SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 9
Descargar para leer sin conexión
Aula 3
Professora
Assistente Social
Mestranda em Ensino de Linguagens e Tecnologias
Formas de governos e de submissão.
Lutas de classes e interesses antagônicos;
O Serviço Social e a sua origem;
A importância de Mary Richmond;
Trabalho social e Serviço Social
Época cheia de turbulências políticas, sociais,
econômicas e culturais;
É marcada pela ocorrência intermitente de greves
e manifestações operárias.
República Velha, controlada pelas oligarquias
cafeeiras e pela política do café-com-leite. O
capitalismo crescia no Brasil, consolidando a
República e a elite paulista, esta totalmente
influenciada pelos padrões estéticos europeus
mais tradicionalistas.
Brasil – 37,6 milhões de habitantes.
De cada 10 brasileiros 8 eram analfabetos e 7
viviam nas zonas rurais – país essencialmente
agrícola, monocultura - “café”.
Dos 30 % da população restante trabalhavam nas
fábricas ou no comércio.
03/ 10/ 1930 – inicio da Revolução Constitucionalista, que depôs
Washington Luis, 21 dias depois. Foi o fim da República Velha.
Uma junta militar encabeçada por Getulio Vargas assume o poder.
REVOLUÇÃO DE 30
Nas ruas, o povo aguarda Getúlio Vargas. Era o marco
inicial do novo mercado de trabalho brasileiro.
A "qquestão social", como era chamado o
movimento operário, era tratada sempre com
repressão e leis insuficientes para resolver os
problemas cruciais dos trabalhadores.
O novo poder estava preocupado com os
constantes movimentos grevistas que paralisavam
a economia. Por essa razão, elaborou uma nova
legislação social.
Trabalhadores de indústria siderúrgica.
Crédito: Alice Brill
Getúlio Vargas
O Serviço Social no Brasil nasce a partir de uma
determinada visão de mundo.
Qual era essa visão?
Reflita e colabore.
Emergiu no Brasil nas décadas de 1930 e 1940.
Possuía uma característica assistencial e
controladora que buscou favorecer o capitalismo e
o desenvolvimento industrial;
Sua atuação era imediatista e acrítica;
Fruto da iniciativa particular de vários setores da
burguesia, fortemente respaldados pela Igreja
Católica.
Teve como referencial o Serviço Social europeu.
Sob a influência da doutrina social da Igreja aliada
ao Estado o Serviço Social: Formação moral e
técnica.
Não deixavam que a “técnica profissional” fosse
maior que a “moral doutrinária”.
Garantiam valores morais cristãos: era empregado
o método da Ação Católica: ver, julgar e agir.
Unindo-se ao Estado e à Igreja Católica, como
poderes organizados, a classe dominante
procurava conceber estratégias com força
disciplinadora e desmobilizadora do movimento
do proletário.
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
(Analista Judiciário APJ - Pernambuco 2012).
(A) nas franjas da sociedade capitalista, apesar de serem inseridas
em programas sociais, as pessoas apresentam situações crônicas,
e continuarão sempre desajustadas.
(B) é a expressão da questão social na atualidade, onde há
igualdade de oportunidades que não são utilizadas por todos os
indivíduos.
(C) na base da estrutura social em vigor, em que prevalece a
competição, é natural que, existam as elites e a massa de
miseráveis.
(D) cabe ao mercado a regulamentação e a intervenção para que a
situação acima descrita possa ser enfrentada e resolvida.
(E) o cerne da questão social está no conflito entre capital e
trabalho.
Criado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS)
em 11932.
Objetivo: contribuir para a divulgação dos
princípios da ordem social da Igreja Católica,
voltado à preparação de trabalhadores sociais.
Foram fundados quatro centros operários e lá
eram desenvolvidos atividades de trabalhos
manuais, conferências, recomendações sobre
higiene e outros.
Em visita ao Brasil, a assistente social belga Adèle
de Loneux faz palestras e participa de
conferências, em São Paulo e Rio de Janeiro,
lançando, pela primeira vez, a noção de Serviço
Social no país.
Ao regressar à Bélgica, foi acompanhada pelas
brasileiras Maria Kiehl e Albertina Ramos, as
primeiras a receberem formação na área, na
Escola de Serviço Social de Bruxelas.
Foi criada a EEscola de Serviço Social de São Paulo,
primeira no Brasil, por iniciativa de Maria Kiehl e
Albertina Ramos.
O curso tinha caráter de formação técnica e
recebia, ainda, enfoque moralizador e
psicologizante centrado no indivíduo e na família,
que terá como referenciais o pensamento social da
Igreja Católica.
O currículo era constituído das seguintes
disciplinas: Religião, Moral, Sociologia, Psicologia,
Higiene, Direito, Seminários, Introdução ao Serviço
Social, Serviço Social de Casos, visitas a Obras,
Práticas de casos.
