O documento descreve a evolução dos Códigos de Ética do Serviço Social no Brasil desde 1947 até 1993, abordando:
1) Os primeiros códigos de 1947, 1965 e 1975 refletiam valores conservadores e religiosos, enquanto os códigos posteriores incorporaram valores democráticos e de justiça social.
2) O código de 1986 surgiu no contexto da redemocratização do Brasil e passou a defender valores como democracia e pluralismo.
3) O código de 1993 refletiu o projeto ético-político do
1. A evolução dos Códigos de Ética
do Serviço Social
Andréia A.R.C.Liporoni
2. Organização da aula
• As particularidades históricas que perpassam os
Códigos de Ética profissional de 1947, 1965, 1975,
1986 e 1993.
• Reflexão sobre os Códigos de Éticas:
▫ Código de Ética profissional (1947)
▫ Os Códigos de Ética de 1965 e 1975 – período ditatorial
e o ethos profissional.
▫ O Código de 1986 – as mudanças no Brasil com o
processo de redemocratização e os movimentos sociais
e operários.
▫ O projeto ético-politico do Serviço Social e a elaboração
Código de 1993
3. Barroco (2010, p.121) coloca que:
• O ser social age eticamente porque só ele é capaz de agir
com consciência e liberdade que são atributos
específicos do ser social.
• O conjunto de atributos/capacidades que fazem do
HOMEM um ser específico são criados pelos próprios
homens no seu processo de desenvolvimento.
• Dado pela sua ação transformadora TRABALHO
4. Ética profissional
• Orientações filosóficas e teórico-metodológicas (valores,
princípios, visão de homem e de sociedade)
Esfera
teórica
• Comportamento profissional nas escolhas e situações de conflito.
• Ações profissionais ligadas a sua organização coletiva direcionada
a projetos com valores e princípios éticos.
Esfera moral
prática
• Expresso no Código de Ética profissional
• Norma, direitos, deveres e sanções determinadas pela profissão
orientando o comportamento profissional consolidando o projeto
profissional. (BARROCO, 2010, p.129)
Esfera
normativa
6. • Brasil - país de natureza capitalista
• Fim década 1920 - decadência econômica cafeeira.
• Crise de 1929 e a política econômica orientada para
favorecer o sistema produtivo voltado para o
mercado interno e para diversificar as exportações.
• Avanço da consciência sociopolítica trabalhadores
(imigrantes).
•Condições de vida:
–insalubridade nas casas e nas fábricas,
–baixos salários, famílias miseráveis,
–mão-de-obra excedente, ausência de direitos
trabalhistas.
–ingresso de mulheres e crianças no mercado de
trabalho - sem garantias mínimas trabalhistas
7. Movimentos proletários – desordem a ser
combatida.
Estado – posiciona-se como defensor da sociedade
e com o objetivo de manter a ordem assume as
demandas e reivindicações
Políticas sociais assistencialistas/benefícios
Fragmentação e enfraquecendo as lutas operárias.
subordina os indivíduos a varias formas de discriminação , responsabilizando-os pela
sua condição social, despolitizando suas lutas, restringe suas escolhas, contribuindo
para a reprodução de uma moralidade subalternizada e alienada. (BARROCO, 2010,
p.86)
8. Serviço Social – profissão historicamente
determinada
Referências teóricas, filosóficas e técnico-
operativa, as demandas sociais são definidas a
partir do desenvolvimento histórico.
9. Origem do Serviço Social no Brasil
• 1936 – 1ª escola de Serviço Social.
▫ Núcleo feminino, católico, vinculado a classes
dominantes e fortemente influenciado pelo
conservadorismo moral.
▫ Formação profissional voltada para atividades
educativas de cunho moralizador
• Profissão vinculada às demandas sócio
históricas de enfrentamento das sequelas da
questão social.
“desajustamentos”
10. Barroco (2010, p. 74) coloca que
• A presença do conservadorismo moral, na
origem do SS é evidenciada pela: formação
profissional, no projeto social da Igreja Católica
e na cultura brasileira, através das ideias
positivistas – que tende a reproduzir a alienação
moral – a repetição acrítica dos valores, a
assimilação rígida dos preceitos e modos de
comportamentos, o pensamento ultra
generalizador, o preconceito, o conformismo, a
discriminação, a não aceitação do que não se
adequa aos padrões de comportamento.
