1) O relatório descreve a organização tática da equipe Sporting CP nos aspectos ofensivos e defensivos.
2) A equipe mostrou maturidade física e técnica, preferindo a posse de bola curta e variando o centro de jogo.
3) Na defesa a equipe pressiona alto com bloco subido, mas os laterais enfrentam dificuldades sem apoio.
1. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO DE JOGO – SPORTING CP vs FC PORTO (JUNIORES C) Prof. João Filipe Machado
Onze inicial Caracterização geral da equipa:
Sistema 4-3-3. Equipa muito competitiva, revela maturidade física e emocional/psicológica. Boa capacidade técnica, refletida na qualidade da posse de bola. Jogam curto e
1 Nico apoiado variando o centro de jogo na procura de espaço para progredir. Colocam muita gente nas transições ofensivas, tornando-as perigosas se a bola chega aos médios
ala. Muito agressivos sobre o portador da bola no processo defensivo, sempre com defesa subida, têm dificuldades nas transições defensivas se não recuperam bola na 1ª
zona de pressão. Estatura geral média/alta.
3 Sandro 4 Varejão Organização Ofensiva
2 Francisco 5 Barbosa - Equipa muito tranquila e paciente com bola, privilegia a construção através de jogo curto e apoiado com muitos passes no meio campo defensivo. Sentem se confortáveis com bola e
procuram (com muitas variações do centro de jogo em 1ª e 2ª estação) espaço para progressão com preferência pelos corredores laterais, mesmo sob pressão perto da sua área
arriscam jogar curto e sair apoiado.
6 Neves - Apresentam bastantes soluções de construção, variando os locais de entrada da bola consoante a pressão que é feita, não têm combinações ofensivas padronizadas.
- O GR tem como 1ª solução jogar curto e rápido nos 2 centrais, sob pressão inventa apesar das dificuldades com os pés (pode perder bola), faz também diagonais longas para lateral
contrário ou ala. Se tiver de jogar longe bola sai longa no meio campo adversário, normalmente na meia esquerda.
- Os centrais apesar de algumas limitações, não se escondem e dão muita linha de passe para variação do centro de jogo atras, jogam simples e procuram entregar curto na primeira
8 João Gonçalo 10 Couto solução que aparece. Tanto entregam no lateral, como no medio defensivo, como nos interiores ou no ala (através de diagonais curtas pelo ar ou rasteiras por dentro). Muita
combinação indirecta entre os centrais e o 6.
- Os laterais são diferentes, o 2 é mais posicional funciona normalmente como equilíbrio (fazendo linha de 3 atras) mas se tiver espaço a frente sobe com bola e é perigoso se embala
11 Mata 7 Bruno Costa (boa amplitude de passada). O 3 tem bom pé esquerdo (entrega com qualidade e consegue sair em drible) sobe com e sem bola mas com critério, normalmente sempre por fora.
- O 6 é posicional, apenas realiza movimentos verticais sempre no corredor central, tem como objectivo equilibrar toda equipa (está sempre em coberturas ofensivas) e dar linhas de
passe para variar o centro de jogo, principalmente no meio campo ofensivo pois os 2 interiores encontram-se quase sempre muito subidos. Atenção ao remate de longe nas segundas
bolas no corredor central.
9 Leandro - Os dois médios interiores encontram se muitas vezes paralelos, e realizam movimentos similares apesar de características diferentes. O 8 é mais físico, joga mais simples, mais 1º
toque e realiza roturas sem bola (atenção à sua estatura quando aprece como 2º avançando em cruzamentos), o 10 é mais técnico, precisa de mais contacto com bola, raramente solta
de primeira e desequilibra em transporte (lance do penalty). Ambos em constante movimento para dar soluções de passe a toda a equipa, em especial, aos laterais e aos alas. Na 1ª
parte jogou 8 à esquerda e 10 à direita na 2ª parte foi ao contrário.
- Os 2 médios ala são os desiquilibradores por natureza da equipa, sempre que têm bola procuram imprimir velocidade e assumir duelos individuais, saem do drible para fora e para
dentro com a mesma facilidade. Raramente procuram bola no corredor central. Andam sempre a procura do momento para assistir o 9 (poucos cruzamentos de longe, mais de linha de
Transição Ofensiva fundo com bola rasteira). O 7 é mais interventivo, sempre pedir bola e procurar jogo, muito confiante, o 11 é mais discreto mas com mesma velocidade e eficácia. Com bola do lado
- Mudança de mentalidade rápida. Após recuperação dão contrário ficam bem abertos a dar largura. 1ª parte o 7 (destro) jogou a esquerda e o 11 (canhoto) à direita, na 2ª parte foi ao contrario.