Direcionado para a formação moral.
Na formação profissional deveria ser assegurada a
vocação do Assistente Social aliada a sua
personalidade.
Em pleno regime do Estado Novo, Getúlio Vargas
decretou a criação do Conselho Nacional de
Serviço Social (Decreto Lei nº 525). Vinculado ao
Ministério de Educação e Saúde, o órgão era
composto por sete membros que deveriam estar
ligados ao Serviço Social, com o objetivo de opinar
sobre questões sociais e subvenções a obras
sociais. Com a promulgação da LOAS, em 1993, o
CNSS foi extinto e substituído pelo atual CNAS.
A partir de 1940 no centro de uma política em que
se favorecia a industrialização, o Estado cria
instituições de assistência estatais, paraestatais e
autárquicas com o intuito de direcionar e integrar
as reivindicações operárias através de políticas
sociais desenvolvidas nessas instituições as quais
se necessitavam de profissionais do Serviço Social
para executá-las.
Nesse momento ocorre a legitimação da profissão
na divisão sócio técnica do trabalho, pois foi a
partir dessa necessidade social que se constituiu
no mercado de trabalho para o assistente social
A Previdência Social foi uma das primeiras áreas
de atuação do Assistente Social, no setor público.
A Legião Brasileira de Assistência (LBA) em 1942,
o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem do
Comércio) e o SESC (Serviço Social do Comércio) e
o SESI (Serviço Social da Indústria) conhecido com
Sistema S são algumas das instituições gestadas
nessa época.
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem
industrial;
SESI – Serviço Nacional da Indústria;
Medidas assistenciais e educativas necessárias a
adequação da força de trabalho as necessidades
da indústria em expansão e ao modelo
corporativista de Estado.
O Estado organiza suas ações com foco no
desenvolvimento do capitalismo no Brasil.
Aspecto ideológico da figura da primeira dama no
Brasil(Dona Leopoldina – luta pela libertação do
Brasil de Portugal);
Construção de identidade do homem e da mulher
é um processo cultural educativo de cada
sociedade – relações de gênero;
Na Legião Brasileira de Assistência – LBA – sob
supervisão da 11ª dama Darcy Vargas
Novo modelo de dominação política pautado no
Assistencialismo, sob liderança da primeira–dama
Darcy Vargas;
Objetivo inicial: prover as necessidades das
famílias cujos chefes estavam a serviço da nação
(esforço de guerra - argumento ideológico);
Frente ao sucesso diante da sociedade da época,
continuidade das ações assistencialistas;
O Estado apela para o sentimento de união e
solidariedade do povo brasileiro e lança uma
campanha propagandista que busca ganhar o
apoio da população para o ‘esforço de guerra’
Política paternalista – LBA é vista como um órgão
que “faz o bem”e que presta ajuda aos
necessitados. Órgão benevolente chefiado pela
primeira-dama que permite ao presidente e aos
governadores dos Estados estenderem as suas
mãos sobre os pobres, dando vazão ao populismo.
Com fortes dogmas católicos de conceitos morais,
em 29 de setembro de 1947 a Associação
Brasileira de Assistentes Sociais – ABAS traz o
primeiro Código de Ética do assistente social.
Como fundamento filosófico, o CE de 47 (assim
que iremos chamá-lo) estava impregnado da
doutrina da Igreja Católica, sobretudo princípios
morais e éticos extremamente vinculados a
conceitos de uma conduta profissional de se fazer
o bem e evitar o mal.
SSECÇÃO I
DEVERES FUNDAMENTAIS
É dever do Assistente Social:
1. Cumprir os compromissos assumidos,
respeitando a lei de Deus, os direitos naturais do
homem, inspirando se, sempre em todos seus atos
profissionais, no bem comum e nos dispositivos da
lei, tendo em mente o juramento prestado diante
do testemunho de Deus.
Disponível em:
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1947.pdf
Vamos pensar um pouco?
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=8rF_kZE4Ljs
IAMAMOTO, Marilda Vilela e Carvalho, Raul –
Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. Cortez
Editora, 2006.
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social –
Identidade e Alienação. Cortez Editora, 2007.
AMMANNAN. Safira Bezerra. A ideologia de
Desenvolvimento de Comunidade no Brasil. 9ª ed.
São Paulo: Cortez,1977.
ANDER-EGG, Ezequiel. Introdução ao trabalho
social. Editora Vozes, Petrópolis – RG, 1995.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Fundamentos serviço social rompendo com a alienação - 1 º semestre
Fundamentos serviço social   rompendo com a alienação - 1 º semestreFundamentos serviço social   rompendo com a alienação - 1 º semestre
Fundamentos serviço social rompendo com a alienação - 1 º semestre
Daniele Rubim
 
