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Guia para as mamães:
aleitamento materno
Amamentação:
um elo especial
Durante o período de gestação as futuras mamães vivem
muitas mudanças. Enquanto veem seu corpo se preparar
para dar vida a uma nova pessoa, cresce a vontade de
oferecer o melhor para o bebê que está chegando. A palavra
nutrir ganha, então, um significado amplo, abrangendo
alimentação, proteção e afeto.
Esperamos que este pequeno guia sirva de apoio às
mamães nesse momento, trazendo respostas às dúvidas
mais comuns dessa fase tão encantadora, mas nem por isso
isenta de questionamentos e anseios. Que a amamentação
seja um elo muito especial entre você e seu bebê!
PROGRAMA
Amamentação
1
A Central Nacional Unimed tem dedicado uma atenção especial
às futuras mamães, pois entende que os cuidados devem co-
meçar muito antes de o bebê chegar. A gravidez é um momento
único, uma oportunidade de pensar sobre a saúde do corpo e da
mente de maneira integral com o apoio de profissionais que co-
nhecem os anseios das famílias.Tudo deve ser pensado para que
o bebê chegue de maneira serena e cercado de muito carinho.
Elaboramos esse guia informativo especialmente para essa
primeira fase – parto e amamentação –, com linguagem aces-
sível e informações simples, porém imprescindíveis, para que
o bebê encontre você, mamãe, pronta para acolher e oferecer
a ele a coisa mais importante nos primeiros tempos de vida: o
leite materno.
A amamentação, juntamente com outros cuidados iniciais,
como visitas regulares ao pediatra, vacinas, rotinas diárias,
contribuirão muito para o desenvolvimento saudável do bebê
e serão a base para uma vida com mais bem-estar.
Cuidando das mamães,
cuidando da vida
2
3
Mas, enquanto o bebê não chega, muitas mulheres têm dúvi-
das sobre o tipo de parto ideal, e temem em optar pelo parto
natural. Como médicos, temos o dever de lembrá-las que essa
é a melhor forma de dar à luz. Então, sempre que possível, opte
por esse método sob orientação médica.
Embora haja tecnologia e recursos mais do que suficientes
para que uma cesariana tenha êxito, é preciso lembrar que toda
intervenção cirúrgica implica riscos e uma recuperação mais
demorada. Ao decidir pelo parto natural, tenha em mente que
o obstetra e sua equipe estão preparados para minimizar do-
res e desconfortos nesse momento tão importante. Informe-se
antes de decidir.
Despeço-me de você, mamãe, com votos de muitas alegrias,
desejando que possamos sempre compartilhar informações e
experiências. Boa leitura!
Dr. Valdmário Rodrigues Júnior
Preparada para o parto
e para cuidar do bebê
Quando chega o momento do parto, as mamães sentem como
se o bebê mandasse um recado: estou preparado para conhe-
cer o mundo!
Considerado o meio de nascimento ideal pelos especialistas, o
parto normal acontece quando o corpo da mãe e do bebê estão
prontos e em sincronia. Então, a menos que surja algum risco
à saúde de um dos dois que justifique uma cesariana, o parto
normal é sempre o mais indicado, pois não expõe as mamães
a uma cirurgia, e traz de volta um estado de bem-estar mais
rapidamente.
Embora nem todas as mulheres possam optar por esse tipo de
parto, a Central Nacional Unimed indica e apoia o parto normal.
Durante toda a gestação, por meio do acom-
panhamento pré-natal, os médicos acolhem
e auxiliam as futuras mamães nas principais
decisões sobre o nascimento e os primeiros
tempos de convívio com o bebê, na solução
de dúvidas e no aconselhamento sobre os
cuidados iniciais, dando grande ênfase à im-
portância do aleitamento materno e seus be-
nefícios.
Você sabia que ao entrar espontaneamente em
trabalho de parto, a mamãe produz hormônios que
ajudam na produção e descida do leite?
4
5
Benefícios da
amamentação para a mulher
A natureza é mesmo incrível! No instante em que o bebê co-
meça a sugar o peito, o corpo da mãe conquista uma proteção
extra. Durante as mamadas, se intensifica a liberação de ocito-
cina, e como esse hormônio estimula as contrações do útero, o
ganho é duplo: primeiro, ele ajuda a diminuir o sangramento e,
assim, afasta o risco de anemia materna. Os movimentos ute-
rinos contribuem também para o encolhimento do órgão, que
vai voltando ao tamanho de antes do início da gestação.
