Brevíssima discussão sobre o Princípio da Complementaridade e sua análise a partir do Interferômetro de Mach-Zehnder. Faz-se também uma apresentação sucinta sobre realismo e positivismo, no contexto da dualidade onda-partícula.
4. Relembrando...
Na versão fraca da dualidade onda-partícula, o
estado Ψ é apenas um ente matemático, sendo
desprovido de realidade física, porém, considera
que Ψ seja a descrição mais “completa” de um
objeto quântico. Assim, o fóton se comporta OU
como partícula OU como onda, mas nunca
ambos ao mesmo tempo.
5. Origens
Descrição dos processos atômicos: necessidade da
existência simultânea dos conceitos de partícula e
onda para explicar os processos atômicos (Bohr).
2ª quantização: Representação ondulatória e
corpuscular como aspectos diferentes de uma
mesma realidade física (Heisenberg).
6. Origens Em fevereiro de 1927,
numa palestra intitulada
“The Quantum
Postulate and the
Recent Development of
Atomic Theory”, Bohr
apresentou
publicamente suas
primeiras ideias sobre a
complementaridade.
7. Formulação da complementaridade
Tese da linguagem clássica: a descrição dos resultados das
medições só pode ser feita na linguagem da física clássica.
O observador nunca pode ser eliminado.
Macro-realismo: não existência de superposições
macroscópicas (interpretação ortodoxa).
Desafio à linguagem clássica: o postulado quântico –
descontinuidade estranha às leis clássicas. Interação entre
observador e experimento. Bohr partiu do postulado
quântico como um fato fundamental.
8. Os três tipos de complementaridade
1) Complementaridade entre coordenação espaço-
temporal e asserção da causalidade:
complementaridade entre observação e definição.
Envolve características que são consistentes na Física
clássica.
2) Complementaridade entre partícula e onda: envolve
aspectos excludentes na Física clássica. Os aspectos
ondulatório e corpuscular de um objeto quântico são
revelados por arranjos experimentais mutuamente
excludentes.
9. Os três tipos de complementaridade
3) Complementaridade entre observáveis
incompatíveis ( x e p ): as medições de x e p
parecem que interferem entre si (medição
conjunta entre x e p,por exemplo).
10. Principais teses da Interpretação Ortodoxa
1) Postulado quântico: existe uma indivisibilidade em qualquer
processo atômico, e se dá em quanta de energia discretizados e de
localização bem definida.
2) Linguagem clássica: só temos acesso ao mundo microscópico
através de aparelhos macroscópicos.
3) Distúrbio interacional: é impossível controlar os distúrbios
provocados no objeto microscópico pela interação com o
aparelho de medição.
4) Positivismo: a teoria quântica só trata das observações de
objetos microscópicos. Não faz sentido referir-nos a uma
realidade independente do observador.
12. Realismo em geral
Significado ontológico e epistemológico do
realismo.
Negação do idealismo.
Contraposição ao positivismo Comteano.
13. Realismo em geral
Fundamentação do uso da matemática na ciência levou
ao positivismo lógico e empirismo lógico.
Na década de 1950, iniciou-se uma reação contra o
positivismo lógico, centrando-se fogo especialmente
no seu “empirismo” (K. Popper,W. Quine).
Rejeição do positivismo em outras áreas das ciências.
14. Os problemas do conhecimento
Essência do
conhecimento
É o objeto que determina o sujeito ou é o sujeito que
determina o objeto do conhecimento?
Realismo
Materialismo
Idealismo
Transcendental Conceitual
15. Os problemas do conhecimento
Possibilidade do
conhecimento
Pode o sujeito conhecer verdades a respeito do mundo?
Diferentes formas
de realismo
Ceticismo
Pragmatismo Relativismo
“
T
A
L
V
E
Z
”
16. Os problemas do conhecimento
Origem do
conhecimento
É a razão ou a experiência a fonte e a base do
conhecimento humano?
Intelectualismo Empirismo
Emp. radical Fisicalismo
Operacionismo
Positivismo
17. Interpretação realista de uma teoria física
1) Realismo ontológico: existe uma realidade física
que independe do conhecimento e da percepção
humana.
2) Realismo científico: as proposições de uma
teoria têm ou são verdadeiras ou são falsas de acordo
com a teoria da verdade por correspondência.
3) Realismo dos termos teóricos: a teoria pode
conter “termos teóricos” que se referem a entidades
físicas que não são diretamente observadas.
18. Interpretação realista de uma teoria física
4) Realismo metodológico: a meta principal da
ciência é atingir a verdade.
5) Realismo convergente: as teorias físicas se
aproximam cada vez mais da verdade.
6) Inferência para a melhor explicação: a melhor
explicação para o sucesso prático da ciência é a
suposição de que as teorias científicas são
aproximadamente verdadeiras.
19. Interpretação realista de uma teoria física
Negações do realismo
a) anarquismo epistemológico;
b) verdade pragmática (paradigmas);
c) instrumentalismo (fraco e forte);
d) convencionalismo.
20. Figura 1. Mapeamento simplificado de algumas interpretações daTeoria Quântica.
Fonte: PESSOA, 2006, p.105.
25. Referências
AGUIAR, C.E. Mecânica Quântica: uma abordagem (quase)
conceitual. Notas de aula (IF/UFRJ).
PESSOA Jr, O. Conceitos de Física Quântica. 1 ed. São Paulo: Editora
Livraria da Física, 2003.
______. Interferometria, Interpretação e Intuição: Uma Introdução Conceitual
à Física Quântica. Rev. Bras. Ens. Fís., v.19, n.1, mar. 1997.
______. Introdução histórica à teoria quântica, aos seus problemas de
fundamento e às suas interpretações. Caderno de Física da UEFS, v.4, n1-2,
p. 89-114, 2006.
Quatum what? Disponível em:
http://www.quantica.fis.ufba.br/pg/uncertainty_origins.php. Acesso em: 20
nov. 2014.