11. • Os problemas sociais advindos do capitalismo
são transformados em problemas morais,
individualizados
• Atuação dos assistentes sociais: moralizadora,
culpabilizando o indivíduo pelo seu “desajuste”
social”.
“deslocamento da base material de constituição das desigualdades sociais para a
esfera moral” (BARROCO, 2010, p.95)
12. O Serviço Social
• Doutrina social da Igreja católica
• Não tinha uma visão crítica acerca da questão social e
explicavam a realidade social a partir da tríade:
▫ Neotomismo (fundamentos filosóficos da Igreja a partir
de fins do século XIX - São Tomás de Aquino (século XIII).
▫ Pensamento conservador (sistema de ideias do século
XIX com valorização do status, hierarquia, tradição,
autoridade, corporativismo, religiosidade e família).
▫ Positivismo (Perspectiva analítica hegemônica nas
Ciências Sociais e que oferece resposta conservadora à
problemática moderna da liberdade e dos interesses
privados) - A liberdade só pode existir onde houver ordem,
hierarquia e autoridade para preservar a propriedade
privada.
13. • Sociedade é vista como um todo harmônico e integrado.
• Esta integração corresponde à funcionalidade das Instituições sociais e aos
papéis ou funções que cada indivíduo deve desempenhar para que a
sociedade seja equilibrada.
• Quando as funções ou papéis não são corretamente executados, a ordem
social harmônica coloca-se em risco (em desequilíbrio)
• O equilíbrio social visa ao bem comum, felicidade de todos
• O Estado, que representa uma autoridade e naturalmente assegura aos
indivíduos o bem comum, deve ser respeitado.
• Respeitar a autoridade do Estado é respeitar a Deus, pois toda autoridade
deriva de Deus.
Visão tradicional do Serviço Social
14. • A ética é a ciência que explica o bem moral: como os homens devem se
comportar para alcançar o bem, fim último da pessoa humana.
• O Assistente Social deve basear sua ação nos princípios universais que levarão
a sociedade de livrar-se dos males sociais e atingir o bem comum
• O Assistente Social deve respeitar e conscientizar os indivíduos, seus clientes,
em relação aos valores universais: dignidade, liberdade, perfectibilidade,
autodeterminação. Sua visão vai humanizar os homens, harmonizar a
sociedade, corrigir as disfunções, adaptar o homem ao meio social.
• A ação do Assistente Social deve ser a mais neutra possível no que se refere à
relação entre o cliente e a Instituição, pois deve colaborar para que haja
desequilíbrio na ordem social (Barroco, 2010)
Visão tradicional do Serviço Social
15. Códigos de Ética de
1947, 1965 e 1975
• 1947 – estreita ligação com a Igreja –
extremamente doutrinário e subordinado aos
dogmas religiosos.
• 1965 – revela traços da renovação profissional
no contexto da modernização conservadora e
introduziu valores liberais.
• 1975 – configura nas expressões da reatualização
do conservadorismo profissional e suprimiu
algumas referências democrático-liberais do
Código de 1975
16. 1947 – 1ª formulação ética (Aprovado
assembleia da ABAS).
Na introdução no item III
• O Serviço Social “trata com pessoas humanas desajustadas”.
Na Seção I - É dever do Assistente Social:
• 1. Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus,
os direitos naturais do homem, inspirando‐se, sempre em todos seus
atos profissionais, no bem comum e nos dispositivos da lei, tendo
em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus.
• 5. Manter uma atitude honesta, correta, procurando aperfeiçoar sua
personalidade e dignificar a profissão.
Na Seção II – É dever do Assistente Social:
• 1. Respeitar no beneficiário do Serviço Social a dignidade da pessoa
humana, inspirando-se na caridade cristã.
Atuação profissional voltada a adequação do individuo a sociedade, aos valores cristãos
de honestidade e conduta correta com os valores morais da época.
17. A década de 1960
Os contextos políticos e
os Códigos de Ética de
1965 e 1975
18. • Época revolucionária questionando valores e
costumes relacionados ao papel da mulher, a
família.
• Movimentos reivindicatórios de defesa da igualdade
de direitos sociais e políticos.
• Juventude e movimentos femininos e estudantis em
vários países – recusa aos valores e normas
referentes ao conservadorismo moral
• Atitude crítica e ao mesmo tempo, contestadora.
