SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 23
Descargar para leer sin conexión
Impacto Econômico da
Resistência no Mundo
Sílvia Helena G. de Miranda
Profa. Departamento Economia – ESALQ/USP
Vice coordenadora CEPEA
Workshop “Resistência: Impactos econômicos na
agricultura e construção de uma proposta de manejo”
18 de novembro de 2015
São Paulo - SP
ROTEIRO DA APRESENTAÇÃO
• Introdução
• Impactos econômicos no Mundo
▫ A situação no Brasil
• Mensuração de impactos econômicos
▫ Métodos utilizados
▫ Dados
• Considerações finais
2
Introdução
• Resistência  Perdas significativas para produtores,
indústria de agroquímicos, consumidores
• O valor monetário dos prejuízos nem sempre é
conhecido
• Identificação desses prejuízos  favorece as ações de
extensão e do planejamento de políticas e estratégias
• Interface relevante com a prevenção de entrada de
pragas; desenvolvimento e uso de OGM; manejo
integrado de pragas (MIP); registro de produtos
3
Perdas provocadas pela resistência e que
podem ser valoradas
• Aumento de custo de produção – com controle ou com doses e manejo
inadequados da tecnologia
• Perdas em produtividade
• Realocação do uso da terra pela inviabilidade de cultivar algumas culturas
• Elevado custo de desenvolvimento da tecnologia e sua rápida depreciação
• Custo ambiental – contaminação de recursos hídricos e efeitos sobre a
biodiversidade
• Custo social – intoxicações de trabalhadores rurais por manejo inadequado de
agroquímicos e possível contaminação de consumidores
• Restrição em mercados importadores dos produtos finais (ex: devido ao uso de
produtos proibidos ou sem registro, resíduos)
4
IMPACTOS ECONÔMICOS –
Experiência Mundial
5
Sexton, Lei e Zilberman (2007)
• Problema: mais de 700 plantas, insetos e espécies
animais são imunes a agentes químicos que já foram
usados para seu controle (FAO 1996).
• EUA: o custo da resistência a agroquímicos está
próximo de US$ 10 bilhões por ano na forma de
aplicações adicionais e perdas das culturas devido a
pragas resistentes (Palumbi 2001). A
• Desafio para economia: qual o modelo econômico
que pode prover medidas acuradas destes custos
6
Pimentel e Burgess (2014) – Custos econômicos e
ambientais de pesticidas nos EUA
• Estudo sobre os custos econômicos e ambientais resultantes da dependência do
país dos inseticidas, herbicidas, fungicidas…..
• Valor total estimado em prejuízos sociais e ambentais  US$ 9,6 bilhões
• Principais perdas nos EUA (em valores).
• Adicionalmente, Pimentel (2005) estimou custos de US$ 470 milhões/ano para
o governo em politicas de prevenção :
7
Tipo de perda US$ bilhões
Saúde pública 1,1
Resistência das pragas aos pesticidas 1,5
Perdas nas culturas provocadas aos pesticidas 1,4
Morte de aves devido ao uso de pesticidas 2,2
Contaminação de águas superficiais 2,0
Grafius (1997) – Leptinotarsa decemlineata
(Say) em batata
• Registro de resistência a inseticidas em 1984, em Michigan, no
besouro da batata; problemas severos em 1991.
• Entre 1991 e 1994, aumento dos custos de controle do inseto e
perdas de produtividade devido à resistência ao inseticida.
• Perdas de produtividade em média de 12,2% e de 20,5% nos
distritos mais afetados. Os custos + perdas custaram à indústria
Us$ 13,3 milhões em 1994 (equivalente a 13,7% do valor da cultura).
• Reação: quase 100% da cultura passou a adotar programa de MIP.
• Apesar de se introduzir novos inseticidas (reduzindo perdas de
produtividade) elevaram-se os custos de resistência pois os novos
inseticidas custavam cerca de 5 vezes mais que os tradicionais.
8
Alvarez e Solis (2015)
• Psilídio asiático dos citros – na Flórida
• Tiwari et al. (2011): em 2009 e 2010 - encontraram
menor susceptibilidade de populações de psilídeos em
talhões de citros, aos inseticidas normalmente usados,
como o Bifentrin, carbaril, clorpirifos, fenpropatrin entre
vários outros usados no controle quando comparados à
aplicação sobre os psilídeos coletados em 2000,
mantidos em laboratório
• Portanto, a abordagem de manejo de risco é importante
no futuro contra o HLB
9
Estudos na Austrália
• Inseticidas para controlar Helicoverpa: os
custos são elevados e há prejuízos ambientais
• Manejo integrado de pragas  a resistência aos
inseticidas na população das pragas também
levou ao desenvolvimento de Estratégias de
Manejo de Resistência a Inseticidas (IRM)
10
No Brasil – um problema grave mas ainda
