Entrevista pingue-pongue realizada com a ex-vocalista do grupo Kaoma, Loalwa Braz, em 27 de agosto de 2011 no Hotel La Brise (Cabo Frio/RJ), como avaliação da disciplina Jornalismo Impresso II, no curso de graduação de Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida - campus Cabo Frio.
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Entrevista com Loalwa Braz
1. LOALWA BRAZ
ArtistadoMês Agosto de 2011
Foto-divulgaçãoviasitewww.sedativo.files.wordpress.com
Entrevista Exclusiva
uem não se lembra do grande
sucesso que foi a lambada nos anos 90?
Provavelmente, só quem não era nascido
ainda... E um dos maiores responsáveis
pela difusão do ritmo no Brasil e no
exterior foi o grupo Kaoma.
De grande representatividade para a
cultura brasileira, Loalwa Braz, ex-
vocalista do grupo na época, lança na
atualidade seu DVD, Ensolarado, e tenta
reconquistar seus fãs.
Q
Universidade Veiga de Almeida | Graduação em
Jornalismo | Disciplina: Jornalismo Impresso II
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2. "A RECORDAÇÃO VAI
ESTAR PRA SEMPRE
AONDE FOR..."
LOALWA BRAZ, EX- VOCALISTA DO GRUPO KAOMA,
FALA SOBRE SUA VIDA ARTÍSTICA DE ONTEM E HOJE
Não, não tem como esperar um sucesso tão grande
assim. Eu tinha acabado de fazer um disco novo,
mais pro lado jazzístico, quando me chamaram para
uma audição em que iam escolher, entre vinte
cantoras, uma para um projeto com a música que os
produtores já tinham. Acabou que eu fui a escolhida.
No grupo, já existiam algumas pessoas, tinha
acabado de ser formado quando eu entrei e batizei
de Kaoma.
parte da minha vida naturalmente, devido aos meus
pais, e continuou depois sendo uma coisa como
respirar.
1) Como foi o início da sua carreira no Kaoma?
TInha como esperar o sucesso que teve?
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2) E tem algum significado o nome Kaoma?
Nennum! Só o som.
3) Sabe-se que sua família é de músicos. Como
isso inluenciou na sua carreira?
Acaba sendo uma tendência natural... Você está
dentro da barriga e a mãe tocando piano clássico; e
você cresce tendo a sorte de escutar, por causa do
grupo do pai, chorinho. Então, isso só acrescenta.
Fiz piano clássico dos quatro até os doze. Com doze
anos, já fazia baile. A minha primeira composição foi
aos 11 anos de idade. Então, a música sempre fez
4) Agora, vamos viajar... Você passou 25 anos na
França. O que você trouxe de lá?
Eu ainda moro lá. Eu tenho uma casa lá e outra, aqui.
Meu marido é francês e, agora, ele está lá. A gente
evita ficar mais de um mês separado, só que agora já
estamos há quatro anos e meio porque eu tenho
que estar mais no Brasil para o lançamento do DVD.
5) Em algumas entrevistas que concedeu, você
disse ter mais popularidade no exterior do que
no Brasil. Você acha que tem mais
reconhecimento do seu trabalho lá fora? Por
quê?
Não é mais reconhecimento porque a pessoa só
reconhece quando ela te conhece. Então, é normal
que as pessoas me conheçam mais fora do Brasil
porque lá eu estou sempre em televisão. Agora,
graças a Deus, eu vou fazer bons programas de
televisão de alto nível e cavar o meu nome aqui. No
dia 12 de setembro, por exemplo, vou estar no Jô
Soares.
3. Não. As pessoas só sabem o que é o grupo Kaoma e
agora elas vão começar a saber: Loalwa Braz era a
vocalista do grupo Kaoma e tem uma carreira solo,
paralela, que tem músicas e letras legais e que não é
só lambada. As pessoas não são obrigadas a me
conhecer. Eu tenho que me apresentar, elas julgam
meu trabalho e, se gostarem, passam a me ouvir.
6) Mas você já não é conhecida aqui no Brasil?
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7) E como você julgaria o seu show de ontem
aqui, em Cabo Frio, no baile "Noite Caliente"?