• Remetem à práxis cívica e politica, ao engajamento
em projetos coletivos voltados à conquista da
liberdade
19. No contexto político brasileiro
• Controle ideológico e cultural dos EUA pós guerra –
estratégias de intervenção América Latina – contra
revolução preventiva (Netto, 2004)
• Ditadura militar a partir de 1964 (repressivo, controle
social rígido).
• Destaque: Movimento católico a favor das lutas
populares – conexão entre o pensamento católico e a
Teologia da Libertação – (marxismo passa a ser
utilizado à luz da ética cristã, em vista dos problemas
sociais - superação da pobreza e das desigualdades
sociais).
20. No contexto político – a ditadura
• Contribui com o conservadorismo – reprime
partidos políticos, movimentos sociais,
entidades de classe
• Cria nas entranhas da sociedade o anseio pela
LIBERDADE.
21. Na década de 1960
• Começa a mudança dos extratos sociais que procuram ser
profissionais - assalariamento da profissão e intensificação na
década de 1970 – classe trabalhadora.
• Crítica ao ethos profissional tradicional
desencadeou em toda América Latina
Movimento de Reconceituação.
(Matriz conservadora, modernizadora e critico-dialética)
22. O Código de Ética de 1965
• A consideração do Assistente Social como
profissional liberal.
• Os princípios do pluralismo
• Os princípios da democracia e da justiça
• A moral apresenta-se como alicerce da ação
profissional que deve ser mantida em todas as
dimensões
▫ moral acrítica e pretensamente neutra
reproduzindo costumes tradicionais e a
manutenção da ordem dominante
23. • Art. 1° ‐ O Serviço Social constitui o objeto da profissão liberal de assistente social,
• Art. 5. No exercício de sua profissão, o Assistente Social tem o dever de respeitar as
posições filosóficas, políticas e religiosas daqueles que se destinam a sua atividade,
prestando-lhes os serviços que lhe são devidos, tendo-se em vista o principio da
autodeterminação.
• Art 6. O Assistente Social deve zelar pela família, grupo natural para o desenvolvimento
da pessoa humana e base essencial da sociedade, defendendo a prioridade dos seus
direitos e encorajando as medidas que favoreçam a sua estabilidade e integridade.
• Art 8. O Assistente Social deve colaborar com os poderes públicos na preservação do bem
comum e dos direitos individuais , dentro dos princípios democráticos, lutando inclusive
para o estabelecimento de uma ordem social justa.
• Art. 9. O Assistente Social estimulará a participação individual, grupal e comunitária no
processo de desenvolvimento, propugnado pela correção dos desníveis sociais.
• Art. 22. O Assistente Social deve interessar-se por todos os grandes problemas sociais da
comunidade, dentro de uma perspectiva da realidade brasileira, colaborando com seus
recursos pessoais e técnicos para o desenvolvimento solidário e harmônico do país.
Código de Ética Profissional de 1965.
(valores tradicionais sobre o fazer profissional)
24. Código de Ética de 1975
• Na introdução traz os pressupostos da profissão:
organização, defesa da sociedade, exigência de
um Código de Ética.
• “Exigências do bem comum legitimam, com
efeito, a ação disciplinadora do Estado,
conferindo‐lhe o direito de dispor sobre as
atividades profissionais – formas de vinculação
do homem à ordem social, expressões concretas
de participação efetiva na vida da sociedade”.
A organização profissional é um instrumentos valioso sob o
poder do Estado com objetivo de manter a ordem.
25. Código de Ética de 1975
• Mantém os pressupostos filosóficos neotomistas
• Discurso cristão – defesa da vida e da pessoa
humana – o bem comum, a autodeterminação, a
justiça social.
• Exclui a democracia e o pluralismo
▫ Excluiu do código a “luta pelo estabelecimento de uma
ordem social justa” que estava em 1965
▫ Excluiu “respeitar as posições filosóficas, politicas e
religiosas daqueles a quem se destina sua atividade” –
negando o pluralismo.
26. Código de 1975
• Aponta para a tendência tratada por Netto (2004) –
reatualização do conservadorismo: a vertente
fenomenológica inaugurada por Ana Augusta
Almeida em 1977.
• Faz menção a cientificidade da profissão –
normatização em publicação de trabalhos
científicos.
• Não demostra questionamento político contrário à
ditadura e a problematização das diferenças sociais
no contexto capitalista. (BARROCO, 2010)
28. Contexto político
• Não existe mais dois blocos antagônicos
(capitalistas x socialistas) – o capitalismo se
fortalece
• As ditaduras na América Latina perdem poder
político e as lutas pela democracia ganha corpo.
