The document discusses how innovation is an essential skill that companies are looking for in professionals from all areas. It explains that innovation can be developed through exercising vision, seeing beyond what others see, and practicing empathy by putting oneself in different conditions and environments to identify ways to help and cocreate with others. Developing a diversity of contacts is also recommended to foster innovation abilities sought by the job market.
1. outubro, novembro 2015
234
CAMINHO
UM NOVO
A experiência de intercâmbio de
três estudantes da PUCPR em
universidades dos Estados Unidos.
V E J A + PÁ G . 3 6
Abrem-se as portas para o
futuro do ensino superior,
em que professores e
estudantes ganham
novos papéis na universidade.
2.
3.
4. GRÃO-CHANCELER
Dom José Antônio Peruzzo
Vida Universitária é uma publicação bimestral da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, registrada sob o nº 01,
do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de
Títulos, em 30/12/1985 – Curitiba, Paraná.
CONSELHO EDITORIAL – PUCPR
Reitor
Waldemiro Gremski
Vice-Reitor
Paulo Otávio Mussi Augusto
Pró-Reitor de Graduação
Vidal Martins
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
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Pró-Reitor Comunitário
José Luiz Casela
Pró-Reitor Administrativo e de Desenvolvimento
Paulo de Paula Baptista
Diretora de Relacionamento
Silvana Hastreiter
COORDENAÇÃO
Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista
Eduardo Correa
Vivian Lemos
CONTEÚDO
Coordenação
Iraisi Gehring
Edição
Juliana Fernandes MTB 13792
Projeto Gráfico
Brainbox
Diagramação
Sacha Bezrutchka
Revisão
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ANUNCIE
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(41) 3153-1919
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Impressão
Serzegraf
15 mil exemplares
Contato
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Fone: (41) 3271-1515
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conteudo@grupomarista.org.br
Vivemosemtemposlíquidos
Atravessamos tempos de mudança. Nessa realidade líquida,
em que tudo muda muito rapidamente sob a menor pressão, como diria o
sociólogo Zygmunt Bauman, é preciso que tenhamos resiliência frente aos
desafios que surgem a todos os momentos.
Entendemos que a universidade é um dos vetores da mudança na
sociedade. É um espaço de livre debate em que as mais diversas correntes
de opinião se encontram, formando novos conceitos e, por que não, novas
definições de mundo.
É nesse contexto desafiador que a PUCPR está rediscutindo o
seu papel na educação e na formação de cidadãos. Que tipo de formação
queremos para nossos jovens? Quais são as competências necessárias
para ser profissional e humanamente bem-sucedido em uma sociedade em
constante transformação?
Essas perguntas inquietantes urgem respostas, e a PUCPR
entende seu papel nessa discussão e sabe que mudanças são necessárias
no curso da história para o desenvolvimento social. A universidade deve
contribuirparaaconstruçãodeumasociedademelhor,oquesóalcançaremos
se acompanharmos os tempos em que vivemos.
Nesta edição, falamos de todos os desafios da educação superior
no Brasil e no mundo em nossa matéria de capa. Também abordamos
a contribuição das pesquisas desenvolvidas na universidade para uma
sociedade mais justa. E reforçamos que nosso papel de formação vai muito
além da sala de aula na editoria “Nanoatitudes”, na qual mostramos que o
Projeto Comunitário pode despertar a paixão pela solidariedade.
Esperamos que gostem desta Vida Universitária, preparada com
todo o cuidado para vocês e que tem o objetivo de refletir as mudanças pelas
quais nosso mundo e a universidade estão passando.
Boa leitura a todos!
Waldemiro Gremski
Reitor da PUCPR
EDITORIAL
5.
6. NESTA
EDIÇÃO
08Filhosda
PUC
_
Professores da PUCPR, que
também foram acadêmicos da
instituição, falam das inspirações
que os levaram à docência
20Capa
_
Os desafios e os novos caminhos para
as relações de aprendizagem dentro
das universidades
12Mercadode
Trabalho
_
Entenda por que o mercado
busca profissionais inovadores
e como a inovação pode ser
aplicada em diversas áreas
16Nanoatitudes
_
A disciplina Projeto Comunitário
desperta o interesse para
as questões sociais e
estimula bons exemplos
ERRATA
Na reportagem “O sabor francês do Paraná”, na
seção Search Lab da edição 233 (págs. 44-47),
a legenda correta da foto publicada na página
45 é: Professora Marcia Rapacci com os alunos
de Engenharia de Alimentos: um “autêntico”
queijo Reblochon francês direto dos laboratórios
da PUCPR, em parceria com a UEPG.
