SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 416
Descargar para leer sin conexión
Paramahansa
YOGANANDA
A ETERNA BUSCA
DO HOMEM
Como perceber Deus na vida diária
Volume I
UNIVERSALISMO
Dedicado pela Self-Realization Fellowship
à nossa amada presidente
SRI DAYA MATA
cuja fiel devoção demonstrada ao registrar as
palavras de seu guru para a posteridade preservou
para nós e para as eras vindouras a sabedoria libertadora
e o amor divino de Paramahansa Yogananda
O Legado Espiritual de
Paramahansa Yogananda
Todos os seus escritos, conferências e palestras informais
Paramahansa Yogananda fundou a Self-Realization Fellowship em 1920, para
disseminar seus ensinamentos em escala mundial e preservar-lhes a pureza e a
integridade para futuras gerações. Conferencista e escritor prolífico, desde seus
primeiros anos nos Estados Unidos ele produziu um compêndio reputado e
volumoso sobre a ciência da meditação iogue, a arte da vida equilibrada e a
unidade fundamental de todas as grandes religiões. Hoje, esse legado espiritual,
único e extenso, mantém-se vivo, inspirando milhões de buscadores da verdade
no mundo inteiro.
De acordo com os desejos expressos do grande mestre, a Self-Realization
Fellowship tem dado prosseguimento à permanente tarefa de divulgar e manter
sempre publicadas “As Obras Completas de Paramahansa Yogananda”, que
incluem não apenas as edições finais de todos os livros que ele publicou em
vida, mas também muitos novos títulos que permaneciam inéditos na época de
seu falecimento, em 1952, ou que durante anos foram publicados em série, mas
de forma incompleta, na revista da Self-Realization Fellowship, e ainda centenas
de conferências e palestras informais profundamente inspiradoras, que foram
gravadas, mas não impressas, antes de sua morte.
Paramahansa Yogananda pessoalmente escolheu e instruiu seus discípulos
imediatos que dirigem o Conselho de Publicações da Self-Realization Fellowship
e lhes deu diretrizes específicas para a preparação e publicação de seus
ensinamentos. Os membros do Conselho de Publicações da SRF (monges e
monjas que fizeram votos vitalícios de renúncia e serviço altruísta) zelam por
essas diretrizes como um patrimônio sagrado, a fim de que a mensagem
universal desse bem-amado instrutor de todo o mundo se mantenha viva com a
força e a autenticidade originais.
O emblema da Self-Realization Fellowship (mostrado na página anterior) foi
criado por Paramahansa Yogananda para identificar a sociedade sem fins
lucrativos que ele fundou como a fonte autorizada de seus ensinamentos. O
nome e o emblema da SRF aparecem em todas as publicações e gravações da
Self-Realization Fellowship, garantindo ao leitor que o trabalho vem da
organização fundada por Paramahansa Yogananda e transmite seus
ensinamentos do modo como ele próprio idealizou.
SELF-REALIZATION FELLOWSHIP
Sumário
Prefácio, de Sri Daya Mata
Introdução
1 — Como os Buscadores Encontraram Deus pela Primeira Vez
2 — A Universalidade da Yoga
3 — A Natureza Infinita de Deus
4 — Orações Atendidas
5 — Fazer da Religião uma Ciência
6 — Compreender a Irrealidade da Matéria
7 — A Maior Aventura do Homem
8 — Autoanálise: Chave para Dominar a Vida
9 — A Cura pelo Poder Ilimitado de Deus
10 — Eliminar do Rádio Mental a Estática do Medo
11 — Nervosismo — Causa e Cura
12 — Recompensas Físicas e Espirituais do Jejum
13 — Autorrealização: Critério da Religião
14 — O Desejo Que Satisfaz Todos os Desejos
15 — Toda a Felicidade Está em Deus
16 — Como Se Tornar uma Pessoa Mais Querida
17 — Desenvolver a Personalidade
18 — A Divina Arte de Fazer Amigos
19 — A Verdadeira Experiência do Êxtase Espiritual
20 — Três Caminhos para a Consciência Cósmica
21 — Seja um Milionário de Sorrisos
22 — Senhor, Possui-nos com Teu Amor
23 — Controlar Seu Destino no Ano Novo
24 — Como Enganar a Tentação
25 — Curar o Alcoolismo Mental
26 — Vencer o Mau Humor
27 — A Reencarnação Pode Ser Provada Cientificamente
28 — Reencarnação: Viagem da Alma para a Perfeição
29 — Reencarnará Jesus Outra Vez?
30 — A Natureza Onírica do Mundo
31 — A Natureza de Deus na Mãe e no Pai
32 — Observar a Criação com Olhos Abertos
33 — O Homem Invisível
34 — O Que São Fantasmas?
35 — Jesus: um Cristo do Oriente e do Ocidente
36 — Cristo e Krishna: Avatares da Verdade Única
37 — Uma Visão de Cristo e Krishna
38 — Os Dez Mandamentos: As Regras Eternas da Felicidade
39 — Como Ler o Caráter
40 — Como Ser Feliz à Vontade
41 — Passos para a Consciência Crística Universal
42 — Equilíbrio Mental em um Mundo Mutável
43 — A Vida Equilibrada: Cura de Anomalias Mentais
44 — Aumentar o Poder de Iniciativa
45 — Quem Fez Deus?
46 — O Elo Perdido Entre a Consciência e a Matéria
47 — Deus É Pai ou Mãe?
48 — A Arte de Desenvolver a Memória
49 — A Eterna Busca do Homem
50 — A Arte de Viver
51 — Hábito — Seu Senhor ou Escravo?
52 — Criar e Destruir Hábitos à Vontade
53 — Desenvolver a Vontade Dinâmica
54 — Busque Deus Agora!
55 — Por Que Perder Tempo? Deus É a Alegria Que Você Procura
56 — Deus Como Luz e Alegria
57 — Encontrei Deus?
58 — O Objetivo da Vida É Encontrar Deus
Deus! Deus! Deus! (poema)
Paramahansa Yogananda: um iogue na vida e na morte
Objetivos e Ideais da Self-Realization Fellowship
Glossário
Prefácio
Sri Daya Mata
(1914-2010)
Terceira presidente e líder espiritual da
Self-Realization Fellowship/Yogoda Satsanga Society of India
QUANDO VI PARAMAHANSA YOGANANDA PELA PRIMEIRA VEZ, ele falava
a um público enlevado e numeroso, em Salt Lake City. Foi em 1931. De pé, no
fundo do auditório lotado, quedei-me, alheia a tudo que ocorria a meu redor,
arrebatada pelo conferencista e suas palavras. Todo o meu ser estava imerso
na sabedoria e no amor divino que jorravam em torrentes para minha alma e me
inundavam o coração e a mente. Só pude pensar: “Esse homem ama a Deus
como eu sempre desejei amá-Lo. Ele conhece Deus. A ele, eu seguirei.” E o fiz
a partir daquele momento.
Sentindo o poder transfigurador de suas palavras em minha própria vida, nasceu
em mim, naqueles primeiros dias em companhia de Paramahansaji, o
sentimento da urgente necessidade de preservar sua mensagem para o mundo
e para todos os tempos. Tornou-se um privilégio para mim, sagrado e jubiloso,
durante os muitos anos em que permaneci ao seu lado, anotar conferências e
aulas, além de muitas conversas informais e palavras de aconselhamento
pessoal — em verdade, um tesouro imenso de extraordinária sabedoria e amor
por Deus. Enquanto Gurudeva falava, a corrente de sua inspiração refletia-se,
frequentemente, na rapidez de seu discurso; podia falar durante minutos, sem
uma pausa, e continuar por uma hora. Enquanto as pessoas ouviam, fascinadas,
minha caneta voava! Ao tomar nota de suas palavras, eu sentia como se uma
graça especial descesse, convertendo, instantaneamente, a voz do Guru em
sinais taquigráficos sobre o papel. A transcrição desses caracteres tem sido uma
abençoada tarefa, continuada até hoje. Mesmo após tanto tempo — algumas de
minhas anotações têm mais de quarenta anos —, quando começo a transcrevê-
las encontro-as miraculosamente frescas em minha mente, como se tivessem
sido registradas ontem. Posso até ouvir, interiormente, as inflexões da voz de
Gurudeva em cada uma de suas frases.
Raramente o Mestre fazia alguma preparação, ainda que mínima, para suas
palestras; se preparo havia, consistia em uma ou duas anotações sobre fatos
concretos, rapidamente rabiscadas. Quase sempre, no carro, a caminho do
templo, ele perguntava casualmente a um de nós: “Qual é o meu tema de hoje?”
Concentrava-se no assunto e, a seguir, fazia a palestra de improviso, extraindo-
a de um reservatório interno de inspiração divina.
Os temas dos sermões de Gurudeva nos templos eram definidos e anunciados
antecipadamente. Às vezes, porém, ao começar a palestra, sua mente explorava
um veio inteiramente diferente. Independentemente de “o tema para hoje”, o
Mestre expressava as verdades que absorviam sua consciência naquele
momento, decantando uma sabedoria sem preço, em sequência ininterrupta,
que fluía da riqueza da própria experiência espiritual e da percepção intuitiva.
Quase sempre, ao término dos ofícios religiosos, as pessoas aproximavam-se
dele para agradecer pelo esclarecimento de algum problema que as perturbava,
ou talvez por ter explicado algum conceito filosófico de particular interesse.
Algumas vezes, enquanto falava, a consciência do Guru erguia-se a um nível tão
elevado que ele, momentaneamente, esquecia a audiência e conversava
diretamente com Deus; seu ser inteiro transbordava de alegria divina e amor
inebriante. Nesses excelsos estados de consciência, com a mente
completamente unida à Consciência Divina, ele percebia a Verdade em seu
interior e descrevia o que contemplava. Ocasionalmente, Deus lhe aparecia sob
a forma da Mãe Divina ou de algum outro aspecto; ora um de nossos grandes
Gurus, ora outros santos, manifestavam-se em visão diante dele. Nessas
ocasiões, até a audiência sentia profundamente a bênção especial concedida a
todos os presentes. Durante uma das visitas de São Francisco de Assis, a quem
o Mestre muito amava, Gurudeva sentiu-se inspirado e compôs o belo poema:
“Deus! Deus! Deus!”
O Bhagavad Gita descreve um mestre iluminado com estas palavras: “O Eu
Supremo fulgura como o Sol que tudo ilumina naqueles que, com a sabedoria,
expulsaram a ignorância” (V: 16). A radiação espiritual de Paramahansa
Yogananda poderia intimidar as pessoas, não fosse seu calor humano, sua
ausência de artifícios e sua tranquila humildade, que, imediatamente, colocavam
todos à vontade. Cada ouvinte na plateia sentia que a palestra de Gurudeva era-
lhe pessoalmente dirigida. Uma das qualidades mais cativantes do Mestre era
seu inteligente senso de humor. Pelo relevo dado a uma frase, por um gesto ou
expressão facial, ele provocava uma reação positiva, em forma de sonoras
risadas, no momento exato de enfatizar um ponto ou para relaxar seus ouvintes
após longa e intensa concentração em um tópico especialmente profundo.
Não é possível transmitir, nas páginas de um livro, o caráter singular e universal
da personalidade viva e amorosa de Paramahansa Yogananda. Mas,
humildemente, desejo que esta breve apresentação possibilite um vislumbre,
algo que possa enriquecer o prazer e a apreciação que o leitor encontrará nas
palestras que aparecem neste livro.
Ter visto meu Gurudeva em comunhão divina; ter ouvido as verdades profundas
e os transbordamentos devocionais de sua alma; tê-los registrado para os
tempos vindouros e poder agora partilhá-los com todos — grande é a minha
alegria! Possam as palavras sublimes do Mestre abrir, de par em par, as portas
de acesso à fé inabalável em Deus e aprofundar o amor por Aquele que, sendo
Um só, é nosso bem-amado Pai, Mãe e Amigo Eterno.
DAYA MATA
Los Angeles, Califórnia
Maio de 1975
Introdução
A humanidade está empenhada numa eterna busca daquele “algo mais” que
espera lhe trará a felicidade completa e sem fim. Para as almas que
procuraram e encontraram Deus, a busca terminou. Ele é esse Algo Mais.
Paramahansa Yogananda
ESTE VOLUME DE PALESTRAS DE PARAMAHANSA YOGANANDA destina-
se a todos os que, alguma vez, conheceram a decepção, a insatisfação, o
desânimo, a tristeza ou uma nostalgia espiritual jamais aplacada. Destina-se aos
que procuraram compreender os enigmas da vida; àqueles que conservaram em
seus corações uma vaga esperança de que Deus seja real e de que é possível
conhecê-Lo e àqueles que, em sua busca, já se voltaram para Deus. Que ele
seja, para cada leitor, um raio de luz divina em sua caminhada, trazendo-lhe vida
nova, inspiração e um senso de direção. Deus é tudo para todos.
A Eterna Busca do Homem é um livro sobre Deus: sobre o lugar de Deus na vida
do homem; em suas esperanças, vontade, aspirações e empreendimentos. Vida,
homem, realização — não são mais que manifestações do único Criador
onipresente, tão inseparavelmente dependentes Dele como a onda é
dependente do oceano. Paramahansaji explica por que e como foi o homem
criado por Deus, como ele é imutavelmente parte de Deus, e qual o significado
disto para cada pessoa em particular. A percepção da unidade do homem com
seu Criador constitui toda a essência da Yoga. A compreensão de que o homem
tem necessidade inevitável de Deus, em todas as circunstâncias da vida, retira
da religião seu caráter sobrenatural e faz do conhecimento de Deus a base de
um tratamento científico e prático da existência.
Como homem de Deus e como autoridade na antiquíssima ciência divina da
Yoga, Paramahansa Yogananda tem recebido as mais elevadas referências de
seus contemporâneos espirituais e de leitores de suas obras em todas as partes
do mundo — do público em geral, dos homens de letras e de seus seguidores.
Que ele também recebeu a máxima aprovação da Autoridade Suprema, está
amplamente testemunhado nas visíveis bênçãos de Deus, em toda a sua vida
exemplar, e nas respostas infinitamente belas e singularmente edificantes que
recebeu de Deus, em visões e em comunhão divina. O seguinte comentário,
publicado em Review of Religions (Columbia University Press), é típico da
aclamação recebida pela obra anterior de Paramahansa Yogananda,
Autobiografia de um Iogue: “Jamais houve, em inglês ou em qualquer outra
língua europeia, algo como esta apresentação da yoga.” O jornal San Francisco
Chronicle escreveu: “Yogananda apresenta um caso convincente a favor da
yoga, e os que ‘vieram para zombar’ talvez fiquem para orar.” Do Schleswig-
Holsteinische Tagespost, da Alemanha: “É preciso creditar a essa importante
biografia o poder de deflagrar uma revolução espiritual.” Swami Sivananda,
fundador da Divine Life Society, de Rishikesh, Índia, disse sobre Paramahansa
Yogananda: “Rara gema de inestimável valor — o mundo ainda está para ver
outro igual — Paramahansa Yogananda foi o representante ideal dos antigos
sábios e videntes, a glória da Índia.” Sua Santidade, o Shankaracharya de
Kanchipuram, venerável líder de milhões de pessoas no sul da Índia, escreveu
acerca de Paramahansaji: “Como uma luz fulgurante brilhando na escuridão,
assim era a presença de Yogananda neste mundo. Raramente vem à Terra uma
alma tão grande — somente quando há uma real necessidade entre os homens.
Somos gratos a Yogananda por divulgar a filosofia hindu nos Estados Unidos e
no Ocidente de maneira tão maravilhosa.”
Paramahansa Yogananda nasceu na Índia em 5 de janeiro de 1893. Teve uma
infância notável, indicação clara de que sua vida estaria marcada por um destino
divino. Sua mãe percebeu isso, incentivando seus nobres ideais e aspirações
espirituais. Quando tinha apenas onze anos de idade, a perda da mãe, por ele
amada acima de tudo no mundo, deu firmeza à decisão inata de encontrar Deus
e de receber do próprio Criador as respostas ansiosamente esperadas por todo
coração humano. Tornou-se discípulo do grande Jnanavatar (encarnação da
sabedoria) Swami Sri Yukteswar Giri. Sri Yukteswar pertencia a uma linhagem
de excelsos gurus, a quem Yoganandaji estivera vinculado desde o nascimento:
os pais de Sri Yogananda eram discípulos de Lahiri Mahasaya, guru de Sri
Yukteswar. Quando Yogananda era ainda bebê, nos braços de sua mãe, Lahiri
Mahasaya o abençoou e profetizou: “Mãezinha, seu filho será um iogue. Como
uma locomotiva espiritual, conduzirá muitas almas ao reino de Deus.” Lahiri
Mahasaya era discípulo de Mahavatar Babaji, o mestre imortal que restaurou
nesta era a antiga ciência da Kriya Yoga. Louvada por Krishna no Bhagavad Gita
e por Patânjali nos Yoga Sutras, a Kriya Yoga é, ao mesmo tempo, uma técnica
transcendental de meditação e um modo de vida, levando à união da alma com
Deus. Mahavatar Babaji revelou a sagrada Kriya a Lahiri Mahasaya, que a
transmitiu a Sri Yukteswar, que, por sua vez, a ensinou a Paramahansa
Yogananda.
Quando, em 1920, Paramahansa Yogananda foi considerado apto a dar início à
sua missão mundial de difundir a ciência da Yoga, libertadora da alma,
Mahavatar Babaji falou-lhe da responsabilidade divina que iria assumir: “Eu o
escolhi para difundir a mensagem da Kriya Yoga no Ocidente. Há muito tempo,
encontrei seu guru Yukteswar numa Kumbha Mela e lhe disse então que o
enviaria para treinamento. Kriya Yoga, a técnica científica de realização divina
terminará por difundir-se em todas as terras e ajudará a harmonizar as nações
por meio da percepção pessoal e transcendente que o ser humano terá do Pai
Infinito.”
Paramahansa Yogananda começou sua missão nos Estados Unidos como
delegado da Índia no Congresso Internacional de Religiosos Liberais, em
Boston, no ano de 1920. Por mais de uma década, atravessou o país, de leste a
oeste, falando quase diariamente perante auditórios lotados, em todas as
principais cidades. Em 28 de janeiro de 1925, o Los Angeles Times noticiou: “O
Philharmonic Auditorium apresenta o espetáculo extraordinário de milhares de
pessoas (...) sendo informadas, uma hora antes do início da conferência, de que
não poderiam entrar, já que o auditório de 3.000 lugares estava completamente
lotado. Swami Yogananda é a atração. Um hindu invadindo os Estados Unidos
para trazer Deus (...) pregando a essência da doutrina cristã.” Foi uma grande
revelação para o Ocidente saber que a Yoga — tão eloquentemente exposta e
tão claramente interpretada por Sri Yogananda — é uma ciência universal e,
como tal, é de fato a “essência” de todas as religiões verdadeiras.
Em 1925, na cidade de Los Angeles, Paramahansa Yogananda estabeleceu a
sede internacional da Self-Realization Fellowship, sociedade que fundara na
Índia, em 1917, com a denominação de Yogoda Satsanga Society of India.
No início dos anos de 1930, Paramahansaji começou a afastar-se gradualmente
das conferências públicas de âmbito nacional. “Não estou interessado em
multidões”, disse, “mas em almas que estão decididas a conhecer Deus.” A partir
de então, concentrou seus esforços em aulas para estudantes sérios, pregando
principalmente nos templos e na sede internacional da Self-Realization
Fellowship. O presente volume compreende uma seleção de palestras que ele
pronunciou sobretudo nesse período.
Paramahansa Yogananda muitas vezes repetiu a previsão: “Não morrerei na
cama, mas com os sapatos nos pés, falando de Deus e da Índia.” Em 7 de março
de 1952, a profecia se cumpriu. Em um banquete homenageando o embaixador
da Índia, B. R. Sen, Paramahansaji foi um dos oradores convidados. Fez um
discurso comovente, concluindo com estes versos do poema que escreveu,
intitulado “My India” (Minha Índia): “Onde o Ganges, as florestas, as cavernas do
Himalaia e os homens sonham Deus — santificado estou; meu corpo tocou esse
solo!” Erguendo então os olhos, entrou em mahasamadhi, a partida consciente
deste mundo, realizada pelos iogues adiantados. Ele morreu como vivera,
exortando o homem a conhecer Deus.
As palestras do Guru, nos primeiros anos de seu ministério, eram registradas
apenas esporadicamente. Entretanto, quando Sri Daya Mata tornou-se discípula
de Paramahansa Yogananda em 1931, ela se incumbiu da sagrada tarefa,
fielmente anotando, para as gerações futuras, todas as palestras e aulas de seu
guru. Este volume é apenas uma amostra: sob a orientação de Paramahansa
Yogananda, muitas transcrições — particularmente as que continham instruções
reservadas, bem como princípios e técnicas de meditação ensinados em aula
aos estudantes da Self-Realization — foram compiladas juntamente com alguns
de seus escritos, formando a série de Lições da Self-Realization Fellowship.
Outras palestras são publicadas regularmente na revista Self-Realization. Duas
outras antologias, O Romance com Deus e Jornada para a Autorrealização,
servem de segundo e terceiro volumes para A Eterna Busca do Homem.
Como a maioria das palestras apresentadas neste livro era dirigida a audiências
familiarizadas com os ensinamentos da Self-Realization, julgamos útil, para o
leitor em geral, algum esclarecimento sobre a terminologia e os conceitos
filosóficos aqui usados. Incluíram-se, pois, muitas notas de rodapé, além de um
glossário que explica certas palavras sânscritas, outros termos filosóficos e
informa sobre eventos, pessoas e lugares ligados à vida e obra de Paramahansa
Yogananda. Registre-se que as citações do Bhagavad Gita neste volume, a
menos que indicado de outra maneira, são de traduções feitas por Paramahansa
Yogananda, traduções que ele fez do sânscrito, algumas vezes literalmente e
outras vezes em forma parafraseada, dependendo do contexto de sua palestra.
Na maioria das citações do Gita, nesta edição de A Eterna Busca do Homem, a
versão utilizada é a definitiva, apresentada por Paramahansaji em seu livro A
Yoga do Bhagavad Gita (publicado pela Self-Realization Fellowship em 2009),
que traz, de sua própria autoria, a tradução completa e comentários. Nas
palestras em que ele traduzia uma passagem do Gita com maior liberdade, a fim
de dar ênfase a um ponto específico, a paráfrase foi conservada e mencionada
como tal em nota de pé de página.
Paramahansa Yogananda poderia ter dito junto com Jesus: “Não cuideis que vim
destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mateus 5:17).
Paramahansaji honrava todas as religiões e seus fundadores, e respeitava todas
as pessoas que sinceramente buscavam Deus. Parte de sua missão mundial é
“revelar a unidade básica e a completa harmonia entre o Cristianismo original
ensinado por Jesus Cristo e a Yoga original ensinada por Bhagavan Krishna”
(Ver Objetivos e Ideais, página 459). Longe de introduzir um dogma divisor no
mundo, Paramahansaji mostrou que a prática da Yoga estabelece com Deus
uma sintonia interna, que constitui a base universal de todas as religiões. As
abstrações da religião teórica empalidecem diante da autêntica experiência de
Deus. Ninguém pode dar ao buscador a prova cabal da verdade; mas, pela
prática da Yoga, o aspirante pode provar a verdade por si mesmo, graças à sua
própria experiência.
Deus existe; e todo homem que O buscar sinceramente O conhecerá. Ninguém
pode ter vida ou poder para agir, pensar e sentir, sem tomar emprestado de Deus
esse poder. Portanto, Paramahansaji ressaltou, conhecer Deus não é apenas
um privilégio e um dever divino, mas uma necessidade prática. Por que o homem
há de rastejar na autoinsuficiência se pode canalizar para si a Fonte de todo
poder e plenitude?
A sabedoria que se encontra neste volume não é o conhecimento articulado de
um acadêmico: é o testemunho empírico de uma personalidade espiritual
dinâmica, cuja vida estava repleta de alegria interior e de realização exterior, um
mestre mundial que viveu o que ensinou, um Premavatar cujo único desejo era
partilhar com todos a sabedoria e o amor de Deus.
SELF-REALIZATION FELLOWSHIP 1
Los Angeles, Califórnia
Maio de 1975
1. Literalmente, “Associação de Autorrealização”. Paramahansa Yogananda explicou que o nome
Self-Realization Fellowship significa “Associação com Deus por meio da Autorrealização e
amizade com todas as almas que buscam a verdade”.
A Eterna Busca do Homem
1
Como os Buscadores Encontraram
Deus pela Primeira Vez
Facilmente podemos compreender de que maneira o homem concebeu, pela
primeira vez, a ciência médica. Ao sofrer fisicamente, ele procurou um método
de cura. Mas o que motivou o homem a procurar descobrir coisas sobre Deus?
Esta questão dá margem a uma profunda reflexão.
Nos Vedas 1 da Índia encontramos o primeiro conceito verdadeiro de Deus. Em
suas escrituras, a Índia deu ao mundo verdades imortais que resistiram ao teste
do tempo.
1. Do sânscrito vid, “conhecer”. Os Vedas compreendem uma volumosa escritura de 100.000
parelhas de versos. A origem dos Vedas perde-se na antiguidade. Eles foram transmitidos
oralmente, durante milênios, até que Vyasa, um sábio contemporâneo de Bhagavan Krishna, os
escreveu e classificou em quatro livros: Rig Veda, Sama Veda, Yajur Veda e Atharva Veda.
Todo inventor, no plano da matéria, é movido por uma necessidade material —
“a necessidade é a mãe da invenção”. Também motivados pela necessidade, os
antigos rishis 2 da Índia tornaram-se fervorosos buscadores espirituais. Eles
descobriram que, sem satisfação interior, nenhum acúmulo de sucesso exterior
consegue trazer felicidade duradoura. Como, então, pode alguém vir a ser
realmente feliz? Este foi o problema que os sábios da Índia se encarregaram de
resolver.
2. Literalmente, “videntes”. Os rishis eram indivíduos inspirados a quem foram revelados os
Vedas, em antiguidade indeterminável.
Três aspectos da natureza
O culto a Deus em tempos pré-históricos começou pelo medo que o homem tinha
das várias forças da natureza. Quando chovia excessivamente, as inundações
matavam muita gente. Aterrorizado, o homem passou a acreditar que a chuva, o
vento e outras forças naturais fossem deuses.
Mais tarde, os seres humanos perceberam que a natureza opera de três modos:
criando, preservando e dissolvendo. A onda que se levanta no oceano
exemplifica o estado de criação; pairando por um momento na crista do mar,
acha-se no estado de preservação; e, mergulhando de novo nas águas
profundas, passa para o estado de dissolução.
Assim como Jesus viu a força universal do mal personificada em Satã, também
os grandes rishis viram as forças universais de criação, preservação e dissolução
personificadas em formas definidas. Os sábios de outrora chamaram-nas de
Brahma, o Criador; Vishnu, o Preservador; e Shiva, o Destruidor. Esses poderes
primevos foram criados como projeções do Espírito imanifestado, a fim de dar
sequência a Seu infinito drama universal, enquanto Ele, como Deus
transcendente à criação, permanece sempre oculto por trás da consciência
desses poderes. Em épocas de dissolução cósmica, toda a criação e suas vastas
forças ativadoras voltam a dissolver-se no Espírito. Ali repousam, até serem
reconvocadas pelo Grande Diretor para reiniciarem seus papéis. 3
3. “São verdadeiros conhecedores (...) aqueles que compreendem o Dia de Brahma, que dura
um milhar de ciclos (yugas), e a Noite de Brahma, que também dura mil ciclos. No alvorecer do
Dia de Brahma, toda a criação, renascida, emerge do estado de não-manifestação; no crepúsculo
da Noite de Brahma, toda a criação afunda no sono da não-manifestação” (Bhagavad Gita
VIII:17-18).
Um caso sobre Brahma, Vishnu e Shiva
Na Índia, há um conto popular sobre Brahma, Vishnu e Shiva. Estavam os três
jactando-se de seus tremendos poderes. De súbito, um menino apareceu e disse
a Brahma: “O que você cria?” “Tudo”, respondeu Brahma, majestosamente. A
criança perguntou aos outros dois deuses qual a função deles. “Nós
preservamos e destruímos tudo”, eles responderam.
O pequeno visitante segurava na mão um fiapo de palha, quase do tamanho de
um palito de dentes. Colocando-o diante de Brahma, ele perguntou: “Pode criar
uma hastezinha de palha igual a esta?” Após um prodigioso esforço, Brahma
descobriu, para sua surpresa, que não podia. O garoto voltou-se, então, para
Vishnu e pediu-lhe que preservasse a palha, que lentamente começava a se
desfazer sob o olhar fixo do menino. Os esforços de Vishnu para mantê-la íntegra
foram infrutíferos. Finalmente, o pequeno desconhecido reproduziu o fiapo de
palha e pediu a Shiva que o destruísse. Por mais que Shiva tentasse aniquilá-lo,
porém, o fragmento de palha permaneceu intacto.
O menino voltou-se de novo para Brahma: “Você me criou?”, perguntou ele.
Brahma pensou e pensou; não podia recordar-se de haver criado aquele menino
extraordinário. De repente, o garoto desapareceu. Os três deuses despertaram
de sua ilusão e se lembraram de que, por trás do poder deles, havia um Poder
Maior.
Deus, a Causa Suprema
No mundo ocidental, o conceito de Deus evoluiu por meio da observação da lei
de causa e efeito. O homem pode materializar objetos, retirando materiais da
terra e moldando-os de acordo com uma ideia preconcebida; por esse motivo,
seria razoável concluir que todo o universo deve ter sido criado a partir de ideias.
Isso levou ao conceito de que tudo deve ter existido, primeiro, como ideia.
Alguém teve de criar a ideia primordial ou projeto cósmico. Assim, por analogia
com a lei de causa e efeito, homens inteligentes raciocinaram que deve existir
uma Causa Suprema.
A ciência descobriu que toda a matéria compõe-se de blocos construtores
invisíveis — elétrons e prótons — exatamente como uma casa é feita de tijolos.
Mas ninguém sabe dizer por que alguns elétrons e prótons transformam-se em
madeira; outros, em osso humano etc. Que Inteligência os guia? Essa linha de
indagação abre espaço para Deus, mesmo nas teorias científicas sobre a
matéria e a natureza dos mundos dos fenômenos. Os sábios da Índia afirmaram
que tudo procede e retorna para a sua origem: Deus.
Em toda parte há evidências de ordem e harmonia
Percebendo que todo ser humano compõe-se de matéria e mente, os primeiros
pensadores ocidentais acreditavam existir duas forças independentes: natureza
e mente. Mais tarde, começaram a perguntar-se: “Por que cada coisa na
natureza tem uma distribuição peculiar? Por que o homem não tem um braço
mais comprido do que o outro? Por que as estrelas e os planetas não colidem?
Em todo o universo encontramos evidências de ordem e harmonia.” Concluíram
que mente e matéria não poderiam ser separadas e soberanas; uma Inteligência
única devia governar tudo. Esta conclusão naturalmente levou à ideia de que só
existe um Deus, que é simultaneamente a Causa da matéria e a Inteligência
dentro e por trás dela. Quem atinge a sabedoria suprema percebe que tudo é
Espírito — em essência, embora oculto pela manifestação. Se tivesse essa
percepção, você veria Deus em tudo. Portanto, a questão é: como O
encontraram pela primeira vez aqueles que O buscaram?
Como passo inicial, fecharam os olhos para interromper o contato imediato com
o mundo e a matéria, de modo a poderem concentrar-se mais plenamente em
descobrir a Inteligência subjacente a ela. Pelo uso da razão, compreenderam
que não poderiam contemplar a presença de Deus no seio da natureza por meio
das percepções ordinárias dos cinco sentidos. Assim, começaram a tentar senti-
Lo dentro de si mesmos, por meio da concentração cada vez mais profunda.
Acabaram descobrindo como desligar os cinco sentidos, desse modo afastando
por completo, temporariamente, a consciência da matéria. O mundo interior do
Espírito começou a abrir-se. 4 Deus finalmente revelou-Se a esses seres
magníficos da Índia antiga que persistiram firmemente nessas investigações
internas.
4. “(...) porque eis que o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21).
Devoção e atividade correta atraem a atenção de Deus
Dessa maneira, os santos começaram, gradualmente, a transformar a
concepção de Deus na percepção Dele. Isto é o que você também precisa fazer,
se pretende conhecê-Lo. Você não persiste o bastante em suas orações.
Primeiro você precisa ter uma ideia correta de Deus — um conceito definido, por
meio do qual possa estabelecer uma relação com Ele — e, então, precisa
meditar 5 e orar até que essa concepção mental se transforme em realização.
Então você O conhecerá. Se persistir, o Senhor virá. O Caçador de Corações
quer apenas o seu amor sincero. Ele é como uma criança: alguém pode Lhe
oferecer toda a sua fortuna e Ele não a quer; um outro clama: “Ó Senhor, eu Te
amo!” e para o coração desse devoto Ele virá correndo.
5. Meditação é a forma especial de concentração em que o emprego de técnicas científicas de
Yoga faz com que cesse a inquietude, característica do estado de consciência do corpo, ficando
a atenção livre para focalizar-se firmemente em Deus. Meditação é o fluxo concentrado da
atenção e da consciência dirigido à comunhão e à união com Deus.
Não procure Deus com segundas intenções, mas reze a Ele com devoção —
devoção incondicional, exclusiva, imperturbável. Quando seu amor a Ele for tão
grande quanto o seu apego ao corpo mortal, Ele virá a você.
Na busca de Deus, a atividade tem seu lugar — logo após a devoção. Há quem
diga: “Deus é Poder; logo, vamos agir com poder.” Quando você for assíduo na
prática do bem, com o Senhor sempre ocupando o primeiro plano em sua mente,
você O perceberá desse modo. Porém, mesmo ao fazer o bem, pode-se agir
correta ou incorretamente. Um sacerdote zeloso que traz para sua congregação
um número crescente de pessoas somente para satisfazer seu próprio ego não
