SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 34
SERÁ A ÉTICA RELATIVA?


DIVERSAS RESPOSTAS AO PROBLEMA
QUESTÃO CENTRAL      OUTRAS FORMAS DE EXPOR O PROBLEMA:

OS JUÍZOS DE VALOR  Há juízos morais universalmente válidos ou
  TÊM VALOR DE                       objectivos?
VERDADE (PODEMOS
  DIZER QUE SÃO           Há verdades morais objectivas?
 VERDADEIROS OU    Há princípios e normas morais que, seja onde
     FALSOS)?               for, é errado não respeitar?




         Para respondermos a esta questão, vamos apenas
        debruçar-nos sobre os juízos de valor com conteúdo
        moral, por serem aqueles que aplicamos com maior
        regularidade no nosso dia-a-dia.
VÁRIAS RESPOSTAS AO PROBLEMA:
        1. O Relativismo Cultural (RC)
       2. O Subjectivismo Moral (SM)
3. A Teoria dos Mandamentos Divinos (TMD)
         4. O Objectivismo Moral
      5. O Universalismo Moderado
1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas
não são objectivas.


      «Matar é errado», «Roubar é incorrecto» e «Mentir
       é imoral». Será que estes juízos são verdadeiros?
      Será que são objectivos e universais? «Há verdade e
      falsidade em assuntos morais?», «Faz sentido dizer
        que uma crença moral é correcta e que outra é
                           errada?»

      O relativismo cultural afirma que aqueles juízos são
  verdadeiros mas não em todo o lado e para todas as pessoas.
  A verdade dos juízos morais é relativa ao que cada sociedade
  aprova. Moralmente verdadeiro é o que cada sociedade - ou
     a maioria dos seus membros - acredita ser verdadeiro.
    Moralmente verdadeiro é igual a socialmente aprovado e
     moralmente errado é igual a socialmente desaprovado.
1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas
não são objectivas.

  Um juízo moral é falso quando os membros – a maioria – de
   uma sociedade o consideram falso e verdadeiro quando o
 consideram verdadeiro. Assim, afirmar que «Matar é errado»
      significa dizer «A sociedade X considera que matar é
  moralmente incorrecto». Afirmar que «Matar é moralmente
 correcto» significa dizer «A sociedade X considera que matar é
                      moralmente correcto».
 As convicções da maioria dos membros de uma sociedade são a
 autoridade suprema em questões morais. O relativismo cultural
  acerca de assuntos morais afirma que o código moral de cada
 indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade em
  que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são
     verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a
         sociedade a que pertence considera verdadeiro.
1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas
não são objectivas.

        ARGUMENTO CENTRAL DO RELATIVISMO
                   CULTURAL

       PREMISSA 1   O que é considerado moramente
                    correcto ou incorrecto varia de
                    sociedade para sociedade. (Diversas
                    culturas dão diferentes respostas às
                    mesmas questões morais).
       PREMISSA 2   O que é moralmente correcto ou
                    incorrecto depende do que cada
                    sociedade acredita ser moralmente
                    correcto ou incorrecto.
       CONCLUSÃO    Logo, não há nenhuma resposta
                    objectivamente verdadeira a essas
                    questões (não há verdades morais
                    universais)
1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas
não são objectivas.




              RESUMINDO O ARGUMENTO:

       PREMISSA     Diversas culturas dão diferentes
                    respostas às mesmas questões
                    morais.

       CONCLUSÃO    Logo, não há nenhuma resposta
                    objectivamente verdadeira a essas
                    questões (não há verdades morais
                    universais)
1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas
 não são objectivas.




 PREMISSA          Diversas culturas discordaram quanto
                   à forma da Terra (umas pensaram
                   que era esférica, outras plana, outras
                   esférica mas um pouco achatada)

 CONCLUSÃO         Não há nenhuma verdade objectiva
                   acerca da forma da terra.



A premissa é verdadeira mas a conclusão é falsa (sabemos que a Terra é redonda).
Como de premissa verdadeira não pode logicamente derivar conclusão falsa este
argumento não é válido. Como o argumento do R.C. tem a mesma forma deste,
temos de concluir que não é válido.
1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas
não são objectivas.




       Há uma diferença significativa entre o que uma sociedade
       acredita ser moralmente correcto e algo ser moralmente
       correcto.

   O relativismo moral cultural transforma a diversidade de opiniões e de
   crenças morais em ausência de verdades objectivas. Mas isso pode ser sinal
   de que há pessoas e sociedades que estão erradas e não de que ninguém
   está errado. Se duas sociedades têm diferentes crenças acerca de uma
   questão moral, o relativista conclui que então ambas as crenças são
   verdadeiras. Os adversários do R.C. objectam que a conclusão não deriva
   necessariamente da premissa porque essa discórdia pode ser sinal de que
   uma sociedade está certa e a outra está errada.
1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais
mas não são objectivas.




       O RMC reduz a verdade ao que a maioria julga ser
       verdadeiro.


  Desde quando o que maioria pensa é
  verdadeiro e moralmente aceitável? Os nazis
  acreditavam e fizeram com que a maioria
  dos alemães acreditassem que os judeus
  eram sub-humanos e que exterminá-los era
  um favor que faziam à humanidade. Isso é
  claramente falso.
1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais
 mas não são objectivas.




         O RMC parece convidar-nos ao conformismo moral, a
         seguir, em nome da coesão social, as crenças dominantes.
Algumas pessoas ao longo da história quiseram e
conseguiram mudar a nossa maneira de pensar acerca
de certos problemas morais. Estou a lembrar–me de
quem combateu a escravatura em nome dos
ensinamentos de Cristo – embora os defensores da
escravatura dissessem que a Bíblia justificava o que
faziam – de quem lutou contra o apartheid na África do
Sul( Nelson Mandela) e contra a segregação racial nos
EUA (Martin Luther King). Essas pessoas fizeram bem à
humanidade, combateram injustiças e devemos–lhes
grande progresso moral. Ora, o RMC parece implicar que
a acção dos reformadores morais é sempre incorrecta.
1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais
mas não são objectivas.