O ato de amamentar funciona ainda como um contraceptivo
natural. Nesse caso o benefício se deve a outro hormônio, a
prolactina, que inibe a ovulação. Converse com seu médico e
aconselhe-se sobre as possibilidades de uma nova gravidez
nesse período.
E mais: durante o aleitamento, a mulher
não produz estrogênio, hormônio que pode
incentivar a formação de nódulos nos seios.
Ou seja, oferecer o peito ao bebê traz uma
espécie de proteção contra o câncer de
mama.
Quer acrescentar mais um item à lista de
motivos para amamentar? Pois saiba que a
mulher que está amamentando perde en-
tre 300 e 500 calorias por dia. Com isso,
fica mais fácil recuperar o peso que você
tinha antes da gestação.
Benefícios da
amamentação para o bebê
O leite está na mama, prontinho, na temperatura certa e à dis-
posição de seu bebê. Melhor ainda: tem uma fórmula única, é
repleto de vitaminas, proteínas, gorduras boas, cálcio, ferro...
Sabemos que o leite de vaca também tem qualidades, mas
quando vêm do seu peito, todos os nutrientes são absorvidos
muito mais facilmente. Na composição há até ingredientes
como os oligossacarídeos, que fortalecem o sistema imuno-
lógico do bebê, um reforço ainda mais importante para os que
nasceram com baixo peso.
Diz um estudo conduzido pelo epidemiologista brasileiro Cesar
Victora que o aleitamento materno teria a capacidade de salvar a
vida de mais de 820 mil crianças por ano no mundo. Isso porque
ele protege contra diarreia, infecções respiratórias, alergias, de-
sidratação. E, mesmo quando o bebê fica doente, ele consegue
se recuperar muito mais rápido quando é amamentado.
IGNORE O MITO!
Não existe leite materno fraco
ou forte. Quanto mais você
levar o bebê ao seio, mais leite é
produzido, e com a composição
ideal para alimentá-lo.
6
A dose equilibrada de nutrientes do seu leite afasta ainda o ris-
co da obesidade, evitando as consequências futuras do ganho
exagerado de peso, como hipertensão e diabetes.
E sabia que a composição da bebida vai mudando a cada ma-
mada, se ajustando às necessidades da criança? É por isso que
a digestão é muito mais fácil.
Além do mais, ao beber direto da fonte, elimina-se a possi-
bilidade de usar água contaminada para fazer a mistura do
leite comprado na latinha. Sem contar a perigo de mamadei-
ras mal higienizadas, não é? Por falar em mamadeira, assim
como bicos, chucas, chupetas etc., elas podem atrapalhar o
nascimento correto dos dentes e prejudicar a respiração e a
fala dos pequenos.
O VÍNCULO AFETIVO
Especialistas dizem que a sensação de aconchego
e bem-estar entre mãe e filho na hora da mamada
tem reflexo no desenvolvimento do cérebro do
bebê, porque o estado emocional contribui para a
“conversa” entre os neurônios. Ou seja, dar o peito
pode ter reflexo até na vida escolar da garotada!
7
CCAAA BBB
Como se alimentar
quando se está amamentando
A comunicação entre mãe e
filho desde a gestação é tão
perfeita que, intuitivamente,
a mulher já tende a cuidar
melhor da própria alimen-
tação – um zelo que deve
permanecer durante a ama-
mentação. O plano é o se-
guinte: variar os alimentos,
para aproveitar o melhor de
cada um. Então abra espaço
no seu dia a dia para milho,
aveia, arroz, grãos, verduras,
legumes, frutas, carnes, lei-
te e seus derivados, como
iogurte e queijos. Vale lem-
brar que cereais e farinhas
integrais são ricos em fibras,
por isso ajudam a manter o
funcionamento do intestino
da mamãe nesse período.
8
Melhor não abusar
n	 Evitar o excesso de açúcar, sal e gorduras faz parte de qual-
quer guia de alimentação saudável, e mais ainda durante a
amamentação. Assim, refrigerantes, doces, frituras e embu-
tidos devem ser consumidos com moderação.
n	 Não exagere também no café e outros produtos com cafeí-
na, porque há evidências de que essa substância pode pas-
sar pelo leite, causando irritabilidade no bebê.
n	 Alimentos como couve e brócolis, e temperos como alho e
cebola, podem alterar o sabor e o cheiro do leite. Sem contar
que, assim como feijão, repolho e batata-doce, costumam
provocar gazes. Embora não haja comprovação de que cau-
sem o mesmo efeito no bebê, é melhor prestar bastante
atenção nas reações de seu filho. Se desconfiar que algum
ingrediente provoca cólica, converse com seu médico. A es-
tratégia pode ser retirá-lo de sua dieta por um tempo. Se os
sinais de desconforto do bebê melhorarem nesse intervalo
e voltarem quando você voltar a comer o tal alimento, a saída
é deixá-lo de fora do seu prato na fase do aleitamento.
