O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
Todas as Obras tu as fazes por nós
1. “Senhor, concede-nos a paz, porque todas as nossas obras tu as fazes por nós.” (Is 26.12)
Manaus (AM), 07/12/2012
O versículo acima resume toda a carta que escrevo aos irmãos, “Todas as Obras tu as fazes por
nós.” Não há nada mais que eu possa acrescentar a não ser um Amém!! Louvado seja Deus por isso!
Ontem à noite cheguei de minha última viagem este ano, estávamos no Rio Amazonas. Agora posso
declarar: o ano chega ao fim, e relatar apenas vitórias. Houve alguns planos que eu havia traçado para mim
mesmo e não pude realizar, como o início do treinamento
linguístico. No entanto, a soberania de Deus que excede todo o
entendimento preparou experiências missionárias e de
comunhão pessoal com Ele além do que eu poderia sequer
imaginar.
Durante este semestre vi e senti bem de perto o que é
“viver pela fé” (IICo5.7), andar não com recursos que temos,
mas com os recursos daquele que é o dono da Obra e não permite faltar nada para o perfeito trabalho por
Ele planejado.
Estivemos servindo junto a Missão Asas de Socorro, em alguns atendimentos e no trabalho do
AMDE (Assistência Médica Dentária e Evangelística), na base em
Manaus (AM). Percebendo ainda mais a necessidade de uma equipe de
apoio àqueles que vão aonde muitas vezes não podemos ir. Exatamente
como o papel da Igreja, como corpo de Cristo.
Ao olhar para trás, o segundo semestre de 2012 pareceu
pequeno para tantas atividades desenvolvidas. Foram 10 comunidades
ribeirinhas atendidas, algumas com até 3 visitas. Um acampamento para jovens ribeirinhos com desafios.
E, contato/atendimento com 5 comunidades indígenas: Munduruku, Kaxinawá, Baniwa/Kuripako e
Nyengatu.
Não sei calcular os quilômetros percorridos, seja por ar, água ou terra, desde a Cabeça do Cachorro
no Amazonas à foz do Rio Purus no Acre. Mas, posso dizer sem temor algum
que “Todas as Obras tu as fazes por nós”, sim, todos os recursos para as
viagens, a provisão de alimento, proteção nos temporais, dos animais
peçonhentos que aparecem no caminho ou no quarto que dormimos, saúde,
confiança no próprio Deus, conforto quando cansada, todas as coisas provém
do Senhor!
2. Por todos os lados vemos grande necessidade do Salvador, entre comunidades ribeirinhas que
abrem capelas católicas para realização de estudos e cultos, quebram tradições para ouvir do Evangelho;
entre comunidades indígenas, que mesmo com sincretismos religiosos estão pedindo algum missionário
para morar entre eles, para explicar o que eles não entendem.
Em um dos dias de atendimento entre o povo Nyengatu, uma senhora veio para o atendimento e a
questionei, com ajuda dos missionários tradutores,
porque seus dentes estavam quebrados. Sua resposta
afirmava que os dentistas anteriores do DSEI/FUNAI não
conseguiram extrai-los. Então comecei o procedimento
cirúrgico para realizar duas extrações, e o que me
acontece? Um dos dentes também quebra! Que peso
senti, no mesmo instante orei, eu não posso ser igual, pois
não estou em nome do DSEI/FUNAI, mas em nome do
Senhor. E que dentes complicados, sua raízes estavam lá, imóveis. Mas, para glória de Deus, a cirurgia teve
bom êxito. Ela sem dizer uma palavra, após uma hora de boca aberta, apenas tira seu colar do pescoço e o
põe no meu. Irmãos não há nada melhor que servir a Deus! Todas as coisas Ele mesmo faz!
Junto aos Baniwa/Kuripako disciplinar uma criança é o mesmo que dizer: “Eu não a amo”, esta
interpretação cultural da demonstração de amor interfere diretamente na saúde dos pequenos, que
decidem como devem ser criados. Muitas crianças com indicação de extração de quase todos os dentes,
houve uma que de 20 dentes decíduos (de “leite”) presentes na boca, apenas 3 estavam sem cárie! Não
higienizam seus dentes. Assim somos nós muitas vezes, limpamos tudo por fora, bem vestidos e o coração
sujo, cheio de pecado, podre mesmo, como sepulcro caiado. A disciplina faz parte de nossa vida, para nos
manter limpos. O tempo está chegando ao fim. Alguns estão morrendo sem nunca ouvirem do Salvador,
porque ninguém chegou a tempo para lhes falar...
Se Deus permitir, no próximo ano seguiremos no treinamento missionário e linguístico a fim que o
mais breve possível possa estar com as ferramentas adequadas
para servir melhor.
Queridos irmãos, agradeço muito a vocês que em nenhum
momento nos esqueceram, seja em oração ou sustento. Tenham
certeza que todos os lugares alcançados durante este ano eu não
estava só, mas com sua presença lá. O colar que recebi, não está
em meu pescoço, mas no pescoço da Igreja de Cristo, um adorno
para a Glória dEle!
Na esperança que o ano de 2013 seja de um despertar missionário a todos nós,
Tâmara Campelo Maciel