1. Análise
Biomecânica
do Chute do
Futsal
Felipe Caus dos Santos
Filipe Ritter Biesus
Myllena Barbosa
Natan José Garghetti
Novembro, 2012
2.
3.
4. INTRODUÇÃO
O Futsal é um esporte que exige
basicamente o trabalho da musculatura
da região inferior do corpo. É fácil
observar que o gesto desportivo base, e
portanto, o mais importante do esporte é
o chute.
5. Garret (2003 p. 586) aborda o chute da
seguinte maneira; “O chute é um
movimento motor complexo e, portanto,
normalmente segue estágios previsíveis”.
6. A partir de uma perspectiva histórica, é
de inerente conhecimento que a ação
elaborada do chute iniciou-se em jogos
antigos, como por exemplo, tsc chu na
China por volta de 3000 a.C. Outros
jogos, tais como o kemari (Japão),
harpaston (Itália) e episkiyros (Grécia),
que foram versões “ancestrais” do futebol
como o conhecemos e envolviam o
movimento característico do chute
(GARRETT, 2003).
7.
8.
9.
10. Esse movimento usado em jogos tão
antigos, não tem utilidade apenas como
um gesto desportivo isolado, mas o
esporte como um todo traz ganhos para
a musculatura que com maior exigência
no esporte, tornando os membros
inferiores ao mesmo tempo fortes e
resistentes.
11. O treinamento de futebol faz com que
aumente a função muscular dos
membros inferiores sem que haja o
treinamento com força (GARRETT, 2003).
12. Dessa maneira foi analisado o movimento
do chute separando por etapas que
podem ser chamadas de aproximação...
13. Dessa maneira foi analisado o movimento
do chute separando por etapas que
podem ser chamadas de aproximação,
golpe...
14. Dessa maneira foi analisado o movimento
do chute separando por etapas que
podem ser chamadas de aproximação,
golpe e finalização do movimento.
15. Em um jogo de futsal, em alguns momentos o objetivo do
chute não é o de acertar a bola o mais forte possível; mas
sim o deslocamento da bola de uma variável crucial,
particularmente com a maturidade do jogador. O objetivo
do chute será o que definirá a parte angular do movimento
(GARRETT, 2003).
16. As articulações envolvidas e que serão
abordadas no presente estudo são; A
articulação do Quadril, a articulação do
Joelho e a articulação do Tornozelo.
17. QUADRIL - Os movimentos do quadril são realizados por
uma única articulação, a coxofemoral. A cabeça do
fêmur articula-se com o acetábulo do osso ilíaco (ROSA
FILHO; RODRIGUES; DA SILVA, 2003).
A amplitude da flexão varia de 90° a 120. A extensão
leva o membro inferior para trás do plano frontal. A
amplitude da extensão do quadril é notavelmente mais
fraca que a da flexão. Ela é limitada pela entrada em
tensão do ligamento iliofemoral, 20° a 30° (ROSA FILHO;
RODRIGUES; DA SILVA, 2003).
18. JOELHO - O joelho é uma articulação intermediária do
membro inferior (ROSA FILHO; RODRIGUES; DA SILVA,
2003).
É principalmente uma articulação com um grau de
liberdade, no caso de flexão/extensão, que lhe permite
aproximar ou afastar a extremidade do membro da sua
raiz, ou, o que significa o mesmo, de controlar a
distância do corpo em relação ao solo. O joelho
trabalha essencialmente em compressão, sob a ação
do peso (ROSA FILHO; RODRIGUES; DA SILVA, 2003).
19. TORNOZELO - O tornozelo é uma estrutura formada a
partir da união de 3 ossos: tíbia, fíbula e tálus. O
tornozelo é formado por três articulações: 1)
articulação talocrural - formado pela extremidade
inferior da tíbia e fíbula com o dorso do tálus; 2)
articulação subtalar -entre o tálus e o calcâneo e 3)
articulação tibiofíbular - formada pela extremidade
inferior da tíbia e da fíbula. Ou seja todos os ossos tem
alguma ligação entre si permitindo quatro movimentos
bem definidos; Flexão plantar, flexão dorsal, inversão e
eversão (ROSA FILHO; RODRIGUES; DA SILVA, 2003).