agradará a Deus com essa conduta. Perceber a presença do Morador Divino
deveria ser o primeiro desejo de todos os corações.
Quando, de maneira persistente e altruísta, você executar todas as ações com
pensamentos inspirados pelo amor de Deus, Ele virá a você. Então você
compreenderá que é o Oceano da Vida que se tornou a pequena onda da
existência individual. Essa é a maneira de conhecer o Senhor pela atividade.
Quando, em cada ato, você pensar Nele antes, durante e depois de agir, Ele Se
revelará a você. Você precisa trabalhar, mas deixe que Deus trabalhe por seu
intermédio; essa é a melhor parte da devoção. Se pensar constantemente que
Ele está caminhando por meio de seus pés, trabalhando por meio de suas mãos,
realizando as coisas por meio de sua vontade, você O conhecerá. É preciso
também desenvolver o discernimento, dando preferência a atividades
espiritualmente construtivas, com a consciência em Deus, em vez de trabalhos
executados sem pensar Nele.
A meditação é a mais elevada forma de atividade
Maior, porém, que a atividade, a devoção ou o raciocínio, é a meditação. Meditar
de verdade significa concentrar-se apenas no Espírito. Esta, a meditação
esotérica, é a mais elevada forma de atividade que o homem pode desenvolver
e o caminho mais equilibrado para encontrar Deus. Se você trabalhar o tempo
todo, viverá de maneira mecânica e perderá o contato com Deus, preocupando-
se com seus deveres; e se O procurar somente com o pensamento analítico,
poderá perdê-Lo nos labirintos do raciocínio interminável; se cultivar apenas a
devoção a Deus, seu desenvolvimento poderá tornar-se meramente emocional.
A meditação, entretanto, combina e equilibra todos esses caminhos.
Trabalhe, coma, caminhe, ria, chore, medite — só para Ele. É a melhor maneira
de viver. Se assim proceder, você será verdadeiramente feliz — servindo-O,
amando-O, comungando com Ele. Enquanto permitir que os desejos e as
fraquezas do corpo físico controlem seus pensamentos e ações, você não O
encontrará. Seja sempre o senhor de seu corpo. Ao sentar-se na igreja ou no
templo, talvez sinta um pouco de devoção e um certo discernimento, mas isso
não basta. Se quiser realmente perceber a presença de Deus, a atividade
esotérica da meditação é necessária.
Talvez você pense que, após duas horas de meditação, eu estaria morto de
tédio. Não, eu não poderia achar neste mundo nada que fosse mais inebriante
do que esse meu Deus. Quando bebo desse vinho envelhecido de minha alma,
um céu de felicidade pulsa em meu coração. A alegria divina se encontra em
todos. A luz do sol brilha igualmente sobre o carvão e o diamante, mas é o
diamante que reflete a luz. Da mesma forma, são as mentes transparentes que
conhecem e refletem o Espírito.
Portanto, na atividade esotérica da meditação você tem a solução para o mistério
que envolve o conhecimento de Deus. Não o censuro pelo que você faz, mas
pelo que deixa de fazer. Você pensa que não tem tempo para Deus. Suponha
que o Senhor esteja muito ocupado para cuidar de você! Que acontecerá então?
Liberte sua mente da miragem dos sentidos e do hábito. Por que deixar-se iludir
assim? Estou lhe indicando um mundo mais belo do que qualquer coisa aqui.
Estou lhe falando de uma felicidade que o embriagará noite e dia — você não
precisará das tentações dos sentidos para se divertir. Discipline o corpo e a
mente. Controle os sentidos. Encontre Deus!
Costumo dizer que este corpo é uma central telefônica e os cinco sentidos são
os telefones. Por meio deles estou em contato com o mundo; mas quando não
desejo comunicar-me, desligo meus cinco sentidos e vivo na inefável alegria de
Deus. O Pai Celestial não quer que Seus filhos sofram mais. A ilusão sensória
em que você vive deve ser superada. Você deve conceber Deus como a
necessidade prioritária de sua vida. Quebre as algemas da limitação, dos hábitos
obscuros e da rotina diária, mecânica. Não condeno ninguém — só condeno a
descrença e o esquecimento de Deus pelo homem. A técnica de meditação
permite conhecê-Lo. Então, Ele vibrará como sabedoria em sua mente, alegria
em seu coração, e você será mais ativo e bem-sucedido do que nunca.
Queridos, já fui como vocês. Andei pela Terra procurando a verdade e a
felicidade, mas tudo que prometia alegria me deu sofrimento, e voltei-me então
para Deus. Cada um deve descobrir a própria divindade e conquistar para si
próprio o reino de Deus.
O Eu é seu salvador
Essas verdades profundas não se destinam a inspirá-lo por um breve momento,
mas devem ser assimiladas e postas em prática para seu maior proveito. Se ao
menos as pessoas soubessem o que é melhor para elas! Para quem se comporta
mal, o Eu é um inimigo. Ajude o Eu e Ele o salvará. Não há outro salvador além
do seu Eu. 6 Os grilhões da ignorância e dos maus hábitos o escravizam. Você
sofre porque teima em seguir os maus hábitos. Se ao menos pudesse imaginar
como seria sua vida um pouco mais adiante, para que o tempo, o precioso tempo
que lhe resta, não seja gasto infrutiferamente! Os hindus costumam dizer: “A
criança está ocupada com folguedos; o jovem, com sexo; e o adulto, com
preocupações. Quão poucos se ocupam com Deus!”
6. “Que o homem eleve o eu (ego) pelo próprio eu; que o eu não seja degradado por si próprio.
(...) Para aquele cujo eu (ego) foi vencido pelo Eu (alma), o Eu é amigo do eu; mas, em verdade,
o Eu comporta-se de maneira hostil, como inimigo, para com o eu que não esteja subjugado”
(Bhagavad Gita VI:5-6).
Expulse a esperança ilusória de que a felicidade virá de aquisições mundanas.
Prosperidade não é tudo, “boa vida” não basta. Você quer ser eternamente feliz.
Apodere-se de Deus dentro de você e saiba que o Eu é a Divindade. Você deve
ser capaz de responder, sem hesitar, à suprema indagação de sua inteligência:
“De onde vim?”
Deus e imortalidade não são mitos. O mais grave insulto ao Eu dentro de você é
morrer acreditando ser uma criatura mortal. Até quando se permitirá — você,
filho de Deus — ser ceifado, indefeso, pela foice da morte porque nunca tentou,
durante a vida, vencer maya, 7 a ignorância?
7. Ilusão cósmica; “a medidora”. Maya é, na criação, o poder mágico que apresenta, visivelmente,
limitações e divisões no Imensurável e Indivisível. No plano e jogo (lila) de Deus, a única função
desse poder ilusório é lançar um véu de ignorância sobre o homem, a fim de desviar sua
percepção do Espírito para a matéria, da Realidade para a irrealidade.
A razão dá ao homem o poder de buscar Deus
Deus existe. Ao ser humano Ele conferiu independência, poder e razão. Por ser
dotado de razão, o homem pode encontrar o Senhor. Passar todo o tempo
apenas brincando com a vida, sem encontrar Deus, é desperdiçar o poder
interior, divinamente concedido.
Use a chave da razão. Ela não se encontra nas pedras e nos animais. Deus
concedeu o raciocínio ao homem para que ele pudesse libertar-se da ilusão da
mortalidade. Se permitir à sua razão ser esmagada pelo ego e pelos maus
hábitos, de que lhe valerá isso? Se as pessoas se curvarem diante da sua
vontade, de que lhe valerá isso? A felicidade ainda se esquivará de você. Por
isso Jesus escolheu Deus, e não Satã, quando o demônio procurava tentá-lo.
Jesus compreendeu que, embora o poder mundano tenha muitos atrativos, não
dura muito. Jesus encontrara algo maior do que todas as riquezas deste
universo. As coisas desejadas pela maioria dos homens são perecíveis. Mas
Deus nunca abandonará Jesus. Ele está, até hoje, deleitando-se com o reino
divino onipresente. Todos nós deveríamos escolher a vida que conduz a Deus.
Você está castigando a alma ao mantê-la sepultada, adormecida na matéria,
vida após vida, apavorada com os pesadelos de sofrimento e morte. Perceba
que você é a alma! Lembre-se de que o Senhor Infinito é o Sentimento por trás
do seu sentimento, a Vontade por trás da sua vontade, o Poder por trás do seu
poder, a Sabedoria por trás da sua sabedoria. Una, em perfeito equilíbrio, o
sentimento do coração e a razão da mente. No castelo da tranquilidade,
desprenda-se repetidamente da identificação com os títulos terrenos, e mergulhe
na meditação profunda até atingir sua nobreza divina.
Olhe para dentro de você mesmo. Lembre-se: o Infinito está em toda parte.
Mergulhando nas profundezas da superconsciência, 8 você pode acelerar sua
mente pela eternidade afora; pelo poder mental, você pode ir longe, além da
mais longínqua estrela. A lanterna da mente está plenamente equipada para
lançar seus raios superconscientes no mais recôndito coração da Verdade. Use-
a para isso.
8. Consciência da alma, que é intuitiva e conhece tudo. A mente superconsciente é, assim, a
faculdade onisciente da alma. Ver também olho espiritual no glossário.)
Lembre-se: é você quem deve viajar para o reino dos céus; ele não virá por
remessa especial. Cada homem tem de trilhar sozinho o seu próprio caminho. A
partir de hoje, do fundo de seu coração, tome a decisão de buscar Deus. Quando
muitos devotos tomarem o rumo para Ele, surgirão então os “Estados Unidos do
Mundo”, 9 com Deus e o Seu amor como Diretor e Guia dos homens.
9. Como os estados da nação norte-americana mantêm, cada um, a sua independência e,
todavia, estão unidos por ideais e objetivos comuns, assim também, se o reino de Deus deve
descer à Terra, os diversos países do mundo devem unir-se em um vínculo de fraternidade e
compreensão harmoniosa.
Quero dar mais do que a inspiração temporária das palavras; quero atirar
granadas de sabedoria diretamente em sua escuridão espiritual, de modo que a
explosão de luz permita a você mesmo verificar a verdade do que afirmei.
As duas vias: atividade e meditação
Em resumo, existem basicamente, duas vias de acesso à realização divina: a
externa e a interna ou transcendental. A via externa consiste em atividade
correta, amando e servindo à humanidade com a consciência centrada em Deus;
a via transcendental é a da profunda meditação esotérica. Pelo caminho
transcendental, você compreende tudo aquilo que você não é, e descobre Aquilo
que você é: “Eu não sou a respiração; não sou o corpo, nem ossos, nem carne.
Eu não sou a mente, nem o sentimento. Eu sou Aquilo que está além da
respiração, do corpo, da mente e do sentimento.” Quando você transcende a
consciência deste mundo, sabendo que não é o corpo nem a mente, e, ainda
assim, estando mais consciente do que nunca de que existe — é essa
consciência divina o que você é. Você é Aquilo em que tudo no universo está
enraizado.
Por que não investiga o que está por trás da escuridão quando fecha os olhos?
Esse é o local a ser explorado. “E a luz brilha nas trevas; e as trevas não a
compreenderam.” 10 Luzes imensas e forças cósmicas movem-se ali.
10. João 1:5.
Céus plenos de eterna bem-aventurança se abrirão
Samadhi 11 é uma experiência de júbilo, uma luz esplêndida, na qual se
contemplam incontáveis mundos flutuando num vasto leito de alegria e bem-
aventurança. Livre-se da ignorância espiritual que o faz pensar que esta vida
mortal é real. Tenha você mesmo essas belas experiências no eterno samadhi,
em Deus. Auroras de luz, céus repletos de eterna bem-aventurança se abrirão
para você.
11. Êxtase espiritual; o estado de união com Deus, experimentado como o objetivo último da
meditação.
Todos os grandes mestres afirmam que dentro deste corpo está a alma imortal,
uma centelha Daquilo que tudo sustenta. Quem conhece sua alma, conhece esta
verdade: “Estou além de todas as coisas finitas; agora vejo que o Espírito,
sozinho no espaço, com a Sua alegria sempre renovada, expressou-Se como o
vasto corpo da natureza. Eu sou as estrelas, sou as ondas, sou a Vida de tudo;
sou o riso dentro de todos os corações, sou o sorriso na face das flores e em
cada alma. Eu sou a Sabedoria e o Poder que sustentam toda a criação.”
Perceba isso! Minhas palavras podem continuar vibrando dentro de você; mas,
se continuar dormindo na ilusão, não saberá. Se despertar, perceberá que a
verdade a que me referi está sempre pulsando em sua alma. Medite. Aprenda
esta lição de liberdade. Não espere mais. Não vim aqui para entretê-lo com
festividades mundanas, 12 mas para despertar sua adormecida lembrança de
imortalidade. Você não sabe a angústia que sobrevém aos que permanecem na
ilusão. Eu sofro por você, e farei tudo para ajudá-lo a compreender que a
iluminação está dentro de você.
12. Como parte do seu esforço para promover um entendimento maior entre as culturas do
Oriente e do Ocidente, Paramahansa Yogananda ocasionalmente organizava reuniões informais
na sede internacional da Self-Realization Fellowship. Ele se refere, aqui, a um “banquete indo-
americano” que se realizou depois desta palestra.
Liberte-se para sempre!
2
A Universalidade da Yoga
Yoga é um sistema de métodos científicos para reunir a alma ao Espírito. Viemos
de Deus e precisamos ascender novamente a Ele. Aparentemente nos
separamos de nosso Pai e precisamos nos unir de novo a Ele de maneira
consciente. A Yoga nos ensina a elevarmo-nos acima do engano da separação
e a percebermos nossa unidade com Deus. O poeta Milton escreveu a respeito
da alma do homem e de como ela poderia recuperar o paraíso. Esse é o
propósito e a meta da Yoga: recuperar o paraíso perdido da consciência da alma,
por meio da qual o homem sabe que é, e sempre foi, uno com o Espírito.
As várias religiões do mundo baseiam-se mais ou menos nas crenças dos
homens. Porém, a verdadeira base da religião deveria ser uma ciência que todos
os devotos pudessem aplicar a fim de alcançar nosso Pai único — Deus. A Yoga
é essa ciência. A prática de uma ciência da religião é imperativa. Diferentes
“ismos” dogmáticos têm mantido dividida a humanidade, apesar de Jesus ter
afirmado: “E, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode
subsistir”. 1 A unidade das várias religiões só poderá se concretizar quando seus
praticantes tornarem-se realmente conscientes de Deus dentro de si mesmos.
Teremos, então, uma verdadeira fraternidade dos homens sob a Paternidade de
Deus.
1. Marcos 3:25.
Todas as grandes religiões do mundo pregam a necessidade de encontrar Deus
e de fraternidade entre os homens, e todas têm um código de ética, tal como os
Dez Mandamentos. Que fator, então, cria as diferenças entre elas? É o fanatismo
na mente dos homens. Não é pela concentração em dogmas que poderemos
alcançar Deus, e sim pelo verdadeiro conhecimento da alma. Quando
perceberem as verdades universais subjacentes às várias religiões, não haverá
mais conflitos a respeito de dogmas. Para mim, não existem judeus, cristãos ou
hindus; todos são meus irmãos. Eu presto adoração em qualquer templo, pois
todos foram construídos em honra de meu Pai.
Deveríamos começar a construir a unidade mundial com a ideia lançada pela
Self-Realization Fellowship: uma “Igreja de Todas as Religiões”; não ecletismo,
mas respeito por todas as religiões, como caminhos diversos para Deus.
Templos assim, dedicados ao Deus único, adorado por todas as religiões,
deverão ser construídos em toda parte. Eu predigo que isso acontecerá. Oriente
e Ocidente devem destruir para sempre todas as limitadoras divisões nas casas
de Deus. Atingindo a Autorrealização por meio da Yoga, os homens virão a saber
que são todos filhos do mesmo Pai.
Um cego não pode guiar outro cego
Essa unidade de espírito é demonstrada pelos grandes homens, os que têm a
realização divina. Um cego não pode guiar outro cego; só um mestre, 2 alguém
que conhece Deus, pode corretamente ensinar os outros a respeito Dele. Para
recuperar a própria divindade, deve-se ter um mestre ou guru. 3 Quem segue
fielmente um verdadeiro guru torna-se igual a ele, pois o guru ajuda o discípulo
a elevar-se a seu próprio nível de realização. Quando encontrei meu guru, Swami
Sri Yukteswarji, 4 decidi seguir seu exemplo: colocar somente Deus sobre o altar
de meu coração e partilhá-Lo com os demais.
2. Mestre de si mesmo — da mente, emoções, sentidos, paixões. Suas ações, não toldadas por
motivos egoístas, estão em consonância com a vontade de Deus; ele sabe que está unido a
Deus, não porque imagina, mas por ter experiência real da Onipresença Divina.
3. Mestre espiritual. O Guru Gita (17-19) define, apropriadamente, o guru como “dissipador da
escuridão” (de gu, “trevas”, e ru, “o que dissipa”). Por direito divino, o título de guru só é conferido
a almas excelsas que, por sua Autorrealização e unidade com Deus, se qualificam para conduzir
outras, da escuridão da ignorância para a luz perpétua da Verdade.
4. Em Autobiografia de um Iogue, Paramahansa Yogananda descreve o convívio com seu divino
guru, a quem chamou de Jnanavatar, “Encarnação da Sabedoria”. O termo ji, acrescentado ao
fim de um nome próprio ou de um título, é tratamento de respeito.
Os mestres hindus ensinaram que, para adquirir o conhecimento mais profundo,
é preciso focalizar a mirada no olho espiritual onisciente. Quando firmemente
concentrado, mesmo quem não é iogue franze a testa no ponto entre as
sobrancelhas — o centro da concentração e do olho espiritual esférico, sede da
intuição da alma. Essa é a verdadeira “bola de cristal”, que o iogue mira para
aprender os segredos do universo. Os que se aprofundarem o suficiente em sua
concentração penetrarão nesse “terceiro” olho e verão a Deus. Portanto, os
buscadores da verdade devem desenvolver a capacidade de projetar a
percepção através do olho espiritual. A prática da Yoga ajuda o aspirante a abrir
o olho único da consciência intuitiva. 5
5. Durante a meditação profunda, o olho único ou espiritual torna-se visível como uma estrela
brilhante circundada por uma esfera de luz azul que, por sua vez, tem ao redor um fúlgido halo
de luz dourada. Esse olho onisciente recebe diferentes denominações nas escrituras: terceiro
olho, estrela do Oriente, olho interno, a pomba descendo do céu, olho de Shiva e olho da intuição.
“De sorte que, se o teu olho for único, todo o teu corpo terá luz” (Mateus 6:22).
A intuição ou conhecimento direto não depende de dados provenientes dos
sentidos. É por isso que a faculdade intuitiva costuma ser denominada de “sexto
sentido”. Todos possuem sexto sentido, mas a maioria não o desenvolve. Mesmo
assim, quase todos já tiveram alguma experiência intuitiva, talvez um
“pressentimento” de que determinado fato iria ocorrer, sem nenhuma evidência
sensória que o indicasse.
É importante desenvolver a intuição ou o conhecimento direto da alma, porque
quem tem consciência de Deus está seguro de si mesmo. Ele sabe, e sabe que
sabe. Devemos estar certos da presença de Deus, tão certos como estamos de
que conhecemos o sabor da laranja. Só depois que meu guru me ensinou a
comungar com Deus e só depois que eu senti a presença Dele todos os dias,
assumi a responsabilidade espiritual de falar de Deus aos outros.
O Ocidente deu ênfase a grandes templos de culto, mas são poucos os que
mostram como Deus pode ser encontrado. No Oriente, deu-se ênfase ao
desenvolvimento de homens de realização divina, mas eles são, em muitos
casos, inacessíveis aos buscadores espirituais, permanecendo reclusos, em
retiros longínquos e solitários. Centros espirituais onde as pessoas possam
comungar com Deus e instrutores que possam mostrar-lhes como fazê-lo são
igualmente necessários. Como pode alguém receber o conhecimento de Deus
de um instrutor que não O conhece? Meu guru incutiu em mim a necessidade de
conhecer o Pai Celestial antes de tentar falar aos outros sobre Ele. Como sou
agradecido por esse treinamento! Ele realmente comungava com Deus.
O Senhor deve ser percebido, primeiro, no templo do próprio corpo. Todo
buscador deve, diariamente, disciplinar seus pensamentos e depositar sobre o
altar da alma as flores silvestres da devoção. Quem encontrar Deus dentro de si
mesmo será capaz de sentir a presença divina em toda igreja ou templo em que
entrar.
A Yoga converte a teologia em experiência prática
A Yoga capacita o homem a perceber a verdade em todas as religiões. Os Dez
Mandamentos são pregados, com palavras diferentes, nas várias religiões. Os
dois maiores mandamentos, porém, são aqueles que Jesus enfatizou: “Amarás
o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua
mente,” e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. 6
6. Mateus 22:37, 39. Os ensinamentos de Krishna, no Bhagavad Gita, ressaltam de maneira
similar esses dois mandamentos: “Fixa em Mim [o Senhor] tua mente, sê Meu devoto. Em
incessante adoração, curva-te reverentemente diante de Mim. Tendo-te unido a Mim, desse
modo, como tua Meta Suprema, tu serás Meu” (IX: 34); e: “O melhor tipo de iogue é o que sente
pelos outros, no prazer ou na dor, do mesmo modo que sente por si mesmo” (VI: 32).
Amar a Deus “de toda a tua mente” significa retirar dos sentidos a atenção e
colocá-la em Deus; dar a Ele concentração total durante a meditação. Todo
buscador de Deus deve aprender a concentrar-se. Uma prece pronunciada
enquanto se pensa em outras coisas no fundo da mente não é uma prece sincera
e não é atendida por Deus. A Yoga ensina que, para encontrar o Pai, é
necessário, primeiro, buscá-Lo com toda a mente, com concentração focalizada.
Há quem diga que os hindus adaptam-se melhor à prática da Yoga e que esta
não serve para os ocidentais. Não é verdade. Muitos ocidentais estão hoje em
melhor situação para praticar Yoga do que muitos hindus, porque o progresso
científico deu mais tempo livre aos primeiros. A Índia deveria utilizar cada vez
mais os métodos materiais progressistas do Ocidente para facilitar a vida e torná-
la mais livre, e o Ocidente deveria receber da Índia os métodos metafísicos
práticos da Yoga, pelos quais todo homem pode achar o caminho a Deus. Yoga
não é uma seita, mas uma ciência universalmente aplicável, por cujo intermédio
podemos encontrar nosso Pai.
A Yoga é para todos, ocidentais e orientais. Ninguém diria que o telefone não
serve para o Oriente só porque foi inventado no Ocidente. Também os métodos
da Yoga, embora desenvolvidos no Oriente, não são exclusividade deste, e sim
úteis a toda a humanidade.
Nasça um homem na Índia ou na América, um dia terá que morrer. Por que não
aprender a “morrer todos os dias” em Deus, como São Paulo? 7 A Yoga ensina
o método. O homem vive no corpo como um prisioneiro: esgotado seu prazo,
sofre a indignidade de ser despejado. Amar o corpo é, portanto, a mesma coisa
que amar a prisão. Há muito tempo acostumados a viver no corpo, esquecemos
o que significa a verdadeira liberdade. Ser ocidental não é desculpa para não
buscar a liberdade. É vital para todo homem a descoberta de sua alma e o
conhecimento de sua natureza imortal. A Yoga mostra o caminho.
7. I Coríntios 15:31.
A alma deve reascender a Deus
Antes que a criação existisse, havia a Consciência Cósmica: o Espírito ou Deus,
como Absoluto, a Bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente,
sempre-nova, além da forma e da manifestação. Quando a criação surgiu, a
Consciência Cósmica “desceu” para o universo físico, onde Se manifesta como
Consciência Crística: 8 o reflexo puro e onipresente da inteligência e da
consciência de Deus, inerente a toda a criação e nela oculto. Quando a
Consciência Crística desce para o corpo físico do homem, torna-se alma ou
superconsciência: a bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente e
sempre-nova de Deus, individualizada por encerrar-se no corpo. Identificando-
se com o corpo, a alma se manifesta como ego ou consciência mortal. A Yoga
ensina que a alma deve tornar a subir, pela escada da consciência, de volta ao
Espírito. 9
8. As escrituras hindus referem-se à Consciência Crística como Kutastha Chaitanya, consciência
universal ou inteligência onipresente.
9. A Yoga ensina que a morada da alma — da vida e da consciência divina do homem — situa-
se nos centros espirituais sutis do cérebro: Sahasrara, o lótus de mil pétalas, no topo do cérebro,
sede da consciência cósmica; Kutastha, no ponto entre as sobrancelhas, sede da consciência
crística; e o centro que se localiza no bulbo raquiano (ligado por polaridade ao Kutastha), sede
da superconsciência. Descendo para o corpo (e para a consciência física), a partir dos centros
de mais alta percepção espiritual, a vida e a consciência fluem para baixo, ao longo da coluna
vertebral, passam pelos cinco centros espinhais astrais (ver chakras no glossário) e se distribuem
exteriormente pelos órgãos físicos vitais, pelos órgãos de percepção sensorial e pelos órgãos de
ação.
Para reconquistar a percepção beatífica de sua unidade com Deus, a alma humana deve inverter
o curso descencional, subindo pela rota sagrada da coluna até seu lar, nos centros mais elevados
de percepção divina, no cérebro. Isso se consegue praticando-se as técnicas científicas de
meditação da Yoga transmitidas por um guru, como as que se aprendem nas Lições da Self-
Realization Fellowship. (Ver glossário.)
O segredo da felicidade é a consciência da presença de Deus
Gozar a vida está bem; o segredo da felicidade consiste em não apegar-se a
nada. Deleite-se com o perfume da flor, mas veja Deus por trás desse perfume.
Eu mantive a consciência dos sentidos somente para que, ao usá-los, sempre
pudesse perceber Deus e pensar Nele. “Meus olhos foram feitos para contemplar
Tua beleza em toda parte. Meus ouvidos foram feitos para ouvir Tua voz
onipresente.” Isso é Yoga, união com Deus. Não é necessário embrenhar-se na
floresta para encontrá-Lo. Hábitos mundanos nos prenderão com firmeza onde
quer que estejamos, até nos livrarmos deles. O iogue aprende a encontrar Deus
na gruta de seu coração. Aonde quer que vá, ele leva em seu íntimo a
consciência beatífica da presença de Deus.
O homem não só desceu à consciência mortal dos sentidos, mas também se
amarrou às anomalias dessa consciência sensorial, como a cobiça, a raiva e o
ciúme. Para encontrar Deus, o homem precisa eliminar isso. Tanto orientais
quanto ocidentais devem livrar-se da escravidão aos sentidos. O homem comum
pode irritar-se porque não lhe serviram o café da manhã e, para ele, tal privação
certamente causará dor de cabeça. Ele é escravo de seus hábitos. O iogue
desenvolvido é livre.
Qualquer um pode ser iogue, no exato lugar em que se encontra agora.
Entretanto, inclinamo-nos a julgar esquisito e difícil tudo que está além do
horizonte de nossos próprios hábitos de vida. Não levamos em consideração
como nossos hábitos são vistos pelos outros!
A prática da Yoga conduz à liberdade. Alguns iogues levam a extremos a ideia
de desapego. Ensinam que a pessoa deve ser capaz de deitar-se sem
desconforto em uma cama de pregos e a submeter-se a outras formas de
tapasya, disciplina física. É verdade que quem é capaz de sentar-se em cama
de pregos e pensar em Deus demonstra grande força mental. Mas essas proezas
não são necessárias. Pode-se perfeitamente sentar em uma cadeira confortável
e meditar em Deus.
Patânjali 10 ensina que qualquer posição em que a coluna se mantenha reta é
boa para a meditação, concentração iogue em Deus. Não é preciso fazer
contorções físicas ou praticar exercícios que exijam resistência física e
flexibilidade extraordinárias, como advoga a Hatha Yoga. Deus é o objetivo;
devemos trabalhar para obter a consciência de Sua presença. Diz o Bhagavad
Gita: “Aquele que em Mim se absorve com devoção, com a alma imersa em Mim,
entre todos os tipos de iogues, a ele considero como o mais equilibrado.” 11
10. O principal expositor da Yoga. A época de Patânjali é desconhecida, embora muitos eruditos
lhe atribuam o século 2 a.C.
11. VI:47.
Iogues hindus são famosos por demonstrarem insensibilidade aos extremos de
calor e frio, a mosquitos e outros insetos irritantes. Essa demonstração não
constitui requisito para ser um iogue, mas é uma conquista natural do adepto.
Procure eliminar elementos perturbadores ou suportá-los, se necessário, sem se
deixar perturbar internamente por eles. Se podemos permanecer limpos, não faz
sentido ficarmos sujos. É possível apegar-se à existência em um barraco, tanto
quanto apegar-se à vida em um palácio.
O principal fator para a obtenção do êxito espiritual é a disposição. Jesus disse:
“A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros”. 12 As pessoas mundanas
buscam as dádivas de Deus, mas o sábio busca o próprio Doador.
12. Mateus 9:37.
Ser iogue é meditar. Assim que acorda de manhã, o iogue não pensa primeiro
em alimentar o corpo; ele nutre a alma com a ambrosia da comunhão com Deus.
Saciado com a inspiração que sua mente encontrou, ao mergulhar
profundamente na meditação, ele está apto para cumprir com êxito todos os
deveres do dia.
Deus fez esta terra como é, de propósito; em Seu plano, o papel do homem
consiste em tornar o mundo melhor. O ocidental tende a ir ao extremo de manter-
se constantemente ocupado, procurando renovar e incrementar seu conforto
material. O oriental vai ao extremo de contentar-se com o que tem. Existem
aspectos atraentes no espírito empreendedor do Ocidente e no espírito
despreocupado e calmo do Oriente. Deveríamos optar pelo equilibrado caminho
do meio.
A meditação faz o iogue
Para encontrar Deus, o homem deve meditar todos os dias, de manhã e à noite,
e sempre que houver pequenos momentos de folga durante o dia. Além disso, é
importante meditar por seis horas uma vez por semana. Não é exorbitante;
algumas pessoas praticam piano toda semana, dez horas por dia, e não acham
absurdo. Para tornar-se um mestre espiritual, é necessário reservar mais tempo
a Deus. Temos de mostrar-Lhe que O amamos acima de tudo. Quando você
tornar-se experiente em meditação, sendo capaz de aprofundar-se na
superconsciência, cinco horas de sono serão suficientes. O resto da noite deverá
ser utilizado para meditar. Noites, madrugadas e feriados podem ser
aproveitados para meditar em Deus. Desse modo, qualquer um pode ser iogue,
mesmo o atarefado ocidental. Torne-se um iogue ocidental. Não precisa usar um
turbante nem ter o cabelo comprido como eu!
Precisamos das “colmeias” das igrejas, mas necessitamos também encher as
igrejas com o “mel” da nossa Autorrealização. 13 Deus também está presente nas
igrejas, é claro, mas a simples ida a uma delas não O convencerá a revelar-Se.
Frequentar a igreja é bom, mas a meditação diária é ainda melhor. Faça as duas,
porque certamente sua ida à igreja lhe trará inspiração, enquanto a meditação
diária trará elevação ainda maior. Quando o coração do devoto se incendeia e
ele lança granadas de oração, uma após outra, Deus Se rende. Essa devoção
incessante é essencial para encontrá-Lo. Para ser iogue e ainda manter-se no
ritmo do mundo moderno, é necessário meditar em casa, disciplinar-se e cumprir
todos os deveres com a atitude de estar servindo a Deus.
13. Conhecimento do Eu como alma, e que essa alma está unida a Deus.
Meu maior desejo é construir templos de Deus nas almas humanas; ver o sorriso
Dele na face das pessoas. A mais importante de todas as realizações da vida é
estabelecer um templo de Deus na própria alma. E é facílimo. É por isso que a
Self-Realization Fellowship foi enviada ao Ocidente.
Qualquer um que estabeleça Deus no templo de sua alma é um iogue. Ele pode
afirmar, como eu, que a Yoga serve para o norte, o sul o leste e o oeste — para
todas as pessoas, a fim de que elas possam seguir os caminhos secundários da
teologia até ingressarem na via preferencial da Yoga. A estrada certa conduz ao
palácio da bem-aventurança de Deus. Quem lá chegou, “não mais sairá”. 14
14. Apocalipse 3:12.
3
A Natureza Infinita de Deus
As escrituras hindus afirmam que Deus está além da compreensão da mente e
do intelecto. Apesar de poderosos, o alcance da mente e do intelecto é
insuficiente para abranger a totalidade de Deus. Assim, a mente humana é
incapaz de chegar a uma concepção real de Deus. A questão “Quem fez Deus?”
só é formulada porque a mente não pode compreender Aquilo que não tem
princípio nem fim.
Quando se olha para o Sol, a milhões de quilômetros de distância no céu, aquela
enorme estrela parece muitíssimo menor que a Terra. Contudo, o diâmetro da
Terra é de aproximadamente 12.700 quilômetros; o do Sol é mais de cem vezes
maior. Se fosse possível colocar nosso planeta ao lado do Sol, a Terra pareceria,
comparativamente, um pequeno ponto. Suponhamos que o imenso globo solar
esteja se expandindo, tornando-se cada vez maior, até que sua massa ocupe