a ser valorado
• Ferrugem asiática da soja
• Diaphorina citri – HLB (Greening) dos citros
• Biótipos resistentes ao glifosato: de capim-amargoso
(Digitaria insularis), azevém (Lolium multiforum),
amendoin-bravo (Euphorbia heteropylla) e de buva
(Conyza spp.) => herbicidas pós-emergentes já usados
no dobro da dose recomendada em soja (Gazziero et al,
Embrapa)
11
Experiência no Brasil – Ácaro
rajado
• Mario Sato: caso do ácaro rajado (Tetranychus urticae) – Ataca
morangueiro, rosa, pêssego, algodão, mamão e crisântemo
• Resistência ao acaricidia renpiroximato chega a 3 mil vezes; à
abamectina, chega a 350 vezes e ao clorfenapir, 570 vezes
• PREJUÍZOS - Produtor acaba pulverizando com doses mais
elevadas; sem controle, ou se utilizam produtos sem registro, ou
eliminam as frutas (prejuízo); provocando desequilíbrio biológico,
contaminação ambiental, risco de intoxicação dos agricultores, risco
de maior contaminação nos alimentos e aumento no custo de
produção.
12
Amaranthus palmeri
• Primeiro relato no Brasil pela Circular Técnica nº 19, do
Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt)
• Encontrada em áreas de rotação de culturas (algodão,
soja e milho) do MT
• Quando a população não é controlada, perdas no
rendimento da cultura chegam a 91% no milho, 79% em
soja e 77% em algodoeiro, nas condições dos EUA.
13
Mensuração dos impactos
econômicos
14
Etapas para o estudo econômico
• O que é a Resistência?
• Quais os principais efeitos/perdas causadas pela resistência na
cadeia produtiva?
• Quem são os agentes mais afetados?
• Delimitação dos impactos econômicos em cada situação analisada
• Identificação de impactos sociais e ambientais
• Qual o horizonte temporal relevante?
• Existem dados para estimar os valores monetários das perdas
provocadas pela resistência?
• Quais as alternativas para lidar com a resistência e quanto custam?
• Quais as ações necessárias e os agentes nela envolvidos?
15
Sexton, Lei e Zilberman (2007)
• Economia  informar os tomadores de decisão
privados e públicos sobre trade-offs no uso de
agroquímicos e outras estratégias de controle
• Muito da literatura especializada foca em determinar se
o uso de agroquímicos melhora o bem-estar
social.
• Os benefícios do seu uso (+ custos totais) superam os
custos sobre a sociedade (ex: riscos à saúde humana e
redução na qualidade ambiental)
16
Método econômico (Sexton, Lei e
Zilberman, 2007)
• Hueth e Regev, Laxminarayan and Simpson (2002), e
Alix e Zilberman (2003)  produtor rural otimiza lucros
com base em 2 restrições:
▫ Crescimento da resistência e crescimento da
população e pragas
• Condição de 1a. ordem = A soma do benefício marginal
da redução de prejuízos no período t e do valor do
produto marginal do controle (VMFt) é igual aos custos
marginais privados da aplicação (w) e do custo marginal
social da resistência (VRt):
VMPXt + VMFt = w + VRt
17
Muitos produtores, contudo:
• Não consideram os efeitos de longo-prazo do uso
de agroquímicos e maximizam lucros igualando
o produto marginal da aplicação do agroquímico
(VMFt) ao custo marginal (w)
• Assim, este produtor pode usar doses maiores ou
menores de agroquímicos já que ignora os
benefícios futuros e o custo de resistência.
18
Métodos frequentemente empregados
em estudos
• Análise de Risco: análise qualitativa e
quantitativa
• Análise Custo-Benefício e Análise Custo-
Efetividade
• Simulações de Monte-Carlo como forma de
intervalos de confiança para os resultados das
análises; e análise de Sensibilidade
19
Desafio de obter dados para os
estudos
• Delimitação dos impactos a serem analisados
• Necessidade de dados de campo;
• Dados biológicos, de resistência, de danos
• Dados econômicos: custos e de receitas, inclusive de
custo de desenvolvimento das tecnologias
• Definição de horizonte temporal de análise
20
CONSIDERAÇÕES FINAIS
21
Considerações finais
• Iniciativas de colaboração entre diferentes
segmentos das cadeias produtivas => essencial
para viabilizar os estudos e adotar soluções
• Importância de esforços no levantamento de
dados
• É preciso identificar e diagnosticar também os
gargalos institucionais
22
SÌLVIA HELENA GALVÃO DE MIRANDA
Department of Economics, Management and
Sociology – ESALQ – University of São Paulo
Av. Pádua Dias, 11 . Zip Code: 13418-900
Piracicaba, SP Brazil. Email: shgdmira@usp.br
http://www.esalq.usp.br
http://www.cepea.esalq.usp.br/

