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outubro, novembro 2015
234
CAMINHO
UM NOVO
A experiência de intercâmbio de
três estudantes da PUCPR em
universidades dos Estados Unidos.
V E J A + PÁ G . 3 6
Abrem-se as portas para o
futuro do ensino superior,
em que professores e
estudantes ganham
novos papéis na universidade.
GRÃO-CHANCELER
Dom José Antônio Peruzzo
Vida Universitária é uma publicação bimestral da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, registrada sob o nº 01,
do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de
Títulos, em 30/12/1985 – Curitiba, Paraná.
CONSELHO EDITORIAL – PUCPR
Reitor
Waldemiro Gremski
Vice-Reitor
Paulo Otávio Mussi Augusto
Pró-Reitor de Graduação
Vidal Martins
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
Paula Cristina Trevilatto
Pró-Reitor Comunitário
José Luiz Casela
Pró-Reitor Administrativo e de Desenvolvimento
Paulo de Paula Baptista
Diretora de Relacionamento
Silvana Hastreiter
COORDENAÇÃO
Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista
Eduardo Correa
Vivian Lemos
CONTEÚDO
Coordenação
Iraisi Gehring
Edição
Juliana Fernandes MTB 13792
Projeto Gráfico
Brainbox
Diagramação
Sacha Bezrutchka
Revisão
Tailor Media
ANUNCIE
Tailor Media Content & Media Projects
(41) 3153-1919
www.tailormedia.com.br
Impressão
Serzegraf
15 mil exemplares
Contato
Rua Imaculada Conceição, 1155 – 2º andar
Prado Velho – Curitiba – Paraná
CEP: 83215-901
Fone: (41) 3271-1515
www.pucpr.br/vidauniversitaria
conteudo@grupomarista.org.br
Vivemosemtemposlíquidos
	 Atravessamos tempos de mudança. Nessa realidade líquida,
em que tudo muda muito rapidamente sob a menor pressão, como diria o
sociólogo Zygmunt Bauman, é preciso que tenhamos resiliência frente aos
desafios que surgem a todos os momentos.
	 Entendemos que a universidade é um dos vetores da mudança na
sociedade. É um espaço de livre debate em que as mais diversas correntes
de opinião se encontram, formando novos conceitos e, por que não, novas
definições de mundo.
	 É nesse contexto desafiador que a PUCPR está rediscutindo o
seu papel na educação e na formação de cidadãos. Que tipo de formação
queremos para nossos jovens? Quais são as competências necessárias
para ser profissional e humanamente bem-sucedido em uma sociedade em
constante transformação?
	 Essas perguntas inquietantes urgem respostas, e a PUCPR
entende seu papel nessa discussão e sabe que mudanças são necessárias
no curso da história para o desenvolvimento social. A universidade deve
contribuirparaaconstruçãodeumasociedademelhor,oquesóalcançaremos
se acompanharmos os tempos em que vivemos.
	 Nesta edição, falamos de todos os desafios da educação superior
no Brasil e no mundo em nossa matéria de capa. Também abordamos
a contribuição das pesquisas desenvolvidas na universidade para uma
sociedade mais justa. E reforçamos que nosso papel de formação vai muito
além da sala de aula na editoria “Nanoatitudes”, na qual mostramos que o
Projeto Comunitário pode despertar a paixão pela solidariedade.
	 Esperamos que gostem desta Vida Universitária, preparada com
todo o cuidado para vocês e que tem o objetivo de refletir as mudanças pelas
quais nosso mundo e a universidade estão passando.
Boa leitura a todos!
Waldemiro Gremski
Reitor da PUCPR
EDITORIAL
NESTA
EDIÇÃO
08Filhosda
PUC
_
Professores da PUCPR, que
também foram acadêmicos da
instituição, falam das inspirações
que os levaram à docência
20Capa
_
Os desafios e os novos caminhos para
as relações de aprendizagem dentro
das universidades
12Mercadode
Trabalho
_
Entenda por que o mercado
busca profissionais inovadores
e como a inovação pode ser
aplicada em diversas áreas
16Nanoatitudes
_
A disciplina Projeto Comunitário
desperta o interesse para
as questões sociais e
estimula bons exemplos
ERRATA
Na reportagem “O sabor francês do Paraná”, na
seção Search Lab da edição 233 (págs. 44-47),
a legenda correta da foto publicada na página
45 é: Professora Marcia Rapacci com os alunos
de Engenharia de Alimentos: um “autêntico”
queijo Reblochon francês direto dos laboratórios
da PUCPR, em parceria com a UEPG.
40Vírgula
_
A comemoração de 86 anos do
Círculo de Estudos Bandeirantes
28DiáriodeBordo
_
Conheça a rotina de Mihael, estudante
alemão em intercâmbio no Brasil
48Raízes
_
Os 40 anos do curso de
design da PUCPR
36MundoAfora
_
A experiência de três estudantes em
intercâmbio nos Estados Unidos
44SearchLab
_
O reitor da PUCPR fala sobre
ciência e universidade
32AoInfinitoeAlém
_
A busca pela espiritualidade e o estudo
das crenças contemporâneas como
caminho para o respeito e a tolerância
08
P O R J U L I A N A F E R N A N D E S
FILHOS
DA PUC
De estudantes
a mestres
Estesprofessorestambémjá
foramestudantesdaPUCPR
eagoracompartilhamo
conhecimentoadquirido
pormeiodadocência.
Conheçaasinspiraçõesque
osmotivaramparaessa
profissãoecomoelesvivem
avocaçãoparaensinar
©EDUARDOMACÁRIOS
1. JOSÉ CASELA
Pró-reitor comunitário
Escola de Arquitetura e Design – PUCPR
“Tive ótimos professores ao longo da vida.
Lembrando-me hoje no que me identifico com
meus professores e o que me levou a escolher
a profissão, reconheço a mensagem otimista
que transmitiam ao acreditar em um futuro
melhor. Além dos ensinamentos que recebi,
via no exemplo desses educadores uma ponte
que me conectava com o futuro, e que por meio
do conhecimento eu poderia fazer as minhas
escolhas. Eles serviram como bússola, que
apontava o melhor caminho a seguir. Como
professor, acredito que se pode provocar
mudanças e, mesmo diante de incertezas e
agruras que às vezes nos assombram, estar
disposto a correr riscos, enfrentar dilemas
e superar desafios. O legado do professor
é o de entregar um mundo melhor.”
1
2
09
4. CARLOS EDUARDO CAMARGO
Professor de Clínica Médica de Grandes Animais
Escola de Ciências Agrárias e
Medicina Veterinária – PUCPR
“Ser professor é ter a chance de passar adiante
aquilo que muitos ao longo da vida nos ensinaram,
de conhecimentos técnicos a lições de vida.
Dessa forma, fui inspirado para a docência por
meus professores de Medicina Veterinária da
PUCPR, que hoje com muito orgulho posso
ter como colegas e trabalhar lado a lado.”
3. EDUARDO OLIVEIRA AGUSTINHO
Professor decano do curso de Direito
Escola de Direito – PUCPR
“Feliz aquele que transfere o que sabe e
aprende o que ensina”, Cora Coralina.
“Essa frase, para mim, é muito significativa e
expressa, de forma concisa, a importância da
docência na minha trajetória de vida. Vejo o
ato de ensinar como um processo contínuo no
qual o compartilhamento de experiências com
os estudantes nos propicia a oportunidade
única de, ao mesmo tempo, transferir e
aprender. Ser professor, assim, representa
mais que uma vocação. É uma realização.”
2. ANA CRISTINA SEIXAS GRECA
Professora de Biologia e coordenadora
do curso de Ciências Biológicas
Escola de Saúde e Biociências – PUCPR
“A inspiração veio do meu pai, grande
professor de Matemática, que me guiou
como estudante e pessoa. Acredito que
uma atitude simples e pessoal do professor
representa uma mudança significativa na
vida do estudante: na sua formação ou
mesmo na visão de si próprio. Acredito
no poder da educação de mudar vidas,
construir uma sociedade justa, fornecer
esperanças e realizar sonhos. Feliz
todos os dias por ser professora!”
3
4
“SER PROFESSOR,
ASSIM, REPRESENTA
MAIS QUE UMA
VOCAÇÃO. É UMA
REALIZAÇÃO.”
10
6. MAÍRA DE MAYO
OLIVEIRA NOGUEIRA
LOESCH
Professora de Medicina
Escola de Medicina – PUCPR
“Ser professor é uma oportunidade,
um privilégio daqueles que acreditam
que podem mudar vidas e com isso
fazer sua parte pelo mundo. Sinto-me
honrada em participar da vida dos
meus estudantes, pois aprendo com
eles todos os dias. Sendo assim, o que
posso dizer é que nesta longa jornada
que é a vida, tanto na docência quanto
em nossa vida familiar e cotidiana,
todos os dias eu aprendo e ensino, logo
existo. Não poderia querer outra vida.”
5. VALTER KLEIN
Professor de Engenharia de Controle
e Automação e coordenador da
Equipe de Robótica Móvel
Escola Politécnica – PUCPR
“Entrei na PUCPR como colaborador
em 2004. Ao longo dos anos, tive
oportunidade de trabalhar e estudar,
até que em 2007, enquanto cursava
Engenharia Elétrica, comecei a
lecionar no TECPUC. Foi nessa fase
da minha vida que notei quão digna
é a profissão de educador. Depois, já
com o mestrado, segui com a vocação,
agora em cursos de graduação. O que
me motiva como professor? Fazer com
que os estudantes se apaixonem pela
profissão que escolheram, assim como
eu sou apaixonado pelo que faço.”
7. KLEBER BEZ BIROLO
CANDIOTTO
Decano da Escola de Educação e Humanidades
Escola de Educação e Humanidades – PUCPR
“A docência foi um encontro sem busca.
Iniciei minha graduação em Filosofia
na PUCPR com vistas à formação
religiosa. Porém, ao mudar a trajetória
de vida, encontrei o caminho da docência
como minha grande realização, não
somente pelos resultados pessoais
que me traz, mas sobretudo por poder
possibilitar resultados em outras vidas.
Ser professor passou a integrar minha
identidade a partir desse encontro.”
5
6
“EM 2007,
ENQUANTO
CURSAVA
ENGENHARIA
ELÉTRICA, COMECEI
A LECIONAR
NO TECPUC.”
11
8. PAULO C. PORTO MARTINS
Professor do Núcleo de
Empreendedorismo e Inovação
Escola de Negócios – PUCPR
“Enquanto estudante do curso de Psicologia
da PUCPR, tive a oportunidade de atuar
como monitor da disciplina de AEC (Análise
Experimental do Comportamento), sendo
possível acompanhar a atividade profissional
de alguns professores. E essa atuação me
fascinou! Ficava extremamente animado quando
conseguia contribuir para a aprendizagem de
outros estudantes. Por conta da monitoria,
tive uma bolsa para cursar uma pós-graduação
na PUCPR, e logo em seguida fui convidado a
cursar doutorado em Madrid, na Espanha. Minha
paixão pela docência teve início nesse período.”
9. SUYANNE TOLENTINO DE
SOUZA
Professora de Jornalismo
Escola de Comunicação e Artes – PUCPR
“Eu costumo dizer que quando pequena
nunca brinquei de casinha, brincava de
escolinha, sou professora por vocação.
Hoje posso dizer que sou realizada e
orgulhosa do trabalho que desenvolvo
com meus estudantes. Entendo que ser
professor é mais do que ministrar uma
disciplina ou preparar um conteúdo:
significa dedicação, pesquisa, estudo e
aprendizagem, é uma verdadeira atividade
de amor que vai além da sala de aula.”
7
8
9
©EDUARDOMACÁRIOS
“FICAVA ANIMADO
QUANDO CONSEGUIA
CONTRIBUIR PARA
A APRENDIZAGEM
DE OUTROS
ESTUDANTES.”
MERCADO
DETRABALHO
Inovarépreciso
P O R F E R N A N D O T O R R E S
©SHUTTERSTOCK
12
Conheçamaissobreumacompetênciaquetodoprofissionalprecisa
desenvolver–paraontem–,sequiserserabsorvidopelomercado
13
Novas ideias, novos rumos e possibilidades.
Foi-se o tempo em que a inovação estava
ligada apenas a áreas como marketing e
tecnologia. Hoje, as empresas esperam
detectar a habilidade em profissionais
de todos os segmentos, inclusive em
carreiras mais tradicionais. Em resumo,
os departamentos de RH procuram gente
capaz de identificar e antecipar lacunas
atuais ou necessidades à frente de seu
tempo, com iniciativas que possibilitem
aumentar o faturamento, desbravar novos
mercados, aperfeiçoar produtos ou serviços
já consagrados.
Aí do seu canto, você, leitor, pode achar
que não nasceu com muito jeito para a
coisa. Mas tem o pulo do gato: inovação
é um talento que pode ser adquirido com
alguns estímulos primordiais. A primeira
mola mestra desse processo é exercitar a
visão: enxergar mais adiante daquilo que
todos estão vendo. “Outro impulso essencial
é a empatia, isto é, saber se colocar em
diferentes condições e cenários do ambiente
ao seu redor, vislumbrando formas de ajudar
e cocriar com o meio”, aponta o mestre em
Administração Thiago Maceri, da Agência
PUC de Inovação. Vale ainda investir na
diversidade de contatos e opiniões, já que o
conflito entre diferentes pessoas aumenta
as chances de pensar “fora da casinha”.
Por fim, o aprendizado exige persistência.
“A ideia pode parecer óbvia demais para
o seu criador, mas, ao testá-la, ele pode
perceber que parte de suas convicções
estavam equivocadas. Ter disposição para
recomeçar, caso necessário, facilita muito”,
defende Thiago.
O desenvolvimento da inovação também
repele alguns vícios, e a acomodação é o
mais perigoso deles. “A inquietude não é
“Ainquietudenãoésinônimodecrescimento,
masapessoainovadoraestásemprese
autoprovocandoebuscandomelhorar.” Paulo Porto
SAIBA
Veja que a inovação pode
ser aplicada em todas as
áreas do conhecimento
em www.pucpr.br/
vidauniversitaria.