20. “Flexão Plantar - movimento pelo qual a planta do pé é
voltada para o chão, os músculos envolvidos neste
movimento são: gastrocnêmio e sóleo, a amplitude de
movimento é de 0-50°” (ROSA FILHO; RODRIGUES; DA
SILVA, 2003 p. 1). “Flexão Dorsal - movimento no qual o
dorso do pé é voltado para a cabeça, os músculos
envolvidos neste movimento são: tibial anterior e
extensor longo dos dedos, a amplitude de movimento
é de 0-20°” (ROSA FILHO; RODRIGUES; DA SILVA, 2003 p.
1).
21. PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
Com a parte cinesiológica e anatómica do gesto
desportiva explicada, devemos então analisar o passo-a-
passo do movimento estudado.
Dividimos o movimento em três fases; Aproximação
(locomoção horizontal em direção à bola), Golpe
(movimento do pé de apoio e do pé que efetua o
chute) e Finalização do movimento (que também
pode ser considerada como o repouso).
Essas três fases foram dividas em seis fotos. Onde foram
destacadas as articulações dos membros direito e
esquerdo, e a angulação (aproximada) das mesmas.
24. Foto 1 para foto 2 (Aproximação)
-Articulação do Quadril Esquerdo: O quadril em 10° realiza
uma flexão ficando em 30°
Flexão do quadril- o psoas; o ilíaco; sartório; reto femoral,
tensor da fáscia lata
-Articulação do Quadril Direito: O quadril em 5° de flexão
realiza uma extensão ficando em 15°
Extensão do quadril- glúteo máximo; fibras posteriores de
glúteo médio; fibras posteriores de glúteo mínimo; porção
longa do bíceps femoral; semitendinoso; semimembranoso;
porção extensora do adutor magno.
25. -Articulação do Joelho Esquerdo: O joelho em 45° realiza
uma extensão ficando em 25°
Extensão do joelho – quadríceps femoral: - reto femoral,
vasto lateral, vasto
medial, vasto intermédio; tensor da fáscia lata (auxilia);
glúteo máximo (auxilia através do tracto iliotibial).
-Articulação do Joelho Direito: O joelho em 0° realiza uma
flexão ficando em 15°
Flexão do joelho – bíceps femoral; semitendinoso;
semimembranoso; sartório; grácil; gastrocnêmios (auxiliam);
poplíteo (auxilia); plantar delgado (fraco)
26. -Articulação do Tornozelo Esquerdo: O pé
em 80° realiza uma extensão ficando em
90°
Plantiflexão do pé – gastrocnêmio e sóleo
-Articulação do Tornozelo Direito: O pé em
70° realiza uma extensão ficando em 80°
Plantiflexão do pé – gastrocnêmio e sóleo
27.
28. Foto 2 para foto 3 (Aproximação)
-Articulação do Quadril Esquerdo: O quadril
em 30° realiza uma extensão ficando em
15° de flexão
Extensão do quadril- glúteo máximo; fibras
posteriores de glúteo médio; fibras
posteriores de glúteo mínimo; porção longa
do bíceps femoral; semitendinoso;
semimembranoso; porção extensora do
adutor magno.
-Articulação do Quadril Direito: O quadril
em 15° de extensão realiza uma flexão
ficando em 30° (movimento de 45º)
Flexão do quadril- o psoas; o ilíaco; sartório;
reto femoral, tensor da fáscia lata
29. -Articulação do Joelho Esquerdo: O joelho em 25° realiza uma
extensão ficando em 15°
Extensão do joelho – medial, vasto intermédio; tensor da fáscia
lata (auxilia); glúteo máximo (auxilia através do tracto iliotibial).
-Articulação do Joelho Direito: O joelho de 15° realiza uma flexão
ficando em 50°
Flexão do joelho – bíceps femoral; semitendinoso;
semimembranoso; sartório; grácil; gastrocnêmios (auxiliam);
poplíteo (auxilia); plantar delgado (fraco)
-Articulação do Tornozelo Esquerdo: O pé em 90° realiza uma
flexão ficando em 80°
Dorsiflexão do pé – tibial anterior e extensor longo dos dedos
-Articulação do Tornozelo Direito: O pé em 80° realiza uma flexão
ficando em 70°
Dorsiflexão do pé – tibial anterior e extensor longo dos dedos
30.