inteiramente a vasta extensão azul do firmamento. O espaço assim ocupado não
passa, entretanto, de uma partícula, um simples ponto do espaço que se estende
para além dos inumeráveis universos, até o infinito. Mesmo que o Sol
continuasse a expandir-se interminavelmente, ainda assim não comportaria a
extensão do infinito. A ilusão cósmica da finitude impede a mente de conceber
semelhante vastidão. Onde estão seus limites? Como surgiu esse vácuo sem
fim? O Imensurável Sem Origem é Deus. Onipresente nos mais longínquos
recantos do espaço, Ele está nas estrelas distantes, em você e em mim, sempre
consciente de todos os lugares em que está.
Deus não é mente — Ele a criou e está além dela. Do contrário, poderíamos
concebê-Lo racionalmente. Podemos acertadamente denominá-Lo Consciência
Divina, Alegria Divina, Existência Divina; mente, nunca.
Embora a mente seja incapaz de englobar a Onipresença, ela pode sentir Deus.
Sentir Sua presença e medi-la são duas experiências diferentes. A onda não
consegue medir o tamanho do oceano, mas há um ponto de contato entre
ambos. Assim, onde o Infinito torna-se finito existe um ponto de contato: a mente
superconsciente Essa mente pode sentir Deus. Quando expandimos a mente
comum, a ponto de entrar na mente superconsciente, somos capazes de sentir
a presença de Deus.
Descemos do Infinito para o finito
Descemos do Infinito para o finito. Yoga é retirar a atenção das coisas externas
para focalizá-la na fonte interna da Verdade. Só desse modo podemos descobrir
como Deus condensou Sua consciência nas inúmeras formas finitas das
criaturas e dos universos habitados. O corpo humano é a mais complexa de
todas as criações de Deus. Uma única célula original — união do
espermatozoide com o óvulo — divide-se e, pela multiplicação deste processo,
acumula trilhões de células ao seu redor, criando o templo corporal que abriga a
consciência divina de nossa alma.
Você não pode imaginar quanta energia encerra até mesmo um simples grama
de carne. Sua liberação projetaria incontáveis elétrons pelo espaço afora. 1 O
poder e a extensão da consciência residente no corpo estão além da
compreensão humana. Embora externamente sejamos feitos de carne, ocultas
sob as células grosseiras estão correntes elétricas, correntes vitais. E por trás
dessas energias sutis estão os pensamentos e as percepções.
1. O poder avassalador da liberação da energia nuclear foi demonstrado pela primeira vez, sob
condições controladas, poucos anos depois desta palestra, quando a primeira bomba atômica
explodiu sobre Alamogordo, Novo México, em 16 de julho de 1945.
O pensamento é inesgotável. Desde o princípio do mundo, pensamentos em
quantidades inimagináveis cruzaram o éter. Não se pode nem começar a contá-
los, mas é possível ter alguma ideia se você refletir sobre o número de
pensamentos e sentimentos que você expressa no decorrer da vida. Milhões!
Procure lembrar-se de tudo o que pensou em apenas um ano ou até em um dia.
Considere o acúmulo dos pensamentos de todos os seres humanos, desde eras
imemoriais. Deus conhece todos eles!
A mente nem sequer pode medir os fenômenos sutis da natureza. Quantos
elétrons agitam-se na eletricidade que traz luz às lâmpadas desta capela?
Trilhões, dançando juntos, formam a luz que vocês veem. Essas partículas
ultramicroscópicas movem-se a uma velocidade equivalente a viajar daqui a
Nova Iorque, ou a qualquer outra parte do mundo, em poucos segundos.
Experiências científicas estão provando isso.
Na tentativa de calcular quantos prótons e elétrons estão condensados em nosso
planeta, a mente só consegue ir até certo ponto. O que se revela à mente
inquiridora parece infinito, mas há um ponto além do qual as ideias ficam
demasiado sutis para serem seguidas. Dessa esfera em que o raciocínio não
pode penetrar, Deus emite Sua Luz essencial — a Vibração Cósmica Inteligente
que estrutura a criação finita.
A verdadeira natureza de Deus só é conhecida pela intuição
Pelo uso correto da mente, é possível compreender como Deus está além dela
e do intelecto, e como Sua verdadeira natureza só pode ser sentida pelo poder
intuitivo da alma. Temos de encontrar a consciência de Deus por meio da mente
superconsciente — o núcleo da mente e da inteligência. A natureza infinita de
Deus revela-se ao homem por meio da superconsciência intuitiva da alma. A
alegria sentida na meditação revela a presença da Alegria Eterna espalhada por
toda a criação. A luz vista na meditação é a luz astral, 2 da qual a criação tangível
é feita. Contemplando essa luz, sente-se unidade com todas as coisas.
2. Tudo o que existe no plano material tem seu equivalente feito de luz astral, uma luz mais sutil
que as energias eletromagnéticas do átomo. As escrituras hindus dão a essa energia o nome de
prana, que Paramahansa Yogananda traduziu por “vitátrons” (lifetrons).
A pessoa comum vive no mundo, mas tem pouquíssima consciência de sua
natureza e finalidade. Uma vida assim, de percepção tão limitada, não difere
muito da que levam os animais. Tínhamos aqui, em Mount Washington, uma
cabra que era invariavelmente atraída por minha voz. Certo dia, enquanto eu
falava nesta capela, a cabra entrou, trotando pelo corredor, e veio diretamente a
mim! Tenho certeza de que não entendia o que eu estava dizendo; simplesmente
gostava de ouvir minha voz. Mas vocês vêm a estas palestras não apenas para
ouvir as palavras, mas também para sentir presença de Deus por detrás. Se
sintonizarem suas consciências com a de Deus, permanecendo nessa
correnteza de bem-aventurança, sentirão a unidade com Ele. Qualquer
conhecimento que eu possa ter foi obtido pela sintonia com a consciência de
Deus dentro de mim. Vocês também podem fazer o mesmo.
À medida que alguém se desenvolve espiritualmente e percebe seu parentesco
com tudo o que vive, aumenta sua responsabilidade em compartilhar o
sofrimento dos outros. Jesus, para partilhar das aflições alheias, dispôs-se até a
sofrer; nós também temos de fazer o que pudermos pelos que estão tremendo
de frio e de enfermidade. Eles vivem um pesadelo e, sejam quais forem as dores
que deles pudermos eliminar, estaremos eliminando-as de Deus também. Ele
não está feliz quando Seus filhos sofrem, porque Ele padece neles.
Neste momento, a maioria de vocês está gozando de beleza e paz, mas pensem
naqueles que estão hoje em Louisville! Milhares sofrem lá, por causa das
enchentes. Certa vez, faz muito tempo, eu pensava na maravilha que é este país,
sem as calamidades que afligem os outros; então Deus me mostrou as
enchentes que estão ocorrendo agora. As vibrações dos pensamentos 3 e
sentimentos de milhares de pessoas sendo mortas na guerra civil da Espanha
têm causado mudanças atmosféricas responsáveis por essas enchentes e por
outros desastres em todo o mundo. A guerra vomita vibrações maléficas que
tiram o equilíbrio e a harmonia da natureza, assim provocando catástrofes
“naturais”.
3. O poder do pensamento, para o bem ou para o mal, deriva da essência-pensamento do
universo. Ao manifestar a criação, Deus projeta-a, primeiro, como padrões de pensamento, as
formas mais refinadas da vibração criadora, que se condensam em formas de luz astral e, a
seguir, em estruturas atómicas mais densas. Remova-se o pensamento primordial de Deus e a
criação se dissolve. Os pensamentos do homem são um empréstimo microcósmico do poder
mental de Deus, tendo assim a capacidade, mesmo quando não desenvolvidos, de afetar
significativamente a própria saúde, felicidade e êxito, e, quando fortemente reforçados por
pensamentos idênticos de outras pessoas, de afetar o mundo em que vivem. Os padrões de
pensamento implantados por Deus na criação são assim afetados, harmoniosamente ou não,
pelos pensamentos da humanidade. (Ver karma no glossário.)
Deus deu liberdade ao homem, que dela abusou; eis a causa de todo o
sofrimento. O mau uso do livre-arbítrio dado por Deus gera terríveis
consequências. Eu preferiria que alguém me avisasse que estou a ponto de
cometer um erro, em vez de deixar-me agir — e eu só acordar muito tempo
depois para o mal que pratiquei.
Satã criou a ignorância, causa de todo sofrimento
Portanto, o sofrimento não é obra de Deus, mas do poder satânico de maya, a
ilusão. Essa força cria a ignorância, que torna as pessoas cegas às
consequências de suas ações, levando-as ao erro e, assim, causando
sofrimento a si mesmas. Os que estão lutando na Espanha — tanto as forças do
governo quanto seus oponentes — pensam que estão agindo certo. O único
meio de evitar o erro é desenvolver a sabedoria discriminativa para determinar o
que é errado e, então, decidir não fazê-lo. Um errado lutando contra outro errado
não produz um certo. O verdadeiro inimigo do homem é a ignorância. Ela deve
ser expulsa deste mundo.
Temos hoje no mundo tudo o que é necessário para dar início à idade de ouro.
Só o egoísmo do homem a torna impossível. Tremendo sofrimento
desnecessário é criado pelo interesse egoísta e míope do homem. Dinheiro que
poderia alimentar e vestir pessoas carentes é, em vez disso, usado para destruir.
A causa primeira dos males do mundo é esse egoísmo nascido da ignorância.
Cada pessoa pensa estar agindo certo; mas, quando procura satisfazer apenas
seu próprio interesse, ativa a lei cármica 4 de causa e efeito que destruirá,
inevitavelmente, sua felicidade e a dos outros.
4. Karma é a lei de ação e reação. O que o homem semeia com seu comportamento, colherá na
mesma medida, nesta vida ou nas subsequentes. (Ver glossário.)
Quanto mais vejo as tragédias do mundo causadas pela ignorância humana,
mais compreendo que a felicidade não seria duradoura, mesmo que todas as
ruas fossem pavimentadas com ouro. A felicidade está em fazer os outros felizes,
em abandonar interesses egoístas para dar alegria aos demais. Se cada um
fizesse isso, todos seriam felizes e ninguém ficaria desamparado. Foi isso que
Jesus quis dizer: “Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o
também vós a eles”. 5
5. Mateus 7:12.
É necessária uma federação de todas as religiões e de todas as nações. Mas
essa união somente virá quando cada indivíduo empenhar-se na meditação, que
leva ao contato direto com Deus. Comungar com Deus é a solução. Alcançada
a realização divina, o homem não sente mais que os outros são diferentes dele.
Enquanto essa sabedoria não for atingida, não apenas por alguns, mas por todos
os homens, não haverá liberdade na Terra. Mesmo aqui nos Estados Unidos, a
liberdade não é total; ainda há bastante sofrimento. Cada um de nós tem o dever
de trazer paz e felicidade à nossa pátria e a todos os homens. Cada um deveria
importar-se não apenas com sua própria nação, mas com todos os países; não
só com sua própria família, mas com toda a humanidade. Os interesses do
homem comum limitam-se a si mesmo e ao que o cerca, mas o homem de Deus
identifica-se com o mundo inteiro. Não pense que é pequena a contribuição feita
por sua consciência espiritualizada. Sua parte pode significar muito.
Para conhecer Deus, você tem de tornar-se semelhante a Ele. Apesar de nossas
transgressões, apesar de havermos esquecido Deus e sermos tão indiferentes
a Ele, ainda assim o Senhor, amorosamente, nos dá a vida e tudo o que a
sustenta neste mundo. Nada é maior que Deus; indiferença a Ele é o maior dos
pecados.
Quem não está disposto a renunciar a tudo o que possui para encontrar Deus
não O conhecerá. Quem pretende conhecer Deus deve ser capaz de abandonar
tudo o mais por Ele. Jesus procurava fazer seus discípulos compreenderem esta
verdade ao pedir que vigiassem e orassem com ele em Getsêmane. Mas quando
adormeceram, ele comentou com tristeza: “Na verdade, o espírito está pronto,
mas a carne é fraca” 6
6. Mateus 26:41.
O homem é como um fantoche. Os cordéis de seus hábitos, emoções, paixões
e sentidos comandam a dança. Amarram sua alma. Quem não quer ou não pode
cortar os cordéis para conhecer Deus, não O encontrará. Eu me vejo livre desses
apegos. Às vezes como, às vezes não como; às vezes durmo, às vezes não
durmo. Renunciei a todas as necessidades físicas para provar a mim mesmo
que não preciso delas. Deus não come nem dorme; não está preso a sentidos e
hábitos. É isso que O torna Deus; e nós somos feitos à Sua imagem. Precisamos
ser capazes de renunciar a tudo para conhecê-Lo: “Buscai antes o reino de Deus,
e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. 7 Apesar de todos os testes por
que passei por Sua causa, Deus me deu, no fim, tudo o que eu queria ou
necessitava neste mundo. E tenho devolvido tudo, porque Ele me concedeu uma
dádiva infinitamente maior: a Alegria Divina, dia e noite. Nessa Alegria, todos os
desejos que entram em meu coração são satisfeitos.
7. Lucas 12:31.
A meditação dissipa o nevoeiro da ignorância
No Bhagavad Gita, redigido pelo sábio Vyasa, o Senhor Krishna explica que,
quando a sabedoria inata é encoberta pela ignorância, você se deixa iludir e,
portanto, anda aos tropeços pela vida: “A ação tamásica [ignorante] é aquela que
se deflagra por meio da ilusão, sem avaliar-se da capacidade da pessoa e
desconsiderando-se as consequências: perdas, pela própria pessoa, de saúde,
riqueza e influência; e prejuízo aos outros”. 8 Quando o nevoeiro da ignorância
for dissipado pela meditação, você verá o caminho certo. Não terá mais
problemas; encontrará a satisfação eterna: “Verdadeiramente, nada mais neste
mundo é tão santificador quanto a sabedoria. No devido tempo, o devoto que
tem êxito na yoga [meditação] perceberá isso espontaneamente, em seu próprio
eu.” 9
8. XVIII:25.
9. Ib. IV:38.
Todas essas verdades são reais para mim. Verdade é Realidade. A
Autorrealização não é algo que se aprende em livros; alcança-se apenas pela
experiência pessoal. O que toda religião deveria dar a seus seguidores é a
percepção da Verdade, a experiência de Deus — e não meros dogmas. O que
Jesus Cristo percebeu, nós também devemos experimentar. Ele não ensinou
que deveríamos adorá-lo como uma personalidade, mas sim experimentar o que
ele vivenciou em sua união com Deus. Isso só pode ser alcançado pela
meditação e pela obediência às leis de Deus. Adorar a Jesus porque é Jesus
não basta. Temos de abraçar os ideais universais que pregou e lutar para sermos
iguais a ele.
Estamos aqui na Terra, nesta forma corporal específica, só por pouco tempo,
para aprender nossas lições e partir. Para onde vamos agora? Pense em
quantas páginas já foram viradas no romance da criação, esse sonho do Senhor!
Quando visitei Salt Lake City, tive a visão de um grande oceano e de mamutes
caminhando na praia. Mais tarde, soube que o esqueleto de um antigo mamute
fora encontrado ali pouco tempo antes.
Como seres humanos, temos o poder dado por Deus para eliminar todo hábito e
limitação e para expandir nossa consciência por toda a criação, penetrando não
só nos corações de todas as criaturas, mas indo muito além das estrelas. Nossa
vastidão inata estende-se a espaços ainda mais amplos. Possibilidades
tremendas dormem dentro de nós! Somos infinitos! Eu vivo nessa esfera de
infinitude e estou consciente do corpo só de vez em quando.
Você agora está limitado; quando, porém, pela meditação diária e profunda,
puder transferir sua consciência do finito para o Infinito, será livre. Você não se
destina a ser prisioneiro do corpo. Você é filho de Deus e deve viver à altura
dessa herança divina.
Dê a Deus o primeiro lugar em seu coração
Onde estiver sua mente, ali você passará o tempo. Que aconteceria se Deus não
lhe tivesse dado a capacidade de ler, trabalhar ou divertir-se? Não poderia fazer
nada. Por isso, dê prioridade a Ele em sua vida. Deus sabe o que há em seu
coração; ali, dê a Ele o primeiro lugar.
A única maneira de conquistar Deus é por amor. Medite Nele e depois ore
profundamente: “Senhor, não posso viver sem Ti. És o Poder por trás de minha
consciência. Eu Te amo. Revela-Te a mim.” Quando deixar de dormir para
meditar Nele, quando abandonar o egoísmo e chorar por vê-Lo sofrendo em seus
irmãos, Ele virá a você. Quando realmente se sacrificar por Ele, o Senhor será
apanhado na rede do seu amor. Nada mais pode capturá-Lo.
O conhecimento prepara o caminho para o amor. Você não pode amar o que
não conhece. O conhecimento de Deus deve, portanto, preceder o amor a Ele.
Esse conhecimento surge com a prática da Kriya Yoga, 10 a técnica ensinada por
Lahiri Mahasaya. Quando conhecer Deus, você O amará e, amando-O, entregar-
se-á a Ele.
10. Kriya Yoga significa união (yoga) com o Infinito por meio de certa ação ou rito (kriya).
Especificamente, é uma técnica de meditação pela qual se alcança a união divina. Lahiri
Mahasaya, guru do guru de Paramahansa Yogananda, desempenhou um papel-chave na
reativação da antiga ciência de Kriya Yoga, nesta era. (Ver Autobiografia de um Iogue, capítulo
26.)
Não descanse enquanto a devoção e a percepção que você tem de Deus não
forem perfeitas; não se entregue ao sono quando deveria estar meditando.
Nunca dê preferência a nada antes de Deus! Não existe maior amor que o Dele.
Enquanto der prioridade a outras coisas, Ele esperará. Mas sua demora pode
ser muito longa e seu sofrimento, grande. Não adie. Tenha certeza, na
sinceridade de sua consciência, de que fez todo o esforço para comungar com
Ele. Não descanse, não desista enquanto não O vir com seus próprios olhos, ou
não O sentir em seu coração. Nascimento, diversão, casamento, filhos, velhice
— e a vida acabou. Isso não é viver! Eu descobri que a vida é muito mais
profunda e maravilhosa que isso. Quando se conhece Deus, não existe mais
tristeza. Todos os que você amou e perdeu com a morte estarão de novo ao seu
lado, na Vida Eterna. Você não saberá mais a quem considerar “seu”, porque
todos lhe pertencerão.
A beleza de Deus é imensa. Apreciar as flores por seu encanto é bom, mas é
melhor ver a face de Deus por trás da pureza e da graça que têm. Enlevar-se
com a música por amor à música não se compara a nela ouvir a Voz criadora de
Deus. Embora Deus seja imanente nas belezas finitas da criação, a sabedoria
consiste em perceber o eterno Ser, além da forma e da finitude. Vocês sabem
como aprecio os jardins de nossos ashrams de Mount Washington e de
Encinitas. 11 Nunca me canso de sua beleza. Porém o Senhor me concedeu,
recentemente, uma experiência de alerta. Vi, internamente, pessoas sentadas,
conversando. Uma delas propôs alguma atividade, mas outra disse: “Não,
Paramahansaji ensinou que não devemos fazer isso”. Subitamente compreendi
que era uma cena de anos vindouros, quando eu não mais estaria aqui, neste
corpo. Por um momento fiquei abalado; então regressei à consciência comum.
11. Ashram é um eremitério espiritual; muitas vezes, um mosteiro. O Ashram de Mount
Washington é a sede internacional da Self-Realization Fellowship (Yogoda Satsanga Society of
India), em Los Angeles. O Ashram de Encinitas, Califórnia, é um centro filiado à Self-Realization
Fellowship.
Não vale a pena apegar-se a coisa alguma neste mundo. No drama cósmico do
Senhor, muitas coisas vão e vêm. Vejo tantas coisas que ainda acontecerão,
aeroportos destruídos, o mar coalhado de mortos etc. Em meu coração, vejo um
mundo sem mim. Deus dará essa liberdade, finalmente, a toda alma.
Um grande santo disse: “Pouco me importa onde eu esteja, Senhor, mas não me
castigues com o esquecimento de Ti”. Não há punição maior. Jesus disse:
“Melhor é para ti entrares na vida mutilado” 12 Todo sofrimento pode ser eliminado
pelo contato com Deus.
12. Marcos 9:43. Isto é, mutilado de todos os desejos e hábitos que impedem o homem de pensar
em Deus.
Desperte do pesadelo do sofrimento
Em um sonho você pode se ver correndo pela rua, perseguido por um inimigo.
De repente, um tiro o alcança e você pensa: “Oh, que terrível! Estou morrendo!
Lamento ter de deixar este mundo.” Então você se vê morto. O agente funerário
crema seu corpo e seus amigos vêm se lamentar, enquanto as cinzas são
enterradas. Mas de repente você acorda e vê que foi apenas um sonho. Você
está vivo! Isso se parece com o que acontece na hora da morte.
Deus mostrou-me em uma visão que os que estão morrendo na guerra da
Espanha estão apenas tendo um terrível sonho de morte. Assim que a
consciência se eleva acima do corpo, eles acordam, como se saíssem de um
pesadelo, felizes por estarem livres. Todas as nossas experiências da vida são
parte de um sonho. O próprio homem criou o pesadelo da guerra. Entretanto,
depois que suas vítimas são expelidas do corpo, elas compreendem que foi só
um sonho horrível do qual já despertaram. Sabem que não estão mortas. Esta é
uma grande verdade metafísica.
Quando você sabe que está sonhando, não sofre com as más experiências do
sonho. Se, porém, está identificado com o sonho e, nele, alguém golpeia sua
cabeça e o mata, a morte no sonho parece uma experiência verdadeira e terrível,
até você acordar e compreender que não foi real. É o mesmo que acontece
depois da morte. Uma vez fora do corpo, você compreende que não está morto;
está livre de um pesadelo. Portanto, a morte não é o fim; é a libertação da
consciência de estar aprisionado no corpo físico de sonho. Essa alforria traz uma
sensação de grande liberdade. Nunca deveríamos procurar a morte. Ao
contrário, devemos preparar nossa consciência, por meio da meditação e da
comunhão com Deus, de modo que, quando a morte chegar, a seu devido tempo,
estejamos aptos a encará-la como um sonho, nada mais. Sempre que quero,
vejo a natureza onírica da vida e da morte. Por isso dou pouca importância ao
corpo.
Em união com Deus, saiba que a vida é um sonho
Viva na consciência do Espírito, na unidade com Deus em que você sabe que a
vida é um sonho. É muito fácil, se você se esforçar. Quando o sofrimento chega,
é mais difícil desligar a consciência da identificação com o corpo; portanto, seja
sábio e faça o esforço agora, enquanto tem força e saúde.
Desejos materiais tiram o desejo pelo Infinito. Quase todos os dias, alguém me
diz que preciso disso ou daquilo. Parece-me ridículo, porque sei que milhares de
pessoas não têm o que me dizem que eu “preciso”. Se milhares não precisam,
por que eu deveria precisar? A única necessidade real é Deus; não há outra
necessidade. Não se apegue a bens, música, livros, alimento ou qualquer outro
prazer sensório. Em Deus você tem a vida eterna. Conscientize-se desta grande
verdade; do contrário, seus compromissos na vida assumirão o comando e você
morrerá ainda escravizado por eles. Se estabeleceu sua unidade com Ele, não
será forçado a voltar a esta terra de sonho. Estará livre para ir e vir, quando
quiser, 13 para servir a Deus em Seus filhos no mundo.
13. A doutrina da reencarnação oferece a única explicação plausível para as aparentes injustiças
nas desigualdades entre os homens — todos filhos amados de Deus. A alma, toda perfeita e
sempre perfeita, é compelida, pela lei da evolução, a encarnar repetidamente, em vidas
progressivamente mais elevadas — retardando-se por más ações e desejos, e acelerando-se
por esforços espirituais — até atingir a Autorrealização e a união com Deus. Transcendida, então,
a ilusão do Senhor, a alma está livre para sempre. “Com os pensamentos mergulhados Naquele
(o Espírito), com as almas unificadas com o Espírito, com a devoção e a fidelidade dedicadas ao
Espírito, com os seres purificados da venenosa ilusão pelo antídoto da sabedoria, tais homens
alcançam o estado de não-retorno” (Bhagavad Gita V:17). Na Bíblia, igualmente, está escrito: “A
quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde não mais sairá” (Apocalipse 3:12).
Uma alma que retorne à Terra após a libertação encarna-se por sua livre e espontânea vontade
como um mestre, para ajudar a libertar outros. Esses retornos voluntários denominam-se
vyutthana, regresso à vida terrena depois que maya deixou de cegar. Tais encarnações são raras
em qualquer época.
Se viver na alegria de Deus, não saberá o que é a morte. Você não alcança esse
estado quando reza mecanicamente. Absorva-se por inteiro em sua oração, com
a certeza de que Deus está ouvindo. Se orar a Deus desse modo, fervorosa e
amorosamente, Ele virá a você a qualquer momento.
4
Orações Atendidas
Vindos a este mundo sem sabermos de onde, naturalmente refletimos sobre a
origem e a finalidade da vida. Ouvimos falar de um Criador, lemos a Seu respeito,
mas não conhecemos nenhum meio de entrar em contato com Ele. Só sabemos
que o universo inteiro é o retrato de Sua inteligência. Assim como o intricado
mecanismo de um pequeno relógio desperta a nossa admiração pelo relojoeiro,
assim como as máquinas enormes e complexas de uma fábrica nos fazem
admirar o seu inventor, também a visão dos prodígios da natureza provoca em
nós o respeito reverente pela inteligência neles oculta. Perguntamos: quem fez
da flor uma forma viva, que se ergue em direção ao Sol? De onde vem seu aroma
e beleza? Como foram suas pétalas modeladas com tanta perfeição e tingidas
com cores tão encantadoras?
À noite, as estrelas e a lua, derramando luz prateada ao nosso redor, fazem-nos
refletir sobre a inteligência que guia esses corpos celestes pelo firmamento. A
suave luz da lua é insuficiente para as atividades do dia; assim, uma inteligência
benigna sugere-nos o repouso à noite. A seguir, o Sol aparece e sua luz intensa
nos permite ver, clara e concretamente, o mundo à nossa volta e enfrentar a
nossa responsabilidade de satisfazer as necessidades mais prementes.
Há dois modos pelos quais nossas necessidades podem ser atendidas. Um é o
modo material. Por exemplo, quando estamos doentes podemos ir a um médico
em busca de tratamento. Mas chega uma hora em que nenhum auxílio humano
surte efeito. Aí buscamos a alternativa, o Poder Espiritual, Aquele que fez nosso
corpo, mente e alma. O poder material é limitado e, quando falha, recorremos ao
ilimitado Poder Divino. Analogamente, no que se refere às nossas necessidades
financeiras, quando já fizemos o melhor possível e ainda assim não foi suficiente,
voltamo-nos para esse outro Poder.
Todos pensam que seus problemas são os piores. Algumas pessoas se sentem
mais oprimidas do que outras, porque sua resistência é mais fraca. Por causa
das diferenças de poder mental, as pessoas empregam quantidades diferentes
de energia. Se alguém de mente fraca defronta-se com uma enorme dificuldade,
não conseguirá superar o problema. Um homem de mente poderosa quebraria
as barreiras da mesma dificuldade. Ainda assim, até os homens mais fortes às
vezes fracassam. Quando problemas materiais, mentais ou espirituais
insuportáveis nos acossam, percebemos como são limitados os poderes da vida
no mundo físico.
Nosso empenho deve ser não apenas adquirir segurança financeira e boa saúde,
mas procurar o significado da vida. A vida: de que se trata? Quando as
dificuldades nos atingem, reagimos primeiro a nosso ambiente, efetuando os
ajustes materiais que imaginamos possam surtir efeito. Quando, porém,
chegamos ao ponto de dizer: “Tudo o que tentei não deu certo; que fazer
agora?”, começamos a pensar seriamente em uma solução. Quando pensamos
com suficiente profundidade, encontramos uma resposta em nosso interior. Esta
é uma forma de oração atendida.
A oração é uma ordem da alma
A oração é uma ordem da alma. Deus não nos fez mendigos; criou-nos à imagem
Dele. A Bíblia e as escrituras hindus assim afirmam. Um mendigo que vai pedir
esmolas na casa de um homem rico recebe o que toca aos mendigos; mas o
filho pode ter, de seu abastado pai, tudo o que pedir. Portanto, não devemos nos
comportar como mendigos. Seres divinos como Cristo, Krishna e Buda não
mentiram quando disseram que fomos feitos à imagem de Deus.
Todavia, vemos que algumas pessoas têm tudo, como se tivessem nascido em
berço de ouro, enquanto outras parecem atrair o fracasso e as dificuldades.
Onde está a imagem de Deus nelas? O poder do Espírito está dentro de cada
um de nós; a questão é como desenvolvê-lo. Se você seguir as lições derivadas
de minhas experiências com Deus, inevitavelmente encontrará o resultado que
procura. É possível que, no passado, você tenha se desapontado pelo fato de
suas orações não terem sido atendidas. Mas não perca a fé. Para descobrir se
orações são ou não eficazes, você precisa ter na mente uma crença inicial no
poder da oração.
Suas orações podem ter ficado sem resposta porque você rezou como um
mendigo. Você deve saber, também, o que pode legitimamente pedir a seu Pai
Celestial. Você pode orar de todo o coração e com todo o seu poder para possuir
a Terra, mas sua oração não será concedida, porque todas as orações
relacionadas com a vida material são limitadas — têm de ser. Deus não vai violar
Suas leis para satisfazer desejos caprichosos. Mas há um modo correto de orar.
Diz-se que o gato tem sete vidas: as dificuldades têm setenta e sete! É preciso
encontrar o único jeito certo de matar o gato das dificuldades. O segredo da
oração eficaz é fazer o seu estado de mendigo passar a filho de Deus. Quando
você apelar para Ele com essa consciência, sua oração terá, ao mesmo tempo,
poder e sabedoria.
Na força de vontade está a semente do êxito
A maioria das pessoas fica extremamente nervosa ou tensa quando procura
conseguir algo que considera muito importante. Ações ansiosas e nervosas não
atraem o poder de Deus, mas o uso contínuo, calmo e poderoso da vontade
sacode as forças da criação e traz a resposta do Infinito. A semente do sucesso,
em tudo o que desejar realizar, está na força de vontade. A vontade que foi
severamente castigada pelas dificuldades fica temporariamente paralisada. O
homem resoluto que afirma: “Meu corpo pode ser destruído, mas minha cabeça
— minha força de vontade — permanecerá erguida”, demonstra a maior
expressão da vontade.
É a força de vontade que o torna divino. Ao desistir de usá-la, você se converte
em homem mortal. Muitas pessoas dizem que não devemos exercitar nossa
vontade para mudar as condições da vida, para que não ocorra de interferirmos
no plano de Deus. Por que, entretanto, Deus nos daria a vontade se não fosse
para que a usássemos? Encontrei, um dia, um fanático que dizia não ser a favor
de usar a força de vontade porque isto desenvolveria o ego. Eu respondi: “Você
está usando, agora mesmo, um bocado de vontade para se opor a mim! Você a
usa para falar e é obrigado a usar a vontade para permanecer de pé, ou
caminhar, ou comer, ou ir ao cinema, ou, até, para dormir. Tudo o que você faz
é porque tem vontade. Sem o poder da vontade, você seria um boneco
mecânico.” Quando Jesus disse: “Não segundo a minha vontade, mas segundo
a Tua vontade”, ele não quis dizer que não se usasse a vontade. Ele estava
demonstrando que o homem precisa aprender a curvar sua vontade, governada
pelos desejos, à vontade de Deus. Portanto, a oração correta, quando for
persistente, será vontade.
Você precisa acreditar na possibilidade daquilo por que está orando. Se alguém
deseja uma casa e a mente pensa: “Seu simplório, você não tem condições de
ter uma casa”, a pessoa precisa fortalecer sua vontade. Quando o “não posso”
desaparece de sua mente, poderes divinos vêm a você. Uma casa não lhe cairá
do céu; você precisa exercer ininterruptamente sua força de vontade mediante
ações construtivas. Quando perseverar, recusando-se a aceitar o fracasso, o
objeto de sua vontade terá de materializar-se. Quando você exercer
ininterruptamente essa vontade por meio de seus pensamentos e atividades,
aquilo que você desejar terá de acontecer. Mesmo que não haja no mundo nada
que corresponda ao seu desejo, quando a vontade persiste, o resultado almejado
se manifestará de alguma forma. É nessa espécie de vontade que está a
resposta de Deus, porque a vontade vem de Deus e a vontade persistente é a
vontade divina.
Cauterize os “não posso” em seu cérebro
Uma vontade fraca é uma vontade mortal. Assim que as provas e o fracasso a
desligam, ela perde a conexão com o gerador do Infinito. Entretanto, por trás da
vontade humana está a vontade divina, que jamais pode falhar. Nem a morte
tem o poder de inibir a vontade divina. Não há qualquer dúvida de que o Senhor
responderá à oração por trás da qual a força da vontade seja ininterrupta. A
maioria das pessoas tem preguiça mental ou física, ou ambas. Quando querem
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf
Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

ESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDA
ESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDAESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDA
ESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDARoberto Trindade
 
Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03
Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03
Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03Joary Jossué Carlesso
 
Administração e planejamento Sistema de Unidades
Administração e planejamento Sistema de UnidadesAdministração e planejamento Sistema de Unidades
Administração e planejamento Sistema de UnidadesAlberto Lázaro Souza Junior
 
Tadel a importância do discipulado um a um
Tadel a importância do discipulado um a umTadel a importância do discipulado um a um
Tadel a importância do discipulado um a umWágner Rocha Pereira
 
Lição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptx
Lição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptxLição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptx
Lição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptxCelso Napoleon
 
Esperando a volta de jesus
Esperando a volta de jesusEsperando a volta de jesus
Esperando a volta de jesusMárcio Martins
 
Mordomia Cristã na IASD - Apelo à unidade
Mordomia Cristã na IASD - Apelo à unidadeMordomia Cristã na IASD - Apelo à unidade
Mordomia Cristã na IASD - Apelo à unidadeC. Soares
 
02 principio-da-evangelizacao-discipuladora
02 principio-da-evangelizacao-discipuladora02 principio-da-evangelizacao-discipuladora
02 principio-da-evangelizacao-discipuladoraHerisson Gonçalves
 
Apostila para discipulado mda
Apostila para discipulado mdaApostila para discipulado mda
Apostila para discipulado mdaClaudia araujo
 

La actualidad más candente (20)

6 o poder do jejum
6   o poder do jejum6   o poder do jejum
6 o poder do jejum
 
ESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDA
ESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDAESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDA
ESTUDO BÍBLICO SOBRE LIDERANÇAS E MDA
 
Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03
Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03
Discipulado - EBO Bauru/SP - Palestra 03
 
Libertação na adoração
Libertação na adoraçãoLibertação na adoração
Libertação na adoração
 
Administração e planejamento Sistema de Unidades
Administração e planejamento Sistema de UnidadesAdministração e planejamento Sistema de Unidades
Administração e planejamento Sistema de Unidades
 
( Apometria) apometria em casa(1)
( Apometria)   apometria em casa(1)( Apometria)   apometria em casa(1)
( Apometria) apometria em casa(1)
 
Umbanda
UmbandaUmbanda
Umbanda
 
Tadel a importância do discipulado um a um
Tadel a importância do discipulado um a umTadel a importância do discipulado um a um
Tadel a importância do discipulado um a um
 
Lição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptx
Lição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptxLição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptx
Lição 7 – A Desconstrução da Feminilidade Bíblica.pptx
 
Tipos de sermões
Tipos de sermõesTipos de sermões
Tipos de sermões
 
Slides Lição 5, CPAD, A Dessacralização da Vida no Ventre Materno.pptx
Slides Lição 5, CPAD, A Dessacralização da Vida no Ventre Materno.pptxSlides Lição 5, CPAD, A Dessacralização da Vida no Ventre Materno.pptx
Slides Lição 5, CPAD, A Dessacralização da Vida no Ventre Materno.pptx
 
Slides Lição 1, CPAD, A Grande Comissão, Um Enfoque Etnocêntrico.pptx
Slides Lição 1, CPAD, A Grande Comissão, Um Enfoque Etnocêntrico.pptxSlides Lição 1, CPAD, A Grande Comissão, Um Enfoque Etnocêntrico.pptx
Slides Lição 1, CPAD, A Grande Comissão, Um Enfoque Etnocêntrico.pptx
 
Esperando a volta de jesus
Esperando a volta de jesusEsperando a volta de jesus
Esperando a volta de jesus
 
Mordomia Cristã na IASD - Apelo à unidade
Mordomia Cristã na IASD - Apelo à unidadeMordomia Cristã na IASD - Apelo à unidade
Mordomia Cristã na IASD - Apelo à unidade
 
07 (ok)mulher encurvada (libertação)
07  (ok)mulher encurvada (libertação)07  (ok)mulher encurvada (libertação)
07 (ok)mulher encurvada (libertação)
 
5 - o perigo de a igreja misturar-se com o mundo
5 - o perigo de a igreja misturar-se com o mundo5 - o perigo de a igreja misturar-se com o mundo
5 - o perigo de a igreja misturar-se com o mundo
 
Slides Licao 08, BETEL, O Mestre por excelencia que se fez Servo.pptx
Slides Licao 08, BETEL, O Mestre por excelencia que se fez Servo.pptxSlides Licao 08, BETEL, O Mestre por excelencia que se fez Servo.pptx
Slides Licao 08, BETEL, O Mestre por excelencia que se fez Servo.pptx
 
Jovens Adventistas E O Casamento
Jovens Adventistas E O CasamentoJovens Adventistas E O Casamento
Jovens Adventistas E O Casamento
 
02 principio-da-evangelizacao-discipuladora
02 principio-da-evangelizacao-discipuladora02 principio-da-evangelizacao-discipuladora
02 principio-da-evangelizacao-discipuladora
 
Apostila para discipulado mda
Apostila para discipulado mdaApostila para discipulado mda
Apostila para discipulado mda
 

Similar a Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf

Yogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdf
Yogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdfYogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdf
Yogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdfHubertoRohden2
 
Yogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdf
Yogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdfYogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdf
Yogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdfHubertoRohden2
 
O sermao-da-montanha-segundo-a-vedanta
O sermao-da-montanha-segundo-a-vedantaO sermao-da-montanha-segundo-a-vedanta
O sermao-da-montanha-segundo-a-vedantaSimone Pitta
 
Yogananda - Autobiografia de um Iogue.pdf
Yogananda - Autobiografia de um Iogue.pdfYogananda - Autobiografia de um Iogue.pdf
Yogananda - Autobiografia de um Iogue.pdfHubertoRohden2
 
Pensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vida
Pensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vidaPensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vida
Pensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vidaMautama
 
Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor. Dalai lama e Jeffrey ...
Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor.  Dalai lama e Jeffrey ...Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor.  Dalai lama e Jeffrey ...
Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor. Dalai lama e Jeffrey ...Pema Rinchen
 
Mouni Sadhu Dias de Grande Paz
Mouni Sadhu   Dias de Grande Paz  Mouni Sadhu   Dias de Grande Paz
Mouni Sadhu Dias de Grande Paz HubertoRohden1
 
João nunes maia miramez - filosofia espirita i
João nunes maia   miramez - filosofia espirita iJoão nunes maia   miramez - filosofia espirita i
João nunes maia miramez - filosofia espirita ihavatar
 
6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-i
6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-i6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-i
6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-iEWALDO DE SOUZA
 
Vocacional franciscano
Vocacional franciscanoVocacional franciscano
Vocacional franciscanoEdione Mercês
 
Felicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdf
Felicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdfFelicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdf
Felicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdfSandraRibeiro459400
 
Biografia srilahirimahasaya
Biografia srilahirimahasayaBiografia srilahirimahasaya
Biografia srilahirimahasayaLuciene Vieira
 
Masters’ reincarnation handbook journey of the soul
Masters’ reincarnation handbook journey of the soulMasters’ reincarnation handbook journey of the soul
Masters’ reincarnation handbook journey of the soulThelma Belmonte
 
EAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do CristãoEAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do CristãoPatiSousa1
 
Sutra coracao e comentarios dalai lama2
Sutra coracao e comentarios dalai lama2Sutra coracao e comentarios dalai lama2
Sutra coracao e comentarios dalai lama2Sandra Woo
 
ensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdf
ensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdfensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdf
ensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdfVIEIRA RESENDE
 
The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)
The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)
The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)Dada Bhagwan
 
A EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEY
A EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEYA EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEY
A EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEYmudancadevidaja
 
A ExperiêNcia De Charles Finney
A ExperiêNcia De Charles FinneyA ExperiêNcia De Charles Finney
A ExperiêNcia De Charles Finneymudancadevida
 
Hazrat inayat khan A Mensagem Sufi - II
Hazrat inayat khan   A Mensagem Sufi - IIHazrat inayat khan   A Mensagem Sufi - II
Hazrat inayat khan A Mensagem Sufi - IIHubertoRohden1
 

Similar a Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf (20)

Yogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdf
Yogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdfYogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdf
Yogananda - O Romance com Deus Vol 2.pdf
 
Yogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdf
Yogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdfYogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdf
Yogananda - Jornada para a Autorrealização Vol 3.pdf
 
O sermao-da-montanha-segundo-a-vedanta
O sermao-da-montanha-segundo-a-vedantaO sermao-da-montanha-segundo-a-vedanta
O sermao-da-montanha-segundo-a-vedanta
 
Yogananda - Autobiografia de um Iogue.pdf
Yogananda - Autobiografia de um Iogue.pdfYogananda - Autobiografia de um Iogue.pdf
Yogananda - Autobiografia de um Iogue.pdf
 
Pensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vida
Pensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vidaPensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vida
Pensenes espirituais vol I -Reflexões sobre o caminho, a verdade e a vida
 
Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor. Dalai lama e Jeffrey ...
Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor.  Dalai lama e Jeffrey ...Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor.  Dalai lama e Jeffrey ...
Conselhos Sobre a Morte: e como viver uma vida melhor. Dalai lama e Jeffrey ...
 