De olho na hidratação
Lembre-se de que a água é matéria-prima para a fabri-
cação do leite. Então, não espere a sede chegar: capriche
nos goles e mantenha uma garrafinha de água por perto
na hora em que estiver amamentando.
9
Como enfrentar dificuldades
na amamentação
É muito comum, especialmente para as mamães de primeira
viagem, uma certa insegurança sobre como vai se sair na hora
mamada. O principal é estar relaxada e confortável e seguir um
esquema básico que facilita esse momento tão especial:
n	 Sente-se com a coluna recostada
e com apoio para os braços.
n	 O bebê fica posicionado de fren-
te para mãe, a cabeça na altura
da mama e a coluna alinhada,
com o bumbum apoiado.
n	A boquinha deve envolver, além
do mamilo, parte da aréola, a área
mais escura em volta do bico do
peito. Aí, ele fica com o queixo
encostado no seio e seu nariz fica
livre para a respiração. Se a crian-
ça permanece com a barriga para cima, tem que torcer o pes-
coço para fazer a pega, e isso dificulta a sucção.
Mesmo com esses ajustes, nem sempre é possível escapar de
algumas dificuldades, ainda mais nos primeiros dias. Às vezes
a pega inadequada do bebê acaba provocando algumas lesões
no peito. Cuidado também para não ficar lavando o seio toda
hora com água, sabão ou álcool, porque pode ressecar a área e
10
agravar o problema. Se as rachaduras sur-
girem, aplique uma gota de leite na região
depois do banho ou após as mamadas.
Banhos de sol também são bons aliados
para a cicatrização. Óleos e pomadas só
devem ser usados com indicação de um
profissional de saúde.
Se em algum momento você achar que a
quantidade de leite é insuficiente, tenha
calma e saiba que essa é uma dúvida co-
mum das mamães. Nos primeiros dois ou
11
três dias depois do parto, a mulher produz o colostro, um líqui-
do meio transparente, mas riquíssimo em nutrientes. Aos pou-
cos a produção vai aumentando e ganha a aparência de leite
mesmo. De todo modo, observe como está a sucção do bebê
e se os intervalos entre as mamadas não está muito grande.
Lembre-se: quanto mais ele mamar, mais leite vai descer.
Outro contratempo comum é sentir o peito cheio demais, pe-
sado, meio quente. É a chamada mama ingurgitada. Para preve-
nir ou resolver o problema, a saída é esvaziar bem as mamas ao
fim de cada sessão. Isso ajuda também a evitar a formação de
nódulos que por vezes bloqueiam um dos canais que drenam
o leite até a saída.
Restrições ao aleitamento
Somente situações muito especiais justificam abrir
mão de amamentar o bebê. Isso acontece quando
há risco de transmissão de doenças. Se a mãe está
infectada pelo vírus HIV, por exemplo, o aleitamen-
to não é recomendado, uma vez que há uma proba-
bilidade de contaminar a criança pelo leite.
Os medicamentos quimioterápicos usados no combate o câncer tam-
bém inviabilizam a amamentação. Em outras enfermidades, é possível
evitar a suspensão definitiva das mamadas.
Se a mulher tem hepatite B, a vacinação do bebê logo após o nasci-
mento pode ser o salvo-conduto para o aleitamento. Já a hepatite C,
dizem os especialistas, não é transmitida pelo leite, mas pelo sangue.
Então, é preciso ficar de olho para não apareceram fissuras com san-
gramento nos seios.
No caso da tuberculose, como a propagação se dá por gotículas res-
piratórias, a mulher deve usar uma máscara quando levar o filho ao
peito. A recomendação é que esse cuidado seja mantido enquanto ela
espera que o medicamento que está tomando contra a doença elimi-
ne o risco de contágio – em geral depois de duas ou três semanas do
início do tratamento.
O uso de remédios pela mãe, aliás, pode ou não ter im-
plicação no período de amamentação, tudo vai depender
das substâncias presentes em sua fórmula. Por isso, o
ideal é sempre contar com o aval do médico antes de usar
qualquer medicação.