14
Uma das ideias encubadas pela PUCPR é a microempresa
ainda em desenvolvimento Eu, Gourmet, com a proposta de
lançar um site e um aplicativo de delivery de ingredientes de
receitas gourmets. “Temos a visão de focar na experiência do
cliente, desde o recebimento da encomenda acondicionada,
das mãos de um entregador com chapéu de chef, até a hora
de utilizá-los para preparar o prato, com vídeos passo a
passo”, diz um dos criadores, o engenheiro mecatrônico
Pedro Casagrande. Ele e outros dois amigos engenheiros,
André Mazzocco e Ricardo Steinmacher, ambos com 26
anos e todos formados pela PUCPR, buscaram a inspiração
em modelos similares nos Estados Unidos, mas ainda
ausentes no Brasil. “Fizemos uma rodada de testes em
alguns bairros de
Curitiba e, agora, vamos
ampliar para toda a cidade e região metropolitana”,
planeja. Dois deles ainda trabalham na área de Engenharia,
enquanto outro se dedica exclusivamente ao projeto.
“Não planejamos nada. Vimos a oportunidade inédita
e decidimos investir”, explica Pedro.
O fato é que, seja qual for a forma de uso, a inovação
está em alta, ao lado de informações dinâmicas e, muitas
delas, descartáveis. “Quem não tiver o cuidado de se
autodesenvolver será esmagado nos próximos anos”,
decreta Paulo Porto.
sinônimo de crescimento, mas a pessoa
inovadora está sempre se autoprovocando
e buscando melhorar”, diz o psicólogo Paulo
Porto, do Núcleo de Empreendedorismo e
Inovação da Escola de Negócios da PUCPR.
Em contraponto, o acúmulo de metas e a
sobrecarga de trabalho podem oxidar e
sufocar o pensamento criativo. “Não por
acaso, empresas reconhecidas por técnicas
inovadoras, como o Google, tentam criar um
ambiente fértil para a germinação de ideias.
Os gestores são orientados a ver a empresa
como um todo, e há momentos durante o
expediente em que os funcionários devem
se desligar da atividade-fim”, descreve.
Nesse sentido, o ambiente universitário é um
campo vasto para experimentar diversos tipos
de inovação, novas percepções da sociedade
e de modelos de negócio. Na PUCPR, por
exemplo, o estudante tem a possibilidade de
ingressar em Programas Institucionais de
Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC/
PIBITI) e de participar da aceleradora Hot
Milk, uma rede de startups, com sede em
Curitiba e Palhoça (SC), com perfis de business
(gestor de modelo de negócios), makers
(técnicos) e designers, independentemente
da formação acadêmica.
nofuturo
Comoolhar
©ARQUIVOPESSOAL
Caixa com o kit de
ingredientes que a
startup Eu, Gourmet
entrega a seus clientes.
O CONSUMO
CONSCIENTE
COMEÇA QUANDO
VOCÊ ENTENDE
O PROBLEMA.
Ajude a preservar nosso planeta. Faça uma doação: maternatura.org.br
16
NANO-
ATITUDES
Vivendoasolidariedade
P O R J U L I A N A F E R N A N D E S
Por definição, o significado da palavra genero-
sidade está relacionado à capacidade do indiví-
duo em deixar de lado seus próprios interesses
para ajudar outras pessoas. É um ato de doação,
muitas vezes de tempo, outras de carinho, talen-
tos, saberes, mas sempre voltado a prestar mais
atenção a questões sociais. Por meio da disci-
plina Projeto Comunitário, comum a todos os
cursos de graduação da PUCPR, muitos estu-
dantes têm vivenciado pela primeira vez como
é essa doação de tempo e acabam colhendo
bons frutos desse aprendizado.
DeacordocomaprofessoraMariReginaAnastá-
cio,aocumpriradisciplinaosestudantespassam
a ter um olhar diferenciado para a realidade e
a sociedade, ampliando não apenas seu reper-
tório intelectual, mas sobretudo pessoal. “A
PUCPR tem como missão a formação integral,
ouseja,alémdetécnica,tambémhumana,aliada
ao compromisso com a vida e a sociedade. Na
experiência do Projeto Comunitário, os estu-
dantes são chamados a viver essa missão. Eles
são despertados para reflexões relacionadas à
cidadania,aosentidodavidaeàformacomque
Avidapodeganharnovossentidosquandoépossívelvivenciar
novasexperiênciascomopróximo.Conheçaumadessashistórias
“Nossoesforçoseconverteemprodução
e,aoveroresultadofinal,geraumagrande
satisfaçãopessoal.” Lucas Nunes Bordin
17
©SHUTTERSTOCK
18
vêm agindo no mundo, além de serem tocados
pelosentimentodecompaixão”,explicaaprofes-
sora,quetambémécoordenadoradoNúcleode
Projetos Comunitários.
Motivados pela experiência, muitos deles deci-
dem dar continuidade ao trabalho, mesmo
depoisdeconcluiracargahoráriadadisciplina,
inspirados pelas relações afetuosas que cons-
troem com os beneficiários, por perceberem
a importância da valorização do outro e terem
contatocomvaloresquelevarãoparaavidatoda.
NOVOS HORIZONTES
O estudante Lucas Nunes Bordin conta que foi
conquistado pela experiência. Recém-formado
em Ciências Econômicas pela PUCPR, ele
optou por desenvolver seu Projeto Comu-
nitário no Asilo Socorro aos Necessitados,
uma instituição sem fins lucrativos fundada
em 1921 e que hoje atende cerca de 120
idosos no Tarumã, em Curitiba.
Ele conta que iniciou o trabalho auxiliando
os profissionais da instituição na área de
fisioterapia do asilo, assessorando os idosos
a deslocarem-se do quarto até a sala de exer-
cícios. Para ampliar a vivência, ofereceu-se
para auxiliar em outras atividades, perma-
necendo mais tempo na instituição.
Lucas Bordin ao lado de
outras pessoas que dedicam
tempo ao Asilo Socorro
aos Necessitados.
©DIVULGAÇÃO
“APUCPRtemcomomissãoaformação
integral,ouseja,alémdetécnica,também
humana,aliadaaocompromissocoma
vidaeasociedade.” Mari Regina Anastácio
19
MasoqueLucasnãocontavaeraqueessaexperi-
ênciaserevelassemaisagradáveldoqueeleespe-
rava,eessasensaçãofeztodaadiferençaemsua
vida, motivando-o a continuar como voluntário.
“Tive a oportunidade de me juntar a um grupo
depessoasquepossuemomesmoobjetivoque
omeu.Nossoesforçoseconverteemproduçãoe,
aoveroresultadofinal,geraumagrandesatisfação
pessoal. Isso me motivou a continuar ajudando
eametornarumvoluntáriodepoisdeformado”,
explica.
Hoje,Lucasdedicadetrêsaquatrohorassemanais
à instituição, auxiliando na produção de fraldas
geriátricasparaosidososdoasilo.“Confessoque
a ideia de fazer trabalho comunitário me assus-
tounocomeço,principalmenteporquemesentia
desconfortávelemterquetrabalharcompessoas.
Masconseguidirecionaromeuesforçoecontinuo
doandoumpoucodomeutempoparaobem-estar
deles”,alegra-se.
©SHUTTERSTOCK
20
CAPA
P O R F E R N A N D O T O R R E S
©BRUNAASSISBRASIL
21
O futuro bate à porta
Osbancosdauniversidadenãoserãoosmesmos
nospróximosanos.Comastransformaçõesdo
mundo em ritmo veloz e a expansão da oferta
paraomaiornúmerodeestudantes,cadavezmais
digitais,oensinodegraduaçãocolocaemdebate
atradicionaltransmissãoerecepçãodeconheci-
mentoeprojetapadrõesdeeducaçãomaisfluidos.
Nessemodelo,aindaemconstrução,oprofessor
deixariadeserobastiãodoconhecimento,odeten-
tordosaber,parasetransformaremumfacilitador,
alguémqueiluminaocaminho.Oestudante,por
suavez,deveriasercapazdeinteragir,sercola-
borativo, aprender por si mesmo e se adequar
rapidamente a cada novo ciclo evolutivo.
“A universidade, hoje, deve formar pessoas para
trabalhar em profissões que ainda vão ser cria-
das, resolver problemas que ainda não existem,
para viver em um mundo que será diferente
daqui a cinco anos”, pondera o pró-reitor de
graduação da PUCPR, Vidal Martins. Fruto da
hiperconectividade e da vasta gama de infor-
mação, o panorama apresentado é o retrato de
uma sociedade “líquida”, conceito criado pelo
sociólogo polonês Zygmunt Bauman: o fim das
utopias desestimula os projetos de longo prazo,
favorecendo o imediatismo, os contextos não
duradouros e o futuro imprevisível.
Comorespostaaosatuaisdesafiosdoensinosuperior,asuniversidades
esboçamnovospapéiseperfisparaprofessoreestudante
22
Sob essa perspectiva, presente tanto nas
universidades do país quanto em outras
instituições do mundo, diversos especialis-
tas em educação já vêm estudando novas
formas de acesso ao saber. Em 2013, as
organizações norte-americanas New Media
Consortium e Educause Learning Initiative
apresentaram o estudo Horizon Report,
com as principais tendências do ensino até
2018. Entre elas, estão o compromisso de
capacitarprofessores,estimularhabilidades
do estudante, revisar as formas de avaliação
e usar a tecnologia com mais frequência.
MUDA TUDO!
Desde o ano passado, a PUCPR também está
imersa nessas transformações. A fase inicial,
ainda em andamento, promove o debate de
ideias e a capacitação de centenas de pro-
fessores. A segunda etapa é mais recente
e envolve o diálogo com os estudantes.
“Entendemos que cinco princípios devem
guiar os novos processos de aprendizagem:
autonomia, dedicação, cooperação, senso
crítico e honestidade”, enumera a profes-
sora Cinthia Spricigo, diretora de suporte
à graduação da instituição.
A marcha em andamento leva o nome de meto-
dologias ativas. O conceito prevê um esquema
de via de mão dupla entre os estudantes, que
ultrapassa os referenciais teóricos e busca a
solução para problemas reais e significativos,
a pesquisa como princípio educativo e a ex-
tensão da sala de aula como complemento. “O
estudante abandona a passividade do modelo
clássico e passa a desenvolver autonomia, a
acessar a informação por si próprio”, descreve
Martins.
O professor, por sua vez, sai do centro e
passa a “desenhar” o caminho para o estu-
dante atingir objetivos. “Ele deve gerenciar
as ideias com critério, apresentando as
diretrizes para que o pensamento seja
linear e os estudantes consigam relevância
em suas pesquisas”, esboça o especialista
em psicologia da educação Diego Mendes,
docente em metodologia do ensino e da
pesquisa. “Quem vai zelar pelo desenvol-
vimento desses novos recursos serão os
profissionais com resiliência”, afirma.
FINAL ABERTO
Seria um contrassenso manter as tradicionais e
temidas provas ao fim de cada conteúdo nesse
novo paradigma. Mas como aferir o quanto o
estudante assimilou do aprendizado? A resposta
pode estar no livro Avaliação da Aprendizagem
numa Abordagem por Competências (Editora
Champagnat, 2015), do educador francês
Gérard Scallon. “Em linhas gerais, o autor
sugere colocar o estudante em situação de
desempenho real e mensurar como ele lida
com a situação, quais habilidades desenvolveu
e como sabe aplicá-las”, diz Martins.
Nestanovaabordagem,oprofessorsaidocentroepassa
a“desenhar”ocaminhoparaoestudanteatingirseusobjetivos.
O papel
dos mestres e estudantes
Sem resistências: que ninguém pense que o papel de mestres e doutores será relegado à
segundalinha.“Nestanovaabordagem,elessãoaindamaisimportantes,pois,maisquea
transmissãodosaber,agoratêmatarefademostraraoestudantecomoaplicarsuavisão
doconhecimento,aentendercomopraticaredestravarnaquiloquenãoconsegueevoluir.
Écomoseelefosseumdesignerdoconhecimento”,detalhaMartins.
Tambéméimportantepensarocurrículosobumformatomaisflexível,comapossibilidade
doestudanteescolherdisciplinasdeacordocomsuahabilidade,massemsupervalorizar
apráticaemdetrimentodateoria,aformaçãohumanísticaantearacionalidadetécnica.
“É preciso oxigenar essas dicotomias, de forma que o estudante transite por várias áreas
do conhecimento, sem perder o foco da formação”, sugere a professora Márcia Tembil,
coordenadoradeensinosuperiordaSecretariadeEstadodaCiência,TecnologiaeEnsino
Superior(Seti)doParaná.
23
©SHUTTERSTOCK
2424
©BRUNAASSISBRASIL
25 “Entendemosquecincoprincípios
devemguiarosnovosprocessos
deaprendizagem:autonomia,
dedicação,cooperação,senso
críticoehonestidade.” Cinthia Spricigo
25
Como protagonista desse processo, o uni-
versitário aprende a conviver com situações
ambíguas, múltiplas. “A vida não tem gabarito.
Há mais de uma resposta possível para o mesmo
problema, só depende da pergunta formulada”,
instiga Cinthia Spricigo. A primeira turma da
PUCPR a fazer o método de avaliação por
competências se forma no fim de 2015.
A tecnologia de informação e comunicação
(TIC) tem papel essencial nesse arquétipo
– mas apenas como meio e não um fim
em si mesmo. Afinal, ela facilita o acesso
ao conhecimento, mas, sozinha, não é
capaz de melhorar a aprendizagem, muito
menos substituir a metodologia. “Se uma
instituição fala em mudança de métodos e
investe apenas em tecnologia, sem mudar
os processos de interação, os resultados são
absolutamente iguais e defasados”, afirma Vidal
Martins. Contudo, o ambiente universitário
contemporâneo exige ferramentas básicas como
internet mobile e aplicativos analytics, disponíveis
em celulares e tablets. A infraestrutura passa
também pela recomposição das salas, não
mais em formato de teatro, mas de pequenos
grupos ou arena, com móveis que facilitem a
reorganização, quando proposta.