Mouni Sadhu Dias de Grande Paz
Mouni Sadhu   Dias de Grande Paz  Mouni Sadhu   Dias de Grande Paz
Mouni Sadhu Dias de Grande Paz
 
João nunes maia miramez - filosofia espirita i
João nunes maia   miramez - filosofia espirita iJoão nunes maia   miramez - filosofia espirita i
João nunes maia miramez - filosofia espirita i
 
6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-i
6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-i6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-i
6772159 joao-nunes-maia-espirito-miramez-filosofia-espirita-i
 
Vocacional franciscano
Vocacional franciscanoVocacional franciscano
Vocacional franciscano
 
Felicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdf
Felicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdfFelicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdf
Felicidade_genuina_Meditacao_c_B_Alan_Wa.pdf
 
Biografia srilahirimahasaya
Biografia srilahirimahasayaBiografia srilahirimahasaya
Biografia srilahirimahasaya
 
Masters’ reincarnation handbook journey of the soul
Masters’ reincarnation handbook journey of the soulMasters’ reincarnation handbook journey of the soul
Masters’ reincarnation handbook journey of the soul
 
EAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do CristãoEAE Os recursos do Cristão
EAE Os recursos do Cristão
 
Sutra coracao e comentarios dalai lama2
Sutra coracao e comentarios dalai lama2Sutra coracao e comentarios dalai lama2
Sutra coracao e comentarios dalai lama2
 
ensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdf
ensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdfensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdf
ensinamentos_extrafisicos_e_projetivos_wagner_borges.pdf
 
The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)
The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)
The Current Living Tirthankara Shree Simandhar Swami (In Portuguese)
 
A EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEY
A EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEYA EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEY
A EXPERIÊNCIA DE CHARLES FINNEY
 
A ExperiêNcia De Charles Finney
A ExperiêNcia De Charles FinneyA ExperiêNcia De Charles Finney
A ExperiêNcia De Charles Finney
 
Hazrat inayat khan A Mensagem Sufi - II
Hazrat inayat khan   A Mensagem Sufi - IIHazrat inayat khan   A Mensagem Sufi - II
Hazrat inayat khan A Mensagem Sufi - II
 

Más de HubertoRohden2

Osho - Guerra e Paz Interior.pdf
Osho - Guerra e Paz Interior.pdfOsho - Guerra e Paz Interior.pdf
Osho - Guerra e Paz Interior.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Nem Água Nem Lua.pdf
Osho - Nem Água Nem Lua.pdfOsho - Nem Água Nem Lua.pdf
Osho - Nem Água Nem Lua.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Vá Com Calma Volume 3.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 3.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 3.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 3.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Um Pássaro em Vôo.pdf
Osho - Um Pássaro em Vôo.pdfOsho - Um Pássaro em Vôo.pdf
Osho - Um Pássaro em Vôo.pdfHubertoRohden2
 
Osho - O Cipreste no Jardim.pdf
Osho - O Cipreste no Jardim.pdfOsho - O Cipreste no Jardim.pdf
Osho - O Cipreste no Jardim.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Vá Com Calma Volume 2.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 2.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 2.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 2.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdf
Osho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdfOsho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdf
Osho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Pepitas de Ouro.pdf
Osho - Pepitas de Ouro.pdfOsho - Pepitas de Ouro.pdf
Osho - Pepitas de Ouro.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdfOsho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Vá Com Calma.pdf
Osho - Vá Com Calma.pdfOsho - Vá Com Calma.pdf
Osho - Vá Com Calma.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdfOsho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdf
Osho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdfOsho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdf
Osho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdfOsho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Antes Que Você Morra.pdf
Osho - Antes Que Você Morra.pdfOsho - Antes Que Você Morra.pdf
Osho - Antes Que Você Morra.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdf
Osho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdfOsho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdf
Osho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdfOsho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdf
Osho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdfOsho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdf
Osho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Morte a Maior das Ilusões.pdf
Osho - Morte a Maior das Ilusões.pdfOsho - Morte a Maior das Ilusões.pdf
Osho - Morte a Maior das Ilusões.pdfHubertoRohden2
 
Osho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdfOsho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdfHubertoRohden2
 

Más de HubertoRohden2 (20)

Osho - Guerra e Paz Interior.pdf
Osho - Guerra e Paz Interior.pdfOsho - Guerra e Paz Interior.pdf
Osho - Guerra e Paz Interior.pdf
 
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 4.pdf
 
Osho - Nem Água Nem Lua.pdf
Osho - Nem Água Nem Lua.pdfOsho - Nem Água Nem Lua.pdf
Osho - Nem Água Nem Lua.pdf
 
Osho - Vá Com Calma Volume 3.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 3.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 3.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 3.pdf
 
Osho - Um Pássaro em Vôo.pdf
Osho - Um Pássaro em Vôo.pdfOsho - Um Pássaro em Vôo.pdf
Osho - Um Pássaro em Vôo.pdf
 
Osho - O Cipreste no Jardim.pdf
Osho - O Cipreste no Jardim.pdfOsho - O Cipreste no Jardim.pdf
Osho - O Cipreste no Jardim.pdf
 
Osho - Vá Com Calma Volume 2.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 2.pdfOsho - Vá Com Calma Volume 2.pdf
Osho - Vá Com Calma Volume 2.pdf
 
Osho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdf
Osho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdfOsho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdf
Osho - Religiosidade é Diferente de Religião.pdf
 
Osho - Pepitas de Ouro.pdf
Osho - Pepitas de Ouro.pdfOsho - Pepitas de Ouro.pdf
Osho - Pepitas de Ouro.pdf
 
Osho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdfOsho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Zen Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
 
Osho - Vá Com Calma.pdf
Osho - Vá Com Calma.pdfOsho - Vá Com Calma.pdf
Osho - Vá Com Calma.pdf
 
Osho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdfOsho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Tao - Sua História e Seus Ensinamentos.pdf
 
Osho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdf
Osho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdfOsho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdf
Osho - Meditação - A Arte do Êxtase.pdf
 
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdfOsho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
Osho - Dimensões Além do Conhecido.pdf
 
Osho - Antes Que Você Morra.pdf
Osho - Antes Que Você Morra.pdfOsho - Antes Que Você Morra.pdf
Osho - Antes Que Você Morra.pdf
 
Osho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdf
Osho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdfOsho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdf
Osho - Isto Isto Mil Vezes Isto.pdf
 
Osho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdfOsho - Psicologia do Esotérico.pdf
Osho - Psicologia do Esotérico.pdf
 
Osho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdf
Osho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdfOsho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdf
Osho - Êxtase a Linguagem Esquecida.pdf
 
Osho - Morte a Maior das Ilusões.pdf
Osho - Morte a Maior das Ilusões.pdfOsho - Morte a Maior das Ilusões.pdf
Osho - Morte a Maior das Ilusões.pdf
 
Osho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdfOsho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdf
Osho - Buda - Sua Vida e Seus Ensinamentos.pdf
 

Último

JOGRAL para o dia das MÃES igreja .pdf
JOGRAL  para o dia das MÃES igreja .pdfJOGRAL  para o dia das MÃES igreja .pdf
JOGRAL para o dia das MÃES igreja .pdfheloisatinho
 
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdfComentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdfRobertoLopes438472
 
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyoNovo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyothandreola
 
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTOA Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTOADALBERTO COELHO DA SILVA JR
 
Oração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo BrasileiroOração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo BrasileiroNilson Almeida
 
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptxLição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptxCelso Napoleon
 
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINALAntropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINALMiltonCesarAquino1
 
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptxBíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptxIgreja Jesus é o Verbo
 
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).pptAUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).pptVilmaDias11
 
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptxFORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptxodairmarques5
 
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiroO CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiroReflexesEvanglicaspo
 
Missões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo MissionárioMissões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo MissionárioComando Resgatai
 
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptxLição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptxCelso Napoleon
 
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdfTHIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdfthandreola
 

Último (14)

JOGRAL para o dia das MÃES igreja .pdf
JOGRAL  para o dia das MÃES igreja .pdfJOGRAL  para o dia das MÃES igreja .pdf
JOGRAL para o dia das MÃES igreja .pdf
 
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdfComentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
Comentários -João - Hernandes Dias Lopes.pdf
 
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyoNovo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
Novo dia de festa o verdadeiro amor tyejaytyo
 
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTOA Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
 
Oração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo BrasileiroOração Pelo Povo Brasileiro
Oração Pelo Povo Brasileiro
 
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptxLição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
Lição 7 - O Perigo da Murmuração - EBD.pptx
 
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINALAntropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
Antropologia Missionária 1.pptx O DESAFIO FINAL
 
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptxBíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
Bíblia Sagrada - Lamentações - slides powerpoint.pptx
 
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).pptAUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA  (1).ppt
AUTORA VILMA DIAS - MARIA ANTES DE SER MARIA (1).ppt
 
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptxFORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
FORMAÇÃO LITÚRGICA - MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS.pptx
 
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiroO CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
 
Missões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo MissionárioMissões News 04/2024 - Informativo Missionário
Missões News 04/2024 - Informativo Missionário
 
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptxLição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
Lição 6 - As nossas Armas Espirituais.pptx
 
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdfTHIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
THIAGO-meudiadefestaparaimpressão_thandreola_300324.pdf
 

