O documento resume a história da última fragata portuguesa exclusivamente à vela, a D. Fernando II. Construída na Índia Portuguesa em 1843, serviu durante 33 anos ligando Portugal aos territórios da Índia. Após ser convertida em escola de artilharia naval, foi reconstruída para a Expo 98 como símbolo da história naval portuguesa. Atualmente é um navio-museu que permite aos visitantes conhecer a vida a bordo no século XIX.
3. foi construída em Damão, Índia Portuguesa e
lançada à água em 22 de Outubro de 1843
estava preparada para receber 60 bocas de fogo e a
sua guarnição variava entre 145 e 379 homens
4. em algumas viagens chegou a transportar mais de
600 pessoas, entre guarnição e passageiros
durante 33 anos fez a ligação entre Portugal e os
territórios da Índia, cumpriu missões ao longo da
Costa de Moçambique e teve um papel importante
como navio-chefe de uma força naval que recuperou
o Ambriz, em Angola
5. durante este período navegou mais de 100.000
milhas náuticas, correspondentes a cinco voltas ao
mundo
em 1889 a fragata “D. Fernando” sofreu profundas
alterações para melhor servir como Escola de
Artilharia Naval e em 1945 iniciou uma nova fase da
sua vida como sede da Obra Social da Fragata D.
Fernando criada para recolher rapazes de fracos
recursos económicos que ali recebiam instrução
escolar e treino de marinharia
6. em 1963, um violento incêndio destruiu o navio em
grande parte, pelo que ficou encalhado no Tejo até
1992, data em que foi posto a flutuar, removido e
transportado para o estaleiro da “Ria Marine” em
Aveiro.
(imagem
do folheto)
7. a Marinha conduziu todo o projecto de restauro,
coordenado por uma Comissão nomeada para o
efeito, com o apoio de diversos peritos. O projecto
contou ainda com o apoio financeiro do Governo
Português.
(imagem
do
folheto)
8. na “Carranca” D. Fernando II
quando se projectou a “Expo 1998” em 1989,
houve condições para a reconstrução da fragata, de
modo a que ela pudesse aparecer de novo na Expo,
como símbolo da epopeia marítima, da história
naval e daquilo a que os portugueses se dedicaram
durante longos séculos e que se traduziu em tudo
aquilo que eles descobriram e fizeram tendo como
elemento principal
“O MAR”
10. Restaurada tal como era na década de
1850, a “D. Fernando II” é actualmente
um navio museu, sendo hoje possível aos
visitantes aperceberem-se com grande
facilidade como era a vida a bordo de
uma fragata do século XIX.
11. o peso das amarras era de cerca de 20 ton
tiradas por seis homens no cabrestante
inferior. As amarras, por ocasião do
recolhimento, eram estendidas pelo convés
inferior
12. sineta de bordo; era através dela que se transmitiam as
ordens aos tripulantes e passageiros do navio
13. boca de fogo que com projecteis de 6 quilos com
que se procurava atingir alvos ao alcance de um
tiro de uma espingarda
14. as munições pesavam entre 6 e 8,5 k e eram disparadas a
menos de 100 m do objectivo.
15. utensílios que se destinavam a limpar, carregar e
municiar as bocas de fogo e que se encontravam
frente a cada uma
16. cabrestante superior. Era trabalhado manualmente
e pelo número de homens julgado conveniente, até
ao limite de 16 que era a quantidade máxima de
“tornos” com que se podia equipar a cabeça do
cabrestante. Servia este, em conjunto com sistemas
de roldanas, para movimentar o velame e cargas de
e para os porões.
17.
18. as janelas do porão serviam para acesso directo de
carga ou outros
aos pisos inferiores do e para o navio, com o
movimento do cabrestante articulado com os
mastros, tudo para bordo se podia movimentar para
os porões.