A diminuição das distâncias ainda propicia
o fortalecimento da Educação a Distância
(EaD), a conexão entre a universidade e a
comunidade acadêmica online. “A EaD possibilita
a democratização do acesso ao ensino superior,
à medida que amplia a oferta de vagas e chega
a lugares que, via de regra, não conseguem
ser atendidos pelo ensino presencial”, aprova
Márcia Tembil. Mas não como modelo único – a
PUCPR, por exemplo, tem apenas um curso
integral entre as 64 opções de graduação. “Não é
preciso forçar a barra para fazer tudo a distância.
26
Acredito mais em uma abordagem híbrida, com
algumas aulas virtuais e outras presenciais,
com metodologia robusta por trás”, contorna
Martins. Se bem feita, a EaD tem o potencial
de “forçar” o estudante a assumir postura mais
ativa: estudar sozinho e tirar as dúvidas com
o professor.
Seja no plano real ou virtual, estudantes e
professores não devem jamais perder o foco
do diálogo entre as áreas de conhecimento. “A
percepção da articulação entre ensino, pesquisa
e extensão deve preconizar metodologias e
tecnologias que respondam pela construção de
sujeitos autores de sua própria história. Mais
que isso, críticos de uma sociedade midiática
e virtual”, finaliza Márcia Tembil.
“Auniversidade,hoje,deve
formarpessoasparatrabalhar
emprofissõesqueaindavãoser
criadas,resolverproblemasque
aindanãoexistem.” Vidal Martins
©BRUNAASSISBRASIL
28
DIÁRIO
DE BORDO
A diversão do alemão Mihael Sekulic é conhecer
pessoas e culturas diferentes. O estudante de
Administração nasceu na Alemanha, a família
mora na Croácia e todos os dias viajava para
estudar na Holanda. O percurso de carro de ida
e volta durava cerca de três horas, o que fazia
com muita animação. Mas a vida dele mudou
completamente há dois meses, quando foi
aceito como intercambista na PUCPR. Antes de
chegar aqui foram horas de pesquisa de países
e cidades nos quais poderia estudar. O Brasil
foi a primeira opção por ser uma economia
emergente, e a infraestrutura da universidade
foi o diferencial para que Mihael finalmente
escolhesse Curitiba. País, cidade e instituição
escolhidas, era a hora de dar um até logo para
Rotinadedescobertas
P O R J O S I A N Y V I E I R A
ConheçaodiaadiadoalemãoMihaelSekulic,intercambistade
Administração,quehádoismesesestáestudandonaPUCPR
Mihael Sekulic,
intercambista da PUCPR,
veio da Alemanha para
cursar um semestre
de Administração.
©LAPHOTO
´
´
´
29
a família e embarcar nessa nova viagem.
Após horas de voo da Alemanha até o Brasil,
Mihael chegou a Curitiba sem saber uma
única palavra de português. A expectativa
e a ansiedade eram imensas. Quando as
aulas começaram tudo ficou mais fácil, pois
Mihael pôde conhecer, interagir com os
novos colegas de classe – também de outros
países e cidades brasileiras – e se enturmar.
O medo desapareceu e Mihael até aprendeu
algumas palavras em nossa língua. Agora, ele
já divide apartamento com três brasileiros, faz
compras sozinho, fala português claramente,
já viajou para a Ilha do Mel e Morretes, tem
melhores amigos brasileiros e conseguiu uma
bicicleta emprestada para ir do apartamento
à universidade todos os dias.
O intercâmbio do estudante pode se encerrar
em dezembro, mas se depender dele, que já
se vira muito bem na nossa língua, passará
as festas de fim de ano por aqui mesmo. O
objetivo de Mihael é ficar mais um semestre
estudando na PUCPR.
APRENDENDO
De segunda a quinta-feira, Mihael assiste a aulas na
instituição. São disciplinas optativas de Administração
que ele escolheu e focam em temas como, por exemplo,
e-commerce. As aulas são em horários diferenciados,
às vezes pela manhã e outras à tarde, e em salas
distintas, mas todas com uma característica em comum:
são em inglês. Às sextas-feiras, o horário é livre e ele
dedica esse tempo para estudar. À noite, sempre que
pode, também assiste a algumas matérias do curso de
Administração, só que em português, com o objetivo de
conhecer um pouco mais a língua e fazer novos amigos.
ApóshorasdevoodaAlemanha
atéoBrasil,chegouaCuritiba
semsaberumaúnicapalavra
deportuguês.Aexpectativaea
ansiedadeeramimensas.
©LAPHOTO
30EXPERIÊNCIAS
O que Mihael mais gosta no intercâmbio é a troca de
experiências. Desde que chegou a Curitiba, sempre encontrou
ajuda quando precisou: um emprestou uma bicicleta, outro
o ajudou a pedir comida. Conhecer pessoas novas é um dos
momentos mais esperados pelo intercambista, que adora um
bom papo. Após as aulas, ele vai tomar um café ou almoçar
na praça de alimentação do bloco azul e tudo é motivo
para fazer uma nova amizade e começar uma conversa.
OBJETIVOS
Agora, o estudante está em busca de um
estágio. Já se inscreveu na unidade do Centro
de Integração Empresa-Escola (CIEE), que
fica localizada dentro da PUCPR, e também
distribuiu currículos para os conhecidos. Se
conseguir um estágio em Curitiba, ele estenderá
seu intercâmbio por mais seis meses. Assim, terá
mais experiências divertidas para contar.
MÃOS À OBRA
A biblioteca é um dos espaços que Mihael frequenta
bastante na PUCPR. Além de ser ponto de encontro com
os colegas intercambistas para produzir trabalhos, ele
também adora ler um bom livro. Já arriscou a leitura de dois
clássicos de Administração em português, mas sabe que
ainda tem muito que aprender. Outro local de pesquisas
que o estudante gosta de frequentar é a sala de informática.
Mihael utiliza todo o seu tempo na PUCPR para estudar
e conhecer pessoas. Somente quando está em casa é que
acessa a internet para falar com a família e a namorada.
©LAPHOTO
©LAPHOTO
©LAPHOTO
32
AOINFINITO
EALÉM
P O R H E I T O R A . T R E V I S A N I L I P I N S K I
Desafiosdasociedademoderna
Conhecereestudaradiversidadereligiosadonossopaíspodeserumcaminho
paraofimdaintolerânciaeparaquetodospossamviveremharmonia
©SHUTTERSTOCK
33
Respeitar as convicções alheias é um princípio
básico para a boa convivência em sociedade.
Apesar do conceito parecer óbvio, ainda
observamos muitos episódios de intolerância
religiosa, que chegam muitas vezes ao
desrespeito à integridade moral e física dos
indivíduos. São momentos em que os ânimos
se exaltam e é importante buscar o equilíbrio
pelo conhecimento e desenvolvimento da
inteligência espiritual.
Com o objetivo de congregar as diferentes
crenças e discutir o tema, a PUCPR, por meio
do Núcleo Ecumênico e Inter-religioso, criado
em 2014, oferece diferentes atividades que
possibilitam o conhecimento do pluralismo
de crenças e, por meio de um contexto
dialógico, exercita o encontro e a cooperação
das diferentes manifestações religiosas na
comunidade acadêmica.
No curso de extensão “Espiritualidades
Contemporâneas: Identidade e Diálogo”,
coordenado pelo professor Elias Wolff,
a instituição aprofunda a inserção em
espiritualidades do nosso tempo, tendo como
ponto de partida as religiões tradicionais
que se inserem nesse contexto de novas
religiosidades.
Por meio do debate ideológico, é oferecido
o intercâmbio entre essas diferentes
experiências espirituais e, segundo Elias
Wolff, é importante discutir o assunto, pois
a sociedade contemporânea está em busca
de espiritualidade.
©SHUTTERSTOCK
Talvezumdosgrandesdesafiosda
sociedademodernasejaexercitaressa
convivênciapacíficaentreascrenças,sob
opontodevistadequetodoindivíduoé
únicoelivreparaseexpressar.
34
©SHUTTERSTOCK
Conhecendo melhor as diferenças é possível
respeitá-las e estabelecer uma convivência harmônica.
“O tema tem grande relevância nos dias de
hoje. Ele pode ser abordado em diferentes
perspectivas, como a sociologia, a psicologia,
a filosofia, a teologia, entre outras. Percebe-
se na sociedade atual muita procura pela
espiritualidade. É um fenômeno mundial, no
qual as pessoas acolhem com mais facilidade
as propostas espirituais modernas do que as
propostas das religiões tradicionais. Refletir
sobre o que isso significa não é fácil. Assim
como também é difícil compreender os critérios
para justificar uma proposta espiritual. O
curso não se propõe a definir tais questões,
mas ao menos a refletir sobre elas, no intuito
de contribuir para que as pessoas possam ter
experiências espirituais que qualifiquem a
vivência e a convivência no cotidiano social”,
explica o coordenador.
Talvez um dos grandes desafios da sociedade
moderna seja exercitar essa convivência pacífica
entre as crenças, sob o ponto de vista de que
todo indivíduo é único e livre para se expressar.
Um dos caminhos para o entendimento pode
estar no aprofundamento dos conhecimentos.
“O curso é um caminho de estudos que pretende
fomentar no participante o desenvolvimento de
um espírito de respeito, diálogo e convivência
pacífica. E, por outro lado, que cada um saiba
afirmar a sua própria identidade religiosa
e espiritual, colocando-a em relação com
outras identidades. Assim, ao assumir a sua
própria identidade e conhecendo as doutrinas e
características que cativam as outras religiões,
a intolerância e a discriminação se dissipam,
contribuindo para a superação de conflitos
culturais, étnicos e religiosos existentes no
mundo.”
35
©SHUTTERSTOCK
36
P O R F E R N A N D O T O R R E S
MUNDO
AFORA
Sonho americano
Ahistóriadetrêsestudantesquecruzaramasfronteiras
dasciênciasembuscadointercâmbiouniversitário A experiência acadêmica
fora do país é uma
realidade para muitos
estudantes brasileiros.
©SHUTTERSTOCK
37
Marluce dividia o
tempo entre a sala de
aula e o laboratório
de pesquisas
em Harvard.
Viver uma experiência acadêmica fora do
país é o sonho de muitos estudantes. Uma
oportunidade de abrir os horizontes do
aprendizado, desfrutar uma nova cultura,
aprender uma segunda língua, estender as
relações humanas e principalmente ampliar
o repertório de conhecimento para a cons-
trução de uma carreira de sucesso. Conheça
a história de três estudantes da PUCPR que
não deixaram escapar essa oportunidade e
fizeram as malas rumo aos Estados Unidos.
MARLUCE GOIS
27 anos, estudante de Medicina
Intercâmbio na Universidade de Nevada e
estágio na Escola de Medicina de Harvard
Bolsista do Prouni, Marluce cursava o oitavo
períododeMedicinadaPUCPRquando,motivada
peloorientadordeiniciaçãocientífica,decidiu
se inscrever no Ciência sem Fronteiras. Foi
aprovada. Sem ter muito tempo para pensar,
arrumouasmalase,emagostode2014,mudou-
se para Reno, no estado de Nevada. Por lá, ela
seinstalounosdormitóriosparaestudantesda
UniversidadedeNevada,ondecursoudisciplinas
de Medicina juntamente com aulas de inglês.
“Meuníveldefluêncianalínguaerabaixo.Nos
primeiros meses, quase não entendia e falava
nada. Foi assustador!”, relembra.
Nove meses depois, Marluce cruzou os
Estados Unidos de oeste a leste: foi para
Boston, capital de Massachusetts, onde
estagiou no renomado Instituto de Câncer
Dana-Farber, da Escola de Medicina da
Universidade de Harvard, que concentra
as principais linhas de pesquisa e de
tecnologia de ponta em tratamento de
tumores. “No momento, estou pesquisando
as diferentes concentrações de três
medicamentos aprovados pela Food and Drug
Administration (FDA) – órgão governamental
americano responsável pela regulamentação
dos medicamentos – para o tratamento de
leucemia linfoide crônica. Os resultados
são promissores. Vejo pacientes relatando
uma melhora absurda na qualidade de vida”,
conta. A jovem pesquisadora espera que
a combinação de drogas possa, em breve,
também ser usada em benefício da população
brasileira. “Minha inspiração é fazer mais e
melhor para a gente do nosso país.”
©ARQUIVOPESSOAL
“Meuníveldefluência
nalínguaerabaixo.Nos
primeirosmeses,quase
nãoentendiaefalava
nada.Foiassustador!”
Marluce Gois
PAOLA GONÇALVES
20 anos, estudante de Ciências Biológicas
Intercâmbio na Universidade de Indiana
De início, Paola admite que não amou a ideia
de migrar para a Universidade de Indiana,
instituição pré-selecionada pela coordenação
do Ciência sem Fronteiras. Mas a impressão
negativapassouquando,emmarçode2014,ela
colocou os pés pela primeira vez no câmpus de
Bloomington,cidadeuniversitáriadeapenas70
milhabitantes.“Descobriqueaescolaéexcelen-
te, com um dos melhores programas de inglês
acadêmico dos Estados Unidos”, elogia. Paola
gostou tanto da vibe de Indiana que optou por
estagiarnacapital,Indianápolis,noRileyHospital
forChildren,tambémvinculadoàuniversidade
eespecializadoemleucemiainfantil.“Otemada
minhapesquisaeramutaçãodecélulas-tronco,
quepodelevaralgunspacientescomsucessono
tratamentoadesenvolvernovamenteadoença.
Conseguimos identificar a razão da mutação
e um repressor”, descreve. Bem-sucedido, o
estudo deve ser publicado em forma de artigo
científico em breve.
De volta ao Brasil, 15 meses depois, Paola
pretende desenvolver seu TCC baseado em
alguma pesquisa sobre câncer. Ela pretende
trabalhar no país, mas quer fazer doutorado
nos Estados Unidos. “Já recebi convites
para continuar o projeto ou iniciar um novo
com o ex-orientador da minha orientadora,
na Universidade de Stanford, na Califórnia”,
avisa. Ela só vai ter que aprender a lidar com
a ausência da família. “Meu maior desafio foi
a saudade da comida caseira”, revela.
38
Depois de 15 meses estudando fora, Paola
volta ao Brasil com planos e muitas ideias
para o seu trabalho de conclusão de curso.