7. 40Vírgula
_
A comemoração de 86 anos do
Círculo de Estudos Bandeirantes
28DiáriodeBordo
_
Conheça a rotina de Mihael, estudante
alemão em intercâmbio no Brasil
48Raízes
_
Os 40 anos do curso de
design da PUCPR
36MundoAfora
_
A experiência de três estudantes em
intercâmbio nos Estados Unidos
44SearchLab
_
O reitor da PUCPR fala sobre
ciência e universidade
32AoInfinitoeAlém
_
A busca pela espiritualidade e o estudo
das crenças contemporâneas como
caminho para o respeito e a tolerância
9. 09
4. CARLOS EDUARDO CAMARGO
Professor de Clínica Médica de Grandes Animais
Escola de Ciências Agrárias e
Medicina Veterinária – PUCPR
“Ser professor é ter a chance de passar adiante
aquilo que muitos ao longo da vida nos ensinaram,
de conhecimentos técnicos a lições de vida.
Dessa forma, fui inspirado para a docência por
meus professores de Medicina Veterinária da
PUCPR, que hoje com muito orgulho posso
ter como colegas e trabalhar lado a lado.”
3. EDUARDO OLIVEIRA AGUSTINHO
Professor decano do curso de Direito
Escola de Direito – PUCPR
“Feliz aquele que transfere o que sabe e
aprende o que ensina”, Cora Coralina.
“Essa frase, para mim, é muito significativa e
expressa, de forma concisa, a importância da
docência na minha trajetória de vida. Vejo o
ato de ensinar como um processo contínuo no
qual o compartilhamento de experiências com
os estudantes nos propicia a oportunidade
única de, ao mesmo tempo, transferir e
aprender. Ser professor, assim, representa
mais que uma vocação. É uma realização.”
2. ANA CRISTINA SEIXAS GRECA
Professora de Biologia e coordenadora
do curso de Ciências Biológicas
Escola de Saúde e Biociências – PUCPR
“A inspiração veio do meu pai, grande
professor de Matemática, que me guiou
como estudante e pessoa. Acredito que
uma atitude simples e pessoal do professor
representa uma mudança significativa na
vida do estudante: na sua formação ou
mesmo na visão de si próprio. Acredito
no poder da educação de mudar vidas,
construir uma sociedade justa, fornecer
esperanças e realizar sonhos. Feliz
todos os dias por ser professora!”
3
4
“SER PROFESSOR,
ASSIM, REPRESENTA
MAIS QUE UMA
VOCAÇÃO. É UMA
REALIZAÇÃO.”
10. 10
6. MAÍRA DE MAYO
OLIVEIRA NOGUEIRA
LOESCH
Professora de Medicina
Escola de Medicina – PUCPR
“Ser professor é uma oportunidade,
um privilégio daqueles que acreditam
que podem mudar vidas e com isso
fazer sua parte pelo mundo. Sinto-me
honrada em participar da vida dos
meus estudantes, pois aprendo com
eles todos os dias. Sendo assim, o que
posso dizer é que nesta longa jornada
que é a vida, tanto na docência quanto
em nossa vida familiar e cotidiana,
todos os dias eu aprendo e ensino, logo
existo. Não poderia querer outra vida.”
5. VALTER KLEIN
Professor de Engenharia de Controle
e Automação e coordenador da
Equipe de Robótica Móvel
Escola Politécnica – PUCPR
“Entrei na PUCPR como colaborador
em 2004. Ao longo dos anos, tive
oportunidade de trabalhar e estudar,
até que em 2007, enquanto cursava
Engenharia Elétrica, comecei a
lecionar no TECPUC. Foi nessa fase
da minha vida que notei quão digna
é a profissão de educador. Depois, já
com o mestrado, segui com a vocação,
agora em cursos de graduação. O que
me motiva como professor? Fazer com
que os estudantes se apaixonem pela
profissão que escolheram, assim como
eu sou apaixonado pelo que faço.”
7. KLEBER BEZ BIROLO
CANDIOTTO
Decano da Escola de Educação e Humanidades
Escola de Educação e Humanidades – PUCPR
“A docência foi um encontro sem busca.
Iniciei minha graduação em Filosofia
na PUCPR com vistas à formação
religiosa. Porém, ao mudar a trajetória
de vida, encontrei o caminho da docência
como minha grande realização, não
somente pelos resultados pessoais
que me traz, mas sobretudo por poder
possibilitar resultados em outras vidas.
Ser professor passou a integrar minha
identidade a partir desse encontro.”