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2
Daniele Rubim
 
Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1
Daniele Rubim
 
A trajetória do serviço social tanto na europa como nos eua
A trajetória do serviço social tanto na europa como nos euaA trajetória do serviço social tanto na europa como nos eua
A trajetória do serviço social tanto na europa como nos eua
Raquel Perez
 
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3
Daniele Rubim
 
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
pollymarchiotti
 
Fundamentos serviço social 1º semestre introdução
Fundamentos serviço social   1º semestre introduçãoFundamentos serviço social   1º semestre introdução
Fundamentos serviço social 1º semestre introdução
Daniele Rubim
 
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unipFundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Arte de Lorena
 

La actualidad más candente (20)

Fundamentos serviço social rompendo com a alienação - 1 º semestre
Fundamentos serviço social   rompendo com a alienação - 1 º semestreFundamentos serviço social   rompendo com a alienação - 1 º semestre
Fundamentos serviço social rompendo com a alienação - 1 º semestre
 
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 2
 
Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - PARTE 2 - capitulo 1
 
RELIGIÃO E POLÍTICAS SOCIAIS - SERVIÇO SOCIAL
RELIGIÃO E POLÍTICAS SOCIAIS - SERVIÇO SOCIALRELIGIÃO E POLÍTICAS SOCIAIS - SERVIÇO SOCIAL
RELIGIÃO E POLÍTICAS SOCIAIS - SERVIÇO SOCIAL
 
Código ética profissional do Serviço Social 1965
Código ética profissional do Serviço Social 1965Código ética profissional do Serviço Social 1965
Código ética profissional do Serviço Social 1965
 
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADEESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
ESCOLA ESTADO E SOCIEDADE
 
A trajetória do serviço social tanto na europa como nos eua
A trajetória do serviço social tanto na europa como nos euaA trajetória do serviço social tanto na europa como nos eua
A trajetória do serviço social tanto na europa como nos eua
 
A construção da politica social no brasil
A construção da politica social no brasilA construção da politica social no brasil
A construção da politica social no brasil
 
Questão Social
Questão SocialQuestão Social
Questão Social
 
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no BrasilServiço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
 
Questão Social no Brasil
Questão Social no BrasilQuestão Social no Brasil
Questão Social no Brasil
 
Fundamentos historicos-teoricos-e-metodologicos-do-servico-social
Fundamentos historicos-teoricos-e-metodologicos-do-servico-socialFundamentos historicos-teoricos-e-metodologicos-do-servico-social
Fundamentos historicos-teoricos-e-metodologicos-do-servico-social
 
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - Capitulo 3
 
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
 
Educação, Sociedade e Trabalho
Educação, Sociedade e TrabalhoEducação, Sociedade e Trabalho
Educação, Sociedade e Trabalho
 
Fundamentos serviço social 1º semestre introdução
Fundamentos serviço social   1º semestre introduçãoFundamentos serviço social   1º semestre introdução
Fundamentos serviço social 1º semestre introdução
 
Políticas Educacionais Globais - PISA
Políticas Educacionais Globais - PISAPolíticas Educacionais Globais - PISA
Políticas Educacionais Globais - PISA
 
Participação e controle social unidade i
Participação e controle social unidade i Participação e controle social unidade i
Participação e controle social unidade i
 
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unipFundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
Fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do serviço social unip
 