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Controle Biológico
Controle BiológicoControle Biológico
Controle BiológicoJoão Felix
 
Manejo da resistência à inseticidas
Manejo da resistência à inseticidasManejo da resistência à inseticidas
Manejo da resistência à inseticidasIRAC-BR
 
Alternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologicoAlternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologicoGeagra UFG
 
Manejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de PlantasManejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de PlantasAgriculturaSustentavel
 
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIRO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIROMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIRO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIROGeagra UFG
 
CONTROLE BIOLÓGICO NA SOJA
CONTROLE BIOLÓGICO NA SOJACONTROLE BIOLÓGICO NA SOJA
CONTROLE BIOLÓGICO NA SOJAGeagra UFG
 
Plantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controlePlantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controleGeagra UFG
 
Corn-Cotton-Soybean Pests & Resistance Situation
Corn-Cotton-Soybean  Pests & Resistance SituationCorn-Cotton-Soybean  Pests & Resistance Situation
Corn-Cotton-Soybean Pests & Resistance SituationIRAC-BR
 
Manejo de plantas daninhas na soja
 Manejo de plantas daninhas na soja Manejo de plantas daninhas na soja
Manejo de plantas daninhas na sojaGeagra UFG
 
Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja Geagra UFG
 
BIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIRO
BIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIROBIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIRO
BIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIROGeagra UFG
 
Controle biológico no Brasil
Controle biológico no BrasilControle biológico no Brasil
Controle biológico no BrasilNetNexusBrasil
 
MANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃO
MANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃOMANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃO
MANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃOGeagra UFG
 
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA Geagra UFG
 
Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.
Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.
Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.Geagra UFG
 
Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto
Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto  Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto
Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto Geagra UFG
 
NEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJA
NEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJANEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJA
NEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJAGeagra UFG
 
Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas
Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas
Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas Bruno Anacleto
 

La actualidad más candente (20)

Controle Biológico
Controle BiológicoControle Biológico
Controle Biológico
 
Manejo da resistência à inseticidas
Manejo da resistência à inseticidasManejo da resistência à inseticidas
Manejo da resistência à inseticidas
 
Alternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologicoAlternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologico
 
Manejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de PlantasManejo Integrado de Doenças de Plantas
Manejo Integrado de Doenças de Plantas
 
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIRO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIROMANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIRO
MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NO ALGODOEIRO
 
