Carlos Drummond de Andrade foi um poeta brasileiro nascido em Minas Gerais no século XX. Formou-se em farmácia e ajudou a fundar a revista Modernista "A Revista". Publicou vários livros de poesia ao longo da vida explorando temas como o indivíduo, amor, família e existência. Faleceu no Rio de Janeiro em 1987 deixando uma vasta e complexa obra poética.
2. Biografia
Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória
viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posteriormente, foi
estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no
colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e
outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o
modernismo no Brasil. No mesmo ano em que publica a
primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema
Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima
do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras de
Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr.
Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da
literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Bem,
durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário
público, embora tenha começado a escrever cedo e
prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de
Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora
Maria Julieta Drummond de Andrade.Além de poesia,
produziu livros infantis, contos e crônicas.
3. Drummond e o Modernismo
Brasileiro
Drummond, como os modernistas, proclama
a liberdade das palavras, uma libertação do
idioma que autoriza modelação poética à
margem das convenções usuais. Segue a
libertação proposta por Mário e Oswald de
Andrade; com a instituição do verso livre,
acentua-se a libertação do ritmo, mostrando
que este não depende de um metro fixo
(impulso rítmico). Se dividirmos o
Modernismo numa corrente mais lírica e
subjetiva e outra mais objetiva e concreta,
Drummond faria parte da segunda, ao lado
do próprio Oswald de Andrade.
4. A escola de samba Estação Primeira de
Mangueira o homenageia em 1987 com o samba-
enredo O reino das palavras e é campeã do
carnaval carioca naquele ano. No dia 5 de agosto
morre a mulher que mais amou, sua amiga
confidente e filha Maria Julieta. Desolado,
Drummond pede a sua cardiologista que lhe receite
um “infarto fulminante”. Apenas doze dias depois,
em 17 de agosto de 1987, Drummond morre numa
clínica em Botafogo, no Rio de Janeiro, de mãos
dadas com Lygia Fernandes, sua namorada com
quem manteve um romance paralelo ao casamento
e que durou 35 anos (Drummond era 25 anos mais
velho e a conheceu quando ele tinha 49 anos). Era
um amor secreto, mas nem tanto. Lygia contaria ao
jornalista Geneton Moares Neto (a quem
Drummond concedeu sua última entrevista) que “a
paixão foi fulminante”.
5.
6. Temas típicos da poesia de
DrummondO Indivíduo: "um eu todo retorcido". O eu lírico na poesia de
Drummond é complicado, torturado, estilhaçado. Vale ressaltar que o
próprio autor já se definia no primeiro poema de seu primeiro livro
(Alguma Poesia) como um gauche, ou seja, alguém desajeitado,
deslocado, tímido, posição que marca presença em toda sua obra.
A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa
para se formar.
A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a
estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio.
Os Amigos: "cantar de amigos" (título que parafraseia com as Cantigas
de Amigo). Homenagens a figuras que o poeta admira, próximas ou
distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de
Assis a Charles Chaplin.
O Choque Social. O espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas
limitações face aos outros.
O Amor: Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é
uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio .
A Poesia. O fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia.
Exercícios lúdicos, ou poemas-piada. Jogos com palavras, por vezes de
aparente inocência naïf.
A Existência: a questão de estar-no-mundo.
7. Com uma obra tão vasta e complexa, torna-se
praticamente impossível classificar ou rotular os poemas
de Drummond. O olhar suave, a visão crítica, o tom
sarcástico, a liberdade métrica dos versos e até mesmo
as rimas se encontram e desencontram em sua escrita.
Por não se prender a qualquer rótulo ou barreira,
conseguiu que seu nome fosse sempre associado ao novo.
CIDADEZINHA QUALQUER
1967 - JOSÉ & OUTROS
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... As janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
8. Não deixe o amor passar
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu
coração parar de funcionar por alguns segundos, preste
atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o
mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a
pessoa que você está esperando desde o dia em que
nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for
apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste
momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa
pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o
coração, agradeça: Deus te mandou um presente:
O Amor.
Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as
loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa
da vida:
O AMOR.
Carlos Drummond de Andrade
9. Livros e Poemas
o Quando é dia de futebol;
o A Palavra mágica;
o As palavras que ninguém diz;
o Vó caiu na piscina;
o A cor de cada um;
o Criança dagora é fogo!
http://www.carlosdrummonddeandrade.com.br/poemas.php?poema=4
10. Notícia
Carlos Drummond amanheceu em clima de
copa
Em dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo, a
estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade
amanheceu com camisa da seleção. Na versão
especial, ela tem o número 10 nas costas e versos da
poesia do mineiro: “Futebol se joga no estádio?
Futebol se joga na praia, futebol se joga na rua,
futebol se joga na alma”. A poesia completa está no
livro “Quando É Dia de Futebol” (Ed. Record), que
foi colocado nas mãos da estátua para promover
seu lançamento. Para garantir a festa, a editora
contratou um segurança para vigiar a estátua até
as 21h. Em dezembro do ano passado, a estátua
ganhou uma câmera de segurança para tentar atos
de vandalismo. Desde 2007, seus óculos de bronze
foram roubados oito vezes.