Políticas Sociais e Educação
Políticas Sociais e EducaçãoPolíticas Sociais e Educação
Políticas Sociais e Educação
 

Similar a Aula3

Aula a evolução dos códigos de ética profissional
Aula a evolução dos códigos de ética  profissionalAula a evolução dos códigos de ética  profissional
Aula a evolução dos códigos de ética profissional
Júlia Nascimento
 
Texto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.doc
Texto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.docTexto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.doc
Texto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.doc
Mariah Tamirys
 
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1
Daniele Rubim
 
Produção do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiro
Produção do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiroProdução do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiro
Produção do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiro
Amanda Leticia
 
Aula de pós graduação polítca social e questão social1
Aula de pós graduação   polítca social e questão social1Aula de pós graduação   polítca social e questão social1
Aula de pós graduação polítca social e questão social1
Estevam Cesar
 
Apostila classicos-sociologia
Apostila classicos-sociologiaApostila classicos-sociologia
Apostila classicos-sociologia
Cristina Bentes
 
Ppt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versão
Ppt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versãoPpt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versão
Ppt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versão
Magali Kleber
 
Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01
Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01
Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01
anaely13
 

Similar a Aula3 (20)

Trajetória da Assistência Social sistematizada
Trajetória da Assistência Social sistematizadaTrajetória da Assistência Social sistematizada
Trajetória da Assistência Social sistematizada
 
O serviço social na contemporaneidade piana
O serviço social na contemporaneidade pianaO serviço social na contemporaneidade piana
O serviço social na contemporaneidade piana
 
Desafio Profissional 3º
Desafio Profissional 3º Desafio Profissional 3º
Desafio Profissional 3º
 
Considerações sobre o trabalho social com famílias: proposta para discussão
Considerações sobre o trabalho social com famílias: proposta para discussãoConsiderações sobre o trabalho social com famílias: proposta para discussão
Considerações sobre o trabalho social com famílias: proposta para discussão
 
Conhecendo um pouco da história política do Brasil - Serviço Social no Brasil
 Conhecendo um pouco da história política do Brasil - Serviço Social no Brasil Conhecendo um pouco da história política do Brasil - Serviço Social no Brasil
Conhecendo um pouco da história política do Brasil - Serviço Social no Brasil
 
Conhecendo um pouco da história política do Brasil -Serviço Social no brasil
Conhecendo um pouco da história política do Brasil -Serviço Social no brasilConhecendo um pouco da história política do Brasil -Serviço Social no brasil
Conhecendo um pouco da história política do Brasil -Serviço Social no brasil
 
1 doutrina social da igreja que é a dsi
1 doutrina social da igreja  que é a dsi1 doutrina social da igreja  que é a dsi
1 doutrina social da igreja que é a dsi
 
Projeto De Lei Educadorsocial[1][1]
Projeto De Lei Educadorsocial[1][1]Projeto De Lei Educadorsocial[1][1]
Projeto De Lei Educadorsocial[1][1]
 
Aula a evolução dos códigos de ética profissional
Aula a evolução dos códigos de ética  profissionalAula a evolução dos códigos de ética  profissional
Aula a evolução dos códigos de ética profissional
 
Compacto relatorio estagio
Compacto relatorio estagioCompacto relatorio estagio
Compacto relatorio estagio
 
Texto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.doc
Texto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.docTexto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.doc
Texto nº 2 os fundamentos do ss.s na contemporaneidade yasbek.doc
 
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1
Fundamentos do serviço social 2 - parte 2 - capitulo 1
 
Produção do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiro
Produção do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiroProdução do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiro
Produção do conhecimento científico, pesquisa e o Serviço Social brasileiro
 
Politicas
PoliticasPoliticas
Politicas
 
Aula de pós graduação polítca social e questão social1
Aula de pós graduação   polítca social e questão social1Aula de pós graduação   polítca social e questão social1
Aula de pós graduação polítca social e questão social1
 
MOVIMENTOS SOCIAIS
MOVIMENTOS SOCIAIS  MOVIMENTOS SOCIAIS
MOVIMENTOS SOCIAIS
 
Apostila classicos-sociologia
Apostila classicos-sociologiaApostila classicos-sociologia
Apostila classicos-sociologia
 
Serviço social em cuba
Serviço social  em cubaServiço social  em cuba
Serviço social em cuba
 
