Palestra ministrada por Marilene D. Santos enfermeira Coren - 015056 - Orientação - Como organizar uma Campanha preventiva na empresa para hipertensão.
2.
O que é pressão arterial?
O sangue, quando passa pelos vasos sanguíneos, exerce
uma pressão contra a parede destes vasos. Nas artérias,
que são os vasos que levam sangue do coração para os
tecidos, essa pressão é mais alta, pois o fluxo é mais
rápido e, seguindo o ritmo cardíaco, pulsátil. A pressão
arterial sistólica é a pressão máxima que o sangue exerce
nas artérias durante a contração do coração. A pressão
arterial diastólica, por sua vez, corresponde à menor
pressão que o sangue continua exercendo, mesmo
durante a fase de relaxamento do coração, pois o fluxo
continua, nunca para.
3. O que é Hipertensão Arterial Sistêmica?
A Hipertensão Arterial Sistêmica, popularmente conhecida como pressão
alta, é uma condição clínica na qual o paciente apresenta
persistentemente níveis elevados na medida da pressão arterial. É uma
das doenças mais prevalentes no mundo e constitui um importante fator
de risco para outras doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio
e acidentes vascular cerebral. A pressão arterial convencionada como
normal é 120 x 80 mmHg, também chamada de "12 por 8". Entretanto é
apenas uma média, com muitas pessoas vivendo normalmente em um
patamar de risco considerado normal, com variações ao redor deste
valor. No entanto, sabe-se que a incidência de doenças cardíacas e
cérebro-vasculares (AVC) começa a subir já a partir deste valor. Acima de
140x90 mmHg convencionou-se chamar de Hipertensão ArterialSistêmica,
sendo valores acima de 130x85 mmHg também chamados de Pré-
Hipertensão ou Hipertensão Limítrofe.Para uem tem curiosidade o
termo Sistêmica refere-se às artérias periféricas, para diferenciar
da Hipertensão Arterial Pulmonar, situação em que a pressão está
elevada apenas nas artérias pulmonares.
4. Quais os sintomas mais comuns? E o tratamento?
Trata-se de uma doença silenciosa, que não apresenta
sintomas na maioria das pessoas. Por isso é muito
importante que todos os adultos façam medidas
periódicas da pressão arterial com o médico para
detectar precocemente essas elevações e instituir o
tratamento quando indicado. O tratamento pode ser
desde mudança no estilo de vida, como redução do
consumo de sal e atividade física regular, até o uso de
medicações específicas para cada paciente. O
diagnóstico de hipertensão arterial e a indicação do
tratamento devem ser feitos por um médico.
5. Mas sempre que minha pressão está alta tenho dor de cabeça... O que
devo fazer?
É do conhecimento popular a frequente associação entre dor de cabeça
e a pressão arterial. Hoje sabe-se que na grande maioria destes casos a
relação causal é inversa: a dor de cabeça é que eleva a pressão, e não o
contrário. Sabe-se que o nosso organismo libera uma série de
substâncias diante de eventos dolorosos, e entre elas algumas que
elevam nossa pressão arterial e frequência cardíaca. No exemplo acima,
a pressão estaria elevada devido a uma enxaqueca ou cefaléia tensional.
Tratando esta dor, há uma tendência forte de redução ESPONTÂNEA da
pressão aos níveis basais. O uso de anti-hipertensivos nestas condições
poderia levar a uma queda exagerada na pressão e causar grandes
problemas. Por outro lado, embora mais raramente, a Hipertensão
Arterial pode, sim, causar cefaléia. Isto costuma ocorrer em geral apenas
em níveis bastante elevados, como acima de 180x110 mmHg. Em caso de
dúvida é sempre interessante procurar ajuda médica para não tratar
uma situação erroneamente.
6. Ontem medi minha pressão na rua e deu 15x9... Devo correr a um pronto
socorro?
Isso não costuma ser necessário. A pressão alta é mais considerada um fator de
risco que uma doença propriamente dita, pois não causa sintomas e raramente
tem riscos de curto prazo. Mantida nestes níveis, levaria décadas para a
hipertensão causar algum poblema, sendo mais interessante uma avaliação de
consultório e reavaliação cuidadosa da pressão sem pressa.
Por outro lado, níveis acima de 160x100 mmHg são mais perigosos, podendo
causar problemas em poucos meses, devendo-se tentar agendar uma avaliação
para a mesma semana. Deve-se procurar ajuda mais imediata quando há níveis
pressóricos acima de 180x110 mmHg, pois podem estar causando problemas,
principalmente quando não havia nenhum diagnóstico prévio.
Deve-se lembrar que o diagnóstico de hipertensão Arterial compreende a pressão
medida em ambiente controlado, com o paciente sentado, após pelo menos 10
minutos de descanso e sem ter fumado nos últimos 30 minutos, se alimentado
recentemente, ou usado medicamentos que podem elevar a pressão. A medida
comum de farmácia, pronto-socorro, trabalho ou rua pode ser um guia, mais
jamais deve ser usado para o diagnóstico definitivo.
7. Existem outros métodos para o diagnóstico?
Hoje tem-se aplicado cada vez mais a
Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial
(MAPA) e a Monitorização Residencial da Pressão
Arterial (MRPA). Ambos são métodos que incluem
medidas repetidas em horários diversos para
chegar a uma média mais representativa da
realidade, evitando o chamado "Efeito do Avental
Branco“. Este efeito é muito comum e
corresponde ao aumento da pressão arterial
somente durante a consulta médica.