2. E vi na destra do que estava assentado
sobre o trono um livro escrito por
dentro e por fora, selado com sete
selos. E vi um anjo forte, bradando com
grande voz: Quem é digno de abrir o
livro e de desatar os seus selos?
E ninguém no céu, nem na terra, nem
debaixo da terra, podia abrir o livro,
nem olhar para ele.
3. E eu chorava muito, porque ninguém
fora achado digno de abrir o livro,
nem de o ler, nem de olhar para ele.
E disse-me um dos anciãos: Não
chores; eis aqui o Leão da tribo de
Judá, a raiz de Davi, que venceu,
para abrir o livro e desatar os
seus sete selos.
4. E olhei, e eis que estava no meio do
trono e dos quatro animais viventes e
entre os anciãos um Cordeiro, como
havendo sido morto, e tinha sete
pontas e sete olhos, que são os sete
espíritos de Deus enviados a toda a
terra. E veio, e tomou o livro da destra
do que estava assentado no trono.
Apocalipse 5:1-7
5. Para primeiro nos ambientarmos
devo lembrar que este capítulo
nada mais é do que uma
continuação do 4. Assim,
devemos ter em mente que se
trata do mesmo pano de fundo.
6. João no céu e diante do trono de Deus
é convidado a ver.
“Mostrar-te-ei” – disse Jesus
João viu a porta, viu o trono, viu o que
está assentado, viu os vinte e quatro
anciãos, viu os quatro seres viventes,
viu trovões e relâmpagos, viu a
adoração...
7. O capítulo 5 não somente continua
com tais visões, mas também é
divido em cenas distintas a partir
do que João vê.
“e vi” – 5.1
“e vi’ – 5. 2 a 5
“e vi ” – 5. 6 a 10
“e vi’ – 5. 11 a 14
8. E vi sobre a mão direita daquele
que está assentado no trono um
livro em forma de rolo escrito de
ambos os lados e selado
com sete selos.
5.1
9. “sobre a mão direita”
Eu fiz essa diferenciação porque esta
expressão ‘sobre a’ é a que melhor
representa o grego, pois o termo
original traz a ideia de que o livro está
sobre a palma aberta da
mão direita de Deus. ‘Mão direita’ que
simboliza, como já aprendemos,
poder e autoridade.
10. Então, mais do que achar alguém
que fosse digno de tomar esse livro e
abri-lo, está também em questão o
ser digno de receber de Deus
poder e autoridade.
11. Podemos ver que o livro está
absolutamente identificado com o
tempo e a cultura quando, por
exemplo, João afirma não só que o
mesmo está escrito por dentro e por
fora (opistográfico), mas também que
encontra-se selado. O que nos permite
entender que se trata de um rolo,
lembrando o papiro ou pergaminho.
12. Assim o rolo está na palma da mão
de Deus e precisa ser aberto.
Então dá-se o segundo “vi”.
Vi um anjo poderoso, proclamando
em alta voz: "Quem é digno de
romper os selos e de abrir o livro? "
Apocalipse 5:2
13. Sabemos que o propósito dos selos
é manter o conteúdo em sigilo até
que se cumpras o tempo
para sua revelação. Talvez tenha
sido essa um pouco da
angústia de João.
Que livro é esse?
Qual o seu conteúdo?
14. Para Grant Osborne, esse livro “indica
uma tábua celestial contendo o propósito
e o final da história da redenção. Nesse
sentido, ela resume o todo da verdade
bíblica começando nos prenúncios desse
plano no AT e desvendando-o
progressivamente por meio de Cristo...
É importante observar aqui que os
eventos do capítulo 6 acompanham a
abertura dos selos e não constituem
o conteúdo do rolo”
15. Quem é digno?
Visto que o próprio Deus não abrirá o
livro, uma busca é realizada em toda
criação para encontrar um
ser que seja digno.
16. Deus é digno então Ele busca
alguém digno de pegar o livro e
romper os selos, alguém esse que
não foi achado nem no céu, nem na
terra, nem debaixo da terra. Essa
divisão tripla segue uma crença
judaica de que o universo é dividido
em três camadas e indica a
totalidade da ordem criada...
17. Ou seja, em toda criação não há um
sequer que seja digno de pegar o
livro e romper seus selos.
Então João chora!
Porque ele chora?
18. Chora, muito provavelmente, por ter
cogitado a possibilidade de
conseguir descobrir o conteúdo do
rolo. Devemos nos lembrar que
sobre sua vida havia a seguinte
palavra:
“mostrar-te-ei as coisas que
devem acontecer”
19. A probabilidade de ter associado tais
‘coisas’ com o conteúdo do livro é
muito grande. Agora, não tem
ninguém que o abra?