CONTROLE BIOLÓGICO NA SOJA
CONTROLE BIOLÓGICO NA SOJACONTROLE BIOLÓGICO NA SOJA
CONTROLE BIOLÓGICO NA SOJA
 
Plantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controlePlantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controle
 
Corn-Cotton-Soybean Pests & Resistance Situation
Corn-Cotton-Soybean  Pests & Resistance SituationCorn-Cotton-Soybean  Pests & Resistance Situation
Corn-Cotton-Soybean Pests & Resistance Situation
 
Manejo de plantas daninhas na soja
 Manejo de plantas daninhas na soja Manejo de plantas daninhas na soja
Manejo de plantas daninhas na soja
 
Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja Manejo de doenças na soja
Manejo de doenças na soja
 
BIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIRO
BIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIROBIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIRO
BIOTECNOLOGIAS DO ALGODOEIRO
 
Controle biológico no Brasil
Controle biológico no BrasilControle biológico no Brasil
Controle biológico no Brasil
 
MANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃO
MANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃOMANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃO
MANEJO DE HERBICIDAS NO FEIJÃO
 
Receita Agronômica
Receita AgronômicaReceita Agronômica
Receita Agronômica
 
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS NA SOJA
 
Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.
Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.
Manejo de cigarrinha, enfezamento, raiado e mosaico no milho.
 
Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto
Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto  Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto
Manejo de Doenças no Sorgo e Milheto
 
NEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJA
NEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJANEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJA
NEMATOIDES E ÁCAROS NA SOJA
 
PapoAgro - Plantas Daninhas nas Culturas de Soja e Milho
PapoAgro - Plantas Daninhas nas Culturas de Soja e Milho PapoAgro - Plantas Daninhas nas Culturas de Soja e Milho
PapoAgro - Plantas Daninhas nas Culturas de Soja e Milho
 
Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas
Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas
Fitopatologia - Resistência de Fungos à Fungicidas
 

Destacado

Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...
Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...
Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...IRAC-BR
 
South American Agriculture and Farmers
South American Agriculture and FarmersSouth American Agriculture and Farmers
South American Agriculture and FarmersIRAC-BR
 
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato GrossoPanorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato GrossoIRAC-BR
 
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIAPrograma.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIAIRAC-BR
 
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do BrasilCultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do BrasilIRAC-BR
 
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...Oxya Agro e Biociências
 
IRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
IRAC Task Team Meeting - Welcome and OverviewIRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
IRAC Task Team Meeting - Welcome and OverviewIRAC-BR
 
IRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton
IRM in Brasilian Corn, Soybean & CottonIRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton
IRM in Brasilian Corn, Soybean & CottonIRAC-BR
 
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]Roosevelt Almado
 
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomateAvaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomateMmauricio
 
Apostila+de+fitopatologia
Apostila+de+fitopatologiaApostila+de+fitopatologia
Apostila+de+fitopatologiaWillian Passos
 
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02Doençastomateiro 130925211840-phpapp02
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02Leandro Bicalho
 
Princiapais doenças do algodoeiro
Princiapais doenças do algodoeiroPrinciapais doenças do algodoeiro
Princiapais doenças do algodoeiroDavid Rodrigues
 
Manual de identificacao das doencas da soja
Manual de identificacao das doencas da sojaManual de identificacao das doencas da soja
Manual de identificacao das doencas da sojaLuciano Marques
 

Destacado (16)

Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...
Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...
Manejo de Insetos nas cultura de soja, milho e algodão na Região de Goiás e M...
 
South American Agriculture and Farmers
South American Agriculture and FarmersSouth American Agriculture and Farmers
South American Agriculture and Farmers
 
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato GrossoPanorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
Panorama geral do manejo de artrópodes na região de Cerrado do Mato Grosso
 
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIAPrograma.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
Programa.Fitossanitário - M.I.P. BAHIA
 
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do BrasilCultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
Cultivos agrícolas, pragas e seu manejo no Sul do Brasil
 
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
III WSF, Campinas – Adeney de Freitas Bueno - Manejo do complexo de lagartas ...
 
IRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
IRAC Task Team Meeting - Welcome and OverviewIRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
IRAC Task Team Meeting - Welcome and Overview
 
IRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton
IRM in Brasilian Corn, Soybean & CottonIRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton
IRM in Brasilian Corn, Soybean & Cotton
 
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]
Fórum jf mar 15 v2 [modo de compatibilidade]
 
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomateAvaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate
Avaliação da resistência à murcha-bacteriana em genótipos de tomate
 
Apostila+de+fitopatologia
Apostila+de+fitopatologiaApostila+de+fitopatologia
Apostila+de+fitopatologia
 
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02Doençastomateiro 130925211840-phpapp02
Doençastomateiro 130925211840-phpapp02
 
Princiapais doenças do algodoeiro
Princiapais doenças do algodoeiroPrinciapais doenças do algodoeiro
Princiapais doenças do algodoeiro
 
Manual de identificacao das doencas da soja
Manual de identificacao das doencas da sojaManual de identificacao das doencas da soja
Manual de identificacao das doencas da soja
 
Aula 1 de epidemiologia
Aula 1 de epidemiologiaAula 1 de epidemiologia
Aula 1 de epidemiologia
 
1 epidemiologia saude
1   epidemiologia saude1   epidemiologia saude
1 epidemiologia saude
 

Similar a Impacto econômico da resistência no mundo

Impactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia Miranda
Impactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia MirandaImpactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia Miranda
Impactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia MirandaOxya Agro e Biociências
 
Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...
Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...
Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...Oxya Agro e Biociências
 
II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...
II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...
II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...Oxya Agro e Biociências
 
I WSF, Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...
I WSF,  Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...I WSF,  Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...
I WSF, Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...Oxya Agro e Biociências
 
Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19
Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19
Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19TheFoodChallenge
 
Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e ...
Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e  ...Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e  ...
Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e ...Oxya Agro e Biociências
 
Guillermo: Trimble
Guillermo: TrimbleGuillermo: Trimble
Guillermo: TrimbleStrider
 
Os Desafios Socioambientais para o Agro Sustentável
Os Desafios Socioambientais para o Agro SustentávelOs Desafios Socioambientais para o Agro Sustentável
Os Desafios Socioambientais para o Agro SustentávelAgriculturaSustentavel
 
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPRCitros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPRCarlos Alberto Monteiro
 
Manejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológica
Manejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológicaManejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológica
Manejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológicaJoão Siqueira da Mata
 
Intoxicação
IntoxicaçãoIntoxicação
Intoxicaçãonutecs
 
Lm consea - transgenicos - 8-7-13p (2)
Lm    consea - transgenicos - 8-7-13p (2)Lm    consea - transgenicos - 8-7-13p (2)
Lm consea - transgenicos - 8-7-13p (2)João Siqueira da Mata
 
"Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura"
"Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura""Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura"
"Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura"UNDP Policy Centre
 
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...Oxya Agro e Biociências
 
Manejo da resistência: uma visão prática
Manejo da resistência: uma visão práticaManejo da resistência: uma visão prática
Manejo da resistência: uma visão práticaOxya Agro e Biociências
 
Aula 3 - NDE e implantação MIP.pdf
Aula 3 - NDE e implantação MIP.pdfAula 3 - NDE e implantação MIP.pdf
Aula 3 - NDE e implantação MIP.pdfSimoneBragaTerra
 
Ciência e Inovação para alimentar o mundo - José Perdomo
Ciência e Inovação para alimentar o mundo - José PerdomoCiência e Inovação para alimentar o mundo - José Perdomo
Ciência e Inovação para alimentar o mundo - José PerdomoOxya Agro e Biociências
 

Similar a Impacto econômico da resistência no mundo (20)

Impactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia Miranda
Impactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia MirandaImpactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia Miranda
Impactos econômicos da entrada de novas pragas - Sílvia Miranda
 
Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...
Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...
Combater ou conviver? Análise benefício - custo de programas de combate a pra...
 
II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...
II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...
II WSF, São Paulo - Sílvia Helena G. de Miranda - Mosca-da-carambola e Greeni...
 
