O documento discute as bases neurobiológicas do autismo, com foco na sociabilidade. Aborda o histórico do termo autismo, sintomas, pesquisas recentes sobre o reconhecimento de faces e avanços no entendimento das bases neurais, incluindo estudos sobre a amígdala.
3. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade HISTÓRICO O termo autismo vem do grego “ autós ” que significa “de si mesmo”. Em 1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica. A palavra "autismo" foi criada por Eugênio Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade".
4. Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que observavam em seus pacientes que apresentavam características fenotípicas semelhantes, e nomeou esse grupo com crianças com autismo infantil. Com isso o termo autismo passou as ser utilizado para designar uma entidade nosográfica (descrição sistemática das doenças) e não apenas um sintoma da esquizofrenia. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
5. Foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of affective contact, na revista Nervous Child, vol. 2, p. 217-150. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à Segunda Guerra Mundial não se conheciam. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
6. Por anos estabeleceu-se uma confusão entre os termos autismo/transtorno e autismo/sintomatologia da esquizofrenia , possivelmente por falta de informações dos profissionais. Muitas foram as descrições apresentadas por Kanner com crianças desde antes dos três anos de idade, mas o que lhe chamou mais a atenção foi o desinteresse pelo convívio social. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
7. Com a evolução das pesquisas científicas, concluiu-se que o autismo não é um distúrbio do contato afetivo, mas sim um distúrbio do desenvolvimento. Em 1976, Lorna Wing relatou que os indivíduos com autismo apresentam déficits específicos em três áreas: imaginação, socialização e comunicação, o que ficou conhecido como “Tríade de Wing”. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
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11. 7. Inapropriada fixação em objetos; 8. Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade; 9. Ausência de resposta aos métodos normais de ensino; 10. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina; 11. Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo); 12. Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determina maneira os alisares); Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
12. 13. Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal), 14. Recusa colo ou afagos, 15. Age como se estivesse surdo, 16. Dificuldade em expressar necessidades - usa gesticular e apontar no lugar de palavras, 17. Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente, 18. Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos, Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
13. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade OBSERVAÇÃO: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança. Estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade.
15. PESQUISAS RECENTES RECONHECIMENTO DE FACES EM PESSOAS COM AUTISMO Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
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19. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade AVANÇOS NO ENTENDIMENTO DAS BASES NEUROLÓGICAS
20. NOVOS ESTUDOS SOBRE HEREDITARIEDADE Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade Estudos sobre hereditariedade Aumento na taxa de autismo em parentes próximos Concordância em gêmeos monozigóticos (ambos com autismo) em 60% dos casos estudados. (BAILEY et al., 1995)
21. Sugestão de inúmeros genes que estariam envolvidos neste transtorno Evidências voltadas a possíveis genes candidatos localizados nos cromossomos 2, 7 e 16 (IMGSAC, 2001) Acredita-se que se trata de uma alteração envolvendo múltiplos genes (entre 5 e 10) para a manifestação do quadro característico observado em pessoas com autismo. ( RAMOZ et al., 2001) Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
27. A amígdala tem sido apontada como importante para a compreensão das bases neurobiológicas do autismo, visto que suas funções relacionam-se à sociabilidade e padrões emocionais. O tálamo também tem mostrado sua importância ao mediar e refinar esta “circuitaria”, sendo estudado como estrutura relevante para o estabelecimento do quadro. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
28. Estudos recentes têm proposto que a integridade e o funcionamento de estruturas subcorticais ao nascimento, como a amígdala e o tálamo, têm grandes repercussões no funcionamento de estruturas corticais. ( SCHULTZ, ROMANSKI E TSATSANIS, 2000) O conjunto desses resultados sugere que o dano seria inato, e não adquirido, e que haveria estruturas alvos, chaves, que determinariam disfunções importantes no modo dos circuitos cerebrais funcionarem. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
29. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade REFERÊNCIAS CID-10. Critérios diagnósticos para pesquisa. Organização Mundial da Saúde. Tradução: Maria Lúcia Domingues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. Original inglês. CID-10. Organização Mundial da Saúde. Tradução: Centro colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português. 8ª .ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000. Original inglês. INSEL, T. R. A Neurobiological basis of social attachment. Am J Psychiatry, v. 154, p. 726-735, 1997. KANNER L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child. 1943;2:217-50.
30. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade Minshew NJ, Payton JB. New perspectives in autism, Part I: the clinical spectrum of autism. Curr Probl Pediatr. 1988;18:561-610. Minshew NJ, Payton JB. New perspectives in autism, Part II: the differential diagnosis and neurobiology of autism. Curr Probl Pediatr. 1988;18:613-94. MELLO, A. M. S. R , Autismo: Guia prático , 3ª Edição, São Paulo: AMA; Brasília: CORDE, 2004, 93p. CAVALCANTE, A. E. C., ROCHA, P. S ; Autismo , 2ª Edição, São Paulo – Casa do Psicólogo , 2002, 150p. http://www.autismo.com.br/site.htm . Endereço eletrônico acessado em 02 de abril de 2010. http://www.universoautista.com.br/autismo/modules/articles/article.php?id=12 Endereço eletrônico acessado em 03 de abril de 2010.
32. ALGUNS FILMES 1- Uma lição de amor; 2- Uma mente brilhante; 3- Uma certo olhar; 4- Refrigerator Mothers; 5- Testemunha do silêncio; 6- Uma janela para o céu; 7- Ray man; 8- O pequeno milagre; 9- Os segredos de Adam; 10- O gênio do vídeo-game; 11- Patch Adams; 12- O enigma de Kaspar Hauser; 13- O nome dela é Sabine; Relação de filmes disponível em: http://www.autismo-br.com.br/home/filmes.cgi Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
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37. DESENHOS ANIMADOS Turma da Mônica e o Autismo "A turma da Mônica tem um amiguinho muito especial – o André! Com ele podemos aprender um pouco mais sobre o autismo. Uma bela iniciativa da AMA - Associação de Amigos do Autista, no Brasil. Para conhecer a sua história basta clicar nas várias imagens." Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade
38. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade Fala Menino! "O Fala Menino! nos conta de diferenças físicas ou sociais, de superação de limites, de inclusão, de RESPONSABILIDADE SOCIAL com a naturalidade das lições que apenas a infância sabe dar.” Uma bela iniciativa do autor Luis Augusto C. Gouveia que recebeu Menção Honrosa no 1º Concurso Nacional de Histórias em Quadrinhos da Academia Brasileira de Artes (SP). Fez, também, ilustrações em N. York e desenho animado em São Paulo. O irmão mais novo de Lívia. Está quase sempre sorrindo, adora brincar sossegado com sua coleção de bolas. Autista, tem os olhos tão brilhantes que, às vezes, se perdem no céu, parecendo estrelas. A turma nem sempre entende o que Mateus quer, mas ele está aprendendo a apontar pras coisas e fala a palavra "xixi" toda vez que quer ir ao sanitário. No mais, vive refletindo sobre este mundão tão estranho e incom-preensível que é o mundo dos adultos... Fala Menino! Produções www.falamenino.com.br
39. Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade VÍDEO: AUTISMO REVERTIDO Entrevista concedida ao Canal Fox Em 20 de Setembro de 2008. Raun Kaufman comenta sobre a experiência com a sua total recuperação do autismo. Foi a primeira criança do Programa Son-Rise e hoje é diretor executivo do Centro de Tratamento de Autismo da América.
40. REFLEXÃO Bases Neurobiológicas do Autismo: enfoque no domínio da sociabilidade 1- Pensando nas dificuldades de interação social, comunicação, linguagem e comportamento, como a terapia psicopedagógica pode auxiliar esta criança? 2- Qual é a relação entre o reconhecimento de faces e as relações e comportamentos sociais entre as crianças autistas? 3- Qual a relação entre Autismo e Inteligência?