Talvez, ainda que por alguns
instantes, João deva ter sentido a
sensação de ter nadado, nadado, pra
morrer na praia...
20. Aliás, esse termo no grego indica
uma profunda tristeza e lamento por
algo que é perdido. Só que o texto
segue e com ele, mais uma vez,
aprendemos que diante do poder de
Deus não há motivo para tristeza.
Pois há um que é digno de
pegar o livro e abrir seus selos!
21. Eis que o Leão da tribo de Judá,
a Raiz de Davi, venceu para abrir
o livro e os seus sete selos".
Apocalipse 5:5
22. Os versículos 5 e 6 são profundamente
cristológicos. No 5, em particular,
encontramos dois títulos messiânicos
para descrever aquele que é digno de
abrir o livro, revelando que Jesus de
Nazaré é de fato o messias prometido.
A profecia se cumpriu.
‘Leão de Judá’ E ‘Raiz de Davi’
23. Jesus como vencedor é o LEÃO. O
animal mais mencionado no AT tendo
como sentido figurado poder e força.
Notem que esse ‘Leão’ tem dupla
qualificação:
Primeira: Ele é ‘Da Tribo de Judá.’
Segunda: Ele é ‘A Raiz de Davi.’
24. A primeira provém de Genesis
49. 8 a 10:
Judá, a ti te louvarão teus irmãos; a tua
mão será sobre o pescoço de teus
inimigos: diante de ti se prostrarão os
filhos de teu pai. Judá é um leãozinho.
Subiste da presa, meu filho. Ele se
encurva e se deita como um leão, e
como uma leoa; quem o despertará?
25. O cetro não se arredará de Judá,
nem o bastão de autoridade dentre
seus pés, até que venha aquele
a quem pertence;
e a Ele obedecerão os povos.
Aleluia!
26. A segunda provém de Isaias 11
Então brotará um rebento do toco de
Jessé, e das suas raízes um renovo
frutificará... Naquele dia a raiz de
Jessé será posta por estandarte dos
povos, à qual recorrerão as nações;
gloriosas lhe serão as suas moradas.
Vers. 1 e 10
27. Entretanto, não somente porque
Jesus é o messias encarnado e sim
porque também VENCEU, Ele é
digno de abrir o livro. Aliás, como
muito bem nos revela João:
“Não chores; eis que o Leão da tribo
de Judá, a raiz de Davi, venceu
para abrir o livro e romper os
sete selos.”
28. Então chegamos ao terceiro ‘vi’.
Lembro que um dos anciãos disse pra
João ficar tranquilo que o Leão era
digno de abrir o livro.
Mas, João olha e o que ele vê?
29. Nisto vi, entre o trono e os quatro seres
viventes, no meio dos anciãos, um
Cordeiro em pé, como havendo sido
morto, e tinha sete chifres e sete olhos,
que são os sete espíritos de Deus,
enviados por toda a terra. E veio e
tomou o livro da destra do que estava
assentado sobre o trono.
Apocalipse 5:6-7
30. Sim! João vê um cordeiro!
Jesus é o leão que se fez cordeiro e
venceu como cordeiro para se fazer
leão novamente!
Entenderam?
31. Essa é uma das mais belas metáforas
bíblicas.
O Leão é o cordeiro! Os versículos que
se seguem mostram como o Leão de
Judá venceu, não mediante a força ou
ao poder militar, mas por seu sacrifício
pascal. Jesus não vence por habilidade
física, mas por suportar a
hostilidade e pela morte...
32. Isso é maravilhoso porque indica que a
grande vitória de Jesus sobre satanás
já ocorreu: a cruz é o ponto central da
história e o escaton é a culminação da
vitória já alcançada, pois o triunfo de
Cristo já ocorreu na cruz...
33. Osborne nos permite entender que o
Armageddon (a grande guerra final) é
mais um grito de desespero de satanás
do que qualquer outra coisa. Afinal de
contas, ele já foi derrotado, pois “ao
pregar Cristo na cruz, satanás cometeu
seu maior erro tático, pois isso
culminou na sua própria derrota”.
Aleluia!
35. O fato do livro estar na mão direita de
Deus mostra autoridade sobre tal e
controle divino sobre seu conteúdo.
Assim, devemos entender que, neste
momento, há uma transferência de
autoridade de Deus para o Cordeiro,
que agora assume o controle.
36. Jesus Cristo é colocado numa posição
junto a seu Pai como Senhor de todos
os acontecimentos no céu e na terra.
