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Miguel Torga
 Pseudónimo literário de Adolfo Correia Rocha,
médico de profissão. É autor de uma obra
extensa e diversificada, compreendendo poesia,
diário, ficção (contos e romances), teatro, ensaios
e textos doutrinários.
 Foram-lhe atribuídos vários prémios, dos quais
devo salientar o Prémio Internacional de Poesia,
o Premio Camões e o Prémio Vida literária, da
Associação Portuguesa de Escritores.
 Da sua longa lista literária, volto a salientar o seu
Diário, com 16 volumes.
 Torga aborda nas suas obras vários temas,
entre os quais:
1. Problemática Religiosa (revolta da inocência
humana contra a divindade transcendente)
2. Desespero Humanista
3. Sentimento telúrico - relativo à terra, ao solo.
Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
 Sísifo tinha a reputação de ser o mais habilidoso e esperto dos homens e por esta
razão dizia-se que era pai de Ulisses. Sísifo despertou a ira de Zeus
quando contou ao deus dos rios, Asopo, que Zeus tinha sequestrado a sua filha Egin
a.
 Assim sendo, Zeus mandou o deus da
morte Tanatos, perseguir Sísifo, mas este conseguiu enganá-
lo e prender Tanatos. A prisão de Tanatos impedia que os mortos pudessem
alcançar o Reino das Trevas, tendo sido necessário que fosse libertado por Ares.
Foi então que Sísifo, não podendo escapar ao seu destino de morte, instruiu a sua
mulher a não lhe prestar exéquias fúnebres.
 Quando chegou ao mundo dos mortos, queixou-se a Hades, soberano do reino das
sombras, da negligência da sua mulher e pediu-lhe para voltar ao mundo dos vivos
apenas por um curto período, para a castigar. Hades deu-lhe permissão para
regressar, mas quando Sísifo voltou ao mundo dos vivos, não quis mais voltar ao
mundo dos mortos. Hermes, o deus mensageiro e condutor das almas para o Além,
decidiu então castigá-lo pessoalmente, infligindo-lhe um duro castigo, pior do que
a morte. Sísifo foi condenado para todo o sempre a empurrar uma pedra até ao
cimo de um monte, caindo a pedra invariavelmente da montanha sempre que o
topo era atingido. Este processo seria sempre repetido até à eternidade.
1ª parte (1ª estrofe): o sujeito poético
incentiva-nos a não desistir e a ser
ambiciosos, sugerindo o exemplo de uma
caminhada:“E os passos que deres/Nesse
caminho duro”
2ªparte (2ª estrofe): é sugerido pelo sujeito
poético que nunca deixemos de satisfazer a
nossa vontade, apesar dessa vontade apenas
ser uma ilusão causada pela maneira de ser
do ser humano em geral.“Vai
colhendo/Ilusões sucessivas no pomar.”
Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
A
B
A
B
C
C
D
E
E
D
F
G
H
G
F
I
J
I
J
Esquema
Rimático
Rima Cruzada
Rima Cruzada
Rima Interpolada
Rima Emparelhada
Verso Branco
Rima Interpolada
Este poema é constituído por uma
décima e uma nona, ambas com versos
variados, desde dissílabos até
octossílabos.
 Neste poema, estão presentes os seguintes recursos
estilísticos:
Metáfora:“Vai colhendo/Ilusões sucessivas no
pomar”
Antítese:“E vendo/Acordado”
Paradoxo:“O logro da aventura”
Oxímoro:“Só é tua a loucura/Onde, com lucidez, te
reconheças”
O eu poético aconselha-nos ( tal como o
personagem) a nunca desistir, ser livre, a
lutar pelos nossos sonhos e a nunca
desistir.
Sísifo representa as diversas situações da
nossa vida, quando estamos prestes a
cumprir um objectivo mas algo nos
obriga a começar de novo. Sísifo é então
o símbolo do recomeço.