I WSF, Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...
I WSF,  Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...I WSF,  Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...
I WSF, Brasília - Sílvia Helena aG. de Miranda - Análise Benefício-Custo par...
 
Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19
Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19
Uso defensivos agricolas Brasil e mundo - Palestra Mario Von Zuben ABAG 06.08.19
 
Eduardo Sampaio Agrocafé 2008
Eduardo Sampaio Agrocafé 2008Eduardo Sampaio Agrocafé 2008
Eduardo Sampaio Agrocafé 2008
 
Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e ...
Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e  ...Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e  ...
Thales Fermandes - Como as políticas agrícolas podem promover a qualidade e ...
 
Guillermo: Trimble
Guillermo: TrimbleGuillermo: Trimble
Guillermo: Trimble
 
Os Desafios Socioambientais para o Agro Sustentável
Os Desafios Socioambientais para o Agro SustentávelOs Desafios Socioambientais para o Agro Sustentável
Os Desafios Socioambientais para o Agro Sustentável
 
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPRCitros - Manejo integrado de pragas na UFPR
Citros - Manejo integrado de pragas na UFPR
 
Manejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológica
Manejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológicaManejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológica
Manejo de pragas em hortaliças durante a transição agroecológica
 
Intoxicação
IntoxicaçãoIntoxicação
Intoxicação
 
Lm consea - transgenicos - 8-7-13p (2)
Lm    consea - transgenicos - 8-7-13p (2)Lm    consea - transgenicos - 8-7-13p (2)
Lm consea - transgenicos - 8-7-13p (2)
 
"Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura"
"Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura""Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura"
"Adaptação à Mudança do Clima na Agricultura"
 
Implem. e gerenc. de MIP.pptx
Implem. e gerenc. de MIP.pptxImplem. e gerenc. de MIP.pptx
Implem. e gerenc. de MIP.pptx
 
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...
IV WSF, Vilhena - Adeney de Freitas Bueno - Manejo integrado de pragas da soj...
 
Agrotóxicos e as suas consequências
Agrotóxicos e as suas consequênciasAgrotóxicos e as suas consequências
Agrotóxicos e as suas consequências
 
Manejo da resistência: uma visão prática
Manejo da resistência: uma visão práticaManejo da resistência: uma visão prática
Manejo da resistência: uma visão prática
 
Aula 3 - NDE e implantação MIP.pdf
Aula 3 - NDE e implantação MIP.pdfAula 3 - NDE e implantação MIP.pdf
Aula 3 - NDE e implantação MIP.pdf
 
Ciência e Inovação para alimentar o mundo - José Perdomo
Ciência e Inovação para alimentar o mundo - José PerdomoCiência e Inovação para alimentar o mundo - José Perdomo
Ciência e Inovação para alimentar o mundo - José Perdomo
 