5
6
“EM 2007,
ENQUANTO
CURSAVA
ENGENHARIA
ELÉTRICA, COMECEI
A LECIONAR
NO TECPUC.”
13. 13
Novas ideias, novos rumos e possibilidades.
Foi-se o tempo em que a inovação estava
ligada apenas a áreas como marketing e
tecnologia. Hoje, as empresas esperam
detectar a habilidade em profissionais
de todos os segmentos, inclusive em
carreiras mais tradicionais. Em resumo,
os departamentos de RH procuram gente
capaz de identificar e antecipar lacunas
atuais ou necessidades à frente de seu
tempo, com iniciativas que possibilitem
aumentar o faturamento, desbravar novos
mercados, aperfeiçoar produtos ou serviços
já consagrados.
Aí do seu canto, você, leitor, pode achar
que não nasceu com muito jeito para a
coisa. Mas tem o pulo do gato: inovação
é um talento que pode ser adquirido com
alguns estímulos primordiais. A primeira
mola mestra desse processo é exercitar a
visão: enxergar mais adiante daquilo que
todos estão vendo. “Outro impulso essencial
é a empatia, isto é, saber se colocar em
diferentes condições e cenários do ambiente
ao seu redor, vislumbrando formas de ajudar
e cocriar com o meio”, aponta o mestre em
Administração Thiago Maceri, da Agência
PUC de Inovação. Vale ainda investir na
diversidade de contatos e opiniões, já que o
conflito entre diferentes pessoas aumenta
as chances de pensar “fora da casinha”.
Por fim, o aprendizado exige persistência.
“A ideia pode parecer óbvia demais para
o seu criador, mas, ao testá-la, ele pode
perceber que parte de suas convicções
estavam equivocadas. Ter disposição para
recomeçar, caso necessário, facilita muito”,
defende Thiago.
O desenvolvimento da inovação também
repele alguns vícios, e a acomodação é o
mais perigoso deles. “A inquietude não é
“Ainquietudenãoésinônimodecrescimento,
masapessoainovadoraestásemprese
autoprovocandoebuscandomelhorar.” Paulo Porto
SAIBA
Veja que a inovação pode
ser aplicada em todas as
áreas do conhecimento
em www.pucpr.br/
vidauniversitaria.
16. 16
NANO-
ATITUDES
Vivendoasolidariedade
P O R J U L I A N A F E R N A N D E S
Por definição, o significado da palavra genero-
sidade está relacionado à capacidade do indiví-
duo em deixar de lado seus próprios interesses
para ajudar outras pessoas. É um ato de doação,
muitas vezes de tempo, outras de carinho, talen-
tos, saberes, mas sempre voltado a prestar mais
atenção a questões sociais. Por meio da disci-
plina Projeto Comunitário, comum a todos os
cursos de graduação da PUCPR, muitos estu-
dantes têm vivenciado pela primeira vez como
é essa doação de tempo e acabam colhendo
bons frutos desse aprendizado.
DeacordocomaprofessoraMariReginaAnastá-
cio,aocumpriradisciplinaosestudantespassam
a ter um olhar diferenciado para a realidade e
a sociedade, ampliando não apenas seu reper-
tório intelectual, mas sobretudo pessoal. “A
PUCPR tem como missão a formação integral,
ouseja,alémdetécnica,tambémhumana,aliada
ao compromisso com a vida e a sociedade. Na
experiência do Projeto Comunitário, os estu-
dantes são chamados a viver essa missão. Eles
são despertados para reflexões relacionadas à
cidadania,aosentidodavidaeàformacomque
Avidapodeganharnovossentidosquandoépossívelvivenciar
novasexperiênciascomopróximo.Conheçaumadessashistórias
“Nossoesforçoseconverteemprodução
e,aoveroresultadofinal,geraumagrande
satisfaçãopessoal.” Lucas Nunes Bordin
21. 21
O futuro bate à porta
Osbancosdauniversidadenãoserãoosmesmos
nospróximosanos.Comastransformaçõesdo
mundo em ritmo veloz e a expansão da oferta
paraomaiornúmerodeestudantes,cadavezmais
digitais,oensinodegraduaçãocolocaemdebate
atradicionaltransmissãoerecepçãodeconheci-
mentoeprojetapadrõesdeeducaçãomaisfluidos.
Nessemodelo,aindaemconstrução,oprofessor
deixariadeserobastiãodoconhecimento,odeten-
tordosaber,parasetransformaremumfacilitador,
alguémqueiluminaocaminho.Oestudante,por
suavez,deveriasercapazdeinteragir,sercola-
borativo, aprender por si mesmo e se adequar
rapidamente a cada novo ciclo evolutivo.