INFECTANTE
QUÍMICO
12
Até quando amamentar
A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomen-
dam a amamentação exclusiva por seis meses. Nesse período, por
melhor que seja a intenção de quem sugere, o bebê não precisa de
água, chazinho ou qualquer outra bebida. Até porque bicos e mama-
deiras acabam confundindo e atrapalhando a maneira como ele suga
o peito.
Se você tiver que voltar ao trabalho antes
de seu filho completar os 6 meses, é pos-
sível retirar o leite e guardá-lo de uma for-
ma adequada para que seja oferecido ao
pequeno quando você estiver fora de casa.
Mesmo com a criança mais crescidinha,
não desestimule a amamentação, que deve
ser estendida até os 2 anos. Afinal de con-
tas, seu leite continua sendo uma fonte ini-
gualável de nutrientes.
É normal, porém, que a introdução de novos alimentos a partir dos 6
meses acarrete uma redução no número de mamadas. Assim como é
de se esperar que aos poucos vá diminuindo a produção do leite até o
desmame completo.
13
Do lado do bebê, são bem raras as condições capazes de restringir
a ingestão do leite materno. Uma delas é a fenilcentonúria, doença
metabólica detectada pelo teste do pezinho feito logo depois do
nascimento.
Ordenha manual do leite
Seu seio está cheio demais a ponto de incomodar. Chegou a hora de
voltar ao trabalho ou você quer se programar para uma saidinha sem
o bebê. Ou, ainda, você produz tanto que quer beneficiar outras crian-
ças fazendo parte da rede de doação de leite humano. Em situações
assim, a estratégia é retirar e guardar o leite. E tem um jeito simples e
eficiente de fazer isso: a ordenha manual.
n	 Comece lavando bem as mãos e os braços.
n	 Faça uma massagem em volta do seio com as pon-
tas dos dedos.
n	 Coloque os dedos polegar e indicador bem onde começa a aréola.
Os dedos vão ficar em forma de “C”, com o polegar na parte de
cima.
n	 Puxe os dedos para trás, pressionando-os, até que o leite comece a
sair. Curvar um pouco o corpo facilita essa saída.
n	 Se for guardar, despreze os primeiros jatos e depois
vá recolhendo todo o resto no recipiente esteriliza-
do que você preparou (veja como fazer isso no tópi-
co a seguir: Banco de leite).
n	 Vá pressionando os dedos em volta da aréola para
tirar o leite de todos os canais.
n	 Esvaziada a primeira mama – a operação leva cerca de 20 minutos
–, é hora de repetir a manobra na outra.
14
Banco de leite
Algumas mulheres produzem muito mais leite do que o seu filho
precisa, enquanto outras, por motivos variados, não conseguem ama-
mentar. Para o equilíbrio dessa conta, felizmente, o Brasil é referência
na criação de bancos de leite humano. Vinculados a hospitais e mater-
nidades, eles se responsabilizam pela coleta, controle de qualidade e
distribuição do leite coletado. Melhor ainda é saber que o leite adqui-
rido dessa forma não deixa nada a desejar, do ponto de vista nutricio-
nal, àquele que o bebê toma direto do peito.
É possível consultar a relação desses pontos em todo o Brasil no site
da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (https://rblh.fiocruz.br/
localizacao-dos-blhs).
Para fazer a doação, basta tomar alguns cuidados:
n	 Use frascos de vidro com tampa de plástico, sem o rótulo
e sem aquele papelão que fica por dentro da tampa.
n	 Eles devem ser lavados com água e sabão e bem enxa-
guados. Depois, fervidos por 15 minutos.
n	 Deixe escorrer toda a água para que os vidros sequem sem que seja
preciso enxugar.
n	 Quando colocar o leite no frasco, coloque nele uma etiqueta com
nome, data e horário do início da coleta e guarde-o no congelador
ou freezer. Congelado, o leite pode ser utilizado até 15 dias depois
de retirado do peito.
Aí é só entrar em contato com o banco de leite mais perto de sua casa
e combinar a retirada desse tesouro que vai beneficiar, entre outras,
crianças prematuras internadas nas UTIs neonatais dos hospitais.
15
Campanha de doação
de potes de vidro
Não é apenas com leite materno que se pode contribuir com a Rede
Brasileira de Bancos de Leite Humano. Como a embalagem ade-
quada para armazenar a preciosa bebida é o vidro, nem sempre é
fácil para os hospitais conseguirem a quantidade necessária de reci-
pientes. Para se ter uma ideia, são precisos mais de 160 mil frascos
por ano para dar conta da demanda. Daí a importância da campanha
“Doe Vidro, Doe Vida”, iniciativa da Associação Brasileira da Indústria
de Vidro (Abividro).