       O relativismo moral torna incompreensível o progresso
       moral

É verdade ou pelo menos parece que não há acordo entre os seres humanos
sobre muitas questões morais. Mas também é verdade que a humanidade tem
realizado progressos no plano moral. A abolição da escravatura, o
reconhecimento dos direitos das mulheres, a condenação e a luta contra a
discriminação racial são exemplos. Falar de progresso moral parece implicar
que haja um padrão objectivo com o qual confrontamos as nossas acções. Se
esse padrão objectivo não existir não temos fundamento para dizer que em
termos morais estamos melhor agora do que antes. No passado, muitas
sociedades praticaram a escravatura mas actualmente quase nenhuma a
considera moralmente admissível.
1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais
mas não são objectivas.




      O relativismo moral torna incompreensível o progresso
      moral (continuação)



 Muitos de nós e com razão consideramos esta mudança de comportamento e
 de atitude um sinal de progresso moral. Mas se para o RMC nenhuma
 sociedade esteve ou está errada nas suas crenças e práticas morais torna-se
 difícil compreender a ideia de progresso moral. Tudo o que o R.M.C. nos
 permitiria dizer é que houve tempos em que a escravatura era moralmente
 aceitável e que agora ela é já não é aceite.
O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em
assuntos morais


                          SUBJECTIVISMO
                             MORAL:
           Forma de relativismo segundo a qual cada indivíduo
           responde às questões morais baseado no seu código
           moral pessoal e não pode estar errado se os seus
           juízos corresponderem aos seus sentimentos. Os
           nossos juízos morais baseiam-se nos nossos
           sentimentos e como os sentimentos são subjectivos
           nenhum juízo moral é objectivamente certo ou
           errado. É também denominado relativismo
           individual.
O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em
 assuntos morais

              JOÃO                                          MIGUEL
     «É moralmente errado
     matar animais para os
      comermos além de
        desnecessário»
                                    =
                                    /
                                                  «É moralmente correcto
                                                   matar animais para os
                                                       comermos»




Segundo o subjectivismo ambos os juízos morais são verdadeiros porque cada um está
em conformidade com os princípios em que cada um dos indivíduos acredita. Uma vez
que João aceita o princípio de que matar animais para os comer não é incorrecto, o
seu juízo é verdadeiro para ele. Como Miguel tem como princípio moral pessoal que é
errado matar animais para esse fim, o seu juízo também é verdadeiro. Para o
subjectivismo moral não tem sentido perguntar quem está errado acerca da correcção
ou incorrecção moral de matar animais para os comer.
O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em
 assuntos morais




A cada qual a sua opinião de acordo com aquilo em que
acredita e em nenhum caso o juízo moral de uma pessoa é
mais correcto ou razoável do que o de outra. O
subjectivismo ético, a que podemos chamar relativismo
individual, afirma que todas as opiniões acerca de assuntos
morais e estilos de vida devem ser consideradas
igualmente boas. A tolerância parece ser um elemento
central do subjectivismo moral. Rejeita a subordinação do
indivíduo ao modo de pensar da maioria da sociedade e
não acredita em verdades morais absolutas e objectivas.
Ninguém pode dar lições de moral a ninguém. A cada qual
a sua verdade e assim deve ser.
O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em
assuntos morais




     O subjectivismo moral torna inviável a discussão de
     questões morais.

  O subjectivismo moral parece sugerir que não podemos dizer que as
  opiniões e juízos morais dos outros estão errados. Se as verdades morais
  dependem dos sentimentos de aprovação ou de desaprovação de cada
  indivíduo basta que os nossos juízos morais estejam de acordo com os
  nossos sentimentos para serem verdadeiros. Um genuíno debate moral em
  que cada interlocutor tente convencer o outro das suas razões acerca de
  algo em que acredita perde qualquer sentido. Para o subjectivista será
  mesmo sinal de intolerância.
O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em
assuntos morais




      O subjectivismo ético acredita que não há juízos morais
      objectivos porque os assuntos morais são objecto de discórdia
      generalizada mas isso não prova que não haja uma resposta
      correcta ou verdades objectivas.
   Será que o facto de as pessoas discordarem
   acerca da existência de Deus prova que não há
   uma resposta à questão Será que Deus existe?
   Durante muito tempo as pessoas pensaram que
   as doenças eram causadas por demónios.
   Sabemos hoje em dia que na maioria dos casos
   são causadas por microrganismos, tais como
   bactérias e vírus.
O OBJECTIVISMO MORAL.



    HÁ VERDADES MORAIS
         OBJECTIVAS



Havendo verdades objectivas
podemos considerar como certas
ou erradas certas práticas morais
de certas culturas ou de
indivíduos. A moral é a mesma
para todos e não depende de
crenças culturais,de sentimentos
individuais nem de Deus.
A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não
existisse nada seria moralmente certo ou errado.




                      ROUBAR É ERRADO

         O que torna este juízo moral verdadeiro? O
         facto de Deus ter determinado que roubar é
         errado. Moralmente correcto significa decidido
         e aprovado por Deus, o criador das leis morais.
         Moralmente errado significa que não foi
         querido nem é aprovado por Deus.
A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não
existisse nada seria moralmente certo ou errado.


                          A verdade moral
                      depende da vontade de
                      Deus e não da vontade
                        dos seres humanos
       Para a Teoria dos Mandamentos Divinos, há também
      juízos morais verdadeiros. Mas esta verdade não
      depende do que o indivíduo ou as culturas julgam ser
      moralmente certo ou errado. A TMD opõe-se às duas
      teorias anteriores (O RMC e o SM) porque nenhuma
      delas permite falar de objectividade e universalidade
      dos juízos morais, tais como Roubar é errado e Matar
      é incorrecto.
A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não
 existisse nada seria moralmente certo ou errado.