©SHUTTERSTOCK
©ARQUIVOPESSOAL
39
BRUNA FALAVINHA
21 anos, estudante de Ciências Biológicas
Intercâmbio na Universidade da Califórnia
e estágio na Universidade de Harvard
Dezoito meses depois de adquirir uma baga-
gem incrível nos Estados Unidos, Bruna acaba
de chegar ao Brasil. Primeiro, ela foi para o
câmpus de San Diego da Universidade da
Califórnia (UCSD), referência no campo da
neurociência. Depois, rumou para Boston, onde
estagiou por três meses no Massachusetts
General Hospital, da Universidade de Harvard,
o terceiro hospital mais antigo do país e o
segundo melhor no ranking da revista U.S.
NewsandWorldReport.“Acompanheitrabalhos
sobre esclerose múltipla, mal de Alzheimer e
derrame, e desenvolvi minha própria pesquisa
sobre a relação entre as células microgliais e a
Bruna passou
por duas cidades
americanas e
estagiou em um
dos mais antigos
hospitais dos
Estados Unidos.
©ARQUIVOPESSOAL
©SHUTTERSTOCK
enzima mieloperoxidase, encontrada em várias
doençasdegenerativas”,descreveauniversitária,
na reta final do curso de Biologia.
Mas que ninguém pense que a temporada esta-
dunidense foi moleza. “Não é fácil estar sozinha
em um país diferente, sem conhecer ninguém.
As matérias da universidade também foram um
desafio, especialmente porque os estudantes
estrangeiros precisam de médias superiores às
dos alunos regulares”, relata. Bruna também se
esforçou muito para conseguir tirar 93 no teste
de proficiência na língua inglesa, o TOEFL. “A
prova é muito difícil e nem mesmo os america-
nos nativos conseguem nota máxima”, diz. De
quebra, ela ainda aprendeu um pouquinho de
japonês, pois morou com uma estudante japo-
nesa por 10 meses. “Dividimos nossa cultura e
nos tornamos melhores amigas.”
“Nãoéfácilestarsozinha
emumpaísdiferente,sem
conhecerninguém.” Bruna Falavinha
40
VÍRGULA
Umahistóriadedicadaàeducação
P O R M A R I A N A P I VAT T O
CírculodeEstudosBandeirantesabrigaestudanteseintelectuaisdevárias
áreas,desenvolvendoconhecimento,pesquisaeculturadesde1929
Inauguração da sede do CEB em 1945: Liguaru Espírito Santo, José Loureiro, Manoel Ribas e
Dom Áttico Eusébio da Rocha, arcebispo de Curitiba na época.
©DIVULGAÇÃO
41
©DIVULGAÇÃO
O Círculo de Estudos Bandeirantes (CEB)
completou 86 anos de uma história que se
confunde com a trajetória cultural, social e
intelectual do Paraná desde o início do século
XX. A comemoração de seu aniversário foi
realizada no dia 15 de setembro, em uma
cerimônia que contou com a entrega da Medalha
Constitucionalista 9 de Julho ao reitor da
PUCPR e presidente do Círculo de Estudos
Bandeirantes, Waldemiro Gremski, além da
outorga do diploma de Associado Bandeirante
a novos membros e apresentações artísticas.
OCEBéumórgãoculturaldaPUCPR,
agregadoàuniversidadedesde1987.
Atualmenteéumlocaldeestudose
pesquisa,comacervobibliográficode
quase20milexemplares.
Construção da sede
própria do CEB.
“Essa é a celebração de uma missão que vem
sendo desenvolvida desde 1929. Ela é muito
importante a todos, paranaenses ou não, que
mesmosemsabervivemedesfrutamcondições
eoportunidadesqueforamdiscutidas,propostas,
batalhadaseconstruídasnoCírculodeEstudos
Bandeirantes”,explicouoprofessorWaldemiro.
O destaque da comemoração do aniversário do
CEB foi a iniciativa da entidade em participar
da 9ª Primavera dos Museus, do Instituto
Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério
da Cultura, cujo tema este ano é Museus e
Memórias Indígenas. A exposição “Indígenas
do Paraná”, em cartaz no CEB até o dia 15
de dezembro, é composta pela Coleção José
Loureiro do Círculo, que inclui textos sobre
este importante nome da história paranaense,
além de telas da artista plástica e pesquisadora
Maria Júlia Fernandes.
Atualmenteéumlocaldeestudosepesquisa,com
acervobibliográficodequase20milexemplares,
reunidos em mais de sete mil títulos, com obras
raras dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, além de
manuscritos,periódicosedocumentaçãohistórica,
disponível para consulta local a estudantes,
professoresdaPUCPRecomunidade.Oprédio
deestiloneoclássico,inauguradoem1945,ano
de sua fundação, está aberto à visitação. Em
1994, foi reinaugurado depois de passar por
ampla restauração pela PUCPR.
UM LEGADO PARA O PARANÁ
No dia 12 de setembro de 1929, um grupo de
personalidades paranaenses dos mais diferentes
ramos, como políticos, religiosos, médicos
e advogados, reuniram-se para promover
estudos filosóficos, científicos literários e
religiosos. Assim nasceu o Círculo de Estudos
Bandeirantes, e sua atuação mudou os rumos
da educação e da história do nosso estado.
42
SAIBA+Saiba mais detalhes
sobre a comemoração
do aniversário do CEB
no site www.pucpr.br/
vidauniversitaria.
Fotografia de uma
indígena Xetá, que faz
parte da exposição.
43
CÍRCULO DE ESTUDOS BANDEIRANTES
Onde: Rua XV de Novembro, 1050 – CEP 80060-000 – Curitiba/PR
Contato: (41) 3222-5193 / 3323-6610 / E-mail: circulo.bandeirantes@pucpr.br
De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h30
A imagem do convite da
“Festa da Cumieeira”,
momento em que se fazia a
bênção das construções.
Talvez nem todos os atuais e antigos
universitários saibam, mas a atuação do
CEB também foi fundamental na fundação
das duas mais importantes universidades de
Curitiba: a Pontifícia Universidade Católica
do Paraná e a Universidade Federal do Paraná.
O Círculo fundou a primeira Faculdade
de Filosofia do estado em 1938, que foi
cedida para que a UFPR alcançasse o status
de universidade em 1946. Já a criação de
uma nova Faculdade Católica de Filosofia,
Ciências e Letras pelo Círculo foi o alicerce
para a fundação da Universidade Católica
do Paraná em 1959.
“É inegável o papel do Círculo como
entidade líder no lançamento das bases
culturais, políticas e religiosas de Curitiba.
As repercussões desta atuação contribuem
para que tenhamos uma cidade culturalmente
diferenciada no país, com reflexos que hoje
alcançam todo o Paraná”, conclui o reitor.
©DIVULGAÇÃO
44
SEARCH
LAB
P O R V I V I A N L E M O S
A pesquisa produzida pela universidade deve
servir à sociedade. A ideologia de um Estado
não pode interferir no trabalho do pesquisa-
dor. Essas são ideias defendidas pelo reitor da
PUCPR, Waldemiro Gremski, sobre a pesquisa e
a ciência. Para o professor, as pesquisas no Brasil
evoluíram e estão num patamar respeitável,
mas precisam encontrar sua função social. “A
ciência hoje está em um nível respeitável, e isso
é fruto de uma política de incentivo de um lado,
e acompanhamento e avaliação do outro. O que,
porém, deve ser levado em conta é a questão
do que fazer com essa ciência, a importância
de transformá-la em patente ou em algum
bem-estar social. Essa condição faz com que
o impacto dessa ciência no desenvolvimento
do país seja muito baixo”, avalia.
O reitor ainda explica que para que esse impacto
ocorra é preciso que a tripla hélice – a relação
Paixãopelaciência
WaldemiroGremski,reitordaPUCPR,falasobreosdesafios
daciêncianoBrasileoscaminhostrilhadospelaPUCPR
“Auniversidadeexisteparaserviràsociedade,
sejaparaformarprofissionaisoupara
produzirciênciaquesejaútilparaapopulação.
Aciênciaqueauniversidadeproduztemque
estaraserviçodasociedade.” Waldemiro Gremski
45
entre universidade, governo e indústria – funcio-
ne bem. “De um lado, o governo tem o papel de
planejamento e de financiamento. Planejamento
no sentido de dizer, ‘olha, eu preciso que o meu
país se desenvolva em ciência nesta ou naquela
área, e para isso eu tenho dinheiro. Quem fizer
ciência nesta área, eu financio’. Este é o papel
do governo. O papel da universidade é produ-
zir o conhecimento até o nível tecnológico,
ou seja, produzir uma tecnologia, um serviço,
um aplicativo, um software, e assim por diante.
Produzir conhecimento novo. E a empresa deve
transformar essa tecnologia em produto ou
usar esse conhecimento, essa tecnologia, para
agregar valor a um produto ou transformar
um serviço em utilidade, aplicativo etc. Com
isso, você tem a tripla hélice funcionando bem.”
Para o professor há ainda a questão da barreira
cultural. A população, em geral, não entende
bem o papel da ciência e seus impactos na
sociedade. Para que esse quadro seja rever-
tido é fundamental o papel dos programas de
iniciação científica. “Ciência no Brasil ainda é
uma espécie de tabu: as pessoas fazem ciência,
ninguém sabe exatamente o que é feito, o que
resulta daquela ciência, e, principalmente, não
sabem o que é ciência. Portanto, quanto mais
cedo a gente despertar no jovem essa percepção
de que ciência é importante, melhor para o país.
E como podemos fazer isso? Inserindo-o em
um projeto de pesquisa. Mostrando a ele como
é um projeto de pesquisa, como se faz, quais
são as normas, o que é o método científico. E a
iniciação científica tem justamente esse papel.”
O reitor defende que
o cientista deve ser
honesto e coerente, e
ter entre outras virtudes
criatividade e paixão.
©JOÃOBORGES
Na PUCPR, há mais de dois mil alunos atuando
em projetos de iniciação científica, o PIBIC
(Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica). Na universidade, os projetos são
financiados pelo CNPq, pela Fundação Araucária
e pela própria PUCPR. No entanto, o objetivo
da universidade é trazer o universo da pesquisa
mesmo para os estudantes que não querem
ser pesquisadores. “Queremos que o nosso
estudante saiba a importância da ciência no
contexto social, econômico e político do país. Se
ele chegar à universidade e apenas se restringir
à sala de aula, e depois de quatro anos pegar o
46
diploma e ir embora, nós não o formamos como
cidadão, principalmente nessa área da ciência,
que ele não vai conhecer”, ressalta o reitor.
Aos futuros pesquisadores, um conselho: curio-
sidade é fundamental. “Como característica
pessoal, deve ser uma pessoa curiosa, dedicada,
ter índice de seriedade pessoal, honestidade
muito forte. O cientista deve ser honesto e
coerente, e ter entre outras virtudes criativi-
dade e paixão. Até porque a pesquisa tem altos
e baixos, por vezes se trabalha muito e não se
consegue publicar um trabalho, os resultados
não dão certo, equipamentos pifam, não há
dinheiro. Mas não se pode desistir, é preciso
ter uma paixão por ciência”, avalia o reitor.
E como será o futuro da pesquisa na PUCPR?
Sem dúvida, focado no bem-estar da sociedade
e investindo cada vez mais nas áreas estraté-
gicas elencadas: cidades, direitos humanos,
saúde, tecnologia da informação, biotecnologia
e energia. “A universidade existe para servir
à sociedade, seja para formar profissionais
ou para produzir ciência que seja útil para a
população. A ciência que a universidade produz
tem que estar a serviço da sociedade”, finaliza
o professor Waldemiro.
©JOÃOBORGES
48
RAÍZES
Tudo começou em 1975, com o curso de
Desenho Industrial, que veio suprir a necessi-
dade de planejamento de produtos industriais
e de meios de comunicação visual. Isso se deu
em um momento muito particular da história
brasileira: o general Ernesto Geisel assumia
a presidência do país e o mundo sofria com a
crise do petróleo. No Paraná, um estado ainda
predominantemente agrícola, a Cidade Indus-
trial de Curitiba começava a receber grandes
empresas como New Holland e Volvo, mas o
potencial industrial ficava restrito às áreas de
alimentação, madeira, mobiliário e metalome-
cânica. Nesse cenário, os professores Aramis
Demeterco e Sergio Schneider elaboraram o
projeto para o início da formação em design,
com forte influência da ESDI – Escola Supe-
rior de Desenho Industrial, juntamente com
os primeiros professores do corpo docente,
como Fernando Fontoura Bini, que até hoje
faz parte do seleto grupo de professores da
PUCPR e divide a sua história com o curso.
A primeira turma do curso se formou em 1977
e ao longo dos anos alguns dos estudantes
dessa classe foram convidados a fazer parte
dessa nova empreitada, partilhando seu talen-
to e conhecimento na universidade. Entre eles
Designem40anosdehistória
P O R A N N A A M A R A L
Ocursodedesigncelebra40anosdecrescimentocontínuocom
alicercescadavezmaissólidosnocenárioeconômiconacional
SAIBA
Confira a reportagem
na íntegra em
www.pucpr.br/
vidauniversitaria.
Estudantes da 1ª
turma do curso
(1977) em frente
ao prédio e, à
direita, a nova sala
de maquetaria.
©ARQUIVOPUCPR
©ARQUIVOPUCPR
49 os professores Fernando Fontoura Bini e José
Luiz Casela, atual pró-reitor comunitário da
instituição. Eles se tornaram uma grande famí-
lia, e neste ambiente trocaram ideias, planos
e sonhos para edificar o curso de design da
Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Construído sobre alicerces sólidos e pragmá-
ticos, o curso foi crescendo do ponto de vista
de seus professores, segundo Casela: “nessa
leitura do que é um bom design e o refino de
uma prática projetual em sala de aula, grada-
tivamente foi se adotando, além dos valores
estéticos, valores funcionais para conso-
lidar resultados com impacto econômico”.
A atual coordenadora do curso de Design
Gráfico, Luciane Hilu, conta que ao longo
desses 40 anos o currículo sofreu grandes
alterações para se manter em sintonia com
o mercado e a sociedade. Em 1987, o MEC
propôs uma reformulação curricular e, em
1991, o curso foi dividido em Programa-
ção Visual e Projeto do Produto. Em 2010,
foi criado o curso de Design Digital e, em
2012, a Escola de Arquitetura e Design
ficou completa com o curso de Design
de Moda.