“A universidade, hoje, deve formar pessoas para
trabalhar em profissões que ainda vão ser cria-
das, resolver problemas que ainda não existem,
para viver em um mundo que será diferente
daqui a cinco anos”, pondera o pró-reitor de
graduação da PUCPR, Vidal Martins. Fruto da
hiperconectividade e da vasta gama de infor-
mação, o panorama apresentado é o retrato de
uma sociedade “líquida”, conceito criado pelo
sociólogo polonês Zygmunt Bauman: o fim das
utopias desestimula os projetos de longo prazo,
favorecendo o imediatismo, os contextos não
duradouros e o futuro imprevisível.
Comorespostaaosatuaisdesafiosdoensinosuperior,asuniversidades
esboçamnovospapéiseperfisparaprofessoreestudante
22. 22
Sob essa perspectiva, presente tanto nas
universidades do país quanto em outras
instituições do mundo, diversos especialis-
tas em educação já vêm estudando novas
formas de acesso ao saber. Em 2013, as
organizações norte-americanas New Media
Consortium e Educause Learning Initiative
apresentaram o estudo Horizon Report,
com as principais tendências do ensino até
2018. Entre elas, estão o compromisso de
capacitarprofessores,estimularhabilidades
do estudante, revisar as formas de avaliação
e usar a tecnologia com mais frequência.
MUDA TUDO!
Desde o ano passado, a PUCPR também está
imersa nessas transformações. A fase inicial,
ainda em andamento, promove o debate de
ideias e a capacitação de centenas de pro-
fessores. A segunda etapa é mais recente
e envolve o diálogo com os estudantes.
“Entendemos que cinco princípios devem
guiar os novos processos de aprendizagem:
autonomia, dedicação, cooperação, senso
crítico e honestidade”, enumera a profes-
sora Cinthia Spricigo, diretora de suporte
à graduação da instituição.
A marcha em andamento leva o nome de meto-
dologias ativas. O conceito prevê um esquema
de via de mão dupla entre os estudantes, que
ultrapassa os referenciais teóricos e busca a
solução para problemas reais e significativos,
a pesquisa como princípio educativo e a ex-
tensão da sala de aula como complemento. “O
estudante abandona a passividade do modelo
clássico e passa a desenvolver autonomia, a
acessar a informação por si próprio”, descreve
Martins.
O professor, por sua vez, sai do centro e
passa a “desenhar” o caminho para o estu-
dante atingir objetivos. “Ele deve gerenciar
as ideias com critério, apresentando as
diretrizes para que o pensamento seja
linear e os estudantes consigam relevância
em suas pesquisas”, esboça o especialista
em psicologia da educação Diego Mendes,
docente em metodologia do ensino e da
pesquisa. “Quem vai zelar pelo desenvol-
vimento desses novos recursos serão os
profissionais com resiliência”, afirma.
FINAL ABERTO
Seria um contrassenso manter as tradicionais e
temidas provas ao fim de cada conteúdo nesse
novo paradigma. Mas como aferir o quanto o
estudante assimilou do aprendizado? A resposta
pode estar no livro Avaliação da Aprendizagem
numa Abordagem por Competências (Editora
Champagnat, 2015), do educador francês
Gérard Scallon. “Em linhas gerais, o autor
sugere colocar o estudante em situação de
desempenho real e mensurar como ele lida
com a situação, quais habilidades desenvolveu
e como sabe aplicá-las”, diz Martins.
Nestanovaabordagem,oprofessorsaidocentroepassa
a“desenhar”ocaminhoparaoestudanteatingirseusobjetivos.
25. 25 “Entendemosquecincoprincípios
devemguiarosnovosprocessos
deaprendizagem:autonomia,
dedicação,cooperação,senso
críticoehonestidade.” Cinthia Spricigo
25
Como protagonista desse processo, o uni-
versitário aprende a conviver com situações
ambíguas, múltiplas. “A vida não tem gabarito.
Há mais de uma resposta possível para o mesmo
problema, só depende da pergunta formulada”,
instiga Cinthia Spricigo. A primeira turma da
PUCPR a fazer o método de avaliação por
competências se forma no fim de 2015.