Para participar, separe potes com boca larga e tampa de plástico,
como as de café solúvel e maionese. E você pode encontrar os ende-
reços de entrega mais perto de sua casa consultando o site da campa-
nha: http://epuroevidro.com.br/campanha-doe-vidro-doe-vida.
16
centralnacionalunimed.com.br
Agosto/2018ANS-nº33967-9

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Amamentação: dicas para gestantes e nutrizes

  • 1. Guia para as mamães: aleitamento materno
  • 2.
  • 3. Amamentação: um elo especial Durante o período de gestação as futuras mamães vivem muitas mudanças. Enquanto veem seu corpo se preparar para dar vida a uma nova pessoa, cresce a vontade de oferecer o melhor para o bebê que está chegando. A palavra nutrir ganha, então, um significado amplo, abrangendo alimentação, proteção e afeto. Esperamos que este pequeno guia sirva de apoio às mamães nesse momento, trazendo respostas às dúvidas mais comuns dessa fase tão encantadora, mas nem por isso isenta de questionamentos e anseios. Que a amamentação seja um elo muito especial entre você e seu bebê! PROGRAMA Amamentação 1
  • 4. A Central Nacional Unimed tem dedicado uma atenção especial às futuras mamães, pois entende que os cuidados devem co- meçar muito antes de o bebê chegar. A gravidez é um momento único, uma oportunidade de pensar sobre a saúde do corpo e da mente de maneira integral com o apoio de profissionais que co- nhecem os anseios das famílias.Tudo deve ser pensado para que o bebê chegue de maneira serena e cercado de muito carinho. Elaboramos esse guia informativo especialmente para essa primeira fase – parto e amamentação –, com linguagem aces- sível e informações simples, porém imprescindíveis, para que o bebê encontre você, mamãe, pronta para acolher e oferecer a ele a coisa mais importante nos primeiros tempos de vida: o leite materno. A amamentação, juntamente com outros cuidados iniciais, como visitas regulares ao pediatra, vacinas, rotinas diárias, contribuirão muito para o desenvolvimento saudável do bebê e serão a base para uma vida com mais bem-estar. Cuidando das mamães, cuidando da vida 2
  • 5. 3 Mas, enquanto o bebê não chega, muitas mulheres têm dúvi- das sobre o tipo de parto ideal, e temem em optar pelo parto natural. Como médicos, temos o dever de lembrá-las que essa é a melhor forma de dar à luz. Então, sempre que possível, opte por esse método sob orientação médica. Embora haja tecnologia e recursos mais do que suficientes para que uma cesariana tenha êxito, é preciso lembrar que toda intervenção cirúrgica implica riscos e uma recuperação mais demorada. Ao decidir pelo parto natural, tenha em mente que o obstetra e sua equipe estão preparados para minimizar do- res e desconfortos nesse momento tão importante. Informe-se antes de decidir. Despeço-me de você, mamãe, com votos de muitas alegrias, desejando que possamos sempre compartilhar informações e experiências. Boa leitura! Dr. Valdmário Rodrigues Júnior
  • 6. Preparada para o parto e para cuidar do bebê Quando chega o momento do parto, as mamães sentem como se o bebê mandasse um recado: estou preparado para conhe- cer o mundo! Considerado o meio de nascimento ideal pelos especialistas, o parto normal acontece quando o corpo da mãe e do bebê estão prontos e em sincronia. Então, a menos que surja algum risco à saúde de um dos dois que justifique uma cesariana, o parto normal é sempre o mais indicado, pois não expõe as mamães a uma cirurgia, e traz de volta um estado de bem-estar mais rapidamente. Embora nem todas as mulheres possam optar por esse tipo de parto, a Central Nacional Unimed indica e apoia o parto normal. Durante toda a gestação, por meio do acom- panhamento pré-natal, os médicos acolhem e auxiliam as futuras mamães nas principais decisões sobre o nascimento e os primeiros tempos de convívio com o bebê, na solução de dúvidas e no aconselhamento sobre os cuidados iniciais, dando grande ênfase à im- portância do aleitamento materno e seus be- nefícios. Você sabia que ao entrar espontaneamente em trabalho de parto, a mamãe produz hormônios que ajudam na produção e descida do leite? 4
  • 7. 5 Benefícios da amamentação para a mulher A natureza é mesmo incrível! No instante em que o bebê co- meça a sugar o peito, o corpo da mãe conquista uma proteção extra. Durante as mamadas, se intensifica a liberação de ocito- cina, e como esse hormônio estimula as contrações do útero, o ganho é duplo: primeiro, ele ajuda a diminuir o sangramento e, assim, afasta o risco de anemia materna. Os movimentos ute- rinos contribuem também para o encolhimento do órgão, que vai voltando ao tamanho de antes do início da gestação. O ato de amamentar funciona ainda como um contraceptivo natural. Nesse caso o benefício se deve a outro hormônio, a prolactina, que inibe a ovulação. Converse com seu médico e aconselhe-se sobre as possibilidades de uma nova gravidez nesse período. E mais: durante o aleitamento, a mulher não produz estrogênio, hormônio que pode incentivar a formação de nódulos nos seios. Ou seja, oferecer o peito ao bebê traz uma espécie de proteção contra o câncer de mama. Quer acrescentar mais um item à lista de motivos para amamentar? Pois saiba que a mulher que está amamentando perde en- tre 300 e 500 calorias por dia. Com isso, fica mais fácil recuperar o peso que você tinha antes da gestação.