19. a roda do leme, era manuseada em tempo de acalmia por dois
tripulantes, assistidos por um ajudante de plantão à “agulha”
em situações de tempo adverso, eram redobrados os
elementos que se rendiam de seis em seis horas
20. vista da sala de refeições do comandante e do
oficialato convidado e ao fundo o gabinete do
comandante
25. culpado julgado a bordo cumpria a pena à vista
de todos os mareantes, a pena poderia ir de
vergastadas até grilheta (como o caso) reza a
história, que os penitenciados se mandavam ao mar
para não serem castigados
26. botica, laboratório do médico de bordo onde se apreciavam
as análises e outras observações feitas aos mareantes
27. Lugar da enfermaria. Reconhece-se pelo facto de
estar caiada, justificado pelo grande poder
desinfectante da cal e pela sua cor, alva, denunciar
rápidamente qualquer sujidade
28. gabinete do observador de bordo, sobre a cama,
espalhados os vários aparelhos para pré-cálculo de
orientação
30. a bordo para dormida, nas zonas cobertas do navio,
existiam acomodações deste tipo para cerca de 400
pessoas em condições normais de viagem e
atmosféricas
31. este, era um dos alojamentos
para passageiros, que embora
pagassem a sua viagem,
estavam sujeitos à mesma
disciplina de bordo
32. na parte coberta, era este o aspecto do local
comunitário para; dormida, trabalho, refeições e
quaisquer outras actividades
33. normas para as refeições; primeiro os doentes,
depois os passageiros e por último os tripulantes
36. nos fogões alimentados a carvão, eram elaboradas
sem excepção, toda a alimentação de bordo,
embora houvesse de respeitar a rotina horária
imposta
37. todos os dias, era obrigatório e sob a vigilância do
oficial de turno, deixar apagados todos os indícios de
lume até ao pôr do sol.
O chão da zona do fogão e envolvente era revestida
com tijoleira de barro e assistida por chaminé não
regressiva de fumos, pois a boca de escape era
voltada para a frente do navio
38. as actividades no navio eram repetitivas e diárias e
nelas se empenhavam todos os tripulantes
disponíveis
39. embora a alimentação se suportasse substancialmente em
géneros conservados em sal, havia a necessidade de manter a
bordo alimentos frescos. Assim, de acordo com a duração
prevista para a viagem e os toques terrestres, transportavam-
se a bordo animais vivos; galináceos, ovinos, caprinos, bovinos
ou equinos que à ordem do comandante eram abatidos para
alimentar tripulantes e passageiros
40. j
• - Jaula simples: Levavam galináceos e
outras aves de capoeira de menor
porte.
- Jaula dupla: Para transporte de aves de
maior porte ou maior quantidade.
41. Nas zonas de arrecadações, transportava-se a
alimentação conservada por salmora, cordoaria de
recurso, reservas de água potável, álcool e outros
também estas zonas eram caiadas pelos
mesmos motivos que a enfermaria
42. porta de saída para a escada de portaló com as
Armas da Dinastia de Bragança
43. A última fragata
exclusivamente à vela da
Marinha Portuguesa é hoje
uma testemunha eloquente da
brilhante história portuguesa,
orgulho de muitas gerações
passadas e um exemplo de
determinação e coragem para
as gerações futuras.
44. Como nota final, saliente-se que a fragata se
chama de “D. Fernando II” porque era ele o
patrono dela, e, a primeira explicação para
“Glória” seria porque “Nª. Srª. da Glória” é de
grande devoção dos goeses. Porém, parece que
não é exactamente assim. Existem documentos
que referem de forma ambígua de como
apareceu “Glória” se de facto se ficaria a dever a
uma divindade que protegesse a fragata, ou
porque a mulher de D. Fernando II, Dª. Maria II
se chamava de Maria da Glória.
O facto é que de um modo ou de outro, D. Maria
da Glória, “Dª. Maria II” rainha de Portugal, ficou
também de alguma forma, ligada à fragata.
45. Características:
• Comprimento fora a fora
86,75 m
• Boca no convés 12,80 m
• Pontal na tolda 9,27 m
• Imersão a vante 5,79 m
• Imersão a ré 6,40 m
• Altura do centro vélico acima da flutuação 19,42 m
• Superfície do velame 2052,00 m2
• Superfície da secção mestra mergulhada 51,78 m2
• Tonelagem 1849,16 t
• Casco forrado a cobre abaixo da linha de água
46. • Texto: Compilação elaborada com base no
conjunto do folheto distribuído, da observação
local e de outros facultados pelo excelente
esclarecimento dado pela difusão rádio-portátil
ao longo da visita.
• Fotos: Ana e José Lila no local.
Fundo sonoro: Vangelis - Conquest of Paradise
Montagem: José Lila.