A tecnologia de informação e comunicação
(TIC) tem papel essencial nesse arquétipo
– mas apenas como meio e não um fim
em si mesmo. Afinal, ela facilita o acesso
ao conhecimento, mas, sozinha, não é
capaz de melhorar a aprendizagem, muito
menos substituir a metodologia. “Se uma
instituição fala em mudança de métodos e
investe apenas em tecnologia, sem mudar
os processos de interação, os resultados são
absolutamente iguais e defasados”, afirma Vidal
Martins. Contudo, o ambiente universitário
contemporâneo exige ferramentas básicas como
internet mobile e aplicativos analytics, disponíveis
em celulares e tablets. A infraestrutura passa
também pela recomposição das salas, não
mais em formato de teatro, mas de pequenos
grupos ou arena, com móveis que facilitem a
reorganização, quando proposta.
A diminuição das distâncias ainda propicia
o fortalecimento da Educação a Distância
(EaD), a conexão entre a universidade e a
comunidade acadêmica online. “A EaD possibilita
a democratização do acesso ao ensino superior,
à medida que amplia a oferta de vagas e chega
a lugares que, via de regra, não conseguem
ser atendidos pelo ensino presencial”, aprova
Márcia Tembil. Mas não como modelo único – a
PUCPR, por exemplo, tem apenas um curso
integral entre as 64 opções de graduação. “Não é
preciso forçar a barra para fazer tudo a distância.
42. “Essa é a celebração de uma missão que vem
sendo desenvolvida desde 1929. Ela é muito
importante a todos, paranaenses ou não, que
mesmosemsabervivemedesfrutamcondições
eoportunidadesqueforamdiscutidas,propostas,
batalhadaseconstruídasnoCírculodeEstudos
Bandeirantes”,explicouoprofessorWaldemiro.
O destaque da comemoração do aniversário do
CEB foi a iniciativa da entidade em participar
da 9ª Primavera dos Museus, do Instituto
Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério
da Cultura, cujo tema este ano é Museus e
Memórias Indígenas. A exposição “Indígenas
do Paraná”, em cartaz no CEB até o dia 15
de dezembro, é composta pela Coleção José
Loureiro do Círculo, que inclui textos sobre
este importante nome da história paranaense,
além de telas da artista plástica e pesquisadora
Maria Júlia Fernandes.
Atualmenteéumlocaldeestudosepesquisa,com
acervobibliográficodequase20milexemplares,
reunidos em mais de sete mil títulos, com obras
raras dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, além de
manuscritos,periódicosedocumentaçãohistórica,
disponível para consulta local a estudantes,
professoresdaPUCPRecomunidade.Oprédio
deestiloneoclássico,inauguradoem1945,ano
de sua fundação, está aberto à visitação. Em
1994, foi reinaugurado depois de passar por
ampla restauração pela PUCPR.
UM LEGADO PARA O PARANÁ
No dia 12 de setembro de 1929, um grupo de
personalidades paranaenses dos mais diferentes
ramos, como políticos, religiosos, médicos
e advogados, reuniram-se para promover
estudos filosóficos, científicos literários e
religiosos. Assim nasceu o Círculo de Estudos
Bandeirantes, e sua atuação mudou os rumos
da educação e da história do nosso estado.
42
SAIBA+Saiba mais detalhes
sobre a comemoração
do aniversário do CEB
no site www.pucpr.br/
vidauniversitaria.
Fotografia de uma
indígena Xetá, que faz
parte da exposição.
44. 44
SEARCH
LAB
P O R V I V I A N L E M O S
A pesquisa produzida pela universidade deve
servir à sociedade. A ideologia de um Estado
não pode interferir no trabalho do pesquisa-
dor. Essas são ideias defendidas pelo reitor da
PUCPR, Waldemiro Gremski, sobre a pesquisa e
a ciência. Para o professor, as pesquisas no Brasil
evoluíram e estão num patamar respeitável,
mas precisam encontrar sua função social. “A
ciência hoje está em um nível respeitável, e isso
é fruto de uma política de incentivo de um lado,
e acompanhamento e avaliação do outro. O que,
porém, deve ser levado em conta é a questão
do que fazer com essa ciência, a importância
de transformá-la em patente ou em algum
bem-estar social. Essa condição faz com que
o impacto dessa ciência no desenvolvimento
do país seja muito baixo”, avalia.
O reitor ainda explica que para que esse impacto
ocorra é preciso que a tripla hélice – a relação
Paixãopelaciência
WaldemiroGremski,reitordaPUCPR,falasobreosdesafios
daciêncianoBrasileoscaminhostrilhadospelaPUCPR
“Auniversidadeexisteparaserviràsociedade,
sejaparaformarprofissionaisoupara
produzirciênciaquesejaútilparaapopulação.
Aciênciaqueauniversidadeproduztemque
estaraserviçodasociedade.” Waldemiro Gremski