                   Há normas morais absolutas ou
                        que devem ser sempre
                             respeitadas
Como a vontade de Deus é absoluta as normas morais que ela institui
são absolutas, isto é, valem para qualquer ser humano em qualquer
época e em qualquer lugar, não admitem excepções. Por outras
palavras, se Deus existe há um código moral absoluto - as leis ou
mandamentos de Deus - que constitui o critério fundamental que nos
permite avaliar as diversas crenças e práticas humanas. Assim, a prática
da tribo Kwakiutl de matar pessoas inocentes quando morre um
familiar é errada porque viola as leis de Deus. O mesmo se pode dizer
do costume indiano de queimar a viúva do esposo falecido juntamente
com este. Ambas as sociedades podem não o saber mas segundo a
perspectiva que estamos a expor isso só mostra que desconhecem a lei
de Deus.
A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não
existisse nada seria moralmente certo ou errado.




       Nem todos acreditamos que Deus existe.


   Para os defensores da teoria dos mandamentos divinos as verdades morais
   resultam da vontade de Deus. As noções de bem e de mal têm origem
   divina. Esta crença depende de uma crença mais básica e fundamental: a
   existência de Deus. Mas podemos provar que Deus existe? Podemos
   justificar a tese de que Deus existe? Parece que se há desacordo quanto à
   resposta correcta a determinada questão moral também há desacordo
   quanto a saber se Deus existe. Quem não acredita que Deus existe não tem
   de aceitar a teoria de que a moral depende da religião.
A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não
existisse nada seria moralmente certo ou errado.




      Mesmo os que acreditam na existência de Deus discordam
      quanto ao que Deus permite e proíbe.
O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios
morais universais.




        Há verdades morais que não dependem nem
        das crenças de cada cultura, nem dos gostos e
        sentimentos dos indivíduos, nem da vontade de
        Deus.

   Há valores e princípios universais. Essa universalidade é
   necessária (imprescindível).

   Há que distinguir verdades morais absolutas e verdades morais
   universais.
O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios
morais universais.


  Um princípio moral universal aplica-se a todos os indivíduos,
  mas admite excepções, conforme os casos. Um princípio moral
  absoluto aplica-se a todos os indivíduos seja qual for o caso,
  ou seja, não admite excepções. Todos os princípios ditos
  absolutos são universais mas nem todos os princípios ditos
  universais ou objectivos são absolutos.
O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios
morais universais.


          Verdades morais consideradas universais e
                        necessárias


              DEVEMOS PROTEGER AS CRIANÇAS
O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios
 morais universais.

        MENTIR É ERRADO


  Todas as culturas têm uma norma contra a mentira porque se
  houver a expectativa de que na maioria dos casos os outros vão
  mentir então a comunicação e a interacção social atingirão o
  ponto de ruptura e chegarão a um grave impasse.

        O ASSASSÍNIO É ERRADO

Nenhuma cultura aprova que se mate arbitrariamente alguém. Se
vivermos na expectativa permanente de que os outros nos podem
matar, se esta expectativa for a regra e não a excepção não
arriscaríamos dar um passo para fora de casa e a desconfiança
generalizada conduziria ao colapso da vida social.
HÁ VERDADES MORAIS?
• RELATIVISMO
Há verdades morais, mas não são objectivas.

                 RC                     SM
        As verdades morais As verdades morais
         dependem do que     dependem do que
       cada sociedade pensa. cada indivíduo sente e
                             aprova ou desaprova.
• TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS
Há verdades morais e são absolutas.


• UNIVERSALISMO MODERADO
Há verdades morais e algumas são objectivas, mas não absolutas.
Podemos dizer que acerca de problemas
           éticos há juízos verdadeiros e falsos?
           Exemplo de juízo moral: Mentir é errado
• RELATIVISMO    CULTURAL           • SUBJECTIVISMO    MORAL
Este juízo é verdadeiro se uma      Este juízo é verdadeiro se estiver
sociedade ou cultura o              de acordo com os sentimentos,
considerarem moralmente             gostos e crenças de um indivíduo.
verdadeiro.
                   Não há verdades morais objectivas e
                   absolutas. Moralmente verdadeiro é o
                   que depende do que uma sociedade ou
                   um indivíduo acreditam ser verdadeiro.
• TEORIA DOS   MANDAMENTOS DIVINOS
Este juízo é verdadeiro porque Deus decidiu que é errado mentir


                   Há verdades morais absolutas


OBJECÇÕES:
1.Nem todos acreditamos que Deus existe.
2.Mesmo os que acreditam que Deus existe não estão de
acordo quanto ao que ele proíbe e permite.
•Universalismo moderado
                       Não devemos mentir
•Este juízo é verdadeiro porque a desconfiança generalizada
destruiria uma vida social minimamente saudável

                   Há verdades morais objectivas


OBJECÇÕES:
1.Há culturas que desprezam a honestidade e louvam a mentira
inteligente e eficaz.
O OBJECTIVISMO MORAL
 Há verdades morais objectivas
Há verdades morais que
valem     por      si,    são
independentes do que cada
cultura pensa e do que cada
indivíduo sente. No que
respeita   aos    valores   e
práticas morais é errado
pensar que ninguém está
objectivamente    certo    ou
objectivamente errado.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Determinismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoDeterminismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoAntónio Daniel
 
Determinismo_radical
Determinismo_radicalDeterminismo_radical
Determinismo_radicalIsabel Moura
 
A filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart millA filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart millFilazambuja
 
Determinismo_moderado
Determinismo_moderadoDeterminismo_moderado
Determinismo_moderadoIsabel Moura
 
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º AnoDeterminismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º AnoPedro Francisco
 
Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada Isabel Moura
 
Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)
Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)
Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)InesTeixeiraDuarte
 
Argumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivosArgumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivosIsabel Moura
 