largura e linhas e de passe para circular procurando a - O 9 é muito móvel e dinâmico, tanto baixa para dar apoio frontal (ao 1ºtoque) como aparece em profundidade, tem capacidade de explosão o que o torna perigoso em desmarcações
progressão com construção curta. diagonais curtas. Com bola em baixo procura as costas do lateral, com bola perto da área procura as costas dos centrais. Boa movimentação dentro área para cruzamentos. Só aparece
- Muitas vezes pausam o jogo, optando por passe atrás e nos corredores laterais em momentos pontuais de troca posicional com os alas.
construção a partir de 1ª estação. - A equipa procura muitas bolas entre central e lateral adversário para os alas e o avançado. Quando o médio ala vem para dentro com bola, o avançado e o outro ala entram em
- Equipa ganha velocidade quando entra nos 2 Médios ala diagonais na procura de receber nas costas da defesa.
(fortes no transporte e no 1x1, arriscam). - Equipa consegue criar bons envolvimentos nos corredores laterais entre os laterais, os alas e médios ofensivos (em especial na esquerda com o 5).
- GR à mão procura rapidamente jogar nos médios alas. Substituições:
- Aparecem com muita gente, sempre os 3 da frente, pelo - 10 pelo 17 José Pedro (60min). O 17 entrou para médio ala direito e o 7 passou para médio interior esquerdo. Nada a referir pois foram 10min finais com pouco jogo e pouca bola no
menos 1 interior (muitas vezes os 2) e 1 lateral (quase sector ofensivo.
sempre o esquerdo). - 9 pelo 18 Juliano Camara (65min). O 18 entrou para ajudar no processo defensivo, pressionando a 1ª fase de construção adversaria.
Organização ofensiva – Linhas de passe na 1ª fase Transição ofensiva – Diagonais dos 3 da frente Organização defensiva – Apoio/cobertura dos laterais
11
7 11
8 10 11 7
7
6 9
10 8
X
5 2 X 5 6 2
X X
4 3
4 3
2. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO DE JOGO – SPORTING CP vs FC PORTO (JUNIORES C) Prof. João Filipe Machado
Organização Defensiva Transição defensiva – Espaço entre linhas
- Defesa zona com bloco alto. Muito pressionantes e agressivos sobre portador da bola em todo o campo. Procuram ter a defesa sempre bastante subida 8 10
e em linha. Não deixam o GR sair a jogar curto no pontapé de baliza e com bola corrida pressionam logo a partir dos centrais.
- GR joga muito baixo (dá pouca cobertura ao sector defensivo que está subido), pareceu pouco seguro, largou um cruzamento largo fácil e um remate à 5
figura.
- Bom posicionamento e coordenação entre os 2 centrais, agressivos sobre o avançado no ar e no chão, muito fortes nos duelos 1x1, a falta de
velocidade faz com que raramente abandonem o corredor central. 6
- Os laterais passam por muitas dificuldades no processo defensivo pois têm pouco apoio, à frente dos alas e atras dos centrais, Sporting criou muitos
lances de perigo com envolvimento nas laterais, 2x1 sobre os defesas laterais. O 2 não tem aceleração e “levou” algumas diagonais longas nas costas, 4 3 2
compensa velocidade com estrutura física e bom posicionamento. O 5 dá espaço entre central e lateral, por ai surgiram os cruzamentos mais perigosos.
- O 6 ocupa sempre o espaço à frente da defesa, “trinco”, juntando se muitas vezes aos centrais. Ocupa muito espaço pelo seu poder físico e pela
agressividade sobre a bola e o espaço, forte no jogo aéreo. Os 2 interiores sobem para pressionar alto, procuram encostar hxh.
- Os médios ala têm cultura a fechar dentro e baixar para defender mas não aproximam muito do lateral para dar ajuda e impedir situações de
inferioridade numérica. com bola do lado contrario muitas vezes ficam em cima
- O 9 é intenso na pressão sobre os centrais com bola e ainda ajuda sobre o médio defensivo
- No final com o cansaço e as substituições passaram a revelar alguma desorganização, devido à passagem do 7 para interior que não cumpre
defensivamente e com o 8 completamente esgotado (sempre muito subido e mal posicionado).
Transição Defensiva
- Capacidade rápida de mudança de mentalidade, fortes na 1ª zona de pressão (zona da bola) mas realizam o processo
com pouca gente.