  • 8. Benefícios da amamentação para o bebê O leite está na mama, prontinho, na temperatura certa e à dis- posição de seu bebê. Melhor ainda: tem uma fórmula única, é repleto de vitaminas, proteínas, gorduras boas, cálcio, ferro... Sabemos que o leite de vaca também tem qualidades, mas quando vêm do seu peito, todos os nutrientes são absorvidos muito mais facilmente. Na composição há até ingredientes como os oligossacarídeos, que fortalecem o sistema imuno- lógico do bebê, um reforço ainda mais importante para os que nasceram com baixo peso. Diz um estudo conduzido pelo epidemiologista brasileiro Cesar Victora que o aleitamento materno teria a capacidade de salvar a vida de mais de 820 mil crianças por ano no mundo. Isso porque ele protege contra diarreia, infecções respiratórias, alergias, de- sidratação. E, mesmo quando o bebê fica doente, ele consegue se recuperar muito mais rápido quando é amamentado. IGNORE O MITO! Não existe leite materno fraco ou forte. Quanto mais você levar o bebê ao seio, mais leite é produzido, e com a composição ideal para alimentá-lo. 6
  • 9. A dose equilibrada de nutrientes do seu leite afasta ainda o ris- co da obesidade, evitando as consequências futuras do ganho exagerado de peso, como hipertensão e diabetes. E sabia que a composição da bebida vai mudando a cada ma- mada, se ajustando às necessidades da criança? É por isso que a digestão é muito mais fácil. Além do mais, ao beber direto da fonte, elimina-se a possi- bilidade de usar água contaminada para fazer a mistura do leite comprado na latinha. Sem contar a perigo de mamadei- ras mal higienizadas, não é? Por falar em mamadeira, assim como bicos, chucas, chupetas etc., elas podem atrapalhar o nascimento correto dos dentes e prejudicar a respiração e a fala dos pequenos. O VÍNCULO AFETIVO Especialistas dizem que a sensação de aconchego e bem-estar entre mãe e filho na hora da mamada tem reflexo no desenvolvimento do cérebro do bebê, porque o estado emocional contribui para a “conversa” entre os neurônios. Ou seja, dar o peito pode ter reflexo até na vida escolar da garotada! 7 CCAAA BBB
  • 10. Como se alimentar quando se está amamentando A comunicação entre mãe e filho desde a gestação é tão perfeita que, intuitivamente, a mulher já tende a cuidar melhor da própria alimen- tação – um zelo que deve permanecer durante a ama- mentação. O plano é o se- guinte: variar os alimentos, para aproveitar o melhor de cada um. Então abra espaço no seu dia a dia para milho, aveia, arroz, grãos, verduras, legumes, frutas, carnes, lei- te e seus derivados, como iogurte e queijos. Vale lem- brar que cereais e farinhas integrais são ricos em fibras, por isso ajudam a manter o funcionamento do intestino da mamãe nesse período. 8
  • 11. Melhor não abusar n Evitar o excesso de açúcar, sal e gorduras faz parte de qual- quer guia de alimentação saudável, e mais ainda durante a amamentação. Assim, refrigerantes, doces, frituras e embu- tidos devem ser consumidos com moderação. n Não exagere também no café e outros produtos com cafeí- na, porque há evidências de que essa substância pode pas- sar pelo leite, causando irritabilidade no bebê. n Alimentos como couve e brócolis, e temperos como alho e cebola, podem alterar o sabor e o cheiro do leite. Sem contar que, assim como feijão, repolho e batata-doce, costumam provocar gazes. Embora não haja comprovação de que cau- sem o mesmo efeito no bebê, é melhor prestar bastante atenção nas reações de seu filho. Se desconfiar que algum ingrediente provoca cólica, converse com seu médico. A es- tratégia pode ser retirá-lo de sua dieta por um tempo. Se os sinais de desconforto do bebê melhorarem nesse intervalo e voltarem quando você voltar a comer o tal alimento, a saída é deixá-lo de fora do seu prato na fase do aleitamento. De olho na hidratação Lembre-se de que a água é matéria-prima para a fabri- cação do leite. Então, não espere a sede chegar: capriche nos goles e mantenha uma garrafinha de água por perto na hora em que estiver amamentando. 9