Justiça e equidade teoria de john rawls
Justiça e equidade teoria de john rawlsJustiça e equidade teoria de john rawls
Justiça e equidade teoria de john rawlsRaquel Lopes da Costa
 
A filosofia moral de kant
A filosofia moral de kantA filosofia moral de kant
A filosofia moral de kantFilazambuja
 
3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvjIsabel Moura
 
Teoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantTeoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantJorge Lopes
 

La actualidad más candente (20)

O problema da moralidade da guerra
O problema da moralidade da guerraO problema da moralidade da guerra
O problema da moralidade da guerra
 
A teoria ética utilitarista de mill
A teoria ética utilitarista de millA teoria ética utilitarista de mill
A teoria ética utilitarista de mill
 
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderadoDeterminismo, libertismo e determinismo moderado
Determinismo, libertismo e determinismo moderado
 
Determinismo_radical
Determinismo_radicalDeterminismo_radical
Determinismo_radical
 
Comparação descartes hume
Comparação descartes   humeComparação descartes   hume
Comparação descartes hume
 
Kant e Stuart Mill
Kant e Stuart MillKant e Stuart Mill
Kant e Stuart Mill
 
A filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart millA filosofia moral utilitarista de stuart mill
A filosofia moral utilitarista de stuart mill
 
Determinismo_moderado
Determinismo_moderadoDeterminismo_moderado
Determinismo_moderado
 
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º AnoDeterminismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
Determinismo e Livre-arbítrio - Filosofia 10º Ano
 
Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada Conhecimento como crença verdadeira justificada
Conhecimento como crença verdadeira justificada
 
Popper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcaçãoPopper – o problema da demarcação
Popper – o problema da demarcação
 
Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)
Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)
Ética, Direito e Política (Teoria da Justiça de Rawls)
 
Argumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivosArgumentos não dedutivos
Argumentos não dedutivos
 
O empirismo de david hume
O empirismo de david humeO empirismo de david hume
O empirismo de david hume
 
Justiça e equidade teoria de john rawls
Justiça e equidade teoria de john rawlsJustiça e equidade teoria de john rawls
Justiça e equidade teoria de john rawls
 
A filosofia moral de kant
A filosofia moral de kantA filosofia moral de kant
A filosofia moral de kant
 
David hume e o Empirismo
David hume e o EmpirismoDavid hume e o Empirismo
David hume e o Empirismo
 
3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj3_contraexemplos_cvj
3_contraexemplos_cvj
 
Cepticismo
CepticismoCepticismo
Cepticismo
 
Teoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantTeoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de Kant
 

Destacado

Os valores e a acção a questão da objectividade e verdade das normas e do...
Os valores e a acção   a questão da objectividade  e verdade das normas  e do...Os valores e a acção   a questão da objectividade  e verdade das normas  e do...
Os valores e a acção a questão da objectividade e verdade das normas e do...Luis De Sousa Rodrigues
 
O relativismo cultural exposição extensa
O relativismo cultural   exposição extensaO relativismo cultural   exposição extensa
O relativismo cultural exposição extensaLuis De Sousa Rodrigues
 
Os valores e a acção o subjectivismo moral (2)
Os valores e  a acção    o subjectivismo moral (2)Os valores e  a acção    o subjectivismo moral (2)
Os valores e a acção o subjectivismo moral (2)Luis De Sousa Rodrigues
 
Relativismo Cultural
Relativismo CulturalRelativismo Cultural
Relativismo CulturalBruno Pedro
 
Comparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de millComparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de millLuis De Sousa Rodrigues
 
Diversas respostas ao problema da objectividade da ética actividades
Diversas respostas ao problema da objectividade da ética    actividadesDiversas respostas ao problema da objectividade da ética    actividades
Diversas respostas ao problema da objectividade da ética actividadesLuis De Sousa Rodrigues
 
Fil. 10º 2ºteste a
Fil. 10º 2ºteste aFil. 10º 2ºteste a
Fil. 10º 2ºteste aFilipe Prado
 
Regras de validade silogiística
Regras de validade silogiísticaRegras de validade silogiística
Regras de validade silogiísticaIsabel Moura
 

Destacado (20)

Os valores e a acção a questão da objectividade e verdade das normas e do...
Os valores e a acção   a questão da objectividade  e verdade das normas  e do...Os valores e a acção   a questão da objectividade  e verdade das normas  e do...
Os valores e a acção a questão da objectividade e verdade das normas e do...
 
A ética será relativa
A ética será relativaA ética será relativa
A ética será relativa
 
O relativismo cultural exposição extensa
O relativismo cultural   exposição extensaO relativismo cultural   exposição extensa
O relativismo cultural exposição extensa
 
Os valores e a acção o subjectivismo moral (2)
Os valores e  a acção    o subjectivismo moral (2)Os valores e  a acção    o subjectivismo moral (2)
Os valores e a acção o subjectivismo moral (2)
 
Relativismo Cultural
Relativismo CulturalRelativismo Cultural
Relativismo Cultural
 
Comparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de millComparação entre as éticas de kant e de mill
Comparação entre as éticas de kant e de mill
 
Diversas respostas ao problema da objectividade da ética actividades
Diversas respostas ao problema da objectividade da ética    actividadesDiversas respostas ao problema da objectividade da ética    actividades
Diversas respostas ao problema da objectividade da ética actividades
 
A noção de validade dedutiva
A noção de validade dedutivaA noção de validade dedutiva
A noção de validade dedutiva
 
A relatividade cultural
A relatividade culturalA relatividade cultural
A relatividade cultural
 
A falácia do boneco de palha
A falácia do boneco de palhaA falácia do boneco de palha
A falácia do boneco de palha
 
O essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofiaO essencial para os exames de filosofia
O essencial para os exames de filosofia
 
A teoria ética de kant
A teoria ética de kantA teoria ética de kant
A teoria ética de kant
 
A natureza moral do ser humano, LIÇÃO 3
A natureza moral do ser humano, LIÇÃO 3A natureza moral do ser humano, LIÇÃO 3
A natureza moral do ser humano, LIÇÃO 3
 