Formandos de 1979:
prof.ª Maria Liane
Gabardo Arbigaus e,
no centro da foto, de
óculos, o professor e
pró-reitor comunitário
José Casela.
Aolongodesses40anos,ocurrículo
docursodedesignsofreugrandes
alteraçõesparasemanteremsintonia
comomercadoeasociedade.
©ARQUIVOPUCPR
©ARQUIVOPUCPR
50
NO
YOUTUBE
O vídeo da campanha do Vestibular
2016 contou com imagens, sons e
histórias que construímos no Canal
PUCPR. Ficou real, verdadeiro, único,
além da trilha sonora ser inspiradora.
O Planeta PUC é uma Feira de Cursos e Profissões
que traz uma grande oportunidade para os
estudantes que estão concluindo o Ensino Médio
tomarem a decisão de que profissão querem seguir.”
Prof. Vidal Martins, pró-reitor de graduação, para o Programa Vírgula
“
Acesse o Canal PUCPR
no YouTube e inscreva-se:
www.youtube.com/
canalpucpr.
VESTIBULAR 2016
PLANETA PUC
Fique antenado com o que foi destaque com as novidades que circularam no Canal PUCPR
FÓRUM
DE CARREIRAS
Não se trata somente
do Fórum de
Carreiras. Trata-se do
fórum da sua vida.”
Bel Pesce, empresária e convidada especial
do Programa Vírgula
“
©ARQUIVOPUCPR
RevistaVU-Ed234-bx
RevistaVU-Ed234-bx

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  • 1. outubro, novembro 2015 234 CAMINHO UM NOVO A experiência de intercâmbio de três estudantes da PUCPR em universidades dos Estados Unidos. V E J A + PÁ G . 3 6 Abrem-se as portas para o futuro do ensino superior, em que professores e estudantes ganham novos papéis na universidade.
  • 2.
  • 3.
  • 4. GRÃO-CHANCELER Dom José Antônio Peruzzo Vida Universitária é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/1985 – Curitiba, Paraná. CONSELHO EDITORIAL – PUCPR Reitor Waldemiro Gremski Vice-Reitor Paulo Otávio Mussi Augusto Pró-Reitor de Graduação Vidal Martins Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Paula Cristina Trevilatto Pró-Reitor Comunitário José Luiz Casela Pró-Reitor Administrativo e de Desenvolvimento Paulo de Paula Baptista Diretora de Relacionamento Silvana Hastreiter COORDENAÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa Vivian Lemos CONTEÚDO Coordenação Iraisi Gehring Edição Juliana Fernandes MTB 13792 Projeto Gráfico Brainbox Diagramação Sacha Bezrutchka Revisão Tailor Media ANUNCIE Tailor Media Content & Media Projects (41) 3153-1919 www.tailormedia.com.br Impressão Serzegraf 15 mil exemplares Contato Rua Imaculada Conceição, 1155 – 2º andar Prado Velho – Curitiba – Paraná CEP: 83215-901 Fone: (41) 3271-1515 www.pucpr.br/vidauniversitaria conteudo@grupomarista.org.br Vivemosemtemposlíquidos Atravessamos tempos de mudança. Nessa realidade líquida, em que tudo muda muito rapidamente sob a menor pressão, como diria o sociólogo Zygmunt Bauman, é preciso que tenhamos resiliência frente aos desafios que surgem a todos os momentos. Entendemos que a universidade é um dos vetores da mudança na sociedade. É um espaço de livre debate em que as mais diversas correntes de opinião se encontram, formando novos conceitos e, por que não, novas definições de mundo. É nesse contexto desafiador que a PUCPR está rediscutindo o seu papel na educação e na formação de cidadãos. Que tipo de formação queremos para nossos jovens? Quais são as competências necessárias para ser profissional e humanamente bem-sucedido em uma sociedade em constante transformação? Essas perguntas inquietantes urgem respostas, e a PUCPR entende seu papel nessa discussão e sabe que mudanças são necessárias no curso da história para o desenvolvimento social. A universidade deve contribuirparaaconstruçãodeumasociedademelhor,oquesóalcançaremos se acompanharmos os tempos em que vivemos. Nesta edição, falamos de todos os desafios da educação superior no Brasil e no mundo em nossa matéria de capa. Também abordamos a contribuição das pesquisas desenvolvidas na universidade para uma sociedade mais justa. E reforçamos que nosso papel de formação vai muito além da sala de aula na editoria “Nanoatitudes”, na qual mostramos que o Projeto Comunitário pode despertar a paixão pela solidariedade. Esperamos que gostem desta Vida Universitária, preparada com todo o cuidado para vocês e que tem o objetivo de refletir as mudanças pelas quais nosso mundo e a universidade estão passando. Boa leitura a todos! Waldemiro Gremski Reitor da PUCPR EDITORIAL
  • 5.
  • 6. NESTA EDIÇÃO 08Filhosda PUC _ Professores da PUCPR, que também foram acadêmicos da instituição, falam das inspirações que os levaram à docência 20Capa _ Os desafios e os novos caminhos para as relações de aprendizagem dentro das universidades 12Mercadode Trabalho _ Entenda por que o mercado busca profissionais inovadores e como a inovação pode ser aplicada em diversas áreas 16Nanoatitudes _ A disciplina Projeto Comunitário desperta o interesse para as questões sociais e estimula bons exemplos ERRATA Na reportagem “O sabor francês do Paraná”, na seção Search Lab da edição 233 (págs. 44-47), a legenda correta da foto publicada na página 45 é: Professora Marcia Rapacci com os alunos de Engenharia de Alimentos: um “autêntico” queijo Reblochon francês direto dos laboratórios da PUCPR, em parceria com a UEPG.
  • 7. 40Vírgula _ A comemoração de 86 anos do Círculo de Estudos Bandeirantes 28DiáriodeBordo _ Conheça a rotina de Mihael, estudante alemão em intercâmbio no Brasil 48Raízes _ Os 40 anos do curso de design da PUCPR 36MundoAfora _ A experiência de três estudantes em intercâmbio nos Estados Unidos 44SearchLab _ O reitor da PUCPR fala sobre ciência e universidade 32AoInfinitoeAlém _ A busca pela espiritualidade e o estudo das crenças contemporâneas como caminho para o respeito e a tolerância
  • 8. 08 P O R J U L I A N A F E R N A N D E S FILHOS DA PUC De estudantes a mestres Estesprofessorestambémjá foramestudantesdaPUCPR eagoracompartilhamo conhecimentoadquirido pormeiodadocência. Conheçaasinspiraçõesque osmotivaramparaessa profissãoecomoelesvivem avocaçãoparaensinar ©EDUARDOMACÁRIOS 1. JOSÉ CASELA Pró-reitor comunitário Escola de Arquitetura e Design – PUCPR “Tive ótimos professores ao longo da vida. Lembrando-me hoje no que me identifico com meus professores e o que me levou a escolher a profissão, reconheço a mensagem otimista que transmitiam ao acreditar em um futuro melhor. Além dos ensinamentos que recebi, via no exemplo desses educadores uma ponte que me conectava com o futuro, e que por meio do conhecimento eu poderia fazer as minhas escolhas. Eles serviram como bússola, que apontava o melhor caminho a seguir. Como professor, acredito que se pode provocar mudanças e, mesmo diante de incertezas e agruras que às vezes nos assombram, estar disposto a correr riscos, enfrentar dilemas e superar desafios. O legado do professor é o de entregar um mundo melhor.” 1 2
  • 9. 09 4. CARLOS EDUARDO CAMARGO Professor de Clínica Médica de Grandes Animais Escola de Ciências Agrárias e Medicina Veterinária – PUCPR “Ser professor é ter a chance de passar adiante aquilo que muitos ao longo da vida nos ensinaram, de conhecimentos técnicos a lições de vida. Dessa forma, fui inspirado para a docência por meus professores de Medicina Veterinária da PUCPR, que hoje com muito orgulho posso ter como colegas e trabalhar lado a lado.” 3. EDUARDO OLIVEIRA AGUSTINHO Professor decano do curso de Direito Escola de Direito – PUCPR “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”, Cora Coralina. “Essa frase, para mim, é muito significativa e expressa, de forma concisa, a importância da docência na minha trajetória de vida. Vejo o ato de ensinar como um processo contínuo no qual o compartilhamento de experiências com os estudantes nos propicia a oportunidade única de, ao mesmo tempo, transferir e aprender. Ser professor, assim, representa mais que uma vocação. É uma realização.” 2. ANA CRISTINA SEIXAS GRECA Professora de Biologia e coordenadora do curso de Ciências Biológicas Escola de Saúde e Biociências – PUCPR “A inspiração veio do meu pai, grande professor de Matemática, que me guiou como estudante e pessoa. Acredito que uma atitude simples e pessoal do professor representa uma mudança significativa na vida do estudante: na sua formação ou mesmo na visão de si próprio. Acredito no poder da educação de mudar vidas, construir uma sociedade justa, fornecer esperanças e realizar sonhos. Feliz todos os dias por ser professora!” 3 4 “SER PROFESSOR, ASSIM, REPRESENTA MAIS QUE UMA VOCAÇÃO. É UMA REALIZAÇÃO.”
  • 10. 10 6. MAÍRA DE MAYO OLIVEIRA NOGUEIRA LOESCH Professora de Medicina Escola de Medicina – PUCPR “Ser professor é uma oportunidade, um privilégio daqueles que acreditam que podem mudar vidas e com isso fazer sua parte pelo mundo. Sinto-me honrada em participar da vida dos meus estudantes, pois aprendo com eles todos os dias. Sendo assim, o que posso dizer é que nesta longa jornada que é a vida, tanto na docência quanto em nossa vida familiar e cotidiana, todos os dias eu aprendo e ensino, logo existo. Não poderia querer outra vida.” 5. VALTER KLEIN Professor de Engenharia de Controle e Automação e coordenador da Equipe de Robótica Móvel Escola Politécnica – PUCPR “Entrei na PUCPR como colaborador em 2004. Ao longo dos anos, tive oportunidade de trabalhar e estudar, até que em 2007, enquanto cursava Engenharia Elétrica, comecei a lecionar no TECPUC. Foi nessa fase da minha vida que notei quão digna é a profissão de educador. Depois, já com o mestrado, segui com a vocação, agora em cursos de graduação. O que me motiva como professor? Fazer com que os estudantes se apaixonem pela profissão que escolheram, assim como eu sou apaixonado pelo que faço.” 7. KLEBER BEZ BIROLO CANDIOTTO Decano da Escola de Educação e Humanidades Escola de Educação e Humanidades – PUCPR “A docência foi um encontro sem busca. Iniciei minha graduação em Filosofia na PUCPR com vistas à formação religiosa. Porém, ao mudar a trajetória de vida, encontrei o caminho da docência como minha grande realização, não somente pelos resultados pessoais que me traz, mas sobretudo por poder possibilitar resultados em outras vidas. Ser professor passou a integrar minha identidade a partir desse encontro.” 5 6 “EM 2007, ENQUANTO CURSAVA ENGENHARIA ELÉTRICA, COMECEI A LECIONAR NO TECPUC.”
  • 11. 11 8. PAULO C. PORTO MARTINS Professor do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação Escola de Negócios – PUCPR “Enquanto estudante do curso de Psicologia da PUCPR, tive a oportunidade de atuar como monitor da disciplina de AEC (Análise Experimental do Comportamento), sendo possível acompanhar a atividade profissional de alguns professores. E essa atuação me fascinou! Ficava extremamente animado quando conseguia contribuir para a aprendizagem de outros estudantes. Por conta da monitoria, tive uma bolsa para cursar uma pós-graduação na PUCPR, e logo em seguida fui convidado a cursar doutorado em Madrid, na Espanha. Minha paixão pela docência teve início nesse período.” 9. SUYANNE TOLENTINO DE SOUZA Professora de Jornalismo Escola de Comunicação e Artes – PUCPR “Eu costumo dizer que quando pequena nunca brinquei de casinha, brincava de escolinha, sou professora por vocação. Hoje posso dizer que sou realizada e orgulhosa do trabalho que desenvolvo com meus estudantes. Entendo que ser professor é mais do que ministrar uma disciplina ou preparar um conteúdo: significa dedicação, pesquisa, estudo e aprendizagem, é uma verdadeira atividade de amor que vai além da sala de aula.” 7 8 9 ©EDUARDOMACÁRIOS “FICAVA ANIMADO QUANDO CONSEGUIA CONTRIBUIR PARA A APRENDIZAGEM DE OUTROS ESTUDANTES.”
  • 12. MERCADO DETRABALHO Inovarépreciso P O R F E R N A N D O T O R R E S ©SHUTTERSTOCK 12 Conheçamaissobreumacompetênciaquetodoprofissionalprecisa desenvolver–paraontem–,sequiserserabsorvidopelomercado
  • 13. 13 Novas ideias, novos rumos e possibilidades. Foi-se o tempo em que a inovação estava ligada apenas a áreas como marketing e tecnologia. Hoje, as empresas esperam detectar a habilidade em profissionais de todos os segmentos, inclusive em carreiras mais tradicionais. Em resumo, os departamentos de RH procuram gente capaz de identificar e antecipar lacunas atuais ou necessidades à frente de seu tempo, com iniciativas que possibilitem aumentar o faturamento, desbravar novos mercados, aperfeiçoar produtos ou serviços já consagrados. Aí do seu canto, você, leitor, pode achar que não nasceu com muito jeito para a coisa. Mas tem o pulo do gato: inovação é um talento que pode ser adquirido com alguns estímulos primordiais. A primeira mola mestra desse processo é exercitar a visão: enxergar mais adiante daquilo que todos estão vendo. “Outro impulso essencial é a empatia, isto é, saber se colocar em diferentes condições e cenários do ambiente ao seu redor, vislumbrando formas de ajudar e cocriar com o meio”, aponta o mestre em Administração Thiago Maceri, da Agência PUC de Inovação. Vale ainda investir na diversidade de contatos e opiniões, já que o conflito entre diferentes pessoas aumenta as chances de pensar “fora da casinha”. Por fim, o aprendizado exige persistência. “A ideia pode parecer óbvia demais para o seu criador, mas, ao testá-la, ele pode perceber que parte de suas convicções estavam equivocadas. Ter disposição para recomeçar, caso necessário, facilita muito”, defende Thiago. O desenvolvimento da inovação também repele alguns vícios, e a acomodação é o mais perigoso deles. “A inquietude não é “Ainquietudenãoésinônimodecrescimento, masapessoainovadoraestásemprese autoprovocandoebuscandomelhorar.” Paulo Porto SAIBA Veja que a inovação pode ser aplicada em todas as áreas do conhecimento em www.pucpr.br/ vidauniversitaria.