  • 12. Como enfrentar dificuldades na amamentação É muito comum, especialmente para as mamães de primeira viagem, uma certa insegurança sobre como vai se sair na hora mamada. O principal é estar relaxada e confortável e seguir um esquema básico que facilita esse momento tão especial: n Sente-se com a coluna recostada e com apoio para os braços. n O bebê fica posicionado de fren- te para mãe, a cabeça na altura da mama e a coluna alinhada, com o bumbum apoiado. n A boquinha deve envolver, além do mamilo, parte da aréola, a área mais escura em volta do bico do peito. Aí, ele fica com o queixo encostado no seio e seu nariz fica livre para a respiração. Se a crian- ça permanece com a barriga para cima, tem que torcer o pes- coço para fazer a pega, e isso dificulta a sucção. Mesmo com esses ajustes, nem sempre é possível escapar de algumas dificuldades, ainda mais nos primeiros dias. Às vezes a pega inadequada do bebê acaba provocando algumas lesões no peito. Cuidado também para não ficar lavando o seio toda hora com água, sabão ou álcool, porque pode ressecar a área e 10
  • 13. agravar o problema. Se as rachaduras sur- girem, aplique uma gota de leite na região depois do banho ou após as mamadas. Banhos de sol também são bons aliados para a cicatrização. Óleos e pomadas só devem ser usados com indicação de um profissional de saúde. Se em algum momento você achar que a quantidade de leite é insuficiente, tenha calma e saiba que essa é uma dúvida co- mum das mamães. Nos primeiros dois ou 11 três dias depois do parto, a mulher produz o colostro, um líqui- do meio transparente, mas riquíssimo em nutrientes. Aos pou- cos a produção vai aumentando e ganha a aparência de leite mesmo. De todo modo, observe como está a sucção do bebê e se os intervalos entre as mamadas não está muito grande. Lembre-se: quanto mais ele mamar, mais leite vai descer. Outro contratempo comum é sentir o peito cheio demais, pe- sado, meio quente. É a chamada mama ingurgitada. Para preve- nir ou resolver o problema, a saída é esvaziar bem as mamas ao fim de cada sessão. Isso ajuda também a evitar a formação de nódulos que por vezes bloqueiam um dos canais que drenam o leite até a saída.
  • 14. Restrições ao aleitamento Somente situações muito especiais justificam abrir mão de amamentar o bebê. Isso acontece quando há risco de transmissão de doenças. Se a mãe está infectada pelo vírus HIV, por exemplo, o aleitamen- to não é recomendado, uma vez que há uma proba- bilidade de contaminar a criança pelo leite. Os medicamentos quimioterápicos usados no combate o câncer tam- bém inviabilizam a amamentação. Em outras enfermidades, é possível evitar a suspensão definitiva das mamadas. Se a mulher tem hepatite B, a vacinação do bebê logo após o nasci- mento pode ser o salvo-conduto para o aleitamento. Já a hepatite C, dizem os especialistas, não é transmitida pelo leite, mas pelo sangue. Então, é preciso ficar de olho para não apareceram fissuras com san- gramento nos seios. No caso da tuberculose, como a propagação se dá por gotículas res- piratórias, a mulher deve usar uma máscara quando levar o filho ao peito. A recomendação é que esse cuidado seja mantido enquanto ela espera que o medicamento que está tomando contra a doença elimi- ne o risco de contágio – em geral depois de duas ou três semanas do início do tratamento. O uso de remédios pela mãe, aliás, pode ou não ter im- plicação no período de amamentação, tudo vai depender das substâncias presentes em sua fórmula. Por isso, o ideal é sempre contar com o aval do médico antes de usar qualquer medicação. INFECTANTE QUÍMICO 12
  • 15. Até quando amamentar A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomen- dam a amamentação exclusiva por seis meses. Nesse período, por melhor que seja a intenção de quem sugere, o bebê não precisa de água, chazinho ou qualquer outra bebida. Até porque bicos e mama- deiras acabam confundindo e atrapalhando a maneira como ele suga o peito. Se você tiver que voltar ao trabalho antes de seu filho completar os 6 meses, é pos- sível retirar o leite e guardá-lo de uma for- ma adequada para que seja oferecido ao pequeno quando você estiver fora de casa. Mesmo com a criança mais crescidinha, não desestimule a amamentação, que deve ser estendida até os 2 anos. Afinal de con- tas, seu leite continua sendo uma fonte ini- gualável de nutrientes. É normal, porém, que a introdução de novos alimentos a partir dos 6 meses acarrete uma redução no número de mamadas. Assim como é de se esperar que aos poucos vá diminuindo a produção do leite até o desmame completo. 13 Do lado do bebê, são bem raras as condições capazes de restringir a ingestão do leite materno. Uma delas é a fenilcentonúria, doença metabólica detectada pelo teste do pezinho feito logo depois do nascimento.
