente injustificável do particular para o geral.  Para Popper, nenhum número restrito de observações pode acarretar logicamente um enunciado irrestrito.Um milhão de evidências não provam uma teoria!  Popper argumentava que é possível derivar conclusões verdadeiras a partir de premissas falsas: "Todo metal conduz eletricidade" (V); "Grafite é metal" (F); -> "Grafite conduz eletricidade" (V!)  Com isso, vê-se que não há 'retransmissão da verdade' das conclusões (observações) para as leis, isto é, observações verdadeiras não fazem necessariamente leis verdadeiras, contrariando o princípio da indução. 16IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 17. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 17
  • 18.  Segundo MARCONI e LAKATOS (2007), Popper defende que toda pesquisa tem sua origem num problema para o qual se procura solução, por meio de tentativas (conjecturas, hipótese, teorias) e eliminação de erros.  Etapas do Método Hipotético-Dedutivo: IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 18 EXPECTATIVAS OU CONHECIMENTO PRÉVIO PROBLEMA CONJECTURAS FALSEAMENTO
  • 19. Portanto, Popper defende esses momentos no processo investigatório:  Problema – que surge, em geral, de conflitos diante de expectativas e teorias existentes;  Solução proposta consistindo numa Conjectura (nova teoria) – dedução de consequências na forma de proposições passíveis de teste;  Testes de Falseamento – tentativas de refutação, entre outros meios, pela observação e experimentação. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 19 EXPECTATIVAS OU CONHECIMENTO PRÉVIO PROBLEMA CONJECTURAS FALSEAMENTO
  • 20. Para Popper, conhecimento são conjecturas construídas, não apenas racionalmente mas incluindo até elementos metafísicos. Whewell, em 1837, estabeleceu uma distinção entre os, assim denominados (MIGUEL;VIDEIRA, 2011),  'contexto da justificação', supostamente objetivo, lógico, racional, impessoal, a reconstrução idealmente lógica de hipóteses e teorias, descrevendo as estruturas conceituais, os enunciados e os aspectos normativos de verificação e aceitação seu valor de verdade e o exame de sua adequação em relação às evidências empíricas e seus testes, não- histórico e o único para ser estudado pela Epistemologia, e  'contexto da descoberta', julgado como subjetivo, ilógico, não- racional, pessoalmente idiossincrático, estruturado de forma incompleta, historicamente real, descrevendo as origens históricas, o desenvolvimento psicológico e as condições sócio-político-econômicas, os aspectos factuais, o estágio inicial de invenção e construção de hipóteses e teorias, a ação da imaginação e da criatividade que constituem seu processo de gênese, e excluído da Epistemologia. 20IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 21.  Teorias concorrentes passam por um processo de eliminação de erros por falsificação – o que Popper via como um processo análogo à seleção natural na evolução biológica. As teorias que 'sobreviverem' a esse processo não são mais verdadeiras do que as outras, mas são as que se melhor se adaptam à situação empírica.  O Racionalismo crítico se serve das seguintes ferramentas: a consistência lógica e a conformidade com os fatos. 21IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 22. Retirando uma amostra de um saco de arroz, observa-se que aproximadamente 80% dos grãos são do tipo extrafino. Conclui-se então que o saco de arroz é do tipo extrafino. >> IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 23. Todos homens se locomovem sobre duas pernas Nick é homem Logo, Nick se locomove sobre duas pernas> >IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 24. A lógica dedutiva funciona de tal maneira que se as premissas de um raciocínio são verdadeiras, então a conclusão também será; se a conclusão for falsa, então todas as premissas ou pelo menos algumas delas serão também falsas; Segundo Popper, ela é:  transmissora da verdade -todos os metais são condutores.  retransmissora da falsidade -o grafite é metal.  não-retransmissora da verdade -o grafite é condutor. "Todo metal conduz eletricidade" (V); "Grafite é metal" (F); -> "Grafite conduz eletricidade" (V!) 24IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 25.  Os fatores sócio-históricos gerou distorções da ciência, tornado-a laica pelo iluminismo.  Ganhou status religioso em doutrinas como o positivismo e outras, durante o século 19 e início do 20.  Popper surgiu nesse ambiente do progresso científico e de deturpação da natureza original da ciência trazendo um novo paradigma. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 26.  Uma ciência dedutiva que era empírica mas não indutiva, testável e confirmável mas sem possuir certeza, demarcada da metafísica por meio da falseabilidade mas que não considera a metafísica sem sentido (p. 199).  