Ppt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versão
Ppt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versãoPpt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versão
Ppt projetos sociais aspectos basicos) ufc 2102 ultim versão
 
Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01
Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01
Apostila classicos-sociologia-131031092141-phpapp01
 

Aula3

  • 1. Aula 3 Professora Assistente Social Mestranda em Ensino de Linguagens e Tecnologias Formas de governos e de submissão. Lutas de classes e interesses antagônicos; O Serviço Social e a sua origem; A importância de Mary Richmond; Trabalho social e Serviço Social Época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais; É marcada pela ocorrência intermitente de greves e manifestações operárias. República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café-com-leite. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionalistas.
  • 2. Brasil – 37,6 milhões de habitantes. De cada 10 brasileiros 8 eram analfabetos e 7 viviam nas zonas rurais – país essencialmente agrícola, monocultura - “café”. Dos 30 % da população restante trabalhavam nas fábricas ou no comércio. 03/ 10/ 1930 – inicio da Revolução Constitucionalista, que depôs Washington Luis, 21 dias depois. Foi o fim da República Velha. Uma junta militar encabeçada por Getulio Vargas assume o poder. REVOLUÇÃO DE 30 Nas ruas, o povo aguarda Getúlio Vargas. Era o marco inicial do novo mercado de trabalho brasileiro. A "qquestão social", como era chamado o movimento operário, era tratada sempre com repressão e leis insuficientes para resolver os problemas cruciais dos trabalhadores. O novo poder estava preocupado com os constantes movimentos grevistas que paralisavam a economia. Por essa razão, elaborou uma nova legislação social. Trabalhadores de indústria siderúrgica. Crédito: Alice Brill Getúlio Vargas
  • 3. O Serviço Social no Brasil nasce a partir de uma determinada visão de mundo. Qual era essa visão? Reflita e colabore. Emergiu no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. Possuía uma característica assistencial e controladora que buscou favorecer o capitalismo e o desenvolvimento industrial; Sua atuação era imediatista e acrítica; Fruto da iniciativa particular de vários setores da burguesia, fortemente respaldados pela Igreja Católica. Teve como referencial o Serviço Social europeu. Sob a influência da doutrina social da Igreja aliada ao Estado o Serviço Social: Formação moral e técnica. Não deixavam que a “técnica profissional” fosse maior que a “moral doutrinária”. Garantiam valores morais cristãos: era empregado o método da Ação Católica: ver, julgar e agir.
  • 4. Unindo-se ao Estado e à Igreja Católica, como poderes organizados, a classe dominante procurava conceber estratégias com força disciplinadora e desmobilizadora do movimento do proletário. O BICHO Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem. Manuel Bandeira (Analista Judiciário APJ - Pernambuco 2012). (A) nas franjas da sociedade capitalista, apesar de serem inseridas em programas sociais, as pessoas apresentam situações crônicas, e continuarão sempre desajustadas. (B) é a expressão da questão social na atualidade, onde há igualdade de oportunidades que não são utilizadas por todos os indivíduos. (C) na base da estrutura social em vigor, em que prevalece a competição, é natural que, existam as elites e a massa de miseráveis. (D) cabe ao mercado a regulamentação e a intervenção para que a situação acima descrita possa ser enfrentada e resolvida. (E) o cerne da questão social está no conflito entre capital e trabalho.
  • 5. Criado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) em 11932. Objetivo: contribuir para a divulgação dos princípios da ordem social da Igreja Católica, voltado à preparação de trabalhadores sociais. Foram fundados quatro centros operários e lá eram desenvolvidos atividades de trabalhos manuais, conferências, recomendações sobre higiene e outros. Em visita ao Brasil, a assistente social belga Adèle de Loneux faz palestras e participa de conferências, em São Paulo e Rio de Janeiro, lançando, pela primeira vez, a noção de Serviço Social no país. Ao regressar à Bélgica, foi acompanhada pelas brasileiras Maria Kiehl e Albertina Ramos, as primeiras a receberem formação na área, na Escola de Serviço Social de Bruxelas. Foi criada a EEscola de Serviço Social de São Paulo, primeira no Brasil, por iniciativa de Maria Kiehl e Albertina Ramos. O curso tinha caráter de formação técnica e recebia, ainda, enfoque moralizador e psicologizante centrado no indivíduo e na família, que terá como referenciais o pensamento social da Igreja Católica. O currículo era constituído das seguintes disciplinas: Religião, Moral, Sociologia, Psicologia, Higiene, Direito, Seminários, Introdução ao Serviço Social, Serviço Social de Casos, visitas a Obras, Práticas de casos.