Impacto econômico da resistência no mundo

  • 1. Impacto Econômico da Resistência no Mundo Sílvia Helena G. de Miranda Profa. Departamento Economia – ESALQ/USP Vice coordenadora CEPEA Workshop “Resistência: Impactos econômicos na agricultura e construção de uma proposta de manejo” 18 de novembro de 2015 São Paulo - SP
  • 2. ROTEIRO DA APRESENTAÇÃO • Introdução • Impactos econômicos no Mundo ▫ A situação no Brasil • Mensuração de impactos econômicos ▫ Métodos utilizados ▫ Dados • Considerações finais 2
  • 3. Introdução • Resistência  Perdas significativas para produtores, indústria de agroquímicos, consumidores • O valor monetário dos prejuízos nem sempre é conhecido • Identificação desses prejuízos  favorece as ações de extensão e do planejamento de políticas e estratégias • Interface relevante com a prevenção de entrada de pragas; desenvolvimento e uso de OGM; manejo integrado de pragas (MIP); registro de produtos 3
  • 4. Perdas provocadas pela resistência e que podem ser valoradas • Aumento de custo de produção – com controle ou com doses e manejo inadequados da tecnologia • Perdas em produtividade • Realocação do uso da terra pela inviabilidade de cultivar algumas culturas • Elevado custo de desenvolvimento da tecnologia e sua rápida depreciação • Custo ambiental – contaminação de recursos hídricos e efeitos sobre a biodiversidade • Custo social – intoxicações de trabalhadores rurais por manejo inadequado de agroquímicos e possível contaminação de consumidores • Restrição em mercados importadores dos produtos finais (ex: devido ao uso de produtos proibidos ou sem registro, resíduos) 4
  • 6. Sexton, Lei e Zilberman (2007) • Problema: mais de 700 plantas, insetos e espécies animais são imunes a agentes químicos que já foram usados para seu controle (FAO 1996). • EUA: o custo da resistência a agroquímicos está próximo de US$ 10 bilhões por ano na forma de aplicações adicionais e perdas das culturas devido a pragas resistentes (Palumbi 2001). A • Desafio para economia: qual o modelo econômico que pode prover medidas acuradas destes custos 6
  • 7. Pimentel e Burgess (2014) – Custos econômicos e ambientais de pesticidas nos EUA • Estudo sobre os custos econômicos e ambientais resultantes da dependência do país dos inseticidas, herbicidas, fungicidas….. • Valor total estimado em prejuízos sociais e ambentais  US$ 9,6 bilhões • Principais perdas nos EUA (em valores). • Adicionalmente, Pimentel (2005) estimou custos de US$ 470 milhões/ano para o governo em politicas de prevenção : 7 Tipo de perda US$ bilhões Saúde pública 1,1 Resistência das pragas aos pesticidas 1,5 Perdas nas culturas provocadas aos pesticidas 1,4 Morte de aves devido ao uso de pesticidas 2,2 Contaminação de águas superficiais 2,0
  • 8. Grafius (1997) – Leptinotarsa decemlineata (Say) em batata • Registro de resistência a inseticidas em 1984, em Michigan, no besouro da batata; problemas severos em 1991. • Entre 1991 e 1994, aumento dos custos de controle do inseto e perdas de produtividade devido à resistência ao inseticida. • Perdas de produtividade em média de 12,2% e de 20,5% nos distritos mais afetados. Os custos + perdas custaram à indústria Us$ 13,3 milhões em 1994 (equivalente a 13,7% do valor da cultura). • Reação: quase 100% da cultura passou a adotar programa de MIP. • Apesar de se introduzir novos inseticidas (reduzindo perdas de produtividade) elevaram-se os custos de resistência pois os novos inseticidas custavam cerca de 5 vezes mais que os tradicionais. 8
  • 9. Alvarez e Solis (2015) • Psilídio asiático dos citros – na Flórida • Tiwari et al. (2011): em 2009 e 2010 - encontraram menor susceptibilidade de populações de psilídeos em talhões de citros, aos inseticidas normalmente usados, como o Bifentrin, carbaril, clorpirifos, fenpropatrin entre vários outros usados no controle quando comparados à aplicação sobre os psilídeos coletados em 2000, mantidos em laboratório • Portanto, a abordagem de manejo de risco é importante no futuro contra o HLB 9
  • 10. Estudos na Austrália • Inseticidas para controlar Helicoverpa: os custos são elevados e há prejuízos ambientais • Manejo integrado de pragas  a resistência aos inseticidas na população das pragas também levou ao desenvolvimento de Estratégias de Manejo de Resistência a Inseticidas (IRM) 10