As pessoas que estavam ontem no show gostaram
porque eu tive uma grande receptividade das
minhas músicas novas. Ontem, eu cantei só três
músicas antigas.
8) E a cidade, você já havia estado em Cabo Frio,
está gostando?
Sim, já estive., e eu gosto muito do litoral: Iguaba,
Araruama, Saquarema, Cabo Frio...
10) E, para você, qual a diferença entre lambada
e zouk?
A gente dança, o que eles chamam de zouk, uma
música nova, que vem do "1,2,3" da lambada, mas os
passos são completamente diferentes. Eu acho até
que é mais puro, principalmente o neozouk, que
parece com o ballet.
A lambada tem muito de salsa e o zouk, não. Mas, se
a lambada não tivesse esistido, não existiria o que
eles chamam agora de zouk brasileiro ou de
lambazouk.
11) Você gosta de dançar?
Eu não sei dançar, eu tenho swing, mas não a
técnica de bailarino. E também não me proponho a
isso. Eu gosto de me expressar através da dança
porque eu acho que faz parte do meu trabalho. Eu
fiz dança durante um bom período da minha vida,
fiz muito jazz, mas não me considero uma pessoa
com técnica para dançar. A música me impulsiona a
sair de dentro de mim e dançar.
9) Para você, o ritmo lambada tem força ainda
hoje? E o que você acha da dança que veio
como continuidade da lambada, o zouk
brasileiro?
A lambada tem força, sim. O zouk é a lambada. E a
lambada sempre teve essa mistura com o zouk
porque a lambada começou ali no norte, do lado do
Caribe. Na verdade, ela está voltando às origens.
Mas tem a música zouk e é uma confusão porque, na
época que começou a história da lambada com o
Kaoma, as pessoas chamavam a música de lambada.
mas lambada é a dança. Por marketing, colocaram
"la lambadá". O nome da música no disco do Kaoma
é assim, "A Lambada". Então, as pessoas tiveram aqui
no Brasil a escolha do nome zouk porque é uma
dança que já existe lá fora, mas não tem nada a ver
com a dança zouk adotada aqui no Brasil. Agora,
está todo mundo chamando de lambazouk.
Foto:KarySubieta
4. POR KARY SUBIETA,
ESTUDANTE DO
4ºPERÍODO
DE JORNALISMO
Eu estou escrevendo um livro, que deve ficar pronto
até o fim do ano, espero. Eu já falo isso há dois anos.
14) Depois do lançamento deste DVD, você já
tem algum outro projeto em mente?
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15) E do que fala exatamente o livro? Da
carreira, da arte? Ou é uma biografia?
Um pouco de cada. Eu falo da minha vida, sim, mas
a minha aventura "kaomesta" é um dos meus
principais focos. Há coisas muito interessantes para
contar, lágrimas... Mas tem também coisas da minha
vida de infância. Eu acho que está ficando muito
legal.
É aprendizado, tem curiosidades da minha vida, mas
também quero que as pessoas possam levar uma
lição através daquilo. A mulher, as cantoras que o
lerem... Então, ele tem que ser forte e leva, ao
mesmo tempo. Ele tem que ser paradoxal, como seu
sou.
12) Como você definiria a Loalwa Braz? O que
ela gosta de fazer fora se dedicar à música?
Eu sou uma pessoa muito simples e complicada ao
mesmo tempo. Acredito em uma característica de
signo: eu sou geminiana e o meu humor, às vezes,
muda com muita facilidade. E eu tô passando por
uma transformação muito grande. Faço coisas além
do meu limite, como se eu tivesse várias pessoas
dentro de mim.
Como pessoa, no meu dia-a-dia, eu sou muito
caseira. Só gosto de sair para trabalhar. Sou
noveleira, gosto de ficar em casa. Talvez porque eu
tenha começado a cantar muito jovem. Perdi muitas
noites de sono, então eu dou muito valor a isso,
gosto de dormir cedo e acordar cedo.
13) E a cidade, você já havia estado em Cabo
Frio, está gostando?
Sim, já estive., e eu gosto muito do litoral: Iguaba,
Araruama, Saquarema, Cabo Frio...
Foto:Produção