  • 14. 14 Uma das ideias encubadas pela PUCPR é a microempresa ainda em desenvolvimento Eu, Gourmet, com a proposta de lançar um site e um aplicativo de delivery de ingredientes de receitas gourmets. “Temos a visão de focar na experiência do cliente, desde o recebimento da encomenda acondicionada, das mãos de um entregador com chapéu de chef, até a hora de utilizá-los para preparar o prato, com vídeos passo a passo”, diz um dos criadores, o engenheiro mecatrônico Pedro Casagrande. Ele e outros dois amigos engenheiros, André Mazzocco e Ricardo Steinmacher, ambos com 26 anos e todos formados pela PUCPR, buscaram a inspiração em modelos similares nos Estados Unidos, mas ainda ausentes no Brasil. “Fizemos uma rodada de testes em alguns bairros de Curitiba e, agora, vamos ampliar para toda a cidade e região metropolitana”, planeja. Dois deles ainda trabalham na área de Engenharia, enquanto outro se dedica exclusivamente ao projeto. “Não planejamos nada. Vimos a oportunidade inédita e decidimos investir”, explica Pedro. O fato é que, seja qual for a forma de uso, a inovação está em alta, ao lado de informações dinâmicas e, muitas delas, descartáveis. “Quem não tiver o cuidado de se autodesenvolver será esmagado nos próximos anos”, decreta Paulo Porto. sinônimo de crescimento, mas a pessoa inovadora está sempre se autoprovocando e buscando melhorar”, diz o psicólogo Paulo Porto, do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação da Escola de Negócios da PUCPR. Em contraponto, o acúmulo de metas e a sobrecarga de trabalho podem oxidar e sufocar o pensamento criativo. “Não por acaso, empresas reconhecidas por técnicas inovadoras, como o Google, tentam criar um ambiente fértil para a germinação de ideias. Os gestores são orientados a ver a empresa como um todo, e há momentos durante o expediente em que os funcionários devem se desligar da atividade-fim”, descreve. Nesse sentido, o ambiente universitário é um campo vasto para experimentar diversos tipos de inovação, novas percepções da sociedade e de modelos de negócio. Na PUCPR, por exemplo, o estudante tem a possibilidade de ingressar em Programas Institucionais de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC/ PIBITI) e de participar da aceleradora Hot Milk, uma rede de startups, com sede em Curitiba e Palhoça (SC), com perfis de business (gestor de modelo de negócios), makers (técnicos) e designers, independentemente da formação acadêmica. nofuturo Comoolhar ©ARQUIVOPESSOAL Caixa com o kit de ingredientes que a startup Eu, Gourmet entrega a seus clientes.
  • 15. O CONSUMO CONSCIENTE COMEÇA QUANDO VOCÊ ENTENDE O PROBLEMA. Ajude a preservar nosso planeta. Faça uma doação: maternatura.org.br
  • 16. 16 NANO- ATITUDES Vivendoasolidariedade P O R J U L I A N A F E R N A N D E S Por definição, o significado da palavra genero- sidade está relacionado à capacidade do indiví- duo em deixar de lado seus próprios interesses para ajudar outras pessoas. É um ato de doação, muitas vezes de tempo, outras de carinho, talen- tos, saberes, mas sempre voltado a prestar mais atenção a questões sociais. Por meio da disci- plina Projeto Comunitário, comum a todos os cursos de graduação da PUCPR, muitos estu- dantes têm vivenciado pela primeira vez como é essa doação de tempo e acabam colhendo bons frutos desse aprendizado. DeacordocomaprofessoraMariReginaAnastá- cio,aocumpriradisciplinaosestudantespassam a ter um olhar diferenciado para a realidade e a sociedade, ampliando não apenas seu reper- tório intelectual, mas sobretudo pessoal. “A PUCPR tem como missão a formação integral, ouseja,alémdetécnica,tambémhumana,aliada ao compromisso com a vida e a sociedade. Na experiência do Projeto Comunitário, os estu- dantes são chamados a viver essa missão. Eles são despertados para reflexões relacionadas à cidadania,aosentidodavidaeàformacomque Avidapodeganharnovossentidosquandoépossívelvivenciar novasexperiênciascomopróximo.Conheçaumadessashistórias “Nossoesforçoseconverteemprodução e,aoveroresultadofinal,geraumagrande satisfaçãopessoal.” Lucas Nunes Bordin
  • 18. 18 vêm agindo no mundo, além de serem tocados pelosentimentodecompaixão”,explicaaprofes- sora,quetambémécoordenadoradoNúcleode Projetos Comunitários. Motivados pela experiência, muitos deles deci- dem dar continuidade ao trabalho, mesmo depoisdeconcluiracargahoráriadadisciplina, inspirados pelas relações afetuosas que cons- troem com os beneficiários, por perceberem a importância da valorização do outro e terem contatocomvaloresquelevarãoparaavidatoda. NOVOS HORIZONTES O estudante Lucas Nunes Bordin conta que foi conquistado pela experiência. Recém-formado em Ciências Econômicas pela PUCPR, ele optou por desenvolver seu Projeto Comu- nitário no Asilo Socorro aos Necessitados, uma instituição sem fins lucrativos fundada em 1921 e que hoje atende cerca de 120 idosos no Tarumã, em Curitiba. Ele conta que iniciou o trabalho auxiliando os profissionais da instituição na área de fisioterapia do asilo, assessorando os idosos a deslocarem-se do quarto até a sala de exer- cícios. Para ampliar a vivência, ofereceu-se para auxiliar em outras atividades, perma- necendo mais tempo na instituição. Lucas Bordin ao lado de outras pessoas que dedicam tempo ao Asilo Socorro aos Necessitados. ©DIVULGAÇÃO “APUCPRtemcomomissãoaformação integral,ouseja,alémdetécnica,também humana,aliadaaocompromissocoma vidaeasociedade.” Mari Regina Anastácio
  • 19. 19 MasoqueLucasnãocontavaeraqueessaexperi- ênciaserevelassemaisagradáveldoqueeleespe- rava,eessasensaçãofeztodaadiferençaemsua vida, motivando-o a continuar como voluntário. “Tive a oportunidade de me juntar a um grupo depessoasquepossuemomesmoobjetivoque omeu.Nossoesforçoseconverteemproduçãoe, aoveroresultadofinal,geraumagrandesatisfação pessoal. Isso me motivou a continuar ajudando eametornarumvoluntáriodepoisdeformado”, explica. Hoje,Lucasdedicadetrêsaquatrohorassemanais à instituição, auxiliando na produção de fraldas geriátricasparaosidososdoasilo.“Confessoque a ideia de fazer trabalho comunitário me assus- tounocomeço,principalmenteporquemesentia desconfortávelemterquetrabalharcompessoas. Masconseguidirecionaromeuesforçoecontinuo doandoumpoucodomeutempoparaobem-estar deles”,alegra-se. ©SHUTTERSTOCK
  • 20. 20 CAPA P O R F E R N A N D O T O R R E S ©BRUNAASSISBRASIL
  • 21. 21 O futuro bate à porta Osbancosdauniversidadenãoserãoosmesmos nospróximosanos.Comastransformaçõesdo mundo em ritmo veloz e a expansão da oferta paraomaiornúmerodeestudantes,cadavezmais digitais,oensinodegraduaçãocolocaemdebate atradicionaltransmissãoerecepçãodeconheci- mentoeprojetapadrõesdeeducaçãomaisfluidos. Nessemodelo,aindaemconstrução,oprofessor deixariadeserobastiãodoconhecimento,odeten- tordosaber,parasetransformaremumfacilitador, alguémqueiluminaocaminho.Oestudante,por suavez,deveriasercapazdeinteragir,sercola- borativo, aprender por si mesmo e se adequar rapidamente a cada novo ciclo evolutivo. “A universidade, hoje, deve formar pessoas para trabalhar em profissões que ainda vão ser cria- das, resolver problemas que ainda não existem, para viver em um mundo que será diferente daqui a cinco anos”, pondera o pró-reitor de graduação da PUCPR, Vidal Martins. Fruto da hiperconectividade e da vasta gama de infor- mação, o panorama apresentado é o retrato de uma sociedade “líquida”, conceito criado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman: o fim das utopias desestimula os projetos de longo prazo, favorecendo o imediatismo, os contextos não duradouros e o futuro imprevisível. Comorespostaaosatuaisdesafiosdoensinosuperior,asuniversidades esboçamnovospapéiseperfisparaprofessoreestudante
  • 22. 22 Sob essa perspectiva, presente tanto nas universidades do país quanto em outras instituições do mundo, diversos especialis- tas em educação já vêm estudando novas formas de acesso ao saber. Em 2013, as organizações norte-americanas New Media Consortium e Educause Learning Initiative apresentaram o estudo Horizon Report, com as principais tendências do ensino até 2018. Entre elas, estão o compromisso de capacitarprofessores,estimularhabilidades do estudante, revisar as formas de avaliação e usar a tecnologia com mais frequência. MUDA TUDO! Desde o ano passado, a PUCPR também está imersa nessas transformações. A fase inicial, ainda em andamento, promove o debate de ideias e a capacitação de centenas de pro- fessores. A segunda etapa é mais recente e envolve o diálogo com os estudantes. “Entendemos que cinco princípios devem guiar os novos processos de aprendizagem: autonomia, dedicação, cooperação, senso crítico e honestidade”, enumera a profes- sora Cinthia Spricigo, diretora de suporte à graduação da instituição. A marcha em andamento leva o nome de meto- dologias ativas. O conceito prevê um esquema de via de mão dupla entre os estudantes, que ultrapassa os referenciais teóricos e busca a solução para problemas reais e significativos, a pesquisa como princípio educativo e a ex- tensão da sala de aula como complemento. “O estudante abandona a passividade do modelo clássico e passa a desenvolver autonomia, a acessar a informação por si próprio”, descreve Martins. O professor, por sua vez, sai do centro e passa a “desenhar” o caminho para o estu- dante atingir objetivos. “Ele deve gerenciar as ideias com critério, apresentando as diretrizes para que o pensamento seja linear e os estudantes consigam relevância em suas pesquisas”, esboça o especialista em psicologia da educação Diego Mendes, docente em metodologia do ensino e da pesquisa. “Quem vai zelar pelo desenvol- vimento desses novos recursos serão os profissionais com resiliência”, afirma. FINAL ABERTO Seria um contrassenso manter as tradicionais e temidas provas ao fim de cada conteúdo nesse novo paradigma. Mas como aferir o quanto o estudante assimilou do aprendizado? A resposta pode estar no livro Avaliação da Aprendizagem numa Abordagem por Competências (Editora Champagnat, 2015), do educador francês Gérard Scallon. “Em linhas gerais, o autor sugere colocar o estudante em situação de desempenho real e mensurar como ele lida com a situação, quais habilidades desenvolveu e como sabe aplicá-las”, diz Martins. Nestanovaabordagem,oprofessorsaidocentroepassa a“desenhar”ocaminhoparaoestudanteatingirseusobjetivos.
  • 23. O papel dos mestres e estudantes Sem resistências: que ninguém pense que o papel de mestres e doutores será relegado à segundalinha.“Nestanovaabordagem,elessãoaindamaisimportantes,pois,maisquea transmissãodosaber,agoratêmatarefademostraraoestudantecomoaplicarsuavisão doconhecimento,aentendercomopraticaredestravarnaquiloquenãoconsegueevoluir. Écomoseelefosseumdesignerdoconhecimento”,detalhaMartins. Tambéméimportantepensarocurrículosobumformatomaisflexível,comapossibilidade doestudanteescolherdisciplinasdeacordocomsuahabilidade,massemsupervalorizar apráticaemdetrimentodateoria,aformaçãohumanísticaantearacionalidadetécnica. “É preciso oxigenar essas dicotomias, de forma que o estudante transite por várias áreas do conhecimento, sem perder o foco da formação”, sugere a professora Márcia Tembil, coordenadoradeensinosuperiordaSecretariadeEstadodaCiência,TecnologiaeEnsino Superior(Seti)doParaná. 23 ©SHUTTERSTOCK
  • 25. 25 “Entendemosquecincoprincípios devemguiarosnovosprocessos deaprendizagem:autonomia, dedicação,cooperação,senso críticoehonestidade.” Cinthia Spricigo 25 Como protagonista desse processo, o uni- versitário aprende a conviver com situações ambíguas, múltiplas. “A vida não tem gabarito. Há mais de uma resposta possível para o mesmo problema, só depende da pergunta formulada”, instiga Cinthia Spricigo. A primeira turma da PUCPR a fazer o método de avaliação por competências se forma no fim de 2015. A tecnologia de informação e comunicação (TIC) tem papel essencial nesse arquétipo – mas apenas como meio e não um fim em si mesmo. Afinal, ela facilita o acesso ao conhecimento, mas, sozinha, não é capaz de melhorar a aprendizagem, muito menos substituir a metodologia. “Se uma instituição fala em mudança de métodos e investe apenas em tecnologia, sem mudar os processos de interação, os resultados são absolutamente iguais e defasados”, afirma Vidal Martins. Contudo, o ambiente universitário contemporâneo exige ferramentas básicas como internet mobile e aplicativos analytics, disponíveis em celulares e tablets. A infraestrutura passa também pela recomposição das salas, não mais em formato de teatro, mas de pequenos grupos ou arena, com móveis que facilitem a reorganização, quando proposta. A diminuição das distâncias ainda propicia o fortalecimento da Educação a Distância (EaD), a conexão entre a universidade e a comunidade acadêmica online. “A EaD possibilita a democratização do acesso ao ensino superior, à medida que amplia a oferta de vagas e chega a lugares que, via de regra, não conseguem ser atendidos pelo ensino presencial”, aprova Márcia Tembil. Mas não como modelo único – a PUCPR, por exemplo, tem apenas um curso integral entre as 64 opções de graduação. “Não é preciso forçar a barra para fazer tudo a distância.