  • 16. Ordenha manual do leite Seu seio está cheio demais a ponto de incomodar. Chegou a hora de voltar ao trabalho ou você quer se programar para uma saidinha sem o bebê. Ou, ainda, você produz tanto que quer beneficiar outras crian- ças fazendo parte da rede de doação de leite humano. Em situações assim, a estratégia é retirar e guardar o leite. E tem um jeito simples e eficiente de fazer isso: a ordenha manual. n Comece lavando bem as mãos e os braços. n Faça uma massagem em volta do seio com as pon- tas dos dedos. n Coloque os dedos polegar e indicador bem onde começa a aréola. Os dedos vão ficar em forma de “C”, com o polegar na parte de cima. n Puxe os dedos para trás, pressionando-os, até que o leite comece a sair. Curvar um pouco o corpo facilita essa saída. n Se for guardar, despreze os primeiros jatos e depois vá recolhendo todo o resto no recipiente esteriliza- do que você preparou (veja como fazer isso no tópi- co a seguir: Banco de leite). n Vá pressionando os dedos em volta da aréola para tirar o leite de todos os canais. n Esvaziada a primeira mama – a operação leva cerca de 20 minutos –, é hora de repetir a manobra na outra. 14
  • 17. Banco de leite Algumas mulheres produzem muito mais leite do que o seu filho precisa, enquanto outras, por motivos variados, não conseguem ama- mentar. Para o equilíbrio dessa conta, felizmente, o Brasil é referência na criação de bancos de leite humano. Vinculados a hospitais e mater- nidades, eles se responsabilizam pela coleta, controle de qualidade e distribuição do leite coletado. Melhor ainda é saber que o leite adqui- rido dessa forma não deixa nada a desejar, do ponto de vista nutricio- nal, àquele que o bebê toma direto do peito. É possível consultar a relação desses pontos em todo o Brasil no site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (https://rblh.fiocruz.br/ localizacao-dos-blhs). Para fazer a doação, basta tomar alguns cuidados: n Use frascos de vidro com tampa de plástico, sem o rótulo e sem aquele papelão que fica por dentro da tampa. n Eles devem ser lavados com água e sabão e bem enxa- guados. Depois, fervidos por 15 minutos. n Deixe escorrer toda a água para que os vidros sequem sem que seja preciso enxugar. n Quando colocar o leite no frasco, coloque nele uma etiqueta com nome, data e horário do início da coleta e guarde-o no congelador ou freezer. Congelado, o leite pode ser utilizado até 15 dias depois de retirado do peito. Aí é só entrar em contato com o banco de leite mais perto de sua casa e combinar a retirada desse tesouro que vai beneficiar, entre outras, crianças prematuras internadas nas UTIs neonatais dos hospitais. 15
  • 18. Campanha de doação de potes de vidro Não é apenas com leite materno que se pode contribuir com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. Como a embalagem ade- quada para armazenar a preciosa bebida é o vidro, nem sempre é fácil para os hospitais conseguirem a quantidade necessária de reci- pientes. Para se ter uma ideia, são precisos mais de 160 mil frascos por ano para dar conta da demanda. Daí a importância da campanha “Doe Vidro, Doe Vida”, iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Vidro (Abividro). Para participar, separe potes com boca larga e tampa de plástico, como as de café solúvel e maionese. E você pode encontrar os ende- reços de entrega mais perto de sua casa consultando o site da campa- nha: http://epuroevidro.com.br/campanha-doe-vidro-doe-vida. 16
  • 19.