O subjectivismo moral
O subjectivismo moralO subjectivismo moral
O subjectivismo moral
 
Problema.mal
Problema.malProblema.mal
Problema.mal
 
3ºteste fil. c
3ºteste fil. c3ºteste fil. c
3ºteste fil. c
 
Objectivos 10 C, H, E
Objectivos 10 C, H, E Objectivos 10 C, H, E
Objectivos 10 C, H, E
 
Fil. 10º 2ºteste a
Fil. 10º 2ºteste aFil. 10º 2ºteste a
Fil. 10º 2ºteste a
 
Crítica ao Argumento Cosmológico
Crítica ao Argumento CosmológicoCrítica ao Argumento Cosmológico
Crítica ao Argumento Cosmológico
 
Regras de validade silogiística
Regras de validade silogiísticaRegras de validade silogiística
Regras de validade silogiística
 

Similar a Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais

Os valores e a acção o relativismo moral cultural (2)
Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)
Os valores e a acção o relativismo moral cultural (2)Luis De Sousa Rodrigues
 
Será a ética relativa algumas actividades (2)
Será a ética relativa   algumas actividades (2)Será a ética relativa   algumas actividades (2)
Será a ética relativa algumas actividades (2)Luis De Sousa Rodrigues
 
Os valores e a acção o subjectivismo moral
Os valores e  a acção    o subjectivismo moralOs valores e  a acção    o subjectivismo moral
Os valores e a acção o subjectivismo moralLuis De Sousa Rodrigues
 
Serão os valores morais relativos?
Serão os valores morais relativos?Serão os valores morais relativos?
Serão os valores morais relativos?Helena Serrão
 
A dimensão pessoal e social da Ética.pdf
A dimensão pessoal e social da Ética.pdfA dimensão pessoal e social da Ética.pdf
A dimensão pessoal e social da Ética.pdfjmapinho
 
Somos-Relativistas-Morais.pptx
Somos-Relativistas-Morais.pptxSomos-Relativistas-Morais.pptx
Somos-Relativistas-Morais.pptxKauNovaes1
 
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...Diego Góes
 
Texto25 P7
Texto25 P7Texto25 P7
Texto25 P7renatotf
 
eqt10_ppt_5.pptx
eqt10_ppt_5.pptxeqt10_ppt_5.pptx
eqt10_ppt_5.pptxMartaCruz74
 
O que é filosofia e os problemas filosoficos
O que é filosofia e os problemas filosoficosO que é filosofia e os problemas filosoficos
O que é filosofia e os problemas filosoficosCleonice Jordão
 
Relativismo desafio do relativismo cultural - rachels
Relativismo   desafio do relativismo cultural - rachelsRelativismo   desafio do relativismo cultural - rachels
Relativismo desafio do relativismo cultural - rachelsLeandro Klineyder
 
Religião – Racionalidade incoerente
Religião – Racionalidade incoerenteReligião – Racionalidade incoerente
Religião – Racionalidade incoerenteDiego Góes
 
Partilha ministerial
Partilha ministerialPartilha ministerial
Partilha ministerialAriel Montero
 

Similar a Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais (20)

Os valores e a acção o relativismo moral cultural (2)
Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)Os valores e a acção   o relativismo moral cultural (2)
Os valores e a acção o relativismo moral cultural (2)
 
Será a ética relativa algumas actividades (2)
Será a ética relativa   algumas actividades (2)Será a ética relativa   algumas actividades (2)
Será a ética relativa algumas actividades (2)
 
Os valores e a acção o subjectivismo moral
Os valores e  a acção    o subjectivismo moralOs valores e  a acção    o subjectivismo moral
Os valores e a acção o subjectivismo moral
 
Serão os valores morais relativos?
Serão os valores morais relativos?Serão os valores morais relativos?
Serão os valores morais relativos?
 
A dimensão pessoal e social da Ética.pdf
A dimensão pessoal e social da Ética.pdfA dimensão pessoal e social da Ética.pdf
A dimensão pessoal e social da Ética.pdf
 
Relativiso Moral
Relativiso MoralRelativiso Moral
Relativiso Moral
 
Somos-Relativistas-Morais.pptx
Somos-Relativistas-Morais.pptxSomos-Relativistas-Morais.pptx
Somos-Relativistas-Morais.pptx
 
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
Deus, uma ideia improvável -- Religião, psicologia, filosofia e sociedade. - ...
 
Ativ2 sandra
Ativ2 sandraAtiv2 sandra
Ativ2 sandra
 
Ativ2 sandra
Ativ2 sandraAtiv2 sandra
Ativ2 sandra
 
Texto25 P7
Texto25 P7Texto25 P7
Texto25 P7
 
1 - Ética
1 - Ética1 - Ética
1 - Ética
 
eqt10_ppt_5.pptx
eqt10_ppt_5.pptxeqt10_ppt_5.pptx
eqt10_ppt_5.pptx
 
O que é filosofia e os problemas filosoficos
O que é filosofia e os problemas filosoficosO que é filosofia e os problemas filosoficos
O que é filosofia e os problemas filosoficos
 
Relativismo desafio do relativismo cultural - rachels
Relativismo   desafio do relativismo cultural - rachelsRelativismo   desafio do relativismo cultural - rachels
Relativismo desafio do relativismo cultural - rachels
 
Religião – Racionalidade incoerente
Religião – Racionalidade incoerenteReligião – Racionalidade incoerente
Religião – Racionalidade incoerente
 
éTica capitulo 6
éTica capitulo 6éTica capitulo 6
éTica capitulo 6
 
Partilha ministerial
Partilha ministerialPartilha ministerial
Partilha ministerial
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 
TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA
TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA
TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA
 

Más de Luis De Sousa Rodrigues (20)

Unidade funcional do cérebro
Unidade funcional do cérebroUnidade funcional do cérebro
Unidade funcional do cérebro
 