Mais precisamente, Jesus Cristo
exerce o reinado de seu Pai que agora
lhe foi entregue como cumprimento de
Daniel 7. 13 e 14 que diz:
37. Na minha visão à noite, vi alguém
semelhante a um filho de um homem,
vindo com as nuvens dos céus. Ele se
aproximou do ancião e foi conduzido à
sua presença. A ele foram dados
autoridade, glória e reino; todos os
povos, nações e homens de todas as
línguas o adoraram. Seu domínio é um
domínio eterno que não acabará, e seu
reino jamais será destruído...
38. Jesus é o Leão, é o cordeiro, é o que
venceu, é digno e É o que herdou
do Pai autoridade e poder
para executar seu plano.
Deste modo, a abertura deste
livro resultará na consumação
da história deste mundo e nossa
enquanto parte dele!
39. Será que estamos preparados?
Ou melhor
Será que estou preparado?
42. E vi na destra do que estava assentado
sobre o trono um livro escrito por dentro e
por fora, selado com sete selos.
E vi um anjo forte, bradando com grande
voz: Quem é digno de abrir o livro e de
desatar os seus selos?
E ninguém no céu, nem na terra, nem
debaixo da terra, podia abrir o livro, nem
olhar para ele.
43. E eu chorava muito, porque ninguém fora
achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem
de olhar para ele. E disse-me um dos anciãos:
Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a
raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e
desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que
estava no meio do trono e dos quatro animais
viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como
havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete
olhos, que são os sete espíritos de Deus
enviados a toda a terra.
44. E veio, e tomou o livro da destra do que estava
assentado no trono. E, havendo tomado o livro,
os quatro animais e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos
eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso,
que são as orações dos santos. E cantavam um
novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o
livro, e de abrir os seus selos; porque foste
morto, e com o teu sangue nos compraste para
Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação;
45. E para o nosso Deus nos fizeste reis e
sacerdotes; e reinaremos sobre a terra.
E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao
redor do trono, e dos animais, e dos
anciãos; e era o número deles milhões de
milhões, e milhares de milhares,
46. Que com grande voz diziam: Digno é o
Cordeiro, que foi morto, de receber o
poder, e riquezas, e sabedoria, e força,
e honra, e glória, e ações de graças.
E ouvi a toda a criatura que está no
céu, e na terra, e debaixo da terra, e
que estão no mar, e a todas as coisas
que neles há, dizer:
47. Ao que está assentado sobre o trono, e
ao Cordeiro, sejam dadas ações de
graças, e honra, e glória, e poder para
todo o sempre. E os quatro animais
diziam: Amém. E os vinte e quatro
anciãos prostraram-se, e adoraram ao
que vive para todo o sempre.
Apocalipse 5:1-14
48. Precisamos, antes de entrar no
conteúdo inédito, lembrar de alguns
pontos que foram dados nas duas
últimas aulas.
49. Primeiro: aprendemos que o capítulo 5
de apocalipse é continuação do quatro
e, portanto, tem o mesmo
pano de fundo.
51. Aprendemos que o capítulo 5 é divido em
cenas distintas a partir
do que João vê.
“e vi” – 5.1
“e vi’ – 5. 2 a 5
“e vi ” – 5. 6 a 10
“e vi’ – 5. 11 a 14
52. Na última aula dada refletimos sobre os
três primeiros “e vi”...
“e vi” – 5.1: e vi um livro sobre a mão
direita do que estava assentado
sobre o trono.
“e vi’ – 5. 2 a 5: E vi um anjo
poderoso – forte.
“e vi ” – 5. 6 a 10: e vi um cordeiro
53. Assim, iremos hoje refletir ainda um
pouco sobre sua terceira ‘visão’ – a do
cordeiro – pois além do cordeiro, neste
momento, João também algumas
coisas também importantes, como
também viu alguns acontecimentos que
não podem ser ignorados.
Ouçamos o texto novamente:
54. E olhei, e eis que estava no meio do
trono e dos quatro animais viventes
e entre os anciãos um Cordeiro,
como havendo sido morto, e tinha
sete pontas e sete olhos, que são os
sete espíritos de Deus enviados a
toda a terra.
55. E veio, e tomou o livro da destra do que
estava assentado no trono.
E, havendo tomado o livro, os quatro
animais e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro,
tendo todos eles harpas e salvas de
ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos.