- Falta de espírito de sacrifício dos 5 homens da frente (7, 8, 9, 10 e 11) para recuperar rápido (encontram se Esquemas Tácticos defensivos
desposicionados muitas vezes e voltam devagar). - Nos lançamentos de linha lateral marcam zona e mantêm a
- Equipa expõe se muito na dinâmica ofensiva ficando muitas vezes apenas com 3 defesas (2, 3 e 4) e o medio posição não se deixando arrastar atras das marcações.
defensivo disponíveis para recuperação. - Nos cantos defendem zona. 1 lateral em cada poste, o 6 no 1º
- Muito espaço entre sector defensivo e o meio campo pois os interiores estão longe e o 6 fica muito baixo. espaço, uma linha de 3 na pequena área, 2 numa segunda linha, o
- Falta de velocidade do sector defensivo com bolas em profundidade. 10 na entrada da área e 11 ou 7 fora da área do lado da bola
consoante o lado do canto. Se for canto curto saiem 2 na bola, o
11/7 e o 10. Existe espaço para finalizar na zona fora da pequena
área pois linha de 3 está muito baixa e linha de 2 não tem
estatura.
Esquemas Tácticos Ofensivos - Livre lateral: barreira com lateral e ala do lado da falta, 6 no 1º
- Bola de saída: 2 subido e interiores na linha meio campo, 7 entra no meio campo adversário com bola, simula passe para direita (2) e realiza um passe espaço, 9 na frente e 10 na transição e o resto em linha marcam
de rotura para o 11 partir para uma jogada de 1x1. zona.
- Lançamentos de linha lateral: primeira opção é sempre bola curta, alas e interiores aparecem e movimentam-se para receber no pé. Em último caso - Livre frontal: é igual ao livre lateral apenas aumentam os
bola mais longa para a frente. (igual dos 2 lados) jogadores da barreira.
- Livres laterais: só batem para a área no último terço, até la procuram seguir curto e rápido para surpreender. Quando batem para a área procuram a - No Pontapé de Baliza o 9 com ajuda dos alas obrigam a bater.
zona do penalty, bateu sempre o 6. 2 jogadores ficam linha meio campo, 1 na transição, 1 a dar largura junto ao corredor da bola, 1 na entrada da área e Quando bate os 3 da frente não participam, ficam soltos para
4 aparecem para finalizar com movimentos verticais directos para atacar a bola. transição, o resto baixa e junta no corredor central.
- Cantos: variam a bater entre o 7 e o 11 à esquerda e à direita. Canto curto tentaram algumas vezes com aproximação do 10, e tanto saiu bola para
cruzar de zona interior como da linha de fundo de jogador embalado. Colocam 2 jogadores atras, 1 em transição e 1 na entrada área, 3 atacam de forma
vertical a bola, o 8 procura o espaço vazio no 2º poste e quando é o 7 a bater 11 fica dentro, quando é o 11, 7 fica entrada área. A vencer subiu apenas
um dos centrais.
- Pontapé de baliza: 1ª opção é sempre sair jogar curto (pelos centrais), os centrais abrem na largura da área para receber. Se tiver bater bola sai na linha
de meio campo para zona da meia esquerda.
- Livre frontal: o único bateu o 6 forte e potente de muito longe. Mas equipa posicionou se forma curiosa com jogadores à direita e à esquerda da bola
na área e com o 10 em apoio frontal a bola, parecendo que possa surgiu algo estudado dali.
- Penalty: Bateu o 6 rasteiro para sua direita.
3. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO DE JOGO – SPORTING CP vs FC PORTO (JUNIORES C) Prof. João Filipe Machado
Bolas Paradas – Pontapé de Canto – Posicionamento Defensivo Bolas Paradas – Livre Lateral – Posicionamento Defensivo Bolas Paradas – Livre Frontal – Posicionamento ofensivo
2 6 5
11
5 7 10
10 7
10
7
6
8 11 3 9 4 8 2 3 11
9 8 4
6
3 4 8
2 5
Bolas Paradas – Pontapé de Canto – Posicionamento Ofensivo Bolas Paradas – Livre Lateral – Posicionamento Ofensivo Bolas Paradas – Bola de Saída – Posicionamento Ofensivo
2 5 2 5 6
10
6
2
6
8 10 11
10 11 / 7 11
7 9
8 7
9 4 8 3 9
3 4
7 / 11
Observações
- Os dados relativos ao relatório consistem na
observação do jogo SCP vs FCP (22.04.2012) Pontos a explorar
- Golo: 0-1 Neves de Penalty, após falta sobre - Falta de velocidade do sector defensivo (sempre
Couto, que embala com bola depois de tabelar com a sua linha subida). Pontos fortes
com Mata. - Falta de apoio e cobertura dada aos laterais - Qualidade da posse e circulação de bola.