Tipos de vinculação
Tipos de vinculaçãoTipos de vinculação
Tipos de vinculação
 
Tipos de aprendizagem
Tipos de aprendizagemTipos de aprendizagem
Tipos de aprendizagem
 
Teorias sobre as emoções
Teorias sobre as emoçõesTeorias sobre as emoções
Teorias sobre as emoções
 
Relações precoces
Relações precocesRelações precoces
Relações precoces
 
Raízes da vinculação
Raízes da vinculaçãoRaízes da vinculação
Raízes da vinculação
 
Processos conativos
Processos conativosProcessos conativos
Processos conativos
 
Perturbações da vinculação
Perturbações da vinculaçãoPerturbações da vinculação
Perturbações da vinculação
 
Perceção e gestalt
Perceção e gestaltPerceção e gestalt
Perceção e gestalt
 
Os processos emocionais
Os processos emocionaisOs processos emocionais
Os processos emocionais
 
Os grupos
Os gruposOs grupos
Os grupos
 
O sistema nervoso
O sistema nervosoO sistema nervoso
O sistema nervoso
 
O que nos torna humanos
O que nos torna humanosO que nos torna humanos
O que nos torna humanos
 
Maslow e a motivação
Maslow e a motivaçãoMaslow e a motivação
Maslow e a motivação
 
Lateralidade cerebral
Lateralidade cerebralLateralidade cerebral
Lateralidade cerebral
 