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  • 3.  Torga aborda nas suas obras vários temas, entre os quais: 1. Problemática Religiosa (revolta da inocência humana contra a divindade transcendente) 2. Desespero Humanista 3. Sentimento telúrico - relativo à terra, ao solo.
  • 4. Recomeça… Se puderes, Sem angústia e sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro, Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade. E, nunca saciado, Vai colhendo Ilusões sucessivas no pomar E vendo Acordado, O logro da aventura. És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças.
  • 5.  Sísifo tinha a reputação de ser o mais habilidoso e esperto dos homens e por esta razão dizia-se que era pai de Ulisses. Sísifo despertou a ira de Zeus quando contou ao deus dos rios, Asopo, que Zeus tinha sequestrado a sua filha Egin a.  Assim sendo, Zeus mandou o deus da morte Tanatos, perseguir Sísifo, mas este conseguiu enganá- lo e prender Tanatos. A prisão de Tanatos impedia que os mortos pudessem alcançar o Reino das Trevas, tendo sido necessário que fosse libertado por Ares. Foi então que Sísifo, não podendo escapar ao seu destino de morte, instruiu a sua mulher a não lhe prestar exéquias fúnebres.  Quando chegou ao mundo dos mortos, queixou-se a Hades, soberano do reino das sombras, da negligência da sua mulher e pediu-lhe para voltar ao mundo dos vivos apenas por um curto período, para a castigar. Hades deu-lhe permissão para regressar, mas quando Sísifo voltou ao mundo dos vivos, não quis mais voltar ao mundo dos mortos. Hermes, o deus mensageiro e condutor das almas para o Além, decidiu então castigá-lo pessoalmente, infligindo-lhe um duro castigo, pior do que a morte. Sísifo foi condenado para todo o sempre a empurrar uma pedra até ao cimo de um monte, caindo a pedra invariavelmente da montanha sempre que o topo era atingido. Este processo seria sempre repetido até à eternidade.
  • 6. 1ª parte (1ª estrofe): o sujeito poético incentiva-nos a não desistir e a ser ambiciosos, sugerindo o exemplo de uma caminhada:“E os passos que deres/Nesse caminho duro” 2ªparte (2ª estrofe): é sugerido pelo sujeito poético que nunca deixemos de satisfazer a nossa vontade, apesar dessa vontade apenas ser uma ilusão causada pela maneira de ser do ser humano em geral.“Vai colhendo/Ilusões sucessivas no pomar.”
  • 7. Recomeça… Se puderes, Sem angústia e sem pressa. E os passos que deres, Nesse caminho duro Do futuro, Dá-os em liberdade. Enquanto não alcances Não descanses. De nenhum fruto queiras só metade. E, nunca saciado, Vai colhendo Ilusões sucessivas no pomar E vendo Acordado, O logro da aventura. És homem, não te esqueças! Só é tua a loucura Onde, com lucidez, te reconheças. A B A B C C D E E D F G H G F I J I J Esquema Rimático Rima Cruzada Rima Cruzada Rima Interpolada Rima Emparelhada Verso Branco Rima Interpolada
  • 8. Este poema é constituído por uma décima e uma nona, ambas com versos variados, desde dissílabos até octossílabos.
  • 9.  Neste poema, estão presentes os seguintes recursos estilísticos: Metáfora:“Vai colhendo/Ilusões sucessivas no pomar” Antítese:“E vendo/Acordado” Paradoxo:“O logro da aventura” Oxímoro:“Só é tua a loucura/Onde, com lucidez, te reconheças”
  • 10. O eu poético aconselha-nos ( tal como o personagem) a nunca desistir, ser livre, a lutar pelos nossos sonhos e a nunca desistir. Sísifo representa as diversas situações da nossa vida, quando estamos prestes a cumprir um objectivo mas algo nos obriga a começar de novo. Sísifo é então o símbolo do recomeço.