Este documento fornece informações sobre cirrose hepática e suas complicações. Em 3 frases ou menos:
1) A cirrose hepática é caracterizada pela substituição da arquitetura hepática normal por fibrose, formando nódulos hepáticos, e pode ser causada por álcool, vírus, doenças autoimunes ou metabólicas.
2) Complicações comuns da cirrose incluem ascite, encefalopatia hepática, síndrome hepatorenal e hipertensão portal.
3) O transplante hepático é o trat
2. o síntese de proteínas e açúcares
o secreção de sais e ácidos biliares
o armazenamento (lipídios, vitaminas);
o biotransformação de substâncias tóxicas, drogas,
hormônios,
o Metabolismo lipídios, proteínas, carboidratos
o filtragem e armazenamento de sangue e ferro
o produção de fatores de coagulação
o Hematopoiese
o armazenamento, ativação e transporte de vitaminas
lipossolúveis (A D E K),vitamina B12 e minerais
(zinco, ferro, cobre e magnésio)
FUNÇÕES HEPÁTICAS
8. HEPATOPATIA CRÔNICA
• Doença hepática constante ou recorrente que
dura 6 meses ou mais e leva à fibrose
fibrose
Reversão da
fibrose
Fibrose
progride ate
cirrose
Fibrose
estaciona
9. EVOLUÇÃO DA HEPATITE C
H. Aguda H.Crônica Fibrose Cirrose Carcinoma
30 anos
Infecção em jovens, mulheres
< 25 anos
Co infecção AIDS,Abuso Álcool,Imunossupressores, Infecção em idade
avançada
25-30a
10. O Que é cirrose?
Substituição da arquitetura hepática por
fibrose, circunscrevendo nódulos hepáticos
www.icfigado.org.br634 × 476
19. Diagnóstico – Biópsia Hepática
“Padrão-Ouro” para avaliação de estágios de fibrose hepática
em pacientes com hepatite crônica pelo HCV
(BEDOSSA, 1996)
Classificação Metavir
20. Aumentando acesso …
• TESTES RÁPIDOS ANTI HCV
• FIBROSCAN
• MAIOR NÚMERO DE CENTROS E
MÉDICOS NO ATENDIMENTO DOS
PORTADORES HEPATITE C
21. ASCITE
• Acúmulo de líquido
dentro da cavidade
peritoneal > 25 ml
• Complicação mais
comum no paciente
cirrótico
• No cirrótico, indica pior
prognóstico
Mortalidade: 40% em
1 ano
Ferreira C T, Gastroenterologia e hepatologia
em pediatria,Medsi, 2003
22. FISIOPATOLOGIA DA ASCITE
Dificuldade de passagem de
sangue no fígado cirrótico
Aumento na produção
de Óxido Nítrico
Vasodilatação venosa e arterial
Retenção de Sódio e Água
Renina-Angiotensina-
Aldosterona
Acumulo de líquido com
extravasamento vascular
• Acúmulo de líquido no
peritônio (ascite)
• Piora da hemodinâmica com
intensificação da retenção
de Sódio e Água
23. ASCITE
Anamnese
Exame físico:
macicez móvel como alteração mais sensível
Semicírculo de Skoda
Sinal do piparote
Exames laboratoriais
Exames de imagem
http://gesepfepar.com/semiologia/gastroenter
ologia/ascite.pdf
24. GRAU DE ASCITE
GRADUAÇÃO DEFINIÇÃO
Grau 1
Ascite pequena ou
detectada pelo USG
Grau 2
Distensão simétrica e
moderada do abdome
Grau 3
Volumosa ascite com
importante distensão do
abdome
25. ASCITE REFRATÁRIA
Ascite refratária ao uso de diuréticos: baixa resposta
a restrição de sódio e uso de diuréticos em dose
máxima
Ascite intratável com diuréticos: pacientes com
complicações induzidas por diuréticos, que
contraindicam a medicação
26. ASCITE REFRATÁRIA
REQUISÍTOS
Restrição salina e dose máxima de
diuréticos por mais de 1 semana
Perda ponderal de 0,8 Kg depois de 4
dias ou mais
Ascite Grau 2 ou 3 após 4 semanas
Complicações relacionadas ao uso de
diuréticos
35. Cirrose Hepática X Sistema
Circulatório
• Diminuição da pressão arterial e aumento do
débito cardíaco em um terço de 22 pacientes
cirróticos estudados.