Freud 9
Freud 9Freud 9
Freud 9
 
Freud 8
Freud 8Freud 8
Freud 8
 
Freud 7
Freud 7Freud 7
Freud 7
 
Freud 6
Freud 6Freud 6
Freud 6
 
Freud 5
Freud 5Freud 5
Freud 5
 

Diversas respostas ao problema da natureza dos juízos morais

  • 1. SERÁ A ÉTICA RELATIVA? DIVERSAS RESPOSTAS AO PROBLEMA
  • 2. QUESTÃO CENTRAL OUTRAS FORMAS DE EXPOR O PROBLEMA: OS JUÍZOS DE VALOR Há juízos morais universalmente válidos ou TÊM VALOR DE objectivos? VERDADE (PODEMOS DIZER QUE SÃO Há verdades morais objectivas? VERDADEIROS OU Há princípios e normas morais que, seja onde FALSOS)? for, é errado não respeitar? Para respondermos a esta questão, vamos apenas debruçar-nos sobre os juízos de valor com conteúdo moral, por serem aqueles que aplicamos com maior regularidade no nosso dia-a-dia.
  • 3. VÁRIAS RESPOSTAS AO PROBLEMA: 1. O Relativismo Cultural (RC) 2. O Subjectivismo Moral (SM) 3. A Teoria dos Mandamentos Divinos (TMD) 4. O Objectivismo Moral 5. O Universalismo Moderado
  • 4. 1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. «Matar é errado», «Roubar é incorrecto» e «Mentir é imoral». Será que estes juízos são verdadeiros? Será que são objectivos e universais? «Há verdade e falsidade em assuntos morais?», «Faz sentido dizer que uma crença moral é correcta e que outra é errada?» O relativismo cultural afirma que aqueles juízos são verdadeiros mas não em todo o lado e para todas as pessoas. A verdade dos juízos morais é relativa ao que cada sociedade aprova. Moralmente verdadeiro é o que cada sociedade - ou a maioria dos seus membros - acredita ser verdadeiro. Moralmente verdadeiro é igual a socialmente aprovado e moralmente errado é igual a socialmente desaprovado.
  • 5. 1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. Um juízo moral é falso quando os membros – a maioria – de uma sociedade o consideram falso e verdadeiro quando o consideram verdadeiro. Assim, afirmar que «Matar é errado» significa dizer «A sociedade X considera que matar é moralmente incorrecto». Afirmar que «Matar é moralmente correcto» significa dizer «A sociedade X considera que matar é moralmente correcto». As convicções da maioria dos membros de uma sociedade são a autoridade suprema em questões morais. O relativismo cultural acerca de assuntos morais afirma que o código moral de cada indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade em que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a sociedade a que pertence considera verdadeiro.
  • 6. 1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. ARGUMENTO CENTRAL DO RELATIVISMO CULTURAL PREMISSA 1 O que é considerado moramente correcto ou incorrecto varia de sociedade para sociedade. (Diversas culturas dão diferentes respostas às mesmas questões morais). PREMISSA 2 O que é moralmente correcto ou incorrecto depende do que cada sociedade acredita ser moralmente correcto ou incorrecto. CONCLUSÃO Logo, não há nenhuma resposta objectivamente verdadeira a essas questões (não há verdades morais universais)
  • 7. 1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. RESUMINDO O ARGUMENTO: PREMISSA Diversas culturas dão diferentes respostas às mesmas questões morais. CONCLUSÃO Logo, não há nenhuma resposta objectivamente verdadeira a essas questões (não há verdades morais universais)
  • 8. 1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. PREMISSA Diversas culturas discordaram quanto à forma da Terra (umas pensaram que era esférica, outras plana, outras esférica mas um pouco achatada) CONCLUSÃO Não há nenhuma verdade objectiva acerca da forma da terra. A premissa é verdadeira mas a conclusão é falsa (sabemos que a Terra é redonda). Como de premissa verdadeira não pode logicamente derivar conclusão falsa este argumento não é válido. Como o argumento do R.C. tem a mesma forma deste, temos de concluir que não é válido.
  • 9. 1. O RELATIVISMO CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. Há uma diferença significativa entre o que uma sociedade acredita ser moralmente correcto e algo ser moralmente correcto. O relativismo moral cultural transforma a diversidade de opiniões e de crenças morais em ausência de verdades objectivas. Mas isso pode ser sinal de que há pessoas e sociedades que estão erradas e não de que ninguém está errado. Se duas sociedades têm diferentes crenças acerca de uma questão moral, o relativista conclui que então ambas as crenças são verdadeiras. Os adversários do R.C. objectam que a conclusão não deriva necessariamente da premissa porque essa discórdia pode ser sinal de que uma sociedade está certa e a outra está errada.
  • 10. 1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. O RMC reduz a verdade ao que a maioria julga ser verdadeiro. Desde quando o que maioria pensa é verdadeiro e moralmente aceitável? Os nazis acreditavam e fizeram com que a maioria dos alemães acreditassem que os judeus eram sub-humanos e que exterminá-los era um favor que faziam à humanidade. Isso é claramente falso.
  • 11. 1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. O RMC parece convidar-nos ao conformismo moral, a seguir, em nome da coesão social, as crenças dominantes. Algumas pessoas ao longo da história quiseram e conseguiram mudar a nossa maneira de pensar acerca de certos problemas morais. Estou a lembrar–me de quem combateu a escravatura em nome dos ensinamentos de Cristo – embora os defensores da escravatura dissessem que a Bíblia justificava o que faziam – de quem lutou contra o apartheid na África do Sul( Nelson Mandela) e contra a segregação racial nos EUA (Martin Luther King). Essas pessoas fizeram bem à humanidade, combateram injustiças e devemos–lhes grande progresso moral. Ora, o RMC parece implicar que a acção dos reformadores morais é sempre incorrecta.
  • 12. 1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. O relativismo moral torna incompreensível o progresso moral É verdade ou pelo menos parece que não há acordo entre os seres humanos sobre muitas questões morais. Mas também é verdade que a humanidade tem realizado progressos no plano moral. A abolição da escravatura, o reconhecimento dos direitos das mulheres, a condenação e a luta contra a discriminação racial são exemplos. Falar de progresso moral parece implicar que haja um padrão objectivo com o qual confrontamos as nossas acções. Se esse padrão objectivo não existir não temos fundamento para dizer que em termos morais estamos melhor agora do que antes. No passado, muitas sociedades praticaram a escravatura mas actualmente quase nenhuma a considera moralmente admissível.
  • 13. 1. O RELATIVISMO MORAL CULTURAL: Há verdades morais mas não são objectivas. O relativismo moral torna incompreensível o progresso moral (continuação) Muitos de nós e com razão consideramos esta mudança de comportamento e de atitude um sinal de progresso moral. Mas se para o RMC nenhuma sociedade esteve ou está errada nas suas crenças e práticas morais torna-se difícil compreender a ideia de progresso moral. Tudo o que o R.M.C. nos permitiria dizer é que houve tempos em que a escravatura era moralmente aceitável e que agora ela é já não é aceite.
  • 14. O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em assuntos morais SUBJECTIVISMO MORAL: Forma de relativismo segundo a qual cada indivíduo responde às questões morais baseado no seu código moral pessoal e não pode estar errado se os seus juízos corresponderem aos seus sentimentos. Os nossos juízos morais baseiam-se nos nossos sentimentos e como os sentimentos são subjectivos nenhum juízo moral é objectivamente certo ou errado. É também denominado relativismo individual.
  • 15. O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em assuntos morais JOÃO MIGUEL «É moralmente errado matar animais para os comermos além de desnecessário» = / «É moralmente correcto matar animais para os comermos» Segundo o subjectivismo ambos os juízos morais são verdadeiros porque cada um está em conformidade com os princípios em que cada um dos indivíduos acredita. Uma vez que João aceita o princípio de que matar animais para os comer não é incorrecto, o seu juízo é verdadeiro para ele. Como Miguel tem como princípio moral pessoal que é errado matar animais para esse fim, o seu juízo também é verdadeiro. Para o subjectivismo moral não tem sentido perguntar quem está errado acerca da correcção ou incorrecção moral de matar animais para os comer.