31. Foto 3 para foto 4 (Aproximação/golpe)
-Articulação do Quadril Esquerdo: O quadril em 15° realiza
uma extensão ficando em 10° (extensão de 25º)
Extensão do quadril- glúteo máximo; fibras posteriores de
glúteo médio; fibras posteriores de glúteo mínimo; porção
longa do bíceps femoral; semitendinoso;
semimembranoso; porção extensora do adutor magno.
-Articulação do Quadril Direito: O quadril em 30° realiza
uma flexão acentuada, porém no momento que o pé
volta a tocar o solo a mesma realiza uma extensão
voltando aos 30°
Flexão do quadril- o psoas; o ilíaco; sartório; reto femoral,
tensor da fáscia lata
32. -Articulação do Joelho Esquerdo: O joelho
em 15° realiza uma flexão ficando em 45°
Flexão de joelho – bíceps femoral;
semitendinoso; semimembranoso; sartório;
grácil; gastrocnêmios (auxiliam); poplíteo
(auxilia); plantar delgado (fraco)
-Articulação do Joelho Direito: O joelho de
50° realiza uma extensão ficando em 15°
Extensão de joelho - medial, vasto
intermédio; tensor da fáscia lata (auxilia);
glúteo máximo (auxilia através do tracto
iliotibial).
33. -Articulação do Tornozelo Esquerdo: O pé
em 80° realiza uma extensão ficando em
90°
Plantiflexão de pé – gastrocnêmio e sóleo
-Articulação do Tornozelo Direito: O pé em
70° realiza uma extensão ficando em 90°
Plantiflexão do pé– gastrocnêmio e sóleo
34.
35. Foto 4 para foto 5 (Golpe)
-Articulação Do Quadril Esquerdo: O quadril em 10º
de extensão realiza um flexão de 70º ficando em
60º de flexão
Flexão do quadril- o psoas; o ilíaco; sartório; reto
femoral, tensor da fáscia lata
-Articulação do Quadril Direito: O quadril em 30º faz
um extensão de 15º, ficando em 15º de flexão
Extensão do quadril- glúteo máximo; fibras
posteriores de glúteo médio; fibras posteriores de
glúteo mínimo; porção longa do bíceps femoral;
semitendinoso; semimembranoso; porção extensora
do adutor magno.
36. -Articulação do Joelho Esquerdo: O joelho
em 45° realiza uma extensão completa do
movimento até ficar em 0°
Extensão de joelho - medial, vasto
intermédio; tensor da fáscia lata (auxilia);
glúteo máximo (auxilia através do tracto
iliotibial).
-Articulação do Joelho Direito: O joelho em
15° permanece estático durante o
movimento, não alterando seu angulo
Sustentação do movimento.
37. -Articulação do Tornozelo Esquerdo: O pé
em 90° realiza uma extensão ficando em
45° (corrigir na foto)
Plantiflexão do pé – gastrocnêmio e sóleo
-Articulação do Tornozelo Direito: O pé em
90° realiza uma flexão ficando em 80°
Dorsiflexão do pé – tibial anterior e extensor
longo dos dedos
38.
39. Foto 5 para foto 6 (Golpe/finalização do movimento)
-Articulação do Quadril Esquerdo: O quadril em 60º realiza
uma extensão para ficar em posição neutra à
aproximadamente 10º de flexão
Extensão do quadril- glúteo máximo; fibras posteriores de
glúteo médio; fibras posteriores de glúteo mínimo; porção
longa do bíceps femoral; semitendinoso;
semimembranoso; porção extensora do adutor magno.
-Articulação do Quadril Direito: O quadril do pé de apoio
que estava em 15º de flexão, permaneceu nessa posição.
Sustentação do movimento.
40. -Articulação do Joelho Esquerdo: O joelho em 0° realiza
uma pequena flexão ficando em 20°
Flexão do joelho – bíceps femoral; semitendinoso;
semimembranoso; sartório; grácil; gastrocnêmios
(auxiliam); poplíteo (auxilia); plantar delgado (fraco)
-Articulação do Joelho Direito: O joelho em 15° ainda
permanece estático durante o movimento, não alterando
seu ângulo.
Sustentação do movimento.