36. Evidências: Transplante
Complicações cardiovasculares em até 70% dos
pacientes. Eventos maiores como causa de óbito em
alguns pacientes.
Transplantados apresentaram maior risco de morte
cardiovascular que a população geral.
38. Cardiomiopatia Cirrótica
Definição
Função sistólica alterada no estresse
Disfunção diastólica
Anormalidades eletrofisiológicas
Na ausência de doença cardíaca conhecida.
Presentes em 40-50% dos cirróticos (independente da etiologia).
Relação controversa com o grau de hepatopatia.
World Congress of Gastroenterology (Montreal 2005)
39. Disfunção Sistólica
• Resposta contrátil
débil durante exercício,
aumento de volume ou
estímulo
farmacológico.
• Fração de ejeção no
repouso < 55%
Disfunção Diastólica
• Proporção das fases de
enchimento ventricular
(relação E / A) <1,0
(corrigido para idade)
• Tempo de
desaceleração
prolongada (> 200 ms)
• Tempo de relaxamento
isovolumétrico
prolongado (> 80 ms)
Critérios de Suporte
• Anormalidades
eletrofisiológicas
• Resposta cronotrópica
anormal
• Desacoplamento
eletromecânico
• intervalo QT
• átrio esquerdo
• massa miocárdica
• BNP ou pro-BNP
• troponina
Cardiomiopatia Cirrótica
Critérios Diagnósticos
World Congress of Gastroenterology (Montreal
41. Impacto Clínico
Afeta negativamente o prognóstico
• Piora na sobrevida.
• Relação com complicações da cirrose.
• Falência cardíaca no transplante ou após TIPS
42.
43. Cardiomiopatia X TIPS
• Aumento abrupto do volume circulante
central (pré-carga).
• Pode desmascarar uma
cardiopatia silenciosa
(inabilidade do coração
em se ajustar ao
aumento de volume).
.
44. Tratamento
• iniciado na presença de sintomas.
• Não existe terapia farmacológica específica
para a cardiomiopatia cirrótica.
• O manejo é similar ao de outras cardiopatias
(restrição de sal e fluidos, diuréticos, redução
da pós-carga).
• A redução da pós carga é um desafio em
cirróticos, que já tedem a hipotensão arterial.
45. Tratamento
Betabloqueadores
• O benefício na cardiomiopatia cirrótica não é
tão claro quanto nas outras causas de
insuficiência cardíaca.
• Pode ocorrer normalização do intervalo QT
(com benefícios na dissociação
eletromecânica).
• Porém, a redução no débito cardíaco pode
ter efeitos deletérios, principalmente durante
estresse.
46. Melhora significativa dos
parâmetros cardíacos 6-12
meses apóso transplante.
Todas as alterações se
normalizaram:
• estado hiperdinâmico
• função sistólica basal
• hipertrofia da parede
ventricular
• função diastólica no
repouso e exercício
• resposta sistólica ao
exercício
47. SINDROME HEPATOPULMONAR
SHP: Definição
• “ Tríade clínica caracterizada por oxigenação
arterial deficitária, causada por dilatação
vascular intra-pulmonar na vigência de
doença hepática”
J.HEPATOLOGY 42 (2005) 924-927
50. Avaliação cardiológica
• Ecocardiograma transtorácico contrastado
10 ml de
SF0,9%
agitado
com
formação
de
microbolhas
IV
Bolhas
AD
Avaliação
AE
Teste positivo para Shunt: presença de
microbolhas em AE após 3 ciclos cardíacos
52. SHP: Avaliação pneumológica
• Espirometria
• Gasometria arterial
Alterada: pO2 ≤80 mmHg
• Ortodeóxia:
Queda ≥ 4 mmHg ou 5% quando na posição ortostática
• Teste da caminhada de 6 minutos
Dessaturação ≥ 4% durante caminhada
53. Tratamento da SHP = transplante
Ministério da Saúde
Gabinete do Ministro
PORTARIA Nº 2.600, DE 21 DE OUTUBRO DE 2009
1º Para as situações abaixo, o valor mínimo do MELD será 20:
IV - síndrome hepatopulmonar - PaO2 menor que 60 mm/Hg em
ar ambiente;
§ 2º Caso o paciente com os diagnósticos descritos acima, não
seja transplantado em 3 meses, sua pontuação passa
automaticamente para MELD 24 e, em 6 (seis) meses, para MELD
29.