A simplicidade e a clareza voltam a ser identificadoras da boa ciência, a separa das mistificações. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 27. Falseabilidade é a tentativa de refutar as teorias propostas. Remete ao aspecto mais marcante de sua epistemologia: o princípio de falsificabilidade como critério de demarcação Falsificabilidade é o critério metodológico de cientificidade. Para objetivar resultados, se constrói uma teoria em que se tenta falsificar o que possa ser refutada. É o verdadeiro critério que divide o cientifico do não cientifico. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 28.  Teoria falseada só a diremos falseada se descobrirmos suscetível de reprodução que refute a teoria;  O falseamento é aceito se uma hipótese (falseadora) empírica de baixo nível, que descreva esse efeito, for corroborada. 28IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 29.  Coerente com a atitude crítica.  Não há formas de se provar a veracidade do conhecimento científico;  A ciência pode perseguir a verdade através da exclusão de teorias falsificadas, substituindo-as por novas teorias que poderão se aproximar mais da verdade. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 30.  "Essa é uma concepção de ciência que considera a abordagem crítica sua característica mais importante. Para avaliar uma teoria o cientista deve indagar se pode ser criticada, se expõe a críticas de todos os tipos e, em caso afirmativo, se resiste a essas críticas" (Popper, 1982, p. 284). IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 31.  “Uma explicação causal de certo acontecimento significa deduzir um enunciado que o descreva, utilizando, como premissas da dedução uma ou mais leis universais, combinadas com certos enunciados singulares, as condições iniciais.” (Popper, 1972,p. 62)  “O principio da causalidade” - é a asseveração de que todo e qualquer evento pode ser causalmente explicado - de que pode ser dedutivamente previsto. 31IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 32.  “Como é que se podem distinguir as teorias das ciências empíricas das especulações pseudocientíficas ou metafísicas?” (Popper, 1987a, p. 177). 32IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 33. Positivismo Popper Demarcação Indutivo e observação Dedutivo-abstratas e Especulativas Ciência usa método Método especulativo Irrefutáveis, sem falsificadores potenciais. Pseudociência e a metafísica Verificáveis Não necessariamente verificáveis Teorias científicas Empirista, Indutivista Empiristas, dedutivista Epistemologia Irrefutáveis Testabilidade, Refutabilidade ou Falsificabilidade Critérios Racionais - observação e a experimentação. não-racionais; a imaginação, a criatividade, a especulaçãoe metafísica . Os aspectos do processo de criação de uma teoria 33IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 34.  A demarcação não implica em uma aniquilação definitiva da metafísica, mas tão somente em “formular uma caracterização aceitável da ciência empírica de tal maneira que, frente a um sistema de enunciados, possamos decidir se seu estudo mais aprofundado coloca-se ou não no âmbito da ciência empírica” (POPPER, 1934, p.38).  A experiência científica não é um procedimento com a finalidade de se verificar a veracidade de um enunciado. 34IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 35. O princípio de verificabilidade Epistemologia popperiana Justifica a verdade ou pelo menos a probabilidade das teorias. Colocam em risco a teoria - aquelas que aconteceram como decorrência de tentativas de teste (de refutação) Teorias científicas -idealistas Teorias científicas realistas - mesmo conflitantes. Negação da metafísica Não obrigatoriamente negação da metafísica O princípio de verificabilidade como critério de demarcação O princípio de falsificabilidade como critério de demarcação 35IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 36. 36IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 37.  Em 1933, Popper fechou o capítulo da indução e leis naturais, e abriu o novo capítulo da metodologia falseacionista.  É medir o modo como as conjecturas têm resistido a críticas severas, incluindo testes severos, a qual é a tese crucial: que há uma base racional para preferir usar num argumento previsivo uma generalização não refutada em detrimento de outra refutada. Corroborar uma teoria, por outro lado, nada mais é do que somar, à sua credibilidade, virtudes de valorização subjetiva. 37IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 38.  A abrangência das previsões e a falta de um modelo simples e claro que as expliquem tornam a astrologia de horóscopo não falseável e, portanto, não científica. 38IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 39.  