Yogananda - A Eterna Busca do Homem Vol 1.pdf

  • 1. Paramahansa YOGANANDA A ETERNA BUSCA DO HOMEM Como perceber Deus na vida diária Volume I UNIVERSALISMO
  • 2.
  • 3.
  • 4. Dedicado pela Self-Realization Fellowship à nossa amada presidente SRI DAYA MATA cuja fiel devoção demonstrada ao registrar as palavras de seu guru para a posteridade preservou para nós e para as eras vindouras a sabedoria libertadora e o amor divino de Paramahansa Yogananda
  • 5. O Legado Espiritual de Paramahansa Yogananda Todos os seus escritos, conferências e palestras informais Paramahansa Yogananda fundou a Self-Realization Fellowship em 1920, para disseminar seus ensinamentos em escala mundial e preservar-lhes a pureza e a integridade para futuras gerações. Conferencista e escritor prolífico, desde seus primeiros anos nos Estados Unidos ele produziu um compêndio reputado e volumoso sobre a ciência da meditação iogue, a arte da vida equilibrada e a unidade fundamental de todas as grandes religiões. Hoje, esse legado espiritual, único e extenso, mantém-se vivo, inspirando milhões de buscadores da verdade no mundo inteiro. De acordo com os desejos expressos do grande mestre, a Self-Realization Fellowship tem dado prosseguimento à permanente tarefa de divulgar e manter sempre publicadas “As Obras Completas de Paramahansa Yogananda”, que incluem não apenas as edições finais de todos os livros que ele publicou em vida, mas também muitos novos títulos que permaneciam inéditos na época de seu falecimento, em 1952, ou que durante anos foram publicados em série, mas de forma incompleta, na revista da Self-Realization Fellowship, e ainda centenas de conferências e palestras informais profundamente inspiradoras, que foram gravadas, mas não impressas, antes de sua morte. Paramahansa Yogananda pessoalmente escolheu e instruiu seus discípulos imediatos que dirigem o Conselho de Publicações da Self-Realization Fellowship e lhes deu diretrizes específicas para a preparação e publicação de seus ensinamentos. Os membros do Conselho de Publicações da SRF (monges e monjas que fizeram votos vitalícios de renúncia e serviço altruísta) zelam por essas diretrizes como um patrimônio sagrado, a fim de que a mensagem universal desse bem-amado instrutor de todo o mundo se mantenha viva com a força e a autenticidade originais. O emblema da Self-Realization Fellowship (mostrado na página anterior) foi criado por Paramahansa Yogananda para identificar a sociedade sem fins lucrativos que ele fundou como a fonte autorizada de seus ensinamentos. O nome e o emblema da SRF aparecem em todas as publicações e gravações da Self-Realization Fellowship, garantindo ao leitor que o trabalho vem da
  • 6. organização fundada por Paramahansa Yogananda e transmite seus ensinamentos do modo como ele próprio idealizou. SELF-REALIZATION FELLOWSHIP
  • 7. Sumário Prefácio, de Sri Daya Mata Introdução 1 — Como os Buscadores Encontraram Deus pela Primeira Vez 2 — A Universalidade da Yoga 3 — A Natureza Infinita de Deus 4 — Orações Atendidas 5 — Fazer da Religião uma Ciência 6 — Compreender a Irrealidade da Matéria 7 — A Maior Aventura do Homem 8 — Autoanálise: Chave para Dominar a Vida 9 — A Cura pelo Poder Ilimitado de Deus 10 — Eliminar do Rádio Mental a Estática do Medo 11 — Nervosismo — Causa e Cura 12 — Recompensas Físicas e Espirituais do Jejum 13 — Autorrealização: Critério da Religião 14 — O Desejo Que Satisfaz Todos os Desejos 15 — Toda a Felicidade Está em Deus 16 — Como Se Tornar uma Pessoa Mais Querida 17 — Desenvolver a Personalidade 18 — A Divina Arte de Fazer Amigos 19 — A Verdadeira Experiência do Êxtase Espiritual 20 — Três Caminhos para a Consciência Cósmica 21 — Seja um Milionário de Sorrisos 22 — Senhor, Possui-nos com Teu Amor
  • 8. 23 — Controlar Seu Destino no Ano Novo 24 — Como Enganar a Tentação 25 — Curar o Alcoolismo Mental 26 — Vencer o Mau Humor 27 — A Reencarnação Pode Ser Provada Cientificamente 28 — Reencarnação: Viagem da Alma para a Perfeição 29 — Reencarnará Jesus Outra Vez? 30 — A Natureza Onírica do Mundo 31 — A Natureza de Deus na Mãe e no Pai 32 — Observar a Criação com Olhos Abertos 33 — O Homem Invisível 34 — O Que São Fantasmas? 35 — Jesus: um Cristo do Oriente e do Ocidente 36 — Cristo e Krishna: Avatares da Verdade Única 37 — Uma Visão de Cristo e Krishna 38 — Os Dez Mandamentos: As Regras Eternas da Felicidade 39 — Como Ler o Caráter 40 — Como Ser Feliz à Vontade 41 — Passos para a Consciência Crística Universal 42 — Equilíbrio Mental em um Mundo Mutável 43 — A Vida Equilibrada: Cura de Anomalias Mentais 44 — Aumentar o Poder de Iniciativa 45 — Quem Fez Deus? 46 — O Elo Perdido Entre a Consciência e a Matéria 47 — Deus É Pai ou Mãe? 48 — A Arte de Desenvolver a Memória 49 — A Eterna Busca do Homem 50 — A Arte de Viver 51 — Hábito — Seu Senhor ou Escravo?
  • 9. 52 — Criar e Destruir Hábitos à Vontade 53 — Desenvolver a Vontade Dinâmica 54 — Busque Deus Agora! 55 — Por Que Perder Tempo? Deus É a Alegria Que Você Procura 56 — Deus Como Luz e Alegria 57 — Encontrei Deus? 58 — O Objetivo da Vida É Encontrar Deus Deus! Deus! Deus! (poema) Paramahansa Yogananda: um iogue na vida e na morte Objetivos e Ideais da Self-Realization Fellowship Glossário
  • 10. Prefácio Sri Daya Mata (1914-2010) Terceira presidente e líder espiritual da Self-Realization Fellowship/Yogoda Satsanga Society of India QUANDO VI PARAMAHANSA YOGANANDA PELA PRIMEIRA VEZ, ele falava a um público enlevado e numeroso, em Salt Lake City. Foi em 1931. De pé, no fundo do auditório lotado, quedei-me, alheia a tudo que ocorria a meu redor, arrebatada pelo conferencista e suas palavras. Todo o meu ser estava imerso na sabedoria e no amor divino que jorravam em torrentes para minha alma e me inundavam o coração e a mente. Só pude pensar: “Esse homem ama a Deus como eu sempre desejei amá-Lo. Ele conhece Deus. A ele, eu seguirei.” E o fiz a partir daquele momento. Sentindo o poder transfigurador de suas palavras em minha própria vida, nasceu em mim, naqueles primeiros dias em companhia de Paramahansaji, o sentimento da urgente necessidade de preservar sua mensagem para o mundo e para todos os tempos. Tornou-se um privilégio para mim, sagrado e jubiloso, durante os muitos anos em que permaneci ao seu lado, anotar conferências e aulas, além de muitas conversas informais e palavras de aconselhamento pessoal — em verdade, um tesouro imenso de extraordinária sabedoria e amor por Deus. Enquanto Gurudeva falava, a corrente de sua inspiração refletia-se, frequentemente, na rapidez de seu discurso; podia falar durante minutos, sem uma pausa, e continuar por uma hora. Enquanto as pessoas ouviam, fascinadas, minha caneta voava! Ao tomar nota de suas palavras, eu sentia como se uma graça especial descesse, convertendo, instantaneamente, a voz do Guru em sinais taquigráficos sobre o papel. A transcrição desses caracteres tem sido uma abençoada tarefa, continuada até hoje. Mesmo após tanto tempo — algumas de minhas anotações têm mais de quarenta anos —, quando começo a transcrevê- las encontro-as miraculosamente frescas em minha mente, como se tivessem sido registradas ontem. Posso até ouvir, interiormente, as inflexões da voz de Gurudeva em cada uma de suas frases. Raramente o Mestre fazia alguma preparação, ainda que mínima, para suas palestras; se preparo havia, consistia em uma ou duas anotações sobre fatos concretos, rapidamente rabiscadas. Quase sempre, no carro, a caminho do templo, ele perguntava casualmente a um de nós: “Qual é o meu tema de hoje?”
  • 11. Concentrava-se no assunto e, a seguir, fazia a palestra de improviso, extraindo- a de um reservatório interno de inspiração divina. Os temas dos sermões de Gurudeva nos templos eram definidos e anunciados antecipadamente. Às vezes, porém, ao começar a palestra, sua mente explorava um veio inteiramente diferente. Independentemente de “o tema para hoje”, o Mestre expressava as verdades que absorviam sua consciência naquele momento, decantando uma sabedoria sem preço, em sequência ininterrupta, que fluía da riqueza da própria experiência espiritual e da percepção intuitiva. Quase sempre, ao término dos ofícios religiosos, as pessoas aproximavam-se dele para agradecer pelo esclarecimento de algum problema que as perturbava, ou talvez por ter explicado algum conceito filosófico de particular interesse. Algumas vezes, enquanto falava, a consciência do Guru erguia-se a um nível tão elevado que ele, momentaneamente, esquecia a audiência e conversava diretamente com Deus; seu ser inteiro transbordava de alegria divina e amor inebriante. Nesses excelsos estados de consciência, com a mente completamente unida à Consciência Divina, ele percebia a Verdade em seu interior e descrevia o que contemplava. Ocasionalmente, Deus lhe aparecia sob a forma da Mãe Divina ou de algum outro aspecto; ora um de nossos grandes Gurus, ora outros santos, manifestavam-se em visão diante dele. Nessas ocasiões, até a audiência sentia profundamente a bênção especial concedida a todos os presentes. Durante uma das visitas de São Francisco de Assis, a quem o Mestre muito amava, Gurudeva sentiu-se inspirado e compôs o belo poema: “Deus! Deus! Deus!” O Bhagavad Gita descreve um mestre iluminado com estas palavras: “O Eu Supremo fulgura como o Sol que tudo ilumina naqueles que, com a sabedoria, expulsaram a ignorância” (V: 16). A radiação espiritual de Paramahansa Yogananda poderia intimidar as pessoas, não fosse seu calor humano, sua ausência de artifícios e sua tranquila humildade, que, imediatamente, colocavam todos à vontade. Cada ouvinte na plateia sentia que a palestra de Gurudeva era- lhe pessoalmente dirigida. Uma das qualidades mais cativantes do Mestre era seu inteligente senso de humor. Pelo relevo dado a uma frase, por um gesto ou expressão facial, ele provocava uma reação positiva, em forma de sonoras risadas, no momento exato de enfatizar um ponto ou para relaxar seus ouvintes após longa e intensa concentração em um tópico especialmente profundo. Não é possível transmitir, nas páginas de um livro, o caráter singular e universal da personalidade viva e amorosa de Paramahansa Yogananda. Mas, humildemente, desejo que esta breve apresentação possibilite um vislumbre, algo que possa enriquecer o prazer e a apreciação que o leitor encontrará nas palestras que aparecem neste livro. Ter visto meu Gurudeva em comunhão divina; ter ouvido as verdades profundas e os transbordamentos devocionais de sua alma; tê-los registrado para os
  • 12. tempos vindouros e poder agora partilhá-los com todos — grande é a minha alegria! Possam as palavras sublimes do Mestre abrir, de par em par, as portas de acesso à fé inabalável em Deus e aprofundar o amor por Aquele que, sendo Um só, é nosso bem-amado Pai, Mãe e Amigo Eterno. DAYA MATA Los Angeles, Califórnia Maio de 1975
  • 13. Introdução A humanidade está empenhada numa eterna busca daquele “algo mais” que espera lhe trará a felicidade completa e sem fim. Para as almas que procuraram e encontraram Deus, a busca terminou. Ele é esse Algo Mais. Paramahansa Yogananda ESTE VOLUME DE PALESTRAS DE PARAMAHANSA YOGANANDA destina- se a todos os que, alguma vez, conheceram a decepção, a insatisfação, o desânimo, a tristeza ou uma nostalgia espiritual jamais aplacada. Destina-se aos que procuraram compreender os enigmas da vida; àqueles que conservaram em seus corações uma vaga esperança de que Deus seja real e de que é possível conhecê-Lo e àqueles que, em sua busca, já se voltaram para Deus. Que ele seja, para cada leitor, um raio de luz divina em sua caminhada, trazendo-lhe vida nova, inspiração e um senso de direção. Deus é tudo para todos. A Eterna Busca do Homem é um livro sobre Deus: sobre o lugar de Deus na vida do homem; em suas esperanças, vontade, aspirações e empreendimentos. Vida, homem, realização — não são mais que manifestações do único Criador onipresente, tão inseparavelmente dependentes Dele como a onda é dependente do oceano. Paramahansaji explica por que e como foi o homem criado por Deus, como ele é imutavelmente parte de Deus, e qual o significado disto para cada pessoa em particular. A percepção da unidade do homem com seu Criador constitui toda a essência da Yoga. A compreensão de que o homem tem necessidade inevitável de Deus, em todas as circunstâncias da vida, retira da religião seu caráter sobrenatural e faz do conhecimento de Deus a base de um tratamento científico e prático da existência. Como homem de Deus e como autoridade na antiquíssima ciência divina da Yoga, Paramahansa Yogananda tem recebido as mais elevadas referências de seus contemporâneos espirituais e de leitores de suas obras em todas as partes do mundo — do público em geral, dos homens de letras e de seus seguidores. Que ele também recebeu a máxima aprovação da Autoridade Suprema, está amplamente testemunhado nas visíveis bênçãos de Deus, em toda a sua vida exemplar, e nas respostas infinitamente belas e singularmente edificantes que recebeu de Deus, em visões e em comunhão divina. O seguinte comentário, publicado em Review of Religions (Columbia University Press), é típico da aclamação recebida pela obra anterior de Paramahansa Yogananda, Autobiografia de um Iogue: “Jamais houve, em inglês ou em qualquer outra
  • 14. língua europeia, algo como esta apresentação da yoga.” O jornal San Francisco Chronicle escreveu: “Yogananda apresenta um caso convincente a favor da yoga, e os que ‘vieram para zombar’ talvez fiquem para orar.” Do Schleswig- Holsteinische Tagespost, da Alemanha: “É preciso creditar a essa importante biografia o poder de deflagrar uma revolução espiritual.” Swami Sivananda, fundador da Divine Life Society, de Rishikesh, Índia, disse sobre Paramahansa Yogananda: “Rara gema de inestimável valor — o mundo ainda está para ver outro igual — Paramahansa Yogananda foi o representante ideal dos antigos sábios e videntes, a glória da Índia.” Sua Santidade, o Shankaracharya de Kanchipuram, venerável líder de milhões de pessoas no sul da Índia, escreveu acerca de Paramahansaji: “Como uma luz fulgurante brilhando na escuridão, assim era a presença de Yogananda neste mundo. Raramente vem à Terra uma alma tão grande — somente quando há uma real necessidade entre os homens. Somos gratos a Yogananda por divulgar a filosofia hindu nos Estados Unidos e no Ocidente de maneira tão maravilhosa.” Paramahansa Yogananda nasceu na Índia em 5 de janeiro de 1893. Teve uma infância notável, indicação clara de que sua vida estaria marcada por um destino divino. Sua mãe percebeu isso, incentivando seus nobres ideais e aspirações espirituais. Quando tinha apenas onze anos de idade, a perda da mãe, por ele amada acima de tudo no mundo, deu firmeza à decisão inata de encontrar Deus e de receber do próprio Criador as respostas ansiosamente esperadas por todo coração humano. Tornou-se discípulo do grande Jnanavatar (encarnação da sabedoria) Swami Sri Yukteswar Giri. Sri Yukteswar pertencia a uma linhagem de excelsos gurus, a quem Yoganandaji estivera vinculado desde o nascimento: os pais de Sri Yogananda eram discípulos de Lahiri Mahasaya, guru de Sri Yukteswar. Quando Yogananda era ainda bebê, nos braços de sua mãe, Lahiri Mahasaya o abençoou e profetizou: “Mãezinha, seu filho será um iogue. Como uma locomotiva espiritual, conduzirá muitas almas ao reino de Deus.” Lahiri Mahasaya era discípulo de Mahavatar Babaji, o mestre imortal que restaurou nesta era a antiga ciência da Kriya Yoga. Louvada por Krishna no Bhagavad Gita e por Patânjali nos Yoga Sutras, a Kriya Yoga é, ao mesmo tempo, uma técnica transcendental de meditação e um modo de vida, levando à união da alma com Deus. Mahavatar Babaji revelou a sagrada Kriya a Lahiri Mahasaya, que a transmitiu a Sri Yukteswar, que, por sua vez, a ensinou a Paramahansa Yogananda. Quando, em 1920, Paramahansa Yogananda foi considerado apto a dar início à sua missão mundial de difundir a ciência da Yoga, libertadora da alma, Mahavatar Babaji falou-lhe da responsabilidade divina que iria assumir: “Eu o escolhi para difundir a mensagem da Kriya Yoga no Ocidente. Há muito tempo, encontrei seu guru Yukteswar numa Kumbha Mela e lhe disse então que o enviaria para treinamento. Kriya Yoga, a técnica científica de realização divina terminará por difundir-se em todas as terras e ajudará a harmonizar as nações
  • 15. por meio da percepção pessoal e transcendente que o ser humano terá do Pai Infinito.” Paramahansa Yogananda começou sua missão nos Estados Unidos como delegado da Índia no Congresso Internacional de Religiosos Liberais, em Boston, no ano de 1920. Por mais de uma década, atravessou o país, de leste a oeste, falando quase diariamente perante auditórios lotados, em todas as principais cidades. Em 28 de janeiro de 1925, o Los Angeles Times noticiou: “O Philharmonic Auditorium apresenta o espetáculo extraordinário de milhares de pessoas (...) sendo informadas, uma hora antes do início da conferência, de que não poderiam entrar, já que o auditório de 3.000 lugares estava completamente lotado. Swami Yogananda é a atração. Um hindu invadindo os Estados Unidos para trazer Deus (...) pregando a essência da doutrina cristã.” Foi uma grande revelação para o Ocidente saber que a Yoga — tão eloquentemente exposta e tão claramente interpretada por Sri Yogananda — é uma ciência universal e, como tal, é de fato a “essência” de todas as religiões verdadeiras. Em 1925, na cidade de Los Angeles, Paramahansa Yogananda estabeleceu a sede internacional da Self-Realization Fellowship, sociedade que fundara na Índia, em 1917, com a denominação de Yogoda Satsanga Society of India. No início dos anos de 1930, Paramahansaji começou a afastar-se gradualmente das conferências públicas de âmbito nacional. “Não estou interessado em multidões”, disse, “mas em almas que estão decididas a conhecer Deus.” A partir de então, concentrou seus esforços em aulas para estudantes sérios, pregando principalmente nos templos e na sede internacional da Self-Realization Fellowship. O presente volume compreende uma seleção de palestras que ele pronunciou sobretudo nesse período. Paramahansa Yogananda muitas vezes repetiu a previsão: “Não morrerei na cama, mas com os sapatos nos pés, falando de Deus e da Índia.” Em 7 de março de 1952, a profecia se cumpriu. Em um banquete homenageando o embaixador da Índia, B. R. Sen, Paramahansaji foi um dos oradores convidados. Fez um discurso comovente, concluindo com estes versos do poema que escreveu, intitulado “My India” (Minha Índia): “Onde o Ganges, as florestas, as cavernas do Himalaia e os homens sonham Deus — santificado estou; meu corpo tocou esse solo!” Erguendo então os olhos, entrou em mahasamadhi, a partida consciente deste mundo, realizada pelos iogues adiantados. Ele morreu como vivera, exortando o homem a conhecer Deus. As palestras do Guru, nos primeiros anos de seu ministério, eram registradas apenas esporadicamente. Entretanto, quando Sri Daya Mata tornou-se discípula de Paramahansa Yogananda em 1931, ela se incumbiu da sagrada tarefa, fielmente anotando, para as gerações futuras, todas as palestras e aulas de seu guru. Este volume é apenas uma amostra: sob a orientação de Paramahansa Yogananda, muitas transcrições — particularmente as que continham instruções
  • 16. reservadas, bem como princípios e técnicas de meditação ensinados em aula aos estudantes da Self-Realization — foram compiladas juntamente com alguns de seus escritos, formando a série de Lições da Self-Realization Fellowship. Outras palestras são publicadas regularmente na revista Self-Realization. Duas outras antologias, O Romance com Deus e Jornada para a Autorrealização, servem de segundo e terceiro volumes para A Eterna Busca do Homem. Como a maioria das palestras apresentadas neste livro era dirigida a audiências familiarizadas com os ensinamentos da Self-Realization, julgamos útil, para o leitor em geral, algum esclarecimento sobre a terminologia e os conceitos filosóficos aqui usados. Incluíram-se, pois, muitas notas de rodapé, além de um glossário que explica certas palavras sânscritas, outros termos filosóficos e informa sobre eventos, pessoas e lugares ligados à vida e obra de Paramahansa Yogananda. Registre-se que as citações do Bhagavad Gita neste volume, a menos que indicado de outra maneira, são de traduções feitas por Paramahansa Yogananda, traduções que ele fez do sânscrito, algumas vezes literalmente e outras vezes em forma parafraseada, dependendo do contexto de sua palestra. Na maioria das citações do Gita, nesta edição de A Eterna Busca do Homem, a versão utilizada é a definitiva, apresentada por Paramahansaji em seu livro A Yoga do Bhagavad Gita (publicado pela Self-Realization Fellowship em 2009), que traz, de sua própria autoria, a tradução completa e comentários. Nas palestras em que ele traduzia uma passagem do Gita com maior liberdade, a fim de dar ênfase a um ponto específico, a paráfrase foi conservada e mencionada como tal em nota de pé de página. Paramahansa Yogananda poderia ter dito junto com Jesus: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mateus 5:17). Paramahansaji honrava todas as religiões e seus fundadores, e respeitava todas as pessoas que sinceramente buscavam Deus. Parte de sua missão mundial é “revelar a unidade básica e a completa harmonia entre o Cristianismo original ensinado por Jesus Cristo e a Yoga original ensinada por Bhagavan Krishna” (Ver Objetivos e Ideais, página 459). Longe de introduzir um dogma divisor no mundo, Paramahansaji mostrou que a prática da Yoga estabelece com Deus uma sintonia interna, que constitui a base universal de todas as religiões. As abstrações da religião teórica empalidecem diante da autêntica experiência de Deus. Ninguém pode dar ao buscador a prova cabal da verdade; mas, pela prática da Yoga, o aspirante pode provar a verdade por si mesmo, graças à sua própria experiência. Deus existe; e todo homem que O buscar sinceramente O conhecerá. Ninguém pode ter vida ou poder para agir, pensar e sentir, sem tomar emprestado de Deus esse poder. Portanto, Paramahansaji ressaltou, conhecer Deus não é apenas um privilégio e um dever divino, mas uma necessidade prática. Por que o homem há de rastejar na autoinsuficiência se pode canalizar para si a Fonte de todo poder e plenitude?
  • 17. A sabedoria que se encontra neste volume não é o conhecimento articulado de um acadêmico: é o testemunho empírico de uma personalidade espiritual dinâmica, cuja vida estava repleta de alegria interior e de realização exterior, um mestre mundial que viveu o que ensinou, um Premavatar cujo único desejo era partilhar com todos a sabedoria e o amor de Deus. SELF-REALIZATION FELLOWSHIP 1 Los Angeles, Califórnia Maio de 1975 1. Literalmente, “Associação de Autorrealização”. Paramahansa Yogananda explicou que o nome Self-Realization Fellowship significa “Associação com Deus por meio da Autorrealização e amizade com todas as almas que buscam a verdade”.
  • 18. A Eterna Busca do Homem
  • 19. 1 Como os Buscadores Encontraram Deus pela Primeira Vez Facilmente podemos compreender de que maneira o homem concebeu, pela primeira vez, a ciência médica. Ao sofrer fisicamente, ele procurou um método de cura. Mas o que motivou o homem a procurar descobrir coisas sobre Deus? Esta questão dá margem a uma profunda reflexão. Nos Vedas 1 da Índia encontramos o primeiro conceito verdadeiro de Deus. Em suas escrituras, a Índia deu ao mundo verdades imortais que resistiram ao teste do tempo. 1. Do sânscrito vid, “conhecer”. Os Vedas compreendem uma volumosa escritura de 100.000 parelhas de versos. A origem dos Vedas perde-se na antiguidade. Eles foram transmitidos oralmente, durante milênios, até que Vyasa, um sábio contemporâneo de Bhagavan Krishna, os escreveu e classificou em quatro livros: Rig Veda, Sama Veda, Yajur Veda e Atharva Veda. Todo inventor, no plano da matéria, é movido por uma necessidade material — “a necessidade é a mãe da invenção”. Também motivados pela necessidade, os antigos rishis 2 da Índia tornaram-se fervorosos buscadores espirituais. Eles descobriram que, sem satisfação interior, nenhum acúmulo de sucesso exterior consegue trazer felicidade duradoura. Como, então, pode alguém vir a ser realmente feliz? Este foi o problema que os sábios da Índia se encarregaram de resolver. 2. Literalmente, “videntes”. Os rishis eram indivíduos inspirados a quem foram revelados os Vedas, em antiguidade indeterminável. Três aspectos da natureza O culto a Deus em tempos pré-históricos começou pelo medo que o homem tinha das várias forças da natureza. Quando chovia excessivamente, as inundações matavam muita gente. Aterrorizado, o homem passou a acreditar que a chuva, o vento e outras forças naturais fossem deuses. Mais tarde, os seres humanos perceberam que a natureza opera de três modos: criando, preservando e dissolvendo. A onda que se levanta no oceano exemplifica o estado de criação; pairando por um momento na crista do mar,
  • 20. acha-se no estado de preservação; e, mergulhando de novo nas águas profundas, passa para o estado de dissolução. Assim como Jesus viu a força universal do mal personificada em Satã, também os grandes rishis viram as forças universais de criação, preservação e dissolução personificadas em formas definidas. Os sábios de outrora chamaram-nas de Brahma, o Criador; Vishnu, o Preservador; e Shiva, o Destruidor. Esses poderes primevos foram criados como projeções do Espírito imanifestado, a fim de dar sequência a Seu infinito drama universal, enquanto Ele, como Deus transcendente à criação, permanece sempre oculto por trás da consciência desses poderes. Em épocas de dissolução cósmica, toda a criação e suas vastas forças ativadoras voltam a dissolver-se no Espírito. Ali repousam, até serem reconvocadas pelo Grande Diretor para reiniciarem seus papéis. 3 3. “São verdadeiros conhecedores (...) aqueles que compreendem o Dia de Brahma, que dura um milhar de ciclos (yugas), e a Noite de Brahma, que também dura mil ciclos. No alvorecer do Dia de Brahma, toda a criação, renascida, emerge do estado de não-manifestação; no crepúsculo da Noite de Brahma, toda a criação afunda no sono da não-manifestação” (Bhagavad Gita VIII:17-18). Um caso sobre Brahma, Vishnu e Shiva Na Índia, há um conto popular sobre Brahma, Vishnu e Shiva. Estavam os três jactando-se de seus tremendos poderes. De súbito, um menino apareceu e disse a Brahma: “O que você cria?” “Tudo”, respondeu Brahma, majestosamente. A criança perguntou aos outros dois deuses qual a função deles. “Nós preservamos e destruímos tudo”, eles responderam. O pequeno visitante segurava na mão um fiapo de palha, quase do tamanho de um palito de dentes. Colocando-o diante de Brahma, ele perguntou: “Pode criar uma hastezinha de palha igual a esta?” Após um prodigioso esforço, Brahma descobriu, para sua surpresa, que não podia. O garoto voltou-se, então, para Vishnu e pediu-lhe que preservasse a palha, que lentamente começava a se desfazer sob o olhar fixo do menino. Os esforços de Vishnu para mantê-la íntegra foram infrutíferos. Finalmente, o pequeno desconhecido reproduziu o fiapo de palha e pediu a Shiva que o destruísse. Por mais que Shiva tentasse aniquilá-lo, porém, o fragmento de palha permaneceu intacto. O menino voltou-se de novo para Brahma: “Você me criou?”, perguntou ele. Brahma pensou e pensou; não podia recordar-se de haver criado aquele menino extraordinário. De repente, o garoto desapareceu. Os três deuses despertaram de sua ilusão e se lembraram de que, por trás do poder deles, havia um Poder Maior. Deus, a Causa Suprema No mundo ocidental, o conceito de Deus evoluiu por meio da observação da lei de causa e efeito. O homem pode materializar objetos, retirando materiais da
  • 21. terra e moldando-os de acordo com uma ideia preconcebida; por esse motivo, seria razoável concluir que todo o universo deve ter sido criado a partir de ideias. Isso levou ao conceito de que tudo deve ter existido, primeiro, como ideia. Alguém teve de criar a ideia primordial ou projeto cósmico. Assim, por analogia com a lei de causa e efeito, homens inteligentes raciocinaram que deve existir uma Causa Suprema. A ciência descobriu que toda a matéria compõe-se de blocos construtores invisíveis — elétrons e prótons — exatamente como uma casa é feita de tijolos. Mas ninguém sabe dizer por que alguns elétrons e prótons transformam-se em madeira; outros, em osso humano etc. Que Inteligência os guia? Essa linha de indagação abre espaço para Deus, mesmo nas teorias científicas sobre a matéria e a natureza dos mundos dos fenômenos. Os sábios da Índia afirmaram que tudo procede e retorna para a sua origem: Deus. Em toda parte há evidências de ordem e harmonia Percebendo que todo ser humano compõe-se de matéria e mente, os primeiros pensadores ocidentais acreditavam existir duas forças independentes: natureza e mente. Mais tarde, começaram a perguntar-se: “Por que cada coisa na natureza tem uma distribuição peculiar? Por que o homem não tem um braço mais comprido do que o outro? Por que as estrelas e os planetas não colidem? Em todo o universo encontramos evidências de ordem e harmonia.” Concluíram que mente e matéria não poderiam ser separadas e soberanas; uma Inteligência única devia governar tudo. Esta conclusão naturalmente levou à ideia de que só existe um Deus, que é simultaneamente a Causa da matéria e a Inteligência dentro e por trás dela. Quem atinge a sabedoria suprema percebe que tudo é Espírito — em essência, embora oculto pela manifestação. Se tivesse essa percepção, você veria Deus em tudo. Portanto, a questão é: como O encontraram pela primeira vez aqueles que O buscaram? Como passo inicial, fecharam os olhos para interromper o contato imediato com o mundo e a matéria, de modo a poderem concentrar-se mais plenamente em descobrir a Inteligência subjacente a ela. Pelo uso da razão, compreenderam que não poderiam contemplar a presença de Deus no seio da natureza por meio das percepções ordinárias dos cinco sentidos. Assim, começaram a tentar senti- Lo dentro de si mesmos, por meio da concentração cada vez mais profunda. Acabaram descobrindo como desligar os cinco sentidos, desse modo afastando por completo, temporariamente, a consciência da matéria. O mundo interior do Espírito começou a abrir-se. 4 Deus finalmente revelou-Se a esses seres magníficos da Índia antiga que persistiram firmemente nessas investigações internas. 4. “(...) porque eis que o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21).
  • 22. Devoção e atividade correta atraem a atenção de Deus Dessa maneira, os santos começaram, gradualmente, a transformar a concepção de Deus na percepção Dele. Isto é o que você também precisa fazer, se pretende conhecê-Lo. Você não persiste o bastante em suas orações. Primeiro você precisa ter uma ideia correta de Deus — um conceito definido, por meio do qual possa estabelecer uma relação com Ele — e, então, precisa meditar 5 e orar até que essa concepção mental se transforme em realização. Então você O conhecerá. Se persistir, o Senhor virá. O Caçador de Corações quer apenas o seu amor sincero. Ele é como uma criança: alguém pode Lhe oferecer toda a sua fortuna e Ele não a quer; um outro clama: “Ó Senhor, eu Te amo!” e para o coração desse devoto Ele virá correndo. 5. Meditação é a forma especial de concentração em que o emprego de técnicas científicas de Yoga faz com que cesse a inquietude, característica do estado de consciência do corpo, ficando a atenção livre para focalizar-se firmemente em Deus. Meditação é o fluxo concentrado da atenção e da consciência dirigido à comunhão e à união com Deus. Não procure Deus com segundas intenções, mas reze a Ele com devoção — devoção incondicional, exclusiva, imperturbável. Quando seu amor a Ele for tão grande quanto o seu apego ao corpo mortal, Ele virá a você. Na busca de Deus, a atividade tem seu lugar — logo após a devoção. Há quem diga: “Deus é Poder; logo, vamos agir com poder.” Quando você for assíduo na prática do bem, com o Senhor sempre ocupando o primeiro plano em sua mente, você O perceberá desse modo. Porém, mesmo ao fazer o bem, pode-se agir correta ou incorretamente. Um sacerdote zeloso que traz para sua congregação um número crescente de pessoas somente para satisfazer seu próprio ego não agradará a Deus com essa conduta. Perceber a presença do Morador Divino deveria ser o primeiro desejo de todos os corações. Quando, de maneira persistente e altruísta, você executar todas as ações com pensamentos inspirados pelo amor de Deus, Ele virá a você. Então você compreenderá que é o Oceano da Vida que se tornou a pequena onda da existência individual. Essa é a maneira de conhecer o Senhor pela atividade. Quando, em cada ato, você pensar Nele antes, durante e depois de agir, Ele Se revelará a você. Você precisa trabalhar, mas deixe que Deus trabalhe por seu intermédio; essa é a melhor parte da devoção. Se pensar constantemente que Ele está caminhando por meio de seus pés, trabalhando por meio de suas mãos, realizando as coisas por meio de sua vontade, você O conhecerá. É preciso também desenvolver o discernimento, dando preferência a atividades espiritualmente construtivas, com a consciência em Deus, em vez de trabalhos executados sem pensar Nele. A meditação é a mais elevada forma de atividade Maior, porém, que a atividade, a devoção ou o raciocínio, é a meditação. Meditar de verdade significa concentrar-se apenas no Espírito. Esta, a meditação
