O documento discute a fibrose cística, incluindo sua incidência, patogênese, classes de mutações no gene CFTR, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. A fibrose cística é uma doença genética rara que afeta principalmente as glândulas exócrinas, causando secreções espessas e infecções pulmonares crônicas. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos e níveis elevados de sódio e cloro no suor. O tratamento envolve fisioter
2. Incidência
Mucoviscidose:
exocrinopatia
autossômica recessiva;
letal em homozigotos.
Mais comum entre
caucasiano;
Brancos: 1:2000 a 1:2500
RN vivos;
Negros: 1:17.000;
Orientais: 1:90.000;
Expectativa de vida é
cerca de 30 anos.
3. Patogênese
Mutações no gene FC promovem alterações na
expressão e na função da proteína CFTR (cystic fibrosis
transmembrane conductance regulator):
V classes: ausência total a apenas disfunção;
Aumento da viscosidade das secreções das glândulas
mucosas:
• obstrução dos ductos e canalículos;
• perda de função;
• inflamação e fibrose progressiva
Predisposição à infecções respiratórias agudas e
crônicas (S. aureaus, P. aeruginosa, Burkholderia
cepacia e Stenotrophomonas maltophilia;
Concentrações anormais de eletrólitos no suor (Na+ e
5. O Gene da CFTR
O gene da fibrose
cística localiza-se no
braço longo do
cromossomo 7;
Codifica proteína
CFTR.
6. Proteína CFTR
•Na proteína CFTR há sítios de
ligação de ATP localizados na
regiões NBDs(1 e 2) que
possibilitam a hidrólise do
mesmo e conseqüentemente
induz uma mudança
conformacional na proteína,
possibilitando a passagem de
íons cloreto por esse canal.
•O sítio regulador(domínio R)
apresenta sítios de fosforilação
das proteínas cinases A (PKA)
e C (PKC).
8. Manifestações Clínicas
O diagnóstico se baseia em pelo menos dois dos 4 critérios clínico-
laboratoriais:
- história familiar;
- insuficiência pancreática;
Manifestações clínicas: (0 a 2 anos)
- doença pulmonar obstrutiva -íleo meconial 10 a 15%
supurativa crônica -icterícia obstrutiva
- níveis elevados de cloro e -hipoproteinemia/ anemia
sódio no suor -prostração ao calor/
hiponatremia
-esteatorréia (insuficiência
pancreática) 85%
-prolapso retal 20%
-bronquite/ bronquiolite
-pneumonia estafilocócica
-sangramentos
9. Manifestações Clínicas
Entre 2 a 12 anos Acima de 13 anos
-má absorção intestinal 85% -DPOC
-pneumonia/ bronquite 60% -baqueteamento digital
-Pólipos nasais 20% -tolerância à glicose anormal
-intussepção 1 a 5% -DM
-obstrução intestinal crônica
-pancreatite recorrente
-cirrose biliar focal
-hipertensão portal
-cálculos biliares
-aspermia
25. Diagnóstico
• Critérios diagnósticos de FC:
• (mínimo 1 de A e 1 de B)
B
A
Características fenotípicas (1 Cloro no suor> 60mEq/L em
ou +) 2 dosagens
• doença sinusal ou OU
pulmonar crônica identificação de 2 mutações
• alterações gastrintestinais p/ FC
e nutricionais OU
• síndrome da perda salina demonstração de alteração
• anormalidades urogenitais no transporte iônico no
OU epitélio nasal
• hx de irmão com FC
OU
• Teste de triagem neonatal
+
26. Diagnóstico
Diag. Radiológico:
caráter progressivo
acentuação de
espessamento de paredes
brônquicas
hiperinsuflação (50%)
infiltrado difuso
zonas de atelectasia (10%)
Diag. Laboratorial:
Teste do suor (98% +)
-cloro e sódio > 60mEq/ L
Teste de diagnóstico nenonatal
TIR (tripsina sérica imunorreativa) + específico
repetir com 15 a 30 dias
27. Diagnóstico
Estudo Genético
• elemento de diagnóstico e prognóstico
• identificação de 2 alelos do gene CFTR
(autossômica recessiva)
Avaliação microbiológica
• no 1 ano S. aureus --> P. aeruginosa (50 a
80%)
• culturas periódicas do escarro ou esfregaço de
orofaringe
28. Diagnóstico
• Avaliação da função pulmonar
• Avaliação da função pancreática
• Função hepatobiliar
DDX: - doenças neuro-musculares
- Síndrome do Lactente chiador - TB
- Asma e Alergias - bronquiolite obliterante
- infecções virais - cardiopatias congênitas
- hiperresponsividade brônquica pós- - imudeficiências
viral
- fumante passivo
- aspiração por RGE
- Parasitose com ciclo pulmonar
- sequelas de patologias neonatais
(aspiração, atelectasia, infecção,
displasia pulmonar)
29. Tratamento
FISIOTERAPIA: Ajuda a liberar a secreção que bloqueia os
pulmões;
ATIVIDADE FÍSICA: Exercícios estimulam a tosse e
melhoram o batimento ciliar, os quais removem a secreção;
ANTIBIOTICOTERAPIA e ANTIBIOTICOPROFILAXIA: + usados
--> Gentamicina, Tobramicina, Amicacina e Colistina
inalatórios (Staphylococcus e Pseudomonas);
INALOTERAPIA: SF, broncodilatadores e/ou mucolíticos;
BOMBA DE O2: Utilizada por alguns, principalmente a noite;
30. Tratamento
ENZIMAS: Suplementação de enzimas pancreáticas para
auxiliar a digestão; (ex: Ultrase MT12);
VITAMINAS: Reposição das vitaminas lipossolúveis
A,D,E,K:
DIETA MODIFICADA: Mais calorias, proteínas, gorduras
e muito líquido; os pacientes com FC têm necessidades
calóricas elevadas, pelo próprio metabolismo, trabalho
respiratório, infecção bacteriana e má absorção;
REPOSIÇÃO DE MICRONUTRIENTES: sódio, cálcio,
fósforo e magnésio e ainda Ferro e Zinco
31. Tratamento
Tratamento da doença hepática:
• ácido ursodesoxicólico (Ursacal®) em altas doses
(20mg/Kg/dia)