• No Brasil
▫ Movimento e lutas sociais pela redemocratização
▫ Constituição Federal de 1988 garantindo regime
democrático, direitos sociais, civis e políticos
29. No Serviço Social
• Acúmulo teórico a partir de debates, eventos,
produções acadêmicas despertando anseio por
novos rumos.
• Não se nota uma discussão sobre ética
profissional – o que pode ter comprometido o
Código de Ética (Netto, 1999)
• Há no meio profissional uma vertente crítica e
politizada questionando o posicionamento
profissional ante a sociedade de classes e o
conservadorismo moral.
30. Código de Ética de 1986
• Documento construído coletivamente, politizando sua
natureza.
▫ O presente Código de Ética Profissional do Serviço Social é
resultado de um amplo processo de trabalho conjunto,
desencadeado a partir de 1983. Em diferentes momentos
deste processo, os Assistentes Sociais foram solicitados
através do CFAS/CRAS e demais entidades de organização
da categoria a dar contribuições e a participar de comissões,
debates, assembleias, seminários e encontros regionais e
nacionais.
(BRITES;SALES, 2007)
31. Código de Ética de 1986
• Coloca-se como um projeto profissional articulado a
um projeto de sociedade.
▫ A sociedade brasileira no atual momento histórico
impõe modificações profundas em todos os
processos da vida material e espiritual. Nas lutas
encaminhadas por diversas organizações nesse
processo de transformação, um novo projeto de
sociedade se esboça, se constrói e se difunde uma
nova ideologia.
(BRITES;SALES, 2007)
32. Código de Ética de 1986
• Busca na tradição marxista a nova ética apoiando-
se numa visão histórica - homem portador de
projetos , dotado de autonomia e sujeito de práxis-
não é determinado pela vontade e autoridade divina.
▫ Inserido neste movimento, a categoria de Assistentes
Sociais passa a exigir também uma nova ética que reflita
uma vontade coletiva, superando a perspectiva a‐histórica e
acrítica, onde os valores são tidos como universais e acima
dos interesses de classe. A nova ética é resultado da
inserção da categoria nas lutas da classe trabalhadora e,
consequentemente, de uma nova visão da sociedade
brasileira. (BRITES;SALES, 2007)
33. Código de Ética de 1986
• É um marco no processo de ruptura com o ethos
tradicional
• Recusa da ética da neutralidade (compromisso e dever
de democratizar informações, criar espaços
participativos, fortalecer novas demandas de interesses
dos usuários)
• Reconhecimento da dimensão política da prática
profissional (capacidade de elaborar, gerir e decidir –
políticas sociais e programas institucionais)
• Há um nítido deslocamento da categoria em favor dos
interesses dos trabalhadores mas ainda não contempla
um ethos emancipatório e transformador (não aborda a
alienação e a exploração no contexto capitalista)
• Barroco; Terra (2012, p.51)
35. O Brasil
• Tem sua nova Constituição Federal 1988 e a criação
de leis que dão suporte a vários segmentos sociais
▫ Lei Orgânica da Saúde
▫ Lei Orgânica da Assistência Social
▫ Estatuto da Criança e do Adolescente
▫ Estatuto do Idoso
• Crise ética na política (impeachment Collor – 1992)
• Próximos governos trabalham no sentido de
estabilização econômica – (valorização do capital em
detrimento do social)
36. • Reflexos da crise instalada a partir da crise do petróleo final
década de 1970 e a reorganização do sistema de capital.
• A globalização
• A revolução técnico científica
• Os novos padrões de produção
• A desregulamentação das relações de trabalho e o desmonte
da proteção social aos trabalhadores.
• As propostas neoliberais com os cortes nos gastos sociais e um
amplo programa de privatização.
• Terceiro setor como estratégia de envolver e responsabilizar a
sociedade civil no enfrentamento das sequelas da questão
social.
As consequências: as novas expressões da questão social (a desigualdade
social, aumento da pobreza, desemprego, flexibilização das relações de trabalho,
políticas públicas focalistas).
37. E o Projeto ético-político do Serviço Social?
• Está vinculado a um projeto de transformação da
sociedade.
• A prática profissional imprimi uma determinada direção
social por meio das diversas ações profissionais,
balizadas pelo projeto profissional que a norteia. Este
projeto profissional norteia-se por um projeto societário.