  • 26. 26 Acredito mais em uma abordagem híbrida, com algumas aulas virtuais e outras presenciais, com metodologia robusta por trás”, contorna Martins. Se bem feita, a EaD tem o potencial de “forçar” o estudante a assumir postura mais ativa: estudar sozinho e tirar as dúvidas com o professor. Seja no plano real ou virtual, estudantes e professores não devem jamais perder o foco do diálogo entre as áreas de conhecimento. “A percepção da articulação entre ensino, pesquisa e extensão deve preconizar metodologias e tecnologias que respondam pela construção de sujeitos autores de sua própria história. Mais que isso, críticos de uma sociedade midiática e virtual”, finaliza Márcia Tembil. “Auniversidade,hoje,deve formarpessoasparatrabalhar emprofissõesqueaindavãoser criadas,resolverproblemasque aindanãoexistem.” Vidal Martins ©BRUNAASSISBRASIL
  • 27.
  • 28. 28 DIÁRIO DE BORDO A diversão do alemão Mihael Sekulic é conhecer pessoas e culturas diferentes. O estudante de Administração nasceu na Alemanha, a família mora na Croácia e todos os dias viajava para estudar na Holanda. O percurso de carro de ida e volta durava cerca de três horas, o que fazia com muita animação. Mas a vida dele mudou completamente há dois meses, quando foi aceito como intercambista na PUCPR. Antes de chegar aqui foram horas de pesquisa de países e cidades nos quais poderia estudar. O Brasil foi a primeira opção por ser uma economia emergente, e a infraestrutura da universidade foi o diferencial para que Mihael finalmente escolhesse Curitiba. País, cidade e instituição escolhidas, era a hora de dar um até logo para Rotinadedescobertas P O R J O S I A N Y V I E I R A ConheçaodiaadiadoalemãoMihaelSekulic,intercambistade Administração,quehádoismesesestáestudandonaPUCPR Mihael Sekulic, intercambista da PUCPR, veio da Alemanha para cursar um semestre de Administração. ©LAPHOTO ´ ´ ´
  • 29. 29 a família e embarcar nessa nova viagem. Após horas de voo da Alemanha até o Brasil, Mihael chegou a Curitiba sem saber uma única palavra de português. A expectativa e a ansiedade eram imensas. Quando as aulas começaram tudo ficou mais fácil, pois Mihael pôde conhecer, interagir com os novos colegas de classe – também de outros países e cidades brasileiras – e se enturmar. O medo desapareceu e Mihael até aprendeu algumas palavras em nossa língua. Agora, ele já divide apartamento com três brasileiros, faz compras sozinho, fala português claramente, já viajou para a Ilha do Mel e Morretes, tem melhores amigos brasileiros e conseguiu uma bicicleta emprestada para ir do apartamento à universidade todos os dias. O intercâmbio do estudante pode se encerrar em dezembro, mas se depender dele, que já se vira muito bem na nossa língua, passará as festas de fim de ano por aqui mesmo. O objetivo de Mihael é ficar mais um semestre estudando na PUCPR. APRENDENDO De segunda a quinta-feira, Mihael assiste a aulas na instituição. São disciplinas optativas de Administração que ele escolheu e focam em temas como, por exemplo, e-commerce. As aulas são em horários diferenciados, às vezes pela manhã e outras à tarde, e em salas distintas, mas todas com uma característica em comum: são em inglês. Às sextas-feiras, o horário é livre e ele dedica esse tempo para estudar. À noite, sempre que pode, também assiste a algumas matérias do curso de Administração, só que em português, com o objetivo de conhecer um pouco mais a língua e fazer novos amigos. ApóshorasdevoodaAlemanha atéoBrasil,chegouaCuritiba semsaberumaúnicapalavra deportuguês.Aexpectativaea ansiedadeeramimensas. ©LAPHOTO
  • 30. 30EXPERIÊNCIAS O que Mihael mais gosta no intercâmbio é a troca de experiências. Desde que chegou a Curitiba, sempre encontrou ajuda quando precisou: um emprestou uma bicicleta, outro o ajudou a pedir comida. Conhecer pessoas novas é um dos momentos mais esperados pelo intercambista, que adora um bom papo. Após as aulas, ele vai tomar um café ou almoçar na praça de alimentação do bloco azul e tudo é motivo para fazer uma nova amizade e começar uma conversa. OBJETIVOS Agora, o estudante está em busca de um estágio. Já se inscreveu na unidade do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que fica localizada dentro da PUCPR, e também distribuiu currículos para os conhecidos. Se conseguir um estágio em Curitiba, ele estenderá seu intercâmbio por mais seis meses. Assim, terá mais experiências divertidas para contar. MÃOS À OBRA A biblioteca é um dos espaços que Mihael frequenta bastante na PUCPR. Além de ser ponto de encontro com os colegas intercambistas para produzir trabalhos, ele também adora ler um bom livro. Já arriscou a leitura de dois clássicos de Administração em português, mas sabe que ainda tem muito que aprender. Outro local de pesquisas que o estudante gosta de frequentar é a sala de informática. Mihael utiliza todo o seu tempo na PUCPR para estudar e conhecer pessoas. Somente quando está em casa é que acessa a internet para falar com a família e a namorada. ©LAPHOTO ©LAPHOTO ©LAPHOTO
  • 31.
  • 32. 32 AOINFINITO EALÉM P O R H E I T O R A . T R E V I S A N I L I P I N S K I Desafiosdasociedademoderna Conhecereestudaradiversidadereligiosadonossopaíspodeserumcaminho paraofimdaintolerânciaeparaquetodospossamviveremharmonia ©SHUTTERSTOCK
  • 33. 33 Respeitar as convicções alheias é um princípio básico para a boa convivência em sociedade. Apesar do conceito parecer óbvio, ainda observamos muitos episódios de intolerância religiosa, que chegam muitas vezes ao desrespeito à integridade moral e física dos indivíduos. São momentos em que os ânimos se exaltam e é importante buscar o equilíbrio pelo conhecimento e desenvolvimento da inteligência espiritual. Com o objetivo de congregar as diferentes crenças e discutir o tema, a PUCPR, por meio do Núcleo Ecumênico e Inter-religioso, criado em 2014, oferece diferentes atividades que possibilitam o conhecimento do pluralismo de crenças e, por meio de um contexto dialógico, exercita o encontro e a cooperação das diferentes manifestações religiosas na comunidade acadêmica. No curso de extensão “Espiritualidades Contemporâneas: Identidade e Diálogo”, coordenado pelo professor Elias Wolff, a instituição aprofunda a inserção em espiritualidades do nosso tempo, tendo como ponto de partida as religiões tradicionais que se inserem nesse contexto de novas religiosidades. Por meio do debate ideológico, é oferecido o intercâmbio entre essas diferentes experiências espirituais e, segundo Elias Wolff, é importante discutir o assunto, pois a sociedade contemporânea está em busca de espiritualidade. ©SHUTTERSTOCK
  • 35. “O tema tem grande relevância nos dias de hoje. Ele pode ser abordado em diferentes perspectivas, como a sociologia, a psicologia, a filosofia, a teologia, entre outras. Percebe- se na sociedade atual muita procura pela espiritualidade. É um fenômeno mundial, no qual as pessoas acolhem com mais facilidade as propostas espirituais modernas do que as propostas das religiões tradicionais. Refletir sobre o que isso significa não é fácil. Assim como também é difícil compreender os critérios para justificar uma proposta espiritual. O curso não se propõe a definir tais questões, mas ao menos a refletir sobre elas, no intuito de contribuir para que as pessoas possam ter experiências espirituais que qualifiquem a vivência e a convivência no cotidiano social”, explica o coordenador. Talvez um dos grandes desafios da sociedade moderna seja exercitar essa convivência pacífica entre as crenças, sob o ponto de vista de que todo indivíduo é único e livre para se expressar. Um dos caminhos para o entendimento pode estar no aprofundamento dos conhecimentos. “O curso é um caminho de estudos que pretende fomentar no participante o desenvolvimento de um espírito de respeito, diálogo e convivência pacífica. E, por outro lado, que cada um saiba afirmar a sua própria identidade religiosa e espiritual, colocando-a em relação com outras identidades. Assim, ao assumir a sua própria identidade e conhecendo as doutrinas e características que cativam as outras religiões, a intolerância e a discriminação se dissipam, contribuindo para a superação de conflitos culturais, étnicos e religiosos existentes no mundo.” 35 ©SHUTTERSTOCK
  • 36. 36 P O R F E R N A N D O T O R R E S MUNDO AFORA Sonho americano Ahistóriadetrêsestudantesquecruzaramasfronteiras dasciênciasembuscadointercâmbiouniversitário A experiência acadêmica fora do país é uma realidade para muitos estudantes brasileiros. ©SHUTTERSTOCK
  • 37. 37 Marluce dividia o tempo entre a sala de aula e o laboratório de pesquisas em Harvard. Viver uma experiência acadêmica fora do país é o sonho de muitos estudantes. Uma oportunidade de abrir os horizontes do aprendizado, desfrutar uma nova cultura, aprender uma segunda língua, estender as relações humanas e principalmente ampliar o repertório de conhecimento para a cons- trução de uma carreira de sucesso. Conheça a história de três estudantes da PUCPR que não deixaram escapar essa oportunidade e fizeram as malas rumo aos Estados Unidos. MARLUCE GOIS 27 anos, estudante de Medicina Intercâmbio na Universidade de Nevada e estágio na Escola de Medicina de Harvard Bolsista do Prouni, Marluce cursava o oitavo períododeMedicinadaPUCPRquando,motivada peloorientadordeiniciaçãocientífica,decidiu se inscrever no Ciência sem Fronteiras. Foi aprovada. Sem ter muito tempo para pensar, arrumouasmalase,emagostode2014,mudou- se para Reno, no estado de Nevada. Por lá, ela seinstalounosdormitóriosparaestudantesda UniversidadedeNevada,ondecursoudisciplinas de Medicina juntamente com aulas de inglês. “Meuníveldefluêncianalínguaerabaixo.Nos primeiros meses, quase não entendia e falava nada. Foi assustador!”, relembra. Nove meses depois, Marluce cruzou os Estados Unidos de oeste a leste: foi para Boston, capital de Massachusetts, onde estagiou no renomado Instituto de Câncer Dana-Farber, da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, que concentra as principais linhas de pesquisa e de tecnologia de ponta em tratamento de tumores. “No momento, estou pesquisando as diferentes concentrações de três medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) – órgão governamental americano responsável pela regulamentação dos medicamentos – para o tratamento de leucemia linfoide crônica. Os resultados são promissores. Vejo pacientes relatando uma melhora absurda na qualidade de vida”, conta. A jovem pesquisadora espera que a combinação de drogas possa, em breve, também ser usada em benefício da população brasileira. “Minha inspiração é fazer mais e melhor para a gente do nosso país.” ©ARQUIVOPESSOAL “Meuníveldefluência nalínguaerabaixo.Nos primeirosmeses,quase nãoentendiaefalava nada.Foiassustador!” Marluce Gois
  • 38. PAOLA GONÇALVES 20 anos, estudante de Ciências Biológicas Intercâmbio na Universidade de Indiana De início, Paola admite que não amou a ideia de migrar para a Universidade de Indiana, instituição pré-selecionada pela coordenação do Ciência sem Fronteiras. Mas a impressão negativapassouquando,emmarçode2014,ela colocou os pés pela primeira vez no câmpus de Bloomington,cidadeuniversitáriadeapenas70 milhabitantes.“Descobriqueaescolaéexcelen- te, com um dos melhores programas de inglês acadêmico dos Estados Unidos”, elogia. Paola gostou tanto da vibe de Indiana que optou por estagiarnacapital,Indianápolis,noRileyHospital forChildren,tambémvinculadoàuniversidade eespecializadoemleucemiainfantil.“Otemada minhapesquisaeramutaçãodecélulas-tronco, quepodelevaralgunspacientescomsucessono tratamentoadesenvolvernovamenteadoença. Conseguimos identificar a razão da mutação e um repressor”, descreve. Bem-sucedido, o estudo deve ser publicado em forma de artigo científico em breve. De volta ao Brasil, 15 meses depois, Paola pretende desenvolver seu TCC baseado em alguma pesquisa sobre câncer. Ela pretende trabalhar no país, mas quer fazer doutorado nos Estados Unidos. “Já recebi convites para continuar o projeto ou iniciar um novo com o ex-orientador da minha orientadora, na Universidade de Stanford, na Califórnia”, avisa. Ela só vai ter que aprender a lidar com a ausência da família. “Meu maior desafio foi a saudade da comida caseira”, revela. 38 Depois de 15 meses estudando fora, Paola volta ao Brasil com planos e muitas ideias para o seu trabalho de conclusão de curso. ©SHUTTERSTOCK ©ARQUIVOPESSOAL
  • 39. 39 BRUNA FALAVINHA 21 anos, estudante de Ciências Biológicas Intercâmbio na Universidade da Califórnia e estágio na Universidade de Harvard Dezoito meses depois de adquirir uma baga- gem incrível nos Estados Unidos, Bruna acaba de chegar ao Brasil. Primeiro, ela foi para o câmpus de San Diego da Universidade da Califórnia (UCSD), referência no campo da neurociência. Depois, rumou para Boston, onde estagiou por três meses no Massachusetts General Hospital, da Universidade de Harvard, o terceiro hospital mais antigo do país e o segundo melhor no ranking da revista U.S. NewsandWorldReport.“Acompanheitrabalhos sobre esclerose múltipla, mal de Alzheimer e derrame, e desenvolvi minha própria pesquisa sobre a relação entre as células microgliais e a Bruna passou por duas cidades americanas e estagiou em um dos mais antigos hospitais dos Estados Unidos. ©ARQUIVOPESSOAL ©SHUTTERSTOCK enzima mieloperoxidase, encontrada em várias doençasdegenerativas”,descreveauniversitária, na reta final do curso de Biologia. Mas que ninguém pense que a temporada esta- dunidense foi moleza. “Não é fácil estar sozinha em um país diferente, sem conhecer ninguém. As matérias da universidade também foram um desafio, especialmente porque os estudantes estrangeiros precisam de médias superiores às dos alunos regulares”, relata. Bruna também se esforçou muito para conseguir tirar 93 no teste de proficiência na língua inglesa, o TOEFL. “A prova é muito difícil e nem mesmo os america- nos nativos conseguem nota máxima”, diz. De quebra, ela ainda aprendeu um pouquinho de japonês, pois morou com uma estudante japo- nesa por 10 meses. “Dividimos nossa cultura e nos tornamos melhores amigas.” “Nãoéfácilestarsozinha emumpaísdiferente,sem conhecerninguém.” Bruna Falavinha
  • 40. 40 VÍRGULA Umahistóriadedicadaàeducação P O R M A R I A N A P I VAT T O CírculodeEstudosBandeirantesabrigaestudanteseintelectuaisdevárias áreas,desenvolvendoconhecimento,pesquisaeculturadesde1929 Inauguração da sede do CEB em 1945: Liguaru Espírito Santo, José Loureiro, Manoel Ribas e Dom Áttico Eusébio da Rocha, arcebispo de Curitiba na época. ©DIVULGAÇÃO
  • 41. 41 ©DIVULGAÇÃO O Círculo de Estudos Bandeirantes (CEB) completou 86 anos de uma história que se confunde com a trajetória cultural, social e intelectual do Paraná desde o início do século XX. A comemoração de seu aniversário foi realizada no dia 15 de setembro, em uma cerimônia que contou com a entrega da Medalha Constitucionalista 9 de Julho ao reitor da PUCPR e presidente do Círculo de Estudos Bandeirantes, Waldemiro Gremski, além da outorga do diploma de Associado Bandeirante a novos membros e apresentações artísticas. OCEBéumórgãoculturaldaPUCPR, agregadoàuniversidadedesde1987. Atualmenteéumlocaldeestudose pesquisa,comacervobibliográficode quase20milexemplares. Construção da sede própria do CEB.