41. -Articulação do Tornozelo Esquerdo: O pé
em 45° realiza uma dorsiflexão ficando em
80°, paralelo ao outro tornozelo.
Dorsiflexão do pé – tibial anterior e extensor
longo dos dedos
-Articulação do Tornozelo Direito: O pé
manteve-se em 80°
Sustentação do movimento
42.
43. Análise de uma
articulação específica
(Joelho)
O joelho constitui a articulação
intermediária, ou também denominada,
medial do membro inferior. Do ponto de
vista mecânico, a articulação do joelho é
surpreendente, visto que deve conciliar
dois imperativos contraditórios (BAGNARA
et. al. 2011).
44. Quando o joelho está em flexão, posição
de instabilidade, o joelho está sujeito a
lesões ligamentares e dos meniscos. Já na
posição de extensão é mais vulnerável a
fraturas articulares e rupturas
ligamentares, ou seja, no momento em
que está mais estável e firme (Bagnara
et. al. 2011).
45. Quanto à força em função de
alavancas, Hall (2005 p. 235) explique
que; “Como o joelho está posicionado
entre as duas alavancas ósseas mais
longas do corpo (o fêmur e a tíbia), é
muito grande o potencial para o
desenvolvimento de torque nessa
articulação”.
46. “A atividade dos flexores do quadril e dos
extensores do joelho torna-se
concêntrica, resultando em potencia
durante o movimento do chute para
frente” (GARRETT, 2003 p. 589).
47. Diretamente ligado ao chute Garrett
(2003 p. 590) reitera dizendo que; “Antes
do contato com a bola, é produzido um
grande torque de extensão no joelho
(230 Nm), promovendo uma rápida
extensão; entretanto o torque de flexão
(280Nm) produzido no momento ou
imediatamente após o contato com a
bola é maior do que o momento
extensor“.
48. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo podemos observar que a o chute pode ser
muito mais complexo e peculiaridades do que parece.
Pois necessita de inúmeros detalhes para se obter o
máximo de eficiência técnica com o gesto mecânico.
Garrett (2003 p. 596) afirma isso dizendo que; “No
futebol, quanto mais tempo o pé puder manter
contato com a bola, maior será o momentum. Em
segundo lugar, o momento que vem após a finalização
do chute protege o corpo de possíveis lesões”. O
mesmo ainda diz que; “[...] a firmeza do pé é um fator
importante que contribui para a efetividade do chute”
(GARRETT, 2003 p. 596).
49. Pode-se concluir com isso que realmente o chute é
repleto de detalhes primordiais para sua efetividade ser
aumentada, e consequentemente, buscar o “chute
perfeito”.
Nesse sentido podemos deduzir que os jogadores
experientes possuem maior eficiência na utilização do
sistema muscular, por estarem ambientados com essa
correção de falhas e detalhes muitas vezes quase
impossíveis de serem notados por pessoas leigas no
assunto; portanto, reforça a importância do
desenvolvimento das técnicas motoras e do estudo da
biomecânica do gesto desportivo visando a evolução
progressiva através de treinamentos específicos de
chute (GARRETT, 2003).
51. Referências:
BAGNARA, Ivan Carlos; LIZZI, Luciano; DA SILVA, Gilson Luis; EBERHARD,
Kethlyn; SARTORI, Marcos Rodrigo – Exercícios de Contração Isométrica para
Recuperação Pós-operatória do Ligamento Cruzado Anterior.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº, Septiembre de
2011. http://www.efdeportes.com/. Disponível em
http://www.efdeportes.com/efd160/recuperacao-do-ligamento-cruzado-anterior.htm
GARRETT JR., William E. - A Ciência do exercício e dos esportes / William E.
Garrett Jr. e Donald T. Kirkendall; trad. Cláudia Ridel Juzwiak ... [et al.] - Porto
Alegre : Artmed, 2003.
HALL, Suzan J. – BASIC BIOMECHANICS (Biomecânica Básica). Traduzido por
Giuseppe Taranto. Direitos exclusivos para a língua portuguesa. Editora
Guanabara Koogan S.A. 2005.
ROSA FILHO, Blair José; RODRIGUES, Danielle C. G.; DA SILVA, Renata Viana –
Fisiologia articular do membro inferior. Fisioweb, WGate, 2003. Disponível em
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/alternativa/fisiologia_membro_