  • 6. Direcionado para a formação moral. Na formação profissional deveria ser assegurada a vocação do Assistente Social aliada a sua personalidade. Em pleno regime do Estado Novo, Getúlio Vargas decretou a criação do Conselho Nacional de Serviço Social (Decreto Lei nº 525). Vinculado ao Ministério de Educação e Saúde, o órgão era composto por sete membros que deveriam estar ligados ao Serviço Social, com o objetivo de opinar sobre questões sociais e subvenções a obras sociais. Com a promulgação da LOAS, em 1993, o CNSS foi extinto e substituído pelo atual CNAS. A partir de 1940 no centro de uma política em que se favorecia a industrialização, o Estado cria instituições de assistência estatais, paraestatais e autárquicas com o intuito de direcionar e integrar as reivindicações operárias através de políticas sociais desenvolvidas nessas instituições as quais se necessitavam de profissionais do Serviço Social para executá-las. Nesse momento ocorre a legitimação da profissão na divisão sócio técnica do trabalho, pois foi a partir dessa necessidade social que se constituiu no mercado de trabalho para o assistente social
  • 7. A Previdência Social foi uma das primeiras áreas de atuação do Assistente Social, no setor público. A Legião Brasileira de Assistência (LBA) em 1942, o SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio) e o SESC (Serviço Social do Comércio) e o SESI (Serviço Social da Indústria) conhecido com Sistema S são algumas das instituições gestadas nessa época. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem industrial; SESI – Serviço Nacional da Indústria; Medidas assistenciais e educativas necessárias a adequação da força de trabalho as necessidades da indústria em expansão e ao modelo corporativista de Estado. O Estado organiza suas ações com foco no desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Aspecto ideológico da figura da primeira dama no Brasil(Dona Leopoldina – luta pela libertação do Brasil de Portugal); Construção de identidade do homem e da mulher é um processo cultural educativo de cada sociedade – relações de gênero; Na Legião Brasileira de Assistência – LBA – sob supervisão da 11ª dama Darcy Vargas
  • 8. Novo modelo de dominação política pautado no Assistencialismo, sob liderança da primeira–dama Darcy Vargas; Objetivo inicial: prover as necessidades das famílias cujos chefes estavam a serviço da nação (esforço de guerra - argumento ideológico); Frente ao sucesso diante da sociedade da época, continuidade das ações assistencialistas; O Estado apela para o sentimento de união e solidariedade do povo brasileiro e lança uma campanha propagandista que busca ganhar o apoio da população para o ‘esforço de guerra’ Política paternalista – LBA é vista como um órgão que “faz o bem”e que presta ajuda aos necessitados. Órgão benevolente chefiado pela primeira-dama que permite ao presidente e aos governadores dos Estados estenderem as suas mãos sobre os pobres, dando vazão ao populismo. Com fortes dogmas católicos de conceitos morais, em 29 de setembro de 1947 a Associação Brasileira de Assistentes Sociais – ABAS traz o primeiro Código de Ética do assistente social. Como fundamento filosófico, o CE de 47 (assim que iremos chamá-lo) estava impregnado da doutrina da Igreja Católica, sobretudo princípios morais e éticos extremamente vinculados a conceitos de uma conduta profissional de se fazer o bem e evitar o mal. SSECÇÃO I DEVERES FUNDAMENTAIS É dever do Assistente Social: 1. Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus, os direitos naturais do homem, inspirando se, sempre em todos seus atos profissionais, no bem comum e nos dispositivos da lei, tendo em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1947.pdf
  • 9. Vamos pensar um pouco? Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=8rF_kZE4Ljs IAMAMOTO, Marilda Vilela e Carvalho, Raul – Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. Cortez Editora, 2006. MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social – Identidade e Alienação. Cortez Editora, 2007. AMMANNAN. Safira Bezerra. A ideologia de Desenvolvimento de Comunidade no Brasil. 9ª ed. São Paulo: Cortez,1977. ANDER-EGG, Ezequiel. Introdução ao trabalho social. Editora Vozes, Petrópolis – RG, 1995.