(TEIXEIRA; BRAZ, 2009, p. 189).
38. Neste período
• Aconteceu a Revisão do código de ética profissional
(1993).
• Lei de regulamentação da profissão de 1993
• Revisão do currículo acadêmico em 1996.
• Estas questões revelam amadurecimento teórico e
filosófico da categoria bem como as implicações ético
políticas da sua intervenção e a ultrapassagem do caráter
meramente executivo para o trabalho também voltado a
elaboração, implementação, monitoramento e avaliação
das políticas, programas e projetos sociais.
39. Conforme Netto (1999, p.104-105)
• Tem em seu núcleo o reconhecimento da
liberdade como valor ético central – a liberdade
concebida historicamente como possibilidade de
escolher entre alternativas concretas, daí um
compromisso com a autonomia, a emancipação
e a plena expansão dos indivíduos sociais.
Consequentemente, o projeto profissional
vincula-se a um projeto de sociedade que propõe
a construção de uma nova ordem social, sem
dominação ou exploração de classe, etnia e
gênero.
40. O projeto profissional
• A imagem ideal da profissão com os princípios e
valores que a legitimam,
• A matriz teórico metodológica que se encora
• A crítica à ordem social vigente – a da sociedade
do capital- que produz e reproduz a miséria.
• As instancias politico organizativas da profissão:
o conjunto CFESSS/CRESS, as associações
profissionais, a ENESSo, a ABEPSSS - direção
profissional coletiva pautada nos compromissos
e princípios da nossa profissão.
41. O Código de Ética de 1993
• A elaboração do CE 1993 – bases ontológicas da teoria social
de Marx.
▫ O homem se desenvolve como um ser consciente, universal e
livre.
▫ Através da práxis desenvolve as capacidade humano-genéricas:
sociabilidade, consciência, liberdade e a universalidade.
▫ Através da liberdade o ser social realiza a práxis numa ação
consciente, ultrapassando do singular ao genérico – pressupondo
responsabilidade.
• Nega a base filosófica tradicional
• Evidencia o compromisso com valores ético-políticos
emancipadores – redemocratização e CF 1988 através dos 11
princípios fundamentais.
• Determina a competência teórica, técnica e política dos
profissionais prezando pela qualidade dos serviços prestados.
42. Eixos básicos são os princípios fundamentais.
•Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos
indivíduos sociais;
•Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do
autoritarismo;
•Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial
de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e
políticos das classes trabalhadoras;
•Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da
participação política e da riqueza socialmente produzida;
•Posicionamento em favor da eqüidade e justiça social, que assegure
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e
políticas sociais, bem como sua gestão democrática;
•Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito,
incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos
socialmente discriminados e à discussão das diferenças;
43. Eixos básicos são os princípios fundamentais.
•Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com
o constante aprimoramento intelectual;
•Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de
construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração
de classe, etnia e gênero;
•Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que
partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos
trabalhadores;
•Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e
com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência
profissional;
•Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar,
por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião,
nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e
condição física.
44. Referências
• BARROCO, M.L.. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
• _______. Ética: Fundamentos sócio-históricos. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
• BARROCO, M.L.; TERRA, S.H. Código de Ética do Assistente Social comentado. São Paulo: Cortez,
2012.
• BONETTI, D.A. et al. Serviço Social e ética: convite a uma nova praxis. São Paulo: Cortez, 2012
• BRASIL.
• BRITES, C.M; SALES, M.A. Ética e Práxis Profissional. (Curso de Capacitação Ética para agentes
multiplicadores). 2 ed. Brasilia: Conselho Federal de Serviço Social, 2007.
• CFESS. Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Brasília: CFESS, 1993.
• NETTO, J.P. A construção do projeto ético – político do Serviço Social frente à crise
contemporânea in Módulo I. Crise Contemporânea, Questão social e Serviço Social, CEAD, 1999.
• ____. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64. 8ª ed. São Paulo:
Cortez, 2005.
• SALES, M.A. Questão social e defesa de direitos no horizonte da ética profissional in Módulo
II. Reprodução social, trabalho e Serviço Social, CEAD, 1999.
• SILVEIRA, U. A Ética profissional na virada do século. Revista Serviço Social & Realidade, Franca.
V.8. n.2, p.89-101, 1999.
• TEIXEIRA, J. B.; BRAZ, M.. O projeto ético político do Serviço Social. In.: Serviço Social: direitos
sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.