Uma teoria é chamada de empírica por poder ser falseada e será aceita pela ciência caso seja selecionada, dentre outras igualmente sintéticas e possíveis, a partir destas proposições básicas que compõem o que aceitamos chamar de "nossa experiência". 39IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 40. Antes Depois O conhecimento empírico era redutível às nossas percepções sensíveis e, assim, a nossas experiências, portanto o empirismo tradicional variava do sensualismo ao subjetivismo. Através da experiência (do apelo aos enunciados da base empírica), utilizada como premissa no falseamento, que aceitamos ou rejeitamos teorias. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 41. Por muitos filósofos a simplicidade pode ser:  A euclidiana, na qual verifica que esta geometria é mais simples que qualquer outra não euclidiana.  Alguns dos filósofos que defendiam a simplicidade, segundo Popper, tinham em mente discorrer sobre a testabilidade; 41IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 42.  “Nenhuma teoria em particular, pode, jamais, ser considerada absolutamente certa: cada teoria pode se tornar problemática (...)  “Nenhuma teoria científica é sacrossanta ou fora de crítica” (Popper, 1975, p. 330). 42IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 43. A teoria do conhecimento proposta por Popper pode ser sintetizada no esquema seguinte: P1 →TS →EE →P2 P1 →é o problema de partida. TS→é a tentativa de solução que corresponde à hipótese ou teoria. EE → é a eliminação do erro através da crítica. P2 →é um novo problema que emerge;. 43IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 44. Podemos sintetizar os aspectos da epistemologia de Karl Popper abordados nesse trabalho em algumas proposições:  A concepção segundo a qual o conhecimento científico é descoberto em conjuntos de dados empíricos (observações/experimentações neutras, livres de pressupostos) - método indutivo - é falsa.  Não existe observação neutra, livre de pressupostos; todo o conhecimento está impregnado de teoria.  O conhecimento científico é criado, inventado, construído com objetivo de descrever, compreender e agir sobre a realidade.  As teorias científicas não podem ser demonstradas como verdadeiras; são conjecturas, virtualmente provisórias, sujeitas à reformulações, à reconstruções.  Todo o conhecimento é modificação de algum conhecimento anterior. 44IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 45.  Quão realista é a proposta de 'Aprendizagem por Descoberta'?  Quanto do ensino de ciências não passa de uma pregação do Método Científico?  E, também, não passa uma visão da Observação como fonte de conhecimento (Empirismo)?  Quantas leis são vistas, não como construídas, mas descobertas na experimentação (visão empirista-realista)?  Quantos roteiros de laboratório estão com ênfase empirista-indutivista? IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 45
  • 46.  POPPER, (Sir) Karl Raimund. Conjecturas e Refutações: O Progresso do Conhecimento Científico. Coimbra: Editora Almedina, 2006.  LAKATOS, E. M. E MARCONI, M. de A.. Metodologia científica. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2007.  POPPER, (Sir) Karl Raimund. A Lógica da Pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 1996. 46IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 47.  MAIRINQUE,Igor das Mercês e ANDRADE E SILVA, Mariluze Ferreira de.“Conhecimento objetivo” e o “problema” como pressupostos da construção do conhecimento para Karl R. Popper. Revista Eletrônica Print by UFSJ <http://www.ufsj.edu.br/publicações/metánoia.Metavnoia, São João del-Rei, n. 6, p. 65-75, 2004.  MAIRINQUE,Igor das Mercês e ANDRADE E SILVA, Mariluze Ferreira de. Karl Popper e a teoria dos mundos de Platão. Revista Eletrônica Print by UFSJ <http://www.funrei.br/publicações/ metavnoia Metavnoia. São João del-Rei, n. 5, p.7-17, jul. 2003.  Site:http://www.fisica-interessante.com/aula-historia-e-epistemologia- da-ciencia-12-pos-positivistas-1.html 47IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 48. “As hipóteses são redes: só quem as lança colhe alguma coisa.” (Novalis) IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 48
  • 49. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012
  • 50.  Popper defendeu que a ciência não poderia ser baseada em tal inferência. Ele propôs a falseabilidade como a solução do problema da indução. Popper viu que apesar de um enunciado existencial singular como “este homem se locomove sobre duas pernas" não poder ser usado para afirmar um enunciado universal, a existência singular de um homem sem as pernas serve para mostrar que o enunciado universal " Todos homens se locomovem sobre duas pernas" é falso. Em lógica chamamos a isto de modus tollens. IF/UFMT Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais -Turma 2012 50