56. E cantavam um novo cântico, dizendo:
Digno és de tomar o livro, e de abrir os
seus selos; porque foste morto, e com o
teu sangue nos compraste para Deus
de toda a tribo, e língua, e povo, e
nação; E para o nosso Deus nos fizeste
reis e sacerdotes; e reinaremos
sobre a terra.
Apocalipse 5:6-10
58. Não. Na verdade, o cordeiro visto por
João era o que poderíamos chamar de
um “Cordeiro mutante”.
Diz o texto que ele tem ‘sete chifres e
sete olhos’.
E o que significam estas coisas?
59. Os chifres desde o mundo antigo
indicam poder e força, como os dez
chifres do quarto animal de Daniel 7.
veremos que em apocalipse os chifres
aparecem frequentemente e também
indicam poder e força.
60. Os sete olhos, como em 4, 4 a 8,
simbolizam o cordeiro que vê todas as
coisas. Zacarias também nos ajuda
nesta compreensão quando nos revela
que os sete olhos do Senhor percorrem
toda a terra.
61. Sabendo que ‘sete’, na Bíblia, tem o
sentido de completude; devemos então
concluir que o Cordeiro detém todo
poder e dos seus olhos nada escapa.
Neste momento a onipotência (sete
chifres) e a onisciência (sete olhos) do
‘cordeiro – leão’ são intencionalmente
destacadas visando, talvez, o
encorajamento de seus leitores.
62. Assim João vê o Cordeiro que tem sete
chifres e sete olhos e que pega o livro
da mão direita de Deus. Depois disso o
que acontece?
64. E, havendo tomado o livro, os quatro
animais e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro,
tendo todos eles harpas e salvas de
ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos.
Apocalipse 5:8
65. Percebam que a adoração a Deus no
capítulo 4 é agora replicada na
adoração universal ao Cordeiro,
primeiro pelos seres viventes e pelos
anciãos e, em seguida, por toda
ordem angelical.
66. ‘prostraram-se diante do cordeiro”
Essa é a resposta básica e imediata
que se deve ter ante à
majestade de Deus.
Essa expectativa Divina a nosso
respeito deve ter uma profunda ligação
com a recriminação que Deus tem
sobre os olhos altivos.
Ouçamos os textos:
67. Prov. 6: 16 Estas seis coisas o SENHOR
odeia, e a sétima a sua alma abomina:
Olhos altivos,...
Prov. 16 : 5 Abominação é ao SENHOR
todo o altivo de coração; não ficará
impune mesmo de mãos postas.
68. João vê que eles se prostram e, mais
do que isso, João vê que cada ser
celestial tem em suas mãos dois
objetos:
uma harpa e
uma taça de ouro com incenso.
69. A harpa, instrumento tocado por Davi, era
usado junto a outros instrumentos para
acompanhar os hinos e também
acrescentar uma atmosfera festiva, de
alegria na adoração como nos ensina
Neemias 12. 27 E na dedicação dos muros
de Jerusalém buscaram os levitas de todos
os seus lugares, para trazê-los, a fim de
fazerem a dedicação com alegria, com
louvores e com canto, saltérios,
címbalos e com harpas.
70. Quanto ao incensário que representa
as orações dos santos, assim como no
Salmo 141 que nos diz:
...
71. Salmos 141: 1 SENHOR, a ti clamo, escuta-
me; inclina os teus ouvidos à minha voz,
quando a ti clamar. 2 Suba a minha oração
perante a tua face como incenso, e as
minhas mãos levantadas sejam como o
sacrifício da tarde.
72. Enfim, tem um grande paralelo com o
significado que o incenso tem na
adoração judaica e que não é outro
senão a indicação de um ‘aroma de
cheiro agradável’ ou a aceitabilidade do
sacrifício a Deus. Assim devemos
entender que Deus, de igual modo se
agrada e aceita as orações
feita pelos santos.
73. Eles se prostram e entoam um
“novo cântico”.
Esse termo tem um sentido
escatológico e é o mesmo adjetivo
usado para nova Jerusalém, novo céu
e a nova terra. Ou seja, tudo novo,
inclusive um novo cântico para celebrar
sua vinda! Aleluia.
74. Sobre esse novo cântico podemos
aprender que é composto de três
partes.
1. A aclamação da dignidade
do Cordeiro
2. A obra salvadora do Cordeiro.
3. Os resultados para os seguidores
do Cordeiro.
75. A primeira parte – Tu és digno – repete
a celebração da dignidade de Deus e
dá continuidade ao tema constante do
livro no que diz respeito à unidade
entre Deus e Cristo.
Deus é digno – O Cordeiro é digno
76. Também tem como ponto de partida a
pergunta de abertura deste capítulo:
Quem é digno de abrir o livro
e desatar os selos?