  • 11. No Brasil – um problema grave mas ainda a ser valorado • Ferrugem asiática da soja • Diaphorina citri – HLB (Greening) dos citros • Biótipos resistentes ao glifosato: de capim-amargoso (Digitaria insularis), azevém (Lolium multiforum), amendoin-bravo (Euphorbia heteropylla) e de buva (Conyza spp.) => herbicidas pós-emergentes já usados no dobro da dose recomendada em soja (Gazziero et al, Embrapa) 11
  • 12. Experiência no Brasil – Ácaro rajado • Mario Sato: caso do ácaro rajado (Tetranychus urticae) – Ataca morangueiro, rosa, pêssego, algodão, mamão e crisântemo • Resistência ao acaricidia renpiroximato chega a 3 mil vezes; à abamectina, chega a 350 vezes e ao clorfenapir, 570 vezes • PREJUÍZOS - Produtor acaba pulverizando com doses mais elevadas; sem controle, ou se utilizam produtos sem registro, ou eliminam as frutas (prejuízo); provocando desequilíbrio biológico, contaminação ambiental, risco de intoxicação dos agricultores, risco de maior contaminação nos alimentos e aumento no custo de produção. 12
  • 13. Amaranthus palmeri • Primeiro relato no Brasil pela Circular Técnica nº 19, do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) • Encontrada em áreas de rotação de culturas (algodão, soja e milho) do MT • Quando a população não é controlada, perdas no rendimento da cultura chegam a 91% no milho, 79% em soja e 77% em algodoeiro, nas condições dos EUA. 13
  • 15. Etapas para o estudo econômico • O que é a Resistência? • Quais os principais efeitos/perdas causadas pela resistência na cadeia produtiva? • Quem são os agentes mais afetados? • Delimitação dos impactos econômicos em cada situação analisada • Identificação de impactos sociais e ambientais • Qual o horizonte temporal relevante? • Existem dados para estimar os valores monetários das perdas provocadas pela resistência? • Quais as alternativas para lidar com a resistência e quanto custam? • Quais as ações necessárias e os agentes nela envolvidos? 15
  • 16. Sexton, Lei e Zilberman (2007) • Economia  informar os tomadores de decisão privados e públicos sobre trade-offs no uso de agroquímicos e outras estratégias de controle • Muito da literatura especializada foca em determinar se o uso de agroquímicos melhora o bem-estar social. • Os benefícios do seu uso (+ custos totais) superam os custos sobre a sociedade (ex: riscos à saúde humana e redução na qualidade ambiental) 16
  • 17. Método econômico (Sexton, Lei e Zilberman, 2007) • Hueth e Regev, Laxminarayan and Simpson (2002), e Alix e Zilberman (2003)  produtor rural otimiza lucros com base em 2 restrições: ▫ Crescimento da resistência e crescimento da população e pragas • Condição de 1a. ordem = A soma do benefício marginal da redução de prejuízos no período t e do valor do produto marginal do controle (VMFt) é igual aos custos marginais privados da aplicação (w) e do custo marginal social da resistência (VRt): VMPXt + VMFt = w + VRt 17
  • 18. Muitos produtores, contudo: • Não consideram os efeitos de longo-prazo do uso de agroquímicos e maximizam lucros igualando o produto marginal da aplicação do agroquímico (VMFt) ao custo marginal (w) • Assim, este produtor pode usar doses maiores ou menores de agroquímicos já que ignora os benefícios futuros e o custo de resistência. 18
  • 19. Métodos frequentemente empregados em estudos • Análise de Risco: análise qualitativa e quantitativa • Análise Custo-Benefício e Análise Custo- Efetividade • Simulações de Monte-Carlo como forma de intervalos de confiança para os resultados das análises; e análise de Sensibilidade 19
  • 20. Desafio de obter dados para os estudos • Delimitação dos impactos a serem analisados • Necessidade de dados de campo; • Dados biológicos, de resistência, de danos • Dados econômicos: custos e de receitas, inclusive de custo de desenvolvimento das tecnologias • Definição de horizonte temporal de análise 20
  • 22. Considerações finais • Iniciativas de colaboração entre diferentes segmentos das cadeias produtivas => essencial para viabilizar os estudos e adotar soluções • Importância de esforços no levantamento de dados • É preciso identificar e diagnosticar também os gargalos institucionais 22
  • 23. SÌLVIA HELENA GALVÃO DE MIRANDA Department of Economics, Management and Sociology – ESALQ – University of São Paulo Av. Pádua Dias, 11 . Zip Code: 13418-900 Piracicaba, SP Brazil. Email: shgdmira@usp.br http://www.esalq.usp.br http://www.cepea.esalq.usp.br/