  • 16. O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em assuntos morais A cada qual a sua opinião de acordo com aquilo em que acredita e em nenhum caso o juízo moral de uma pessoa é mais correcto ou razoável do que o de outra. O subjectivismo ético, a que podemos chamar relativismo individual, afirma que todas as opiniões acerca de assuntos morais e estilos de vida devem ser consideradas igualmente boas. A tolerância parece ser um elemento central do subjectivismo moral. Rejeita a subordinação do indivíduo ao modo de pensar da maioria da sociedade e não acredita em verdades morais absolutas e objectivas. Ninguém pode dar lições de moral a ninguém. A cada qual a sua verdade e assim deve ser.
  • 17. O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em assuntos morais O subjectivismo moral torna inviável a discussão de questões morais. O subjectivismo moral parece sugerir que não podemos dizer que as opiniões e juízos morais dos outros estão errados. Se as verdades morais dependem dos sentimentos de aprovação ou de desaprovação de cada indivíduo basta que os nossos juízos morais estejam de acordo com os nossos sentimentos para serem verdadeiros. Um genuíno debate moral em que cada interlocutor tente convencer o outro das suas razões acerca de algo em que acredita perde qualquer sentido. Para o subjectivista será mesmo sinal de intolerância.
  • 18. O SUBJECTIVISMO MORAL: a cada um a sua verdade em assuntos morais O subjectivismo ético acredita que não há juízos morais objectivos porque os assuntos morais são objecto de discórdia generalizada mas isso não prova que não haja uma resposta correcta ou verdades objectivas. Será que o facto de as pessoas discordarem acerca da existência de Deus prova que não há uma resposta à questão Será que Deus existe? Durante muito tempo as pessoas pensaram que as doenças eram causadas por demónios. Sabemos hoje em dia que na maioria dos casos são causadas por microrganismos, tais como bactérias e vírus.
  • 19. O OBJECTIVISMO MORAL. HÁ VERDADES MORAIS OBJECTIVAS Havendo verdades objectivas podemos considerar como certas ou erradas certas práticas morais de certas culturas ou de indivíduos. A moral é a mesma para todos e não depende de crenças culturais,de sentimentos individuais nem de Deus.
  • 20. A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não existisse nada seria moralmente certo ou errado. ROUBAR É ERRADO O que torna este juízo moral verdadeiro? O facto de Deus ter determinado que roubar é errado. Moralmente correcto significa decidido e aprovado por Deus, o criador das leis morais. Moralmente errado significa que não foi querido nem é aprovado por Deus.
  • 21. A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não existisse nada seria moralmente certo ou errado. A verdade moral depende da vontade de Deus e não da vontade dos seres humanos Para a Teoria dos Mandamentos Divinos, há também juízos morais verdadeiros. Mas esta verdade não depende do que o indivíduo ou as culturas julgam ser moralmente certo ou errado. A TMD opõe-se às duas teorias anteriores (O RMC e o SM) porque nenhuma delas permite falar de objectividade e universalidade dos juízos morais, tais como Roubar é errado e Matar é incorrecto.
  • 22. A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não existisse nada seria moralmente certo ou errado. Há normas morais absolutas ou que devem ser sempre respeitadas Como a vontade de Deus é absoluta as normas morais que ela institui são absolutas, isto é, valem para qualquer ser humano em qualquer época e em qualquer lugar, não admitem excepções. Por outras palavras, se Deus existe há um código moral absoluto - as leis ou mandamentos de Deus - que constitui o critério fundamental que nos permite avaliar as diversas crenças e práticas humanas. Assim, a prática da tribo Kwakiutl de matar pessoas inocentes quando morre um familiar é errada porque viola as leis de Deus. O mesmo se pode dizer do costume indiano de queimar a viúva do esposo falecido juntamente com este. Ambas as sociedades podem não o saber mas segundo a perspectiva que estamos a expor isso só mostra que desconhecem a lei de Deus.
  • 23. A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não existisse nada seria moralmente certo ou errado. Nem todos acreditamos que Deus existe. Para os defensores da teoria dos mandamentos divinos as verdades morais resultam da vontade de Deus. As noções de bem e de mal têm origem divina. Esta crença depende de uma crença mais básica e fundamental: a existência de Deus. Mas podemos provar que Deus existe? Podemos justificar a tese de que Deus existe? Parece que se há desacordo quanto à resposta correcta a determinada questão moral também há desacordo quanto a saber se Deus existe. Quem não acredita que Deus existe não tem de aceitar a teoria de que a moral depende da religião.
  • 24. A TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS: Se Deus não existisse nada seria moralmente certo ou errado. Mesmo os que acreditam na existência de Deus discordam quanto ao que Deus permite e proíbe.
  • 25. O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios morais universais. Há verdades morais que não dependem nem das crenças de cada cultura, nem dos gostos e sentimentos dos indivíduos, nem da vontade de Deus. Há valores e princípios universais. Essa universalidade é necessária (imprescindível). Há que distinguir verdades morais absolutas e verdades morais universais.
  • 26. O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios morais universais. Um princípio moral universal aplica-se a todos os indivíduos, mas admite excepções, conforme os casos. Um princípio moral absoluto aplica-se a todos os indivíduos seja qual for o caso, ou seja, não admite excepções. Todos os princípios ditos absolutos são universais mas nem todos os princípios ditos universais ou objectivos são absolutos.
  • 27. O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios morais universais. Verdades morais consideradas universais e necessárias DEVEMOS PROTEGER AS CRIANÇAS
  • 28. O UNIVERSALISMO MORAL MODERADO: Há princípios morais universais. MENTIR É ERRADO Todas as culturas têm uma norma contra a mentira porque se houver a expectativa de que na maioria dos casos os outros vão mentir então a comunicação e a interacção social atingirão o ponto de ruptura e chegarão a um grave impasse. O ASSASSÍNIO É ERRADO Nenhuma cultura aprova que se mate arbitrariamente alguém. Se vivermos na expectativa permanente de que os outros nos podem matar, se esta expectativa for a regra e não a excepção não arriscaríamos dar um passo para fora de casa e a desconfiança generalizada conduziria ao colapso da vida social.
  • 29. HÁ VERDADES MORAIS? • RELATIVISMO Há verdades morais, mas não são objectivas. RC SM As verdades morais As verdades morais dependem do que dependem do que cada sociedade pensa. cada indivíduo sente e aprova ou desaprova.
  • 30. • TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS Há verdades morais e são absolutas. • UNIVERSALISMO MODERADO Há verdades morais e algumas são objectivas, mas não absolutas.
  • 31. Podemos dizer que acerca de problemas éticos há juízos verdadeiros e falsos? Exemplo de juízo moral: Mentir é errado • RELATIVISMO CULTURAL • SUBJECTIVISMO MORAL Este juízo é verdadeiro se uma Este juízo é verdadeiro se estiver sociedade ou cultura o de acordo com os sentimentos, considerarem moralmente gostos e crenças de um indivíduo. verdadeiro. Não há verdades morais objectivas e absolutas. Moralmente verdadeiro é o que depende do que uma sociedade ou um indivíduo acreditam ser verdadeiro.
  • 32. • TEORIA DOS MANDAMENTOS DIVINOS Este juízo é verdadeiro porque Deus decidiu que é errado mentir Há verdades morais absolutas OBJECÇÕES: 1.Nem todos acreditamos que Deus existe. 2.Mesmo os que acreditam que Deus existe não estão de acordo quanto ao que ele proíbe e permite.
  • 33. •Universalismo moderado Não devemos mentir •Este juízo é verdadeiro porque a desconfiança generalizada destruiria uma vida social minimamente saudável Há verdades morais objectivas OBJECÇÕES: 1.Há culturas que desprezam a honestidade e louvam a mentira inteligente e eficaz.
  • 34. O OBJECTIVISMO MORAL Há verdades morais objectivas Há verdades morais que valem por si, são independentes do que cada cultura pensa e do que cada indivíduo sente. No que respeita aos valores e práticas morais é errado pensar que ninguém está objectivamente certo ou objectivamente errado.