54. Hipertensão portal: Definição
• Definida hemodinamicamente pelo
aumento patológico do gradiente de
pressão portal (diferença de pressão entre a
veia porta e a veia cava inferior) e pela
formação de shunts porto-sistêmicos
colaterais. (J.Bosch et al., The management of portal
hypertension: rational basis, avaible treatments and future options, J.
Hepatology (2008)).
55. Hipertensão portal: Etiologia
• Cirrose 90% (países ocidentais)
• Esquistossomose
J.Bosch et al., The management of portal hypertension: rational basis,
avaible treatments and future options, J. Hepatology (2008)
56. Hipertensão portal: História natural
• Varizes: 40% dos pacientes compensados
60% dos pacientes com ascite
5-10% ao ano (incidência)
pequeno grande: 5 -30% ao ano
sangramento: 4% ao ano
• Preditores de sangramento: tamanho da variz,
Child, presença de sinais vermelhos
J.Bosch et al., The management of portal hypertension: rational basis, avaible treatments and future options, J.
Hepatology (2008)
57.
58. Hipertensão portal: História natural
• 20% dos pacientes com sangramento agudo
evoluem com óbito em 6 semanas.
• 5 - 8%: mortalidade imediata.
• Sangramento cessa espontaneamente em
40 – 50% dos pacientes.
• Ressangramento: 30 – 40% em 6 semanas
J.Bosch et al. / J. Hepatology (38) 2003
71. TRATAMENTO DA EH
• identificação e remoção (ou tratamento) dos
fatores precipitantes;
• redução do nitrogênio intestinal, através de
catárticos ou de dissacarídeos e/ou
antibióticos
Notas del editor
Beneficia a função renal, com aumento na excreção de sódio
Auxilia no manejo do peso do paciente
Melhora a qualidade de vida do paciente
Contraindicado: doença hepática grave, comorbidades graves, encefalopatia
Laennec: médico francês, inventor do estetoscópio e do termo cirrose hepática (1781-1826).
Obs: maioria por álcool.
Maiores: IAM, edema agudo de pulmão, choque cardiogênico, arritmias, TEP
circulating levels of copeptin, a stable glycopeptide generated from the precursor of vasopressin (AVP, antidiuretic hormone), have been reported to be increased in a preliminary study, thereby potentially seeming to be an important contributing factor to the circulatory derangement in cirrhosis
Definição vaga, sendo difícil estimar corretamente a prevalência.
É uma das complicações maiores da cirrose, mas não significa descompensação (assim como trombo de veia porta).
Peptídeo natriurético cerebral
E/A diminuído especialmente em pacientes com ascite.
Tomografia Computadorizada?
In compensated
cirrhosis, cardiac contractility and cardiac output
increase to counterbalance the reduction in systemic vascular
resistance. This temporarily maintains the effective arterial
blood volume. However, as the splanchnic vasodilation progresses
the effective arterial blood volume ultimately declines.
At a late stage, the cardiac output may also fall due to the
development of cirrhotic cardiomyopathy.
The cardiorenal relationship in decompensated cirrhosis might be a result of acute-on-chronic circulatory stress.
Evitar iECA!
Digoxina não parece melhorar a contratilidade destes pacientes.
Echocardiographic findings (Table 4) demonstrated a significant improvement in the basal hemodynamic status in the post-transplant period (lower HR, LVEF and CI
and higher MAP and SVRI). At the same time, LV thickness diminished after liver transplantation, especially the LVPWT; also, the LV mass was significantly reduced. LAD also showed a significant decrease, probably reflecting an improvement in diastolic function.
Table 5: Significant increases in HR, SVI, CI and LVEF (mainly due to an increase in LVEDV) were observed under stress conditions in the posttransplant evaluation. Also, diastolic function improved significantly after liver transplantation (PFR).