  • 42. “Essa é a celebração de uma missão que vem sendo desenvolvida desde 1929. Ela é muito importante a todos, paranaenses ou não, que mesmosemsabervivemedesfrutamcondições eoportunidadesqueforamdiscutidas,propostas, batalhadaseconstruídasnoCírculodeEstudos Bandeirantes”,explicouoprofessorWaldemiro. O destaque da comemoração do aniversário do CEB foi a iniciativa da entidade em participar da 9ª Primavera dos Museus, do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura, cujo tema este ano é Museus e Memórias Indígenas. A exposição “Indígenas do Paraná”, em cartaz no CEB até o dia 15 de dezembro, é composta pela Coleção José Loureiro do Círculo, que inclui textos sobre este importante nome da história paranaense, além de telas da artista plástica e pesquisadora Maria Júlia Fernandes. Atualmenteéumlocaldeestudosepesquisa,com acervobibliográficodequase20milexemplares, reunidos em mais de sete mil títulos, com obras raras dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, além de manuscritos,periódicosedocumentaçãohistórica, disponível para consulta local a estudantes, professoresdaPUCPRecomunidade.Oprédio deestiloneoclássico,inauguradoem1945,ano de sua fundação, está aberto à visitação. Em 1994, foi reinaugurado depois de passar por ampla restauração pela PUCPR. UM LEGADO PARA O PARANÁ No dia 12 de setembro de 1929, um grupo de personalidades paranaenses dos mais diferentes ramos, como políticos, religiosos, médicos e advogados, reuniram-se para promover estudos filosóficos, científicos literários e religiosos. Assim nasceu o Círculo de Estudos Bandeirantes, e sua atuação mudou os rumos da educação e da história do nosso estado. 42 SAIBA+Saiba mais detalhes sobre a comemoração do aniversário do CEB no site www.pucpr.br/ vidauniversitaria. Fotografia de uma indígena Xetá, que faz parte da exposição.
  • 43. 43 CÍRCULO DE ESTUDOS BANDEIRANTES Onde: Rua XV de Novembro, 1050 – CEP 80060-000 – Curitiba/PR Contato: (41) 3222-5193 / 3323-6610 / E-mail: circulo.bandeirantes@pucpr.br De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h30 A imagem do convite da “Festa da Cumieeira”, momento em que se fazia a bênção das construções. Talvez nem todos os atuais e antigos universitários saibam, mas a atuação do CEB também foi fundamental na fundação das duas mais importantes universidades de Curitiba: a Pontifícia Universidade Católica do Paraná e a Universidade Federal do Paraná. O Círculo fundou a primeira Faculdade de Filosofia do estado em 1938, que foi cedida para que a UFPR alcançasse o status de universidade em 1946. Já a criação de uma nova Faculdade Católica de Filosofia, Ciências e Letras pelo Círculo foi o alicerce para a fundação da Universidade Católica do Paraná em 1959. “É inegável o papel do Círculo como entidade líder no lançamento das bases culturais, políticas e religiosas de Curitiba. As repercussões desta atuação contribuem para que tenhamos uma cidade culturalmente diferenciada no país, com reflexos que hoje alcançam todo o Paraná”, conclui o reitor. ©DIVULGAÇÃO
  • 44. 44 SEARCH LAB P O R V I V I A N L E M O S A pesquisa produzida pela universidade deve servir à sociedade. A ideologia de um Estado não pode interferir no trabalho do pesquisa- dor. Essas são ideias defendidas pelo reitor da PUCPR, Waldemiro Gremski, sobre a pesquisa e a ciência. Para o professor, as pesquisas no Brasil evoluíram e estão num patamar respeitável, mas precisam encontrar sua função social. “A ciência hoje está em um nível respeitável, e isso é fruto de uma política de incentivo de um lado, e acompanhamento e avaliação do outro. O que, porém, deve ser levado em conta é a questão do que fazer com essa ciência, a importância de transformá-la em patente ou em algum bem-estar social. Essa condição faz com que o impacto dessa ciência no desenvolvimento do país seja muito baixo”, avalia. O reitor ainda explica que para que esse impacto ocorra é preciso que a tripla hélice – a relação Paixãopelaciência WaldemiroGremski,reitordaPUCPR,falasobreosdesafios daciêncianoBrasileoscaminhostrilhadospelaPUCPR “Auniversidadeexisteparaserviràsociedade, sejaparaformarprofissionaisoupara produzirciênciaquesejaútilparaapopulação. Aciênciaqueauniversidadeproduztemque estaraserviçodasociedade.” Waldemiro Gremski
  • 45. 45 entre universidade, governo e indústria – funcio- ne bem. “De um lado, o governo tem o papel de planejamento e de financiamento. Planejamento no sentido de dizer, ‘olha, eu preciso que o meu país se desenvolva em ciência nesta ou naquela área, e para isso eu tenho dinheiro. Quem fizer ciência nesta área, eu financio’. Este é o papel do governo. O papel da universidade é produ- zir o conhecimento até o nível tecnológico, ou seja, produzir uma tecnologia, um serviço, um aplicativo, um software, e assim por diante. Produzir conhecimento novo. E a empresa deve transformar essa tecnologia em produto ou usar esse conhecimento, essa tecnologia, para agregar valor a um produto ou transformar um serviço em utilidade, aplicativo etc. Com isso, você tem a tripla hélice funcionando bem.” Para o professor há ainda a questão da barreira cultural. A população, em geral, não entende bem o papel da ciência e seus impactos na sociedade. Para que esse quadro seja rever- tido é fundamental o papel dos programas de iniciação científica. “Ciência no Brasil ainda é uma espécie de tabu: as pessoas fazem ciência, ninguém sabe exatamente o que é feito, o que resulta daquela ciência, e, principalmente, não sabem o que é ciência. Portanto, quanto mais cedo a gente despertar no jovem essa percepção de que ciência é importante, melhor para o país. E como podemos fazer isso? Inserindo-o em um projeto de pesquisa. Mostrando a ele como é um projeto de pesquisa, como se faz, quais são as normas, o que é o método científico. E a iniciação científica tem justamente esse papel.” O reitor defende que o cientista deve ser honesto e coerente, e ter entre outras virtudes criatividade e paixão. ©JOÃOBORGES
  • 46. Na PUCPR, há mais de dois mil alunos atuando em projetos de iniciação científica, o PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica). Na universidade, os projetos são financiados pelo CNPq, pela Fundação Araucária e pela própria PUCPR. No entanto, o objetivo da universidade é trazer o universo da pesquisa mesmo para os estudantes que não querem ser pesquisadores. “Queremos que o nosso estudante saiba a importância da ciência no contexto social, econômico e político do país. Se ele chegar à universidade e apenas se restringir à sala de aula, e depois de quatro anos pegar o 46 diploma e ir embora, nós não o formamos como cidadão, principalmente nessa área da ciência, que ele não vai conhecer”, ressalta o reitor. Aos futuros pesquisadores, um conselho: curio- sidade é fundamental. “Como característica pessoal, deve ser uma pessoa curiosa, dedicada, ter índice de seriedade pessoal, honestidade muito forte. O cientista deve ser honesto e coerente, e ter entre outras virtudes criativi- dade e paixão. Até porque a pesquisa tem altos e baixos, por vezes se trabalha muito e não se consegue publicar um trabalho, os resultados não dão certo, equipamentos pifam, não há dinheiro. Mas não se pode desistir, é preciso ter uma paixão por ciência”, avalia o reitor. E como será o futuro da pesquisa na PUCPR? Sem dúvida, focado no bem-estar da sociedade e investindo cada vez mais nas áreas estraté- gicas elencadas: cidades, direitos humanos, saúde, tecnologia da informação, biotecnologia e energia. “A universidade existe para servir à sociedade, seja para formar profissionais ou para produzir ciência que seja útil para a população. A ciência que a universidade produz tem que estar a serviço da sociedade”, finaliza o professor Waldemiro. ©JOÃOBORGES
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  • 48. 48 RAÍZES Tudo começou em 1975, com o curso de Desenho Industrial, que veio suprir a necessi- dade de planejamento de produtos industriais e de meios de comunicação visual. Isso se deu em um momento muito particular da história brasileira: o general Ernesto Geisel assumia a presidência do país e o mundo sofria com a crise do petróleo. No Paraná, um estado ainda predominantemente agrícola, a Cidade Indus- trial de Curitiba começava a receber grandes empresas como New Holland e Volvo, mas o potencial industrial ficava restrito às áreas de alimentação, madeira, mobiliário e metalome- cânica. Nesse cenário, os professores Aramis Demeterco e Sergio Schneider elaboraram o projeto para o início da formação em design, com forte influência da ESDI – Escola Supe- rior de Desenho Industrial, juntamente com os primeiros professores do corpo docente, como Fernando Fontoura Bini, que até hoje faz parte do seleto grupo de professores da PUCPR e divide a sua história com o curso. A primeira turma do curso se formou em 1977 e ao longo dos anos alguns dos estudantes dessa classe foram convidados a fazer parte dessa nova empreitada, partilhando seu talen- to e conhecimento na universidade. Entre eles Designem40anosdehistória P O R A N N A A M A R A L Ocursodedesigncelebra40anosdecrescimentocontínuocom alicercescadavezmaissólidosnocenárioeconômiconacional SAIBA Confira a reportagem na íntegra em www.pucpr.br/ vidauniversitaria. Estudantes da 1ª turma do curso (1977) em frente ao prédio e, à direita, a nova sala de maquetaria. ©ARQUIVOPUCPR ©ARQUIVOPUCPR
  • 49. 49 os professores Fernando Fontoura Bini e José Luiz Casela, atual pró-reitor comunitário da instituição. Eles se tornaram uma grande famí- lia, e neste ambiente trocaram ideias, planos e sonhos para edificar o curso de design da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Construído sobre alicerces sólidos e pragmá- ticos, o curso foi crescendo do ponto de vista de seus professores, segundo Casela: “nessa leitura do que é um bom design e o refino de uma prática projetual em sala de aula, grada- tivamente foi se adotando, além dos valores estéticos, valores funcionais para conso- lidar resultados com impacto econômico”. A atual coordenadora do curso de Design Gráfico, Luciane Hilu, conta que ao longo desses 40 anos o currículo sofreu grandes alterações para se manter em sintonia com o mercado e a sociedade. Em 1987, o MEC propôs uma reformulação curricular e, em 1991, o curso foi dividido em Programa- ção Visual e Projeto do Produto. Em 2010, foi criado o curso de Design Digital e, em 2012, a Escola de Arquitetura e Design ficou completa com o curso de Design de Moda. Formandos de 1979: prof.ª Maria Liane Gabardo Arbigaus e, no centro da foto, de óculos, o professor e pró-reitor comunitário José Casela. Aolongodesses40anos,ocurrículo docursodedesignsofreugrandes alteraçõesparasemanteremsintonia comomercadoeasociedade. ©ARQUIVOPUCPR ©ARQUIVOPUCPR
  • 50. 50 NO YOUTUBE O vídeo da campanha do Vestibular 2016 contou com imagens, sons e histórias que construímos no Canal PUCPR. Ficou real, verdadeiro, único, além da trilha sonora ser inspiradora. O Planeta PUC é uma Feira de Cursos e Profissões que traz uma grande oportunidade para os estudantes que estão concluindo o Ensino Médio tomarem a decisão de que profissão querem seguir.” Prof. Vidal Martins, pró-reitor de graduação, para o Programa Vírgula “ Acesse o Canal PUCPR no YouTube e inscreva-se: www.youtube.com/ canalpucpr. VESTIBULAR 2016 PLANETA PUC Fique antenado com o que foi destaque com as novidades que circularam no Canal PUCPR FÓRUM DE CARREIRAS Não se trata somente do Fórum de Carreiras. Trata-se do fórum da sua vida.” Bel Pesce, empresária e convidada especial do Programa Vírgula “ ©ARQUIVOPUCPR