- Depois do golo a equipa procurar passar a ter (permite momentos de superioridade numérica). - Boa organização tactica defensiva colectiva e
ainda mais posse de bola mas posse apenas pela - Pouca gente a participar nas recuperações agressividade sobre a bola.
posse, controlar jogo e perder tempo. São defensivas (explorar o espaço entre o médio - Agressividade com bola e capacidade
“matreiros” a conquistar faltas e alguns jogadores defensivo e os interiores). desequilibradora de Mata e Bruno Costa.
foram assistidos neste período. - Defesa zonal muito perto da baliza nos cantos - Poderio físico no corredor central, Sandro,
- Pareceu não ter banco pois foram efectuadas defensivos e falta de estatura da 2ª linha. Varejão e Neves.
apenas 2 alterações com alguns jogadores a - Insegurança do GR. - Dinâmica de vitoria, atitude competitiva e
arrastarem se no campo levando mesmo à perda - Excesso de passes de risco em zonas recuadas maturidade emocional.
de controlo do jogo nos minutos finais. E os atletas permite recuperar à frente com uma pressão
que entraram não pareceram estar ao nível dos organizada.
titulares.
4. RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO DE JOGO – SPORTING CP vs FC PORTO (JUNIORES C) Prof. João Filipe Machado
Organização ofensiva
- Realizam poucos passes curtos, na 1ª fase são lentos e previsíveis, facilmente optam pelo jogo directo com
preferência pelos 2 médios ala. Equipa procura ser objectiva e vertical, optando pelo passe longo após poucas
trocas de bola curtas, procura das costas da defesa com diagonais ou ao longo do corredor lateral. Raramente
variam o centro de jogo, insistem no mesmo corredor e resolvem muitas vezes as situações com acçoes
individuais.
1 Pedro Silva - Os 2 laterais procuram dar profundidade aparecendo em muitos envolvimentos ofensivos, à vez, Araujo por ser
destro tem mais dificuldades de ter sucesso nas suas acçoes.
- Fabio Martins foi muito posicional apesar de intenso a procurar jogo e agressivo com bola arriscando passes e
remate longe, Aguilar é pouco dinâmico, estático, joga simples, não arrisca, não sai corredor central, Moretto
esteve abaixo do normal, poucas roturas, pouco transporte, não foi desequilibrador.
3 Paz 4 Matos - Empis sempre a procura da linha final para cruzamento, Felicio tanto saia para dentro como para fora, foi dos
2 Tavares 5 Araújo alas que apareceram as jogadas de perigo, combinando com o interior ou com o lateral, passavam pelo lateral
contrário e cruzavam com perigo para Alex.
- Alex muita força e velocidade mas decide quase sempre mal, executa muitas vezes mal e tem dificuldades em
6 Martins finalizar.
Transição ofensiva
8 Aguilar 10 Moretto - Após recuperação intensa procura pelos 3 da frente, quase
sempre através de passe longo, risco máximo para explorar
possível superioridade ou igualdade numérica e o espaço nas
costas da defesa contrária.
7 Felício 11 Empis - Normalmente esta fase fica entregue a Felicio, Empis,
Moretto e Alex, o resto não arrisca muito e não se
9 Alex desposiciona. Quando bola entra nestes 4 assumem
normalmente o transporte na procura de situações de 1x1.
Organização defensiva
- Defesa zona com bloco alto e pressionante (durante os primeiros 15min) esse é o objectivo do treinador mas
Substituições: equipa só respondeu no inicio depois aparece o cansaço e devido à falta de espirito de sacrifício para tarefas
* Saiu 9 pelo 18 Iuri Pinto defensivas acabam por estar subidos mas deixam de ser pressionantes e só respondem aos soluções criando
* Saiu 6 pelo 17 Edson Gaspar (baixou Aguilar janelas de oportunidade para progressão.
para médio defensivo e ficou Edson a jogar ao - 2 laterais tiveram dificuldades nas situações de 1x1 em velocidade, Paz não demonstrou ter andamento para
lado de Moretto) este nível.
- Moretto ficava muito longe de Aguilar e Martins, Empis ajuda e fecha por dentro, Felicio tem vontade mas não
tem rotinas do lugar que se nota com decorrer do jogo e em momentos específicos na ajuda ao lateral e a fechar
o corredor central.
Transição defensiva
- Os mesmo 4 (Felicio, Moretto, Empis e Alex) que estão
sempre prontos para os momentos de transição defensiva
são aqueles que são aqueles que desiquilibram a equipa na
recuperação para tras pois não se posicionam correctamente
e não têm “vontade” para voltar rápido.