  • 23. esotérica, é a mais elevada forma de atividade que o homem pode desenvolver e o caminho mais equilibrado para encontrar Deus. Se você trabalhar o tempo todo, viverá de maneira mecânica e perderá o contato com Deus, preocupando- se com seus deveres; e se O procurar somente com o pensamento analítico, poderá perdê-Lo nos labirintos do raciocínio interminável; se cultivar apenas a devoção a Deus, seu desenvolvimento poderá tornar-se meramente emocional. A meditação, entretanto, combina e equilibra todos esses caminhos. Trabalhe, coma, caminhe, ria, chore, medite — só para Ele. É a melhor maneira de viver. Se assim proceder, você será verdadeiramente feliz — servindo-O, amando-O, comungando com Ele. Enquanto permitir que os desejos e as fraquezas do corpo físico controlem seus pensamentos e ações, você não O encontrará. Seja sempre o senhor de seu corpo. Ao sentar-se na igreja ou no templo, talvez sinta um pouco de devoção e um certo discernimento, mas isso não basta. Se quiser realmente perceber a presença de Deus, a atividade esotérica da meditação é necessária. Talvez você pense que, após duas horas de meditação, eu estaria morto de tédio. Não, eu não poderia achar neste mundo nada que fosse mais inebriante do que esse meu Deus. Quando bebo desse vinho envelhecido de minha alma, um céu de felicidade pulsa em meu coração. A alegria divina se encontra em todos. A luz do sol brilha igualmente sobre o carvão e o diamante, mas é o diamante que reflete a luz. Da mesma forma, são as mentes transparentes que conhecem e refletem o Espírito. Portanto, na atividade esotérica da meditação você tem a solução para o mistério que envolve o conhecimento de Deus. Não o censuro pelo que você faz, mas pelo que deixa de fazer. Você pensa que não tem tempo para Deus. Suponha que o Senhor esteja muito ocupado para cuidar de você! Que acontecerá então? Liberte sua mente da miragem dos sentidos e do hábito. Por que deixar-se iludir assim? Estou lhe indicando um mundo mais belo do que qualquer coisa aqui. Estou lhe falando de uma felicidade que o embriagará noite e dia — você não precisará das tentações dos sentidos para se divertir. Discipline o corpo e a mente. Controle os sentidos. Encontre Deus! Costumo dizer que este corpo é uma central telefônica e os cinco sentidos são os telefones. Por meio deles estou em contato com o mundo; mas quando não desejo comunicar-me, desligo meus cinco sentidos e vivo na inefável alegria de Deus. O Pai Celestial não quer que Seus filhos sofram mais. A ilusão sensória em que você vive deve ser superada. Você deve conceber Deus como a necessidade prioritária de sua vida. Quebre as algemas da limitação, dos hábitos obscuros e da rotina diária, mecânica. Não condeno ninguém — só condeno a descrença e o esquecimento de Deus pelo homem. A técnica de meditação permite conhecê-Lo. Então, Ele vibrará como sabedoria em sua mente, alegria em seu coração, e você será mais ativo e bem-sucedido do que nunca.
  • 24. Queridos, já fui como vocês. Andei pela Terra procurando a verdade e a felicidade, mas tudo que prometia alegria me deu sofrimento, e voltei-me então para Deus. Cada um deve descobrir a própria divindade e conquistar para si próprio o reino de Deus. O Eu é seu salvador Essas verdades profundas não se destinam a inspirá-lo por um breve momento, mas devem ser assimiladas e postas em prática para seu maior proveito. Se ao menos as pessoas soubessem o que é melhor para elas! Para quem se comporta mal, o Eu é um inimigo. Ajude o Eu e Ele o salvará. Não há outro salvador além do seu Eu. 6 Os grilhões da ignorância e dos maus hábitos o escravizam. Você sofre porque teima em seguir os maus hábitos. Se ao menos pudesse imaginar como seria sua vida um pouco mais adiante, para que o tempo, o precioso tempo que lhe resta, não seja gasto infrutiferamente! Os hindus costumam dizer: “A criança está ocupada com folguedos; o jovem, com sexo; e o adulto, com preocupações. Quão poucos se ocupam com Deus!” 6. “Que o homem eleve o eu (ego) pelo próprio eu; que o eu não seja degradado por si próprio. (...) Para aquele cujo eu (ego) foi vencido pelo Eu (alma), o Eu é amigo do eu; mas, em verdade, o Eu comporta-se de maneira hostil, como inimigo, para com o eu que não esteja subjugado” (Bhagavad Gita VI:5-6). Expulse a esperança ilusória de que a felicidade virá de aquisições mundanas. Prosperidade não é tudo, “boa vida” não basta. Você quer ser eternamente feliz. Apodere-se de Deus dentro de você e saiba que o Eu é a Divindade. Você deve ser capaz de responder, sem hesitar, à suprema indagação de sua inteligência: “De onde vim?” Deus e imortalidade não são mitos. O mais grave insulto ao Eu dentro de você é morrer acreditando ser uma criatura mortal. Até quando se permitirá — você, filho de Deus — ser ceifado, indefeso, pela foice da morte porque nunca tentou, durante a vida, vencer maya, 7 a ignorância? 7. Ilusão cósmica; “a medidora”. Maya é, na criação, o poder mágico que apresenta, visivelmente, limitações e divisões no Imensurável e Indivisível. No plano e jogo (lila) de Deus, a única função desse poder ilusório é lançar um véu de ignorância sobre o homem, a fim de desviar sua percepção do Espírito para a matéria, da Realidade para a irrealidade. A razão dá ao homem o poder de buscar Deus Deus existe. Ao ser humano Ele conferiu independência, poder e razão. Por ser dotado de razão, o homem pode encontrar o Senhor. Passar todo o tempo apenas brincando com a vida, sem encontrar Deus, é desperdiçar o poder interior, divinamente concedido. Use a chave da razão. Ela não se encontra nas pedras e nos animais. Deus concedeu o raciocínio ao homem para que ele pudesse libertar-se da ilusão da mortalidade. Se permitir à sua razão ser esmagada pelo ego e pelos maus
  • 25. hábitos, de que lhe valerá isso? Se as pessoas se curvarem diante da sua vontade, de que lhe valerá isso? A felicidade ainda se esquivará de você. Por isso Jesus escolheu Deus, e não Satã, quando o demônio procurava tentá-lo. Jesus compreendeu que, embora o poder mundano tenha muitos atrativos, não dura muito. Jesus encontrara algo maior do que todas as riquezas deste universo. As coisas desejadas pela maioria dos homens são perecíveis. Mas Deus nunca abandonará Jesus. Ele está, até hoje, deleitando-se com o reino divino onipresente. Todos nós deveríamos escolher a vida que conduz a Deus. Você está castigando a alma ao mantê-la sepultada, adormecida na matéria, vida após vida, apavorada com os pesadelos de sofrimento e morte. Perceba que você é a alma! Lembre-se de que o Senhor Infinito é o Sentimento por trás do seu sentimento, a Vontade por trás da sua vontade, o Poder por trás do seu poder, a Sabedoria por trás da sua sabedoria. Una, em perfeito equilíbrio, o sentimento do coração e a razão da mente. No castelo da tranquilidade, desprenda-se repetidamente da identificação com os títulos terrenos, e mergulhe na meditação profunda até atingir sua nobreza divina. Olhe para dentro de você mesmo. Lembre-se: o Infinito está em toda parte. Mergulhando nas profundezas da superconsciência, 8 você pode acelerar sua mente pela eternidade afora; pelo poder mental, você pode ir longe, além da mais longínqua estrela. A lanterna da mente está plenamente equipada para lançar seus raios superconscientes no mais recôndito coração da Verdade. Use- a para isso. 8. Consciência da alma, que é intuitiva e conhece tudo. A mente superconsciente é, assim, a faculdade onisciente da alma. Ver também olho espiritual no glossário.) Lembre-se: é você quem deve viajar para o reino dos céus; ele não virá por remessa especial. Cada homem tem de trilhar sozinho o seu próprio caminho. A partir de hoje, do fundo de seu coração, tome a decisão de buscar Deus. Quando muitos devotos tomarem o rumo para Ele, surgirão então os “Estados Unidos do Mundo”, 9 com Deus e o Seu amor como Diretor e Guia dos homens. 9. Como os estados da nação norte-americana mantêm, cada um, a sua independência e, todavia, estão unidos por ideais e objetivos comuns, assim também, se o reino de Deus deve descer à Terra, os diversos países do mundo devem unir-se em um vínculo de fraternidade e compreensão harmoniosa. Quero dar mais do que a inspiração temporária das palavras; quero atirar granadas de sabedoria diretamente em sua escuridão espiritual, de modo que a explosão de luz permita a você mesmo verificar a verdade do que afirmei. As duas vias: atividade e meditação Em resumo, existem basicamente, duas vias de acesso à realização divina: a externa e a interna ou transcendental. A via externa consiste em atividade correta, amando e servindo à humanidade com a consciência centrada em Deus; a via transcendental é a da profunda meditação esotérica. Pelo caminho
  • 26. transcendental, você compreende tudo aquilo que você não é, e descobre Aquilo que você é: “Eu não sou a respiração; não sou o corpo, nem ossos, nem carne. Eu não sou a mente, nem o sentimento. Eu sou Aquilo que está além da respiração, do corpo, da mente e do sentimento.” Quando você transcende a consciência deste mundo, sabendo que não é o corpo nem a mente, e, ainda assim, estando mais consciente do que nunca de que existe — é essa consciência divina o que você é. Você é Aquilo em que tudo no universo está enraizado. Por que não investiga o que está por trás da escuridão quando fecha os olhos? Esse é o local a ser explorado. “E a luz brilha nas trevas; e as trevas não a compreenderam.” 10 Luzes imensas e forças cósmicas movem-se ali. 10. João 1:5. Céus plenos de eterna bem-aventurança se abrirão Samadhi 11 é uma experiência de júbilo, uma luz esplêndida, na qual se contemplam incontáveis mundos flutuando num vasto leito de alegria e bem- aventurança. Livre-se da ignorância espiritual que o faz pensar que esta vida mortal é real. Tenha você mesmo essas belas experiências no eterno samadhi, em Deus. Auroras de luz, céus repletos de eterna bem-aventurança se abrirão para você. 11. Êxtase espiritual; o estado de união com Deus, experimentado como o objetivo último da meditação. Todos os grandes mestres afirmam que dentro deste corpo está a alma imortal, uma centelha Daquilo que tudo sustenta. Quem conhece sua alma, conhece esta verdade: “Estou além de todas as coisas finitas; agora vejo que o Espírito, sozinho no espaço, com a Sua alegria sempre renovada, expressou-Se como o vasto corpo da natureza. Eu sou as estrelas, sou as ondas, sou a Vida de tudo; sou o riso dentro de todos os corações, sou o sorriso na face das flores e em cada alma. Eu sou a Sabedoria e o Poder que sustentam toda a criação.” Perceba isso! Minhas palavras podem continuar vibrando dentro de você; mas, se continuar dormindo na ilusão, não saberá. Se despertar, perceberá que a verdade a que me referi está sempre pulsando em sua alma. Medite. Aprenda esta lição de liberdade. Não espere mais. Não vim aqui para entretê-lo com festividades mundanas, 12 mas para despertar sua adormecida lembrança de imortalidade. Você não sabe a angústia que sobrevém aos que permanecem na ilusão. Eu sofro por você, e farei tudo para ajudá-lo a compreender que a iluminação está dentro de você. 12. Como parte do seu esforço para promover um entendimento maior entre as culturas do Oriente e do Ocidente, Paramahansa Yogananda ocasionalmente organizava reuniões informais na sede internacional da Self-Realization Fellowship. Ele se refere, aqui, a um “banquete indo- americano” que se realizou depois desta palestra.
  • 28. 2 A Universalidade da Yoga Yoga é um sistema de métodos científicos para reunir a alma ao Espírito. Viemos de Deus e precisamos ascender novamente a Ele. Aparentemente nos separamos de nosso Pai e precisamos nos unir de novo a Ele de maneira consciente. A Yoga nos ensina a elevarmo-nos acima do engano da separação e a percebermos nossa unidade com Deus. O poeta Milton escreveu a respeito da alma do homem e de como ela poderia recuperar o paraíso. Esse é o propósito e a meta da Yoga: recuperar o paraíso perdido da consciência da alma, por meio da qual o homem sabe que é, e sempre foi, uno com o Espírito. As várias religiões do mundo baseiam-se mais ou menos nas crenças dos homens. Porém, a verdadeira base da religião deveria ser uma ciência que todos os devotos pudessem aplicar a fim de alcançar nosso Pai único — Deus. A Yoga é essa ciência. A prática de uma ciência da religião é imperativa. Diferentes “ismos” dogmáticos têm mantido dividida a humanidade, apesar de Jesus ter afirmado: “E, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir”. 1 A unidade das várias religiões só poderá se concretizar quando seus praticantes tornarem-se realmente conscientes de Deus dentro de si mesmos. Teremos, então, uma verdadeira fraternidade dos homens sob a Paternidade de Deus. 1. Marcos 3:25. Todas as grandes religiões do mundo pregam a necessidade de encontrar Deus e de fraternidade entre os homens, e todas têm um código de ética, tal como os Dez Mandamentos. Que fator, então, cria as diferenças entre elas? É o fanatismo na mente dos homens. Não é pela concentração em dogmas que poderemos alcançar Deus, e sim pelo verdadeiro conhecimento da alma. Quando perceberem as verdades universais subjacentes às várias religiões, não haverá mais conflitos a respeito de dogmas. Para mim, não existem judeus, cristãos ou hindus; todos são meus irmãos. Eu presto adoração em qualquer templo, pois todos foram construídos em honra de meu Pai. Deveríamos começar a construir a unidade mundial com a ideia lançada pela Self-Realization Fellowship: uma “Igreja de Todas as Religiões”; não ecletismo, mas respeito por todas as religiões, como caminhos diversos para Deus. Templos assim, dedicados ao Deus único, adorado por todas as religiões,
  • 29. deverão ser construídos em toda parte. Eu predigo que isso acontecerá. Oriente e Ocidente devem destruir para sempre todas as limitadoras divisões nas casas de Deus. Atingindo a Autorrealização por meio da Yoga, os homens virão a saber que são todos filhos do mesmo Pai. Um cego não pode guiar outro cego Essa unidade de espírito é demonstrada pelos grandes homens, os que têm a realização divina. Um cego não pode guiar outro cego; só um mestre, 2 alguém que conhece Deus, pode corretamente ensinar os outros a respeito Dele. Para recuperar a própria divindade, deve-se ter um mestre ou guru. 3 Quem segue fielmente um verdadeiro guru torna-se igual a ele, pois o guru ajuda o discípulo a elevar-se a seu próprio nível de realização. Quando encontrei meu guru, Swami Sri Yukteswarji, 4 decidi seguir seu exemplo: colocar somente Deus sobre o altar de meu coração e partilhá-Lo com os demais. 2. Mestre de si mesmo — da mente, emoções, sentidos, paixões. Suas ações, não toldadas por motivos egoístas, estão em consonância com a vontade de Deus; ele sabe que está unido a Deus, não porque imagina, mas por ter experiência real da Onipresença Divina. 3. Mestre espiritual. O Guru Gita (17-19) define, apropriadamente, o guru como “dissipador da escuridão” (de gu, “trevas”, e ru, “o que dissipa”). Por direito divino, o título de guru só é conferido a almas excelsas que, por sua Autorrealização e unidade com Deus, se qualificam para conduzir outras, da escuridão da ignorância para a luz perpétua da Verdade. 4. Em Autobiografia de um Iogue, Paramahansa Yogananda descreve o convívio com seu divino guru, a quem chamou de Jnanavatar, “Encarnação da Sabedoria”. O termo ji, acrescentado ao fim de um nome próprio ou de um título, é tratamento de respeito. Os mestres hindus ensinaram que, para adquirir o conhecimento mais profundo, é preciso focalizar a mirada no olho espiritual onisciente. Quando firmemente concentrado, mesmo quem não é iogue franze a testa no ponto entre as sobrancelhas — o centro da concentração e do olho espiritual esférico, sede da intuição da alma. Essa é a verdadeira “bola de cristal”, que o iogue mira para aprender os segredos do universo. Os que se aprofundarem o suficiente em sua concentração penetrarão nesse “terceiro” olho e verão a Deus. Portanto, os buscadores da verdade devem desenvolver a capacidade de projetar a percepção através do olho espiritual. A prática da Yoga ajuda o aspirante a abrir o olho único da consciência intuitiva. 5 5. Durante a meditação profunda, o olho único ou espiritual torna-se visível como uma estrela brilhante circundada por uma esfera de luz azul que, por sua vez, tem ao redor um fúlgido halo de luz dourada. Esse olho onisciente recebe diferentes denominações nas escrituras: terceiro olho, estrela do Oriente, olho interno, a pomba descendo do céu, olho de Shiva e olho da intuição. “De sorte que, se o teu olho for único, todo o teu corpo terá luz” (Mateus 6:22). A intuição ou conhecimento direto não depende de dados provenientes dos sentidos. É por isso que a faculdade intuitiva costuma ser denominada de “sexto sentido”. Todos possuem sexto sentido, mas a maioria não o desenvolve. Mesmo assim, quase todos já tiveram alguma experiência intuitiva, talvez um
  • 30. “pressentimento” de que determinado fato iria ocorrer, sem nenhuma evidência sensória que o indicasse. É importante desenvolver a intuição ou o conhecimento direto da alma, porque quem tem consciência de Deus está seguro de si mesmo. Ele sabe, e sabe que sabe. Devemos estar certos da presença de Deus, tão certos como estamos de que conhecemos o sabor da laranja. Só depois que meu guru me ensinou a comungar com Deus e só depois que eu senti a presença Dele todos os dias, assumi a responsabilidade espiritual de falar de Deus aos outros. O Ocidente deu ênfase a grandes templos de culto, mas são poucos os que mostram como Deus pode ser encontrado. No Oriente, deu-se ênfase ao desenvolvimento de homens de realização divina, mas eles são, em muitos casos, inacessíveis aos buscadores espirituais, permanecendo reclusos, em retiros longínquos e solitários. Centros espirituais onde as pessoas possam comungar com Deus e instrutores que possam mostrar-lhes como fazê-lo são igualmente necessários. Como pode alguém receber o conhecimento de Deus de um instrutor que não O conhece? Meu guru incutiu em mim a necessidade de conhecer o Pai Celestial antes de tentar falar aos outros sobre Ele. Como sou agradecido por esse treinamento! Ele realmente comungava com Deus. O Senhor deve ser percebido, primeiro, no templo do próprio corpo. Todo buscador deve, diariamente, disciplinar seus pensamentos e depositar sobre o altar da alma as flores silvestres da devoção. Quem encontrar Deus dentro de si mesmo será capaz de sentir a presença divina em toda igreja ou templo em que entrar. A Yoga converte a teologia em experiência prática A Yoga capacita o homem a perceber a verdade em todas as religiões. Os Dez Mandamentos são pregados, com palavras diferentes, nas várias religiões. Os dois maiores mandamentos, porém, são aqueles que Jesus enfatizou: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente,” e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. 6 6. Mateus 22:37, 39. Os ensinamentos de Krishna, no Bhagavad Gita, ressaltam de maneira similar esses dois mandamentos: “Fixa em Mim [o Senhor] tua mente, sê Meu devoto. Em incessante adoração, curva-te reverentemente diante de Mim. Tendo-te unido a Mim, desse modo, como tua Meta Suprema, tu serás Meu” (IX: 34); e: “O melhor tipo de iogue é o que sente pelos outros, no prazer ou na dor, do mesmo modo que sente por si mesmo” (VI: 32). Amar a Deus “de toda a tua mente” significa retirar dos sentidos a atenção e colocá-la em Deus; dar a Ele concentração total durante a meditação. Todo buscador de Deus deve aprender a concentrar-se. Uma prece pronunciada enquanto se pensa em outras coisas no fundo da mente não é uma prece sincera e não é atendida por Deus. A Yoga ensina que, para encontrar o Pai, é necessário, primeiro, buscá-Lo com toda a mente, com concentração focalizada.
  • 31. Há quem diga que os hindus adaptam-se melhor à prática da Yoga e que esta não serve para os ocidentais. Não é verdade. Muitos ocidentais estão hoje em melhor situação para praticar Yoga do que muitos hindus, porque o progresso científico deu mais tempo livre aos primeiros. A Índia deveria utilizar cada vez mais os métodos materiais progressistas do Ocidente para facilitar a vida e torná- la mais livre, e o Ocidente deveria receber da Índia os métodos metafísicos práticos da Yoga, pelos quais todo homem pode achar o caminho a Deus. Yoga não é uma seita, mas uma ciência universalmente aplicável, por cujo intermédio podemos encontrar nosso Pai. A Yoga é para todos, ocidentais e orientais. Ninguém diria que o telefone não serve para o Oriente só porque foi inventado no Ocidente. Também os métodos da Yoga, embora desenvolvidos no Oriente, não são exclusividade deste, e sim úteis a toda a humanidade. Nasça um homem na Índia ou na América, um dia terá que morrer. Por que não aprender a “morrer todos os dias” em Deus, como São Paulo? 7 A Yoga ensina o método. O homem vive no corpo como um prisioneiro: esgotado seu prazo, sofre a indignidade de ser despejado. Amar o corpo é, portanto, a mesma coisa que amar a prisão. Há muito tempo acostumados a viver no corpo, esquecemos o que significa a verdadeira liberdade. Ser ocidental não é desculpa para não buscar a liberdade. É vital para todo homem a descoberta de sua alma e o conhecimento de sua natureza imortal. A Yoga mostra o caminho. 7. I Coríntios 15:31. A alma deve reascender a Deus Antes que a criação existisse, havia a Consciência Cósmica: o Espírito ou Deus, como Absoluto, a Bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente, sempre-nova, além da forma e da manifestação. Quando a criação surgiu, a Consciência Cósmica “desceu” para o universo físico, onde Se manifesta como Consciência Crística: 8 o reflexo puro e onipresente da inteligência e da consciência de Deus, inerente a toda a criação e nela oculto. Quando a Consciência Crística desce para o corpo físico do homem, torna-se alma ou superconsciência: a bem-aventurança sempre-existente, sempre-consciente e sempre-nova de Deus, individualizada por encerrar-se no corpo. Identificando- se com o corpo, a alma se manifesta como ego ou consciência mortal. A Yoga ensina que a alma deve tornar a subir, pela escada da consciência, de volta ao Espírito. 9 8. As escrituras hindus referem-se à Consciência Crística como Kutastha Chaitanya, consciência universal ou inteligência onipresente. 9. A Yoga ensina que a morada da alma — da vida e da consciência divina do homem — situa- se nos centros espirituais sutis do cérebro: Sahasrara, o lótus de mil pétalas, no topo do cérebro, sede da consciência cósmica; Kutastha, no ponto entre as sobrancelhas, sede da consciência crística; e o centro que se localiza no bulbo raquiano (ligado por polaridade ao Kutastha), sede
  • 32. da superconsciência. Descendo para o corpo (e para a consciência física), a partir dos centros de mais alta percepção espiritual, a vida e a consciência fluem para baixo, ao longo da coluna vertebral, passam pelos cinco centros espinhais astrais (ver chakras no glossário) e se distribuem exteriormente pelos órgãos físicos vitais, pelos órgãos de percepção sensorial e pelos órgãos de ação. Para reconquistar a percepção beatífica de sua unidade com Deus, a alma humana deve inverter o curso descencional, subindo pela rota sagrada da coluna até seu lar, nos centros mais elevados de percepção divina, no cérebro. Isso se consegue praticando-se as técnicas científicas de meditação da Yoga transmitidas por um guru, como as que se aprendem nas Lições da Self- Realization Fellowship. (Ver glossário.) O segredo da felicidade é a consciência da presença de Deus Gozar a vida está bem; o segredo da felicidade consiste em não apegar-se a nada. Deleite-se com o perfume da flor, mas veja Deus por trás desse perfume. Eu mantive a consciência dos sentidos somente para que, ao usá-los, sempre pudesse perceber Deus e pensar Nele. “Meus olhos foram feitos para contemplar Tua beleza em toda parte. Meus ouvidos foram feitos para ouvir Tua voz onipresente.” Isso é Yoga, união com Deus. Não é necessário embrenhar-se na floresta para encontrá-Lo. Hábitos mundanos nos prenderão com firmeza onde quer que estejamos, até nos livrarmos deles. O iogue aprende a encontrar Deus na gruta de seu coração. Aonde quer que vá, ele leva em seu íntimo a consciência beatífica da presença de Deus. O homem não só desceu à consciência mortal dos sentidos, mas também se amarrou às anomalias dessa consciência sensorial, como a cobiça, a raiva e o ciúme. Para encontrar Deus, o homem precisa eliminar isso. Tanto orientais quanto ocidentais devem livrar-se da escravidão aos sentidos. O homem comum pode irritar-se porque não lhe serviram o café da manhã e, para ele, tal privação certamente causará dor de cabeça. Ele é escravo de seus hábitos. O iogue desenvolvido é livre. Qualquer um pode ser iogue, no exato lugar em que se encontra agora. Entretanto, inclinamo-nos a julgar esquisito e difícil tudo que está além do horizonte de nossos próprios hábitos de vida. Não levamos em consideração como nossos hábitos são vistos pelos outros! A prática da Yoga conduz à liberdade. Alguns iogues levam a extremos a ideia de desapego. Ensinam que a pessoa deve ser capaz de deitar-se sem desconforto em uma cama de pregos e a submeter-se a outras formas de tapasya, disciplina física. É verdade que quem é capaz de sentar-se em cama de pregos e pensar em Deus demonstra grande força mental. Mas essas proezas não são necessárias. Pode-se perfeitamente sentar em uma cadeira confortável e meditar em Deus. Patânjali 10 ensina que qualquer posição em que a coluna se mantenha reta é boa para a meditação, concentração iogue em Deus. Não é preciso fazer contorções físicas ou praticar exercícios que exijam resistência física e
  • 33. flexibilidade extraordinárias, como advoga a Hatha Yoga. Deus é o objetivo; devemos trabalhar para obter a consciência de Sua presença. Diz o Bhagavad Gita: “Aquele que em Mim se absorve com devoção, com a alma imersa em Mim, entre todos os tipos de iogues, a ele considero como o mais equilibrado.” 11 10. O principal expositor da Yoga. A época de Patânjali é desconhecida, embora muitos eruditos lhe atribuam o século 2 a.C. 11. VI:47. Iogues hindus são famosos por demonstrarem insensibilidade aos extremos de calor e frio, a mosquitos e outros insetos irritantes. Essa demonstração não constitui requisito para ser um iogue, mas é uma conquista natural do adepto. Procure eliminar elementos perturbadores ou suportá-los, se necessário, sem se deixar perturbar internamente por eles. Se podemos permanecer limpos, não faz sentido ficarmos sujos. É possível apegar-se à existência em um barraco, tanto quanto apegar-se à vida em um palácio. O principal fator para a obtenção do êxito espiritual é a disposição. Jesus disse: “A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros”. 12 As pessoas mundanas buscam as dádivas de Deus, mas o sábio busca o próprio Doador. 12. Mateus 9:37. Ser iogue é meditar. Assim que acorda de manhã, o iogue não pensa primeiro em alimentar o corpo; ele nutre a alma com a ambrosia da comunhão com Deus. Saciado com a inspiração que sua mente encontrou, ao mergulhar profundamente na meditação, ele está apto para cumprir com êxito todos os deveres do dia. Deus fez esta terra como é, de propósito; em Seu plano, o papel do homem consiste em tornar o mundo melhor. O ocidental tende a ir ao extremo de manter- se constantemente ocupado, procurando renovar e incrementar seu conforto material. O oriental vai ao extremo de contentar-se com o que tem. Existem aspectos atraentes no espírito empreendedor do Ocidente e no espírito despreocupado e calmo do Oriente. Deveríamos optar pelo equilibrado caminho do meio. A meditação faz o iogue Para encontrar Deus, o homem deve meditar todos os dias, de manhã e à noite, e sempre que houver pequenos momentos de folga durante o dia. Além disso, é importante meditar por seis horas uma vez por semana. Não é exorbitante; algumas pessoas praticam piano toda semana, dez horas por dia, e não acham absurdo. Para tornar-se um mestre espiritual, é necessário reservar mais tempo a Deus. Temos de mostrar-Lhe que O amamos acima de tudo. Quando você tornar-se experiente em meditação, sendo capaz de aprofundar-se na superconsciência, cinco horas de sono serão suficientes. O resto da noite deverá ser utilizado para meditar. Noites, madrugadas e feriados podem ser
  • 34. aproveitados para meditar em Deus. Desse modo, qualquer um pode ser iogue, mesmo o atarefado ocidental. Torne-se um iogue ocidental. Não precisa usar um turbante nem ter o cabelo comprido como eu! Precisamos das “colmeias” das igrejas, mas necessitamos também encher as igrejas com o “mel” da nossa Autorrealização. 13 Deus também está presente nas igrejas, é claro, mas a simples ida a uma delas não O convencerá a revelar-Se. Frequentar a igreja é bom, mas a meditação diária é ainda melhor. Faça as duas, porque certamente sua ida à igreja lhe trará inspiração, enquanto a meditação diária trará elevação ainda maior. Quando o coração do devoto se incendeia e ele lança granadas de oração, uma após outra, Deus Se rende. Essa devoção incessante é essencial para encontrá-Lo. Para ser iogue e ainda manter-se no ritmo do mundo moderno, é necessário meditar em casa, disciplinar-se e cumprir todos os deveres com a atitude de estar servindo a Deus. 13. Conhecimento do Eu como alma, e que essa alma está unida a Deus. Meu maior desejo é construir templos de Deus nas almas humanas; ver o sorriso Dele na face das pessoas. A mais importante de todas as realizações da vida é estabelecer um templo de Deus na própria alma. E é facílimo. É por isso que a Self-Realization Fellowship foi enviada ao Ocidente. Qualquer um que estabeleça Deus no templo de sua alma é um iogue. Ele pode afirmar, como eu, que a Yoga serve para o norte, o sul o leste e o oeste — para todas as pessoas, a fim de que elas possam seguir os caminhos secundários da teologia até ingressarem na via preferencial da Yoga. A estrada certa conduz ao palácio da bem-aventurança de Deus. Quem lá chegou, “não mais sairá”. 14 14. Apocalipse 3:12.