A resposta vem em forma de canção:
O Cordeiro é digno!
78. ...porque foste morto, e com o teu
sangue nos compraste para Deus de
toda a tribo, e língua, e povo, e nação;
E para o nosso Deus nos fizeste reis e
sacerdotes; e reinaremos sobre a terra.
Apocalipse 5:9-10
79. Osborne ressalta que a combinação
das figuras do sacrifício e do comércio
é um tema central da soteriologia
do NT. Quer dizer a morte de Jesus foi
o pagamento de resgate pelo qual
Deus comprou um povo para si
mesmo. Povo esse de toda a tribo, e
língua, e povo, e nação; indicando
assim a iniversalidade de sua obra
redentora. E mais...
80. O sacrifício de Cristo possibilitou
que todos do povo de Deus vindos
de todas as nações da terra se
tornassem realeza e sacerdotes no
novo reino de Deus.
81. Os santos são coletivamente um ‘reino’
que por meio da morte de Cristo e sua
vitória final sobre o mal reinarão com
Ele sobre sua criação.
Os santos são individualmente
‘sacerdotes’ que servem a Deus por
meio da adoração, do testemunho e da
missão universal às nações.
82. Assim chegamos á última parte deste
capítulo, ao último “e vi”.
E olhei (e vi), e ouvi a voz de muitos anjos
ao redor do trono, e dos animais, e dos
anciãos; e era o número deles milhões de
milhões, e milhares de milhares,
Apocalipse 5:11
83. João viu que os anjos se juntaram à
adoração dos seres viventes e dos
anciãos e, quanto à expressão
“milhões de milhões, e milhares de
milhares” devemos entendê-la como
menção de uma hoste ou exército
inumerável de anjos, o que acrescenta
um impacto e beleza ainda maiores à
adoração destacando ainda mais a
majestade e o esplendor de
Deus em seu trono.
84. Mas, João viu e ouviu
a adoração.
E o que eles cantavam?
85. Que com grande voz diziam: Digno
é o Cordeiro, que foi morto, de
receber o poder, e riquezas, e
sabedoria, e força, e honra, e glória,
e ações de graças.
Vocês conseguem ver um
número neste versículo?
86. O Cordeiro de Deus que tem os sete
chifres e os sete olhos é também digno
de ser adorado com um
louvor ‘sétuplo’.
Pois Ele é digno de receber o
poder – riquezas – sabedoria – força -
honra – glória - ações de graças.
87. Além de ter uma indicação de um
perfeito louvor, cada termo é uma
aplicação metafórica à pessoa de
Cristo de qualidades que pertencem
inerentemente a Deus, dando, mais
uma vez, continuidade à ênfase na
unidade entre Pai e Filho.
88. Tais atribuições podem ainda ser
divididas em duas partes:
Uma de quatro elementos que celebra
os atributos de Cristo:
poder, riqueza, sabedoria e força.
Outra de três elementos que celebra a
adoração que lhe é devida como
resultado desses atributos: honra,
glória e ações de graças ou louvor.
89. Repito: a adoração ao Cordeiro no
cap. 5 faz paralelo com a adoração a
Deus no cap. 4 e tudo o que é dito aqui
se aplica à nossa adoração a Deus e a
Jesus Cristo. E, por vezes, na tentativa
de torná-lo mais acessível ao outro
tornamos nossa mensagem diminuta
apresentando-o como nosso ‘irmão
mais velho’ ou como o ‘melhor amigo
que alguém pode ter’...
90. Não que estejamos errados, mas às
vezes perdemos a dimensão de que
Ele é também Senhor e Soberano.
Portanto, devemos recuperar a
percepção de que Ele é o nosso Deus
e que é digno da mais profunda e
sincera adoração por sua soberania e
por sua vitória conquistada na Cruz.
91. Termino citando Rowland: “A escolha
do Cordeiro feita por Deus significa que
Ele não se volta para os poderosos,
mas para as vítimas, não para os
fortes, mas para o fraco, dando outro
rosto ao ‘sucesso’ e ao ‘exercício de
poder’...
92. ...Esta é uma mensagem
importantíssima para a cultura do
autoengrandecimento. Apocalipse
desmascara a cultura humana e a
violência que ela institucionaliza. Essa
é uma lição importante para uma igreja
que não raro tem escolhido o modo de
ação secular, e não o divino no qual
líderes frequentemente se tornam
ditadores em vez de servos”
93. Sejam os nosso corações por
todo tempo prostrados diante do
cordeiro de Deus.