  • 35. 3 A Natureza Infinita de Deus As escrituras hindus afirmam que Deus está além da compreensão da mente e do intelecto. Apesar de poderosos, o alcance da mente e do intelecto é insuficiente para abranger a totalidade de Deus. Assim, a mente humana é incapaz de chegar a uma concepção real de Deus. A questão “Quem fez Deus?” só é formulada porque a mente não pode compreender Aquilo que não tem princípio nem fim. Quando se olha para o Sol, a milhões de quilômetros de distância no céu, aquela enorme estrela parece muitíssimo menor que a Terra. Contudo, o diâmetro da Terra é de aproximadamente 12.700 quilômetros; o do Sol é mais de cem vezes maior. Se fosse possível colocar nosso planeta ao lado do Sol, a Terra pareceria, comparativamente, um pequeno ponto. Suponhamos que o imenso globo solar esteja se expandindo, tornando-se cada vez maior, até que sua massa ocupe inteiramente a vasta extensão azul do firmamento. O espaço assim ocupado não passa, entretanto, de uma partícula, um simples ponto do espaço que se estende para além dos inumeráveis universos, até o infinito. Mesmo que o Sol continuasse a expandir-se interminavelmente, ainda assim não comportaria a extensão do infinito. A ilusão cósmica da finitude impede a mente de conceber semelhante vastidão. Onde estão seus limites? Como surgiu esse vácuo sem fim? O Imensurável Sem Origem é Deus. Onipresente nos mais longínquos recantos do espaço, Ele está nas estrelas distantes, em você e em mim, sempre consciente de todos os lugares em que está. Deus não é mente — Ele a criou e está além dela. Do contrário, poderíamos concebê-Lo racionalmente. Podemos acertadamente denominá-Lo Consciência Divina, Alegria Divina, Existência Divina; mente, nunca. Embora a mente seja incapaz de englobar a Onipresença, ela pode sentir Deus. Sentir Sua presença e medi-la são duas experiências diferentes. A onda não consegue medir o tamanho do oceano, mas há um ponto de contato entre ambos. Assim, onde o Infinito torna-se finito existe um ponto de contato: a mente superconsciente Essa mente pode sentir Deus. Quando expandimos a mente comum, a ponto de entrar na mente superconsciente, somos capazes de sentir a presença de Deus.
  • 36. Descemos do Infinito para o finito Descemos do Infinito para o finito. Yoga é retirar a atenção das coisas externas para focalizá-la na fonte interna da Verdade. Só desse modo podemos descobrir como Deus condensou Sua consciência nas inúmeras formas finitas das criaturas e dos universos habitados. O corpo humano é a mais complexa de todas as criações de Deus. Uma única célula original — união do espermatozoide com o óvulo — divide-se e, pela multiplicação deste processo, acumula trilhões de células ao seu redor, criando o templo corporal que abriga a consciência divina de nossa alma. Você não pode imaginar quanta energia encerra até mesmo um simples grama de carne. Sua liberação projetaria incontáveis elétrons pelo espaço afora. 1 O poder e a extensão da consciência residente no corpo estão além da compreensão humana. Embora externamente sejamos feitos de carne, ocultas sob as células grosseiras estão correntes elétricas, correntes vitais. E por trás dessas energias sutis estão os pensamentos e as percepções. 1. O poder avassalador da liberação da energia nuclear foi demonstrado pela primeira vez, sob condições controladas, poucos anos depois desta palestra, quando a primeira bomba atômica explodiu sobre Alamogordo, Novo México, em 16 de julho de 1945. O pensamento é inesgotável. Desde o princípio do mundo, pensamentos em quantidades inimagináveis cruzaram o éter. Não se pode nem começar a contá- los, mas é possível ter alguma ideia se você refletir sobre o número de pensamentos e sentimentos que você expressa no decorrer da vida. Milhões! Procure lembrar-se de tudo o que pensou em apenas um ano ou até em um dia. Considere o acúmulo dos pensamentos de todos os seres humanos, desde eras imemoriais. Deus conhece todos eles! A mente nem sequer pode medir os fenômenos sutis da natureza. Quantos elétrons agitam-se na eletricidade que traz luz às lâmpadas desta capela? Trilhões, dançando juntos, formam a luz que vocês veem. Essas partículas ultramicroscópicas movem-se a uma velocidade equivalente a viajar daqui a Nova Iorque, ou a qualquer outra parte do mundo, em poucos segundos. Experiências científicas estão provando isso. Na tentativa de calcular quantos prótons e elétrons estão condensados em nosso planeta, a mente só consegue ir até certo ponto. O que se revela à mente inquiridora parece infinito, mas há um ponto além do qual as ideias ficam demasiado sutis para serem seguidas. Dessa esfera em que o raciocínio não pode penetrar, Deus emite Sua Luz essencial — a Vibração Cósmica Inteligente que estrutura a criação finita. A verdadeira natureza de Deus só é conhecida pela intuição Pelo uso correto da mente, é possível compreender como Deus está além dela e do intelecto, e como Sua verdadeira natureza só pode ser sentida pelo poder
  • 37. intuitivo da alma. Temos de encontrar a consciência de Deus por meio da mente superconsciente — o núcleo da mente e da inteligência. A natureza infinita de Deus revela-se ao homem por meio da superconsciência intuitiva da alma. A alegria sentida na meditação revela a presença da Alegria Eterna espalhada por toda a criação. A luz vista na meditação é a luz astral, 2 da qual a criação tangível é feita. Contemplando essa luz, sente-se unidade com todas as coisas. 2. Tudo o que existe no plano material tem seu equivalente feito de luz astral, uma luz mais sutil que as energias eletromagnéticas do átomo. As escrituras hindus dão a essa energia o nome de prana, que Paramahansa Yogananda traduziu por “vitátrons” (lifetrons). A pessoa comum vive no mundo, mas tem pouquíssima consciência de sua natureza e finalidade. Uma vida assim, de percepção tão limitada, não difere muito da que levam os animais. Tínhamos aqui, em Mount Washington, uma cabra que era invariavelmente atraída por minha voz. Certo dia, enquanto eu falava nesta capela, a cabra entrou, trotando pelo corredor, e veio diretamente a mim! Tenho certeza de que não entendia o que eu estava dizendo; simplesmente gostava de ouvir minha voz. Mas vocês vêm a estas palestras não apenas para ouvir as palavras, mas também para sentir presença de Deus por detrás. Se sintonizarem suas consciências com a de Deus, permanecendo nessa correnteza de bem-aventurança, sentirão a unidade com Ele. Qualquer conhecimento que eu possa ter foi obtido pela sintonia com a consciência de Deus dentro de mim. Vocês também podem fazer o mesmo. À medida que alguém se desenvolve espiritualmente e percebe seu parentesco com tudo o que vive, aumenta sua responsabilidade em compartilhar o sofrimento dos outros. Jesus, para partilhar das aflições alheias, dispôs-se até a sofrer; nós também temos de fazer o que pudermos pelos que estão tremendo de frio e de enfermidade. Eles vivem um pesadelo e, sejam quais forem as dores que deles pudermos eliminar, estaremos eliminando-as de Deus também. Ele não está feliz quando Seus filhos sofrem, porque Ele padece neles. Neste momento, a maioria de vocês está gozando de beleza e paz, mas pensem naqueles que estão hoje em Louisville! Milhares sofrem lá, por causa das enchentes. Certa vez, faz muito tempo, eu pensava na maravilha que é este país, sem as calamidades que afligem os outros; então Deus me mostrou as enchentes que estão ocorrendo agora. As vibrações dos pensamentos 3 e sentimentos de milhares de pessoas sendo mortas na guerra civil da Espanha têm causado mudanças atmosféricas responsáveis por essas enchentes e por outros desastres em todo o mundo. A guerra vomita vibrações maléficas que tiram o equilíbrio e a harmonia da natureza, assim provocando catástrofes “naturais”. 3. O poder do pensamento, para o bem ou para o mal, deriva da essência-pensamento do universo. Ao manifestar a criação, Deus projeta-a, primeiro, como padrões de pensamento, as formas mais refinadas da vibração criadora, que se condensam em formas de luz astral e, a seguir, em estruturas atómicas mais densas. Remova-se o pensamento primordial de Deus e a criação se dissolve. Os pensamentos do homem são um empréstimo microcósmico do poder
  • 38. mental de Deus, tendo assim a capacidade, mesmo quando não desenvolvidos, de afetar significativamente a própria saúde, felicidade e êxito, e, quando fortemente reforçados por pensamentos idênticos de outras pessoas, de afetar o mundo em que vivem. Os padrões de pensamento implantados por Deus na criação são assim afetados, harmoniosamente ou não, pelos pensamentos da humanidade. (Ver karma no glossário.) Deus deu liberdade ao homem, que dela abusou; eis a causa de todo o sofrimento. O mau uso do livre-arbítrio dado por Deus gera terríveis consequências. Eu preferiria que alguém me avisasse que estou a ponto de cometer um erro, em vez de deixar-me agir — e eu só acordar muito tempo depois para o mal que pratiquei. Satã criou a ignorância, causa de todo sofrimento Portanto, o sofrimento não é obra de Deus, mas do poder satânico de maya, a ilusão. Essa força cria a ignorância, que torna as pessoas cegas às consequências de suas ações, levando-as ao erro e, assim, causando sofrimento a si mesmas. Os que estão lutando na Espanha — tanto as forças do governo quanto seus oponentes — pensam que estão agindo certo. O único meio de evitar o erro é desenvolver a sabedoria discriminativa para determinar o que é errado e, então, decidir não fazê-lo. Um errado lutando contra outro errado não produz um certo. O verdadeiro inimigo do homem é a ignorância. Ela deve ser expulsa deste mundo. Temos hoje no mundo tudo o que é necessário para dar início à idade de ouro. Só o egoísmo do homem a torna impossível. Tremendo sofrimento desnecessário é criado pelo interesse egoísta e míope do homem. Dinheiro que poderia alimentar e vestir pessoas carentes é, em vez disso, usado para destruir. A causa primeira dos males do mundo é esse egoísmo nascido da ignorância. Cada pessoa pensa estar agindo certo; mas, quando procura satisfazer apenas seu próprio interesse, ativa a lei cármica 4 de causa e efeito que destruirá, inevitavelmente, sua felicidade e a dos outros. 4. Karma é a lei de ação e reação. O que o homem semeia com seu comportamento, colherá na mesma medida, nesta vida ou nas subsequentes. (Ver glossário.) Quanto mais vejo as tragédias do mundo causadas pela ignorância humana, mais compreendo que a felicidade não seria duradoura, mesmo que todas as ruas fossem pavimentadas com ouro. A felicidade está em fazer os outros felizes, em abandonar interesses egoístas para dar alegria aos demais. Se cada um fizesse isso, todos seriam felizes e ninguém ficaria desamparado. Foi isso que Jesus quis dizer: “Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles”. 5 5. Mateus 7:12. É necessária uma federação de todas as religiões e de todas as nações. Mas essa união somente virá quando cada indivíduo empenhar-se na meditação, que leva ao contato direto com Deus. Comungar com Deus é a solução. Alcançada
  • 39. a realização divina, o homem não sente mais que os outros são diferentes dele. Enquanto essa sabedoria não for atingida, não apenas por alguns, mas por todos os homens, não haverá liberdade na Terra. Mesmo aqui nos Estados Unidos, a liberdade não é total; ainda há bastante sofrimento. Cada um de nós tem o dever de trazer paz e felicidade à nossa pátria e a todos os homens. Cada um deveria importar-se não apenas com sua própria nação, mas com todos os países; não só com sua própria família, mas com toda a humanidade. Os interesses do homem comum limitam-se a si mesmo e ao que o cerca, mas o homem de Deus identifica-se com o mundo inteiro. Não pense que é pequena a contribuição feita por sua consciência espiritualizada. Sua parte pode significar muito. Para conhecer Deus, você tem de tornar-se semelhante a Ele. Apesar de nossas transgressões, apesar de havermos esquecido Deus e sermos tão indiferentes a Ele, ainda assim o Senhor, amorosamente, nos dá a vida e tudo o que a sustenta neste mundo. Nada é maior que Deus; indiferença a Ele é o maior dos pecados. Quem não está disposto a renunciar a tudo o que possui para encontrar Deus não O conhecerá. Quem pretende conhecer Deus deve ser capaz de abandonar tudo o mais por Ele. Jesus procurava fazer seus discípulos compreenderem esta verdade ao pedir que vigiassem e orassem com ele em Getsêmane. Mas quando adormeceram, ele comentou com tristeza: “Na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” 6 6. Mateus 26:41. O homem é como um fantoche. Os cordéis de seus hábitos, emoções, paixões e sentidos comandam a dança. Amarram sua alma. Quem não quer ou não pode cortar os cordéis para conhecer Deus, não O encontrará. Eu me vejo livre desses apegos. Às vezes como, às vezes não como; às vezes durmo, às vezes não durmo. Renunciei a todas as necessidades físicas para provar a mim mesmo que não preciso delas. Deus não come nem dorme; não está preso a sentidos e hábitos. É isso que O torna Deus; e nós somos feitos à Sua imagem. Precisamos ser capazes de renunciar a tudo para conhecê-Lo: “Buscai antes o reino de Deus, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. 7 Apesar de todos os testes por que passei por Sua causa, Deus me deu, no fim, tudo o que eu queria ou necessitava neste mundo. E tenho devolvido tudo, porque Ele me concedeu uma dádiva infinitamente maior: a Alegria Divina, dia e noite. Nessa Alegria, todos os desejos que entram em meu coração são satisfeitos. 7. Lucas 12:31. A meditação dissipa o nevoeiro da ignorância No Bhagavad Gita, redigido pelo sábio Vyasa, o Senhor Krishna explica que, quando a sabedoria inata é encoberta pela ignorância, você se deixa iludir e, portanto, anda aos tropeços pela vida: “A ação tamásica [ignorante] é aquela que
  • 40. se deflagra por meio da ilusão, sem avaliar-se da capacidade da pessoa e desconsiderando-se as consequências: perdas, pela própria pessoa, de saúde, riqueza e influência; e prejuízo aos outros”. 8 Quando o nevoeiro da ignorância for dissipado pela meditação, você verá o caminho certo. Não terá mais problemas; encontrará a satisfação eterna: “Verdadeiramente, nada mais neste mundo é tão santificador quanto a sabedoria. No devido tempo, o devoto que tem êxito na yoga [meditação] perceberá isso espontaneamente, em seu próprio eu.” 9 8. XVIII:25. 9. Ib. IV:38. Todas essas verdades são reais para mim. Verdade é Realidade. A Autorrealização não é algo que se aprende em livros; alcança-se apenas pela experiência pessoal. O que toda religião deveria dar a seus seguidores é a percepção da Verdade, a experiência de Deus — e não meros dogmas. O que Jesus Cristo percebeu, nós também devemos experimentar. Ele não ensinou que deveríamos adorá-lo como uma personalidade, mas sim experimentar o que ele vivenciou em sua união com Deus. Isso só pode ser alcançado pela meditação e pela obediência às leis de Deus. Adorar a Jesus porque é Jesus não basta. Temos de abraçar os ideais universais que pregou e lutar para sermos iguais a ele. Estamos aqui na Terra, nesta forma corporal específica, só por pouco tempo, para aprender nossas lições e partir. Para onde vamos agora? Pense em quantas páginas já foram viradas no romance da criação, esse sonho do Senhor! Quando visitei Salt Lake City, tive a visão de um grande oceano e de mamutes caminhando na praia. Mais tarde, soube que o esqueleto de um antigo mamute fora encontrado ali pouco tempo antes. Como seres humanos, temos o poder dado por Deus para eliminar todo hábito e limitação e para expandir nossa consciência por toda a criação, penetrando não só nos corações de todas as criaturas, mas indo muito além das estrelas. Nossa vastidão inata estende-se a espaços ainda mais amplos. Possibilidades tremendas dormem dentro de nós! Somos infinitos! Eu vivo nessa esfera de infinitude e estou consciente do corpo só de vez em quando. Você agora está limitado; quando, porém, pela meditação diária e profunda, puder transferir sua consciência do finito para o Infinito, será livre. Você não se destina a ser prisioneiro do corpo. Você é filho de Deus e deve viver à altura dessa herança divina. Dê a Deus o primeiro lugar em seu coração Onde estiver sua mente, ali você passará o tempo. Que aconteceria se Deus não lhe tivesse dado a capacidade de ler, trabalhar ou divertir-se? Não poderia fazer
  • 41. nada. Por isso, dê prioridade a Ele em sua vida. Deus sabe o que há em seu coração; ali, dê a Ele o primeiro lugar. A única maneira de conquistar Deus é por amor. Medite Nele e depois ore profundamente: “Senhor, não posso viver sem Ti. És o Poder por trás de minha consciência. Eu Te amo. Revela-Te a mim.” Quando deixar de dormir para meditar Nele, quando abandonar o egoísmo e chorar por vê-Lo sofrendo em seus irmãos, Ele virá a você. Quando realmente se sacrificar por Ele, o Senhor será apanhado na rede do seu amor. Nada mais pode capturá-Lo. O conhecimento prepara o caminho para o amor. Você não pode amar o que não conhece. O conhecimento de Deus deve, portanto, preceder o amor a Ele. Esse conhecimento surge com a prática da Kriya Yoga, 10 a técnica ensinada por Lahiri Mahasaya. Quando conhecer Deus, você O amará e, amando-O, entregar- se-á a Ele. 10. Kriya Yoga significa união (yoga) com o Infinito por meio de certa ação ou rito (kriya). Especificamente, é uma técnica de meditação pela qual se alcança a união divina. Lahiri Mahasaya, guru do guru de Paramahansa Yogananda, desempenhou um papel-chave na reativação da antiga ciência de Kriya Yoga, nesta era. (Ver Autobiografia de um Iogue, capítulo 26.) Não descanse enquanto a devoção e a percepção que você tem de Deus não forem perfeitas; não se entregue ao sono quando deveria estar meditando. Nunca dê preferência a nada antes de Deus! Não existe maior amor que o Dele. Enquanto der prioridade a outras coisas, Ele esperará. Mas sua demora pode ser muito longa e seu sofrimento, grande. Não adie. Tenha certeza, na sinceridade de sua consciência, de que fez todo o esforço para comungar com Ele. Não descanse, não desista enquanto não O vir com seus próprios olhos, ou não O sentir em seu coração. Nascimento, diversão, casamento, filhos, velhice — e a vida acabou. Isso não é viver! Eu descobri que a vida é muito mais profunda e maravilhosa que isso. Quando se conhece Deus, não existe mais tristeza. Todos os que você amou e perdeu com a morte estarão de novo ao seu lado, na Vida Eterna. Você não saberá mais a quem considerar “seu”, porque todos lhe pertencerão. A beleza de Deus é imensa. Apreciar as flores por seu encanto é bom, mas é melhor ver a face de Deus por trás da pureza e da graça que têm. Enlevar-se com a música por amor à música não se compara a nela ouvir a Voz criadora de Deus. Embora Deus seja imanente nas belezas finitas da criação, a sabedoria consiste em perceber o eterno Ser, além da forma e da finitude. Vocês sabem como aprecio os jardins de nossos ashrams de Mount Washington e de Encinitas. 11 Nunca me canso de sua beleza. Porém o Senhor me concedeu, recentemente, uma experiência de alerta. Vi, internamente, pessoas sentadas, conversando. Uma delas propôs alguma atividade, mas outra disse: “Não, Paramahansaji ensinou que não devemos fazer isso”. Subitamente compreendi
  • 42. que era uma cena de anos vindouros, quando eu não mais estaria aqui, neste corpo. Por um momento fiquei abalado; então regressei à consciência comum. 11. Ashram é um eremitério espiritual; muitas vezes, um mosteiro. O Ashram de Mount Washington é a sede internacional da Self-Realization Fellowship (Yogoda Satsanga Society of India), em Los Angeles. O Ashram de Encinitas, Califórnia, é um centro filiado à Self-Realization Fellowship. Não vale a pena apegar-se a coisa alguma neste mundo. No drama cósmico do Senhor, muitas coisas vão e vêm. Vejo tantas coisas que ainda acontecerão, aeroportos destruídos, o mar coalhado de mortos etc. Em meu coração, vejo um mundo sem mim. Deus dará essa liberdade, finalmente, a toda alma. Um grande santo disse: “Pouco me importa onde eu esteja, Senhor, mas não me castigues com o esquecimento de Ti”. Não há punição maior. Jesus disse: “Melhor é para ti entrares na vida mutilado” 12 Todo sofrimento pode ser eliminado pelo contato com Deus. 12. Marcos 9:43. Isto é, mutilado de todos os desejos e hábitos que impedem o homem de pensar em Deus. Desperte do pesadelo do sofrimento Em um sonho você pode se ver correndo pela rua, perseguido por um inimigo. De repente, um tiro o alcança e você pensa: “Oh, que terrível! Estou morrendo! Lamento ter de deixar este mundo.” Então você se vê morto. O agente funerário crema seu corpo e seus amigos vêm se lamentar, enquanto as cinzas são enterradas. Mas de repente você acorda e vê que foi apenas um sonho. Você está vivo! Isso se parece com o que acontece na hora da morte. Deus mostrou-me em uma visão que os que estão morrendo na guerra da Espanha estão apenas tendo um terrível sonho de morte. Assim que a consciência se eleva acima do corpo, eles acordam, como se saíssem de um pesadelo, felizes por estarem livres. Todas as nossas experiências da vida são parte de um sonho. O próprio homem criou o pesadelo da guerra. Entretanto, depois que suas vítimas são expelidas do corpo, elas compreendem que foi só um sonho horrível do qual já despertaram. Sabem que não estão mortas. Esta é uma grande verdade metafísica. Quando você sabe que está sonhando, não sofre com as más experiências do sonho. Se, porém, está identificado com o sonho e, nele, alguém golpeia sua cabeça e o mata, a morte no sonho parece uma experiência verdadeira e terrível, até você acordar e compreender que não foi real. É o mesmo que acontece depois da morte. Uma vez fora do corpo, você compreende que não está morto; está livre de um pesadelo. Portanto, a morte não é o fim; é a libertação da consciência de estar aprisionado no corpo físico de sonho. Essa alforria traz uma sensação de grande liberdade. Nunca deveríamos procurar a morte. Ao contrário, devemos preparar nossa consciência, por meio da meditação e da comunhão com Deus, de modo que, quando a morte chegar, a seu devido tempo,
  • 43. estejamos aptos a encará-la como um sonho, nada mais. Sempre que quero, vejo a natureza onírica da vida e da morte. Por isso dou pouca importância ao corpo. Em união com Deus, saiba que a vida é um sonho Viva na consciência do Espírito, na unidade com Deus em que você sabe que a vida é um sonho. É muito fácil, se você se esforçar. Quando o sofrimento chega, é mais difícil desligar a consciência da identificação com o corpo; portanto, seja sábio e faça o esforço agora, enquanto tem força e saúde. Desejos materiais tiram o desejo pelo Infinito. Quase todos os dias, alguém me diz que preciso disso ou daquilo. Parece-me ridículo, porque sei que milhares de pessoas não têm o que me dizem que eu “preciso”. Se milhares não precisam, por que eu deveria precisar? A única necessidade real é Deus; não há outra necessidade. Não se apegue a bens, música, livros, alimento ou qualquer outro prazer sensório. Em Deus você tem a vida eterna. Conscientize-se desta grande verdade; do contrário, seus compromissos na vida assumirão o comando e você morrerá ainda escravizado por eles. Se estabeleceu sua unidade com Ele, não será forçado a voltar a esta terra de sonho. Estará livre para ir e vir, quando quiser, 13 para servir a Deus em Seus filhos no mundo. 13. A doutrina da reencarnação oferece a única explicação plausível para as aparentes injustiças nas desigualdades entre os homens — todos filhos amados de Deus. A alma, toda perfeita e sempre perfeita, é compelida, pela lei da evolução, a encarnar repetidamente, em vidas progressivamente mais elevadas — retardando-se por más ações e desejos, e acelerando-se por esforços espirituais — até atingir a Autorrealização e a união com Deus. Transcendida, então, a ilusão do Senhor, a alma está livre para sempre. “Com os pensamentos mergulhados Naquele (o Espírito), com as almas unificadas com o Espírito, com a devoção e a fidelidade dedicadas ao Espírito, com os seres purificados da venenosa ilusão pelo antídoto da sabedoria, tais homens alcançam o estado de não-retorno” (Bhagavad Gita V:17). Na Bíblia, igualmente, está escrito: “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, donde não mais sairá” (Apocalipse 3:12). Uma alma que retorne à Terra após a libertação encarna-se por sua livre e espontânea vontade como um mestre, para ajudar a libertar outros. Esses retornos voluntários denominam-se vyutthana, regresso à vida terrena depois que maya deixou de cegar. Tais encarnações são raras em qualquer época. Se viver na alegria de Deus, não saberá o que é a morte. Você não alcança esse estado quando reza mecanicamente. Absorva-se por inteiro em sua oração, com a certeza de que Deus está ouvindo. Se orar a Deus desse modo, fervorosa e amorosamente, Ele virá a você a qualquer momento.
  • 44. 4 Orações Atendidas Vindos a este mundo sem sabermos de onde, naturalmente refletimos sobre a origem e a finalidade da vida. Ouvimos falar de um Criador, lemos a Seu respeito, mas não conhecemos nenhum meio de entrar em contato com Ele. Só sabemos que o universo inteiro é o retrato de Sua inteligência. Assim como o intricado mecanismo de um pequeno relógio desperta a nossa admiração pelo relojoeiro, assim como as máquinas enormes e complexas de uma fábrica nos fazem admirar o seu inventor, também a visão dos prodígios da natureza provoca em nós o respeito reverente pela inteligência neles oculta. Perguntamos: quem fez da flor uma forma viva, que se ergue em direção ao Sol? De onde vem seu aroma e beleza? Como foram suas pétalas modeladas com tanta perfeição e tingidas com cores tão encantadoras? À noite, as estrelas e a lua, derramando luz prateada ao nosso redor, fazem-nos refletir sobre a inteligência que guia esses corpos celestes pelo firmamento. A suave luz da lua é insuficiente para as atividades do dia; assim, uma inteligência benigna sugere-nos o repouso à noite. A seguir, o Sol aparece e sua luz intensa nos permite ver, clara e concretamente, o mundo à nossa volta e enfrentar a nossa responsabilidade de satisfazer as necessidades mais prementes. Há dois modos pelos quais nossas necessidades podem ser atendidas. Um é o modo material. Por exemplo, quando estamos doentes podemos ir a um médico em busca de tratamento. Mas chega uma hora em que nenhum auxílio humano surte efeito. Aí buscamos a alternativa, o Poder Espiritual, Aquele que fez nosso corpo, mente e alma. O poder material é limitado e, quando falha, recorremos ao ilimitado Poder Divino. Analogamente, no que se refere às nossas necessidades financeiras, quando já fizemos o melhor possível e ainda assim não foi suficiente, voltamo-nos para esse outro Poder. Todos pensam que seus problemas são os piores. Algumas pessoas se sentem mais oprimidas do que outras, porque sua resistência é mais fraca. Por causa das diferenças de poder mental, as pessoas empregam quantidades diferentes de energia. Se alguém de mente fraca defronta-se com uma enorme dificuldade, não conseguirá superar o problema. Um homem de mente poderosa quebraria as barreiras da mesma dificuldade. Ainda assim, até os homens mais fortes às vezes fracassam. Quando problemas materiais, mentais ou espirituais
  • 45. insuportáveis nos acossam, percebemos como são limitados os poderes da vida no mundo físico. Nosso empenho deve ser não apenas adquirir segurança financeira e boa saúde, mas procurar o significado da vida. A vida: de que se trata? Quando as dificuldades nos atingem, reagimos primeiro a nosso ambiente, efetuando os ajustes materiais que imaginamos possam surtir efeito. Quando, porém, chegamos ao ponto de dizer: “Tudo o que tentei não deu certo; que fazer agora?”, começamos a pensar seriamente em uma solução. Quando pensamos com suficiente profundidade, encontramos uma resposta em nosso interior. Esta é uma forma de oração atendida. A oração é uma ordem da alma A oração é uma ordem da alma. Deus não nos fez mendigos; criou-nos à imagem Dele. A Bíblia e as escrituras hindus assim afirmam. Um mendigo que vai pedir esmolas na casa de um homem rico recebe o que toca aos mendigos; mas o filho pode ter, de seu abastado pai, tudo o que pedir. Portanto, não devemos nos comportar como mendigos. Seres divinos como Cristo, Krishna e Buda não mentiram quando disseram que fomos feitos à imagem de Deus. Todavia, vemos que algumas pessoas têm tudo, como se tivessem nascido em berço de ouro, enquanto outras parecem atrair o fracasso e as dificuldades. Onde está a imagem de Deus nelas? O poder do Espírito está dentro de cada um de nós; a questão é como desenvolvê-lo. Se você seguir as lições derivadas de minhas experiências com Deus, inevitavelmente encontrará o resultado que procura. É possível que, no passado, você tenha se desapontado pelo fato de suas orações não terem sido atendidas. Mas não perca a fé. Para descobrir se orações são ou não eficazes, você precisa ter na mente uma crença inicial no poder da oração. Suas orações podem ter ficado sem resposta porque você rezou como um mendigo. Você deve saber, também, o que pode legitimamente pedir a seu Pai Celestial. Você pode orar de todo o coração e com todo o seu poder para possuir a Terra, mas sua oração não será concedida, porque todas as orações relacionadas com a vida material são limitadas — têm de ser. Deus não vai violar Suas leis para satisfazer desejos caprichosos. Mas há um modo correto de orar. Diz-se que o gato tem sete vidas: as dificuldades têm setenta e sete! É preciso encontrar o único jeito certo de matar o gato das dificuldades. O segredo da oração eficaz é fazer o seu estado de mendigo passar a filho de Deus. Quando você apelar para Ele com essa consciência, sua oração terá, ao mesmo tempo, poder e sabedoria. Na força de vontade está a semente do êxito A maioria das pessoas fica extremamente nervosa ou tensa quando procura conseguir algo que considera muito importante. Ações ansiosas e nervosas não
  • 46. atraem o poder de Deus, mas o uso contínuo, calmo e poderoso da vontade sacode as forças da criação e traz a resposta do Infinito. A semente do sucesso, em tudo o que desejar realizar, está na força de vontade. A vontade que foi severamente castigada pelas dificuldades fica temporariamente paralisada. O homem resoluto que afirma: “Meu corpo pode ser destruído, mas minha cabeça — minha força de vontade — permanecerá erguida”, demonstra a maior expressão da vontade. É a força de vontade que o torna divino. Ao desistir de usá-la, você se converte em homem mortal. Muitas pessoas dizem que não devemos exercitar nossa vontade para mudar as condições da vida, para que não ocorra de interferirmos no plano de Deus. Por que, entretanto, Deus nos daria a vontade se não fosse para que a usássemos? Encontrei, um dia, um fanático que dizia não ser a favor de usar a força de vontade porque isto desenvolveria o ego. Eu respondi: “Você está usando, agora mesmo, um bocado de vontade para se opor a mim! Você a usa para falar e é obrigado a usar a vontade para permanecer de pé, ou caminhar, ou comer, ou ir ao cinema, ou, até, para dormir. Tudo o que você faz é porque tem vontade. Sem o poder da vontade, você seria um boneco mecânico.” Quando Jesus disse: “Não segundo a minha vontade, mas segundo a Tua vontade”, ele não quis dizer que não se usasse a vontade. Ele estava demonstrando que o homem precisa aprender a curvar sua vontade, governada pelos desejos, à vontade de Deus. Portanto, a oração correta, quando for persistente, será vontade. Você precisa acreditar na possibilidade daquilo por que está orando. Se alguém deseja uma casa e a mente pensa: “Seu simplório, você não tem condições de ter uma casa”, a pessoa precisa fortalecer sua vontade. Quando o “não posso” desaparece de sua mente, poderes divinos vêm a você. Uma casa não lhe cairá do céu; você precisa exercer ininterruptamente sua força de vontade mediante ações construtivas. Quando perseverar, recusando-se a aceitar o fracasso, o objeto de sua vontade terá de materializar-se. Quando você exercer ininterruptamente essa vontade por meio de seus pensamentos e atividades, aquilo que você desejar terá de acontecer. Mesmo que não haja no mundo nada que corresponda ao seu desejo, quando a vontade persiste, o resultado almejado se manifestará de alguma forma. É nessa espécie de vontade que está a resposta de Deus, porque a vontade vem de Deus e a vontade persistente é a vontade divina. Cauterize os “não posso” em seu cérebro Uma vontade fraca é uma vontade mortal. Assim que as provas e o fracasso a desligam, ela perde a conexão com o gerador do Infinito. Entretanto, por trás da vontade humana está a vontade divina, que jamais pode falhar. Nem a morte tem o poder de inibir a vontade divina. Não há qualquer dúvida de que o Senhor responderá à oração por trás da qual a força da vontade seja ininterrupta. A maioria das pessoas tem preguiça mental ou física, ou ambas. Quando querem